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Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
Apresentação ao mercado do Guia de Implementação
Prática “Perdas por imparidade para a carteira de
crédito”
DEPARTAMENTO DE SUPERVISÃO PRUDENCIAL
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
12 de Junho de 2014
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
001
Agenda
• Enquadramento
• GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito
o Estrutura do normativo
o Assuntos:
Créditos reestruturados por dificuldades financeiras do cliente
Evidência objectiva de perdas por imparidade
Exposições analisadas individualmente
Exposições analisadas colectivamente
Documentação referente ao processo de quantificação de perdas por imparidade
Informação a reportar referente ao apuramento de perdas por imparidade
Divulgações a incluir no anexo às demonstrações financeiras
o Factores críticos de sucesso relacionados com o processo de quantificação de perdas por
imparidade
o Marcos relevantes
• Considerações finais
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
002
Enquadramento
De forma a cumprir com os objectivos e as datas propostas neste documento, será necessário um elevado
compromisso, cooperação e articulação entre o BNA e as instituições financeiras.
Tal como definido na apresentação ao mercado efectuada no passado dia 10 de Março de 2014, o Banco Nacional de
Angola (doravante “BNA”) está a promover a adopção plena das Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato
Financeiro (doravante “IAS/IFRS”) a partir do exercício de 2016.
O Guia de Implementação Prática (doravante “GIP”) das perdas por imparidade para a carteira de crédito, que
deverá ser publicado sob a forma de um Instrutivo, irá estabelecer orientações que devem ser consideradas pelas
instituições financeiras sob supervisão do BNA no âmbito do apuramento de perdas por imparidade para a
carteira de crédito concedido a clientes.
O GIP sobre perdas por imparidade para a carteira de crédito é o primeiro a ser apresentado dada a sua relevância e
complexidade.
O presente documento inclui as seguintes secções:
Breve apresentação da estrutura e dos principais aspectos do GIP;
Apresentação dos factores críticos de sucesso associados ao processo de apuramento de perdas por imparidade
para a carteira de crédito concedido a clientes;
Marcos relevantes previstos no cronograma global de adopção plena das IAS/IFRS relacionados com o
apuramento de perdas por imparidade para a carteira de crédito concedido a clientes.
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
003
Enquadramento
As perdas por imparidade para a carteira de crédito encontram-se presentemente abordadas na
IAS 39 – “Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração”.
A IAS 39 define que em cada data de reporte financeiro cada instituição deve avaliar a existência de evidência
objectiva que um activo financeiro (ou um grupo de activos financeiros) está em imparidade.
Nos termos previstos pela IAS 39 um activo financeiro está em imparidade e as perdas por imparidade foram
incorridas se:
• existe evidência objectiva de imparidade como resultado de um ou mais eventos que ocorreram após o
reconhecimento inicial do activo; e
• os eventos acima mencionados têm um impacto nos fluxos de caixa futuros estimados do activo, podendo tal
impacto ser estimado de forma fiável.
Relativamente ao crédito a clientes, caso exista evidência objectiva de perdas por imparidade, o montante da perda
(imparidade) é a diferença entre o valor de balanço do activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros
estimados (excluindo o efeito de perdas de crédito futuras que não foram incorridas), descontados à taxa de juro
efectiva original do activo.
O GIP a emitir não pretende efectuar quaisquer interpretações das IAS/IFRS.
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
004
Evidência objectiva de perdas por imparidade
Informação a reportar referente ao apuramento de perdas por imparidade
Exposições analisadas individualmente
Exposições analisadas colectivamente
An
exo
s
Divulgações a incluir no anexo às demonstrações financeiras
Corpo principal do Instrutivo
2
3
4
6
7
Documentação referente ao processo de quantificação de perdas por imparidade 5
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Estrutura do normativo
Créditos reestruturados por dificuldades financeiras dos clientes 1
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
005
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Créditos reestruturados por dificuldades financeiras do cliente
• As instituições financeiras devem identificar e marcar nos sistemas de informação os créditos reestruturados
por dificuldades financeiras dos clientes, os quais correspondem a créditos em que ocorram modificações aos
seus termos e condições e em que os clientes apresentem dificuldades financeiras, tendo em consideração os
seguintes aspectos:
Identificação e marcação de créditos reestruturados por dificuldades financeiras dos
clientes
(ex.: o incumprimento perante a própria instituição, registo de incumprimento junto da CIRC nos
últimos 12 meses).
