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INTRODUÇÃO

Aprendendo a Exportar

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Page 1: Aprendendo a Exportar

INTRODUÇÃO

Esta edição se dedica a todos aqueles que tenham interesse pela matéria, quer sejam eles exportadores ou não e, principalmente, àqueles que estejam se iniciando na atividade.

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Não temos aqui a pretensão de formar exímios exportadores, mas sim o objetivo de orientá-los passo a passo os caminhos da exportação, consolidando, desta forma, apenas um roteiro que poderá ser de grande valia a todos. Esperamos com esta divulgação estarmos também contribuindo e somando para um melhor entendimento sobre esse assunto.

SUMÁRIO

A EXPORTAÇÃO

Vantagens de exportar Melhoria da Empresa Planejamento da exportação Tecnologia e gestão

PREPARE-SE PARA EXPORTAR

Identificar o mercado de destino Pesquisa de mercado Requisitos técnicos – como identificar potenciais mercados Barreiras comerciais Efetuando o primeiro contato com o Importador

PROMOÇÃO COMERCIAL

Missões técnicas e comerciais Feiras e exposições internacionais Câmaras de Comércio

HABILITAÇÃO E REGISTRO DO EXPORTADOR

R.E.I – Registro de Exportadores e Importadores Quem pode exportar Registro – Exportador Pessoa Física Dispensa de Registro no R.E.I.

SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior RADAR – Rastreamento da Atuação dos Intervenientes aduaneiros SISCOMEX WEB CERTIFICAÇÃO DIGITAL

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TRATAMENTO TRIBUTÁRIO

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO – FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO

A EMBALAGEM

Formas de Embalagem: Embalagens de Prateleira; Embalagens de Transporte; Unitização.

Formas mais comuns de Unitização: Pré-lingagem; Paletização; Conteinerização.

FORMAS DE TRANSPORTE

Em contêiner Como Carga Geral Como carga a Granel Carga Figorificada Carga Perigosa Neo-granel

ROTULAGEM E MARCAÇÃO DE VOLUMES

LOGÍSTICA - FORMAS E VIAS DE EMBARQUE

Multimodalidade Transporte Aéreo Transporte Ferroviário Transporte Marítimo Transporte Terrestre/Rodoviário

CONDIÇÕES DE VENDA – INCOTERMS

Matéria já editada neste site – INCOTERMS

MODALIDADES DE PAGAMENTO

Pagamento Antecipado Remessa direta ou sem saque Cobrança Documentária Carta de Crédito

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CONTRATAÇÃO DE FRETE

Características Tarifa: Marítimo; Aéreo; Rodoviário; Ferroviário

FORMAÇÃO DE PREÇO DE EXPORTAÇÃO

Método para se obter o preço Aplicação técnica para determinar o preço Simulador de preço de exportação

FORMALIZANDO A NEGOCIAÇÃO

Fatura pró-forma ou pró-forma Invoice Modelo de Fatura pró-forma

PREPARANDO A MERCADORIA PARA EMBARQUE

AUTORIZAÇÃO PARA EMBARQUE

DOCUMENTAÇÃO PARA EMBARQUE

Romaneio ou Packing List Registro de Exportação Nota Fiscal Conhecimento de Embarque Certificados

EMBARQUE DA MERCADORIA E DESPACHO ADUANEIRO

Registro da Exportação - RE Declaração do Despacho da Exportação – DDE

DOCUMENTAÇÃO PÓS-EMBARQUE

Fatura Comercial – Commercial Invoice Registro de Exportação – RE Solicitação de Despacho – SD Conhecimento de Embarque

CONTRATAÇÃO DE CÂMBIO

Aspectos cambiaiso Sem cobertura cambialo Com cobertura cambial

Taxa de Câmbio

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Cambio Tradicional Cambio Simplificado

FLUXOGRAMA DA EXPORTAÇÃO

INCENTIVOS À EXPORTAÇÃO

ADIANTAMENTO SOBRE CONTRATO DE CAMBIO – ACC

ADIANTAMENTO SOBRE CAMBIAIS ENTREGUES - ACE

BNDES-Exim Pré Embarque de Curto Prazo

BNDES-Exim Pré Embarque Especial

PROGRAMA DE FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES – PROEX

 

EXPORTAÇÃO PASSO A PASSO

Então, vamos exportar?

A Exportação

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Exportar pode ser um ótimo negócio para a sua empresa, desde que exista um planejamento e uma política que levem em conta o conhecimento e o domínio das regras do Comércio Internacional. A exportação é uma atividade que exige tempo, investimento e, principalmente, continuidade. A exportação não pode ser apenas uma alternativa para os momentos de desaquecimento do mercado interno, mas sim uma atividade permanente.

A internacionalização leva sua empresa ao desenvolvimento, pois a obriga a modernizar-se, seja para conquistar novos mercados, seja para preservar as suas posições no mercado.

Assim, o comércio exterior adquire cada vez mais importância para o empreendedor que queira realmente crescer, assim como para a economia brasileira, mediante ingresso de divisas e geração de empregos ou renda.

Buscando, com a internacionalização de seus produtos, a diversificação de mercados permite-lhe estrategicamente destinar uma parcela de sua produção para o mercado interno e outra para o mercado externo, ampliando sua carteira de clientes, o que significa menos riscos, pois, quanto maior o número de mercados ela atingir, menos dependente ela será.

Com o advento da exportação, a melhoria da qualidade do produto fica bastante perceptível, pois sua empresa obrigatoriamente terá de aperfeiçoar-se e adaptar-se as exigências desse novo mercado, por conseguinte terá de adquirir novas tecnologias, uma vez que os países desenvolvidos cobram de seus fornecedores normas e procedimentos que, com o tempo, vão sendo internalizadas e passarão a ser rotinas dentro da sua empresa e, assim, todos os seus negócios posteriores com o mercado externo, também o serão com o mercado interno, pois se seguirão sempre dentro destas normas.

A interação com novos mercados propicia o acesso a novas tecnologias, promovendo programas de qualificação e testes de produtos, implementando com isso mecanismos que garantam sua qualidade. Soma-se a isso o aumento de produtividade, reduzindo-se a parte ociosa existente, aumentando sua capacidade de negociação na compra de matéria prima, minimizando, seu custo de produção, tornando seu produto mais competitivo e com melhor margem de lucro.

Melhoria da Empresa

Geralmente, quando sua empresa passa a exportar ela obtém melhoras significativas, tanto dentro da empresa (novos padrões gerenciais, novas tecnologias, novas formas de gestão, qualificação da mão de obra, agregação de valor à marca), quanto fora (melhoria de imagem frente a clientes, fornecedores e concorrentes).

Ao tornar-se uma empresa exportadora, a sua imagem muda. O seu nome e a sua marca passam a ser uma referência em relação à concorrência, ela passa a ser vista como uma empresa de produtos de qualidade.

Os compradores no exterior são bastantes exigentes, e, tanto os clientes quanto os fornecedores sabem que a empresa que esta exportando consegue colocar seus produtos no exterior graças ao seu esforço em se tornar mais competitiva.

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A empresa passa a gerar novos empregos, devido o aumento da produção, e os funcionários passam a sentir orgulho de trabalhar em uma empresa que exporta seus produtos.

1º Passo – Identificar mercados de destino O primeiro passo para o futuro exportador é fazer uma análise competitiva da inserção de seus produtos no mercado internacional. Em seguida, é necessário selecionar os mercados (países-alvo) que tenham carência do produto a ser exportado ou para os quais seu produto apresente um diferencial competitivo em função de aspectos tributários, econômicos, políticos, culturais, logísticos, entre outros.

Pesquisando o Mercado

A pesquisa de mercado é um estudo que tem como objetivo determinar as perspectivas de venda do produto no mercado externo e indicar a maneira de se obter os melhores resultados. Busca revelar se o produto poderá ser vendido a um preço razoável e em quantidade satisfatória. Também permite analisar os mercados que oferecem melhores perspectivas, os padrões de qualidade exigidos pelo mercado importador e o tempo necessário para se alcançar o nível de vendas.

A pesquisa de mercado é um investimento necessário que pode economizar dinheiro e fornecer elementos essenciais para a aproximação com o mercado consumidor.

Objetivos da Pesquisa de Mercado:

Selecionar mercados para a venda do produto Identificar tendências e expectativas Reconhecer a concorrência Conhecer e avaliar oportunidades e ameaças

Conhecer na medida do possível, as características gerais do pais-alvo é de grande utilidade na hora de optar por esse ou aquele mercado. Estas características abrangem aspectos, tais como geografia, população, aspectos culturais, religiosos e econômicos, meios de transporte e comunicações, organização política e administrativa.

Saiba como identificar Potenciais Mercados para Exportação do seu produto

Em primeiro lugar, você deve considerar cinco critérios básicos que auxiliam na seleção de potenciais mercados para exportação:

Fatores Geográficos:

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Este critério para seleção de mercado é baseado nas muitas semelhanças entre o mercado doméstico e o mercado-alvo, o que possibilita a expansão com um mínimo de necessidade de adaptação. Logicamente, seus concorrentes no mercado doméstico terão as mesmas vantagens que você.

Fatores sócio-político:

Nas exportações para países com os quais temos acordos comerciais, podemos obter vantagens frente a concorrentes.

Fatores Econômicos:

Como esta a situação econômica do pais-alvo? Qual o poder de compra do consumidor?

Fatores Culturais:

Até que ponto os hábitos das pessoas do mercado-alvo diferem do mercado doméstico? Existem restrições religiosas? Práticas comerciais muito diferentes? Qual a imagem do Brasil no mercado-alvo?

Fatores Tecnológicos:

Atendimento aos padrões tecnológicos do mercado-alvo e desing adequado estão entre os pontos a serem observados.

Em seguida, você deverá previamente estabelecer as diretrizes de sua política comercial do produto.

