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APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NO ENSINO DE CIÊNCIAS: ALIMENTOS DIET E LIGHT ATRAVÉS DE RECURSOS TECNOLÓGICOS
Maria Elizete Passeri
RESUMO O objetivo geral deste artigo consiste em apontar os encaminhamentos realizados para o cumprimento da etapa final do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional). Neste trabalho, serão tecidas considerações sobre os resultados da Implementação da Proposta Pedagógica na Escola abordando o conteúdo contemplado nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. A forma de trabalho para a elaboração do material didático foi o OAC (Objeto de Aprendizagem Colaborativa) e a turma selecionada foi uma sétima série do Colégio Estadual “Antonio Raminelli” , de Cambé. A partir do entendimento que a alimentação é uma temática relevante no ensino de Ciências, optou-se pelo estudo e investigação dos alimentos Diet e Light na Nutrição. A problematização que norteou a realização dos trabalhos partiu da indagação sobre os aditivos químicos utilizados nos alimentos diet e light e as possibilidades de os mesmos afetarem a saúde dos adolescentes. A metodologia adotada contemplou o uso do filme Conservantes, gravado pela TV-Escola. A partir da exibição do referido filme, os alunos foram motivados a participar de uma discussão sobre o assunto descrito. Juntamente com os alunos, realizamos algumas atividades práticas culminando com a produção de um DVD. Assim, verificamos que os estudantes da sétima série do Ensino Fundamental adquiriram o conhecimento científico sobre a ação dos ingredientes contidos nos produtos diet e light, produzindo assim, uma aprendizagem significativa do conteúdo proposto. De forma análoga, comprovou-se que a utilização dos recursos tecnológicos em sala de aula torna-se eficaz para o processo ensino-aprendizagem. Palavras-Chave: nutrição . alimentos diet e light . recursos tecnológicos. ABSTRACT
The general objective of this article consist to sight the directions performed to the execution of the end stage of the PDE (Program of Educational Development). In this work, will be weave considerations about the results of the implementation of the Pedagogical Proposition in the School expounding the content contemplated in the Curriculum Directives of Paraná State. The manner to work for the elaboration of the didactic material was the OAC (Object of Colaborative Apprenticeship) and was choosed one seventh grade of Colégio Estadual “Antonio Raminelli”, in Cambé city. After the comprehension that alimentation is a relevant thematic in the Sciences education, choosed by study and investigation of the Diet and Light foods in the nutrition. The problematic that directed the realization of the works started of the investigation about the chemical additives utilized in the diet and light foods and the possibilities to affect the adolescents's health. The methodology adopted contemplated the utilization of the film Conservantes recorded by TV-Escola. After the exhibition of the refered film, the students was motivated to start a discussion
3 about the subject described. Jointly with the students, we realize some pratique actions culminating with a production of a DVD. So, we verify that the students of seventh grade of Fundamental Education obtained the scientific knowledge about the action of the ingredients contained in the diet and light products, producing thus, a significant apprenticeship of the proposed contents. By the analogical form, proved that the utilization of technological resources in classroom become efficient to the process instruction-apprenticeship. Key Words: nutrition. diet and light foods. technological resources.
4 1 INTRODUÇÃO
O presente artigo traz como objeto de estudo geral apresentar resultados
das diferentes estratégias que constituíram a etapa final do PDE ( Programa de
Desenvolvimento Educacional), por ocasião da implementação da proposta de
trabalho junto a uma turma de sétima série do Colégio Estadual “Antonio Raminelli”.
O objeto de estudo voltou-se para o conteúdo Sistema Digestório, dentro do
contexto Nutrição, contemplado nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. A
ênfase foi dada para a utilização de produtos diet e light na alimentação dos
escolares.
Sendo assim, a problematização inicial consistiu em investigar se os aditivos
químicos utilizados nos alimentos diet e light afetam a saúde dos adolescentes.
De forma semelhante, buscou-se investigar as possibilidades de inserção
dos recursos tecnológicos no âmbito educacional, como ferramenta para tornar mais
significativa a aprendizagem.
Na seqüência, são apresentados os dados relativos aos professores e à
instituição de ensino na qual a prática foi concretizada.
Para atender a demanda de ensino de ciências , o estabelecimento conta
com seis professores de Ciências. Três são professores com cargo efetivo e os
outros três são professores com contrato temporário anual ao qual denominamos
PSS.
A carga horária de cada professor é de quarenta horas aulas semanais,
sendo trinta e duas horas/aulas dentro de sala de aula e oito horas, exercendo a
hora atividade no próprio estabelecimento de ensino.
Todos os professores efetivos possuem mais de vinte anos de atuação no
magistério. Quanto aos professores PSS, o tempo de atuação de um deles é de dez
anos, o segundo de sete anos e o terceiro possui três anos.
O Colégio está localizado no jardim Ana Rosa no município de Cambé-PR,
sendo considerado o maior bairro de estado. Conta com 1374 alunos matriculados
nos três diferentes turnos: manhã, tarde e noite. Esse estabelecimento atende duas
5 modalidades de ensino; o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, estando os alunos
numa faixa etária compreendida entre onze e dezessete anos.
Figura 1 - Portal do Colégio Estadual “Antonio Raminelli” Fonte: Passeri, 2008.
Os alunos pertencem a um nível sócio-econômico baixo. A maioria dos pais
trabalham em serviços braçais, em que a mão-de-obra é pouco valorizada e
remunerada. Normalmente as mães deixam seus filhos sozinhos em casa para
trabalhar fora, a fim de aumentar a renda familiar. Percebe-se que estas ausências
dos pais refletem nos alunos; fato constatado na forte carência afetiva em nossos
educandos. Os professores buscam alternativas para despertar o interesse desses
alunos pela escola, motivando-os e incentivando-os para os estudos a fim de
obterem melhores condições de vida. Para tanto se faz necessário uma mudança
de atitude do professor, ministrando aulas mais atrativas para que se possam formar
cidadãos ativos, autônomos, conscientes, reflexivos, participativos, críticos e
principalmente felizes.
A atual conjuntura das escolas públicas paranaenses permite aos
professores fazerem uso de novas tecnologias. Estamos transformando a educação
essencialmente livresca em um processo moderno de escolarização, em que os
6 alunos se sentem motivados e interessados a freqüentarem nossos bancos
escolares.