1
Registo de alterações contratuais nos sistemas de informação da instituição
(ex.: data da alteração contratual, tipologia da alteração contratual). 2
Desmarcação de créditos reestruturados por dificuldades financeiras dos clientes
(ex.: pagamento regular de prestações de capital, inexistência de capital ou juros vencidos e
não ter existido quaisquer reestruturações da dívida durante um período de 2 anos).
3
Caso ocorra uma reestruturação de crédito em que não se verifique o reforço de garantias reais ou o
pagamento de juros e capital vencidos, esta operação deve ser classificada como em incumprimento.
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
006
• As instituições financeiras deverão considerar, no mínimo, como evidências objectivas de perdas por
imparidade os seguintes eventos de perdas:
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Evidência objectiva de perdas por imparidade
Dificuldades financeiras significativas dos clientes
(ex.: clientes com incumprimento ou cheques devolvidos no sistema financeiro, créditos em situação
de contencioso).
1
Incumprimentos contratuais de capital e juros
(ex.: cliente com créditos com atrasos nos pagamentos superiores a 30 dias). 2
Créditos reestruturados por dificuldades financeiras dos clientes, conforme apresentado
na secção anterior. 3
Informação observável sobre uma redução mensurável dos fluxos de caixa estimados
num grupo de activos desde o seu reconhecimento inicial, apesar dessa redução ainda
não ser identificável individualmente, nomeadamente condições que estejam relacionadas com
o incumprimento num grupo de activos (ex.: aumento da taxa de desemprego, redução do preço do
petróleo para produtores de petróleo, conhecimento por parte da instituição financeira de situações
de desemprego ou doença prolongada no caso de particulares).
4
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
007
• As instituições financeiras devem definir critérios para seleccionar os clientes que são objecto de
análise individual, os quais devem ser aplicados de forma consistente ao longo dos períodos:
• Caso um crédito analisado individualmente não apresente evidência objectiva de imparidade, é
incluído num grupo de activos com características de risco similares para efeitos de apuramento de
perdas por imparidade em base colectiva.
• Os fluxos de caixa futuros estimados associados às operações podem ser obtidos das seguintes formas:
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas individualmente
Fluxos de caixa do negócio, em que a recuperabilidade da dívida depende da capacidade de reembolso do
devedor.
Fluxos de caixa do projecto imobiliário, em que a recuperabilidade da dívida depende directamente dos
fluxos de caixa futuros a gerar por um projecto imobiliário específico.
Dação/execução do colateral, caso o devedor não gere fluxos de caixa futuros suficientes para assegurar o
cumprimento do serviço da dívida.
Clientes/grupos económicos cuja exposição seja individualmente significativa
(ex.: exposição superior a 0,5% dos fundos próprios da instituição). 1
Outras situações qualitativas. 2
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
008
• As instituições financeiras devem obter informação adequada e actualizada para a aferição de perdas
por imparidade em base individual:
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas individualmente
Aspectos contratuais
(ex.: incumprimento das condições contratuais, descobertos pontuais não autorizados no último ano,
cheques devolvidos, utilização de linha de crédito no limite autorizado com sucessivas renovações,
créditos reestruturados por dificuldades financeiras do cliente).
1
Análise económico-financeira
As instituições devem obter demonstrações financeiras auditadas actualizadas dos clientes, sempre
que a sua elaboração é exigida por lei e efectuar a sua respectiva análise económico-financeira.
2
Existência e valorização dos colaterais
(ex.: Natureza da garantia, grau de cobertura por garantias reais). 3
Outros aspectos
(ex.: Dívidas à Administração Central (Segurança Social e Administração Fiscal) e/ou empregados e
abertura de processo de insolvência).
4
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
009
• Relativamente aos imóveis recebidos em garantia no âmbito das operações de crédito, as instituições devem:
Proceder à identificação nos seus sistemas de informação das seguintes tipologias de garantias imobiliárias:
(i) hipoteca reconhecida em Certidão de Registo Predial (antiguidade máxima de 1 ano);
(ii) operações com garantia “semi-real” (procuração irrevogável para constituição de hipoteca).