Diretrizes de sua política:

A identificação prévia dos possíveis clientes pode ser feita por intermédio da Internet, como também por meios das informações fornecidas pelas Câmaras de Comércio, Consulados e Embaixadas, Federações de Indústrias e outras entidades de classe.

Exemplo de Pesquisa de Mercado: Uma indústria têxtil brasileira que pretende entrar no mercado da Nova Zelândia. Ela deve considerar que além de encontrar dificuldades logísticas devido à localização geográfica da Nova Zelândia terá uma forte concorrência com a Austrália que tem uma grande produção têxtil, além de estar próxima geograficamente da Nova Zelândia e possuir acordos de complementação econômica que reduzem as tarifas de importação de têxteis para a Nova Zelândia oriundos da Austrália.

2º Passo – Verificar se o produto não tem restrições para exportação O segundo passo é verificar se o produto a ser exportado não tem nenhum tipo de restrição para comercialização internacional, ou seja, verificar se a legislação brasileira e a vigente no

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país de destino permitem a comercialização do produto em questão; são as conhecidas barreiras comerciais.

Há duas categorias mais comuns de barreiras:

BARREIRAS TARIFÁRIAS: - Que tratam de tarifas de importação, taxas diversas e valoração aduaneira.

BARREIRAS NÃO TARIFÁRIAS: - Que tratam de restrições quantitativas, licenciamento de importação, procedimentos alfandegários, medidas antiduping, medidas de salvaguarda e medidas sanitárias e fitosanitárias. Dentre estes últimos encontram-se as barreiras técnicas, que são mecanismos utilizados com fins protencionistas.

Exemplo de certificados que podem ser exigidos pelo importador:

Certificado de Origem - O Certificado de Origem é o documento que comprova a origem da mercadoria para fins de obtenção de tratamento preferencial (conforme Acordos Comerciais Internacionais), ou apenas para o cumprimento de exigência estabelecida através da legislação do país importador (Certificado de Origem Comum).

Certificado de Fitosanidade - O Certificado de Fitosanidade é um documento oficial emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, através do Serviço de Sanidade Vegetal e da Divisão de Produtos de Origem Animal, por exigência do importador. É um atestado de que produtos de origem vegetal ou animal estão isentos de quaisquer doenças parasitárias ou infectológicas e foram manipulados em condições higiênicas, sob controle de autoridades federais.

3º Passo - Analisar o Mercado para avaliar a viabilidade da exportação Uma vez identificado o mercado e não havendo restrições legais, a empresa deve efetuar uma análise com relação a preços praticados no país, diferenças cambiais, nível de demanda, sazonalidade, embalagens, exigências técnicas e sanitárias, custo de transporte, entre outras. Ou seja, aprofundar a análise realizada no 1º passo, focando cada um dos países pré-selecionados, visando a captação de importadores.

4º Passo - Efetuar o primeiro contato com o importador

Identificado o comprador estrangeiro - o que pode ser feito por meio de Câmaras de Comércio, Consulados, Embaixadas, participação em feiras e missões no exterior ou mesmo por iniciativa do importador - o próximo passo é a troca de correspondências para negociação das condições de venda: preço, forma de pagamento, prazo de entrega e responsabilidades de cada parte, dentre outros aspectos. É imprescindível que seja enviado a ele o maior

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número de informações possíveis sobre o produto. Para tanto, pode-se utilizar catálogos, lista de preços e amostras. O exportador deverá sempre se colocar à disposição do cliente (importador) para esclarecimentos técnicos e comerciais sobre o produto.

Essa modalidade requer do exportador um mínimo de conhecimento sobre a forma de se realizar uma exportação. É preciso, também, que o exportador estruture sua empresa para esta tarefa ou contrate os serviços de profissionais experientes na área.

5º Passo – Efetuar o credenciamento como exportador Para obter plena habilitação para exportar, o interessado deverá efetuar credenciamento no Registro de Exportadores e Importadores (R.E.I.), no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) e também no Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR). O R.E.I. é um cadastro regido pela Secretaria da Receita Federal para identificar os exportadores e importadores brasileiros. O SISCOMEX é um instrumento que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através de um único fluxo computadorizado de informações. O sistema é administrado pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e pelo Banco Central (BACEN), órgãos gestores no comércio exterior. O RADAR é um sistema que visa agilizar as informações sobre operações efetuadas por exportadores e importadores quando exigido por algum fiscal em um posto aduaneiro.

DO REGISTRO DO EXPORTADOR – QUEM PODE EXPORTAR

As pessoas físicas e jurídicas, para exportar, devem estar inscritas no R.E.I. – Registro de Exportadores e Importadores. O artº 1º da portaria nº 15 de 17 de novembro de 2004 preceitua que:

Artº 1º - A inscrição no registro de Exportadores e Importadores (REI) da Secretaria de Comércio Exterior – SECEX é automática, sendo realizada no ato da primeira operação de exportação ( Registro da Exportação – RE, Registro de Venda – RV ou Registro de Crédito – RC ) em qualquer ponto conectado ao Siscomex.

Parágrafo Primeiro – Os exportadores já inscritos no REI terão a inscrição mantida, não sendo necessário qualquer providência adicional.

REGISTRO DE EXPORTADOR DAS PESSOAS FÍSICAS

Parágrafo Segundo – A pessoa física somente poderá exportar mercadorias em quantidades que não revelem prática de comércio e desde que não se configure habitualidade.

As exceções a essa regra estão no Parágrafo terceiro e são:

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Parágrafo terceiro – Excetuam-se das restrições previstas no parágrafo anterior os casos a seguir enumerados, desde que o interessado comprove junto à Secretaria de Comércio Exterior, ou a entidades por ela credenciada, tratar-se de:

Agricultor ou pecuarista, cujo imóvel rural esteja cadastrado no Instituto de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, ou

Artesão, artista ou assemelhado, registrado como profissional autônomo.

DISPENSA DE INSCRIÇÃO NO R.E.I.

Conforme preceitua o parágrafo quarto do Art. 1º, da Portaria 15, ficam dispensadas da obrigatoriedade de inscrição no REI:

As exportações via remessa postal, com ou sem cobertura cambial, exceto donativos, realizadas por pessoa física ou jurídica até o limite de US$. 10.000,00 (dez mil dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, exceto quando se tratar de:

I. produto com exportação proibida ou suspensa;II. produto sujeito a registro de Venda – RV;III. exportação com margem não sacada de câmbio;IV. exportação vinculada a regimes aduaneiros especiais e atípicos;V. exportação vinculada ao Programa Especial de Exportação – BEFIEX;VI. exportação sujeita a Registro de Operações de Crédito – RC.

A inscrição no REI poderá ser negada, suspensa ou cancelada nos casos de punição em decisão administrativa final, pelos seguintes motivos:

1. por infrações de natureza fiscal, cambial e de comércio exterior, ou,

2. por abuso de poder econômico.

SISCOMEX

O Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX é um instrumento, por meio do qual é exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro.

É uma ferramenta facilitadora, que permite a adoção de um fluxo único de informações, eliminando controles paralelos e diminuindo significativamente o volume de documentos envolvidos nas operações.

É um instrumento que agrega competitividade às empresas exportadoras, na medida em que reduz o custo da burocracia.

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O Siscomex promove a integração das atividades de todos os órgãos gestores de comércio exterior, inclusive o câmbio, permitindo o acompanhamento, orientação e controle das diversas etapas do processo exportador e importador.

O Siscomex começou a operar em 1993, para as exportações e, em 1997, para as importações. É administrado pelos chamados órgãos gestores, que são: a Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, a Secretaria da Receita Federal – SRF e o Banco Central do Brasil – BACEN.

As operações registradas via Sistema são analisados online tanto pelos órgãos gestores, quanto pelos órgãos anuentes que estabelecem regras especificas para o desembaraço de mercadorias dentro de sua área de competência.

O módulo Drawback Eletrônico esta incorporado ao Siscomex desde 2001.

O Brasil é o único pais do mundo a dispor um sistema de registro de exportações totalmente informatizado, o Siscomex. Um sistema que permitiu um enorme ganho na agilização, confiabilidade, rápido acesso a informações estatísticas e redução de custos, dentre outras vantagens.

USUÁRIOS DO SISCOMEX

Importadores, exportadores, depositários e transportadores, por meio de seus empregados ou representantes legais;

A Secretaria da receita Federal – SRF, a Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, os Órgãos Anuentes e as secretarias de fazenda ou de Finanças dos Estados e do Distrito Federal, por meio de seus servidores.

As instituições financeiras autorizadas pela SECEX a elaborar licença de importação, por meio de seus empregados.

O Banco Central do Brasil – BACEN e as instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio, mediante acesso aos dados transferidos para o sistema de Informações do Banco Central – SISBACEN, por meio de seus servidores e empregados.

Por intermédio dos Siscomex o exportador pode:

Fazer o registro e o acompanhamento das suas exportações; Receber mensagens e trocar informações com os órgãos responsáveis por

autorizações e fiscalizações.

HABILITAÇÃO E CADASTRO NO SISCOMEX

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Para operar o SISCOMEX, o exportador (pessoa física ou jurídica), deve estar habilitado por meio de senha obtida junto à Secretaria da Receita Federal. Entretanto, poderá ser utilizado serviço de terceiros que possuam senha, sem descaracterizar sua condição de exportador direto, uma vez que o exportador estará identificado por seu CPF/CNPJ.

A Instrução Normativa da SRF nº 650 de 12 de maio de 2.006 estabelece os procedimentos de habilitação para operação no SISCOMEX e credenciamento de representantes de pessoas físicas e jurídicas para prática de atividades relacionadas ao despacho aduaneiro. A nova IN revoga as Instruções Normativas SRF nº 455, de 05.10.2004.

Art. 2º - O procedimento de habilitação de pessoa física e do responsável por pessoa jurídica, para a prática de atos no Siscomex será executada mediante requerimento do interessado, para uma das seguintes modalidades:

I - ordinária, para pessoa jurídica que atue habitualmente no comércio exterior.

