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APRENDENDO SOBRE AIDS E - bvsms.saude.gov.brbvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/aprendendo_aids.pdf · também de amor, de amizade, de ajuda. Essas histórias mostram como essas doenças

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APRENDENDO SOBRE AIDS EDOENÇAS SEXUALMENTE

TRANSMISSÍVEISLIVRO DA FAMÍLIA

Brasília, DF2001

Ministério da SaúdeSecretaria de Políticas de SaúdeDepartamento de Atenção Básica

Coordenação Nacional de DST e Aids

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©2001. Ministério da SaúdeÉ permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte1ª Edição: 19982ª Edição: 20003ª Edição: 2001Tiragem: 400.000 exemplares

Ministério da SaúdeSecretaria de Políticas de SaúdeCoordenação Nacional de DST e AidsEsplanada dos Ministérios, bloco G – sobrelojaCEP: 70058-900 – Brasília – DFDisque Saúde/Pergunte Aids: 0800 61 1997home page: http://www.aids.gov.br

Edição financiada com recursos do Projeto AD/BRA 99/E02 MS/SPS/CN DST/AIDS eUNDCP.

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

Ficha Catalogáfica

Brasil. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de DST e Aids

Aprendendo sobre Aids e doenças sexualmente transmissíveis: livro da família/ Ministério da

Saúde, Coordenação Nacional de DST e Aids. –3.ª edição. – Brasília : Ministério da Saúde, 2001.

84 p. : il.

ISBN : 85–334–0178–7

1. Doenças sexualmente transmissíveis – Aids – Livro da família. 2. Aids

– Manual – Família. I. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. II. Título. III.

CDU 616-97

NLM WC 503

DB 8

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Sumário

Apresentação...............................................................................................................................05

I - APRENDENDO SOBRE AS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.

A história da Graça e do Francisco....................................................................................13

II - APRENDENDO SOBRE SÍFILIS e SÍFILIS CONGÊNITA

A história da Rita e do Gilson..............................................................................................39

III - APRENDENDO SOBRE AIDS

A história do Kleber e da Rosinha.......................................................................................59

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APRESENTAÇÃO

Há 15 anos, a chegada da aids ao Brasil e a divulgação dos primeiros casos da doença edas imagens dos seus primeiros pacientes nos hospitais, provocou entre a população umforte impacto e um medo de uma nova e desconhecida doença, associada a uma experiênciadolorosa e que provocava a morte rápida e inevitável.

Essa visão ameaçadora da aids que se espalhou entre as pessoas, finalmente, foiminimizada pela recente descoberta da terapia combinada de medicamentos anti-retrovirais, distribuídos de graça pelo Estado aos portadores do vírus de imunodeficiênciahumana, o HIV, agente infeccioso causador da síndrome da imunodeficiência adquirida,popularmente conhecida entre nós com o nome de aids. Trata-se de uma doença incurávelque atinge cada vez mais jovens, mulheres e crianças, principalmente das classes sociaismais pobres, avançando, de fato, das grandes cidades para os pequenos municípios dointerior do País, obrigando o Governo a enfrentar um grande desafio: Como fazer chegarao cidadão comum a informação correta sobre a aids e as doenças sexualmentetransmissíveis, as chamadas DST; e principalmente, como convencê-lo da necessidadeda adoção de novos comportamentos para que ele se previna das DST e evite se infectarpelo HIV?

Nesse sentido, é fundamental o empenho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), aserviço do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) ou do Programa de Saúdeda Família (PSF). Os ACS atuam junto às famílias, orientando-as sobre a melhor maneirade cuidar da sua saúde e auxiliando-as a identificar as causas das doenças que as afligem.No combate à epidemia da aids, certamente, os ACS constituirão um grupo valoroso ededicado de jovens treinados para informar e educar a população dos seus municípiossobre as principais noções de higiene e saúde a serem seguidas. Entre elas, as formasmais adequadas de prevenção e assistência às doenças, como é das DST e do HIV/aids, eoferecendo a devida orientação para a prática do sexo seguro. Sempre respeitando astradições sociais e culturais de cada indivíduo, da sua família e da comunidade em queele vive; e, quando necessário, encaminhando-o para um centro de saúde com enfermeiros,médicos e outros profissionais de saúde, especialmente treinados para o seu melhoratendimento ao público.

Por esse motivo, o Ministério da Saúde, graças a um exemplar trabalho de parceria entrea Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids e a Coordenaçãode Saúde da Comunidade, produziu e tem a satisfação de apresentar o livro Aprendendosobre Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis, que não é apenas mais um eficiente manualde consulta à sua disposição. Daqui por diante, ele será o companheiro constante einsubstituível da família brasileira, aquele a quem poderá recorrer sempre que precisar daorientação mais segura para proteger a sua saúde e bem-estar destes tempos de epidemiada aids.

José Serra Ministro da Saúde

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Nós somos Agentes Comunitários de Saúde e vamos apresentareste livro para vocês.

Discutiremos sobre as doenças sexualmente transmissíveis e emespecial a sífilis e a aids. Vamos falar também de como prevenir atransmissão da sífilis e do vírus da aids da mãe infectada para seubebê.

Nós precisamos conhecer bem essas doenças, porque muitasdelas são graves e algumas ainda não têm cura, e a cada dia aumentao número de pessoas infectadas por elas.

Os autores deste livro conversaram com pessoas da comunidadepara saber o que elas gostariam de aprender sobre essas doenças.Juntando com as informações que os profissionais de saúde tambémconsideram importantes, surgiu este material.

Que este livro seja uma ferramenta preciosa na luta por mais saúdepara todos.

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Queremos chamar a atenção de vocês, principalmente, para duascoisas:

- a prevenção, isto é, como tomar cuidado para não pegar osmicróbios que causam as doenças sexualmente transmissíveis e aaids.

- a solidariedade, que é o amor, o apoio da família e dos amigospara com as pessoas que estiverem com aids ou qualquer outradoença.

O lacinho aparecerá em vários lugares, ele é o símbolo da uniãodas pessoas na luta contra a aids.

É a união da fé, da esperança, do trabalho contra a doença, emfavor da vida.

Neste livro, o lacinho aparece de olhos e boca bem abertos parachamar ainda mais a atenção das pessoas para a prevenção e asolidariedade.

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Vamos falar primeiro das Doenças Sexualmente Transmissíveis,mais conhecidas por DST.

Depois daremos destaque à sífilis por causa da sífilis congênita,que é a sífilis no bebê. E, por último, à aids, destacando a transmissãodo vírus da mãe para o bebê.

Para falar dessas doenças vamos ter que falar de coisasrelacionadas com sexo. Muita gente tem vergonha ou não gosta defalar disso, mas o sexo faz parte da vida, assim como sentir, pensar,comer, dormir.

Falaremos de parceiro sexual, isto é, o companheiro oucompanheira de uma pessoa na relação sexual. Quer dizer, tanto fazser homem ou mulher, nós chamaremos de parceiro sexual.

Para aprender mais sobre as DST, as pessoas precisam conhecerbem seu corpo, principalmente seus órgãos genitais. Pois é nos órgãosgenitais que as DST mais aparecem.

Os órgãos genitais do homem e da mulher se apresentam de duas maneiras:

- os que a gente vê, são chamados de órgãos genitais externos;- outros que só podem ser vistos por exame médico ou com o

auxílio de certos aparelhos, são chamados de órgãos genitaisinternos.

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Na mulher os órgãos genitais ficam mais escondidos, são maisinternos.

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No homem os órgãos genitais aparecem mais, são mais externos.

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Conversando com pessoas da comunidade, ficou decidido queeste livro seria apresentado assim:

Nas páginas do lado esquerdo (números pares), vamos contarhistórias de famílias onde houve casos dessas doenças, trocando osnomes das pessoas, é claro.

São histórias que falam de medo, de sofrimento. Mas falamtambém de amor, de amizade, de ajuda.

Essas histórias mostram como essas doenças podem acontecerem qualquer família, quando não são observados os meios deprevenção.

Nas páginas do lado direito (números ímpares), vamos explicarsobre as doenças, acompanhando o que aconteceu com a família dahistória que está sendo contada.

As informações dessas páginas devem contribuir para que vocêspossam se prevenir das DST e do vírus da aids; orientar o que fazerquando se tem uma DST ou o vírus da aids; e como podemos ajudaràqueles que estão doentes de aids.

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I- APRENDENDO SOBREAS DOENÇAS SEXUALMENTE

TRANSMISSÍVEIS.A história da Graça e do Francisco.

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Graça era uma jovem alegre,bonitinha e estudiosa. Gostavamuito do seu namorado, oFrancisco. E tinha uma grandeamiga, a Lurdinha. As duas ado-ravam conversar e voltavamsempre juntas da escola.

Um dia a Graça falou para aLurdinha:

- Lurdinha, eu estou comumas coceiras lá por baixo, hádias. Estou ficando nervosa,irritada. Tem horas que pareceque sentei num formigueiro.Não sei o que vou fazer.

- Você já falou com suamãe?

- Você está maluca? Mamãevai ficar toda nervosa, vai pensarlogo que estou com algumadaquelas doenças.

- Que doenças?- Doenças de mulher da rua,

sua boba. Você não sabe o queé isso?

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O que são as Doenças SexualmenteTransmissíveis - DST?

São doenças causadas por vírus, bactérias ououtros micróbios e transmitidas, principalmente, nasrelações sexuais.

Muita gente chama de doenças venéreas, doenças da rua, doenças domundo. Onde você mora como são chamadas?

Ter relação sexual faz parte da vida das pessoas. Cada pessoa escolhecom quem quer ter relação sexual. Então, tem relação de mulher com homem,de homem com homem, de mulher com mulher.

Há várias maneiras de termos uma relação sexual. Em qualquer tipo derelação sexual podemos pegar ou passar uma DST. A cada dia tem maisgente pegando uma DST.