Dispor de relatórios de visita/actividade detalhados (com antiguidade até 1 ano) sobre o grau de
acabamento/execução dos projectos imobiliários, caso aplicável.
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas individualmente
Utilizar pressupostos mais conservadores na valorização das garantias “semi-reais”, do que os utilizados
na valorização das hipotecas.
Dispor de mecanismos que permitam aferir sobre a adequação da(s) metodologia(s) de avaliação
considerada(s) pelo perito avaliador independente, bem como dos respectivos dados dos imóveis.
Comparar a evolução dos referenciais de mercado, quando disponíveis, com a evolução das avaliações
dos seus colaterais e aferir sobre a sua razoabilidade.
Utilizar pressupostos mais conservadores no apuramento dos fluxos de caixa estimados para projectos
imobiliários financiados quase exclusivamente pelas instituições.
Considerar os custos associados à recuperação do montante em dívida via execução do colateral.
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
010
• Caso um crédito não seja individualmente significativo ou tendo sido analisado individualmente não
apresente indícios objectivos de imparidade, deve ser incluído num grupo de activos com
características de risco similares para apuramento de perdas por imparidade em base colectiva, tendo
em consideração, entre outros, os seguintes aspectos:
• As instituições financeiras devem:
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas colectivamente
Tipologias dos produtos (ex.: promoção imobiliária ou crédito a particulares).
Classificação interna de risco de crédito.
Localização geográfica.
Tipo de garantia.
Antiguidade do incumprimento e existência de créditos reestruturados por dificuldades financeiras dos clientes.
Estimar os fluxos de caixa futuros com base nas perdas históricas apuradas para activos com risco
similares, considerando um período mínimo de 5 anos. Contudo, o modelo de perdas por imparidade
das instituições deve ser ajustado de forma a reflectir as condições económicas actuais (condições
vigentes no último ano) que não afectaram o período histórico no qual se baseia o referido modelo e a
excluir os efeitos de condições no período histórico que não existem actualmente (metodologia
“point-in-time”).
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
011
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas colectivamente
A determinação das perdas por imparidade para créditos analisados colectivamente pode ser realizada através
de modelos estatísticos. As instituições devem aferir a aderência do modelo estatístico utilizado às perdas
históricas registadas (“back-testing”) e, sempre que aplicável, implementar medidas correctivas.
Actualizar os factores de risco apurados através de modelos estatísticos no âmbito da determinação das
perdas por imparidade para créditos analisados colectivamente com uma periodicidade mínima anual.
Preparar análises de sensibilidade aos principais pressupostos utilizados na determinação de perdas por
imparidade.
• As instituições financeiras devem (continuação):
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
012
• As exposições analisadas colectivamente devem ser classificadas conforme segue:
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas colectivamente
Créditos sem imparidade
Créditos em incumprimento
Créditos reestruturados por
dificuldades financeiras
Créditos com outros indícios
de imparidade
Créditos com imparidade
• Estas classificações devem ser registadas nos
sistemas informáticos das instituições
financeiras.
• No apuramento de perdas por imparidade, as
instituições financeiras devem ter em
consideração não apenas a classificação
actual dos créditos, mas também a sua
classificação no período histórico relevante.
O apuramento de perdas por imparidade
em base colectiva pressupõe a realização
de um processo prévio de segmentação
da carteira de crédito, sendo
determinados os factores de risco para
cada um dos segmentos.
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
013
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas colectivamente
Créditos sem imparidade
Créditos com imparidade
Caso ocorram reestruturações por dificuldades financeiras dos clientes em que não se verifique o
reforço de garantias reais ou o pagamento de juros e capital vencidos, estas operações devem ser
classificadas como operações em incumprimento.
• As exposições analisadas colectivamente devem ser classificadas conforme segue (continuação):
Créditos com incumprimentos contratuais iguais ou
superiores a 90 dias.
Definido anteriormente na secção “Créditos reestruturados
por dificuldades financeiras dos clientes”.
Restantes créditos em que exista evidência objectiva de
perdas por imparidade nos termos da secção “Evidência
objectiva de perdas por imparidade” e que não sejam
enquadráveis nas duas sub-categorias acima previstas.