II – simplificada, para:

a) pessoa física, inclusive a qualificada como produtor rural, artesão, artista ou assemelhado.

b) pessoa jurídica:

I - que apresenta mensalmente a declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), nos termos do art. 3º da Instrução Normativa SRF nº 583, de 20 de dezembro de 2005

II – constituída sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, com ações negociadas em bolsa de valores ou no mercado de balcão, classificada no código de natureza jurídica 204-6, do Anexo V à Instrução Normativa RFB nº 568, de 08 de setembro de 2005, bem como suas subsidiárias integrais;

III – autorizada a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul), nos termos da Instrução Normativa SRF º 476, de 13 de dezembro de 2004;

IV – Que atue exclusivamente como encomendante, nos termos do art. 11, da Lei nº 11.281, de 20 de fevereiro de 2006;

V – para importação de bens destinados à incorporação ao seu ativo permanente; e

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VI – que atue no comércio exterior em valor de pequena monta.

c) empresa pública ou sociedade de economia mista, classificada, respectivamente, nos códigos de natureza jurídica 201-1 e 203-8 da tabela do Anexo V à Instrução Normativa RFB nº 568, de 2005, e

d) entidade sem fins lucrativos, classificada nos códigos de natureza jurídica 303-4 a 399-9 da tabela do Anexo V à Instrução Normativa RFB nº 568, de 2005;

III – especial, para órgão da administração pública direta, autarquia e fundação pública, órgãos público autônomo, organismo internacional e outras instituições extraterritoriais, classificados nos códigos de natureza jurídica 101-5 a 118-0, e 500-2 da Tabela do Anexo V – à Instrução Normativa RFB nº 568, de 2005, e

IV – restrita, para pessoa física ou jurídica que tenha operado anteriormente no comércio exterior, exclusivamente para a realização de consulta ou retificação de declaração.

SISCOMEX WEB

ACESSO A MÓDULOS DO SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR - SISCOMEX - VIA INTERNET E O USO DE CERTIFICADO DIGITAL

Serviços oferecidos:

Disponibilização pela Internet dos módulos Siscomex e Mantra; Nova modalidade de controle de acesso para os Sistemas disponíveis em

ambiente WEB: a Certificação Digital.

O acesso ao Siscomex Exportação e ao sistema de manifesto de carga nos transportes aéreo – Siscomex Mantra, por meio da Internet, permitirá que os exportadores e demais usuários desses sistemas, os acessem de qualquer lugar sem a necessidade de manter linhas telefônicas ou meios dedicados de comunicação. Tal novidade, portanto, significa facilitação e universalização do acesso aos referidos sistemas e redução de custos. Cabe esclarecer que o controle de acesso via certificado Digital implementado esta em conformidade com a Legislação Brasileira.

CERTIFICAÇÃO DIGITAL

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Por meio de um processo eletrônico de assinatura, permite-se ao usuário usar sua chave digital para identificar-se perante a SRF, garantindo-se também que esteja realmente se comunicando com a SRF.

A certificação digital não é obrigatória, trata-se de uma comodidade oferecida aos contribuintes. Ao escolher opção Certificado Digital, o usuário deverá adquirir um Certificado tipo e-CPF em uma das em empresas autorizadas a credenciadas para emiti-lo. Ressalta-se que, somente após a análise e deferimento do pedido de habilitação, o acesso ao sistema via certificado Digital será efetivado.

Os usuários que hoje já se encontram habilitados nos mencionados módulos do Siscomex, utilizando-os pelo acesso CPF e senha, poderão optar pelo acesso via Certificado Digital (e-CPF), bastando para isso adquirirem o Certificado, sem necessidade de apresentação de opção por aquela modalidade de controle de acesso à SRF.

As vantagens do Siscomex WEB são:

Maior comodidade e agilidade aos usuários na obtenção, bloqueio, desbloqueio ou reativação de senhas de acesso;

Acesso imediato ao Siscomex Exportação e Mantra, após a obtenção da senha;

Acesso informatizado a vários serviços que anteriormente só eram liberados na presença do interessado.

6º Passo – Analisar aspectos tributários, nacionais e internacionais As empresas que exportam podem utilizar mecanismos que contribuem para uma diminuição dos tributos que normalmente são devidos nas operações no mercado interno, são chamados de Incentivos Fiscais

Os Incentivos Fiscais são benefícios destinados a eliminar os tributos incidentes sobre os produtos nas operações normais de mercado interno.

Quando se trata de uma exportação, é importante que o produto possa alcançar o mercado internacional em condições de competir em preço e, por isso, ela pode compensar o recolhimento dos impostos internos:

Informações referentes à tributação para exportação sobre qualquer produto podem ser fornecidas pela Secretaria da Receita Federal. As exportações brasileiras são beneficiadas por incentivos fiscais e tributários oferecidos pelo Governo, tais como:

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Imposto de Exportação: A regra é a não incidência, a isenção, ou a alíquota zero, para o I.E., tendo em vista que a incidência desse tributo diminuiria a competitividade do produto nacional no mercado internacional.

Porém, o I.E., previsto na Constituição Federal, art. 153, inciso II., incide sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados, entendidos como sendo produtos de procedência estrangeira que foram importados a título definitivo. Cabe ao Poder Executivo relacionar os produtos sujeitos ao imposto.

Não-incidência de IPI e ICMS - O exportador tem imunidade de pagamento do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) e a não-incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Manutenção de créditos fiscais de IPI e ICMS - O exportador estará apto a realizar manutenção dos créditos fiscais de IPI e ICMS relativos à compra de matérias-primas, produtos intermediários, materiais de embalagem, entre outros, que são efetivamente utilizados no processo produtivo de bens destinados à exportação.

Isenção do COFINS e PIS - O exportador é isento do pagamento da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e da Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS).

Crédito presumido do IPI - O exportador poderá receber crédito presumido do IPI quando produzir e exportar mercadorias que utilizem insumos nacionais, que sofreram incidência de PIS e COFINS.

IOF – As operações de câmbio vinculadas à exportação (serve também para outros bens e serviços) têm alíquota zero no Imposto sobre Operações Financeiras;

Redução da alíquota do Imposto de Renda - Remessas de divisas para o exterior, destinadas exclusivamente ao pagamento de despesas relacionadas com pesquisa de mercado para produtos brasileiros de exportação, bem como aquelas decorrentes de participação em exposições, feiras e eventos semelhantes são dedutíveis do Imposto de Renda. Despesas com aluguéis e arrendamentos de estandes e locais de exposição, vinculadas à promoção de produtos brasileiros, bem como propagandas realizadas no âmbito desses eventos, também possuem este benefício.

Drawback (Reembolso de Direitos Aduaneiros) - O exportador poderá utilizar-se também do regime aduaneiro especial de Drawback, que pode ser definido como um instrumento de estímulo às exportações, permitindo às empresas brasileiras o aperfeiçoamento e a modernização de seus produtos. Caracterizado como incentivo, compreende a suspensão ou isenção do recolhimento de taxas e impostos, incidentes sobre a importação de mercadorias utilizadas na industrialização, ou acondicionamento de produtos exportados ou a exportar.

7º Passo – Selecionar Canal de Distribuição

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O exportador deve definir um canal de distribuição. As exportações podem ser cursadas: diretamente, indiretamente ou por intermédio de Trading Companies.

7.1 - Exportação direta

A venda de produtos diretamente ao consumidor no exterior, possibilita a eliminação de intermediários. O contato entre exportador e importador é direto, o exportador fatura a mercadoria em nome do importador, providencia todos os trâmites necessários para a exportação e recebe o pagamento diretamente do importador, eliminando a atuação de Comerciais Exportadoras ou Trading Companies.

7.2 - Exportação indireta

São as exportações realizadas por meio de intermediários, conforme segue:

a) Empresa comercial exclusivamente exportadorab) Empresa comercial de atividade mista (que opera tanto nas atividades de mercado interno como da importação e exportação)c) Cooperativas ou consórcios de fabricantes ou exportadoresd) Indústria cuja atividade comercial de exportação seja desenvolvida com produtos fabricados por terceiros

7.3 - Exportações por intermédio de Trading Companies

Trading Company é a empresa que compra mercadoria em um mercado para revendê-la em outra.

8º Passo – Embalagem

Você deverá estar atendo para alguns aspectos importantes quando da preparação da mercadoria para exportação. Merece atenção especial o controle da qualidade das embalagens utilizadas, seja a embalagem para transporte ou aquela que será apresentada ao consumidor final. São vários os motivos para isso, dentre os quais se destacam:

Exigências do mercado internacional, tanto sob o aspecto de cumprimento da legislação dos países importadores, quanto da adaptação da aparência de seu produto ao gosto do consumidor;

Imagem do país no exterior, pois a sua mercadoria estará sendo uma espécie de “cartão de visitas” de nosso país.

Via de regra, as mercadorias devem ser embaladas pelo vendedor, tendo em vista a proteção durante o transporte, movimentação, armazenagem, comercialização e consumo.

FORMAS DE SE EMBALAR UMA MERCADORIA

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Embalagem de prateleira

Integra o preço e tem finalidade estética e de proteção simples.

Embalagem de transporte (acondicionamento)

Proporciona maior proteção e facilitação do manuseio e deslocamento.

Unitização

Corresponde à alocação de um conjunto de mercadorias em uma única unidade com dimensões padronizadas, o que facilita as operações de armazenamento e movimentação da carga sob forma mecanizada. Não constitui propriamente uma embalagem, é um acessório para o deslocamento ou transporte de carga, não integrado ao produto ou o conjunto de produtos armazenados.

FORMAS MAIS COMUNS DE UNITIZAÇÃO

PRÉ-LINGAGEM (amarração ou acintamento)

Envolvimento da carga por redes especiais (slings) ou cintas com alças adequadas à movimentação por içamento.

