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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO VALIDADE TAXONÔMICA DO CASCUDINHO Parotocinclus cearensis GARAVELLO, 1977 (SILURIFORMES: LORICARIIDAE), NORDESTE DO BRASIL ________________________________________________ Dissertação de Mestrado Natal/RN, março de 2016 LUCIANO DE FREITAS BARROS NETO

Apresentação do PowerPoint - core.ac.uk · spilosoma e P. cearensis, onde são acrescentadas novas informações sobre osteologia, coloração, distribuição geográfica, habitat

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO

VALIDADE TAXONÔMICA DO CASCUDINHO Parotocinclus cearensis

GARAVELLO, 1977 (SILURIFORMES: LORICARIIDAE),

NORDESTE DO BRASIL

________________________________________________

Dissertação de Mestrado

Natal/RN, março de 2016

LUCIANO DE FREITAS BARROS NETO

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LUCIANO DE FREITAS BARROS NETO

Validade taxonômica do cascudinho Parotocinclus cearensis Garavello, 1977

(Siluriformes: Loricariidae), Nordeste do Brasil

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em

Sistemática e Evolução da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do

título de Mestre em Sistemática e Evolução.

Orientador: Sergio Maia Queiroz Lima.

Co-orientador: Telton Pedro Anselmo Ramos.

NATAL, RN

2016

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Centro

de Biociências

Barros Neto, Luciano de Freitas.

Validade taxonômica do cascudinho Parotocinclus cearensis

Garavello, 1977 Siluriformes: Loricariidae, Nordeste do Brasil /

Luciano de Freitas Barros Neto. – Natal, RN, 2016.

81 f.: il.

Orientador: Prof. Dr. Sergio Maia Queiroz Lima.

Coorientador: Prof. Dr. Telton Pedro Anselmo Ramos.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em

Sistemática e Evolução.

1. Taxonomia. – Dissertação. 2. Peixes da Caatinga. – Dissertação.

3. Nordeste médio oriental. – Dissertação. 4. Rios temporários. –

Dissertação. 5. Biogeografia – Dissertação. 6. Parotocinclus

spilosoma. – Dissertação. I. Lima, Sergio Maia Queiroz. II. Ramos,

Telton Pedro Anselmo. III. Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. IV. Título.

RN/UF/BSE-CB CDU 57.06

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LUCIANO DE FREITAS BARROS NETO

Validade taxonômica do cascudinho Parotocinclus cearensis Garavello, 1977

(Siluriformes: Loricariidae), Nordeste do Brasil

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em

Sistemática e Evolução da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em

Sistemática e Evolução.

Área de concentração: Sistemática e Evolução.

Orientador: Sergio Maia Queiroz Lima.

Co-orientador: Telton Pedro Anselmo Ramos.

Aprovada em 29/03/2016.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________

Dr. Sergio Maia Queiroz Lima

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(Orientador)

___________________________________________________________________________

Dr. Fúlvio Aurélio de Morais Freire

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________________________________________________

Dr. Pablo Cesar Lehmann Albornoz

Universidade do Vale do Rio dos Sinos

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Dedico este trabalho a Luciano de Freitas Barros

(in memoriam), minha eterna fonte de inspiração.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço ao Professor Sergio, pela confiança depositada em

mim para a realização desse trabalho, por todo o conhecimento passado e amizade. Agradeço

por todos os ensinamentos que obtive e por ser um exemplo de profissional, sempre pronto

para esclarecer minhas dúvidas, puxar a orelha e guiar pelo melhor caminho.

Agradeço ao Telton Ramos, por toda a ajuda e contribuição no desenvolvimento desse

trabalho, assim como nos conhecimentos passados.

Ao professor Fúlvio e ao Vinícius por todas as sugestões feitas ao trabalho durante a

qualificação.

Ao Waldir por me ensinar as técnicas do laboratório e ajuda com análises

filogenéticas. Ao Marcelo Gehara pelas dicas de laboratório na parte de extração e PCR. Ao

Uedson pelo envio de material e recomendações. Ao Cadu pela ajuda com as análises

estatísticas.

Agradeço aos meus colegas de laboratório: Roney, Waldir, Mateus, Márcio, Lucas,

Thais, Nathalia, Miguel entre outros que não estão mais presentes, que de uma forma ou de

outra foram muito importantes na realização desse trabalho, seja de forma direta ou indireta,

desde o trabalho no campo, em laboratório, as trocas de experiências, conselhos e também na

hora da descontração. Ao pessoal do GEEFAA: Cadu, Sávio, Valéria, Aléx, Dani, Vanessa,

Bruna, Thabata, Mateus, Licia entre outros que já passaram pelo laboratório, pelos momentos

de risada, brincadeiras, vacilos no Facebook e cafezinhos. A galera do laboratório molecular,

Fran, Thiego, Camurugi e Jéssica, por toda ajuda e troca de informações.

Ao programa de Pós-Graduação em Sistemática e Evolução, pela assistência, auxílio

financeiro e suporte no decorrer do curso.

A Capes, no qual recebi bolsa de mestrado durante esses dois anos, que viabilizou

financeiramente o meu curso de mestrado.

A Pro-Reitoria de Pós-Graduação da UFRN, que cedeu auxílio financeiro para

sequenciamento das amostras.

Agradeço à Janaína, que sempre me apoiou e incentivou, aguentando todos meus

estresses e aborrecimentos, sempre paciente e prestativa para me ajudar quando necessário.

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Aos irmãos do KND, por estarem sempre presentes, pelas grandes discussões, noites

de bebedeiras e jogatinas.

A toda galera do recanto da mata, pelos momentos de descontração, relaxamento e

discussões filosóficas.

Ao meu amigo e parceiro de biritas Geomar, pelas conversas e discussões no CB e bar

do Thomas.

A toda galera da capoeira, pelas farras, rodas e papoeiragem, no qual muito aprendi

esses últimos meses.

Aos meus amigos da biologia e de fora, sem vocês esse caminho seria muito mais

difícil. Aos que estiveram sempre presentes, e também aos que nem sempre puderam estar,

mas de alguma forma sempre me apoiaram e acreditaram em mim.

Por fim, agradeço à minha família, que sempre apoiou minhas decisões, sempre

estiveram do meu lado e reconheceram todo meu esforço nos últimos anos.

Muito obrigado a todos!

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APRESENTAÇÃO

Esse trabalho é apresentado inicialmente com uma introdução geral acerca do tema. A

metodologia será apresentada na ordem em que foi realizada cada atividade, descrevendo cada

um dos métodos usados. Os resultados também são apresentados e discutidos em partes, para

cada uma das metodologias realizadas. Inicia-se pelas análises estatísticas com base na

morfometria convencional, a fim de identificar variações na forma do corpo em relação às

diferentes populações. Em seguida, as análises filogenéticas e cálculos de distância genética

tentam responder questões fundamentais sobre a delimitação das linhagens, as relações de

parentesco entre as linhagens envolvidas no estudo e propor hipóteses de dispersão.

Finalmente, são apresentadas informações taxonômicas, com a redescrição de Parotocinclus

spilosoma e P. cearensis, onde são acrescentadas novas informações sobre osteologia,

coloração, distribuição geográfica, habitat e apresentadas novas diagnoses baseadas em

caracteres que melhor diferenciam estas espécies e os demais congêneres, assim como é

discutida a presença de possíveis novas espécies encontradas no estudo. Os resultados

também são discutidos sob uma perspectiva de taxonomia integrativa e biogeográfica, afim de

compreender a presença de diferentes linhagens em uma bacia. Ao final uma conclusão geral,

apontando os principais pontos do trabalho.

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RESUMO

O gênero Parotocinclus compreende 29 espécies nominais válidas de pequenos cascudos

hipoptopomatíneos amplamente distribuídos na região neotropical cisandina. Embora a

subfamília Hypoptopomatinae seja monofilética, o gênero foi reconhecido como uma

assembleia polifilética. Na região Nordeste do Brasil, que abrange quatro ecorregiões

hidrográficas distintas, Parotocinclus apresenta uma alta riqueza de espécies, representado

por doze espécies descritas até o momento, geralmente com distribuição geográfica restrita.

Dentre essas, P. cearensis, da bacia do rio Acaraú no oeste do Estado do Ceará, foi descrita a

partir do desmembramento da série-tipo de P. spilosoma, da bacia do rio Paraíba do Norte, no

Estado da Paraíba, tendo surgido algumas controvérsias a respeito da validade da primeira.

Em levantamentos ictiológicos recentes em diversas bacias das ecorregiões do Nordeste

Médio-Oriental e do São Francisco foram coletados alguns espécimes de Parotocinclus

semelhantes à P. cearensis, o que sugere que essa espécie possua uma ampla distribuição no

Nordeste do Brasil, ou que se trata de um complexo de espécies. Para resolver essas incertezas

taxonômicas foram feitas análises morfológicas e moleculares, que confirmaram a validade de

P. cearensis e identificaram a presença de possíveis novas espécies relacionadas. Assim, é

fornecida uma redescrição de P. cearensis e P. spilosoma, e identificada a co-ocorrência de

linhagens em algumas bacias hidrográficas, sugerindo um contato secundário.

Palavras-chave: taxonomia, peixes da Caatinga, Nordeste Médio Oriental, rios temporários,

biogeografia, Parotocinclus spilosoma.

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ABSTRACT

The Parotocinclus genus comprises 29 valid nominal species of small Hypoptopomatinae

armored catfishes widely distributed in cisandine Neotropical Region. Although the subfamily

Hypoptopomatinae is monophyletic, the genus has been recognized as a polyphyletic

assemblage. In northeastern Brazil, which covers four distinct ecoregions, Parotocinclus show

a high species richness, represented by twelve species described to date, usually with

restricted geographic distribution. Among these, P. cearensis from Acaraú river basin in

western Ceará State, was described from the distinction of the type series of P. spilosoma,

from Paraíba do Norte river basin, in Paraíba State, having been some controversy regarding

the validity of the first. In recente ichthyological surveys in several drainages of the Mid-

Northeastern Caatinga and São Francisco ecoregions some Parotocinclus specimens similar

to P. cearensis were captured, suggesting that this species has a wide distribution in

Northeastern Brazil, or it is a species complex. To address this taxonomic uncertainty,

morphological and molecular analyzes were performed, which confirmed the validity of P.

cearensis and identified the presence of possibles new related species. Thus, there is provided

a redescription of P. cearensis and P. spilosoma, and identified the co-occurrence of lineages

in some hydrographic basins, suggesting a secondary contact.

Key-words: Taxonomy, Caatinga fishes, Mid-Northeastern Caatinga ecoregion, temporary

rivers, biogeography, Parotocinclus spilosoma.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................14

1.1. Parotocinclus do Nordeste do Brasil...................................................................................14

1.2. As drenagens do Nordeste do Brasil...................................................................................16

2. OBJETIVOS............................................................................................................................18

3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................................18

3.1. Área de estudo.......................................................................................................................18

3.2. Espécimes analisados............................................................................................................19

3.3. Análise morfológica..............................................................................................................19

3.4. Extração de DNA..................................................................................................................23

3.5. Amplificação de trechos do genoma mitocondrial por PCR............................................23

3.6. Edição e alinhamento das sequências.................................................................................24

3.7. Análises filogenéticas............................................................................................................24

4. RESULTADOS........................................................................................................................25

4.1. Análise morfológica..............................................................................................................25

4.2. Análise molecular..................................................................................................................31

4.3. Taxonomia.............................................................................................................................34

5. DISCUSSÃO............................................................................................................................53

6. CONCLUSÃO.........................................................................................................................63

7. REFERÊNCIAS......................................................................................................................64

8. ANEXOS..................................................................................................................................73

8.1. Material examinado..............................................................................................................73

8.2. Material comparativo...........................................................................................................75

8.3. Tabelas adicionais................................................................................................................77

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Lista de Figuras

Figura 1. Localidades-tipo das espécies de Parotocinclus da ecorregião do Nordeste Médio

Oriental (NEMO).

Figura 2. Espécimes representativos de Parotocinclus cearensis e P. spilosoma de cada bacia

estudada: 1a e 1b, P. cearensis, rio Acaraú (UFRN 2886, 33.3 mm CP); 2a e 2b, P. cf.

cearensis, rio Jaguaribe (UFRN 0388, 29.1 mm CP); 3a e 3b, P. cf. cearensis, rio Granjeiro

(UFRN 1250 35.2 mm CP); 4a e 4b, P. cf. cearensis, rio Piranhas-Açu (UFRN 0569, 30.2

mm CP); 5a e 5b, P. cf. cearensis, rio Paraíba do Norte (UFRN 1586, 33.2 mm CP); 6a e 6b,

P. cf. cearensis, rio São Francisco (UFRN 0620, 32.2 mm CP); 7a e 7b, P. spilosoma, rio

Paraíba do Norte (UFRN 2001, 34.8 mm CP); 8a e 8b, P. cf. spilosoma, rio Ipojuca (UFRN

0619, 33.7 mm CP).

Figura 3. Mapa da região amostrada, abrangendo as principais bacias do Nordeste Médio

Oriental (NEMO) e alguns afluentes da bacia São Francisco. Cores representam diferentes

populações de Parotocinclus cearensis e P. spilosoma, asteriscos representam localidades tipo

das espécies (um ponto pode representar mais de uma localidade).

Figura 4. Medidas e terminologia de Hypoptopomatinae (modificado de Carvalho & Reis,

2009): CP, comprimento padrão; CC, comprimento da cabeça; CpD, comprimento pré-dorsal;

CD, comprimento da nadadeira dorsal; CAn, comprimento da nadadeira anal; CPt,

comprimento da nadadeira peitoral; CPv, comprimento da nadadeira pélvica; LC, largura do

cleitro; CT, comprimento torácico; CAb, comprimento abdominal; ACp, altura do corpo na

origem da nadadeira dorsal; CPC, comprimento do pedúnculo caudal; APC, altura do

pedúnculo caudal; CF, comprimento do focinho; DO, diâmetro orbital; LI, largura

interorbital; ACç, altura da cabeça.

Figura 5. Análise de componentes principais com as seis populações de Parotocinclus

cearensis e P. spilosoma.

Figura 6. Análise de variância multivariada com uma análise de variáveis canônicas com as

seis populações de Parotocinclus cearensis e P. spilosoma.

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Figura 7. Análise de agrupamento com todos os indivíduos de Parotocinclus cearensis e P.

spilosoma, com valores de bootstrap.

Figura 8. Análise de agrupamento com a média de Mahalanobis gerados na AVC, com

valores de bootstrap.

Figura 9. Árvore de Máxima-Verossimilhança gerada a partir das sequências de citocromo b,

com os valores de suporte dos nós.

Figura 10. Árvore da inferência Bayesiana com haplótipos gerada a partir das sequências de

citocromo b. Números próximos aos nós indicam a probabilidade a posteriori da existência do

clado. Barras em roxo indicam tempo de divergência.

Figura 11. Parotocinclus cearensis, topótipo UFRN 2886, 33.3 mm CP, macho, Brasil,

Ceará, Município de Ipu, riacho Ipuçaba, bacia do rio Acaraú. Vistas lateral, dorsal e ventral.

Figura 12. Parotocinclus cearensis, parátipo MNRJ 8689, 24.2 mm CP, macho, Brasil,

Ceará, Município de Ipu, Cachoeira do Gusmão, bacia do rio Acaraú. Vistas lateral, dorsal e

ventral.

Figura 13. Vista ventral da região abdominal mostrando as placas laterais e placas pré-anal

em Parotocinclus cearensis, UFRN 2698, 25.6 mm CP, fêmea. Abreviações: SPL, série de

placas laterais; RPA, região pré-anal; CL, cleitro; CO, coracóide.

Figura 14. Parotocinclus cearensis, espécime vivo (UFRN 2884, 33.3 mm CP), após coleta

no rio Ipuçaba, bacia do rio Acaraú, Município de Ipu, Ceará.

Figura 15. Bica do Ipu, Brasil, estado do Ceará, Município de Ipu, riacho Ipuçaba, bacia do

rio Acaraú.

Figura 16: Localidade tipo de Parotocinclus cearensis, Brasil, estado do Ceará, Município de

Ipu, riacho Ipuçaba, bacia do rio Acaraú.

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Figura 17. Parotocinclus spilosoma, UFRN 0698, 38.8 mm CP, fêmea, Brasil, Paraíba,

Município de Caturité, rio Paraíba, bacia do rio Paraíba do Norte. Vistas lateral, dorsal e

ventral.