Pense e Lembre

As DST podem ser evitadas.

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A Lurdinha então lembrou que aprofessora tinha explicado, na aula deciências, sobre as doenças que apessoa pode pegar nas relaçõessexuais. A professora tinha falado quecada vez aumenta mais o número demoças e rapazes que pegam umaDoença Sexualmente Transmissível.

- Agora estou lembrando do que aprofessora falou sobre essas doenças.Graça, será que você está com isso?Bem que a minha mãe não me deixatransar.

- O que é isso Lurdinha, então vocêestá pensando que eu estou com umadessas doenças? Eu não estou comnada disso não. Eu só transo com oFrancisco.

- E vocês usam camisinha? Aprofessora falou que tem que usar.

- Ah, é? Eu quero saber se ela usa. Eu e o Francisco nãogostamos e também a gente não precisa.

- Mas Graça e se o Francisco está com alguma dessas doençase passou para você?

- Ele não está com nada não. Ele tem muita saúde. E depois, jáfalei que se ele transar com outra garota eu termino com ele enamoro com o meu vizinho, que é “doido” por mim.Ele morre de ciúmes.

- Então, por que você está com essas coceiras?

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Por que tem muita gente pegando DST?

Porque muita gente não sabe o que são as DST.Ou então sabe e não toma cuidado para seproteger dessas doenças.

Quando um dos parceiros da relação sexual está infectado com umaDST, principalmente na relação em que há penetração, pode-se pegar oupassar uma DST.

Como a pessoa que está infectada pode não apresentar ou sentir nada,considerando-se, dessa forma, saudável, pode não adotar cuidados deprevenção. Por isso, a cada dia mais gente pega DST.

Pense e lembre

Quando temos uma DST, temos maischances de pegar outra DST,inclusive o vírus da aids.

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A Graça não sabia bem como tinha sido infectada.

- Eu acho que peguei esse micróbiono banheiro da escola, o pessoal nãolimpa nada direito.

- Mas você viu na aula a professorafalando que assim não se pega, que noassento do ônibus também não pega.Coitada de você, Graça. O que você vai fazer para ficar boa disso?

-Eu vou fazer umas lavagens com água e vinagre, que nem aminha prima falou que faz.

A Graça sentiu um pouco de alívio com as lavagens, mas não ficouboa.

Dias depois apareceu um corrimento. Depois esse corrimento ficoucom mau cheiro e ela começou a sentir umas dores na barriga, abaixodo umbigo.

A Lurdinha estava preocupada com a amiga.

- Graça, o que você vai fazer agora? Eu acho que você vai terque falar com sua mãe.

- Vou nada Lurdinha, vou tomar aspirina e vou melhorar.

Mas, além de não melhorar, a Graça começou a sentir dor na horade transar. E aí, o Francisco ficou chateado porque ela estava evitandotransar.

A Graça, então, ficou muito assustada.

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Quem é mais atingido pelas DST?

Quem tem relações sexuais sem proteção dacamisinha.

Hoje em dia, temos mais liberdade sexual e existem mais remédiospara tratar as DST, ao mesmo tempo aparecem novas doenças como aaids, que ainda não tem cura.

O melhor é não descuidar da prevenção.

Por esse motivo vamos mostrar como podemos prevenir as DST, comosuspeitar se temos uma DST para poder tratar o mais cedo possível. Dessaforma, a gente se previne das complicações da doença e também de pegaro vírus da aids.

Pense e lembre

O uso correto da camisinha,durante todas as relações sexuais,previne as DST e o vírus da aids.

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A Lurdinha lembrou da sua vizinha, aRosely, que era agente de saúde.

- Você devia falar com a Rosely, aminha vizinha que é agente de saúde.Ela é legal, eu converso muito com ela,adoramos falar sobre as novelas. Eladeve saber o que fazer.

- Sei lá, eu não conheço ela. Edepois, será que ela não vai contar paraos outros o que eu tenho? Ela vai nacasa de todo mundo.

- Fala nada. Se ela ficasse falando das doenças que vê na casade cada um para os outros, o povo não ia deixar ela entrar mais nacasa deles.

- Sei não. Ô droga, por que isso foi acontecer logo comigo?

Como a Graça só fazia piorar, e a Lurdinha não parava de insistir,elas foram falar com a Rosely.

Quando encontrou a Rosely a Graça foi contando logo tudo quesentia. Ela já não agüentava mais.

Quando ela acabou a Rosely perguntou:

- Graça, você tem namorado, não é? Vocês transam sempre decamisinha?

- Olha a gente não precisa de camisinha, nós dois temos saúde.Você está achando que eu estou com o que?

- Por tudo que você me falou que está sentindo, eu acho quevocê pode estar com uma Doença Sexualmente Transmissível, umaDST.

- E o que você vai fazer para me ajudar, Rosely?

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Como saber se estamos com uma DST?

Existem alguns sinais e sintomas que fazem a gente suspeitar de umaDST.

É importante conhecer os sinais e sintomas de uma DST para procurarrápido um serviço de saúde, quando eles aparecerem.

Se a gente estiver com uma DST, só os profissionais de saúde sabemidentificar corretamente a doença e indicar o tratamento certo.

Não devemos fazer tratamento receitado por parentes, amigos ou nafarmácia.

Se tomarmos o remédio errado ou o remédio certo em dose errada, porum período de tempo errado, a doença pode até melhorar, mas voltará empouco tempo. Esse erro pode fazer o micróbio ficar mais forte e, por isso,resistente ao tratamento.

Pense e lembre

O tratamento certo cura a DSTe evita passar a doença para outras pessoas.

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Rosely falou para Graça que ela precisava ir ao Posto de Saúde.- Mas Rosely, você não é agente de saúde? Você deve saber o

que fazer no meu caso.- Sei sim, sei que tenho que mandar você para um serviço de

saúde! Eu não trato doença de ninguém, eu oriento para a pessoanão ficar doente, mas se ela já está doente eu encaminho para oserviço de saúde. Quem vai saber como tratar de você é a doutoraMarli. Ela chegou há pouco no posto de saúde e é uma boa médica.Amanhã cedo venho lhe buscar para ir lá no Posto.

- Amanhã eu não posso, tenho prova.- Então vamos de tarde.- Está bem eu venho aqui encontrar com você.

Mas a Graça não apareceu. Ela não estava querendo ir à médica,tinha medo de sua mãe saber e desconfiar do que estava acontecendo.

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O que são sinais e sintomas?

Sinal é o que a gente vê.

Como os orgãos genitais dos homens são mais externos, eles podem vermelhor os sinais das DST. As mulheres têm seus órgãos genitais mais internose assim fica mais difícil que elas vejam esses sinais.

Sintoma é o que a gente sente.

Tanto o homem quanto a mulher podem ter sintomas quandopegam uma DST.

Pense e lembre

Os sinais e sintomas das DST aparecem,principalmente, em nossos órgãos genitais,podendo aparecer também em outraspartes de nosso corpo.

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Dias depois a Graçaacabou indo com a Roselyao posto de saúde.

Chegando lá esperouum pouco até ser atendida.Foi ficando nervosa. Masquando começou aconversar com a doutoragostou dela e sentiu-semelhor.

Depois de perguntar omotivo da consulta, o queela sentia, o que fazia, adoutora foi examiná-la.Enquanto examinava adoutora ia perguntando mais coisas.

- Quer dizer então que você tem um namorado? E o que vocêsusam quando têm relações sexuais?

- A gente não usa nada. A senhora está achando que eu pegueiisso com ele? O que é que eu tenho doutora?

- Você está com um corrimento vaginal. Eu vou lhe dar remédiopara isso e após o tratamento você volta para revisão. O micróbioque está causando isso em você pode não dar sintoma em seunamorado. Ou seja, ele pode não ver nem sentir nada. Mas éimportante que os dois se tratem e que durante o tratamento vocêssuspendam as relações sexuais. Diga para ele vir logo aqui para setratar também.

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Quais são os sinais de DST?

Feridas, também chamadas deúlceras.

As feridas aparecem onde o mi-cróbio da doença entrou no corpo.Assim, aparecem nos órgãos ge-nitais ou em qualquer parte do corpousada durante a relação sexual.Podem ser uma ou várias feridas e

podem doer ou não. As feridas aumentam muito o risco da pessoa pegar ovírus da aids.

Corrimentos

Os corrimentos aparecem nosórgãos genitais dos homens e dasmulheres. Podem ser amarelados,como pus, esbranquiçados ou es-verdeados. Alguns têm cheiro fortee ruim. Tem gente com corrimento

que sente dor ao urinar e nas relações sexuais. Tem gente que não sentenada. Na mulher, quando o corrimento é pouco, só é visto pelo profissionalde saúde ao fazer seu exame ginecológico.

Verrugas

São como uns caroços enrru-gados, parecendo uma couve flor.A verruga não dói, às vezes dácoceira ou irritação. O tratamentonão mata o vírus que causa essaDST, só destrói a verruga. Então a

pessoa precisa de acompanhamento médico regular. Esse acom-panhamento é muito importante porque as verrugas aumentam as chancesde câncer de colo do útero e de pênis, e nas gestantes podem causarsangramento e infectar o bebê na hora do parto.

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A Graça ficou sóimaginando o que oFrancisco ia fazer.

- Sei não doutora, euduvido que ele venha.Ele não está sentindonada, ele é todo machãoe também não vai quererse consultar com asenhora.

- Graça, o caso é quevocê está com uma DST.Você me disse que sótransa com ele, então eletambém tem a doença.Se ele não se tratar logo,vai passar de novo paravocê e a doença pode secomplicar. E o pior, é quequalquer DST é umaporta aberta para o vírusda aids. Você sabe o que é aids? A maioria das DST tem cura, masa aids ainda não tem.

- Desconjuro, doutora, eu sei me cuidar. Eu não vou pegar aidsnão.