PALETIZAÇÃO

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Utilização de plataforma de madeira ou estrado destinado a suportar carga, fixada por meio de cintas, permitindo sua movimentação com o uso de garfos de empilhadeira.

CONTEINERIZAÇÃO

Colocação da carga em contêiner (cofre de carga), que é um recipiente construído de material resistente o suficiente para suportar uso repetitivo, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, permitindo fácil carregamento e descarregamento e adequado à movimentação mecânica e ao transporte por diferentes equipamentos.

OS PRODUTOS PODEM SER TRANSPORTADOS DE VÁRIAS FORMAS

EM CONTÊINER

No transporte aéreo, os contêineres são constituídos de material leve (alumínio ou fibra de vidro) e desenhados para máxima utilização do corte transversal do compartimento de carga do avião, sendo denominados igloos, quando refrigerados. Nas demais modalidades de transporte, são utilizados contêineres de tamanho padrão. Os mais comuns são os de 20 ou 40 pés, que acomodam, no máximo, respectivamente, 30 m3 ou 20 ton e 60 m3 ou 25 ton. Contêiner FCL (full container load) significa que o mesmo está carregado, "ovado" ou "estofado", e LCL (less contêiner load), não totalmente carregado.

Por se tratar de acessório para transporte de carga, o peso ou o volume externo do contêiner não é computado no cálculo do frete. Aliás, de modo geral, são oferecidas tarifas especiais para cargas conteinerizadas.

Ele possui as seguintes vantagens :

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reduz os gastos com embalagens;

dispensa o uso de armazéns;

reduz o custo com seguro, pela diminuição sensível de riscos de avarias e furtos;

facilita a carga e a descarga, garantindo manejo rápido e eficiente, com menor ônus que as demais cargas.

COMO CARGA GERAL

É a carga embarcada e transportada com acondicionamento (embalagem de transporte ou unitização), com marca de identificação e contagem de unidades. Pode ser:

Solta: inclui os volumes acondicionados sob dimensões e formas diversas, ou seja: sacarias, fardos, caixas de papelão e madeira, engradados, tambores, etc. Há perda significativa de tempo na manipulação, carregamento e descarregamento devido a grande quantidade de pequenos volumes, sujeitos a perdas e avarias, e a variedade de mercadorias;

Unitizada: agrupamentos de vários itens, distintos ou não, em unidades de transporte, conforme visto anteriormente.

COMO CARGA A GRANEL

É a carga embarcada e transportada, sem acondicionamento ou embalagens, diretamente em porões de navios específicos para cada tipo de produto, sendo muito comum seu uso nos transportes de grãos, tais como soja, milho, dentre outros.

CARGA FRIGORIFICADA

É a carga que necessita ser refrigerada ou congelada para conservar as qualidades essenciais do produto durante o transporte, tais como frutas frescas, carnes, etc.

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CARGA PERIGOSA

É a carga que, em virtude de sua natureza, pode provocar acidentes, danificando outras cargas ou os meios de transporte e colocando em risco as pessoas que a manipulam. As Recomendações para o Transporte de Produtos Perigosos das Nações Unidas, com base no tipo de risco que apresentam, dividem esse tipo de carga nas seguintes classes: explosivos, gases, líquidos inflamáveis, sólidos inflamáveis e semelhantes, substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos, substâncias tóxicas (venenosas) e substâncias infectantes, materiais radioativos, corrosivos e variedades de substâncias perigosas diversas.

NEO-GRANEL

Corresponde ao carregamento formado por conglomerados homogêneos de mercadorias, de carga geral, sem acondicionamento específico, cujo volume ou quantidade possibilita o transporte em lotes, em um único embarque (exemplo: veículos).

ROTULAGEM E MARCAÇÃO DE VOLUMES

Outros procedimentos importantes são a marcação dos volumes ( capítulo XVI da Portaria Secex nº 15 ) é a rotulagem da mercadoria.

A rotulagem tem a função de transmitir a imagem da empresa, observando as regras de identificação do produto de acordo com a legislação do país importador. Sendo assim, você deve se informar acerca dessa legislação antes de criar os rótulos para o seu produto.

A marcação dos volumes, feita pelo próprio exportador, é a identificação das mercadorias e do lote a ser embarcado. Esse procedimento tem a função de individualizar as mercadorias, facilitando sua identificação por parte do importador e das autoridades alfandegárias e fiscais, tanto no embarque quanto no desembarque.

Veja abaixo alguns símbolos utilizados internacionalmente para identificar mercadorias com características especiais:

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9º Passo - Definir Vias de Embarque, Condição de Venda (INCOTERMS) e Modalidade de Pagamento

Após a aceitação do produto por parte do cliente (importador), é preciso negociar três pontos fundamentais para concretizar a exportação: a condição de venda (INCOTERMS), a via de embarque e a modalidade de pagamento.

9.1 - FORMAS E VIAS DE EMBARQUE

O transporte internacional pode ser realizado pelos meios aéreo, marítimo e terrestre, ou pela combinação dos mesmos em uma mesma remessa que denominamos Multimodalidade. Definidas as condições de transporte com o cliente (importador), o exportador deve providenciar, com antecedência, a reserva de praça (local) para a carga no meio de transporte selecionado.

Fatores a serem analisados:

Pontos de embarque e desembarque;

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Urgência na entrega; Características da carga: peso, volume, formato, dimensão, periculosidade, cuidados

especiais, refrigeração etc; Possibilidade do uso dos meios de transporte, tais como disponibilidade, freqüência,

adequação, exigências legais.

9.1.1 – Multimodalidade

A opção vincula o percurso da carga a um único documento de transporte, designado Documento ou Conhecimento de Transporte Multimodal, independente das diferentes combinações de meios de transportes, como por exemplo, terrestre e aéreo. A lei nº. 9.611/98, 20.02.1998, mais conhecida como Lei do OTM, disciplina a utilização dos serviços de transporte multimodal.

9.1.2 - Transporte Aéreo

O transporte aéreo é baseado em normas da Associação de Transporte Aéreo Internacional (IATA – International Air Transport Association). A associação das empresas aéreas na IATA não é obrigatória. A IATA representa as companhias aéreas e estabelece tarifas máximas fixadas anualmente, com base nas rotas e nos serviços prestados.

As tarifas aéreas, no entanto, podem ser reduzidas em função de acordos bilaterais entre os governos e da competição resultante de programas de desregulamentação. Os produtos a serem embarcados por via aérea devem ser pesados e medidos, pois as normas da IATA estabelecem que um determinado peso não pode superar um volume máximo. A unidade de volume equivale a 6 mil cm3/Kg. Quando este limite é ultrapassado, o frete é calculado por volume.

Os principais intervenientes no transporte aéreo são as empresas de navegação aérea, os agentes de carga, e também a Infraero, que detém o monopólio da administração dos aeroportos e seus armazéns de carga no Brasil.

Conhecimento de embarque aéreo (Airway Bill) - O transporte aéreo comercial de carga é sempre documentado através do conhecimento aéreo (AWB – Airway Bill) que, a exemplo dos demais modais, é o documento mais importante do transporte. Ele pode ser tanto um conhecimento aéreo da companhia (acompanha a carga) quanto um conhecimento neutro (quando é do agente de carga).

Tipos de AWB:

AWB – Airway Bill: Representa uma carga embarcada diretamente.

MAWB - Master Airway Bill / HAWB - House Airway Bill: Representam cargas consolidadas, ou seja, cargas fracionadas ou de fornecedores (exportadores) distintos em um mesmo vôo ou itinerário.

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Além das funções normais este documento ainda pode representar fatura de frete e certificado de seguro.

9.1.3 - Transporte Ferroviário

O documento emitido para o transporte ferroviário é o conhecimento Internacional de Transporte Ferroviário (TIF) e Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA).

A composição do frete ferroviário é baseada em dois fatores: quilometragem percorrida (distância entre as estações de embarque e desembarque) e peso da mercadoria. Assim, pode ser calculado pela multiplicação da tarifa ferroviária por tonelada ou metro cúbico, utilizando-se aquele que contribuir com a maior receita. Pode também ser aplicada taxa de estadia do vagão (cobrada por dia).

9.1.4 - Transporte marítimo

O transporte marítimo pode ser dividido em longo curso (itinerário internacional) e cabotagem (transporte doméstico).

Tipos de navios - Em face da grande diversidade de cargas existem hoje vários tipos de navios dentre os quais os de carga geral, carga seca, com controle de temperatura, graneleiro para sólidos ou líquidos, tanque, petroleiro, roll-on roll-off (rampas com movimentos individuais para dentro e para fora) e porta-contêiner.

Linhas Regulares e Não-Regulares - Linhas regulares de navegação são aquelas estabelecidas pelas Companhias de Navegação. Linhas não-regulares são aquelas cujos navios não têm uma rota regular estabelecida. A sua rota é estabelecida à conveniência da Companhia de Navegação e embarcadores.

Fretes - Os fretes, no modal marítimo, podem ser cotados na base tonelada ou metro cúbico. Também podem ser cotados de forma global, como ocorre no embarque de containeres.

Conhecimento de Embarque - O conhecimento de embarque (BL – Bill of Landing) é um dos documentos mais importantes do comércio exterior, sendo de emissão da companhia responsável pelo transporte da mercadoria. O BL é um contrato de transporte, recibo de entrega da carga e título de crédito. O conhecimento pode ser emitido em quantas vias originais forem necessárias e solicitadas pelo embarcador. Normalmente é emitido em três vias. Os pagamentos de fretes marítimos são feitos pela companhia responsável pelo embarque, podendo ser feitos de três maneiras: pré-pago, a pagar e pagável no destino.

9.1.5 - Transporte Terrestre/Rodoviário

O transporte rodoviário pode ser realizado de forma nacional, dentro de um país, ou internacional, abrangendo dois ou mais países.

Tipos de veículos - Os veículos utilizados são basicamente caminhões e carretas.