Figura 18. Vista ventral da região abdominal mostrando as placas laterais e placas pré-anal

em Parotocinclus spilosoma, UFRN 0462, 38.2 mm CP, fêmea. Abreviações: SPL, série de

placas laterais; SPM, série de placas mediana; RPA, região pré-anal; CL, cleitro; CO,

coracóide.

Figura 19. Parotocinclus spilosoma, espécime vivo (UFRN 2001, 40.3 mm CP), após a

coleta no rio Paraíba do Norte, Caturité, Paraíba.

Figura 20. Localidade de Parotocinclus spilosoma, Brasil, estado da Paraíba, Município de

Caturité, riacho São Pedro, bacia do rio Paraíba do Norte.

Figura 21. Parotocinclus cf. cearensis da bacia do rio Jaguaribe, espécime vivo (UFRN

0404, 29.5 mm CP), após a coleta no rio Jaguaribe, Lima Campos, Ceará.

Figura 22. Parotocinclus cf. cearensis da bacia do rio Paraíba do Norte, espécime vivo

(UFRN 2004, 30.7 mm CP), após a coleta no riacho São Pedro, Caturité, Paraíba.

Figura 23. Parotocinclus cf. spilosoma da bacia do rio Ipojuca, espécime vivo (UFRN 0618,

44.5 mm CP), após a coleta na Barragem Pão de Açúcar, Poção, Pernambuco.

Figura 24. Parotocinclus cf. cearensis do rio Granjeiro, espécime vivo (UFRN 2087, 40.6

mm CP), após a coleta no rio Granjeiro, Crato, Ceará.

Lista de Tabelas

Tabela S1. Amostras utilizadas nas análises morfológicas e filogenéticas moleculares.

TIUFRN = Tecido Ictiológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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Tabela 1. Valores de distância genética para o gene mitocondrial citocromo b entre espécies

de Parotocinclus. Valores em porcentagem. PcearIPU = P. cearensis; PcfceGRA =

Parotocinclus cf. cearensis do rio Granjeiro; PcfcePAR = Parotocinclus cf. cearensis do rio

Paraíba do Norte; PcfceSFR = P. cf. cearensis do rio São Francisco; PsomaPAR = P.

spilosoma; PcfsoIPO = Parotocinclus cf. spilosoma do rio Ipojuca; PseriPIA = P. seridoensis;

PspluJAG = P. spilurus; PjumbPAR = P. jumbo do rio Paraíba do Norte; PjumbPIA = P.

jumbo do rio Piranhas-Açu; PmacuITA = P. maculicauda; Pprat = P. prata; Probu = P.

robustus; Pbahi = P. cf bahiensis.

Tabela 2. Dados morfométricos de Parotocinclus cearensis da bacia Acaraú (PcearIPU)

(parátipos e topótipos), Parotocinclus spilosoma da bacia Paraíba do Norte (PsomaPAR), P.

cf. cearensis dos rios Jaguaribe (PcfceJAG), Granjeiro (PcfceGRA), Paraíba do Norte

(PcfcePAR), Piranhas-Açu (PcfcePIA) e São Francisco (PcfceSFR) e P. cf. spilosoma do rio

Ipojuca (PcfsoIPO). Abreviações: n, número de espécimes medidos.

Tabela 3. Dados merísticos de Parotocinclus cearensis da bacia Acaraú (PcearIPU)

(parátipos e topótipos), Parotocinclus spilosoma da bacia Paraíba do Norte (PsomaPAR), P.

cf. cearensis dos rios Jaguaribe (PcfceJAG), Granjeiro (PcfceGRA), Paraíba do Norte

(PcfcePAR), Piranhas-Açu (PcfcePIA) e São Francisco (PcfceSFR) e P. cf. spilosoma do rio

Ipojuca (PcfsoIPO). Abreviações: n, número de espécimes medidos.

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Parotocinclus do Nordeste do Brasil

O gênero Parotocinclus Eigenmann & Eigenmann apresenta-se amplamente

distribuído da Venezuela ao sul do Brasil, região denominada Neotropical Cisandina,

compreendendo 29 espécies nominais válidas de pequenos bagres hipoptopomatíneos,

conhecidos no Brasil como "cascudinhos" (Ramos et al., 2013; Lehmann et al., 2014;

Lehmann et al., 2015). Hypoptopomatinae é uma subfamília monofilética, incluída na família

Loricariidae, abrigando atualmente 20 gêneros (Carvalho et al., 2008; Reis et al., 2012),

apesar do gênero Parotocinclus não ser considerado monofilético (Schaefer, 1998; Gauger &

Buckup, 2005; Sarmento-Soares et al., 2009).

Parotocinclus foi originalmente descrito como um subgênero monotípico de

Hisonotus por Eigenmann & Eigenmann (1889) tendo como base a espécie Otocinclus

maculicauda Steindachner. Os mesmos autores (1890) elevaram sua condição ao nível de

gênero, principalmente devido à presença de uma nadadeira adiposa. No entanto, algumas

espécies que apresentam nadadeira adiposa rudimentar ou ausente têm sido descritas como

Parotocinclus (Fowler, 1941; Garavello, 1977; Gauger & Buckup, 2005; Ramos et al., 2013;

Lehmann et al., 2014). Schaefer (1991) reconheceu o gênero como monofilético, utilizando

três sinapomorfias: 1) hiomandibular com crista curta e robusta separando a mandíbula no

adductor mandibulae do dilatador e músculos levator operculi, 2) o primeiro espinho da

nadadeira dorsal grande, e 3) linha lateral interrompida, terminando em 2 a 4 placas que

antecedem a última placa lateral.

No entanto, de acordo com uma análise filogenética morfológica de parcimônia,

Parotocinclus foi reconhecida como uma assembleia polifilética por Gauger & Buckup

(2005). Lehmann (2006), utilizando dados osteológicos e morfologia externa em uma análise

de parcimônia, considerou o gênero como um grupo parafilético, sugerindo uma revisão

formal e a designação de novos gêneros para acomodar as espécies previamente atribuídas a

Parotocinclus, mas não estreitamente relacionadas com a espécie-tipo P. maculicauda

(Steindachner) do Sudeste do Brasil. Cramer et al. (2011) em seu estudo sobre as relações de

parentesco de Hypoptopomatinae, usando dez espécies de Parotocinclus, apenas duas do

Nordeste, P. jumbo Britski & Garavello e P. spilosoma (Fowler), corroborou a natureza

polifilética do gênero, encontrando três clados monofiléticos não estritamente relacionados.

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Na região Nordeste, Parotocinclus apresenta elevada riqueza, representada por doze

espécies nominais (Lehmann & Reis, 2012; Ramos et al., 2013): P. arandai Sarmento-Soares,

Lehmann & Martins-Pinheiro, P. bahiensis (Miranda Ribeiro), P. cearensis, P. cesarpintoi

Miranda Ribeiro, P. cristatus Garavello, P. haroldoi Garavello, P. jimi Garavello, P. jumbo,

P. minutus Garavello, P. seridoensis Ramos, Barros-Neto, Britski & Lima, P. spilosoma e P.

spilurus. No entanto, com exceção de P. jumbo, P. arandai Sarmento-Soares, Lehmann &

Martins-Pinheiro, e P. seridoensis Ramos, Barros-Neto, Britski & Lima (Britski & Garavello,

2002; Sarmento-Soares et al., 2009; Ramos et al., 2013), a descrição original das espécies da

região é sucinta, não permitindo a diferenciação de espécies estreitamente aparentadas e

morfologicamente semelhantes (complexos de espécies). Entre os estudos envolvendo

descrições de peixes do Nordeste brasileiro merece destaque o trabalho de Fowler (1941) que

descreveu 38 espécies de peixes de água doce, incluindo Plecostomus spilurus Fowler, da

bacia do rio Jaguaribe (CE) e P. spilosoma, das bacias do rio Paraíba do Norte (PB) e Choró

(CE). Porém, este trabalho apresenta descrições sucintas e taxonomia confusa, com alguns

táxons considerados sinônimos juniores de espécies previamente descritas (Rosa et al., 2003;

Barros et al., 2011).

Garavello (1977) revisou o gênero Parotocinclus, colocando Plecostomus spilurus e P.

spilosoma neste gênero e descreveu cinco novas espécies, dentre elas, Parotocinclus cearensis

Garavello a partir da série-tipo de P. spilosoma do rio Choró, próximo de Fortaleza (CE) e

acrescentou indivíduos da Cachoeira do Gusmão, Ipu (CE), definindo esta como a localidade

tipo da espécie. Parotocinclus cearensis foi descrito principalmente com base em dois

caracteres morfológicos: região ventral desprovida de placas e a cintura escapular exposta

apenas lateralmente. Embora o trabalho apresente uma chave de identificação das espécies do

gênero descritas até a época, ainda apresenta redescrições muito sucintas de acordo com os

parâmetros taxonômicos atuais.

Além disso, parte da série-tipo de P. spilosoma, redescrito naquele trabalho, ainda foi

posteriormente desmembrada em uma outra espécie do rio Paraíba do Norte (PB) denominada

Parotocinclus jumbo (Britski & Garavello, 2002). Assim, tanto a descrição de P. spilosoma

quanto de P. cearensis envolvem dados de mais de uma espécie entre a série-tipo, o que pode

comprometer a validade dos caracteres utilizados na diagnose destes táxons. Além disso,

Lehmann (2006), a partir de caracteres morfológicos, considerou P. cearensis como sinonímia

de P. spilosoma em uma análise filogenética da subfamília.

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Figura 1. Localidades-tipo das espécies de Parotocinclus da ecorregião do Nordeste Médio Oriental (NEMO).

1.2. As drenagens do Nordeste do Brasil

O Nordeste brasileiro abrange quatro ecorregiões hidrográficas distintas: Maranhão-

Piauí, Nordeste Médio-Oriental, São Francisco e Bacias do Leste (Rosa et al., 2003). A maior

parte das espécies de Parotocinclus conhecidas do Nordeste do Brasil é encontrada na

ecorregião do Nordeste Médio-Oriental, e são geralmente consideradas de distribuição

geográfica restrita (Figura 1) (Nogueira et al., 2010), com exceção de P. jumbo e P. cearensis,

indicadas em alguns estudos como possíveis complexos de espécies (Ramos et al., 2013;

Ramos et al., 2016).

A região possui um clima semiárido sujeito a longos períodos de seca e uma baixa

permeabilidade do solo, fatores que contribuem para um regime intermitente e sazonal dos

rios. Além disso sofre com vários impactos antrópicos, como construções de barragens,

açudes e canais, extração de areia e outros minerais, destruição da vegetação ciliar, poluição

da água por uso de agrotóxicos, esgotos urbanos e industriais. Nestas drenagens já foram

feitos programas conduzidos por órgãos governamentais de erradicação de piranhas com uso

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de substâncias ictiotóxicas e explosivos, e introdução de espécies exóticas para a piscicultura

(Buckup, 1984; Rosa et al., 2003; Rosa & Groth, 2004; Langeani et al., 2009).

Além dos impactos supracitados, as principais drenagens do Nordeste Médio-Oriental

(dos rios Jaguaribe, Apodi-Mossoró, Piranhas-Açu e Paraíba do Norte) serão artificialmente

conectadas com o trecho sub-médio do rio São Francisco, que pertence a uma ecorregião

distinta, com o intuito de perenizar esses rios. Casos de transposição entre bacias ao redor do

mundo já resultaram em impactos ambientais como a perda da integridade biogeográfica,

perda de biotas endémicas, introdução de plantas e animais exóticos, miscigenação genética

de populações distintas, implicações para a qualidade da água, alteração drástica dos regimes

hidrológicos, implicações para processos marinhos e estuarinos, efeitos climáticos, e a

propagação de vetores de doenças, entre muitos outros (Davies et al., 1992).

Durante levantamentos ictiológicos recentes nas principais bacias do Nordeste Médio-

Oriental, e em alguns afluentes do trecho sub-médio do rio São Francisco, foram coletados

alguns espécimes de Parotocinclus semelhantes à P. cearensis, o que sugere uma espécie com

ampla distribuição, ou um complexo de espécies crípticas, com a possibilidade de existência

de endemismos restritos e espécies ameaçadas de extinção. Também foram feitas coletas nas

localidades-tipo de todas as espécies descritas para o Nordeste Médio-Oriental.

Seja qual for a situação, a distribuição disjunta de peixes continentais pode evidenciar

a conexão passada entre bacias e permite a proposição de hipóteses biogeográficas (Avise,

2000). Assim, a dispersão de espécies de água doce no Nordeste pode estar relacionada à

formação de paleo-canais que conectaram essas bacias durante as regressões marinhas do

Pleistoceno (Turchetto-Zolet et al., 2012), ou aos ajustes neotectônicos que podem resultar na

captura de cabeceiras (Albert & Reis, 2011). Poucos estudos sistemáticos, filogenéticos e

biogeográficos envolvendo bacias sul-americanas, abrangem a região Nordeste, por apresentar

uma escassez de informação sobre a composição da ictiofauna (Menezes, 1972; Agostinho,

1993; Bizerril, 1994, Rosa & Groth, 2004). A resolução das relações filogenéticas de alguns

táxons seria fundamental para compreender os padrões biogeográficos das bacias do Nordeste

Médio Oriental (Rosa & Groth, 2004).

No intuito de elucidar a validade taxonômica de Parotocinclus cearensis, e determinar

sua distribuição geográfica, foi feita uma análise sistemática integrativa, usando dados

morfológicos e moleculares, com populações do que atualmente pode ser reconhecido como

P. cearensis e P. spilosoma. Espera-se que esses resultados também auxiliem na compreensão

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dos padrões de dispersão e vicariância, e das relações filogenéticas desse grupo especioso de

peixes do Nordeste do Brasil.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

O presente trabalho teve como objetivo principal verificar a validade taxonômica de

Parotocinclus cearensis nas bacias no Nordeste do Brasil, usando métodos de sistemática

integrativa.

2.2. Objetivos específicos

- Verificar através de análises morfológicas (morfometria multivariada, caracteres

merísticos e de morfologia externa) e moleculares (fragmentos do gene mitocondrial do

citocromo b) se P. cearensis é um sinônimo de P. spilosoma ou uma espécie válida, e nesse

caso redescrever ambas as espécies fornecendo novas informações sobre osteologia, coloração

in vivo, distribuição geográfica e habitat;

- Verificar se P. cearensis é um complexo de espécies com algumas espécies novas

endêmicas de cada bacia, ou uma única espécie com ampla distribuição geográfica no

Nordeste brasileiro;

- Compreender as relações de parentesco entre as linhagens de P. cearensis e propor

hipóteses de dispersão e vicariância decorrente da dinâmica das bacias do Nordeste do Brasil.

3. MATERIAIS E MÉTODO

3.1. Área de estudo

A ecorregião hidrográfica do Nordeste Médio Oriental localiza-se entre o rio Parnaíba

e o rio São Francisco, com as principais nascentes nas chapadas de Ibiapaba, Araripe e

Borborema (Rosa & Groth, 2004). Essas áreas de nascentes no alto de chapadas e planaltos

são denominados brejos de altitude, áreas de florestas úmidas na região semiárida, cercadas

pela vegetação da Caatinga (Tabarelli & Santos, 2004).

As principais bacias do Nordeste Médio Oriental são as dos rios Jaguaribe (CE),

Piranhas-Açu (PB/RN), Paraíba do Norte (PB), Apodi-Mossoró (RN) e Acaraú (CE). O rio

Jaguaribe tem uma extensão de 633 km, banhando boa parte do estado do Ceará e sua

principal nascente está na serra da Joaninha, em Tauá. Essa drenagem é dividida em cinco

sub-bacias, dentre elas do rio Salgado, que é o principal afluente na margem direita, nascendo

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no sopé da Chapada do Araripe (SRH, 1992). A bacia do rio Piranhas-Açu estende-se por 447

km nos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, com nascente na serra de Piancó, na

Paraíba (Ottoni, 2009). O rio Paraíba do Norte se estende por 380 km pelo estado da Paraíba,

nascendo na serra de Jabiticá, no planalto da Borborema (Andrade, 1997). O rio Apodi-

Mossoró com 210 km de extensão, tem todo seu percurso no Rio Grande do Norte, nascendo

no município de Luís Gomes (Oliveira-Júnior, 2009). E a bacia do rio Acaraú tem 220 km de

extensão, e banha cerca de 10% do território cearense, com nascentes situadas na serra da

Ibiapaba (COGERH, 2015).