- Mas você pegou essa DST. DST é uma coisa muito séria, se apessoa não sabe se cuidar pode ter conseqüências desagradáveisou até muito graves. Se seu namorado não quiser vir se consultarcomigo, fale então para ele vir se consultar com o Doutor Paulo.

- Eu vou falar com ele, com médico deve ser mais fácil.

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Quais são os sintomas de DST?

Ardência ou coceira

Esses sintomas podem ser mais sentidos ao urinar ou durante asrelações sexuais. Há pessoas que apresentam os dois sintomas, outrasapresentam um só, e outras que não sentem nada.

Dor ou mal-estar.

A dor ou o mal-estar pode ser sentido embaixo do umbigo, na parte maisbaixa da barriga, durante as relações sexuais ou ao urinar.

Pense e lembre

Pessoas infectadas por DST podemnão ter sinais ou sintomas da doença.Então, é importante fazer prevençãoe exames médicos de rotina.

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A doutora ainda explicou para aGraça que algumas DST progridemsem apresentar sinais ou sintomas,como a sífilis e a aids, por exemplo.Então os profissionais de saúdesempre aconselham a pessoa quetem uma DST a fazer exame paraessas doenças.

A Graça ficou assustada e disseque ia pensar.

De tardinha quando encontrou oFrancisco foi uma briga só.

-O que você está me dizendo, Graça? Que eu passei doençapara você? Eu não tenho nada, você é que está cheia de mazela.

-Mas a doutora explicou que você pode ter o micróbio e nãosentir nada. E agora ainda tem o perigo da aids.

-Essa doutora deve estar errada.-Não Francisco, ela é boa médica. A Rosely falou que todo mundo

que se trata com ela gosta muito.-Aids é coisa de “viado”, gente que se pica e piranha. Comigo

não tem perigo.-A doutora disse que para não ter perigo só transando de

camisinha. E você não gosta de usar. Quem sabe com quem vocêandou transando!

-Sem essa de ciúme, Graça. Você também não gosta de transarcom camisinha. E sabe o que mais? Quem está com coceira e doraí por baixo é você e não eu.

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O que devemos fazer se estamos comum sinal ou sintoma de DST

Devemos procurar logo um serviço de saúde.

Quando estamos com uma DST, temos que:

- falar com quem se tem relação sexual para ir também ao serviçode saúde;

- fazer, até o fim, o tratamento indicado pelo serviço de saúde;- evitar ter relação sexual e, se não der para evitar, só transar usando

camisinha;- voltar ao serviço de saúde para fazer a revisão (controle de cura), e as

mulheres para fazerem também o exame preventivo do câncer de colodo útero, mantendo-o em dia conforme indicação de seu médico.

Pense e lembre

Existe tratamento para quase todas as DST.São tratamentos fáceis, que curam, quando sedescobre e se trata logo a doença.

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A Graça ficou uma fera com oFrancisco por ele desconfiar dela, eresolveu terminar o namoro.

A Rosely orientou a Graça paraque ela fizesse o tratamentodireitinho.

A Graça estava sem coragem defazer o exame para aids. Mas acaboufazendo. E não foi só porque adoutora Marli e a Rosely insistiram,ela mesma se convenceu que eraimportante quando soube do sustoque sua prima passou.

- Lurdinha, eu quase morro desusto. Lembra a minha prima dacapital?

- Sei sim. Aquela que você ficana casa dela quando vai para lá,não é?

- Essa mesmo, o namorado delaestá com o vírus da aids e ela nemdesconfiava. Ainda bem que eles não transavam sem camisinha.

- É, não é todo mundo que é cuidadoso assim.- É, depois disso eu fui correndo fazer meus exames. Deu tudo

negativo, graças a Deus. E também já fiquei boa da minha DST.Que alívio!

Mas e o Francisco, o que ele resolveu fazer?

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Como fazer o tratamento das DST?

Tomando de forma correta o remédio indicado peloserviço de saúde.

Cada DST tem um tipo de tratamento e só o profissional de saúde poderáavaliar e fazer esta indicação.

Fazer o tratamento certo é:- só tomar remédio indicado pelo serviço de saúde;- tomar o remédio na quantidade certa e nas horas certas;- continuar o tratamento até o fim, mesmo que não se tenha mais nenhum

sinal nem sinta mais nada;- levar o parceiro sexual para ser tratado também.

Pense e lembre

O tratamento certo cura a DST,evita outra DST e de passara doença para outras pessoas.

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O Francisco, já que a Graçaresolveu dar um tempo nonamoro, correu para a Zenir, umagarota de sua rua com quem eletransava de vez em quando. E nãoficou só com ela . Transou comoutras garotas. Dias depois dessa“farra de solteiro”, começou a sairum corrimento, com aspecto depus, do seu pênis e a sentir dorna hora de urinar. Aí ele seapavorou e correu para a farmáciado seu Tadeu.

- Seu Tadeu, eu estou compus saindo do meu “pirú”. Osenhor sabe que remédio eudevo tomar?

- É isso aí rapaz, com doençavenérea a gente não podebrincar. Vou lhe dar um remédioporreta.

- E aí eu fico bom logo?- Fica rapaz, eu sei o que

faço.

Seu Tadeu receitou umantibiótico e o Francisco começou logo a tomar.

E melhorou? Que nada. Aí ele ficou mais assustado ainda. Entãoele lembrou que a Graça tinha falado de um médico no posto desaúde e resolveu ir lá.

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O que acontece quando não se faz otratamento certo da DST?

Podemos ter complicações graves da doença eestaremos em risco de pegar outra DST, inclusive ovírus da aids.

Essas complicações podem ser:- esterilidade no homem e na mulher, quer dizer, a pessoa não pode

mais ter filhos;- inflamação nos órgãos genitais do homem, podendo causar impotência;- inflamação no útero, nas trompas e ovários da mulher, podendo

complicar para uma infecção em todo o corpo que pode lhe causar amorte;

- mais chances de ter câncer de colo do útero e pênis;- nascimento de bebês antes do tempo ou com defeito no corpo e até a

morte do bebê na barriga da mãe ou depois do nascimento.

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O doutor Paulo era um médicomeio sério, mas passava confiança.

Enquanto fazia o exame, perguntoutudo para o Francisco e lhe deu umaboa bronca.

- É isso aí. Vocês só aparecemquando estão com algum problema,não é? Se tivesse vindo aqui quandosua namorada apareceu com ocorrimento, seu tratamento seria maissimples e rápido. Agora você só secomplicou. Vocês estão cansados deouvir que as DST passam de umapessoa para outra, que tem o perigode se pegar o vírus da aids e nãotomam cuidado.

- Mas doutor, eu só transava coma Graça e, às vezes, com umasoutras menininhas, todas bonitinhase limpinhas. Não pensei que tinha perigo.

- É rapaz, vê se aprende, sem camisinha sempre tem risco. Evocê ainda foi se tratar na farmácia e isso complicou mais.

- Mas agora eu vou ficar bom, não é doutor?- Se fizer o tratamento certo, vai. E eu lhe aconselho a fazer

também os testes para sífilis e para o vírus da aids. Essas sãodoenças que se pegam na relação sexual e são doenças que podemnão dar sintomas no começo, mas quando eles aparecem é porquejá complicou.

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Que situações aumentam o risco de sepegar uma DST?

As principais situações de risco são:

- pessoas que têm relações sexuais sem usar camisinha;- pessoas cujo companheiro ou companheira tem relação sexual com

outras pessoas sem usar camisinha;- pessoas que usam drogas injetáveis, compartilhando agulhas e seringas,

isto é, duas ou mais pessoas usando as mesmas agulhas e seringas;- pessoas cujo companheiro ou companheira usa drogas compartilhando

agulhas e seringas;- pessoas que tomam transfusão de sangue que não foi testado.

Pense e Lembre

A aids, a sífilis e as hepatites B e Csão DST graves, porque podem levara complicações e à morte.

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Usando uma banana, o doutor Paulodeu uma aula de como usar a camisinhapara o Francisco.

- Está vendo bem como é, Francisco.De agora em diante você não pode dizerque não sabe e nem que não temdinheiro para comprar, porque podeconseguir, de graça, aqui no posto desaúde. Você não terá desculpa, seráburrrice ou relaxamento mesmo.

- É que a gente não acha que essascoisas vão acontecer com a gente, doutor.

- Eu sei, mas, como você viu,acontece. E vê se faz logo todos osexames que pedi, está certo? E não esqueça de agora em diante:transar, só com camisinha.

O Francisco ficou assustado e com medo de fazer os testes, mascomo ficou com mais medo ainda das complicações das doenças,resolveu fazer logo os exames. E, por sorte, não tinha nem sífilis nemo vírus da aids.

Depois de um tempo ele e a Graça voltaram a namorar.

Rosely ficou pensando na proposta da doutora Marli para organizargrupos de gestantes, adolescentes e jovens da comunidade, paraconversarem sobre as DST e a aids.

Vendo o caso da Graça e do Francisco e outros casos parecidoscom o deles, a Rosely viu a necessidade de informar e conversarmais sobre isso. E lembrou de um velho ditado:

PREVENIR É MELHOR QUE REMEDIAR.

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Como fazer a prevenção das DST?

A melhor forma de prevenção é usar sempre ecorretamente a camisinha nas relações sexuais eevitar as situações de risco.

Como usar a camisinha:

1- Colocar sempre a camisinha quando o pênis estiver duro.Colocar a camisinha sobre a cabeça do pênis, segurando sua pontapara sair todo o ar. Se ficar ar ou se a camisinha não ficar bem encaixadana cabeça do pênis, ela arrebenta facilmente durante a relação. Oespaço que fica serve para depositar o esperma.

2- Continuar segurando a ponta da camisinha e ir desenrolando até que opênis fique todo coberto por ela.

3- Depois de gozar, retirar o pênis enquanto ele ainda estiver duro. Quandoo pênis começa a amolecer, a camisinha fica frouxa e o esperma podederramar.