Um fato, comum nos alunos da nossa escola, que nos chamou a atenção foi
a constante chegada de estudantes do ensino básico, especialmente nas primeiras
aulas, freqüentemente reclamam de dores no estômago. Isso motivou-nos a opção
de implementar um assunto de grande relevância para esses jovens. Além de fazer
parte das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, nossos alunos precisam ter
consciência da importância de fazer uma nutrição equilibrada para o bom
funcionamento do organismo e obter melhor qualidade de vida.
7 2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O ENSINO DE CIÊNCIAS - APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
A formação de professores, por muito tempo, esteve atrelada ao modelo
tradicional, que privilegiavam a transmissão de informações. No ensino de Ciências,
em grande parte do tempo no desenvolvimento dos conteúdos ainda acontece pelo
modelo de transmissão.
Assim, para que o ensino de Ciências seja significativo (MOREIRA –1999),
há a necessidade de uma abordagem de conteúdos de forma consciente, crítica e
histórica relacionada à Ciência, Tecnologia e Sociedade. Neste âmbito, as atividades
devem ter como objetivo propiciar aos professores e alunos condições para que
discutam, analisem, proponham, argumentem e avancem na compreensão do seu
papel na sociedade.
Na proposta ora apresentada, optamos por um tema que envolve além dos
conhecimentos físicos, químicos e biológicos, a utilização dos recursos tecnológicos
para elevar a motivação dos estudantes nas aulas e favorecer a compreensão dos
temas.
Para Ausubel (1978), aprendizagem significativa é um processo por meio do
qual uma nova informação se relaciona, de maneira substantiva e não-arbitrária, a
um aspecto relevante da estrutura de conhecimento específica, a qual Ausubel
chama de “conceito subsunçor” ou, simplesmente, “subsunçor”, existente na
estrutura cognitiva de quem aprende.
O “subsunçor” é uma estrutura específica a qual uma nova informação pode
se integrar ao cérebro humano, que é altamente organizado e detentor de uma
hierarquia conceitual que armazena experiências prévias do aprendiz (AUSUBEL,
1978).
8
Segundo Ausubel (1978):
A essência do processo de aprendizagem significativa é que idéias simbolicamente expressas sejam relacionadas, de maneira substantiva (não literal) e não arbitrária, ao que o aprendiz já sabe, ou seja, a algum aspecto de sua estrutura cognitiva especificamente relevante (isto é um subsunçor) que pode ser, por exemplo, uma imagem, um símbolo, um conceito ou uma proposição já significativas (p. 41).
A aprendizagem significativa ocorre quando uma nova informação “ancora-
se” em conhecimentos especificamente relevantes (subsunçores) preexistentes na
estrutura cognitiva. Assim, novas idéias, conceitos, proposições podem ser
aprendidos significativamente na medida em que outras idéias e conceitos, estejam
adequadamente claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo e
funcionem, dessa forma, como ponto de ancoragem para os primeiros. (MOREIRA,
2006).
Portanto, uma das condições para ocorrência de aprendizagem significativa
é que o material a ser aprendido seja relacionável (ou incorporável) à estrutura
cognitiva do aprendiz, de maneira não arbitrária e não literal.
A escola muitas vezes carece de fornecer os significados sobre o que é
ensinado aos estudantes, fator que tem originado em sala a desmotivação,
indisciplina destes e chegando mesmo por parte de alguns o abandono do estudo.
Assim, na escola uma aprendizagem se torna significativa quando esta se
relaciona à possibilidade dos alunos aprenderem por múltiplos caminhos e formas de
inteligência, permitindo-os a usar diversos meios e modos de expressão.
No tópico a seguir, discute-se a relevância do uso das tecnologias na
educação, como uma estratégia para tornar a aprendizagem mais significativa.
2.2 O USO DAS TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO
Ao longo do tempo, muitas escolas sempre estiveram na vanguarda do
conhecimento e dos recursos didáticos disponíveis. Houve, no entanto uma
aceleração na evolução tecnológica de uma forma inédita na história da humanidade
9 e se incorporou ao cotidiano das pessoas. Essa evolução da tecnologia exige que as
pessoas passem a lidar com coisas novas.
As tecnologias estão proporcionando uma grande revolução na educação. A
razão advém de diversos tipos de abordagem de ensino que podem ser realizados
através dos novos recursos tecnológicos que hoje temos a nossa disposição para
nos auxiliar no processo de ensino-aprendizagem.
Os alunos dos tempos atuais, independente da camada sócio-econômica a
que pertençam, vêm se acostumando com a rápida velocidade das informações e
dos recursos utilizados pelo desenvolvimento tecnológico. Ao entrarem na sala de
aula, esperam que nas aulas sejam contemplados assuntos atualizados e de
consenso ao contexto externo. Os alunos trazem para sala expectativas de um
ensino-aprendizagem que produza seu aprimoramento, ou que seja capaz de
fornecer maior embasamento para que este possa interpretar e compreender as
mudanças do contexto externo.
As novas tecnologias surgem como instrumentos para serem utilizados
criativamente por professores e alunos, na realização de atividades mais
diversificadas, possibilitando que o próprio aluno seja protagonista de suas idéias,
visando sua aprendizagem.
Assim, o aluno dentro da sala de aula, encontra um conjunto de
informações, através dos recursos tecnológicos propostos para o ensino de ciências,
que estão associados à TV, vídeo, DVD, TV-Pendrive, computadores e internet.
A utilização das novas tecnologias na educação deve apontar para a
formação de indivíduos capazes de pensar por si próprios e de produzir
conhecimento. As tecnologias devem ser vistas como mediações estruturantes, que
estimulem nossos alunos a pensar de forma independente.
Bonilha e Picaço apud Pretto (2005) enfatizam que:
Dessa forma, a sala de aula torna-se um ponto de uma vasta rede de relações e aprendizagens e um espaço de pesquisa e construção de conhecimento, no qual se aprende a utilizar as informações disponíveis nos meios de comunicação, selecionado-as e se posicionando criticamente em relação a elas. O professor deixa de ser aquele que ensina e o aluno aquele que aprende, para construírem-se, todos, em sujeitos de aprendizagens, construtores e co-autores de conhecimentos. Os processos pedagógicos deixam de
10
ter uma centralidade estável, permitindo que os implicados atuem de forma diferenciada ao longo do tempo. Os centros se deslocam, movimentam-se incessantemente, ora destacando-se o professor, ora o aluno, ora outros envolvidos, ou mesmo um elemento físico. É importante que sejam estabelecidas conexões múltiplas, laterais e não apenas seqüências, ou seja, trata-se da presença de relações de sentidos simultâneos, do espaço sincronizado e do tempo espacializado (p. 224).