A ecoregião hidrográfica do rio São Francisco ocupa 8% do território brasileiro e

passa por sete estados do país, sendo divido em Alto, Médio, Sub-médio e Baixo São

Francisco (ANA, 2016). O trecho Sub-médio (área de estudo) corresponde a 17% da área da

bacia do São Francisco, estando predominantemente inserido no bioma Caatinga (CBHSF,

2016).

3.2. Material analisado

Foram utilizados neste estudo parátipos de Parotocinclus cearensis depositados no

Museu Nacional (MNRJ), além de topótipos provenientes da localidade-tipo, a cidade de Ipu,

bacia do rio Acaraú (CE) (PcearIPU), coletados em 2014. Adicionalmente foram analisados

espécimes das bacias dos rios Jaguaribe (CE) (PcfceJAG), Granjeiro (CE) (afluente da bacia

Jaguaribe, sub-bacia do rio Salgado) (PcfceGRA), Paraíba do Norte (PB) (PcfcePAR),

Piranhas-Açu (PB/RN) (PcfcePIA) e São Francisco (PE) (PcfceSFR) e espécimes de P.

spilosoma da bacia do rio Paraíba do Norte (PB) (PsomaPAR) e do rio Ipojuca (PE)

(PcfsoIPO) (Figura 2), todos provenientes de coletas realizadas entre 2012 e 2015 (Figura 3) e

depositados na coleção ictiológica da UFRN. Exemplares das espécies P. jumbo, P. spilurus,

P. seridoensis, P. cesarpintoi e P. maculicauda depositados na coleção ictiológica da UFRN

foram usados como material comparativo.

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Figura 2. Espécimes representativos de Parotocinclus cearensis e P. spilosoma de cada bacia estudada: 1a e 1b, P. cearensis, rio Acaraú (UFRN 2886, 33.3 mm CP); 2a e

2b, P. cf. cearensis, rio Jaguaribe (UFRN 0388, 29.1 mm CP); 3a e 3b, P. cf. cearensis, rio Granjeiro (UFRN 1250 35.2 mm CP); 4a e 4b, P. cf. cearensis, rio Piranhas-Açu

(UFRN 0569, 30.2 mm CP); 5a e 5b, P. cf. cearensis, rio Paraíba do Norte (UFRN 1586, 33.2 mm CP); 6a e 6b, P. cf. cearensis, rio São Francisco (UFRN 0620, 32.2 mm

CP); 7a e 7b, P. spilosoma, rio Paraíba do Norte (UFRN 2001, 34.8 mm CP); 8a e 8b, P. cf. spilosoma, rio Ipojuca (UFRN 0619, 33.7 mm CP).

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Figura 3. Mapa da região amostrada, abrangendo as principais bacias do Nordeste Médio Oriental (NEMO) e

alguns afluentes da bacia São Francisco. Cores representam diferentes populações de Parotocinclus cearensis e

P. spilosoma, asteriscos representam localidades tipo das espécies (um ponto pode representar mais de uma

localidade).

Todos os indivíduos foram identificados com base na chave de identificação de

Garavello (1977) e nas descrições originais das espécies (Fowler 1941; Garavello 1977;

Britski & Garavello, 2002; Ramos et al., 2013). As linhagens de P. cf. cearensis foram

consideradas como populações distintas com base em algum caractere morfológico em

desacordo com o padrão descrito neste trabalho.

3.3. Análise morfológica

Foram usados nas análises morfológicas 20 indivíduos de cada bacia (12 da bacia

Piranhas-Açu) fixados em formol a 4%, e posteriormente transferidos para etanol a 70%,

seguindo as medidas e contagens propostas por Carvalho & Reis (2009) (Figura 4). As

medições foram feitas com um paquímetro digital e registradas para décimos de milímetro. As

medidas são apresentadas como porcentagens do comprimento padrão (CP) ou o comprimento

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da cabeça (CC). A partir das medidas obtidas para os dados morfométricos foram realizadas

análises estatísticas multivariadas (descritas abaixo) e geradas tabelas comparativas com todas

as espécies e populações Para a morfometria foram apresentados os valores máximos,

mínimos, de média e desvio padrão, e para os dados merísticos foram apresentados os valores

máximos, mínimos, e de moda.

Análises osteológicas foram feitas em alguns indivíduos diafanizados e corados para

ossos e cartilagens, de acordo com o procedimento proposto por Taylor e Van Dyke (1985).

As descrições de padrão de coloração em vida são baseadas em fotografias de indivíduos

mantidos em aquário logo após a coleta.

Figura 4. Medidas e terminologia de Hypoptopomatinae (modificado de Carvalho & Reis, 2009): CP,

comprimento padrão; CC, comprimento da cabeça; CpD, comprimento pré-dorsal; CD, comprimento da

nadadeira dorsal; CAn, comprimento da nadadeira anal; CPt, comprimento da nadadeira peitoral; CPv,

comprimento da nadadeira pélvica; LC, largura do cleitro; CT, comprimento torácico; CAb, comprimento

abdominal; ACp, altura do corpo na origem da nadadeira dorsal; CPC, comprimento do pedúnculo caudal; APC,

altura do pedúnculo caudal; CF, comprimento do focinho; DO, diâmetro orbital; LI, largura interorbital; ACç,

altura da cabeça.

Para utilização dos dados morfométricos foi realizada a correção do efeito alométrico

seguindo Lleonart et al. (2000), a fim de eliminar variações ontogênicas. Os valores de fator

de inflação da variância (VIF) foram avaliados repetidas vezes no programa R (Team R Core,

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2014), sendo retiradas as variáveis com um valor acima de cinco, a fim de diminuir os níveis

de colinearidade (Zuur et al., 2010). Em seguida foram feitas as análises de componentes

principais (ACP) para diminuir a dimensionalidade dos dados (Jolliffe, 2002), análise de

variância multivariada (MANOVA) com uma análise de variáveis canônicas (AVC) para uma

discriminação entre os grupos, e a análise de agrupamento (Cluster analysis) que produz um

dendrograma mostrando como os dados podem ser agrupados. Na ACP foi utilizada a matriz

de covariância, desconsiderando os grupos e 1000 pseudoréplicas de bootstrap. Na análise de

agrupamento foram utilizados o índice de distância euclidiana e o método UPGMA como

métodos de ligação das funções. A eficiência e a qualidade dos agrupamentos foram avaliadas

utilizando o coeficiente de Correlação cofenética (CCPC), e um valor de 1000 de bootstrap. O

algoritmo UPGMA forma grupos com base na distância média entre eles (Gronau & Moran,

2007). Todas as análises foram realizadas no software PAST 2.17 (Hammer et al., 2001).

3.4. Extração de DNA

Para a extração do DNA genômico das amostras foram utilizados tecidos (nadadeiras

ou músculo) fixados em etanol absoluto P.A. Devido a dificuldades nas amplificações dos

fragmentos de interesse, as extrações foram feitas usando-se quatro formas diferentes ao

longo desse trabalho: a extração salina (modificado de Brufold et al., 1992), com Fenol-

Clorofórmio (modificado de Sambrook et al., 1989), e outras duas através dos kits comerciais

“DNeasyTM Tissue Kit” (Qiagen) e “GF-1 Nucleic Acid Extraction kit” (Vivantis).

A extração salina e Fenol-Clorofórmio seguiu o seguinte protocolo: tampão de lise

(Tris 1M pH8, NaCl 5M, EDTA 0.5M pH8, SDS 10%, Proteinase K 10mg/mL e dH2O),

seguido de precipitação em isopropanol gelado e ressuspensão em água ultrapura, mantendo o

DNA em freezer à -20°C.

As extrações usando kits seguiram os protocolos propostos pelos fabricantes, exceto

pelo tempo de centrifugação, em que foram aumentados em todas as etapas em 30 segundos

para ajustar ao tempo de aceleração da centrifuga.

3.5. Amplificação de trechos do genoma mitocondrial por PCR

As amplificações de sequências nucleotídicas mitocondriais do gene citocromo b

(Cytb) (Oliveira et al., 2011) foram feitas pela técnica da reação em cadeia da polimerase

(PCR, Polymerase chain reaction) (Mullis et al., 1997) usando os iniciadores L14841 (5`CCA

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TCC AAC ATC TCA GCA TGA TGA AA 3`) e H15915b (5`-AAC CTC CGA TCT TCG

GAT TAC AAG AC 3`) (Oliveira et al., 2011).

Para as reações de PCR (25µl volume final) foram utilizados 10-50 ng de DNA

genômico como molde, 1 µl de cada primer, 12µl de GoTaq 2x Green Master Mix da

Promega ou Taq DNA polymerase 2x Master Mix Red da Ampliqon e 8µl de água ultrapura.

Os kits já possuem o tampão, MgCl2 e dNTP em concentrações ótimas para a reação. Foi

utilizado o termociclador da marca Applied Biosystems e modelo Veriti 96-Well Thermal

Cycler.

A amplificação do fragmento de Cytb seguiu os seguintes passos: desnaturação inicial

a 95°C por 5 minutos, 35 ciclos de amplificação seguindo os passos: desnaturação a 94°C por

30 segundos, anelamento de 48°C por 45 segundos, extensão a 58ºC por 90 segundos, e uma

extensão final a 72°C por 90 segundos, para permitir a finalização da duplificação de todas as

fitas de DNA.

O produto da PCR foi observado em gel de agarose 1% corado com Gel Red, em

transiluminador UV. A eletroforese foi realizada em cuba a 8V/cm em tampão TBE 1%. O

tamanho dos produtos e a quantidade de produto foram estimados usando-se 1kb DNA Ladder

da Promega. As etapas de purificação e sequenciamento do DNA foram executadas pela

empresa coreana Macrogen Inc. (http://www.macrogen.com). Os sequenciamentos foram

feitos nos dois sentidos (cadeia leve e cadeia pesada do DNA) a fim de garantir maior

qualidade e confiabilidade das sequências.

3.6. Edição e alinhamento das sequências

Para edição das sequências foi utilizado o programa SeqMan (DNASTAR, Lasergene

Software Package). Os eletroferogramas foram visualmente inspecionados e sempre que

necessário as sequências foram corrigidas manualmente em alguns sítios, comparando as duas

fitas geradas pela dupla de iniciadores simultaneamente, gerando uma sequência consenso

com um maior grau de precisão.

O alinhamento das sequências foi feito no programa MEGA 6 (Tamura et al., 2013)

utilizando o algoritmo Clustal W (Thompson et al., 1994). Foram testados alinhamentos com

diferentes quantidades de pares de bases, afim de se obter a maior abrangência taxonômica

para alguns táxons que só amplificaram trechos iniciais dos fragmentos de interesse.

3.7. Análises filogenéticas

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A seleção a priori do melhor modelo de substituição de nucleotídeos foi determinada

usando Akaike Information Criterion (AIC) no HyPhy 2.2.4 (Pond et al., 2005). As análises

de Máxima-Verossimilhança e a inferência Bayesiana foram feitas no software MEGA 6 e

BEAST v.1.8.1 (Drummond et al., 2012) respectivamente, utilizando o modelo de

substituição General Time Reversible model (GTR) e distribuição Gama com sítios

invariáveis (G+I). O tempo de divergência das linhagens também foi calculado usando o

BEAST v.1.8.1. Para o relógio molecular foi utilizada uma taxa de mutação relaxada de

0.272% por milhões de anos, usada para a subfamília Hypoptopomatinae (Roxo et al., 2014).

Foram feitas 106 corridas de MCMC (Markov Chain Monte Carlo). As árvores e os

parâmetros foram amostrados a cada 1.000 árvores, totalizando 10.000 árvores salvas para

cada análise. Os primeiros 15% (fase de burn-in) de cada corrida foram excluídas. Uma

árvore de consenso baseado na regra de 50% da maioria foi feita, acessando os valores de

probabilidade a posteriori dos nós, usando o software TreeAnnotator v.1.8.1 (Drummond et

al., 2012). A convergência dos parâmetros foi verificada usando o software Tracer v.1.6

(Rambaut et al., 2014). Para gerar a árvore da inferência Bayesiana, uma distribuição de

haplótipos foi gerada usando o software DnaSP v.5.0 (Librado & Rozas, 2009). Dessa forma,

apenas um indivíduo representando cada haplótipo foi utilizado, visto que a análise não leva

em conta a frequência dos haplótipos.

Para a inferência da árvore filogenética e cálculos de distância genética, foram

utilizados indivíduos de Parotocinclus cearensis da bacia do rio Acaraú, localidade-tipo da

espécie; P. cf. cearensis da bacia dos rios Paraíba do Norte, Granjeiro, São Francisco;

indivíduos de P. spilosoma, P. seridoensis, P. spilurus, P. jumbo e P. maculicauda, além de

sequências obtidas do GenBank de P. aripuanensis Garavello, P. cf. bahiensis, P. eppleyi

Schaefer & Provenzano, P. maculicauda, P. prata Ribeiro, Melo & Pereira e P. robustus

Lehmann & Reis. Como grupo externo foram utilizadas sequências do Loricariidae

Neoplecostominae Pareiorhaphis garbei (Ihering) (Tabela S1 em anexo).

4. RESULTADOS

4.1. Análise morfológica

No total foram tiradas 18 medidas morfométricas de 132 indivíduos provenientes de

18 localidades e seis bacias, onde foram retiradas as medidas com colinearidade acima de 5,

no VIF, e o comprimento padrão, sendo apenas usados oito desses caracteres (altura do corpo,

comprimento da cabeça, comprimento do tronco, diâmetro do olho, comprimento da

nadadeira adiposa, comprimento da nadadeira anal, comprimento da nadadeira dorsal,

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comprimento da mandíbula). Na ACP (Figura 5) o componente 1 correspondente à altura do

corpo apresentou 82% de variância, e os autovalores foram todos positivos. Os componentes 2

e 3 correspondentes ao comprimento da cabeça e largura do cleitro, apresentaram 8% e 3% de

variância, respectivamente.

Figura 5. Análise de componentes principais com as seis populações de Parotocinclus cearensis e P. spilosoma.

Na ACP alguns valores ficaram sobrepostos comparando os indivíduos entre algumas

bacias, mas ainda é possível observar uma separação entre eles. Os exemplares da bacia

Acaraú não se sobrepõem com os de nenhuma outra bacia, assim como não ocorre

sobreposição com os indivíduos de P. spilosoma, o que corrobora a validade de P. cearensis.

Os exemplares da bacia do rio Paraíba do Norte só se sobrepõem com os do rio Jaguaribe, não

havendo sobreposição com P. spilosoma, mesmo ocorrendo em simpatria. Os indivíduos do

rio Granjeiro só apresentaram uma pequena sobreposição de dados com exemplares da bacia

do rio São Francisco, não havendo sobreposição com os indivíduos do rio Jaguaribe, mesmo

ocorrendo na mesma drenagem. Os exemplares da bacia do rio São Francisco apresentaram

uma ampla variação morfológica, talvez por envolver indivíduos de diferentes tributários do

trecho sub-médio do rio São Francisco, mas só houve sobreposição com os indivíduos de P.

spilosoma e de P. cearensis do rio Granjeiro, que pode estar relacionada a algum tipo de

convergência evolutiva entre essas linhagens.

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A ACP é um método que não leva em consideração grupos previamente delimitados

em seus cálculos, sendo uma análise exploratória, dessa forma podemos observar reais

diferenças de medidas entre as populações (Johnson & Wichern, 2007). Apesar de uma

pequena sobreposição de valores entre algumas bacias, é possível observar uma grande

variação entre as populações. A altura do corpo, comprimento da cabeça e largura do cleitro

foram as variáveis que mais apresentaram variação, essas diferenças podem ser devido a

diferenças ambientais características de cada bacia, como a velocidade da água (Gatz, 1979;

Peres-Neto, 1999).

A MANOVA apresentou os valores Wilks’Λ=0.01007, F=18.83 e p=1.257-89. A AVC

(Figura 6) apresentou um gráfico semelhante à ACP, os dados dos indivíduos da bacia do rio

Piranhas-Açu não se sobrepuseram com os de nenhuma outra drenagem. Os indivíduos das

bacias dos rios Acaraú e Paraíba do Norte não se sobrepondo entre si, apenas ambas com

diferentes populações da bacia do Jaguaribe. Os exemplares da bacia do São Francisco apenas

com uma pequena sobreposição com os indivíduos de P. spilosoma, e os indivíduos do rio

Granjeiro se sobrepondo apenas com os de P. spilosoma.