Créditos em que não exista evidência objectiva de perdas
por imparidade nos termos da secção “Evidência objectiva
de perdas por imparidade” do presente documento.
Créditos em incumprimento
Créditos reestruturados por
dificuldades financeiras
Créditos com outros indícios
de imparidade
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
014
• Para os créditos classificados na categoria de “Créditos sem imparidade”, devem ser apuradas perdas
de imparidade associadas a eventos já ocorridos, mas ainda não observados (“Incurred but not
reported” – “IBNR”).
• Deste modo, deve ser determinada a probabilidade de uma operação de crédito ter um indício de imparidade
num período temporal pré-definido (período de emergência), denominada de “Probabilidade de indício”
(PI). No âmbito da determinação da probabilidade de indício deve ser considerado um período de
emergência de, no mínimo, 1 ano.
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas colectivamente
Evento já ocorrido, mas ainda não observado
- IBNR.
Classificação dos créditos
Créditos sem imparidade
Apuramento de perdas por imparidade
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
015
• As perdas por imparidade relativamente a “Créditos com imparidade” devem ser apuradas considerando
a totalidade dos fluxos de caixa futuros dos activos (perda “lifetime”) e atendendo ao efeito temporal do
dinheiro, considerando os factores de risco abaixo:
Créditos com imparidade
Perda em caso de incumprimento -
LGD
Per
da d
ura
nte
o p
erío
do d
a
op
era
ção
(li
feti
me)
Probabilidade de entrada em incumprimento (incumprimento igual ou superior a 90 dias), condicionada ao indício de imparidade.
Perda em caso de entrada em incumprimento.
Probabilidade de incumprimento -
PD
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas colectivamente
Classificação dos créditos Apuramento de perdas por imparidade
Créditos em incumprimento
Créditos reestruturados por
dificuldades financeiras
Créditos com outros indícios
de imparidade
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
Não devem ser consideradas como recuperações as reestruturações de crédito.
016
Para o cálculo da perda em caso de incumprimento é considerado o valor actualizado das recuperações
posteriores à entrada em incumprimento. Relativamente às recuperações a considerar no apuramento da
LGD devem ser tidos em consideração, entre outros, os seguintes aspectos:
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas colectivamente
As instituições financeiras devem dispor de mecanismos específicos para tratamento das facilidades de
crédito renováveis (contas correntes caucionadas e descobertos bancários).
Perda em caso de incumprimento (LGD)
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
017
• Em resumo:
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Exposições analisadas colectivamente
Evento já ocorrido, mas ainda não observado
- IBNR.
Classificação dos créditos
Créditos sem imparidade
Apuramento de perdas por imparidade
Créditos com imparidade
Perda em caso de incumprimento -
LGD P
erd
a d
ura
nte
o p
erío
do
da
op
era
ção
(li
feti
me)
Probabilidade de entrada em incumprimento (incumprimento igual ou superior a 90 dias), condicionada ao indício de imparidade.
Perda em caso de entrada em incumprimento.
Probabilidade de incumprimento -
PD
Créditos em incumprimento
Créditos reestruturados por
dificuldades financeiras
Créditos com outros indícios
de imparidade
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
018
• As instituições devem dispor de uma estrutura de governo interno, procedimentos e controlos referentes
ao apuramento de perdas por imparidade para a carteira de crédito formalmente documentadas e
aprovadas pelos respectivos órgãos de administração, incluindo, por exemplo:
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Documentação referente ao processo de quantificação de perdas por imparidade
Definição de responsabilidades das várias áreas envolvidas, assegurando uma adequada segregação de
funções.
Metodologia de apuramento de perdas por imparidade (analisados individual e colectivamente),
incluindo os principais pressupostos e julgamentos.
Metodologia utilizada para aferir a aderência do modelo estatístico utilizado pelas instituições
financeiras às perdas históricas registadas (processo de “back-testing”).
Metodologia utilizada para aferir a aderência da informação histórica considerada na base do modelo de
imparidade às condições internas e externas actuais (“point-in-time”).