As novas tecnologias de comunicação e informação chegaram à escola para
ficar e exercer o papel de transformação humana. É cada vez maior a demanda por
educadores preparados para dominar tecnologias que evoluem a cada dia,
capacitados para desenvolver em seus alunos a necessária visão crítica diante da
velocidade de informações.
O acesso a instrumentos e recursos da informática, que a cada dia se torna
mais necessário (e menos oneroso), não é suficiente para resolver todos os
problemas da Educação, que para serem equacionados necessitam de diversas
"contribuições", inclusive informáticas.
Coburn (1988) afirma que:
O binômio Informática e Educação implica uma rara ocasião para se refletir, não somente sobre as metodologias didático-pedagógicas, mas também sobre o novo papel do professor diante das atuais exigências de programação impostas pela presença maciça de computadores em salas de aula (p. 45).
Sendo assim, torna-se necessário dar prioridade absoluta à formação
docente, no sentido de fornecer aos professores um conhecimento mínimo sobre
Informática. É necessário, também, e, sobretudo, fornecer bases para o seu uso
crítico, de modo a garantir que a inserção de instrumentos informáticos no processo
educativo ocorra com plena consciência da sua viabilidade, validade e oportunidade
no processo ensino-aprendizagem.
Porém, ainda hoje, verificamos que existem professores que apresentam
certa dificuldade em operar determinados recursos que a escola dispõe. Para tanto,
se faz necessário um efetivo treinamento para habilitar os docentes nessas
tecnologias. Nesse sentido, o atual governo do estado do Paraná tem implementado
11 esse processo de capacitação permanente, através de programas de educação
continuada.
Especificamente no que se refere à Informática na Educação, Almeida e
Almeida sugerem que:
Enfrentar essa nova realidade significa ter como perspectiva cidadãos abertos e conscientes, que saibam tomar decisões e trabalhar em equipe. Cidadãos que tenham capacidade de aprender a aprender e de usar a tecnologia para a busca, a seleção, a análise e a articulação entre informações e, dessa forma, construir e reconstruir continuamente os conhecimentos, utilizando-se de todos os meios disponíveis, em especial dos recursos do computador. Pessoas que atuem em sua realidade tendo em vista a construção de uma sociedade mais humana e menos desigual.
A educação pautada em tecnologias educacionais torna-se eficiente para
acompanhar os processos de mudanças que ocorrem na sociedade.
Hoje, a tecnologia está modificando a forma das pessoas se relacionarem,
construírem e transmitirem conhecimentos. Percebemos que está surgindo uma
nova relação ente professor e aluno não mais pautada na hierarquia na qual o
professor tem a centralidade do saber, como predominantemente ocorria no
processo ensino-aprendizagem tradicional.
No entanto, as questões administrativas das escolas precisam ser revistas
para que as relações virtuais entre o corpo docente e o discente possam
desempenhar o seu verdadeiro papel. É um trabalho que leva tempo, mas há
progressos, como a própria visão do professor, em relação à tecnologia. Precisamos
ter em mente que educação e tecnologia têm de caminhar juntos. Não se trata de
fazer da tecnologia apenas um apêndice.
Cox (2003) corrobora a importância da informática na educação, ao afirmar
que:
No ambiente da escola repensada, o autoritarismo e a tensão antes característicos da atmosfera da sala de aula cedem lugar ao companheirismo e à descontração, compondo clima favorável para a formação da interação professor-aluno e aluno-aluno (p. 71).
12
Faz parte do processo de informatização das escolas paranaenses uma
iniciativa inédita e pioneira em nosso estado, que é o programa Paraná Digital. O
professor, fazendo uso deste recurso, pode preparar suas aulas, bem como
aproveitar para um aprofundamento teórico e enriquecimento dos conteúdos a
serem ministrados. Neste sentido, o professor também, sente-se motivado para
ministrar eficientemente as suas aulas.
Os professores da rede pública estadual do Paraná contam com o Portal dia-
a-dia educação, que tem como objetivo dar um suporte para os educadores,
exibindo uma série de material pedagógico para pesquisa.
O Portal Dia-a-dia-educação é um ambiente virtual, reconhecido nacional e
internacionalmente. Usa o modelo de aprendizagem colaborativa, bem como
conteúdos livres produzidos pelos próprios educadores e também encontrados em
outras fontes.
Outra ferramenta importante que vem contribuindo para a melhoria da
qualidade da educação no estado Paraná é a TV Paulo Freire, que tem como
objetivo divulgar a história, a cultura e produções artísticas, literárias e científicas do
estado nas escolas paranaenses. É uma emissora de televisão pública, contribuíndo
para a formação continuada do professor, além de complementar o currículo escolar
do aluno.
Podemos verificar no entanto, inúmeros benefícios em se utilizar, senão
todos, mas aqueles recursos que o professor melhor se adapte para o
enriquecimento de suas aulas.
Uma vez analisada a relevância do uso das tecnologias no processo
educacional volta-se o foco para o conteúdo central da proposta trabalhada, ou seja,
importância da nutrição e a inserção de alimentos diet e light na alimentação.
2.3 ALIMENTOS DIET E LIGHT
O ensino sobre o Corpo Humano e Saúde tem como proposta promover o
conhecimento sobre as questões relacionadas aos sistemas que compõem o corpo
humano, suas funções, bem como àquelas que se relacionam à saúde e a sua
manutenção. Dentre os conteúdos básicos sobre o corpo humano, a nutrição se
13 destaca como conhecimento que pode orientar jovens e adolescentes a um
consumo de alimentos livres de produtos químicos como condição necessária à
preservação e manutenção da saúde.
Para Ornellas e Ornellas (1983) nutrição é a expressão da vida vegetativa:
nascer, crescer e reproduzir-se. A ciência da nutrição estuda o alimento e sua
relação com a saúde.
Tagles (1981) salienta que:
É necessário que se entenda que a Nutrição abarca conhecimentos desde o nível celular, tissular, organismo total até o conjunto de indivíduos ou comunidade, e portanto, constituem objeto de sua preocupação desde a nutrição celular até a avaliação do estado nutricional da população, a identificação dos principais problemas nutricionais que a afetam e a adoção de medidas práticas para soluciona-los; por outro lado, somente será possível chegar-se a oferecer soluções se se conta com um sólido conhecimento básico da realidade local e com o trabalho conjunto de equipes multiprofissionais. O conhecimento das realidades nutricionais deve estar presentes ao se fixarem políticas e metas de desenvolvimento nacional, regional e local, ao se iniciarem programas de desenvolvimento comunitário, programas de alimentação, etc. Ou seja, visto que os planos e programas de governo referem-se e promovem o bem-estar da comunidade governada, é fácil entender que o estado de nutrição e saúde da comunidade deve estar envolvido no processo de planejamento. A aspiração de muitos nutricionistas é que exista uma política definida de alimentação e nutrição no mais alto nível de governo (p. 2).