Figura 6. Análise de variância multivariada com uma análise de variáveis canônicas com as seis populações de

Parotocinclus cearensis e P. spilosoma.

A AVC utiliza grupos previamente determinados, sendo uma análise discriminatória

usada para simplificar descrições e diferenças entre grupos. Podemos observar uma separação

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mais clara entre os grupos e quais são mais similares entre si com base nas proporções do

corpo.

A análise de agrupamento foi feita de duas formas, uma com o conjunto completo de

dados, criando um dendrograma com todos os indivíduos (Figura 7). Foram formados três

grupos, sendo um composto por indivíduos exclusivamente da bacia Piranhas-Açu; outro

grupo por indivíduos das bacias dos rios Paraíba do Norte, Jaguaribe e Acaraú; e um terceiro

grupo composto por indivíduos da bacia São Francisco, rio Granjeiro e P. spilosoma. A

segunda forma da análise utilizou apenas os valores da média de Mahalanobis gerados pela

AVC, criando uma árvore apenas entre bacias (Figura 8) e que apresentou um padrão similar

ao da análise com todos os indivíduos. Os indivíduos da bacia do rio Piranhas-Açu

apresentaram uma maior diferença morfométrica em comparação aos indivíduos das outras

drenagens. Os exemplares das bacias dos rios Acaraú, Jaguaribe e Paraíba do Norte formaram

um agrupamento, enquanto os das bacias dos rios São Francisco, Granjeiro e P. spilosoma (do

rio Paraíba do Norte) formaram outro agrupamento.

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Figura 7. Análise de agrupamento com todos os indivíduos de Parotocinclus cearensis e P. spilosoma, com

valores de bootstrap.

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Figura 8. Análise de agrupamento com a média de Mahalanobis gerados na AVC, com valores de bootstrap.

A análise de agrupamento utiliza diferentes algoritmos para agrupar os indivíduos em

classes naturais presentes no conjunto de dados (Norušis, 2012). A partir dessas análises

podemos observar como os indivíduos de cada bacia são mais similares com base na

morfologia externa.

As análises com base nos dados de morfometria apresentaram a formação de dois

agrupamentos de indivíduos, um grupo de indivíduos das bacias dos rios Acaraú, Jaguaribe e

Paraíba do Norte; e um segundo agrupamento com indivíduos de P. spilosoma, e de P. cf.

cearensis das bacias dos rios São Francisco e Granjeiro. Os indivíduos da bacia Piranhas-Açu

ficaram isolados em todas as análises, por apresentarem maiores diferenças morfológicas. As

variáveis que mais apresentaram variação foram a altura do corpo, comprimento da cabeça e

largura do cleitro, onde o agrupamento formado com indivíduos de P. spilosoma, e de P. cf.

cearensis da bacia São Francisco e do rio Granjeiro apresentaram os maiores valores.

Os resultados morfológicos do presente estudo corroboram a diferenciação entre P.

spilosoma e P. cearensis, assim como a hipótese da presença de possíveis novas espécies

associadas ao complexo P. cearensis. Também sugerem algumas convergências morfológicas

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entre os P. cf. cearensis dos rios São Francisco e Granjeiro com P. spilosoma (bacia do rio

Paraíba do Norte), visto que os caracteres diagnósticos indicam que são linhagens distintas.

4.2. Análise molecular

Foram utilizados 603 pares de base (pb) do gene Cytb, de um total de 35 indivíduos. A

distribuição haplotípica apresentou 19 haplótipos, incluindo os grupos externos.

Os haplótipos de todos os indivíduos previamente identificados como P. cf cearensis

formaram um clado monofilético em todas as análises. O tempo de divergência entre os

haplótipos variou entre cerca de 3 milhões até 32 milhões anos entre os clados das espécies

alvos do estudo (entre o clado P. cf. cearensis e entre P. cearensis e P. spilosoma).

A árvore gerada pela Máxima-Verossimilhança (Figura 9) apresentou cinco clados: um

composto pelo grupo P. cearensis que inclui além dos indivíduos da localidade-tipo, da bacia

do rio Acaraú, os exemplares de P. cf. cearensis das bacias do rio Paraíba do Norte, sub-bacia

do rio Granjeiro, e da bacia do rio São Francisco. Um outro clado formado por P. cf.

bahiensis, P. spilosoma e indivíduos da bacia Ipojuca. Um terceiro clado composto por P.

robustus, P. prata e P. maculicauda. As espécies P. seridoensis e P. spilurus como espécies

irmãs. E outro com P. jumbo.

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Figura 9. Árvore de Máxima-Verossimilhança gerada a partir das sequências de citocromo b, com os valores de

suporte dos nós.

A árvore da inferência Bayesiana gerada (Figura 10) apresentou os mesmos cinco

clados. No entanto, essa reconstrução apresentou uma topologia com algumas diferenças. O

clado formado pelo grupo P. cf. cearensis, agora estando mais relacionado ao clado composto

por P. robustus, P. prata e P. maculicauda. O clado formado por P. cf. cearensis, estando

separado do clado P. cf. bahiensis, P. spilosoma e haplótipos da bacia Ipojuca há

aproximadamente 30 milhões de anos. Mas em ambas as análises os indivíduos previamente

identificados como P. cearensis formaram um grupo monofilético, sem ser grupo irmão de P.

spilosoma, o que corrobora a validade de ambas espécies.

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Figura 10. Árvore da inferência Bayesiana com haplótipos gerada a partir das sequências de citocromo b.

Números próximos aos nós indicam a probabilidade a posteriori da existência do clado. Barras em roxo indicam

tempo de divergência.

As distâncias genéticas entre todos os indivíduos utilizados nesse estudo são

apresentadas na Tabela 1. Parotocinclus spilosoma apresentou uma distância genética de

14,6% em comparação com P. cearensis da bacia Acaraú. Entre os indivíduos do grupo P.

cearensis da bacia do rio Paraíba do Norte e os do rio Granjeiro a distância foi de 3,3%.

Indivíduos do rio Granjeiro comparados com os da bacia Acaraú foi de 1,4%. Entre os da

bacia do Paraíba do Norte e os da bacia do rio Acaraú foi de 4,6%. P. spilosoma apresentou

uma distância de 5,6% dos indivíduos do rio Ipojuca previamente identificados como P. cf.

spilosoma. Parotocinclus cf. cearensis da bacia São Francisco apresentou distância de 4,2%

dos indivíduos do Paraíba do Norte, 3,5% da bacia Acaraú e 2,2% do rio Granjeiro.

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Tabela 1. Valores de distância genética para o gene mitocondrial citocromo b entre espécies de Parotocinclus. Valores em porcentagem. PcearIPU = P. cearensis; PcfceGRA

= Parotocinclus cf. cearensis do rio Granjeiro; PcfcePAR = Parotocinclus cf. cearensis do rio Paraíba do Norte; PcfceSFR = P. cf. cearensis do rio São Francisco;

PsomaPAR = P. spilosoma; PcfsoIPO = Parotocinclus cf. spilosoma do rio Ipojuca; PseriPIA = P. seridoensis; PspluJAG = P. spilurus; PjumbPAR = P. jumbo do rio Paraíba

do Norte; PjumbPIA = P. jumbo do rio Piranhas-Açu; PmacuITA = P. maculicauda; Pprat = P. prata; Probu = P. robustus; Pbahi = P. cf bahiensis.

PcearIPU PcfceGRA PcfcePAR PcfceSFR PsomaPAR PcfsoIPO PseriPIA PspluJAG PjumbPAR PjumbPIA PmacuITA Pprat Probu

PcfceGRA 0.014

PcfcePAR 0.046 0.033

PcfceSFR 0.035 0.022 0.042

PsomaPAR 0.146 0.136 0.139 0.126

PcfsoIPO 0.151 0.139 0.142 0.129 0.056

PseriPIA 0.191 0.181 0.211 0.190 0.207 0.211

PspluJAG 0.197 0.187 0.211 0.190 0.213 0.204 0.018

PjumbPAR 0.213 0.209 0.217 0.216 0.247 0.247 0.217 0.207

PjumbPIA 0.210 0.207 0.214 0.214 0.237 0.236 0.214 0.205 0.012

PmacuITA 0.156 0.149 0.158 0.155 0.163 0.149 0.208 0.212 0.245 0.235

Pprat 0.129 0.118 0.131 0.115 0.120 0.128 0.193 0.195 0.240 0.237 0.126

Probu 0.139 0.127 0.140 0.127 0.122 0.117 0.176 0.179 0.241 0.238 0.122 0.062

Pbahi 0.140 0.131 0.135 0.121 0.070 0.059 0.191 0.190 0.219 0.216 0.158 0.124 0.117

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Os indivíduos da bacia Acaraú apresentaram uma distância genética considerável para

considera-las como espécies distintas das demais linhagens de P. cf. cearensis usadas nas

análises filogenéticas, tomando como base os valores apresentados entre outras espécies do

gênero, como de 1,8% entre as espécies-irmãs P. spilurus e P. seridoensis, como para outros

grupos de animais (Irwin et al., 1990; Martin & Palumbi, 1993; Su et al., 1999).

Com a filogenia também foi possível diferenciar as linhagens de Parotocinclus cf.

cearensis do rio Granjeiro, do rio Paraíba do Norte e do rio São Francisco. Assim como foi

possível identificar uma nova espécie, inicialmente identificada como Parotocinclus cf.

spilosoma na bacia Ipojuca, irmã de P. spilosoma.

4.3. Taxonomia

A não sobreposição de dados das análises morfométricas e moleculares feitas nesse

estudo forneceram base para realizar a redescrição de P. cearensis e P. spilosoma.

Parotocinclus cearensis Garavello, 1977

Figura 11-12, tabelas 2-3.

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Figura 11. Parotocinclus cearensis, topótipo UFRN 2886, 33.3 mm CP, macho, Brasil, Ceará, Município de

Ipu, riacho Ipuçaba, bacia do rio Acaraú. Vistas lateral, dorsal e ventral.

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Figura 12. Parotocinclus cearensis, parátipo MNRJ 8689, 24.2 mm CP, macho, Brasil, Ceará, Município de

Ipu, Cachoeira do Gusmão, bacia do rio Acaraú. Vistas lateral, dorsal e ventral.

Plecostomus spilosoma Fowler, 1941: 152, figs. 53-55. (Parátipos do Rio Choró, Ceará,

Brasil), parátipos ANSP 69414-69415.

Parotocinclus cearensis: Garavello, 1977: 14-15, figs. 19-20 [descrição], material tipo:

(Cachoeira do Gusmão, Ipu, Ceará, Brasil), Holótipo MNRJ 10176, parátipos MNRJ

8689 e 10155-10175; Isbrücker, 1980: 79 [checklist]; Böhlke, 1984: 122 [checklist];

Burgess, 1989: 438 [checklist]; Lacerda & Evers, 1996: 88 [illustração]; Isbrücker, 2001:

30 [material comparativo]; Britski & Garavello, 2002: 287 [material comparativo];

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Isbrücker, 2002: 25 [material comparativo]; Reis et al., 2003: 326 [checklist]; Rosa et al.,

2003 [checklist]; Gauger & Buckup, 2005: 516 [material comparativo]; Ferraris Jr.,

2007: 282 [checklist]; Reis & Carvalho, 2007: 86 [checklist]; Lehmann & Reis, 2012: 62

[material comparativo]; Lehmann et al., 2013: 437 [material comparativo]; Ramos et al.,

2013: 787 [material comparativo].

Material examinado: MNRJ 8689, 10, parátipos, 20.6-24.2 mm CP, Brasil, Estado do Ceará,

Ipu, Cachoeira do Gusmão, 24 agosto 1952, J. F. Cruz; MNRJ 10155, 1, parátipo, 21.3 mm

CP, mesma localidade; UFRN 2698, 10, 25.6-27.7 mm CP, mesma localidade, 4°19'27.8''S

40°42'54.8''W, 27 junho 2014, L. Neto, S. Lima, T. Ramos, R. Paiva, M. Germano, M. Silva,

L. Medeiros e Y. Ponce; UFRN 2884, 10, 23.7-29.8 mm CP, mesma localidade, 02 agosto

2014, L. Neto, S. Lima e W. Berbel; UFRN 2886, 1, 33.3 mm CP, mesma localidade, 02

agosto 2014, L. Neto, S. Lima e W. Berbel.

Diagnose: Parotocinclus cearensis é confirmada como uma espécie válida distinta de P.

spilosoma, tanto na filogenia com dados moleculares quanto nas análises morfológicas, além

disso é distinguida dos congêneres do Nordeste do Brasil, exceto P. arandai, P. cesarpintoi,

P. jumbo, P. minutus, P. seridoensis e P. spilosoma, por ter abdômen quase nu, coberta por

placas pequenas e arredondadas distribuídas espaçadamente (vs. abdômen inteiramente

coberto por placas largas e arredondadas entre a cintura escapular e região pré-anal em P.

cristatus, P. jimi, P. haroldoi e P. spilurus e abdômen completamente nu, com apenas placas

pré-anal em P. bahiensis). Difere de P. bidentatus Gauger & Buckup, P. muriaensis Gauger

& Buckup, P. seridoensis e P. spilurus, pela presença de nadadeira adiposa (vs. nadadeira

adiposa rudimentar ou ausente). P. cearensis difere de P. arandai, P. cesarpintoi, P. cristatus,

P. jimi, P. haroldoi, P. minutus e P. spilosoma por apresentar cintura peitoral coberta por pele

medial e lateralmente exposta, e suportando odontódeos apenas lateralmente (vs. ponte

escapular completamente exposta). Difere ainda de P. spilosoma pelo maior número de dentes

na pré-maxilar (15-28) e no dentário (15-28) em cada lado (vs. 8-16).

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Descrição: Os dados morfométricos e merísticos dos parátipos e dos topotipos são

apresentados nas tabelas 2 e 3. Corpo moderadamente curto e um pouco deprimido, até 46,1

mm CP. Largura do corpo maior no cleitro, afinando progressivamente para o fim do

pedúnculo caudal. Perfil dorsal ligeiramente convexo do focinho à ponta do parieto-

supraoccipital; reto entre parieto-supraoccipital e origem nadadeira dorsal; descendente na

base da nadadeira dorsal, ligeiramente côncavo a partir da extremidade posterior da nadadeira

dorsal à nadadeira adiposa; reta ou ligeiramente côncava a partir deste ponto para a base dos

raios da nadadeira caudal. Perfil ventral da cabeça reto ou ligeiramente côncavo; perfil ventral

do tronco um pouco reto da cinta peitoral para a base posterior da nadadeira pélvica;

brevemente côncava na base da nadadeira anal até a ponta dos raios e reto a partir desse ponto

até a base dos raios da nadadeira caudal. Cabeça deprimida e arredondada em vista dorsal.

Olhos moderadamente pequenos, posicionados dorsolateralmente intermediários entre a ponta

do focinho e a margem posterior do pterótico-supracleitro; distância entre a margem inferior

da órbita e superfície ventral da cabeça, maior que o diâmetro orbital. Divertículo da íris

dorsal presente. Espaço interorbital reto ou ligeiramente convexo. Cintura escapular exposta

apenas lateralmente; região mediana coberta por pele); coracóide lateralmente coberto por

odontódeos; arrector fossae elipsoide, pequena, que se prolonga lateralmente, reunidas

praticamente na linha média (Figura 13).

Focinho arredondado em vista dorsal. Maior altura do corpo na origem da nadadeira

dorsal. Odontódeos na parte superior da cabeça, dispostos em fileiras. Boca pequena. Disco

oral aproximadamente redondo, com papilas; barbilhão maxilar menor que o diâmetro orbital.

Todos os dentes delgados e bífidos. Dentes acessórios unicúspides ausentes. Tronco

deprimido na inserção da nadadeira dorsal e anal; pedúnculo caudal arredondado em seção

transversal.

Nadadeira dorsal i, 7; sua origem um pouco posterior à origem da nadadeira pélvica;

nadadeira dorsal quando adpressas estendendo-se verticalmente passando além da base da

nadadeira anal. Espinho da nadadeira dorsal flexível, seguido por sete raios ramificados.