4- Retirar a camisinha com cuidado, não deixando que o esperma sejaderramado.

5- Depois de retirada a camisinha, dar um nó e jogar no lixo.

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Recomendações

Cuidados que devemos ter com a camisinha:

- não passar óleos na camisinha; tudo que é gorduroso pode rasgar acamisinha;

- guardar as camisinhas em lugar fresco e seco;- não usar camisinha que esteja pegajosa, ressecada ou que pareça

estragada;- verificar a data de validade da camisinha;- se a camisinha for comprada na farmácia, verificar se ela tem o selo de

qualidade do INMETRO.

Não devemos tervergonha por pegar umaDST. Qualquer pessoaque tem relações sexuaiscorre esse risco, quandonão adota medidas deprevenção.

Toda mulher que tem ou já teve relação sexual, deve fazer exameginecológico (exame dos órgãos genitais) pelo menos uma vez por ano e oexame de prevenção do câncer de colo do útero, no tempo recomendadopelo médico.

Toda gestante deve fazer o pré-natal desde o começo da gravidez. Omicróbio da sífilis, o vírus da aids e de outras DST podem passar da mãepara o bebê. Nas consultas do pré-natal, o médico pode descobrir muitasdoenças que prejudicam a mãe e o bebê.

Todo homem também deve fazer exame médico periódico.

Pense e lembre

Cada dia aumenta o número de pessoascom DST e com o vírus da aids.Não deixe isso acontecer com você.Coloque todas essas informações em prática.

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II - APRENDENDOSOBRE SÍFILIS

e SÍFILIS CONGÊNITAA história da Rita e do Gilson

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Um dia quando a Rosely foichamar sua amiga,a Cleide, para ira uma festa, encontrou-a muitoagitada. Logo a Cleide que era acalma em pessoa.

- O que houve com vocêCleide?

- Ah, Rosely! Eu acabei desaber de uma coisa muito triste.

- E o que foi? Conta logo.- Uma vizinha minha, a Rita,

que mudou para cá há pouco,quando ficou grávida, iniciou opré-natal ainda na outra cidadeonde morava, e descobriu quetinha sífilis.

Rosely procurou acalmar a amiga.

- Coitada, que susto ela tomou, ter sífilis na gravidez! Ainda bemque sífilis tem tratamento. Ela se tratou logo que descobriu?

- A Rita disse que o médico receitou logo, para ela, uma injeçãoe chamou seu marido, o Gilson, para se tratar também.

- Isso mesmo, então tá tudo certo. E o marido se tratou?- Ela disse que ele ficou muito envergonhado, preocupado com

ela e com o bebê. E fez o tratamento direitinho.- É, nessas horas eles ficam assim mesmo, mas ele tinha é que

se cuidar para não pegar uma doença dessa e ainda passar para amulher. Mas então, se ficou tudo sob controle, por que você está tãonervosa?

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O que é sífilis?

A sífilis é uma DST, porque se pega, principalmente,durante as relações sexuais.

A sífilis pode causar complicações muito graves quando não tratada. Masquando a gente descobre a tempo e faz o tratamento certo, é uma doençafácil de curar.

Pense e lembre

Sífilis tem cura.Seu tratamento é simples, barato e rápido.

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A Cleide, então, contou paraRosely o que tinha acontecidocom a Rita.

- É, quando eles chegaramaqui, a Rita foi no posto de saúdee a doutora Marli solicitou oexame para sífilis, porque elaestava no sétimo mês degravidez e o exame deu positivooutra vez.

- Você quer dizer que a Ritaestá com sífilis de novo?

- Pois é Rosely, está. Eucheguei há pouco da casa delae estou muito preocupada. Elaestá muito nervosa e não pára dechorar.

- E tem que estar mesmo,tem o perigo de o bebê ter pego sífilis. E no bebê, você sabe comoé, a sífilis pode ser uma doença grave. Mas esse marido é muitodescuidado. Como ele nem se lembrou que a mulher está grávida.E agora, Cleide, o que é que ele fez?

- Ele ainda não sabe de nada, está viajando. A Rita está dizendoque não quer ver ele nem coberto de ouro.

A Rosely sabia bem dessas histórias. No posto de saúde ondetrabalha, de vez em quando aparecem homens, principalmente os queviajam muito, se queixando de DST. A Cleide também sabia dessashistórias, pois seu irmão, que trabalha viajando muito, causa semprepreocupação para sua cunhada, que vive com medo dele pegar umaDST e passar para ela.

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O que é sífilis congênita?

É a sífilis que o bebê pega da mãe durante agravidez. A mãe passa o micróbio pelo sangue,através da placenta, para seu bebê.

O tratamento da sífilis é simples, barato e rápido. Já o tratamento da sífiliscongênita é complicado, castiga muito o bebê e é caro.

Então, para evitar que o bebê pegue sífilis, os médicos recomendam quetoda gestante faça exames para sífilis.

Pense e lembre

O pré- natal é muito importante.É no pré-natal que a gestante faz o examepara saber se tem sífilis e para descobrirse tem outros problemas.

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Mas a Rosely estava intrigadacom uma coisa:

- Cleide, logo no início dadoença, geralmente aparece umaferidinha no corpo, no lugar ondeo micróbio entrou. A Rita não viunada, nem o marido dela?

- Acho que não, Rosely. Dojeito que ele viaja, pode teraparecido quando ele estavafora. E ele pode nem terpercebido.

- É, você tem razão, a feridanão dói e some logo depois,mesmo sem tratamento. Mas aRita, depois do susto que passou no início da gravidez, só devia tertransado com o Gilson de camisinha.

- E você acha que é fácil falar isso com o marido? Ainda mais apobrezinha da Rita, que é toda tímida.

A Cleide estava preocupada também porque a Rita não tinhanenhum parente na cidade, não conhecia ninguém, só as vizinhas.

- Rosely, eu estou com muita pena da Rita e não sei o que fazerpara ajudar. Consolar ajuda, mas eu queria ajudar mais.

- Isso mesmo, então a primeira coisa que você pode fazer éleva-la à Dra. Marli. É importante que ela se trate de novo parasífilis e imediatamente, por causa do bebê.

É isso mesmo, do jeito que ela está sem ânimo para nada, vaiacabar prejudicando a ela e ao bebê.

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Como saber se temos sífilis?

Fazendo um exame de sangue para sífilis.

Muitas vezes, a pessoa infectada pelo micróbio da sífilis não sente nempercebe nada no seu corpo. Para saber se foi infectada, é necessário sefazer um exame de sangue. O exame mais usado é chamado VDRL.

Outras vezes, a pessoa desconfia que tem sífilis quando observa apresença de uma única ferida, que não dói, localizada principalmente nosórgãos genitais. Ou ainda quando observa a presença de manchas pelo corpo,nas palmas das mãos e na sola dos pés.

Pense e lembre

O exame e o tratamento para sífilissão gratuitos na rede pública de saúde.Exija, é um direito seu.

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A Rita estavamuito triste e abatida.Não entendia como oGilson tinha passadosífilis, de novo, paraela.

Cleide eu nãoconsigo acreditarque estou com sífilisde novo. Eu fiz tudodireitinho. No pré-natal o médico disseque toda gestantedeve fazer o examepara sífilis. Então eufiz. Deu sífilis, eu tratei, o Gilson também tratou. Ele parecia tãoassustado quanto eu. E ainda estava envergonhado, porque foi eleque me passou a doença. Ele sabe que eu só transo com ele, sabemuito bem que o safado é ele. O que vai ser do meu bebê agora?

-Rita, eu entendo seu desespero, mas o que você tem que fazeragora é se tratar de novo. A Rosely, uma amiga minha, que é agentede saúde, disse que se você fizer logo o tratamento, você fica curadae tem mais chance de proteger o bebê.

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Quem deve fazer o exame para sífilis?

Toda gestante, toda mulher que quer engravidar etoda pessoa que tem uma DST e seus parceirossexuais.

Explicando melhor, deve fazer o exame para sífilis:- toda mulher que está com vontade de engravidar;- toda gestante: 2 vezes durante a gravidez, logo no seu início e no sétimo

mês de gravidez. E, também, quando a gestante se interna para ter obebê ou quando tem aborto. O aborto pode ter sido causado pelasífilis;

- toda pessoa que tiver um sinal ou sintoma de DST; por exemplo: ferida,verruga, corrimento e coceira nos órgãos genitais;

- o companheiro ou companheira de uma pessoa que está com sífilis,ou com outra DST.

Pense e lembre

Toda gestante tem direito ao examee tratamento para sífilis, gratuito,em serviços de pré-natal da rede pública desaúde.

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No posto de saúde a Rita foilogo dizendo para a doutora Marli:

-Mas doutora, eu me tratei e oGilson se tratou também quandoeu descobri que estava com sífilisno início da gravidez. Depois nemeu nem ele tivemos nada, nãosentimos nada. Será que omédico fez o tratamento certo? Oque a gente sente quando temsífilis?

- Rita, com base em suas informações, seu tratamento foirealizado corretamente. É Rita, a sífilis engana muita gente. A sífilisapesar de ter cura é uma doença perigosa, porque a maioria daspessoas pode não apresentar os sinais da doença e até não tersintoma algum. Ou ter os sintomas e sinais da doença de forma tãofraca que a pessoa nem percebe. O micróbio da sífilis age de formasilenciosa, traiçoeira. Vai prejudicando nosso corpo, a gente nãosente nada e quando descobre a doença, ela já está avançada.

-Então doutora, eu e o Gilson devemos ser dessas pessoas aí,que pegam essa doença desgraçada e não sentem nada.

-Mas Rita, depois do susto que você levou, quando descobriuque estava grávida e com sífilis, como é que estava tendo relaçõessem usar camisinha?