Certos alimentos ingeridos são de natureza calórica, porém, determinadas
pessoas necessitam restringir algum tipo de nutriente, em função de dietas
específicas. No entanto, a indústria alimentícia, num processo de desenvolvimento
tecnológico, tem colocado no mercado uma grande variedade de alimentos diet e
light, podendo confundir o consumidor na escolha desses alimentos.
Os produtos diet e light têm características alimentares diferentes em
relação aos alimentos convencionais.
14
A figura 2 apresenta a evolução do mercado de produtos diet e light no Brasil
de 1990 a 2007, em bilhões de dólares.
Gráfico 1 – Evolução do mercado Diet e Light no Brasil
Fonte: Associação Brasielira de Indústrias de Alimentos Dietéticos.
Da observação da figura, percebe-se um aumento expressivo de consumo
de alimentos diet e light no Brasil, passando de 160 milhões de dólares em 1991
para 3,6 bilhões em 2004, perfazendo, em 10 anos, um aumento de 800 por cento,
acentuando-se ainda mais nos últimos anos. No ano de 2007 o faturamento de
produtos diet e light chegou a 6 bilhões de dólares. A previsão para 2008 é que
tenha uma elevação de 15%, estimando um arrecadamento de 6,9 bilhões de
dólares.
O alimento considerado diet é aquele que possui ausência total de algum
ingrediente, ou seja, não possui em sua composição: carboidratos (como o açúcar,
por exemplo), sódio, gordura ou proteínas. Tais produtos são indicados para
pessoas que seguem uma dieta médica com restrição de consumo de determinados
alimentos, como diabéticos ou hipertensos (SABIM, 2008).
Os produtos light, registram uma redução de, no mínimo, 25% da quantidade
de um determinado nutriente e/ou calorias (carboidratos, gordura, proteína,
colesterol, sódio) em relação ao alimento convencional. (carboidratos, gordura,
15 proteína, colesterol, sódio). São, portanto, recomendados para quem faz regime,
mas não devem ser consumidos por um diabético, por exemplo (SABIM, 2008).
O acesso à informação, segundo o Código de Defesa do Consumidor, é um
dos direitos básicos do consumidor.
Palma (2007) refere que a legislação específica, de acordo com a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto de Metrologia, Normatização
e Qualidade Industrial (INMETRO), determina que os rótulos dos produtos
industrializados devam conter as informações obrigatórias, assim como: lista de
ingredientes, origem, prazo de validade, conteúdo líquido, lote e informação
nutricional.
A biotecnologia dos alimentos tem sofrido influência de países desenvolvidos
na produção de um maior número de alimentos diet e light. Portanto, para
compreender sobre o bom ou mau alimento, há necessidade de romper a idéia de
que o desenvolvimento da ciência e tecnologia estão voltados apenas para o bem-
estar do homem.
O alimento, a partir da origem da sua produção, transformação,
armazenamento, comercialização, envolve um conjunto de processos de diferentes
áreas do conhecimento até que este esteja disponível para o consumo.
Apesar de vivermos em tempo de globalização, a alimentação, contudo,
caracteriza a diversidade cultural dos povos. Para cada tipo de alimento
predominante em um determinado país, é necessário consumi-lo de forma
adequada, evitando assim, os abusos e desvios dos padrões alimentares. Em nosso
país, como a pluralidade cultural é grande, temos também hábitos alimentares
diversos.
Grande parte da população está aderindo ao consumo de alimentos prontos,
de fácil preparação e aos industrializados.
Os aditivos químicos presentes nos produtos acondicionados em
embalagens são necessários para a manutenção da qualidade dos mesmos. O
grande problema decorre da falta de controle e qualidade destes produtos pelos
órgãos responsáveis e o uso abusivo de diet e light.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que as quantidades de
substâncias sejam produzidas em gramas e miligramas necessárias, e que podem
16 ser consumidas durante o dia por pessoa. No entanto, certas embalagens não
trazem a lista de ingredientes contidos nas mesmas ou não especificam a
quantidade das substâncias presentes. Muitas vezes, falta informação sobre a
quantidade que o indivíduo pode consumir diariamente de cada ingrediente contido
no produto.
Pesquisas realizadas com adolescentes e jovens constatam que os hábitos
alimentares inadequados comprometem seriamente a saúde dessa população
(FISBERG, 2007). Muitas vezes, apresentam distúrbios de metabolismo,
ocasionando doenças como: obesidade, anorexia, diabetes, hipertensão, anemia,
aumento da taxa de colesterol no sangue, entre outras.
No entanto, o desenvolvimento tecnológico, com vistas à produção de
alimentos diet e light, tem confundido esses jovens, que também são nossos alunos,
fazendo uso indiscriminado e inadequado de tais produtos, com a intuição de perda
e/ou manutenção do peso corporal.
Ao adquirir o conhecimento científico sobre a ação dos ingredientes contidos
nos produtos diet e light no organismo humano, nosso aluno estabelece uma relação
acerca da importância de se adquirir o hábito de leitura e interpretação dos rótulos e
embalagens destes produtos.
A título de exemplos, são elencados, na seqüência, os componentes de
refrigerantes diet e light.
Ingredientes do refrigerante diet - água gaseificada, suco de limão,
conservador: IMS 211, acidulante IMS: 330, edulcorantes artificiais:
mg/100ml): sacarina sódica : 16,0mg e ciclonato de sódio: 69,7mg.
Ingredientes do refrigerante light - água gaseificada, extrato de noz de
cola, cafeína, aroma natural, corante caramelo IV, acidulante: ácido
fosfórico, edulcorantes artificiais: apartame (24mg) e acessulfame de
potássio (16mg) por 100ml, conservador: benzoato de sódio e regulador
de acidez citrato de sódio.
Estudos recentes apontam que a qualidade dos alimentos interfere
significativamente na saúde das pessoas.