Mecanismo de bloqueio não funcionais na nadadeira dorsal. Placa nucal exposta, não coberta

por pele. Ramificação na ponta da nadadeira dorsal presente, em forma de V, mais larga do

que a base do espinho dorsal. Nadadeira adiposa com sua origem um pouco anterior à origem

da nadadeira anal. Nadadeira peitoral i, 6; espinho peitoral alcançando um quarto a um terço

do comprimento dos raios não ramificados da nadadeira pélvica. Nadadeira pélvica i, 5; raio

ramificado curvo, coberto com pequenos odontódeos; nadadeira pélvica atingindo além do

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ânus, terminando um pouco anterior à origem da nadadeira anal. Nadadeira anal i, 5; origem

da nadadeira anal coberta por três placas. Nadadeira caudal levemente entalhada, emarginada,

com lobo inferior mais longo; principais raios da nadadeira caudal i, 14, i. Canal da linha

lateral na série mediana completa, tubo de poros visíveis a partir pterótico-supracleitro ao

pedúnculo caudal. Abdômen quase nu, com apenas uma ou duas filas de pequenas placas

alongadas e arredondadas dispostas em cada lado perto da cintura escapular, e um grupo de

pequenas placas arredondadas distribuídas irregularmente na região pré-anal. Total de 21

vértebras (2 C&S).

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Tabela 2: Dados morfométricos de Parotocinclus cearensis da bacia Acaraú (PcearIPU) (parátipos e topótipos), Parotocinclus spilosoma da bacia Paraíba do Norte

(PsomaPAR), P. cf. cearensis dos rios Jaguaribe (PcfceJAG), Granjeiro (PcfceGRA), Paraíba do Norte (PcfcePAR), Piranhas-Açu (PcfcePIA) e São Francisco (PcfceSFR) e

P. cf. spilosoma do rio Ipojuca (PcfsoIPO). Abreviações: n, número de espécimes medidos.

PcearIPU PsomaPAR PcfceGRA PcfcePAR PcfceJAG PcfcePIA PcfceSFR PcfsoIPO

Variação (n=20) Variação (n=20) Variação (n=20) Variação (n=20) Variação (n=20) Variação (n=12) Variação (n=20) Variação (n=10)

Comprimento padrão (mm) 30.4–46.1 24.4–41.8 25.8–40.6 23.6-33.4 21.4-34.0 14.7-30.3 32.2-44.5 36.0–44.5

Porcentagem do comprimento padrão

Altura do corpo 15.9–19.3 16.9–21.2 15.5-20.9 15.3-18.9 15.1-22.6 13.6-19.6 15.7-21.4 17.9-21.4

Comprimento da cabeça 32.4–37.7 34.2–39.2 32.7-38.9 25.5-31.3 25.0-37.3 25.7-31.4 21.8-36.3 21.8-32.1

Largura do cleitro 24.9–28.8 27.3–30.6 27.2-32.4 27.6-31.0 27.5-31.9 26.2-36.6 25.3-32.8 25.3-29.6

Comprimento torácico 15.5–24.6 16.8–21.2 16.9-21.5 16.7-22.2 17.4-21.5 13.8-41.1 17.5-22.7 17.6-20.5

Comprimento abdominal 19.8–23.7 20.9–25.5 21.6-26.1 18.8-24.5 21.6-25.9 17.9-29.2 21.2-26.1 21.2-24.4

Comprimento da nadadeira peitoral 21.5–27.2 20.7–25.9 22.7-27.8 22.1-27.5 22.8-27.7 22.3-30.9 20.1-24.1 20.1-24.1

Altura do pedúnculo caudal 9.7–11.4 8.4–9.7 8.7-10.1 8.2-9.2 8.2-10.1 7.9-10.8 8.0-10.0 8.0-9.4

Comprimento do pedúnculo caudal 26.3–33.6 23.7–31.3 26.6-32.3 29.2-33.0 27.5-32.2 23.5-40.6 27.0-32.7 28.5-32.7

Comprimento pré-dorsal 34.4–47.7 44.0–50.1 44.4-49.2 44.7-50.3 44.1-51.3 45.5-59.6 43.2-50.0 43.245.9

Comprimento da nadadeira anal 12.6-16.6 10.6-17.3 11.3-17.2 13.1-18.9 13.8-16.7 13.2-17.4 14.0-15.9 14.0-15.9

Comprimento da nadadeira adiposa 8.2-13.8 6.1-12.6 7.6-11.3 7.1-14.3 8.0-12.9 8.5-13.8 7.4-9.5 7.4-9.5

Comprimento da adiposa até o focinho 74.9-84.3 76.3-82.7 77.2-84.8 76.2-82.4 76.7-98.2 75.3-98.7 76.5-81.6 76.5-81.6

Comprimento da nadadeira dorsal 21.4-27.9 17.8-25.8 20.7-25.0 15.7-25.3 17.2-26.4 19.8-26.8 19.0-22.9 19.0-22.9

Porcentagem do comprimento da cabeça

Altura da cabeça 41.2–52.6 40.5–52.6 40.5-53.6 51.0-65.5 45.3-66.5 50.6-69.8 44.4-75.9 51.5-76.0

Comprimento do focinho 50.4–57.7 46.5–54.6 46.3-55.4 55.4-76.7 49.4-69.9 58.1-72.3 47.3-78.2 52.6-78.2

Diâmetro orbital 12.7–15.9 14.8–18.9 15.2-20.0 19.8-28.1 17.5-28.6 22.5-26.8 15.2-25.0 15.3-25.0

Largura interorbital 34.4–41.0 30.7–38.3 31.3-39.8 38.4-50.5 32.2-49.0 22.4-46.6 33.0-52.9 35.3-52.9

Ramo da mandíbula 3.6-5.5 3.3-4.3 3.7-4.9 3.2-5.0 3.7-4.9 3.7-4.9 3.7-4.9 3.1-4.1

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Tabela 3: Dados merísticos de Parotocinclus cearensis da bacia Acaraú (PcearIPU) (parátipos e topótipos), Parotocinclus spilosoma da bacia Paraíba do Norte (PsomaPAR),

P. cf. cearensis dos rios Jaguaribe (PcfceJAG), Granjeiro (PcfceGRA), Paraíba do Norte (PcfcePAR), Piranhas-Açu (PcfcePIA) e São Francisco (PcfceSFR) e P. cf.

spilosoma do rio Ipojuca (PcfsoIPO). Abreviações: n, número de espécimes medidos.

PcearIPU PsomaPAR PcfceGRA PcfcePAR PcfceJAG PcfcePIA PcfceSFR PcfsoIPO

Variação (n=20) Variação (n=20) Variação (n=20) Variação (n=20) Variação (n=20) Variação (n=12) Variação (n=20) Variação (n=10)

Dentes do pré-maxilar direito 15–24 9–16 21–35 24–31 18–32 12–29 19–29 19–22

Dentes do pré-maxilar esquerdo 15–24 9–16 19–36 22–32 17–32 12–31 16–31 16–23

Dentes do dentário direito 17–28 8–16 22–35 21–33 18–31 12–29 17–28 17–21

Dentes do dentário esquerdo 17–26 8–15 19–32 22–30 16–31 13–30 16–29 16–21

Placas da série mediana lateral 23–24 22–23 23–24 23–24 23–24 24–24 24–24 24–24

Placas na base da nadadeira dorsal 7–7 5–6 6–7 6–7 7–7 7–7 6–7 6–6

Placas na base da nadadeira anal 3–3 2–3 2–3 3-3 2–3 2–3 3–3 3–3

Placas entre nadadeiras anal e

caudal 10–11 10–11 9–11 10–11 10–10 10–10 10–11 10–10

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Figura 13. Vista ventral da região abdominal mostrando as placas laterais e placas pré-anal em Parotocinclus

cearensis, UFRN 2698, 25.6 mm CP, fêmea. Abreviações: SPL, série de placas laterais; RPA, região pré-anal;

CL, cleitro; CO, coracóide.

Coloração: Cor de fundo em etanol das superfícies dorsal e lateral marrom claro amarelado.

Porções dorsal e lateral da cabeça uniformes, com alguns pequenos pontos dourados bem

espaçados entre si. Corpo com algumas faixas acinzentadas mais claras nas laterais das

nadadeiras dorsal e adiposa e no pedúnculo caudal. Porção lateral do corpo com uma faixa

acinzentada mais escura na região da linha lateral. Abdômen amarelo claro, a região anterior

(cintura escapular ao ânus) com pequenos cromatóforos escuros, região posterior com

cromatóforos escuros visíveis. Nadadeiras dorsal, caudal, peitorais, pélvicas e anal

transparentes com cromatóforos escuros nos espinhos e raios, nadadeira adiposa com

cromatóforos no espinho. Coloração in vivo (Figura 14) com o mesmo padrão descrito acima,

com o corpo marrom claro esverdeado, só se tornando mais clara em amostras fixadas.

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Figura 14. Parotocinclus cearensis, espécime vivo (UFRN 2684, 33.3 mm CP), após coleta no rio Ipuçaba,

bacia do rio Acaraú, Município de Ipu, Ceará.

Distribuição: Parotocinclus cearensis foi coletado no rio Ipuçaba na bacia Acaraú.

Indivíduos foram coletados no sopé da Serra de Ibiapaba, região de brejo de altitude

(Tabarelli & Santos, 2004). Garavello (1977) descreveu o holótipo e alguns parátipos para a

localidade da Cachoeira do Gusmão, na cidade de Ipu. No entanto, não foi encontrado

nenhuma referência sobre tal localidade. Na cidade de Ipu, apenas dois tributários da bacia

Acaraú drenam a cidade, e a cachoeira presente na cidade é chamada bica do Ipu (Figura 15),

que pode tratar-se da localidade-tipo, visto que o rio Ipuçaba forma diversas quedas d’água

menores ao longo de seu curso a jusante da bica. O nome Cachoeira do Gusmão pode ter sido

previamente relacionado à queda d’água pela presença de um jornalista, escritor e promotor

de justiça, José Gusmão Bastos, que dedicou parte de sua carreira à região (Mourão, 2010).

Fowler (1941) ao descrever P. spilosoma menciona ainda as localidades rio Choró,

próximo a Fortaleza e rio Salgado, na cidade de Icó. Garavello (1977) ao descrever P.

cearensis considerou apenas os parátipos do rio Choró, não mencionando o material do rio

Salgado. Foi realizada uma expedição em 2014 para coleta de material no rio Choró, sendo

feitas amostragens em diferentes pontos ao longo do rio, no entanto não foram coletados

espécimes de P. cearensis. A não captura dessa espécie no rio Choró pode estar relacionada a

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época do ano, onde a espécie pode ficar isolada em trechos específicos da bacia nos períodos

de estiagem; extinção local por predação (foi observada uma grande quantidade de tucunarés

Cichla sp.) ou outros impactos antrópicos; ou a espécie pode não ocorrer nessa bacia, neste

último caso tendo ocorrido um possível erro de localidade. Os parátipos de P. spilosoma da

localidade do rio Salgado, já haviam sido mencionados por Fowler (1941) como diferentes

por apresentar 4 a 5 placas nas laterais do abdômen, os mesmos podem se tratar do morfótipo

P. cf. cearensis do rio Granjeiro.

Figura 15. Bica do Ipu, Brasil, estado do Ceará, Município de Ipu, riacho Ipuçaba, bacia do rio Acaraú.

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Notas ecológicas: Os espécimes foram capturados no riacho Ipuçaba, no Município de Ipu,

suposta localidade tipo da espécie (Figura 16). Parotocinclus cearensis foi encontrado em

uma porção estreita do riacho com fundo de areia e rochas, fluxo de corrente baixa e águas

claras levemente leitosa. O trecho amostrado localiza-se em área urbana com grande

concentração de residências, onde as mesmas despejam efluentes domésticos, que podem

representar um impacto significativo devido ao pequeno porte desses riachos. O rio está

inserido na área da APA da Bica do Ipu, que abrange 3.484,66 hectares, pois o riacho é

utilizado como ponto turístico local, inclusive para uso recreativo, logo abaixo da queda

d’água conhecida como Bica do Ipu (130 m), que passa atualmente por uma obra que

pretende criar um complexo turístico no local (Setur-CE, 2015). No entanto a vegetação

nativa foi suprimida em vários trechos a jusante do complexo turístico, o que deve contribuir

para o assoreamento do riacho. Outras espécies coletadas juntamente com P. cearensis foram:

Aspidoras spilotus Nijssen & Isbrücker, Cichlasoma orientale Kullander, Hypostomus sp. e

Poecilia reticulata Peters, este último uma espécie introduzida muito difundida em rios da

Mata Atlântica (Magalhães & Jacobi, 2008) e brejos de altitude de Pernambuco e Paraíba

(Rosa & Groth, 2004; Leão et al., 2011).

Figura 16. Localidade tipo de Parotocinclus cearensis, Brasil, estado do Ceará, Município de Ipu, riacho

Ipuçaba, bacia do rio Acaraú.

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Parotocinclus spilosoma (Fowler, 1941)

Figura 17, tabelas 2-3.

Figura 17. Parotocinclus spilosoma, UFRN 0698, 38.8 mm CP, fêmea, Brasil, Paraíba, Município de Caturité,

riacho São Pedro, bacia do rio Paraíba do Norte. Vistas lateral, dorsal e ventral.

Plecostomus spilosoma: Fowler, 1941: 152, figs. 53-55. Holótipo: ANSP 69410 (Campina

Grande, Paraíba, Brasil. 1936). Parátipos: ANSP 69411-13 (3) (mesma localidade e data

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do holótipo), 69414 (1), 69415-16 (2) (Rio Choró, próximo a Fortaleza, Ceará, Brasil.

1936), 69417-39 (23) (Rio Salgado, Icó, Ceará, Brasil. 1937); Isbrücker, 1980: 80-81

[checklist]; Böhlke 1984:125 [checklist].

Parotocinclus spilosoma: Garavello, 1977: 16-17, figs. 11-12 [redescrição], material tipo:

(Campina Grande, Paraíba, Brasil), ANSP 69411-69413; Isbrücker, 1980: 80-81

[checklist]; Garavello, 1988: 124 [material comparativo]; Burgess, 1989: 438 [checklist];

Lacerda & Evers, 1996: 88 [ilustração]; Isbrücker, 2001: 31 [material comparativo];

Ribeiro et al., 2002: 218 [material comparativo]; Britski & Garavello, 2002: 287

[material comparativo]; Isbrücker, 2002: 25 [material comparativo]; Reis et al., 2003:

327 [checklist]; Ferraris Jr., 2007: 283 [checklist]; Lehmann & Reis, 2012: 62 [material

comparativo]; Lehmann et al., 2013: 437 [material comparativo]; Ramos et al., 2013:

788 [material comparativo].

Material examinado: Todos do Brasil, Estado da Paraíba, bacia do rio Paraíba do Norte.

UFRN 0421, 16, 17.5-39.1 mm CP, Município de Boqueirão, Barragem Boqueirão,

8°16'17.7''S 36°41'55.8''W, 14 agosto 2012, S. Lima, W. Berbel, C. Alencar, R. Paiva, S.

Moraes e T. Ramos; UFRN 0462, 21, 18.6-40.7 mm CP (1 C&S), Município de Caturité,

riacho São Pedro, na PB 148, 7°24'26''S 36°0'34.6''W, 16 agosto 2012, S. Lima, W. Berbel,

C. Alencar, R. Paiva, S. Moraes, e T. Ramos; UFRN 0698, 19, 19.3-39.3 mm CP (1 C&S),

mesma data e localidade como UFRN 0462; UFRN 2001, 30, 41.8-18.3 mm CP, mesma

localidade como UFRN 0462, 21 agosto 2013, S. Lima, T. Ramos, L. Neto, R. Paiva, M.

Silva e A. Moraes. UFRN 1584, 5, 24.5-27.4 mm CP, Município de Barra de Santana, riacho

na BR 104, 07°31'45''S 35°59'55.3''W, 19 abril 2013, S. Lima, W. Berbel, e T. Ramos.

Diagnose: Parotocinclus spilosoma difere de todos os seus congêneres, exceto P. bidentatus,

P. muriaensis, P. amazonensis Garavello e P. robustus pelo reduzido número de dentes na

pré-maxilar (8-16) e no dentário (8-16) em cada lado (vs. mais que 19). Além do número

reduzido de dentes difere de P. cearensis, assim como P. robustus por apresentar a cintura

peitoral completamente exposta (vs. cintura peitoral coberta por pele medialmente, sendo

exposta e suportando odontódeos apenas lateralmente). Parotocinclus spilosoma difere de P.