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MIC/DTA - O transporte rodoviário possui um documento, emitido pelo despachante responsável pelo desembaraço da carga, denominado MIC/DTA – Manifesto Internacional de Carga Rodoviária/Declaração de Trânsito Aduaneiro. O MIC/DTA é um formulário único que combina o Manifesto de Carga com o Trânsito Aduaneiro. Ele pode ser utilizado quando a quantidade de carga for suficiente para a lotação de um veículo, reduzindo o tempo de trânsito (transit time), sem a necessidade de vistoria de carga em fronteira, mas apenas a conferência do lacre com o qual o veículo deve efetuar todo o percurso previsto. O MIC/DTA também permite que o desembaraço aduaneiro e o pagamento de impostos de importação ocorram no destino final e não no local de cruzamento da fronteira.

Conhecimento de Transporte - O conhecimento de transporte rodoviário, o CRT – Conhecimento de Transporte Internacional por Rodovia (Carta de Porte Internacional por Carreteira) - tem a função de contrato de transporte terrestre, recibo de entrega da carga e título de crédito. Ele é emitido em três vias originais, sendo uma do transportador, uma do embarcador e uma que acompanha a carga.

9.2 - CONDIÇÃO DE VENDA – INCOTERMS

Os INCOTERMS (International Commercial Terms - Condições Internacionais de Comércio) definem os direitos e obrigações mínimas do vendedor (exportador) e do comprador (importador), no que diz respeito a fretes, seguros, movimentações em terminais, liberações em alfândegas, pagamento de direitos aduaneiros e obtenção de documentos de um contrato internacional de venda de mercadorias.

As regras estabelecidas internacionalmente são uniformes e imparciais, servindo de base para negociações entre países.

Veja matéria editada neste site:clique aqui INCOTERMS

9.3 - MODALIDADES DE PAGAMENTO

As principais modalidades de pagamento no comércio exterior são:

Pagamento antecipado (Advanced Payment); Remessa direta ou sem saque (Clean Collection); Cobrança documentária (Sight Draft / Term Draft); Carta de crédito (L/C - Letter of Credit).

9.3.1 - Pagamento Antecipado

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É realizado antes do embarque da mercadoria e é caracterizado como uma garantia contra o cancelamento do pedido. Geralmente é parcial, ou seja, um percentual sobre o valor total da transação.

9.3.2 - Remessa Direta ou Remessa sem Saque

O exportador embarca a mercadoria e envia diretamente ao importador todos os documentos da operação. O importador, ao receber os documentos, promove o desembaraço da mercadoria na alfândega e posteriormente, providencia a remessa das divisas para o pagamento da operação.

9.3.3 - Cobrança Documentária

O exportador, após o embarque da mercadoria, emite uma Letra de Câmbio, também denominada “saque” ou “cambial”, que será enviada a um banco no país do importador, juntamente com os documentos de embarque. O pagamento poderá ser à vista ou a prazo, conforme acordado entre as partes. No caso da cobrança a prazo, o importador só poderá retirar os documentos do banco para desembaraço da mercadoria se aceitar (assinar, manifestando concordância) a cambial, que lhe será apresentada para pagamento no prazo oportuno.

Obs.: A Câmara de Comércio Internacional (CCI) estabeleceu regras e usos uniformes para a cobrança documentária, chamada Publicação nº 522, que define as responsabilidades das partes nesse processo. A publicação é adotada pela maioria dos bancos que prestam esse serviço.

9.3.4 - Carta de Crédito

A carta de crédito, também conhecida por “crédito documentário”, é a modalidade de pagamento mais praticada pelos comerciantes internacionais, porque oferece maiores garantias tanto ao exportador quanto ao importador.

Podemos defini-la como uma ordem de pagamento condicional, emitida por um banco, a pedido de seu cliente importador, em favor de um exportador, que somente faz jus ao recebimento se cumprir todas as exigências por ela estipulada. O exportador tem garantia de pagamento de dois ou mais bancos, e o importador, a certeza de que só haverá pagamento se suas exigências forem cumpridas.

A carta de crédito pode ser emitida para pagamento à vista ou a prazo e por se constituir em uma garantia bancária, acarreta custos adicionais para o importador, que paga taxas e comissões para a abertura do crédito, além de contra-garantias exigidas pelo banco emissor.A carta de crédito pode sofrer alterações, chamadas de “emendas”, que somente terão validade se forem aceitas por todas as partes intervenientes no crédito, a saber: banco emissor, banco confirmador, tomador do crédito e beneficiário.

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Obs.: A Câmara de Comércio Internacional (CCI) estabeleceu normas para a emissão e utilização de créditos documentários, amparados pela publicação nº 500 – “Regras e Usos Uniformes para Créditos Documentários”, aceitas internacionalmente.

10 º Passo - Contratação de Frete

Frete é a remuneração pelo serviço contratado de transporte de uma mercadoria. O pagamento do frete pode ocorrer de duas formas:

frete pré-pago (freight prepaid): é o frete pago no local de embarque;

frete a pagar (freight collect): é o frete pago no local de desembarque.

Os custos do transporte são influenciados por diversas características, tais como:

Tipo da carga, peso e volume; Fragilidade; Embalagem; Valor; Distância e localização dos pontos de embarque e desembarque.

A Tarifa do Frete depende do meio de transporte utilizado, como a seguir se apresenta:

FRETE MARÍTIMO

A tarifa do frete marítimo é composta basicamente dos seguintes itens: frete básico: valor cobrado segundo o peso ou o volume da mercadoria (cubagem), prevalecendo sempre o que propiciar maior receita ao armador;

AD-VALOREM

Percentual que incide sobre o valor FOB da mercadoria. Aplicado normalmente quando esse valor corresponder a mais de US$ 1000 por tonelada. Pode substituir o frete básico ou complementar seu valor;

SOBRETAXA DE COMBUSTÍVEL (BUKER SURCHARGE)

Percentual aplicado sobre o frete básico, destinado a cobrir custos com combustível;

TAXAS PARA VOLUMES PESADOS (HEAVY LIFT CHARGE)

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Valor de moeda atribuído às cargas cujos volumes individuais, excessivamente pesados (normalmente acima de 1500 kg), exijam condições especiais para embarque/desembarque ou acomodação no navio;

TAXAS PARA VOLUMES COM GRANDE DIMENSÕES (EXTRA LENGHT CHARGE)

Aplicada geralmente a mercadorias com comprimento superior a 12 metros;

SOBRETAXA DE CONGESTIONAMENTO (PORT CONGESTION SURCHARGE)

Incide sobre o frete básico, para portos onde existe demora para atracação dos navios;

FATOR DE AJUSTE CAMBIAL - CAF (CURRENCY ADJUSTMENT FACTOR)

Utilizado para moedas que se desvalorizam sistematicamente em relação ao dólar norte-americano;

ADICIONAL DE PORTO

Taxa cobrada quando a mercadoria tem como origem ou destino algum porto secundário ou fora da rota.

FRETE AÉREO

O transporte aéreo possui algumas vantagens sobre o marítimo, pois é mais rápido e seguro e são menores os custos com seguro, estocagem e embalagem, além de ser mais viável para remessa de amostras, brindes, bagagem desacompanhada, partes e peças de reposição, mercadoria perecível, animais, etc.

A base de cálculo do frete aéreo é obtida por meio do peso ou do volume da mercadoria, sendo considerado aquele que proporcionar o maior valor. Para saber se devemos considerar o peso ou o volume, a IATA (International Air Transport Association) estabeleceu a seguinte relação:

Relação IATA (peso/volume) : 1 kg = 6000 cm³ ou 1 ton 6 m³

Por exemplo: no caso de um peso de 1 kg acondicionado em um volume maior que 6000 cm³, considera-se o volume como base de cálculo do frete, caso contrário, considera-se o peso.

A IATA é uma entidade internacional que congrega grande parte das transportadoras aéreas do mundo, cujo objetivo é conhecer, estudar e procurar dar solução aos problemas técnicos,

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administrativos, econômicos ou políticos surgidos com o desenvolvimento do transporte aéreo.

As tarifas, baseadas em rotas, tráfegos e custos, são estabelecidas no âmbito da IATA pelas empresas aéreas, para serem cobradas uniformemente, conforme as classificações seguintes:

normal: aplicada aos transportes de até 45 kg;

tarifa de quantidade: para pesos superiores a 45 kg;

tarifa classificada (class rates): percentual adicionado ou deduzido da tarifa geral, conforme o caso, quando do transporte de mercadorias específicas (produtos perigosos, restos mortais e urnas, animais vivos, jornais e periódicos e cargas de valor, assim consideradas aquelas acima de US$ 1000/kg), apurados no aeroporto de carga;

tarifas específicas de carga (specific commodity rates): são tarifas reduzidas aplicáveis a determinas mercadorias, entre dois pontos determinados (transporte regular). Possuem peso mínimo;

tarifas ULD (Unit Load Device): transporte de unidade domicílio a domicílio, aplicável a cargas unitizadas, em que o carregamento e o descarregamento das unidades ficam por conta do remetente e destinatário (prevista a cobrança de multa por atraso por dia ou fração até que a unitização esteja concluída);

tarifa mínima: representa o valor mínimo a ser pago pelo embarcador. Não é classificada pela IATA.

FRETE RODOVIÁRIO

O transporte rodoviário internacional caracteriza-se pela simplicidade de funcionamento.

Ele possui as seguintes vantagens:

serviço porta a porta, significando que a mercadoria sofre apenas uma operação de carga (ponto de origem) e outra de descarga (local de destino);

maior freqüência e disponibilidade de vias de acesso;

maior agilidade e flexibilidade na manipulação das cargas;

facilidade na substituição de veículos, no caso de acidente ou quebra;

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ideal para viagens de curta e média distâncias;

No entanto, é importante lembrar a menor capacidade de carga e maior custo operacional, comparado ao ferroviário ou aquaviário e a diminuição da eficiência das estradas em épocas de grandes congestionamentos.