17
Sabemos que a grande maioria dos alimentos consumimos são de origem
animal, vegetal e fungos. Esses alimentos, chamados orgânicos, quando ingeridos,
passam por um processo de transformação no qual são degradados em moléculas
menores, pelo mecanismo da digestão.
Graças a essas transformações, os nutrientes encontrados nos alimentos
seguem para a corrente sangüínea e vão nutrir todas as células do corpo, a fim de
que possam exercer suas diferentes funções vitais para a manutenção do organismo
humano.
Face às considerações realizadas até este ponto, na seqüência apresentam-
se a análise e discussão dos resultados da prática realizada com professores e
alunos do Colégio Estadual “Antonio Raminelli”.
18 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
3.1 RESULTADOS DA INTERVENÇÃO JUNTO AOS PROFESSORES
Na proposta que ora apresentamos, tivemos a oportunidade de conhecer
melhor os professores de Ciências das outras séries, através de um questionário,
que foi aplicado.
Todos esses professores possuem curso superior com licenciatura plena e
pós-graduação na área de magistério.
No que se refere à utilização dos recursos tecnológicos pelos professores do
Colégio Estadual Antonio Raminelli, podemos afirmar que os professores fazem uso
deste recurso, conforme se pode visualizar pelo gráfico a seguir.
Gráfico 2 - Utilização de recursos tecnológicos pelos professores
Fonte: PASSERI, 2008
Observamos que os professores da disciplina de Ciências de quinta a oitava
série do Colégio Estadual “Antonio Raminelli” fazem uso dos recursos didáticos
disponíveis no estabelecimento, pois consideram os recursos de fundamental
importância para o enriquecimento de suas aulas. São necessários também para
motivar os alunos a se interessarem pelo conteúdo que está sendo ministrado,
permitindo assim uma aprendizagem mais significativa dos conteúdos propostos.
19 Os professores estão começando a interagir com a novidade que o governo do
estado do Paraná levou para as escolas, no tocante da TV-Pendrive. Alguns
professores já estão gravando suas aulas e transmitindo aos estudantes.
Reforçando a presente pesquisa (PRETTO, 2005) declara que as novas
tecnologias, dependendo da forma como são utilizadas, podem ajudar a gerar
mudanças necessárias na Educação e a construir um aluno autônomo e eficaz no
seu processo de aprendizado.
Ao afirmarem sobre os pontos negativos em se utilizar os recursos
didáticos, os professores indicam que há pouca disponibilidade de horário para se
preparar as aulas.
Em relação ao consumo de produtos diet e light, os professores fazem uso
mais freqüente dos mesmos, pois todos os professores entrevistados disseram que
os consomem todos os dias, embora apresentaram dificuldades em diferenciar tais
produtos.
Na questão número 8 do questionário perguntava-se: “Você reconhece a
diferença entre produtos diet e light” ?
Uma das entrevistadas afirmou que “ Sim, diet não contém açúcar mas tem
uma quantidade de gordura razoável e o light tem uma pequena quantidade de
açúcar e pequena também de gordura. Diet para diabéticos. Light para quem faz
dieta”.
Percebemos que a professora não soube explicar corretamente a diferença
entre esses dois significados.
A este respeito, Hara, Horita e Escanhuela (2003) mencionam que:
Os alimentos diet e light se enquadram como alimentos para fins especiais e são cada vez mais populares, porém muitos consumidores ainda têm dificuldade em diferenciá-los. Assim conclui-se que o diet é o alimento que recebe isenção de um dos componentes, podendo ser, alternativamente ou concomitantemente, sem gordura , ou sem sal, ou sem proteína (p. 50).
Nessa perspectiva, houve uma motivação para o aluno pesquisar entre seus
colegas de classe e de escola, a quantidade de consumo de alimentos diet e light no
20 dia-a-dia, bem como investigar os resultados divulgados pela pesquisa através de
gráficos e tabelas sobre o consumo desses alimentos na população.
Outro aspecto a ser considerado é investigar a localização da indústria de
produção, transporte de alimentos, desde a produção da matéria-prima até o
processo de transformação e comercialização.
Na produção de embalagens e rótulos, o aluno desenvolve, por meio da arte,
a observação das formas, cores, texturas e diferentes tipos de letras. É possível,
pois, discutir critérios necessários para que esta se torne atrativa ao consumidor,
levando em consideração a composição e ingredientes presentes no produto.
Ao aplicarmos a proposta de intervenção aos alunos da sétima série do
Ensino Fundamental, foi realizado um questionário, com indagação a respeito dos
recursos tecnológicos, podendo constatar que os alunos preferem as aulas com
algum tipo de recurso tecnológico, pois ficam mais atentos às aulas, estimulando o
pensamento crítico desses jovens.
De forma análoga, tivemos a oportunidade de investigar o tipo de
alimentação que nossos alunos estão obtendo. Para concretizar a investigação,
realizamos uma pesquisa entre os alunos de quinta a oitava série do Ensino
Fundamental e pudemos observar que os alunos fazem uso de quantidades
excessivas de alimentos artificiais. Entre eles se destacam os alimentos diet e light,
que hoje estão sendo comercializados indiscriminadamente sem a devida orientação
para se utilizar esses produtos.
Assim, como educadores, temos o papel de orientar esses jovens no
consumo dos alimentos.
Para tanto, a título de amostragem, abordamos o conteúdo específico
Sistema Digestório, dentro do contexto Nutrição-Alimentos diet e light, contemplado
nas Diretrizes Curriculares de Ciências para a Educação Básica do Estado do
Paraná, aos alunos de sétima série do Ensino Fundamental. Inicialmente,
projetamos o filme, gravado pela TV-Escola, com o título Conservantes, a fim de
introduzir o assunto aos alunos. Esse vídeo faz um alerta aos consumidores para a
efetiva observação da composição química dos alimentos industrializados. O filme
mostra também que durante a II Guerra Mundial houve a necessidade de se embalar
os alimentos. A partir daí, foram desenvolvidas tecnologias de industrialização e
21 conservação de alimentos, incluindo os aditivos químicos, chamando atenção dos
consumidores para analisar a composição química dos referidos aditivos.
Terminado o filme, abrimos uma discussão sobre o assunto tecido no filme.