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bidentatus, P. muriaensis, P. seridoensis e P. spilurus por apresentar nadadeira adiposa (vs.

nadadeira adiposa rudimentar ou ausente); difere de P. amazonensis e P. haroldoi por

apresentar abdômen quase nu, com duas ou mais linhas de placas alongadas reduzidas em

cada lado e um grupo de pequenas placas arredondadas distribuídas irregularmente na região

pré-anal (vs. apresentando abdômen completamente coberto de placas dérmicas entre a cintura

peitoral e o ânus). Além do número reduzido de dentes difere de P. cesarpintoi por apresentar

pedúnculo ventralmente plano na seção transversal (vs. pedúnculo arredondado na seção

transversal) e pelo padrão de colorido, corpo escuro com faixas e pontos mais claros (vs.

corpo com manchas grandes e escuras e linhas mais claras).

Descrição: Os dados morfométricos e merísticos dos topotipos são apresentados nas tabelas 2

e 3. Corpo moderadamente curto, até 41,8 mm CP, pouco deprimido. Maior largura do corpo

no cleitro, afinando progressivamente para o fim do pedúnculo caudal. Perfil dorsal

ligeiramente convexo do focinho à base da nadadeira dorsal; ligeiramente côncavo a partir da

extremidade da nadadeira dorsal à nadadeira adiposa; ligeiramente côncavo a partir deste

ponto para a base dos raios da nadadeira caudal. Maior altura do corpo na origem da

nadadeira dorsal. Cintura peitoral completamente exposta e coberta por odontódeos, arrector

fossae elipsoide, estendendo-se lateralmente, quase reunido na linha média (Figura 18). Perfil

ventral da cabeça reto ou ligeiramente côncavo; perfil ventral do tronco um pouco convexo da

cintura peitoral à base posterior da nadadeira pélvica; um pouco côncavo na região do ânus,

reto na base da nadadeira anal e reto a partir do final da nadadeira anal ao mais inferior raio da

nadadeira caudal. Cabeça deprimida e redonda na vista dorsal. Tronco deprimido na inserção

da nadadeira dorsal e anal; pedúnculo caudal ventralmente plano na seção transversal. Olhos

moderadamente pequenos, posicionados entre a ponta do focinho e a margem posterior do

pterótico-supracleitro; distância entre a margem inferior da órbita e superfície ventral da

cabeça maior que o diâmetro orbital. Divertículo da íris dorsal presente. Espaço interorbital

reto ou ligeiramente convexo. Focinho arredondado na vista dorsal. Margem inferior rostral

do focinho com odontódeos posteriormente direcionados similares em tamanho aos da porção

dorsal do focinho. Odontódeos na parte superior da cabeça, arranjados em fileiras não bem

definidas. Boca pequena. Disco oral aproximadamente redondo, papiloso; barbilhões

maxilares menores que o diâmetro orbital. Todos os dentes curtos e bífidos. Dentes acessórios

unicúspides ausentes.

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Nadadeira dorsal i, 7; sua origem mediatamente anterior à origem da nadadeira

pélvica, nadadeira dorsal quando adpressas se estendendo verticalmente passando além da

base da nadadeira anal. Nadadeira peitoral i, 6; espinho peitoral alcançando um quarto a um

terço do comprimento do raio não ramificado da nadadeira pélvica; raio não ramificado curvo.

Nadadeira pélvica i, 5; raio não ramificado curvo, coberto com pequenos odontódeos; da

nadadeira pélvica alcançando além do ânus, terminando um pouco anterior à origem da

nadadeira anal. Nadadeira anal i, 5; origem da nadadeira anal cobrindo três placas. Nadadeira

caudal levemente entalhada, emarginada, com lobo inferior ligeiramente mais longo do que o

superior; nadadeira caudal i, 14, i. Canal da linha lateral na série mediana completa, tubo de

poros visíveis a partir pterótico-supracleitro ao pedúnculo caudal. Abdômen quase nu; com

apenas duas ou três linhas de pequenas placas e arredondadas alongadas em cada lado

dispostas próximo à cintura peitoral, e um grupo de pequenas placas arredondadas

irregularmente distribuídas na região pré-anal. Espinho da nadadeira dorsal flexível, seguido

por sete raios ramificados. Mecanismo de bloqueio da nadadeira dorsal não funcional. Placa

nucal exposta, não coberta por pele. Ramificação na ponta da nadadeira dorsal presente, em

forma de V, mais larga do que a base do espinho dorsal. Total de 21 vértebras (2 C&S).

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Figura 18. Vista ventral da região abdominal mostrando as placas laterais e placas pré-anal em Parotocinclus

spilosoma, UFRN 0462, 38.2 mm CP, fêmea. Abreviações: SPL, série de placas laterais; SPM, série de placas

mediana; RPA, região pré-anal; CL, cleitro; CO, coracóide.

Coloração: Cor de fundo em etanol das superfícies dorsal e lateral marrom escuro ao cinza,

com duas barras mais leves marrons ao redor das nadadeiras dorsal e adiposa. Porções dorsal

e lateral da cabeça uniformes na cor com um ponto mais claro da região pineal, não observado

em indivíduos pequenos, e uma barra cinza entre as narinas para o focinho. Abdômen branco

amarelado, com pequenos cromatóforos escuros, exceto na região anterior (cintura peitoral ao

ânus). Nadadeiras dorsal, caudal, peitorais, pélvicas e anal transparentes com cromatóforos

escuros nos espinhos e raios, nadadeira adiposa com cromatóforos no espinho; a nadadeira

caudal possui uma mancha escura em sua base. Coloração in vivo (Figura 19) cinza escuro

esverdeado, com pequenos pontos dourados irregulares que se estendem desde a cabeça até o

pedúnculo, nadadeira caudal possui uma estreita faixa clara transversal.

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Figura 19. Parotocinclus spilosoma, espécime vivo (UFRN 2001, 40.3 mm CP), após a coleta no rio Paraíba do

Norte, Caturité, Paraíba.

Distribuição: Parotocinclus spilosoma só é conhecido para a bacia do rio Paraíba do Norte

no Estado da Paraíba, a maior bacia costeira do leste da ecorregião do Nordeste Médio-

Oriental. Espécimes foram coletados em vários locais nas porções superior e médio do rio

Paraíba do Norte, todos inseridos no bioma Caatinga, sugerindo uma distribuição geográfica

restrita de P. spilosoma. Espécimes foram coletados no curso principal do rio Paraíba do

Norte, e também em dois afluentes, um no município de Barra de Santana e outra no

Município de Caturité. A localidade de Caturité está situada à jusante da região metropolitana

de Campina Grande, cerca de 5 km do município, a localidade tipo de P. spilosoma. Fowler

(1941) na descrição da espécie apenas menciona o município Campina Grande como sua

localidade tipo, não especificando o local exato. O município não possui rios de proporção

significativa, e drena pequenos afluentes da encosta norte do rio Paraíba do Norte. O riacho

São Pedro, une todos os córregos que drenam Campina Grande, assim pode ser a localidade

tipo de P. spilosoma (Figura 20).

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Figura 20. Localidade de Parotocinclus spilosoma, Brasil, estado da Paraíba, Município de Caturité, riacho São

Pedro, bacia do rio Paraíba do Norte.

Notas ecológicas: Os exemplares de Parotocinclus spilosoma foram capturados em riachos

estreitos com fundo de areia e rios de leito rochoso, principalmente a jusante, nas porções alta

e média do rio Paraíba do Norte. Em uma expedição realizada no rio Paraíba do Norte em

abril de 2013, P. spilosoma foi encontrada em Barra de Santana, confinados em pequenas

poças remanescentes da época das chuvas, quando o rio corre sobre leito rochoso. Essas poças

de águas paradas eutróficas, com 1,5 m de profundidade, apresentam altas temperaturas e

baixos níveis de oxigenação, o que demonstra uma adaptação desta espécie a períodos de

seca. Nestas piscinas Parotocinclus cf. cearensis e P. jumbo foram encontradas em simpatría,

bem como: Cichlasoma orientale, Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard), Hoplias

malabaricus (Bloch), Poecilia vivipara Bloch & Schneider, Trachelyopterus galeatus

(Linnaeus) e Oreochromis niloticus (Linnaeus), esta última uma espécie exótica muito

difundida no Nordeste do Brasil (Medeiros et al., 2010). Em Caturité, a cidade mais próxima

da localidade tipo, além de Parotocinclus cf. cearensis e P. jumbo também foram coletados

Astyanax bimaculatus (Linnaeus), Astyanax fasciatus (Cuvier), Compsura heterura

Eigenmann e Poecilia reticulata. Em adição a essas espécies, no Boqueirão foram coletadas:

Leporinus piau (Fowler), Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard) e Synbranchus marmoratus

Bloch.

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5. DISCUSSÃO

No presente estudo foi confirmada a validade de P. cearensis, que foi sugerida por

Lehmann (2006) como sinônimo júnior de P. spilosoma. Diferenças morfológicas

significativas também foram encontradas com relação a P. cearensis da localidade tipo e

demais linhagens previamente identificadas como P. cf. cearensis. No entanto, populações de

algumas bacias não tiveram seu DNA sequenciado, principalmente aquelas com distribuição

geográfica intermediária (e. g. dos rios Jaguaribe e Piranhas-Açu), o que sugere cautela na

designação de novos táxons. Assim, embora as diferenças morfológicas e moleculares entre as

linhagens de P. cf. cearensis sugira um complexo de espécies, mais lóci (principalmente de

DNA nuclear) e material de mais bacias precisam ser analisados para determinar se essas

diferenças refletem diferenças interespecíficas ou variações populacionais dentro de P.

cearensis. Nesse sentido é preferível ser mais conservador e não atribuir o status de espécie

para as linhagens aqui designadas como P. cf. cearensis¸ do que correr o risco de descrever

erroneamente novas espécies (Carstens et al., 2013). É necessário um estudo que aborde mais

amostras de populações intermediarias, se possível com abordagem de sequenciamento

massivo de diversos trechos do genoma, que entrem em congruência com todos os dados

morfológicos, abordando dessa forma uma taxonomia integrativa para que espécies sejam

delimitadas (Padial et al., 2010; Carstens et al., 2013). Porém, baseado na ampla diferença na

forma do corpo, padrão de colorido, distribuição geográfica e distância molecular,

provavelmente P. cf. cearensis se trata de um complexo de espécies crípticas, e, portanto,

apenas o material da bacia do rio Acaraú será considerado como sendo P. cearensis.

P. cearensis é considerada como uma espécie distinta de P. spilosoma, e dessa forma,

uma espécie validada pelos resultados encontrados nas análises multivariadas realizadas com

dados de morfometria tradicional, análises moleculares realizadas com o gene mitocondrial

Cytb e na comparação dos dados morfométricos, merísticos e de morfologia externa.

Apesar das limitações do uso de um único marcador nas inferências evolutivas,

quando comparadas com abordagens usando vários lóci (Knowles & Carstens, 2007; Dupuis

et al., 2012), o uso de um único loco fornece informações úteis para o levantamento de

padrões evolutivos da diversidade (Monaghan et al., 2009; Fujisawa & Barraclough, 2013).

Além disso o gene mitocondrial Cytb é comumente utilizado para investigar a variação inter e

intraespecífica (Kartavtsev, 2011). Para eliminar possíveis erros em delimitações de espécies,

é recomendado o uso da sistemática integrativa, que propõe aliar métodos moleculares,

morfológicos e ecológicos (Padial et al., 2010).

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Apesar das demais linhagens analisadas serem consideradas como P. cf. cearensis,

indicando um relacionamento entre as mesmas, algumas apresentam variações morfológicas e

de coloração, entre si e com relação a P. cearensis (da bacia do rio Acaraú), assim como os

dados moleculares sugerem que se tratam de possíveis novas espécies.

Com base na variação morfológica e distância genética, os indivíduos presentes no rio

Granjeiro, rio Paraíba do Norte e rio São Francisco apresentaram-se como linhagens distintas

de P. cearensis da bacia Acaraú. Pelas análises com dados de morfometria também foi

possível observar diferenças entre os indivíduos das bacias dos rios Jaguaribe (Figura 21),

Piranhas-Açu e Paraíba do Norte (Figura 22) e os indivíduos de P. cearensis da bacia Acaraú.

A não sobreposição da variação morfológica e a comparação da distância genética entre

espécies irmãs similar a das linhagens analisadas indica que táxons distintos ocorrem em

simpatria na bacia do rio Paraíba do Norte (P. spilosoma e P. cf. cearensis do rio Paraíba do

Norte) e na bacia do rio Jaguaribe (P. cf. cearensis do rio Jaguaribe e P. cf. cearensis do rio

Granjeiro). Desse modo, a bacia Paraíba do Norte apresenta pelo menos três espécies de

Parotocinclus ocorrendo em simpatria, que além das espécies mencionadas, também é a

localidade tipo de P. jumbo.

Figura 21. Parotocinclus cf. cearensis da bacia do rio Jaguaribe, espécime vivo (UFRN 0404, 29.5 mm CP),

após a coleta no rio Jaguaribe, Lima campos, Ceará.

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Figura 22. Parotocinclus cf. cearensis da bacia do rio Paraíba do Norte, espécime vivo (UFRN 2004, 30.7 mm

CP), após a coleta no riacho São Pedro, Caturité, Paraíba.

Variações morfológicas em peixes das bacias hidrográficas do Nordeste Médio-

Oriental já foram demonstradas em duas espécies de ciclídeos (Cichlasoma orientale e

Crenicichla menezesi Ploeg), tanto entre bacias diferentes, como entre ambientes lênticos e

lóticos na mesma drenagem (Berbel-Filho et al., 2015). A ecorregião do Nordeste Médio-

Oriental é caracterizada por um forte regime aquático de seca e cheia, e essa fragmentação é

uma característica natural desses ambientes que contribui para o elevado grau de

heterogeneidade espacial e temporal de habitats, e leva a uma concentração de espécies nos

períodos de seca e um grande recrutamento nos períodos de cheia (Maltchik & Medeiros,

2006). Esses constantes gargalos populacionais podem levar a rápidas respostas morfológicas

(plasticidade fenotípica) (Langerhans et al., 2007; Langerhans, 2008) que podem contribuir

para a fixação de características distintas em diferentes bacias. No entanto, as diferenças

morfológicas e moleculares encontradas entre as linhagens dos ciclídeos do Nordeste

brasileiro é bem menor (Berbel-Filho et al., 2015) do que as encontradas entre as linhagens de

P. cearensis e P. spilosoma, o que corrobora a hipótese de complexo de espécies nos

cascudinhos.

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A similaridade morfológica encontrada entre as linhagens de P. cf. cearensis do rio

Granjeiro e P. cf. cearensis do rio São Francisco, com P. spilosoma, talvez estejam

relacionadas a uma convergência ecológica, relacionada às características de cada ambiente.

A altura do corpo, comprimento da cabeça e largura do cleitro se apresentaram com maiores

valores nessas linhagens, em comparação com as demais linhagens analisadas, apresentando

um corpo mais alto nessas linhagens. Desse modo, os indivíduos de P. cearensis da bacia

Acaraú, e P. cf. cearensis das bacias dos rios Jaguaribe, Piranhas-Açu e Paraíba do Norte

apresentam o corpo mais deprimido. Essas características podem estar relacionadas à

velocidade da água (Langerhans et al., 2007). Berbel-Filho et al. (2015) encontrou que para

ambientes lóticos do Nordeste os ciclídeos exibem o corpo mais alto, enquanto os ambientes

com regime de água corrente tendem a favorecer uma forma de corpo mais alongada e

hidrodinâmica (Langerhans et al., 2003; Langerhans et al., 2007; Langerhans, 2008;

Langerhans & Reznick, 2009).

Espécies de Parotocinclus que ocorrem em simpatria nos mesmos trechos dos rios,

provavelmente apresentam micro habitats distintos. Ramos et al. (2013) menciona a presença

de P. jumbo em simpatria com P. seridoensis, no entanto habitando diferentes micro habitats.

A similaridade na forma do corpo entre P. cearensis da bacia Acaraú e P. cf. cearensis das

bacias Jaguaribe, Piranhas-Açu e Paraíba do Norte e entre P. cf. cearensis do rio Granjeiro e

do rio São Francisco, com P. spilosoma, pode ser devido ao tipo de micro-habitat que essas

linhagens ocupam.