O Decreto nº 99.704, de 20/11/90, dispõe sobre a execução no Brasil do Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre, entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, que propicia regulamentação conjunta do transporte internacional terrestre no Cone Sul da América, permitindo a garantia de regularidade de atendimento, bem como definições pertinentes a direitos e obrigações de usuários e transportadores.

Ao se escolher a via rodoviária para exportação, alguns cuidados básicos devem ser tomados, tais como:

verificar se a empresa está autorizada a efetuar o transporte de forma direta ou se atua de forma combinada com empresa de outro país;

o seguro é obrigatório, cabendo a cada empresa contratar seu seguro pela responsabilidade emergente do contrato de transporte, extensivo aos proprietários ou condutores dos veículos destinados ao transporte próprio.

As tarifas de frete são organizadas individualmente por cada empresa de transporte e o frete pode ser calculado por peso, volume ou por lotação do veículo.

A composição do frete rodoviário é a seguinte:

Frete básico: tarifa x peso da mercadoria. Se a carga for "volumosa", pode-se considerar o volume no lugar do peso;

Taxa ad-valorem: percentual cobrado sobre o valor da mercadoria;

Seguro rodoviário obrigatório: os percentuais são aplicados sobre o preço FOB da mercadoria. O usuário deve consultar a transportadora para conhecer quais cláusulas da apólice de seguro dão cobertura e quais ele deve complementar com sua seguradora.

FRETE FERROVIÁRIO

O transporte ferroviário não é tão ágil e não possui tantas vias de acesso quanto o rodoviário, porém é mais barato, propiciando menor frete, transporta quantidades maiores e não está sujeito a riscos de congestionamentos.

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A participação do transporte ferroviário no Brasil com os países latino-americanos é pequena, sendo a diferença de bitola dos trilhos um dos principais entraves, além da baixa quantidade de vias férreas.

O Frete Ferroviário é baseado em dois fatores:

quilometragem percorrida: distância entre as estações de embarque e desembarque;

peso da mercadoria.

O frete ferroviário é calculado por meio da multiplicação da tarifa ferroviária pelo peso ou volume, utilizando-se aquele que proporcionar maior valor. Não incidem taxas de armazenagem, manuseio ou qualquer outra. Podem ser cobradas taxa de estadia do vagão e taxa administrativa pelo transbordo.

11º Passo - Formação do Preço de Exportação

Você já esta acostumado a fixar os preços dos seus produtos para o mercado interno, levando em conta os custos de produção, comercialização, tributos internos, etc. Quando o assunto é mercado internacional, no entanto, a composição de preço de exportação deve considerar novos elementos, bem como excluir outros que não incidirão nas vendas externas.

A determinação do preço de exportação é um dos aspectos mais importantes e decisivos para a conquista e permanência em determinado mercado. Fixá-lo pela primeira vez deve merecer atenção especial, tendo em vista que alterá-lo num curto espaço de tempo, quando o assunto é mercado internacional, é quase inaceitável.

Existem vários métodos para se obter o Preço de Exportação, dentre os quais os seguintes:

Valor presumido de um produto – A fixação do preço baseia-se na percepção que se tem com relação a determinado grupo de produtos que, por serem exóticos ou únicos, parecem mais caros para os consumidores do que outros produtos que não tem esse apelo;

Seguir o líder – Este é um dos métodos menos arriscados e mais utilizados por exportadores iniciantes que ainda não têm uma noção muito clara do mercado que esta ingressando. Os preços são fixados com base nos praticados pelos líderes no mercado-alvo.

No treinamento que abaixo apresentamos, foi adotado um método que consiste em:

1. Eliminar todos os itens que se encontram agregados ao preço de mercado interno e que não ocorrerão na exportação do produto;

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2. Adicionar ao resultado anterior todos aqueles elementos que não faziam parte do preço interno, mas que deverão compor o preço de venda para o exterior:

Preço de Venda do produto no mercado interno é igual a :

Preço Interno = Custo Total + Lucros + Tributos

Preço de Venda do produto no mercado externo é igual a :

Preço Externo = Preço Interno – Tributos – Despesas Internas + despesas Externas

Acompanhe abaixo como se deve proceder para simular o preço de exportação

Escolha uma das modalidades de Incoterms na barra de menu à esquerda.

1. No campo Preço de Mercado Interno (obrigatório), digite o valor no formato 99999 (não há necessidade de digitar nem ponto nem vírgula). Tecle TAB ao final do preenchimento;

2. Nos campos Componentes do Preço no Mercado Interno, informe os percentuais no formato 9999. Ao final do preenchimento de cada campo, tecle sempre TAB (o valor é calculado automaticamente)

3. Após preencher todos os percentuais nos campos Componentes do Preço no Mercado Interno, clique no botão calcular para obter um sub total. Proceda da mesma forma nos campos Componentes do Preço na Exportação.

4. Informe o percentual no campo Lucro desejado na Exportação, no formato 9999, e clique no botão calcular para obter o Preço de Exportação em moeda nacional.

5. Informe a taxa de câmbio no campo Taxa Cambial, no formato 9999. Clique no botão para obter o Preço de Exportação em dólares dos EUA.

Os valores informados em percentual são automaticamente replicados para as outras modalidades de Incoterms. Assim, quando passar de um Incoterm para outro, e, caso não queira modificar os percentuais anteriormente informados, não será necessário digitar esses campos novamente.

Caso queira modificar algum percentual anteriormente processado, limpe o campo a ser modificado, digite o novo percentual e clique no botão atualizar dados. Não esqueça de clicar nos botões calcular e novamente mandar atualizar dados.

Para simular novo preço, clique no botão limpa tudo e responda ok.

Clique aqui para ir ao Simulador de Preço de Exportação

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12º Passo – Formalizar a Negociação

Confirmado o fechamento do negócio, o exportador deve formalizar a negociação enviando uma fatura pró-forma. Esta fatura é um pré-contrato, semelhante a um pedido de compra, contendo o logotipo da empresa, informações sobre o importador e o exportador, descrição da mercadoria, peso líquido e bruto, quantidade, preço unitário e total, condição de venda, modalidade de pagamento, meio de transporte e tipo de embalagem. A fatura pró-forma garante as informações necessárias para a emissão da Carta de Crédito e para o fechamento de câmbio no caso de pagamento antecipado. Não existe nenhum padrão de pró-forma, cada exportador pode montar o seu, desde que contenha todas as informações descritas acima.

No comércio internacional, os documentos desempenham importante função. Uma negociação internacional formaliza-se por meio de um contrato, que não precisa ter uma forma pré-estabelecida, podendo ser uma carta ou um fax onde se definam as condições da operação. Para facilitar o intercâmbio comercial, alguns documentos são padronizados, embora haja diferenciações de modelos conforme o país importador, mas o importante é que haja clareza nas condições de negociações.

FATURA PROFORMA OU PRO FORMA INVOICE

Documento que dá início ao negócio. Logo após os primeiros contatos e manifestada a intenção de realização de uma operação comercial, o exportador emite para o importador uma fatura Proforma para que providencie a Licença de Importação, dentre outras providências. Este documento é o modelo de contrato mais freqüente, formaliza e confirma a negociação, desde que devolvido ao exportador, contendo o aceite do importador para as especificações contidas.

É similar à fatura definitiva, porém com características de um orçamento, ou seja, não gera obrigação de pagamento por parte do comprador.

Deve ser emitida no idioma do país importador ou em inglês.

O modelo apresentado contempla os dados essenciais de sua negociação. Você poderá acrescentar outros dados que julgue necessário, conforme solicitação do importador.

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MODELO DE FATURA PRÓ-FORMA

13º Passo – Preparar a mercadoria para embarque

Caso não haja mercadoria em estoque, o exportador deve agilizar a produção e informar previsão de entrega ao cliente, para que o mesmo possa tomar as providências necessárias quanto ao pagamento e iniciar os processos aduaneiros cabíveis de acordo com a legislação vigente no país.

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14º Passo – Solicitar a autorização de embarque

Concluída a produção da mercadoria, o exportador deverá confirmar com o importador se o pagamento ou a abertura da L/C já foi efetuado(a) e solicitar autorização para proceder com o embarque.

15º Passo – Providenciar a documentação para embarque

De posse da autorização de embarque do importador, é necessário iniciar a emissão da documentação que irá amparar a mercadoria. Esta documentação é composta por:

Romaneio ou Packing List - Documento que indica os volumes e respectivos conteúdos do embarque. Este documento é necessário para o desembaraço da mercadoria, tanto na saída promovida pelo exportador como também para orientar o importador, quando da chegada da mercadoria no país de destino.

Registro de Exportação - RE - De posse do romaneio torna-se possível o preenchimento do RE, no SISCOMEX.

Nota Fiscal - Preparado o RE, o passo seguinte é a emissão da Nota Fiscal que acompanhará a mercadoria desde a saída do estabelecimento até a efetiva liberação para o exterior.

Conhecimento de Embarque - Este documento é emitido pelo agente de carga ou transportador internacional da mercadoria.

Certificados - Dependendo da mercadoria que se esteja embarcando para o exterior, poderá ser exigido algum certificado que ateste a qualidade, a origem ou certas especificações do produto. Exemplo: Certificado de Origem, Certificado Fitossanitário, Certificado de Registro Genealógico, Certificado de Inspeção etc.

16º Passo – Embarque da mercadoria e despacho aduaneiro

Após a emissão da documentação, deverá ser efetuado o embarque da mercadoria e desembaraço na aduana (alfândega). O despacho de embarques aéreos ou marítimos é efetuado por agentes aduaneiros mediante o pagamento da taxa de capatazias. O embarque rodoviário é efetuado no próprio estabelecimento do produtor, ou em local pré-estabelecido pelo importador. A liberação da mercadoria para embarque é feita mediante a verificação

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física e da documentação realizadas por agentes da Receita Federal nos terminais aduaneiros. Após efetivado o Registro de Exportação – RE, e uma vez estando a mercadoria pronta para o embarque, a empresa, de posse de todos os documentos exigidos para a exportação, deverá providenciar a Declaração do Despacho de Exportação – DDE.