Os alunos começaram a refletir sobre a importância de observar os rótulos dos
produtos industrializados que estão sendo comercializados. A discussão também
envolveu a maneira como as informações estão contidas nos rótulos, pois, essas,
vêm escritas com letras muito reduzidas, impedindo a leitura clara dos ingredientes
contidos nos rótulos. Os nomes científicos dos aditivos químicos, impossibilita o leigo
fazer a interpretação, ficando sem saber o significado dos nomes. Ainda, outro fator
que não se poderia deixar de mencionar, é que, afetados pela aceleração da vida
cotidiana moderna, os consumidores vão apressados às compras, não conseguindo
disponibilizar um tempo suficiente para analisar esses rótulos.
Os alunos trouxeram alguns produtos diet e light para analisarem os seus
rótulos e verificaram que maioria dos ingredientes eram estranhos para eles.
A partir daí, os alunos tiveram a iniciativa de confeccionar embalagens e
rótulos desses produtos.
Com muita habilidade, nossos alunos demonstraram, através da confecção
dessas embalagens, que é possível se produzir rótulos com letras maiores,
apresentando informações mais precisas acerca dos aditivos químicos.
3.2 RESULTADOS DA INTERVENÇÃO JUNTO AOS ALUNOS
Numa amostra de trinta alunos, submetidos a uma pesquisa realizada,
tivemos a oportunidade de colher dados em relação ao consumo dos diferentes
tipos de alimentos, incluindo os produtos diet e light.
22
Tabela 1 - Freqüência de consumo de alimentos naturais e artificiais
Alimentos Uma vez por semana
Duas vezes por semana
Três ou Mais vezes por semana
Arroz - 4 26
Feijão - 5 25
Macarrão 20 5 5
Frutas 3 6 21
Verduras e Legumes 3 10 17
Pão 3 3 24
Bolacha 7 7 16
Bala 10 5 15
Chicletes 10 3 17
Sorvete 11 9 10
Chocolate 13 6 11
Doce 10 7 13
Bolo 9 9 12
Chips 10 6 14
Refrigerante 4 10 16
Suco 5 4 21
Leite 2 8 20
Fonte: PASSERI, 2008
Pela visualização da tabela 1, percebe-se que em relação aos alimentos
naturais e artificiais que possuem consumo mais elevado, destacam-se o arroz e o
feijão, mencionado por 26 e 25 alunos respectivamente. Em segundo plano, o pão
foi mencionado por 24 alunos. Frutas e sucos também ganham destaque em seu
consumo, mencionados por 21 alunos.
Acredita-se que o consumo elevado do arroz e o feijão se deva ao fato de
serem alimentos de fácil preparação, fazendo parte da cesta básica dos
trabalhadores.
Na freqüência duas vezes por semana, situam-se verduras, legumes e
refrigerantes com 10 indicações. O bolo e o sorvete foram mencionados por 9
alunos. Doce e bolacha ficaram com 7 referências.
23
Observou-se que a freqüência de macarrão e chocolate é baixa, pois 20 e 13
alunos, respectivamente, disseram que consomem este tipo de alimento apenas
uma vez por semana.
O leite é considerado o alimento de fundamental importância para o bom
desenvolvimento do organismo, principalmente dos ossos (ORNELLAS e
ORNELLAS, 1983). Apesar da grande maioria dos alunos declararem fazer uso
desse produto mais de três vezes por semana, alguns alunos, por ignorarem o
benefício do leite ao organismo, consomem poucas vezes por semana.
Para Papali (2007, p.10): “O cálcio é um mineral presente em grande
proporção no leite e seus derivados. Sua maior necessidade é na infância e na
adolescência, quando ocorre aumento da formação da massa óssea”.
Assim, percebe-se que nossos alunos estão aderindo a uma alimentação
mais diversificada, preocupando-se em obter uma dieta saudável, consta também
um baixo consumo entre os diet e light. Corrobora com a presente pesquisa o portal
Minha Vida (www.minha vida.com.br), sobre hábitos alimentares, revelando que o
arroz e o feijão ainda aparecem como pratos preferidos na mesa dos brasileiros. A
pesquisa mostra ainda que o pão, o arroz, o feijão são ingeridos no mínimo três
vezes por semana. Quanto às frutas, verduras e legumes também os entrevistados
demonstraram consumir de forma variada, sendo a banana, a fruta preferida. A
pesquisa ainda revelou dados interessantes sobre o consumo de bebidas, pois
65,7% afirmaram consumir suco pelo menos uma vez por dia. Dentre os que
consomem refrigerantes (cerca de 41%) , a maioria preferem refrigerante comum,
poucos consomem os diet e light.
24
Gráfico 3 - Consumo de Produtos Diet e Light
19
11
Consumo de Produtos Diet e Light
nãosim
Fonte: PASSERI, 2008
De acordo com os resultados obtidos e expressos no gráfico, percebe-se
que o consumo de alimentos diet e light entre os alunos participantes da pesquisa
mostrou-se baixo, sendo que 11 alunos, num percentual de 36,6% declararam
consumir este tipo de alimento, enquanto 19 alunos responderam de forma negativa,
simbolizando 63,4% do total da amostra.
Estes resultados podem ser atribuídos à faixa etária em que se encontram
os entrevistados, pois os adolescentes fazem pouco uso desses produtos, bem
como à condição econômica e social das famílias as quais pertencem.
Na mesma direção, Fisberg (2007) corrobora os resultados da presente
pesquisa, ao afirmar que, entre adolescentes constatou-se o uso indiscriminado de
produtos diet e light que, por serem industrializados e conterem ingredientes não
recomendados para o organismo dessa faixa etária, podem acarretar distúrbios
nutricionais e propensão para determinadas doenças.
Quanto aos motivos apresentados para o consumo ou não de alimentos diet
e light, alguns alunos expuseram que:
- Porque emagrece. - Por causa da diabete. - Para não engordar. - Porque fazem bem à saúde.
25
De acordo com pesquisa realizada pela ABIAD (2008), cerca de 35% dos
domicílios consomem algum tipo de produtos diet e light. Dentre os motivos da
compra, 61% atribuem a questões de saúde, 48% controle de peso e 13%
simplesmente por hábito de compra desses produtos.
Mais uma vez, detectamos que nossos jovens não possuem a devida
orientação para o consumo dos produtos diet e light. Rorato (2006) contribui com
esse fato levantado, dizendo que o conceito de produtos diet e light não se encontra
bem definido na população em geral.
No que se refere à freqüência do consumo de alimentos diet e light,
todos os onze alunos que fazem uso destes produtos utilizam-no apenas alguns dias
da semana. Nenhum aluno consome os produtos diet e light diariamente.