-Mas doutora o Gilson se tratou quando eu me tratei e ele sempreteve muita saúde, sempre foi muito forte. Depois o que ele ia pensarse eu pedisse para ele usar camisinha? O marido da minha vizinhaquase deu nela quando ela falou nisso. Eu vim da roça, não souacostumada com essas coisas.

E a Rita começou a chorar, dizendo que queria voltar para perto desua mãe.

A doutora Marli conversou com a Rita, procurando consolá-la eexplicando o que ela teria que fazer para se tratar de novo.

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Como a sífilis se apresenta no corpo?

A sífilis é uma doença traiçoeira, ela vai atacando ocorpo aos poucos.Ela pode se apresentar, se não for tratada, em trêsfases.

Primeira fase:

Aparecimento de uma ferida no lugar ondeo micróbio da sífilis entra no corpo. Issoacontece umas 2 a 3 semanas depois dainfecção. A ferida não dói e some semtratamento. Mas o micróbio continua no corpoda pessoa e ela pode infectar outras pessoas.

Segunda fase:

Essa fase se apresenta por manchasno corpo, nas palmas das mãos e na solados pés e por ínguas(caroços), febre e mal-estar. Esses sinais e sintomas podemaparecer até 6 meses depois da infecçãopelo micróbio da sífilis.

Tem gente que não apresenta nem a 1º nem a 2º fase. Mas o micróbioestá silencioso dentro do corpo, danificando os órgãos e sendo passado,durante as relações sexuais, para outras pessoas.

Terceira fase:Essa fase é o resultado da ação destruidora do micróbio

da sífilis, que durante anos a fio, vem atacando o corpo dapessoa sem que ela sinta nada. O micróbio da sífilis podeprejudicar os ossos, o coração, a mente e fazer com que apessoa fique aleijada, doente do coração, com problemas

mentais ou até provocar sua morte.

Pense e lembre

A terceira fase da sífilis não tem cura.O remédio mata o micróbio da sífilis,mas não conserta os estragosque ele causou no corpo da pessoa.

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Dias depois, a Ritavoltou ao posto de saúdepara buscar o resultadode outros examessolicitados pela doutoraMarli.

-Vamos Rita, porque está triste? O que hádesta vez? Anime-se, eutenho boas notícias paravocê. Lembra o que eute expliquei na primeiravez que você veio aqui?Da importância de sefazer também examepara aids? Gostei de ver, você decidiu fazer o exame e eu tenhouma boa notícia para você: ele deu negativo!

-Graças a Deus, doutora, se eu tivesse com mais essa doençanão sei o que faria com o Gilson!

- Vamos lá Rita, você está com muita raiva, eu compreendo. Masvocê, que tem mostrado ser uma mulher corajosa, tem que ser corajosao bastante para convencer seu marido a usar a camisinha.

-E eu lá quero saber mais disso, doutora. Eu não quero ver essesafado, lazarento mais nunca! Se acontecer alguma coisa com meufilhinho, eu não sei o que faço.

- Rita, hoje você vai tomar a última injeção para sífilis e o melhorque você pode fazer agora é se cuidar bem. Não deixe de vir àsconsultas de pré-natal e, se transar, não esqueça da camisinha.Assim, você estará cuidando também do seu bebê.

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Como é o tratamento da gestante comsífilis?

Ele é feito com penicilina. Se a mãe for alérgica àpenicilina, ela toma outro remédio, mas neste caso obebê não será tratado.

Na primeira consulta de pré-natal o médico deve pedir o exame parasífilis. A mãe deve fazer logo o exame e voltar ao médico. Porque se elaestiver com sífilis quanto mais cedo se tratar melhor será para ela e paraseu bebê que está em formação.

Ela tem que fazer o tratamento completo e com orientação de seumédico.

Para o acompanhamento de cura, a gestante deverá repetir o examepara sífilis todo mês.

O companheiro da gestante com sífilis também deve se tratar e acamisinha deve ser usada.

A camisinha deverá sempre ser usada quando um dos parceiros sexuaisdecidir ter relações “fora de casa”.

Pense e lembre

A sífilis, como qualquer DST, é doença detransmissão sexual.O parceiro tem que ser tratado sempre.

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Cleide passava todosos dias para conversarcom a Rita. As outrasvizinhas também erammuito carinhosas com ela.D. Jesus, a vizinha dolado, a tratava como filha.

- Olha só, Cleide, ocasaquinho de crochéque a D. Jesus fez parao bebê. Ela está meensinando a fazer umsapatinho.

- Que amor, Rita. E você, como está?- Eu estou bem, mas continuo nervosa e preocupada com meu

bebê. Será que ele vai nascer com sífilis?- Como você fez seu tratamento direitinho, seu bebê deve nascer

sem problemas, Rita. E o Gilson, já chegou?- Está para chegar, mas eu não quero saber dele.

O dia que o Gilson voltou foi terrível, ele ficou arrasado com anotícia. A Rita expulsou ele de casa. D. Jesus também estava danadacom ele, mas falou com seu filho para receber o Gilson em sua casa.

Quando ele encontrou com a Cleide, pediu para ela:

- Cleide fala com a Rita para deixar eu voltar. Eu sei que fiz tudoerrado, transei por aí e passei a doença de novo para ela. Mas euestou muito arrependido. Eu só fico pensando no que pode acontecercom nosso filhinho.

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O que pode acontecer com o bebê quepega sífilis na barriga da mãe?

O bebê poderá nascer com sífilis congênita ou não.Isso dependerá de quando e como foi feito otratamento da mãe.

O bebê é tratado se a gestante faz, seguindo corretamente a orientaçãomédica, o tratamento com penicilina. O remédio passa para o bebê pelaplacenta e assim ele também é tratado e nasce sem problemas. Quanto maiscedo for o tratamento da mãe, maior será a proteção do bebê.

O bebê não é tratado quando:- a mãe é alérgica à penicilina e faz o tratamento com outro remédio;- a mãe começa o tratamento com penicilina mas o bebê nasce logo

depois. Por exemplo: a mãe faz o tratamento para sífilis no sétimomês de gestação e o bebê nasce no oitavo. Ou quando a mãe só faz otratamento no nono mês.

Nesses dois casos, mesmo que o bebê nasça aparentando saúde, eletem sífilis congênita e deverá ser tratado logo após seu nascimento.

Pense e lembre

A sífilis tem cura e a gestante que for tratadalogo, pode até nem passar o micróbio paraseu bebê.

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Mas a Rita estava muitomagoada e não queriasaber do Gilson. Ela ficoutão nervosa que, logodepois, o bebê nasceu.Como ela tinha realizado onovo tratamento para sífilishá pouco tempo, o bebêteve que ser tratado depoisque nasceu. Ficou uns diasno hospital. Deu trabalho esofreu, o pobrezinho. E aRita e o Gilson sofreramtambém.

Quando a Rita foi paracasa, o Gilson ficavarondando, feito cachorrosem dono.

Ela acabou deixando ele voltar.

- Olha Gilson, eu vou te aturar aqui porque o filho também é teu.Mas nem chega perto de mim. Ajuda na casa, ajuda com ele, masfica no teu canto e eu no meu. Serve assim?

- Obrigado Rita. Eu vou te mostrar que estou muito arrependido.Eu vou te ajudar em tudo. Você vai ver que eu tomei juízo. O nossofilhinho vai ser o mais esperto de todos, eu vou ensinar ele a jogarbola como eu.

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O que a sífilis congênita pode causar nobebê?

A sífilis congênita, quando não tratada, podeprejudicar muito o bebê.

O bebê pode:- morrer dentro da barriga da mãe, durante a gravidez;- nascer antes do tempo (ser prematuro);- nascer muito doente ou deformado e morrer logo ao nascer;- nascer com aparência de boa saúde e só apresentar os sinais e

sintomas da sífilis bem mais tarde. São crianças que têm poucasaúde e aos 8 ou 10 anos de idade apresentam as lesões da 3ªfase da sífilis, como problemas nos ossos, no coração, na mente. Adificuldade da criança para aprender na escola, às vezes, pode sercausada pela sífilis.

Pense e lembre

A sífilis congênita pode causar deficiênciasfísicas, mentais ou a morte do bebê.Gestante, realize o exame para sífilis.

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A Rosely resolveu aproveitar o falatório e a preocupação dasmulheres que moravam perto da Rita para fazer reuniões com elas econversar sobre os perigos das DST, da sífilis e da aids. A questão dacamisinha, como sempre, deu muita discussão. Todas as mulheresfalavam ao mesmo tempo.

- Ô Rosely, se a gente só vai para a cama com nossos maridose eles não estão doentes, para que usar a camisinha?

- É isso mesmo, não tem esse perigo não, a gente sabe quandoo marido é safado.

- É Rosely, eu só queria ver se você fosse casada, como ia falarisso para seu marido?

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A maioria das mulheres não sabia direito o que eram as DST emuitas não sabiam que o vírus da aids se pega, principalmente, porrelações sexuais, sendo portanto uma DST. Achavam que essa doençaestava muito longe delas e de suas filhas.

A Rosely foi explicando tudo para as mulheres, e no final elasentenderam a importância de se usar a camisinha.

Os dias se passaram e quando a Rosely encontrou com a Cleide,perguntou:

- Cleide, me dê notícias da Rita e do Gilson. Como eles ficaram?- As coisas estão se acomodando por lá. A Rita aos poucos foi

perdoando o Gilson. O bebê é uma gracinha e graças a Deus, agoratem muita saúde.

- E o sofrimento, deu mais juízo ao Gilson?- Ele falou para o filho de D. Jesus que por viajar muito e não

agüentar ficar sem transar por muito tempo, tem seus casos por aí.Mas agora só transa de camisinha. Não quer mais passar, nem ver amulher e o filho passarem por tanto sofrimento.

- Isso é bom, pois se para ele deixar de transar pelas estradas édifícil, pelo menos estará usando a camisinha e assim se protegendoe protegendo a Rita.