A linhagem presente no rio Ipojuca inicialmente foi identificada como P. cf.

spilosoma, mas com base na análise molecular com o gene mitocondrial Cytb e a comparação

morfológica (Tabelas 2 e 3) com congêneres a mesma foi considerada como uma espécie

nova pois não apresentam populações intermediárias não amostradas e uma distância genética

elevada (Tabela 1). Parotocinclus cf. spilosoma do rio Ipojuca apresentou uma distância

genética de 5,6% de P. spilosoma do rio Paraíba do Norte, diferindo de P. spilosoma pelo

maior número de dentes na pré-maxilar (16-22) e no dentário (16-21) em cada lado (vs. 8-16

em P. spilosoma), sendo esses mais alongados e finos. Assim como difere de P. cearensis e P.

spilosoma pelo padrão de colorido (Figura 23), apresentando uma coloração das superfícies

dorsal e lateral amarelo alaranjada, com uma faixa escura na lateral do corpo. A porção dorsal

e lateral da cabeça uniformes na cor com cromatóforos escuros bem distribuídos. Abdômen

branco amarelado, com pequenos cromatóforos escuros. Nadadeiras dorsal, caudal, peitorais,

pélvicas e anal transparentes com cromatóforos alaranjados nos espinhos e raios, nadadeira

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adiposa com cromatóforos no espinho. Difere de P. bahiensis por ter abdômen coberto por

placas pequenas e arredondadas distribuídas espaçadamente (vs. abdômen completamente nu,

com apenas placas na região pré-anal em P. bahiensis) Difere de P. cearensis por apresentar o

cleitro quase totalmente exposto (vs. exposto apenas na base da nadadeira peitoral).

Figura 23. Parotocinclus cf. spilosoma da bacia do rio Ipojuca, espécime vivo (UFRN 0618, 44.5 mm CP), após

a coleta na Barragem Pão de Açúcar, Poção, Pernambuco.

P. cf. spilosoma do rio Ipojuca apresentou-se pelas filogenias realizadas como uma

espécie irmã de P. spilosoma. As mesmas formaram um clado monofilético juntamente com

P. cf. bahiensis, sugerindo um relacionamento com espécies da ecorregião das bacias do

Leste, geralmente presentes nos trechos de Mata Atlântica, enquanto as linhagens de P.

cearensis são mais encontradas em áreas de Caatinga.

Comparando a distância gênica (Tabela 1) e a variação morfológica da linhagem

presente no rio Granjeiro (Tabelas 2 e 3), além de variações como coloração e outros

caracteres morfológicos, é provável que a mesma se trate de uma espécie distinta.

Parotocinclus cf. cearensis do rio Granjeiro difere de P. cearensis por apresentar a cintura

escapular exposta quase totalmente. Difere de P. cearensis e P. spilosoma pelo maior número

de dentes na pré-maxilar (20-35) e no dentário (20-36) em cada lado (vs. 15-26 em P.

cearensis e 8-16 em P. spilosoma), assim como um padrão bem distinto de coloração, com o

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corpo preto com grandes manchas alaranjadas de várias formas e tamanho (maiores que o

tamanho da íris) distribuídas por todo o corpo e nadadeiras (vs. corpo marrom escuro com

pequenas manchas claras e arredondadas (menor que o tamanho da íris em P. spilosoma, e

corpo sem manchas arredondadas em P. cearensis) (Figura 24). Além disso, difere de P.

cearensis por apresentar a cintura escapular exposta quase totalmente (vs. exposto apenas

lateralmente, na base das nadadeiras peitorais).

Figura 24. Parotocinclus cf. cearensis do rio Granjeiro, espécime vivo (UFRN 2087, 40.6 mm CP), após a

coleta no rio Granjeiro, Crato, Ceará.

Esse morfótipo descrito só foi coletado no rio Granjeiro, um afluente da região do alto

da bacia Jaguaribe, a maior bacia da ecorregião do Nordeste Médio Oriental, que banha boa

parte do Estado do Ceará. Espécimes foram coletados em poucos locais na porção superior

desse rio, sugerindo um isolamento geográfico. A localidade está situada à montante da região

metropolitana do Crato, cerca de 3 km ao Sul do município, próximo a região de cabeceira do

rio, no sopé da Chapada do Araripe (600 m).

Parotocinclus cf. cearensis do rio Granjeiro apresentou diferenças em todas as

análises morfológicas quando comparada à P. cearensis da bacia Acaraú (localidade-tipo),

assim como diferenças morfológicas com P. cf. cearensis de outros pontos da bacia do rio

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Jaguaribe. Como não foi sequenciado nenhum indivíduo de outros pontos da bacia Jaguaribe,

não foi possível afirmar se P. cearensis também ocorre na bacia Jaguaribe em simpatria com

Parotocinclus cf. cearensis do rio Granjeiro, ou se as diferenças morfológicas significam

variações populacionais dessa espécie. Caso os resultados das análises morfológicas forem

corroborados pelas análises moleculares, indicando que o morfótipo presente no rio Granjeiro

seja uma nova espécie, a bacia Jaguaribe terá quatro espécies de Parotocinclus ocorrendo em

simpatria, além das espécies em questão, P. spilurus e P. jumbo.

A bacia do rio Jaguaribe apresenta uma elevada riqueza e endemismo de peixes de

água doce em relação as demais drenagens do Nordeste Médio-Oriental (Rosa, 2004)

provavelmente por sua proximidade da bacia do Parnaíba, que apresenta regime perene e

influência da biota amazônica (Ramos et al., 2014). A sub-bacia do Salgado como sendo uma

região de cabeceiras, apresenta endemismo relativamente alto para peixes da caatinga e

sugerida como uma área prioritária para conservação (Rosa et al., 2004). No rio Granjeiro,

situado na sub-bacia do Salgado, três espécies foram descritas como endêmicas da bacia,

Trachelyopterus cratensis Miranda-Ribeiro, Hypostomus carvalhoi (Miranda-Ribeiro) e

Aspidoras menezesi Nijssen & Isbrücker.

O gênero Aspidoras Ihering, ocorre apenas no Brasil, e quase todas as espécies são

encontradas em áreas restritas de uma única, ou poucas drenagens (Nijssen & Isbrücker,

1976). No Nordeste do Brasil o gênero apresenta sete espécies descritas: A. rochai Ihering de

rios próximos a Fortaleza; A. raimundi (Steindachner) do rio Parnaíba; A. carvalhoi Nijssen &

Isbrücker do rio Choró; A. maculosus Nijssen & Isbrücker do rio Itapicuru; A. menezesi

Nijssen & Isbrücker do rio Granjeiro, A. spilotus Nijssen & Isbrücker do rio Acaraú; A.

depinnai Britto do rio Ipojuca (Britto, 2000; Buckup et al., 2007). O gênero parece apresentar

uma distribuição semelhante à de algumas linhagens de Parotocinclus nas bacias do Nordeste

do Brasil, o que pode indicar que esses gêneros possam ter passado pelos mesmos eventos de

dispersão e vicariância. Um estudo filogenético comparativo envolvendo as espécies do

Nordeste desses dois gêneros seria interessante para averiguar se os eventos de especiação

foram os mesmos.

As linhagens de P. cf. cearensis da bacia Paraíba do Norte e afluentes da bacia do rio

São Francisco apresentaram distâncias genéticas (Tabela 1) e variações morfológicas (Tabelas

2 e 3) que permitem a diferenciação de P. cearensis da bacia Acaraú. No entanto, na ausência

de dados moleculares de bacias intermediárias que comprovem se essas variações se tratam de

variações interespecíficas as mesmas não foram descritas, embora provavelmente sejam

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espécies novas. O mesmo vale para as linhagens das bacias dos rios Jaguaribe e Piranhas-Açu,

que não tiveram os dados moleculares obtidos, apesar das diferenças encontrada nas análises

morfológicas, exigindo mais cautela na atribuição do status de espécies novas para estas.

O número de indivíduos da bacia do rio Piranhas-Açu utilizados nas análises

morfológicas foi reduzido, pois estes parecem apresentar uma baixa densidade nessa bacia,

onde ocorrem em simpatria com P. seridoensis e P. jumbo. Apesar disso, é a linhagem mais

diferenciada quando comparados às outras bacias. Os indivíduos analisados nesse estudo

provenientes de dois afluentes da bacia do rio São Francisco apresentaram uma ampla

variação nas análises multivariadas, embora não tenha sido possível sequenciar indivíduos

destes diferentes tributários. Assim, estes devem ser analisados com mais cautela, pois é

possível a existência de mais populações diferenciadas ou de mais de uma espécie entre estas

amostras, visto a grande variação apresentada nos dados morfométricos.

Garavello (1977) ao descrever P. cearensis menciona a mesma como integrante de um

grupo de espécies relacionadas denominado spilosoma, composto por P. spilosoma, P.

cearensis e P. cesarpintoi. Rosa & Groth (2004) mencionam o grupo spilosoma, propondo um

isolamento geográfico a partir de uma única espécie ancestral do grupo, que teria levado a

especiação das atuais espécies. Gauger & Buckup (2005) considerou P. cearensis como

espécie irmã de P. cesarpintoi e P. haroldoi. Lehmann (2006) considerando P. cearensis

como sinônima de P. spilosoma e próxima de Parotocinclus sp. n. 14 da bacia São Francisco,

e P. cesarpintoi como sendo mais aparentada de P. spilurus, P. haroldoi e Parotocinclus

seridoensis (Parotocinclus sp. n. 10 em Lehmann (2006)). Meus dados indicam que P.

cearensis não é uma espécie estreitamente relacionada com P. spilosoma.

Garavello (1977) restringiu a distribuição de P. spilosoma à bacia do Paraíba do Norte,

utilizando apenas os quatro exemplares da série-tipo de P. spilosoma, onde menciona a má

qualidade do material tipo. Gauger & Buckup (2005) utilizaram o material da série-tipo de P.

cearensis e o material utilizado por eles de P. spilosoma, se trata do Parotocinclus sp. n. 14

da bacia São Francisco utilizado por Lehmann (2006). Lehmann (2006) utilizou apenas

material da série-tipo de P. cearensis e P. spilosoma. É provável que Lehmann (2006) tenha

considerado P. cearensis como sendo sinônima de P. spilosoma, devido às más condições do

material examinado.

Apesar de não terem sido utilizadas amostras de P. cesarpintoi nas análises

moleculares, o resultado das análises de máxima-verossimilhança e inferência Bayesiana

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desse estudo sugerem que o grupo spilosoma proposto por Garavello (1977) não é valido. No

entanto, o grupo P. cf. cearensis, P. spilosoma e P. cf. spilosoma do Ipojuca formam um

clado monofilético juntamente com as espécies P. cf. bahiensis, P. prata, P. robustus e P.

maculicauda, espécie tipo do gênero, sugerindo que estas de fato pertençam ao gênero.

A distância genética encontrada entre o grupo P. cearensis, o grupo P. spilosoma e P.

bahiensis, assim como algumas espécies do Nordeste brasileiro (P. seridoensis, P. spilurus e

P. jumbo) sugerem que provavelmente tenha ocorrido mais de um evento de dispersão para as

bacias do Nordeste Médio-Oriental. Parotocinclus seridoensis, P. spilurus e P. jumbo,

formam linhagens mais distantes de P. maculicauda e provavelmente tratam-se de pelo menos

dois gêneros distintos, conforme proposto por Lehmann (2006).

Roxo et al. (2014) sugere que ocorreram dois eventos de dispersão para o Nordeste do

Brasil. Um ancestral de drenagens costeiras do Atlântico teria dispersado para bacias do

Nordeste e São Francisco por eventos de captura de cabeceira e dado origem as espécies P.

bahiensis, P. prata e P. robustus, entre 11.3-26.1 milhões de anos. Um outro ancestral teria

passado por uma geodispersão das bacias Amazônia e Orinoco para bacias do Nordeste e São

Francisco e dado origem a espécie P. spilurus entre 19.3-43.2 milhões de anos.

O clado monofilético formado pelo grupo P. cf. cearensis apresentou um tempo de

divergência entre 22 e 28 milhões anos de P. spilosoma. A divergência dentro do clado

formado pelas linhagens do grupo P. cf. cearensis aconteceram até cerca de 8 milhões de

anos. Parotocinclus spilosoma apresentou um tempo de divergência entre 5 e 14 milhões de

anos de P. cf. bahiensis e P. cf. spilosoma do Ipojuca. Essas separações ocorreram nas épocas

Pliocênica e Oligocênica, durante o período Terciário. Nesse período ocorreram diversos

eventos de tectonismo no Nordeste do Brasil, principalmente nas regiões das chapadas do

Araripe e Borborema (Ab´Saber, 1998; Brito-Neves et al., 2004; Morais-Neto et al., 2006;

Correa et al., 2010). Esses movimentos podem resultar na captura de cabeceiras entre rios

próximos em vertentes opostas de divisores de águas, que facilitam a dispersão de peixes de

água doce, que podem promover radiações em peixes de água doce (Albert & Reis, 2011). É

provável que as recentes divergências, entre o Plioceno e o Pleistoceno, encontradas nas

linhagens do grupo P. cearensis seja resultante de dispersões promovidas por eventos

tectônicos que tenham ocorrido nos últimos milhões de anos. A maioria das espécies de

Parotocinclus são encontrados nos trechos altos das bacias hidrográficas do Nordeste do

Brasil, o que favoreceria a dispersão dessas espécies por eventos de captura de cabeceira. Isso

explicaria o fato de não existirem espécies de Parotocinclus em rios de médio e pequeno porte

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do Nordeste, que seria mais esperado caso as linhagens tivessem utilizado as conexões entre

bacias estabelecidas nos eventos de regressão do nível do mar nos períodos glacias.

A co-ocorrência de mais de uma espécie de Parotocinclus nas bacias hidrográficas do

Nordeste do Brasil possivelmente seja devido a eventos de contatos secundários. As linhagens

que ocorrem em simpatria nas bacias Jaguaribe e Paraíba do Norte, provavelmente se

dispersaram para o Nordeste Médio Oriental, advindas da bacia amazônica e bacias do sul e

sudeste, respectivamente. O ancestral de P. cearensis é provável que tenha vindo do Norte,

dispersado de bacias amazônica para o Nordeste, visto a relação de proximidade entre as

bacias Acarú e Jaguaribe com a bacia do rio Parnaíba. A bacia do Parnaíba apresenta uma alta

similaridade de ictiofauna com as bacias amazônicas (Ramos et al., 20014). O ancestral de P.

spilosoma vindo do Sul, de bacias do atlântico leste e São Francisco, tendo como base sua

relação de parentesco com a linhagem presente no rio Ipojuca e com P. cf bahiensis.

A distribuição de P. cearensis não é concordante segundo a literatura, Reis et al.

(2003) e Buckup et al. (2007) descrevem como restrita ao estado do Ceará. Rosa et al. (2003)

considera como uma espécie endêmica do Nordeste Médio-Oriental. Já Ramos et al. (2014)

relatam a presença da espécie na bacia do rio Parnaíba. Devido a algumas dificuldades

encontradas no presente estudo para realizar a extração de DNA de parte do material

examinado, não foi possível utilizar amostras de algumas drenagens que aparentemente

abrigam representantes do grupo P. cearensis. Estudos futuros devem incluir amostras de P.

cf. cearensis da bacia do rio Parnaíba, assim como outras para uma melhor compreensão da

biogeografia das bacias do Nordeste brasileiro

Desse modo, amostras de populações geográficas intermediárias entre as bacias

estudadas precisam ser sequenciadas para verificar se essas distâncias genéticas apresentadas

são suficientes para considerá-las como espécies distintas, ou são diferenças populacionais

acentuadas. Uma análise filogeográfica deve ser feita com um número maior de genes e

indivíduos, contemplando todas as bacias envolvidas, para resolver de vez essa questão.

Provavelmente alguns lotes de tecidos usados nesse estudo não tenham sido conservados de

maneira adequada, o que pode ter levado à degradação do DNA.

Apesar da ausência de sequencias de algumas bacias intermediarias no presente

estudo, foi demonstrado aqui diferenças genéticas entre diferentes linhagens de P. cf.

cearensis, pegando os extremos de sua distribuição (Nordeste Médio Oriental e São

Francisco), assim como variações morfológicas entre todas as linhagens comparadas. Esses

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resultados revelam uma variação resultante do isolamento geográfico atual dessas bacias

hidrográficas. Com a transposição de águas do rio São Francisco para as bacias do Nordeste

do Brasil, existe um potencial risco de hibridização entre essas linhagens, que pode resultar na

perda de adaptações locais, e até na extinção de algumas espécies.

6. CONCLUSÃO

Com base nas análises morfológicas e moleculares feitas, foram identificadas

variações entre as linhagens do grupo P. cearensis, incluindo possíveis espécies novas nas

bacias hidrográficas do Nordeste do Brasil. Os dados integrados também indicaram diferenças

significativas entre P. cearensis e P. spilosoma, o que permitiu verificar a validade da

primeira e a redescrição destas duas espécies.