O que podemos verificar é que os alunos que fazem uso desses produtos,
não possuem informações sobre a efetiva finalidade desses. Apesar do grande
acesso aos meios de comunicação e informação que as pessoas hoje possuem, dá-
se pouca importância aos hábitos alimentares, especialmente entre os adolescentes.
Acredita-se que os produtos diet e light por serem relativamente novos, não se pode
afirmar seguramente quais os seus benefícios patológicos.
Especificamente no Brasil, até os anos 80, os produtos diet e light eram
restritos à comercialização em farmácias e se constituíam basicamente de
adoçantes dietéticos. Até então, eram considerados medicamentos e controlados
pela Vigilância Sanitária de Medicamentos (DIMED). A partir de 1988, estes produtos
passaram a ser considerados alimentos e agora são controlados pela ANVISA -
Agência Nacional de Vigilância Sanitária de Alimentos (HARA; HORITA;
ESCANHUELA, 2003)
Paralelamente, as indústrias de bebidas também aguardavam definição dos
Ministérios da Saúde, Agricultura e Indústria e Comércio, para a liberação da
produção e comercialização de refrigerantes dietéticos, o que foi concedido em
1988. Estes fatos foram decisivos para a expansão do mercado de alimentos para
fins especiais, no Brasil, iniciando-se no país a “onda diet” que já ocorria em outros
países (HARA; HORITA; ESCANHUELA, 2003).
26
Voltando-se ao foco para a pesquisa realizada na turma de sétima série do
Ensino Fundamental, fizemos o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) para
avaliar a faixa de massa corporal considerada normal para um adolescente.
Tabela 2 - Valores propostos para o cálculo do IMC
Índices de Massa Corporal
IMC(kg/m²) Classificação
< 16 Magreza grau III
16,0 -16,9 Magreza grau II
17,0 -18,4 Magreza grau I
18,5 - 24,9 Adequado
25,0 - 29,9 Pré-obeso
30,0 - 34,9 Obesidade grau I
35,0 -39,9 Obesidade grau II
≥ 40 Obesidade grau III
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008)
O Índice de Massa Corporal (IMC) é reconhecido como padrão internacional
para avaliar o grau de obesidade. O IMC é calculado dividindo o peso em (Kg) pela
altura ao quadrado (em m²).
De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. A
pessoa é considerada acima da massa corporal quando o IMC é superior a 25Kg/m².
Quando o índice é maior do que 30Kg/m², o indivíduo é obeso.
27
Tabela 3 - IMC dos alunos participantes da pesquisa
Alunos IMC (Kg/m²) 1 22,3 2 15,0 3 22,7 5 18,0 6 18,3 7 17,9 8 14,2 9 18,7
10 23,8 11 17,5 12 19,3 13 18,7 14 16,8 15 18,1 16 16,4 17 19,6 18 26,0 19 18,7 20 20,4 21 16,2 22 18,7 23 22,0 24 19,8 25 22,3 26 18,8 27 20,9 28 17,5 29 20,2 30 22,5
Fonte: PASSERI, 2008
De acordo com a tabela apresentada, analisamos o Índice de Massa
Corporal (IMC) dos trinta alunos na turma de sétima série, onde realizamos a
pesquisa, expressando os valores no gráfico a seguir:
28
Gráfico 4 - IMC dos alunos da sétima série – em %
3%
57%
23%17%
Pré-obeso
Adequado
Magreza grau I
Magreza grau II
Fonte: PASSERI, 2008
Os resultados do cálculo do IMC dos alunos participantes da pesquisa
evidenciam que não houve prevalência de obesidade entre os mesmos, pois apenas
um aluno, perfazendo 3% da amostra, situa-se na faixa de pré-obesidade. Quarenta
por cento dos entrevistados estão em situação de magreza, enquanto 57% possuem
uma relação adequada entre peso e altura.
Pode-se inferir que estes resultados demonstram que apesar de os alunos
não seguirem uma alimentação adequada, não há predominância de obesidade,
devido ao expressivo gasto de energia dos mesmos e ao fato de estarem em fase de
crescimento.
No entanto, é importante que seja desenvolvido um trabalho de
conscientização sobre a importância de uma alimentação balanceada, para evitar
problemas futuros.
Corroborando com essa pesquisa (ORNELLAS e ORNELLAS, 1983) dizem
que é na fase da adolescência que ocorre um crescimento rápido do indivíduo e se
afirma o aparecimento dos caracteres sexuais secundários , bem como o
amadurecimento da personalidade. Nessa fase, os ossos se alongam e formam
novas massas musculares, principalmente nos meninos, com predominância de
formação de tecido adiposo, eventualmente exagerando-se nas meninas. O apetite
encontra-se muito aumentado e divergindo as preferências alimentares,
acompanhado por outras atitudes que têm como objetivo a afirmação da
personalidade.
29
Outra atividade a ser trabalhada na realidade escolar, junto aos alunos da
sétima série, foi a construção do Cardápio Alimentar Semanal.
Preparamos uma folha a qual continha os dias da semana com quatro
refeições diárias e distribuímos para os trinta alunos da sétima série, para que
anotassem todas as refeições realizadas durante uma semana.
Para exemplificar o consumo dos alunos, foi selecionado um cardápio
pronto, conforme se mostra a seguir:
Cardápio alimentar Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
Café da manhã
Leite com chocolate
Café, pão e manteiga
X Copo de leite com
café
Copo de leite e
bolacha X
Copo de leite e
bolacha
Almoço
Arroz, Macarrão e carne assada
Arroz e feijão
Abobrinha X
Arroz temperado e
lingüiça
Arroz temperado e
bife
Arroz, feijão macarrão e
bife X
Lanche da tarde
X Mamão
Pão, leite, bolo de fubá e
chocolate
Pão e leite X Bolo e Bolacha X
Jantar
Arroz, Macarrão e lingüiça
X Arroz, feijão e
ovo X
Arroz,feijão e carne de
porco
Arroz,feijão e carne moída
Arroz, feijão e bife
Figura 2 - Cardápio alimentar da aluna D.M, 13 anos, peso 52Kg, altura 1,70
Dentre os cardápios produzidos pelos trinta alunos, optou-se por
exemplificar alguns destes para a realização deste trabalho. Observou-se que o
cardápio alimentar apresentado pela aluna D.M. mostra-se insatisfatório, com baixo
índice de proteínas e excesso de carboidratos, bem como ausência de consumo de
frutas e verduras.