Essas notícias ajudaram a Rosely a não desanimar em seu trabalho.Era bom saber que mais uma pessoa está fazendo prevenção, que umbebê foi tratado e está com saúde, e que a vida continua.....

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Como podemos evitar a sífiliscongênita?

Fazendo prevenção para não pegar a doença.Mas,havendo falha na prevenção, iniciando logo ecom acompanhamento médico, o tratamento da sífiliscom penicilina.

É preciso seguir essas recomendações:- toda mulher grávida ou que quer engravidar deve fazer o exame para

sífilis;- toda pessoa, mulher ou homem, que tiver relações com várias pessoas,

deve usar sempre camisinha;- quando se sabe ou se desconfia que nosso companheiro ou

companheira tem relações sexuais com outra pessoa, devemos usarcamisinha em todas as relações sexuais;

- quando a pessoa (ou parceiro sexual) falha na prevenção e pega omicróbio da sífilis ou de outra DST, tem que ir ao serviço de saúdepara iniciar logo, e de forma correta, o tratamento.

Pense e lembre

A sífilis, quando descobertae tratada logo, tem cura.Seu tratamento é simples, barato e rápido.

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III –APRENDENDOSOBRE AIDS

A história do Klebere da Rosinha.

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D. Maria criava sozinhaseus cinco filhos e lutavamuito. O marido saiu decasa quando nasceu oúltimo filho para tentar asorte na cidade grande enão deu mais notícias. Maso que vamos contar aquiaconteceu há mais oumenos uns três anos.

D. Maria andava muitopreocupada com Kleber, seufilho mais velho. Há uns seismeses ela vinha querendo que ele fosse a um médico. Ela vinhaachando ele mais magro, sem forças, esquisito. Um dia ela falou comele.

- Eu não agüento mais Kleber. Só vejo você ficar magro, semforças para trabalhar e agora está até com diarréia. Você tem que irao doutor, meu filho!

Kleber disse baixinho:- Eu lá vou ao médico para ele dizer que eu tenho aids, mãe.

D. Maria tomou um susto.- Credo meu filho, não fala nessa doença não. O povo fala que é

uma doença muito ruim. Você deve estar é com uma diarréia braba.- Não mãe, eu acho é que estou com aids.- Deus te perdoe meu filho por falar uma bobagem dessa. Nós

nem sabemos direito como é essa doença.

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O que é aids?

A aids é uma doença causada por um tipo demicróbio, um vírus, chamado HIV. Esse vírus vaitornando a pessoa fraca e assim ela pode pegarvárias doenças.

O HIV é traiçoeiro. Ele ataca e vaidestruindo os glóbulos brancos, que sãoas células que fazem a defesa do nossocorpo contra as doenças.

Quando esse vírus entra no corpo ecomeça a atacar os glóbulos brancos apessoa pode não sentir nada.

A pessoa que tem o HIV no corpo,mas não sente nada, é chamada deportadora do HIV ou soropositiva para oHIV.

Quando a pessoa soropositiva para oHIV começa a pegar várias doenças, sediz, então, que ela tem aids.

Qualquer pessoa pode pegar o HIV:homem ou mulher; gente casada ousolteira; criança, moço ou velho; rico oupobre. E tanto faz se é gente que mora nacidade ou no campo.

Pense e lembre

Os portadores do HIV, no início da infecção,são pessoas que aparentam saúde,mas por estarem infectados,podem passar o vírus para outras pessoas.

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Kleber abraçou a mãe e os dois choraram.Os corações deles estavam apertados.

-Mãe, eu tenho dois amigos na capitalque estão com aids. E eles começaramassim, com diarréia, cansaço e suadeira denoite.

D. Maria não entendia como diarréia ecansaço podiam ser aids.

-Mas você é forte, meu filho, nunca tevedoença grave. Vamos falar com a D. Santa,ela receita umas ervas e você fica bom.Eu já te falei isso.

-Mãe, meus amigos disseram que eutenho que fazer um exame para saber seestou com aids.

-Então, por que você não faz, filho? Masque exame é esse filho?

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Que exame se faz para saber se tem ovírus da aids?

Um exame de sangue, o teste anti-HIV.

Antes e depois do teste anti-HIV, a pessoa deve fazer um acon-selhamento, isto é, conversar com um profissional de saúde que foipreparado para fazer esse trabalho.

Este profissional pode ser médico, enfermeiro, psicólogo, assistentesocial ou auxiliar de enfermagem.

O aconselhamento antes do teste ajuda a pessoa a tirar dúvidas sobre atransmissão e prevenção do HIV e de outras DST. Sendo assim, ajuda apessoa avaliar se ela pode estar infectada pelo HIV ou por outro micróbio.E também explica sobre o teste anti-HIV.

Quando a pessoa, que decidiu fazer o teste anti-HIV, recebe o resultado,o profissional de saúde faz outro aconselhamento.

No caso de resultado positivo é oferecido apoio emocional e a pessoaé encaminhada para serviço especializado em atender portadores do HIV,para acompanhamento médico e psicológico.

No caso de resultado negativo, o profissional reforça a mensagem deprevenção e discute a necessidade de repetir o teste.

Pense e lembre

É muito importante fazer o aconselhamentopara o teste anti-HIV.

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. Pag. 59 - Des:. Maria falando com a Rosely.(pag.8)

O Kleber dizia que estava com aids, mas não fazia nada. Parou detrabalhar na loja do tio e só ficava deitado.

Então D. Maria resolveu falar com a Rosely, sua vizinha, uma agentecomunitária de saúde.

- Rosely, estou com o Kleber doente e só você pode nos ajudar.O Kleber cismou que está com aids, mas não quer ir ao posto desaúde para se consultar. Ele não sai de casa, não diz ou não sabecomo pegou essa doença. Eu estou muito preocupada com ele ecom meus outros filhos também. Já pensou uma desgraça dessaslá em casa? Essa doença pega Rosely? Como é que essa doençaentra no nosso corpo?

Rosely percebeu o medo e a aflição da D. Maria.- Pode deixar D. Maria eu posso explicar para vocês. Vamos até

sua casa?

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Como podemos pegar o vírus da aids?

O HIV passa de uma pessoa infectada para outraatravés de quatro líquidos produzidos pelo nossocorpo.

Esses líquidos são:- sangue;- esperma (do homem);- líquido da vagina (da mulher);- leite de peito da mãe infectada para seu bebê.

Existem várias situações que nos colocam em risco de adquirir o HIV, aprincipal delas é:

O vírus da aids se transmite, principalmente, através das relaçõessexuais, sem a proteção da camisinha.

Esta é a maneira mais comum de se pegar o HIV de uma pessoainfectada. Por isso a aids também é uma Doença Sexualmente Transmissível– DST.

Pense e LembreNão tenha medo do doente de aids e sim depegar o HIV.

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Rosely procurou acalmarD. Maria e seus filhos:

- A gente não sabe o queo Kleber tem. Mas se ele,realmente, estiver com aids,vocês não precisam ter medode ficar perto dele, porque aaids não se pega por dormirno mesmo quarto, por usar osmesmos pratos e talheres,por usar o mesmo banheiro,nem pelo abraço e aperto demão. Ao contrário, se o Kleberestiver mesmo com aids, vai precisar muito do carinho e ajuda detodos vocês.

E procurou explicar para eles como se pode pegar o HIV:

- O HIV só passa de uma pessoa infectada para outra atravésdo sangue, do esperma do homem, do líquido da vagina da mulhere do leite de peito da mãe infectada para seu bebê. Está entendido?Estão mais calmos agora?

D. Maria então falou:

- E como eu posso estar calma vendo meu Kleber desse jeito,Rosely? Eu não entendo como ele pode achar que está com essadoença. Fala com ele Rosely, convence ele a ir ao médico!

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De que outras maneiras podemos pegaro vírus da aids?

Quando se usa drogas injetáveiscompartilhando agulhas e seringas.

Durante a transfusão de sangue. Porisso, todo sangue deve ser testado parasaber se tem o HIV e outras doenças.

A mãe infectada com o HIV pode transmitir o víruspara seu bebê: na gravidez, no parto e na amamentação.

Outra forma das pessoas pegarem doenças, como o vírusdas Hepatites B, C e o vírus da aids, é usando objetos quefuram ou cortam, sem serem esterilizados.

Sendo assim, tatuadores, manicures, médicos, dentistase todas as pessoas que trabalham com objetos que cortamou furam precisam esterilizar seus instrumentos.

Pense e Lembre

Lute pelos seus direitos.Exija sangue testado e denuncie paraas autoridades de saúde quando souber desangue que não foi testado.

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A Rosely foi então falar com oKleber, que estava deitado.

- E aí Kleber, o que você temrapaz?

- Não tenho nada não. Minhamãe é que fica inventando coisa.

- Vamos lá Kleber, confie emmim. Quero te ajudar. Você estáabatido, pode estar com algumadoença. Sua mãe me disse quevocê falou para ela que acha quepegou o vírus da aids. Não adiantavocê ficar imaginando coisas,Kleber. Só fazendo exame desangue é que você pode saber se está ou não, com o vírus da aids.

Mas o Kleber parecia não querer conversa. Virou a cara para aparede e ficou quieto.

A Rosely se preocupou com o estado dele e insistiu.

- Vamos Kleber, converse só um pouquinho comigo. Por quevocê não quer ir fazer o exame?

-Eu já disse que não quero ir ao posto daqui. Depois fica todomundo sabendo que estou com essa doença. Eu estou com medodo que pode acontecer comigo.

- Mas você nem sabe se está com aids. Precisa fazer unsexames para saber logo o que você tem. Faça o exame onde vocêpreferir, mas não deixe de ir logo. Se você estiver mesmo com aids,você precisa se tratar. A aids não tem cura ainda, mas tem remédiopara controlar a doença e você precisa ficar bem novamente. Vamoslá rapaz, tome coragem e vá logo resolver isso.