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
019
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Informação a reportar referente ao apuramento de perdas por imparidade
• No apuramento de perdas por imparidade, as instituições financeiras devem implementar mecanismos
específicos de monitorização da informação de base utilizada no apuramento de perdas por imparidade,
incluindo, entre outros:
Estes mecanismos devem ser formalmente documentados e reportados ao BNA.
Reconciliação entre os registos contabilísticos e os registos operacionais da carteira de
crédito. 1
Testes de fiabilidade dos dados e assegurar a implementação de medidas correctivas,
caso aplicável.
(ex.: inexistência de campos não preenchidos, inexistência de campos preenchidos em formato
incorrecto, inexistência de inconsistências na evolução da segmentação das operações, inexistência
de inconsistências na evolução do incumprimento, adequado registo dos colaterais).
2
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
020
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Divulgações a incluir no anexo às demonstrações financeiras
• Divulgação de elementos sobre a qualidade dos activos e gestão do risco de crédito, incluindo
divulgações quantitativas e qualitativas (ex.: (i) descrição das medidas de reestruturação aplicadas e
respectivos riscos associados, bem como os mecanismos de controlo e monitorização dos mesmos, (ii)
indicação dos indícios de imparidade por segmentos de crédito, (iii) descrição genérica da forma de cálculo do
valor actual dos fluxos de caixas futuros no apuramento das perdas de imparidade avaliadas individual e
colectivamente).
No âmbito do processo de adopção das IAS/IFRS será emitido oportunamente o GIP sobre a IFRS 7 –
Instrumentos financeiros: Divulgações.
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
021
GIP - Perdas por imparidade para a carteira de crédito Factores críticos de sucesso relacionados com o processo de
quantificação de perdas por imparidade
Formação adequada dos quadros bancários das instituições financeiras.
Definição conceptual das metodologias de apuramento de perdas por imparidade em base
individual e colectiva, de forma atempada pelas instituições.
Realização de desenvolvimentos nos sistemas de informação, nomeadamente:
• identificação e marcação dos créditos reestruturados por dificuldades financeiras dos clientes;
• visão ao nível do cliente em detrimento da visão com enfoque na operação.
Recolha de informação histórica sobre o comportamento das carteiras de crédito nos últimos 5
anos e análise da fiabilidade dos dados recolhidos.
Criação de procedimentos de controlo associados ao processo de quantificação de perdas por
imparidade para a carteira de crédito.
Factores
críticos
de
sucesso
Recolha de informação mais completa e sistematizada sobre os clientes (ex.: contas auditadas).
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
022
No âmbito do processo de adopção plena das IAS/IFRS, os marcos relevantes associados ao processo de quantificação de perdas
por imparidade para a carteira de crédito são:
Implementação do modelo de perdas por imparidade
o Reporte sobre as metodologias de apuramento de perdas por imparidade para
a carteira de crédito, de acordo com o estabelecido pelo BNA no GIP de
“Perdas por imparidade para a carteira de crédito”, incluindo os respectivos
impactos quantitativos com referência a 1 de Janeiro de 2015.
30 de Junho de 2015
o Revisão/aprovação das metodologias de apuramento de perdas por imparidade
para a carteira de crédito.
De 1 de Julho a 30 de Outubro
de 2015
o Disponibilização para consulta pública do Guia de Implementação Prática de
“Perdas por imparidade para a carteira de crédito”. 31 de Julho de 2014
Guia de Implementação Prática
o Participação activa no processo de consulta pública. O período de consulta pública
será de 30 dias
o Publicação da versão final do respectivo GIP. 31 de Outubro de 2014
Instituições
financeiras
Instituições
financeiras
Marcos relevantes
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras – Guia de Implementação Prática “Perdas por imparidade para a carteira de crédito”
023
O GIP das perdas por imparidade para a carteira de crédito concedido a clientes é fundamental
para uniformizar os procedimentos que as instituições financeiras devem adoptar no processo de
quantificação de perdas por imparidade do crédito concedido.
Considerações finais
A articulação entre as instituições financeiras e o BNA é essencial para assegurar o
cumprimento das acções a desenvolver, nos prazos que vierem a ser definidos.
Face à complexidade deste assunto, o reporte atempado ao BNA das dificuldades sentidas pelas
instituições financeiras é determinante para assegurar o sucesso da implementação deste
processo.
Obrigado.