Uma observação mais atenta do cardápio da aluna permite identificar que a
mesma deixa de fazer refeições, como o jantar da segunda-feira e da quarta-feira,
bem como o almoço da terça-feira e sábado. O café da manhã também deixou de
ser consumido em dois dias da semana. Fisberg (2007) considera o desjejum
importantíssimo para o adolescente, pois precisa garantir disposição para todo o dia.
30 O cardápio da segunda-feira mostra-se insuficiente, pois D.M. além de não se
alimentar no jantar, não consumiu proteínas em quantidade suficiente. Houve ainda
um longo período em jejum, da tarde de segunda-feira até a tarde seguinte, quando
a aluna alimentou-se de quantidade excessiva de carboidratos no lanche da tarde.
Em relação ao IMC da aluna, que é de 17,9 verifica-se que de acordo com
os padrões apresentados na tabela 2, indicando os valores de Índice de Massa
Corporal, está classificada como Magreza grau I .
Acredita-se que a alimentação da aluna está sendo mal elaborada. O
problema ainda se agrava por influência do “estirão de crescimento”, sendo próprio
nessa fase da adolescência. Na aluna D.M. este efeito torna-se mais acentuado.
Segundo, Ornellas e Ornellas (1983, p. 393): “As exigências nutricionais do
adolescente, em linhas gerais, excedem as do adulto, não só quantitativamente
como qualitativamente, havendo marcada diferença entre os gastos dos dois sexos”.
Outro cardápio selecionado foi do aluno D.J.B, 13 anos, peso 69 Kg,
altura1,63m
Cardápio alimentar Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
Café da manhã
Leite com chocolate e bolacha de água e sal
Café e bolo de chocolate
Pão com presunto e
queijo
Leite com chocolate Bolacha Café e
bolacha
Leite com chocolate e
pão com presunto e
queijo
Almoço
Macarrão, frango assado
e coca-cola
Inhoque, arroz, feijão,
alface e carne
Arroz, feijão, carne e
refrigerante
Arroz, feijão, macarrão e refrigerante
Arroz, feijão e frango assado
Arroz, feijão, bife frito e
salada
Sopa, carne, arroz e feijão
Lanche da tarde
Pipoca e coca-
cola
Pão com presunto e
queijo Bolacha
Leite com chocolate e
Bolacha recheada
Pão com requeijão
Bolacha e balas
Bolacha e balas
Jantar
Refrigerante,espetinho,bolo,frango assado
Arroz, feijão e lingüiça frita
Arroz, feijão, carne e chuchu
temperado
Arroz, feijão, lingüiça e
salada
Arroz, macarrão,
feijão, frango assado
Arroz, feijão e carne
Arroz, feijão, macarrão e
lingüiça
Figura 3 - Cardápio alimentar do aluno D.J.B., 13 anos, peso 69Kg, altura 1,63m
31
O aluno D.J.B., segundo a tabela 2 está classificado como pré-obeso,
apresentando seu IMC 26,0. Analisando o seu cardápio construído durante uma
semana, percebe-se que o mesmo possui uma alimentação farta, rica em
carboidratos e lipídios, abusando significativamente do consumo de massas e
doces. A pré-obesidade do aluno é uma situação preocupante, uma vez que se pode
estabelecer uma dieta mais equilibrada para que não ocorra erros alimentares,
evitando assim distúrbios alimentares e doenças como obesidade, o diabete e a
hipertensão. Fisberg (2007) recomenda a busca de uma alimentação saudável,
evitando exageros.
Na atividade de construção do cardápio alimentar semanal, verificamos que
os estudantes fazem uso de refeições variadas, consumindo alimentos de alto valor
calórico e com pouco valor nutricional. Dentre eles podemos destacar: massas,
doces, refrigerantes, arroz, feijão, carne bovina e frango. O consumo de legumes,
frutas, verduras e leite é muito reduzido.
32 4 CONCLUSÃO
O desenvolvimento metodológico deste trabalho, por meio do vídeo sobre
Conservantes, permitiu a motivação dos alunos a buscar informações contidas nos
rótulos das embalagens dos alimentos industrializados, uma vez que esses produtos
apresentam especificações sobre os ingredientes naturais e artificiais que compõem
os alimentos. A utilização de recursos tecnológicos associada ao significado dos
conteúdos sobre alimentos: nutrição, alimentos diet e light, aditivos químicos entre
outros permitiu a constatação de uma aprendizagem significativa. Ressalte-se que
este fato não se restringe aos métodos de ensino ou a processos de aprendizagem
dos aspectos relativos aos alimentos aprendizagem, mas a não linearidade de
ensino. No ensino de ciências, um caminho não linear como no modelo da
transmissão; mas com oportunidades de uma trama de relações cognitivas e
afetivas, estabelecidas pelos diferentes indivíduos que dela participam é possível
alcançar os objetivos e uma aprendizagem significativa com alunos motivados do
início ao final da atividade de ensino.
As reflexões sobre os produtos diet e light nos fazem considerar a
necessidade de mudar a prática de sala de aula, em atividades de sala que
promovam o interesse e a participação dos alunos percebe-se a motivação desses.
O desenvolvimento de uma situação de aprendizagem, que podemos chamar de
ideal, onde o aluno é desafiado para resolver uma situação a resolver, que faz
sentido para ele, que contém um desafio e que, para a solução dessa situação, o
conhecimento científico aparecerá como o mais adequado, pois, com as informações
que chegam hoje pelas mídias, com mais intensidade se faz necessário um
esclarecimento de forma efetiva nos bancos escolares pelo professor. É importante
lembrar que nosso objetivo de aprendizagem visa também habilidades e atitudes.
Assim, podemos dizer que ocorreu aprendizagem significativa, pois as atividades
desenvolvidas possibilitaram uma interação entre o novo conhecimento e o já
existente, na qual ambos se modificam.
Da mesma forma, houve a formação de novos conhecimentos, pois os
alunos estabeleceram a distinção entre os produtos diet e light, em um processo de
construção gradativa do conhecimento.
Neste sentido, houve a atribuição de novos significados pelos alunos,
quando os mesmos articularam seus conhecimentos anteriores aos conteúdos
33 propostos pela professora, como na atividade de confecção de embalagens e rótulos
para os produtos.
Na reorganização da estrutura cognitiva, os alunos passaram a observar
com mais atenção o rótulo dos alimentos, tanto no ato da compra quanto no
consumo.
Foi possível verificar ainda, que o mercado de produtos diet e light está
crescendo e se desenvolvendo muito rapidamente, porém as pesquisas científicas
nesse campo ainda são escassas.
34
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