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Onde fazer o teste anti-HIV?

O teste anti-HIV pode ser feito em alguns hospitaise centros de saúde e nos Centros de Testagem eAconselhamento - CTA.

Nos CTA, se não quisermos, não precisamos dizer o nome quando sevai fazer o teste anti-HIV. Recebemos um número e com este número sepega o resultado. Não precisa pagar. O teste é feito de graça.

Só os doadores de sangue e de órgãos são obrigados a fazer o testeanti-HIV.

Ninguém mais é obrigado a fazer esse teste.

O teste é recomendado para as gestantes, para quem tem DST e paraquem acha que pode estar infectado pelo vírus da aids. Essas pessoasserão beneficiadas se fizerem logo o teste anti-HIV. Quando se descobreque tem o HIV e começa logo a fazer acompanhamento médico, se temmais chance de controlar o vírus e viver melhor.

Se na cidade onde você mora não tem um local para fazer o teste, aenfermeira instrutora dos agentes comunitários de saúde ou qualquer outroprofissional de saúde poderá indicar o local mais próximo.

Pense e lembre

A sua comunidade deve se organizarpara garantir o direito de ter, o mais próximopossível, condições para fazer o teste anti-HIV.Lute por isso.

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A Rosely, afinal, convenceuo Kleber a ir procurar ummédico. Ele decidiu fazer o testeem outra cidade e um amigo, oDorci, foi com ele. Na viagem oKleber falou bastante, ele estavamuito nervoso.

-Sabe porque eu acho queestou com aids, Dorci? Eu vimeus amigos da capital. Doisdeles começaram como eu eestão com aids. A gente sedrogava, todos juntos, sepicava com a mesma agulha eseringa.

-Como você entrou nessafria, cara? Não vê falando norádio e na televisão que assimvocê pega aids?

-Mas isso é agora, Dorci, háuns cinco anos não se ouviafalar disso não. E também na hora do “barato” a gente nem pensanisso. Eu não entendo como meus amigos já ficaram doentes hámais de ano e só agora eu estou me sentindo mal.

-Tudo bem cara, o importante é que agora você está indo aomédico e ele vai poder te ajudar.

O Dorci estava muito preocupado com o abatimento do Kleber,porém, com esperança. Ele tinha um outro amigo com aids que setratou logo e agora estava bem.

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O que o HIV pode fazer no corpo dagente?

O corpo de cada pessoa reage de seu jeito depoisque é infectado pelo HIV.

Tem gente que, algumas semanas depois, fica com febre, vermelhidãono corpo. Pode ter dor na garganta, dor nas juntas; caroços no pescoço,debaixo do braço, na virilha. Mas isso tudo desaparece e a pessoa nãosente mais nada.

E tem gente que ao ser infectado não apresenta nada disso.

A maior parte das pessoas demora uns dez anos para começar aapresentar os primeiros sintomas da infecção pelo HIV. Quer dizer, essaspessoas ficam esse tempo todo sem sentir nada.

Pense e lembre

Desde o momento que uma pessoaé infectada pelo vírus da aids,ela passa o vírus para outras pessoas.

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O Kleber continuava commedo do que os amigos evizinhos iam fazer quandosoubessem que ele tinhaaids.

- Você lembra do filho daD. Efigênia, Dorci? Aqueleque voltou do Rio de Janeiromuito doente? Quando os vi-zinhos souberam que eraaids, não queriam nem che-gar perto dele.

- Agora é diferente, cara.O caso do filho da D. Efigêniafoi há uns três anos, aspessoas não sabiam nadasobre a doença e por causadisso tinham medo de quemestava doente. Agora édiferente, a maioria das pessoas já sabe que não se deve ter medode quem está doente e sim de entrar numa situação em que possapegar o vírus da aids.

-Sei não, cara. Espero que você esteja certo.

O Kleber fez o exame, recebeu um número e mandaram ele voltardias depois, para pegar o resultado.

Foram dias difíceis, de muita ansiedade e medo.

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O que acontece quando alguém tem ovírus da aids e não temacompanhamento médico?

O HIV vai destruindo cada vez mais as defesas docorpo e quando a pessoa se dá conta, já está comaids.

A pessoa que tem o HIV e não realiza ocontrole de sua infecção com um médico,para que seu tratamento seja iniciado nomomento certo, pode apresentar sintomasque vão piorando, como:

- sapinho, irritações na pele, febre porvários dias, diarréia que não passa,falta de ar, suores noturnos, cobreiroe muitas outras queixas.

E se continuar sem tratamento, adestruição dos glóbulos brancos, as células

de defesa do corpo, é muito grande. Então várias doenças aproveitam aoportunidade da fraqueza do corpo e atacam. São as chamadas doençasoportunistas. Quando a pessoa que tem o HIV começa a apresentar asdoenças oportunistas, dizemos então que ela está com aids.

As doenças oportunistas mais comuns são:- sapinho muito forte que não sara,- tuberculose,- pneumonia,- toxoplasmose,- um tipo de câncer de pele chamado Sarcoma de Kaposi.

Qualquer pessoa pode ter essas doenças, mas para quem tem o HIV,elas se tornam doenças perigosas e podem causar a morte.

Pense e lembreA pessoa que tem o HIVtambém tem que se prevenirpara não colocar mais vírus da aids no seucorpo.Quanto mais vírus tiver no corpo, mais difícilserá controlar a doença.

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O resultado do teste anti-HIVdo Kleber deu positivo.

O Kleber e D. Maria ficaramsem saber o que fazer. Mas oDorci foi muito legal. Foi ele quemlevou o Kleber ao médico.

O médico examinou o Kleber,procurando acalmá-lo, explicandopara ele como seria seutratamento.

- E agora doutor? Eu estouperdido. O que vai acontecercomigo?

- Não se desespere, vamos conversar. O que você está sentindo?-Eu estou com diarréia, cansaço, suo muito de noite. O que o

senhor vai fazer, doutor?- De agora em diante você vai ser acompanhado aqui neste

serviço de saúde. Eu vou orientar sua alimentação, vou receitar umtratamento para controlar o vírus no seu corpo e ver como vocêreage a ele. E estou aqui para lhe ajudar, tirar suas dúvidas e lhetratar.

- Mas eu vou ficar bom? Vou poder trabalhar?- Os remédios não curam, mas controlam a doença. Você vai

melhorar bastante. Vai poder trabalhar e se distrair. Agora tem umacoisa importante. Você precisa avisar as pessoas com quemcompartilhou agulhas e seringas e teve relações sexuais, parafazerem também o teste anti-HIV.

O médico conseguiu colocar no coração do Kleber um pouco deesperança. Não é fácil para uma pessoa, principalmente quando se éjovem, saber que tem uma doença tão grave. E o Kleber ficou pensandona Rosinha, sua namorada. A Rosinha só transava com ele.

Será que a Rosinha também pegou o vírus da aids?

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Qual o tratamento para quem estáinfectado pelo HIV?

Vai depender de como cada pessoa reage àinfecção. Só o médico pode indicar o que deve serfeito.

Quando uma pessoa tem o vírus da aids, não tem sintomas e seusoutros exames estão com bons resultados, ela não precisa tomar remédios.Mas precisa de acompanhamento médico.

Quando a pessoa tem sintomas, isso indica que já está com aids. Entãoo tratamento é feito com uma combinação de remédios, chamados anti-retrovirais.

Esses remédios não curam, mas diminuem a quantidade de HIV nocorpo.

O tratamento deve ser feito em casa. A pessoa que tem o HIV nãoprecisa ser internada para se tratar. O hospital só é indicado quando a pessoaprecisa de tratamento especializado.

Faz parte do tratamento de quem tem o HIV ou já tem aids: comeralimentos variados, frescos e limpos; tomar sol de manhã e se distrair. Oscuidados devem ser com o corpo e a mente. Os sentimentos podem ajudara melhorar ou piorar a situação.

.Pense e lembre

As pessoas com aids precisam dedois tipos de tratamento:

- o que é feito com remédios para conter a doença;- o que é feito de carinho, amor e ajuda da família e dos amigos.

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O médico receitou logo umtratamento para o Kleber. Elemelhorou um pouco e foi, comsua mãe, falar com a Rosinha.

Foi uma hora muito difícil. Erao Kleber e a Rosinha falando echorando no quarto e D. Maria ea mãe da Rosinha falando echorando na sala.

A Rosinha ficou muitoassustada, mas no fundo achavaque não estava infectada. Elanunca tinha sentido nada.

Foi a Rosely quem a levoupara conversar com a doutora, nocentro de saúde. A doutoraperguntou várias coisas para a Rosinha e, depois, enquanto examinava,continuou a conversar com ela.

- Rosinha, nas relações sexuais com o Kleber, vocês usavamcamisinha?

- Não doutora, nós achamos que camisinha atrapalha.- Atrapalha como? O que todos precisam pensar é que em

tempos de aids as coisas mudaram. Quem quer ter relação sexual,tem que ter responsabilidade também. E como vocês evitamgravidez?

- A gente fazia tabela e dava uns jeitos, sabe como é.- Olha, Rosinha, esses jeitos geralmente não resolvem. O fato é

que seu namorado está com aids e por isso eu lhe aconselho afazer o teste anti-HIV e também o exame para gravidez.

Quando chegaram os resultados foram dois choques. Rosinha tinhao vírus da aids e também estava grávida. Foi um Deus nos acuda.

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Quem é mais atingido pela aids?

As pessoas que não têm informação sobre comose prevenir da doença;e as pessoas que apesar de terem informação nãofazem prevenção.

O número de casos de aids vem aumentando muitoentre as mulheres, crianças e entre os jovens (rapazes emoças).

Em tempos de aids, as pessoas, em suas relaçõessexuais, precisam ter muita responsabilidade paraprevenir a si mesmo e as outras pessoas das DST e,principalmente, do HIV.