O Despacho de Exportação é o procedimento fiscal mediante o qual se processa o desembaraço aduaneiro da mercadoria destinada ao exterior, seja ela exportada a título definitivo ou não ( IN SRF nº 28/94 ).

Todas as etapas do despacho aduaneiro são feitas através do SISCOMEX, pelos despachantes aduaneiros devidamente credenciados.

17º Passo – Preparar a documentação pós-embarque

Embarcada a mercadoria para o exterior, inicia-se uma nova fase, que é a preparação dos documentos necessários para o recebimento dos recursos provenientes da exportação junto ao banco.

Documentos exigidos junto aos Bancos:

Fatura Comercial - Documento contendo todos os elementos básicos da operação como: descrição da mercadoria, logotipo da empresa, informações sobre o importador e o exportador, peso líquido e bruto, quantidade, preço unitário e total, condição de venda, modalidade de pagamento, meio de transporte, tipo de embalagem.

Registro de Exportação (RE) - O Registro de Exportação deve seguir com o conjunto de documentos para o banco no exterior.

Solicitação de Despacho (SD) - Documento emitido no SISCOMEX, que reúne um conjunto de informações referentes ao procedimento fiscal de liberação da mercadoria junto à alfândega.

Saque ou Cambial - Também denominado de Draft, representa o título de crédito da operação, deve ser enviado ao banco correspondente do importador no exterior.

Certificado ou Apólice de Seguro - É necessária sua apresentação nas operações conduzidas sob a modalidade Custo Seguro e Frete (CIF). O certificado de seguro é emitido pela seguradora contratada pelo exportador.

Fatura e/ou Visto Consular - É necessária quando o país de destino da mercadoria impuser este documento. A Fatura e/ou Visto Consular é validada em um consulado do país do importador no Brasil.

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Conhecimento de Embarque - Seus originais são documentos básicos para a negociação, uma vez que o importador os utilizará para o desembaraço da mercadoria no destino.

Carta de Crédito - Nas operações conduzidas sob esta condição de pagamento, o original deste documento é imprescindível para que o exportador possa concretizar a entrega e o recebimento de seu valor junto ao banco.

Certificados - Tanto aqueles certificados porventura exigidos para o embarque da mercadoria para o exterior como também aqueles que atestam a origem do produto exportado.

Carta de Entrega - Consiste em uma carta na qual são relacionados todos os documentos que estão sendo negociados (entregues ao banco). A cópia desta carta, devidamente protocolada pelo banco, representa a prova de que o exportador cumpriu o compromisso de negociar os documentos, exigidos pelo Banco Central do Brasil.

Obs.: Para negociação amparada pela modalidade de pagamento antecipado, esses documentos devem ser providenciados juntamente com os documentos de embarque.

18º Passo – Efetuar a Contratação de Operação de Câmbio

Para efetuar a operação de câmbio, é necessário negociar com uma instituição financeira autorizada ou uma corretora de câmbio o pagamento, em reais ou a conversão da moeda estrangeira, recebida pela aquisição das mercadorias exportadas. Esta operação é formalizada mediante um contrato de câmbio.

Após a confirmação da transferência para o banco do exportador deverá ser feita a liquidação do câmbio conforme as condições descritas no contrato de câmbio. O recebimento deverá ser em reais.

As corretoras de mercadorias podem oferecer um apoio importante às empresas nacionais que se dedicam à comercialização externa de seus produtos, inclusive para aquelas de pequeno e médio porte, que buscam ingressar no universo do comércio exterior ou firmar uma posição competitiva nos mercados globais. As corretoras que têm experiência e tradição na realização de operações de câmbio representam inestimável suporte para o exportador, seja pelo apurado expertise que detêm no negócio de intermediação de divisas, seja pelo aconselhamento técnico especializado que podem prestar à empresa exportadora, orientando-a no caminho freqüentemente intricado que conduz ao comércio internacional de bens e serviços. As corretoras também podem ajudar o exportador apresentando alternativas de operações de hedge (operações de proteção de preço realizadas nos mercados de derivativos da Bolsa), por intermédio das quais o exportador pode minimizar os riscos de variação cambial adversa ou de uma flutuação não prevista das taxas de juros, a que ele está normalmente exposto no seu cotidiano de negócios.

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ASPECTOS CAMBIAIS

Um mercado cambial ou de divisas é um mercado onde são compradas e vendidas as moedas dos diferentes países, pois não são aceitas moedas estrangeiras em pagamento das exportações, nem moeda nacional em pagamento das importações.

Além de exportadores e importadores, o mercado cambial é composto das bolsas de valores, dos bancos, dos corretores e todos aqueles que efetuam transações com o exterior.

No mercado cambial iremos encontrar dois grupos:

GRUPO VENDEDOR > Exportadores, turistas, tomadores de empréstimos, vendedores de serviços e especuladores.

GRUPO COMPRADOR > Importadores, turistas, compradores de serviços, compradores de títulos e especuladores.

Observação:

Os bancos atuam como intermediário entre os dois grupos acima, centralizando a compra e venda de divisas.

Os corretores de cambio atuam como intermediários entre os bancos e as partes interessadas, encarregando-se de procurar as melhores taxas e condições para seus clientes. O Banco Central do Brasil é o órgão executor da política cambial brasileira, é ele quem autoriza os bancos comerciais a operarem no mercado cambial.

O contrato de câmbio é o instrumento firmado entre o vendedor e o comprador de moedas estrangeiras, no qual se mencionam as características completas das operações de câmbio e as condições sob as quais se realizam. Ele tem por objeto a troca de divisas. Assim sendo, sempre teremos como contrapartida do valor em moeda estrangeira, apontado no contrato de câmbio, o valor correspondente àquele em moeda nacional, obtido em função da conversão efetuada pela taxa de câmbio.

TAXA DE CÂMBIO

A taxa de câmbio é o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira. Por exemplo: se 1 dólar = 2,30 reais, isso significa que estamos quantificando em real o valor da moeda americana. Por outro lado, do ponto de vista do estrangeiro, significa que 1 real vale 0,4347 dólar.

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No contrato, o exportador compromete-se a entregar determinada quantia de moeda estrangeira, decorrente de sua operação de exportação, devendo a instituição, em contrapartida, entregar o equivalente em moeda nacional, dentro de determinadas condições.As operações de exportação, sob o aspecto cambial, podem ser efetuadas:

SEM COBERTURA CAMBIAL

Não há remessa de divisas do exterior para o pagamento da mercadorias. Exemplos:

remessas de mercadorias para participação em feiras e exposições no exterior, até o limite de US$. 5.000,00. É necessário a comprovação da participação no evento;

remessas de mercadorias para complementação ou correção de embarque, tais como: quebra, avaria, indenização por defeito de fabricas, etc;

animais reprodutores; material destinado a testes, exames ou pesquisas, com finalidade

industrial ou cientifica, etc.

COM COBERTURA CAMBIAL

Ocorre o pagamento proveniente do exterior devido à remessa da mercadoria.

As exportações com cobertura cambial deverão estar vinculadas no SISCOMEX, a um contato de câmbio.

A contratação ou fechamento do câmbio é uma fase muito importante no processo de exportação, pois é nesse momento que ocorrerá a venda para o banco, por parte do exportador, da moeda estrangeira resultante da operação de exportação.

As operações de câmbio referentes à exportação podem ser fechadas antes do embarque ou após o embarque.

Antes do embarque , sob a modalidade de Pagamento Antecipado da Exportação, ocorre o ingresso da moeda estrangeira para a liquidação pronta (as moedas transacionadas deverão ser entregues dentro do prazo de até dois dias úteis). É empregado principalmente nos casos em que o importador financia o exportador. As antecipações podem ser efetuadas pelo importador ou por qualquer pessoa jurídica no exterior, inclusive instituições financeiras.

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Após o embarque , sob as demais modalidades (Remessa sem saque, Cobrança Documentária e Carta de Crédito) ocorre o ingresso de moeda estrangeira para liquidação pronta ou futura (prazo superior a 2 dias úteis ). No caso de exportação financiada, os pagamentos serão efetuados conforme consignado no Registro de Crédito – RC.

Os bancos autorizados a operar em câmbio podem efetuar operações de Câmbio Simplificado decorrentes de vendas de bens no exterior, por pessoa física ou jurídica, até o limite, por operação, de US$ 20 mil ou o equivalente em outra moeda. Tal limite refere-se ao valor da venda ao exterior registrada no SISCOMEX com Registro de Exportação Simplificada – RES.

Essa modalidade de exportação é uma ferramenta de grande utilidade para as PME – Pequenas e Médias Empresas com vocação exportadora e que têm interesse em explorar o comércio eletrônico – e-commerce.

As Operações de câmbio simplificada estão dispensadas de:

Apresentação, pelo exportador, ao banco autorizado a operar em câmbio, dos documentos da operação comercial;

Vinculação, pelo banco comprador da moeda estrangeira, do contrato de câmbio ao respectivo RES.

A formalização das operações é efetuada mediante simples assinatura de boleto, por parte do exportador. O registro no SISBACEN, pelos bancos, é efetuado no mesmo dia da liquidação do contato de câmbio, sendo gerado automaticamente um contrato de cambio de exportação, para cada boleto registrado.

O pagamento das operações simplificadas pode ser efetuado, inclusive, com cartão de crédito internacional emitido no exterior, onde a administradora do cartão assume a responsabilidade pelo câmbio.

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Observação

CÂMBIO TRADICIONAL CÂMBIO SIMPLIFICADO

Sem limite de valor Com limite de valor (até US$ 20.000,00)

Preenchimento do Contrato de Câmbio exige 26 informações

Preenchimento do Boleto de Compra e Venda requer apenas 5 informações

Exportador assina Contrato de Câmbio Exportador assina apenas Boleto de Compra e Venda, comprovando a negociação da moeda estrangeira

Deve existir um Contrato de Câmbio para cada RE - Registro de Exportação

Um único Boleto de Compra e Venda pode englobar diversos RES - Registro de Exportação Simplificado

Contrato de Câmbio deve ser vinculado ao respectivo RE

Boleto de Compra e Venda está dispensado de ser vinculado ao RES

Contrato de Câmbio pode ser negociado para liquidação pronta ou futura, com concessão de ACC/ACE

Boleto de Compra e Venda negociado somente para liquidação pronta, proibida a concessão de ACC/ACE

Exportador é obrigado a entregar ao banco os documentos representativos da exportação

Exportador está dispensado de entregar ao banco os documentos representativos da exportação

Banco é o responsável por guardar os documentos de exportação, por 5 anos, para eventual apresentação futura ao Banco Central

Exportador é o responsável pela guarda dos documentos de exportação, por 5 anos, para eventual apresentação futura ao Banco Central

Não é permitido o pagamento de exportação com cartão de crédito

Exportações até US$ 20.000,00 podem ser pagas com cartão de crédito

Valores decorrentes de Contratos de Câmbio de exportação não precisam ser creditados em conta corrente, sendo obrigatório apenas quando se tratar de débitos

Valores dos Boletos de Compra e Venda acima de US$ 20.000,00, obrigatoriamente, devem ser creditados na conta corrente do exportador

Contrato de Câmbio pode ser negociado até 360 dias antes ou após o embarque

Boleto de Compra e Venda pode ser negociado até 90 dias antes ou após o embarque

Fonte: CASTRO, José A. Exportação: Aspectos Práticos e Operacionais. Aduaneiras: 1999 - Atualizado por Sâmia Nagib Maluf.–(extraído do sitio–http://www.aprendendoexportar.gov.br)

FLUXOGRAMA DA EXPORTAÇÃO

A seguir apresentaremos um fluxograma da exportação:

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clique aqui e veja o Fluxograma da Exportação

SEMPRE É BOM CONHECER ALGUNS ASPECTOS DE:

Incentivos à Exportação O principal propósito do financiamento às exportações é tornar o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional. Se sua empresa tem um produto de boa qualidade, semelhante aos melhores do mundo, mas você não consegue ser competitivo, uma das razões pode estar no financiamento. Muitas vezes, a decisão de compra de um bem ou serviço, pode ser determinada pelas condições de pagamento. O financiamento à exportação pode ser concedido na fase de produção da mercadoria, é o chamado crédito pré-embarque ou após o embarque da mercadoria, chamado pós-embarque. Quanto ao beneficiário do crédito (tomador), a exportação, financiada com recursos de agentes financeiros, pode ser classificada em: Suppliers Credit (Crédito ao Fornecedor) ou Buyers Credit (Crédito ao Comprador). O financiamento Suppliers Credit, na prática, é um refinanciamento, pois o vendedor, utilizando o crédito que recebe, financia o comprador. O Buyers Credit é um financiamento, onde o crédito é fornecido diretamente ao importador. Ao vender sua mercadoria, o exportador fica aguardando o pagamento, ao longo do prazo pactuado ou, então, pode receber à vista do agente financiador e este se torna credor do importador. São consideradas exportações financiadas aquelas com prazos de pagamento superiores há 180 dias. O prazo de pagamento da exportação de bens compreende, na maioria das vezes, o espaço de tempo entre a data de embarque da mercadoria e a data de vencimento da última parcela do pagamento. Nas exportações financiadas, os exportadores e os agentes financeiros devem obter, da parte dos importadores, garantias que assegurem a entrada no país do valor em moeda estrangeira da exportação e dos encargos incidentes no financiamento. Toda exportação financiada acarreta cobrança de juros. Usualmente os juros são cobrados com base na taxa Libor (taxa interbancária de Londres). A amortização da exportação financiada se dá pelo pagamento do principal e dos juros em parcelas iguais e consecutivas, sempre com a mesma periodicidade. A carência (vencimento da primeira parcela), geralmente, é limitada há 180 dias a partir da data de embarque do produto.

Existem vários tipos de financiamento, tanto pré-embarque quanto pós-embarque. Abaixo estão os mais utilizados:

Adiantamento sobre Contrato de Câmbio – ACC

O ACC é um adiantamento feito por uma instituição financeira ao exportador antes da exportação (pré-embarque). O exportador se compromete a entregar a esta instituição, após o embarque da mercadoria, as respectivas divisas. Numa analogia com o mercado interno, o ACC pode ser comparado a um desconto de pedido de venda em carteira. O baixo custo de captação representa um diferencial dos adiantamentos e um dos principais fatores de estímulo à busca desses mecanismos pelo exportador. Outra vantagem é que a alíquota de IOF é reduzida a zero.

BNDES-Exim Pré-Embarque de Curto Prazo

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É um financiamento ao exportador, com prazo de pagamento de até 180 dias, na fase pré-embarque da produção de bens que apresentem índice de nacionalização, em valor, igual ou superior a 60%. Estas operações serão realizadas exclusivamente através de instituições financeiras credenciadas e destinadas à empresa exportadora constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País.

BNDES-Exim Pré-Embarque Especial

Trata-se de um financiamento ao exportador para parte dos recursos necessários à produção de bens a serem exportados, sem vinculação de embarques específicos. É concedido por meio de instituições financeiras credenciadas, mediante a abertura de crédito fixo. A parcela financiada pelo BNDES levará em conta o acréscimo estimado das exportações em relação aos 12 meses anteriores. O prazo é de até 12 meses, podendo ser estendido para 30 meses, em determinados casos. É destinado a empresas de qualquer porte (pessoas jurídicas constituídas pelas leis brasileiras, que tenham sede e administração no Brasil), exportadoras de bens.

Adiantamento sobre Cambiais Entregues – ACE

O ACE é um adiantamento feito por uma instituição financeira ao exportador, por conta do efetivo embarque de mercadorias exportadas (pós-embarque). Reduz os custos financeiros para o exportador brasileiro, possibilitando competitividade, porque dá melhores prazos de pagamento com custos menores ao importador. Para solicitar o adiantamento, o exportador se dirige a uma instituição autorizada a operar em câmbio com o contrato de câmbio e os documentos representativos da venda, entre os quais a letra de câmbio ou saque. O ACE, numa comparação com o mercado interno, assemelha-se a um desconto de duplicata mercantil. Valem para o ACE as vantagens e obrigações do ACC. O ACE tem prazo máximo em 210 dias, limitado ao prazo de pagamento dos saques de exportação.

Programa de financiamento às Exportações – Proex

O Proex foi criado pelo governo federal em 1991 com o objetivo de proporcionar às exportações brasileiras condições de financiamento equivalentes às do mercado internacional. O programa apóia a exportação de bens e de serviços, como, por exemplo, serviços de engenharia. Os bens financiáveis são os listados no anexo à Portaria MDIC nº 58, de 10 de abril de 2002, além de serviços de instalação, montagem e funcionamento, no exterior, de máquinas e equipamentos de fabricação nacional. Atualmente, mais de 90% dos itens da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM são financiáveis pelo Proex. Por causa de sua complexidade, essas operações são examinadas pelo Comitê de Crédito às Exportações - CCEX, independentemente de seu valor.

Os recursos do Proex provêm do Tesouro Nacional e são previstos anualmente no Orçamento Geral da União.O programa opera por meio das modalidades de financiamento e de equalização de taxas de juros. Em qualquer das modalidades o exportador recebe, à vista, o valor da exportação. Diferentemente do BNDES-Exim, o Proex só está disponível na fase pós-embarque. É administrado pelo Banco do Brasil, agente financeiro da União e o pedido do financiamento é

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feito por meio do preenchimento do Registro de Operação de Crédito – RC no Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex. O exportador pode também pedir uma carta de credenciamento ao Banco do Brasil S.A., para mostrar ao importador que dispõe de financiamento, principalmente nos casos de participação em concorrência internacional. Os prazos de pagamento de financiamento ou de equalização de taxas de juros variam de dois meses a dez anos. As exportações podem ser realizadas individualmente ou em pacote. Entende-se por pacote de exportação a venda, numa única transação, de produtos de natureza semelhante, porém com prazos de pagamento distintos. O prazo de pagamento do pacote de exportação é ditado pela mercadoria ou conjunto de mercadorias de maior prazo, quando o valor a um deles atribuído representa parcela igual ou superior a 60% do valor da exportação. Para os demais casos, prevalece a média ponderada dos prazos, em função do valor de cada mercadoria. O Proex não financia nem paga equalização de taxas de juros sobre valor de comissão de agente.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Elaboração: Jorge Luiz Oliveira CAMPINAS, SÃO PAULO, BRAZIL ABRIL DE 2007

Empresa: MOWIMEX - IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Rua Frei Antonio de Pádua, nº 825 CEP.: 13.070-330 - Campinas - São Paulo - Brasil Fone: 55 19 3242 9545 E-mail: [email protected] Home page: www.mowimex.com.br Skype: oliveira-jl

Referências Pesquisadas:

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC – http://www.mdic.gov.brAprendendo a exportar – http://www.aprendendoexportar.gov.brBanco do Brasil – http://www.bb.com.brPortal do Exportador – http://portaldoexportador.gov.brBNDES – http://www.bndes.gov.brReceita Federal – http://www.receita.fazenda.gov.brCentral de Atendimento ao Exportador – RJ – http://www.bvrj.com.br/caerj

Agradecimentos: Meus particulares agradecimentos a todos aqueles que colaboraram e contribuíram, quer seja pela cordialidade e atenção com que nos atenderam ou, quer seja, pela disponibilidade de informações de seu próprio site, para que pudéssemos agora estar divulgando esta interessante e dinâmica matéria, cujo objetivo nada mais é do que somarmos mais um nesta corrente de cooperação para um Pais mais empreendedor. Muito obrigado.

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