As pessoas que têm relações sexuais com váriaspessoas diferentes e não usam camisinha têm seinfectado muito.

Corre risco, também, quemusa drogas compartilhando agu-lhas e seringas.

Muitas mulheres são infectadaspor seus companheiros que têmrelações sexuais “fora de casa”. Ecomo aumentou o número demulheres infectadas, aumentoutambém o número de bebêsinfectados.

Pense e lembre

A aids ainda não tem cura.A prevenção ao vírus da aidse a solidariedade com quem está doentesão as melhores armas na luta contra adoença.

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A médica iniciou logo o tratamentoda Rosinha.

- Rosinha, apesar de você não tersintomas, como você tem o HIV eestá grávida, você precisa iniciar umtratamento com um remédiochamado AZT. Esse remédio diminuimuito o risco do seu bebê nascerinfectado pelo HIV. De agora emdiante você precisa fazer seu pré-natal bem direitinho, vindo a todas as consultas que eu marcar.

Quando o pai da Rosinha soube que ela estava grávida e com oHIV ficou enlouquecido e expulsou a menina de casa.

Mas graças a Deus a avó acolheu a Rosinha e a levou para suacasa.

- Você fica comigo, minha neta, desculpa o seu pai, ele estámuito desesperado por saber que você está com essa doença eainda grávida. Ele não faz isso por mal, homem é mais “cabeçadura” mesmo.

- Meu pai não vai me perdoar, vó. Ele diz que sou uma perdida,que vivo no pecado, que isso é castigo de Deus.

- Deus vai é nos ajudar, minha filha. Com o tempo isso passa.Vou cuidar de você. Já pari seis filhos e cuidei de sua mãe quandoela também estava grávida.

Os vizinhos e o pessoal da igreja da avó deram a maior ajuda.Rosely acompanhou a Rosinha para ela não deixar de ir às consultas

do pré-natal.Kleber foi melhorando com o tratamento e depois de um tempo

ficou bem e voltou a trabalhar.

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Quais os cuidados que as gestantesdevem ter?

Toda gestante deve fazer seu pré-natal, iniciandodesde o começo da gravidez; e procuraraconselhamento para o teste anti-HIV.

Em tempos de aids, todagestante deve ser acon-selhada, no seu pré-natal, afazer o teste anti-HIV. O acon-selhamento a ajudará a decidirse quer fazer o teste e aresolver outras dúvidas e pre-ocupações. O teste anti-HIVnão é obrigatório, mas é muitoimportante.

A mãe que tem o HIV podepassar o vírus para seu filhoem três momentos:- durante a gestação, por-

que o bebê recebe tudoda mãe, através da pla-centa;

- na hora do parto, porqueo sangue e as secreçõesda mãe podem infectar obebê;

- na amamentação, porqueo leite de peito da mãeinfectada também tem oHIV.

Se você está grávida e estiver infectada, será melhor para você saber omais cedo possível que tem o vírus. Assim, você começará o tratamentocom um remédio chamado AZT. O uso do AZT será iniciado no terceiromês de gravidez, podendo controlar sua infecção e evitar que seu bebêseja infectado pelo HIV.

Pense e lembre

Gestante, se você quiser fazer o teste anti-HIV, ele é gratuito na rede pública de saúde.Procure fazer o exame antes do terceiro mês.Assim, você terá mais chance de evitar atransmissão do HIV para seu bebê.

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A vida do Kleber eda Rosinha mudou emvárias coisas. Eles pas-saram a ter que se pre-ocupar com o horáriodos remédios e da ali-mentação. Teve remé-dio que causou enjôono início do tratamen-to. E muitas vezes foidifícil conseguir os re-médios.Tiveram que sepreocupar em ter umacomidinha gostosacom muitas frutas, ver-duras e legumes. Os amigos ajudaram, lhes dando presentes como ofiltro de barro, para garantir água limpa e fresquinha.

Eles também continuaram a ouvir som, ver televisão e passear napraça com os amigos. Mas ainda teve gente que evitou ficar pertodeles. Essas pessoas não sabiam que beijo e abraço, morar na mesmacasa e trabalhar no mesmo lugar não passa o HIV.

A Rosinha ia sempre na doutora fazer seu pré-natal e tomava oAZT certinho. Ela e o Kleber queriam muito que seu bebê nascessesem o vírus da aids.

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O que acontece com a gestante, infectadapelo HIV, que começa logo o tratamento?

Controla melhor sua infecção e tem mais chancesde impedir a infecção no bebê.

A gestante infectada com o HIV, mesmo sem sintomas, deve tomar oAZT, pois esse remédio vai proteger o seu bebê e evitar que ele nasça como HIV.

De cada 100 gestantes que tomam o AZT na gestação e durante oparto, mais de 90 têm chances de ter o bebê sem o HIV. O bebê tambémdeve tomar o AZT durante as seis primeiras semanas de vida para aumentarsua proteção. Lembre-se que a mulher portadora do vírus da aids não podeamamentar seu bebê no peito.

No acompanhamento do desenvolvimento do bebê o médico deve pedirtambém testes anti-HIV. Só podemos saber se o bebê pegou o vírus daaids depois que ele tiver 18 meses (1 ano e meio) de idade. Só depoisdesse período é que o resultado do teste anti-HIV do bebê é definitivo.

Pense e lembre

O governo distribui de graça o AZT paraas gestantes que têm o HIV.

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A Rosely aproveitou que os vizinhosdo Kleber e da Rosinha ficarampreocupados para fazer reuniões comeles.

As reuniões foram boas. As pessoastinham muitas dúvidas e muitos medos,ainda tinha gente, por exemplo, nãoquerendo sentar no lugar que o Kleberou a Rosinha tinham sentado.

O uso da camisinha também deu muita discussão. Teve gentedizendo que atrapalha a relação sexual, outros que a religião nãopermite. Muita mulher casada disse que não tem coragem de pedirpara o companheiro usar. Mas a Rosely insistiu na discussão, ela sabeque com o tempo e muita conversa, essa atitude presa a tabus epreconceitos pode mudar.

Finalmente, chegou o tempo do bebê da Rosinha e do Klebernascer. Ele nasceu bonitinho, gordinho, com boa saúde e muitoesperto.

O tempo foi passando......

No seu trabalho a Rosely continua sempre dando informaçõessobre os cuidados em tempos de aids. Ela procura mostrar às pessoasque a melhor forma de enfrentar a doença é a prevenção, isto é, evitaras situações de risco.

A Rosinha e o Kleber tiveram uma grande alegria. O bebê fez 18meses e seu teste anti-HIV deu negativo. Eles então tiveram a certezade que ele não tinha o vírus da aids.

A família e os amigos comemoraram com eles. Foi uma festa!

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Como a gente pode se proteger do HIV?

A melhor forma de proteção contra o HIV é aprevenção que se faz evitando as situações derisco.

Para fazer prevenção precisamos de informações que vão evitar que agente se coloque numa situação de risco. E para não correr riscos devemoster os seguintes comportamentos:

- ter relações sexuais seguras, ou seja, usar sempre e corretamente acamisinha, em qualquer tipo de relação sexual;

- não compartilhar agulhas e seringas, se usar drogas injetáveis comoutras pessoas;

- exigir sangue testado, se precisar de transfusão de sangue,- procurar sempre um médico para tratar logo as Doenças Sexualmente

Transmissíveis -DST. E se informar para evitar pegar novamente essasdoenças.

Apesar de não ter o mesmo peso dos comportamentos acima para atransmissão do HIV, é preciso ter cuidado procurando esterilizar agulhas eseringas, coisas que cortam ou furam que são usadas por várias pessoas.

Recomendação importante:

As comunidades devem se organizar para saber:

- como se transmite o HIV e outras DST;

- como se prevenir do HIV e das outras DST;

- como conseguir serviços de saúde maispróximos;

- como garantir acompanhamento médico eremédios;

- como ajudar as pessoas que têm o HIV ouestão doentes de aids.

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Bibliografia

Este livro foi feito com base no Manual do Agente Comunitário de Saúde : PREVENÇÃO E CONTROLE

DAS DST/HIV NA COMUNIDADE.

ELABORAÇÃO:

Coordenação Nacional de DST e Aids através da Unidade de Assistência, com participação de :

? Ana Lucia Ribeiro de Vasconcelos

? Valdiléa Gonçalves Veloso dos Santos

CONSULTORES:

EDIÇÃO DO TEXTO:

? Márcia Mendes Mamede - pedagoga

? Maria Elena Girade Corrêa - pedagoga

PROJETO GRÁFICO:

? Darlan Manoel Rosa - artista gráfico

COLABORADORES:

? Alexandre Magno - RNDH em HIV/aids - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Aline Azevêdo da Silva - COSAC/SAS/MS

? Aristides Barbosa - UVAD - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Claudia Simone Costa da Cunha - U. Assistência - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Cledy Eliana dos Santos - U. Prevenção - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Cristina Alvin Castello Branco - U. Treinamento - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Danusa Fernandes Benjamin - COSAC/SAS/MS

? Denise Doneda - U. Drogas e aids - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Denise Serafim - U. Drogas e aids - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Eduardo Campos de Oliveira - UVAD - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Elisa Cazue Sudo - U. Assistência - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Fábio Gomes - UVAD - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? José Fernando Assoni - U. Treinamento - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Lilia Rossi - U. articulação com ONG - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Luiz Fernando Marquez - U. Drogas e aids - CN-DST/AIDS/SPS/MS

?Luíza de Paiva Silva - U. Treinamento - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Maria Dulce Moreira - U. Prevenção - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Paulo Junqueira - U. Prevenção - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Raldo Bonifácio Costa Filho - RNDH em HIV/aids - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Rosemeire Munhoz - U. Prevenção - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Terezinha Rocha de Almeida - UPA - CN-DST/AIDS/SPS/MS

? Vera Cristina Soares Menezes - U. articulação com ONG - CN-DST/AIDS/SPS/MS