Os resultados das análises morfológicas revelaram uma grande variação entre as

linhagens envolvidas no estudo, sendo esses suportados pelas análises moleculares das

linhagens que puderam ser sequenciadas. Os dados moleculares sugerem alguns eventos de

dispersão das espécies de Parotocinclus do Nordeste brasileiro.

Apesar de algumas linhagens analisadas serem prováveis espécies novas, a redescrição

apresentada de P. cearensis foi baseada apenas na série-tipo e topótipos. As demais linhagens

foram consideradas como P. cf. cearensis necessitando um estudo com uma maior abordagem

para determinar a validade das possíveis espécies novas.

Tendo em vista o atual polifiletismo do gênero, faz-se necessária a designação de

novos gêneros que acomodem algumas espécies não relacionadas a espécie-tipo P.

maculicauda. Os clados do Nordeste composto por P. seridoensis, P. spilurus e algumas

espécies ainda não descritas, assim como P. jumbo, podem representar gêneros distintos. Na

falta de uma revisão geral do grupo e gêneros relacionados, o presente trabalho considerou

todas as espécies trabalhadas dentro do gênero. Dessa forma a região Nordeste do Brasil

apresenta-se como um hotspot para o táxon, aumentando ainda mais o número de espécies

presentes na região.

Esse estudo apresentou possíveis novas espécies corroboradas por dados morfológicos

e moleculares. Indivíduos de algumas bacias não contempladas pelos dados moleculares nesse

estudo apresentaram diferenças significativas nas análises de morfologia, essas diferenças não

foram comprovadas como sendo diferenças intraespecíficas ou variações populacionais

acentuadas dentro do grupo P. cearensis, nesse sentido é preferível ser mais conservador e

não atribuir ao status de espécie nova (Carstens et al., 2013). É necessário um estudo com

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maior abrangência de distribuição para afirmar a real distribuição e identificação das espécies

que compõem esse grupo. Uma melhor compreensão desses padrões contribuirá para entender

a biogeografia e a evolução da biota aquática das ecorregiões hidrográficas do Nordeste do

Brasil que pode ter importantes desdobramentos para a conservação dos peixes da Caatinga.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8. ANEXOS

8.1. Material examinado

Parotocinclus cearensis: MNRJ 8689, 10, parátipos, 20.6-24.2 mm CP, Brasil, Estado do

Ceará, Ipu, Cachoeira do Gusmão; MNRJ 10155, 1, parátipo, 21.3 mm CP, Ipu, Cachoeira do

Gusmão; UFRN 2698, 10, 25.6-29.1 mm CP, Ipu, Riacho Ipuçaba, 4°19'27.8''S

40°42'54.8''W, 27 junho 2014, L. Neto, S. Lima, T. Ramos, R. Paiva, M. Germano, M. Silva,

L. Medeiros e Y. Ponce; UFRN 2884, 10, 23.7-33.3 mm CP, Ipu, Riacho Ipuçaba,

4°19'27.8''S 40°42'54.8''W, 02 agosto 2014, L. Neto, S. Lima e W. Berbel.

Parotocinclus cf. cearensis: UFRN 0241, 8, 23.4-31.4 mm CP, Estado da Paraíba, Barra de

Santana, rio Paraíba, 07°31'45''S 35°59'55.3''W, 19 abril 2013, S. Lima, T. Ramos e W.

Berbel-Filho; UFRN 0388, 4, 19.5-32.5 mm CP, Estado do Ceará, Lima Campos, rio Lima

Campos, 6°24'13.7"S 38°57'19.4"W; UFRN 0404, 2, 24.3-25.4 mm CP, da mesma localidade;

UFRN 0569, 1, 30.2 mm CP, Estado do Rio Grande do Norte, Jardim de Piranhas, Rio

Piranhas, 06°22'40.3''S 37°21'19.3''W, 13 junho 2012, S. Lima, L. Barros-Neto, W. Berbel, C.

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Neves, C. Alencar e D. Ferreira UFRN 0618, 43, 36.0-44.5 mm CP, Estado de Pernambuco,

Pão de Açúcar, açude Poção, 8°16'17.7''S 36°41'55.8''W, 14 agosto 2012, S. Lima, T.Ramos,

W.Berbel, R. Paiva, C. Alencar e S. Moraes; UFRN 0619, 8, 33.7-40.9 mm CP, Estado de

Pernambuco, Arcoverde, riacho Seco, 8°22'52''S 37°15'9.9''W, 09 agosto 2012, S. Lima,

T.Ramos, W.Berbel, R.Paiva, C.Alencar e S.Moraes; UFRN 0620, 10, 32.2-44.1 mm CP,

Estado de Pernambuco, Serra Talhada, açude Varzinha, 08°01'58.9''S 38°07'10.4''W, 13

agosto 2012, S. Lima, T. Ramos, W. Berbel, R. Paiva, C. Alencar e S. Moraes; UFRN 1589,

2, 17.7-20.1 mm CP, Estado da Paraíba, São José do Piranhas, rio Piranhas, 07°06'18.4''S

38°29'28.1''W, 24 abril 2013, T. Ramos, L. Neto, R. Paiva, M. Germano, S. Soares e D.

Soares; UFRN 1697, 2, 18.9-19.2 mm CP, Estado da Paraíba, Aparecida, rio do Peixe,

06°47'07.0''S 38°05'09.6''W, 26 abril 2013, T. Ramos, R. Paiva, L. Neto, M. Germano, S.

Moraes e D. Soares; UFRN 1734, 2, 19.1-23.4 mm CP, Estado da Paraíba, Ibiara, rio Piancó,

07°19'15.0''S 38°08'57.2''W, 25 abril 2013, T. Ramos, R. Paiva, L. Neto, M. Germano, S.

Moraes e D. Soares; UFRN1586, 13, 27.3-33.4 mm CP, Estado da Paraíba, Barra de Santana,

Rio Paraíba do Norte, BR 104, 07°31'45''S 35°59'55.3''W, 19 abril 2013, S. Lima, T. Ramos e

W. Berbel-Filho; UFRN 2004, 6, 23.6-30.7 mm CP, Estado da Paraíba, Caturité, riacho São

Pedro, 07°24'02.6''S 36°00'34.6''W, 21 agosto 2013, A. Moraes, R. Paiva, L. Neto, M. Silva,

T. Ramos e S. Lima; UFPB 7643, 2, Itatira, vazante da barragem Oiticica, bacia do rio

Jaguaribe, 4°40’36.5”S 39°41’6.5”W; Todos do Brasil, Estado do Ceará, bacia do rio

Jaguaribe. UFRN 2087, 40.6 mm CP, Município do Crato, rio Granjeiro, 07°15'18.7''S

39°25'58.9''W, 20 Ago 2013, A. Moraes, R. Paiva, L. Neto, M. Silva, T. Ramos e S. Lima;

UFRN 1183, 6, 23.9-33.4 mm CP, Rio Granjeiro, Crato, 07°15'18.7''S 39°25'58.9''W, 22 Mar

2013, S. Lima, T. Ramos, W. Berbel-Filho, L. Neto, S. Moraes e A. Moraes; UFRN 1250,

35.2 mm CP, Crato, rio Granjeiro, 07°15'18.7''S 39°25'58.9''W, 22 Mar 2013, S. Lima, T.

Ramos, W. Berbel-Filho, L. Neto, S. Moraes e A. Moraes; UFRN 1260, 1, 36.4 mm CP,

Riacho da Cascata, Crato, 07°14'56.8''S 39°27'12.5''W, 22 Mar 2013, S. Lima, T. Ramos, W.

Berbel-Filho, L. Neto, S. Moraes e A. Moraes, 07°14'56.8''S 39°27'12.5''W; UFRN 1422, 2,

27.8-31.2 mm CP, Rio Cruxati, Itapipoca, 03°24'20.4''S 39°44'24.9''W, 03 Mai 2013,

Marcelo, André & Keilo; UFRN 2022, 6 (2 C&S), 25.8-36.6 mm CP, Crato, rio Granjeiro,

07°15'18.7''S 39°25'58.9''W, 20 ago 2013, A. Moraes, R. Paiva, L. Neto, M. Silva, T. Ramos e

S. Lima; UFRN 2259, 9, 28.7-37.0 mm CP, Rio Granjeiro, Crato, 07°15'18.7''S

39°25'58.9''W, 20 Ago 2013, A. Moraes, R. Paiva, L. Neto, M. Silva, T. Ramos e S. Lima.

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76

P. spilosoma: Todos do Brasil, Estado da Paraíba, bacia do rio Paraíba do Norte. UFRN 0421,

16, 17.5-39.1 mm CP, Município de Boqueirão, Barragem Pão de Açúcar, 8°16'17.7''S

36°41'55.8''W, 14 agosto 2012, S. Lima, W. Berbel, C. Alencar, R. Paiva, S. Moraes e T.

Ramos; UFRN 0462, 21, 18.6-40.7 mm CP (1 C&S), Município de Caturité, riacho São

Pedro, na PB 148, 7°24'26''S 36°0'34.6''W, 16 agosto 2012, S. Lima, W. Berbel, C. Alencar,

R. Paiva, S. Moraes, e T. Ramos; UFRN 0698, 19, 19.3-39.3 mm CP (1 C&S), mesma data e

localidade como UFRN 0462; UFRN 2001, 30, 18.3-41.8 mm CP, mesma localidade como

UFRN 0462, 21 agosto 2013, S. Lima, T. Ramos, L. Neto, R. Paiva, M. Silva e A. Moraes.

UFRN 1584, 5, 24.5-27.4 mm CP, Município de Barra de Santana, riacho na BR 104,

07°31'45''S 35°59'55.3''W, 19 abril 2013, S. Lima, W. Berbel, e T. Ramos; UFRN 2001, 32,

18.3-41.8 mm CP, Estado da Paraíba, Caturité, riacho São Pedro, 07°24'02.6''S 36°00'34.6''W,

21 agosto 2013, A. Moraes, R. Paiva, L. Neto, M. Silva, T. Ramos e S. Lima.

8.2. Material comparativo

Parotocinclus cesarpintoi: MNRJ 1022, 10, sintipos, 34.6-41.6 mm CP, Brasil, Estado de

Alagoas, Quebrângulo, Riacho Quebrângulo; MNRJ 1154, 10, síntipos, 25.8-29.4 mm CP,

Rio Paraíba do Meio; UFRN 1132, 28 (2 C&S), 28.3-39.6 mm CP, rio Paraíba do Meio,

9°21’55.8”S 36°25’10.6”W; UFPB 9015, 4, 19.1-29.4 mm CP, Canapi, rio Canapi,

9°6’57.4”S 37°36’31.4”W. UFPB 9016, 3, 29.2-32.4 mm CP, Mata Grande, rio Verde,

9°0’3.0”S 37°39’39.6”W. P. haroldoi: UFPB 7033, 1, 19.4 mm CP, Brasil, Estado do Ceará,

Ibiapaba, rio Poti, bacia do rio Parnaíba, 5°2’43.9”S 40°55’19.8”W; UFPB 7340, 84, 15.8-

24.6 mm CP, Estado do Piauí, Piracuruca, bacia do rio Parnaíba, 3°44’0.01”S 41°40’56.4”W.

P. jumbo: UFPB 4118, 6, parátipos, 23.0-27.4 mm CP, Brasil, Estado da Paraíba, Sapé, rio

Gurinhem em ponte na estrada PB 055, 7°08’54”S 35°14’03”W; UFPB 4024, 9, 25.2-28.5

mm CP, Salgado do São Felix, rio Paraíba do Norte, 7°21’31.2”S 35°27’31.0”W; UFRN

0309, 22, 10.9-31.5 mm CP, Estado do Rio Grande do Norte, Jardim de Piranhas, Rio

Piranhas, 6°22'40.3"S 37°21'19.3"W; UFPB 9010, 80, 21.9-36.4 mm CP, Estado de Alagoas,

Canapi, rio Canapi, 9°6’57.4”S 37°36’31.4”W; UFPB 9011, 60, 19.8-31.6 mm CP, Mata

Grande, riacho Verde, 9°6’3.0”S 37°39’39.6”W; UFPB 7419, 37, 27.7-30.2 mm CP, Estado

do Sergipe, Porto da Folha, rio Campos Novos, bacia do rio São Francisco, 9°54’20.1”S

37°23’17.5”W; UFPB 7177, 2, 21.8-25.7 mm CP, Estado do Pernambuco, Serra Talhada, rio

Açude José Alves, 7°59’8.8”S 38°16’24.7”W. P. maculicauda: UFRN 1010, 10, 23.0-33.7

mm CP, Brasil, Estado do Rio de Janeiro, Silva Jardim, rio São João, 22°34'58.53"S

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77

42°34'30.73"W. Parotocinclus sp. UFRN 0459, 1, 30.8 mm CP, Brasil, Estado do

Pernambuco, Toritama, rio Capibaribe, bacia do rio Capibaribe, 8°1'7.9''S 36°4'45.6''W. P.

seridoensis: Parátipos. Todos do Brasil, bacia do rio Piranhas-Açu. Rio Grande do Norte.

MZUSP 113423, 3, 33.6-41.8 mm CP; MNRJ 40715, 1, 31.6 mm CP; UFRN 0240, 1, 30.6

mm CP; mesma data do holótipo. MNRJ 40716, 5, 26.1-35.2 mm CP; MZUSP 113424, 6,

26.9-36.9 mm CP; UFPB 9218, 5, 28.1-39.7; UFRN 0005, 4, 29.8-37.0 mm CP (2 C&S);

mesma localidade do holótipo, 04 Maio 2011, P. Medeiros e J. Medeiros. UFRN 0303, 1, 34.2

mm CP, Município de Jardim de Piranhas, rio Piranhas, 6°22'40.3"S 37°21'19.3"W, 13 Jun

2012, S. Lima, W. Berbel, L. Neto, C. Neves, C. Alencar, D. Ferreira e F. Landim. Paraíba.

UFRN 1588, 1, 32.2 mm CP, Município de Pombal, rio Piranhas, 6°43'12.1"S 37°47'11.6"W,

13 Abril 2013, M. Silva; MCP 31463, 19, 24.0-34.5 mm CP (2 C&S), Rio Piranhas na BR

230 entre Pombal e Souza, 5 km de Pombal, 6°43'31.9''S 37°47'49.9''W, 20 Novembro

2002, C. Lucena, E. Pereira e J. Pezzi. UFRN 1590, 35.4 mm CP (1 C&S), Município de

Ibiara, rio Piancó, 7º28'33.7"S 38º21'10.3"W, 24 Abril 2013, T. Ramos, L. Neto, R. Paiva e

M. Germano. P. spilurus: UFRN 0321, 14, 12.2-41.9 mm CP (1C&S); UFRN 0376, 2, 33.9-

35.9 mm CP; UFRN 0389, 4, 39.2-46.1 mm CP; UFRN 1248, 1, 34.8 mm CP, Município de

Lima Campos, rio Lima Campos, 6°24'13.7"S 38°57'19.4"W, 11 julho 2012, S. Lima, L.

Neto, W. Berbel, R. Paiva, C. Alencar e F. Freire; UFRN 1248, 1, 34.8 mm CP; UFRN 1253,

1, 33.3 mm CP, mesma localidade como UFRN 0321, 22 março 2013, S. Lima, T. Ramos, W.

Berbel, L. Neto, S. Moraes e A. Moraes; UFRN 0345, 1, 33.1 mm CP, Município de

Saboeiro, 6°32'31.1"S 39°54'32.5"W, 10 junho 2012, S. Lima, L. Neto, W. Berbel, R. Paiva,

C. Alencar e F. Freire; UFRN 1252, 4, 31.5-35.9 mm CP; UFRN 1255, 4, 32-37.2 mm CP;

UFRN 1300, 1, 40.2 mm CP, Município de Icó, rio Salgado, 06°24'53.8''S 38°52'23''W, 21

março 2013, S. Lima, T. Ramos, W. Berbel, L. Neto, S. Moraes e A. Moraes.

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78

8.3. Tabelas suplementares

Tabela S1. Amostras utilizadas nas análises morfológicas e filogenéticas moleculares. TIUFRN = Tecido Ictiológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

ESPÉCIE BACIA SIGLA MORF MOL LOTE TECIDO FIXAÇÃO GenBank Referência

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU01 X X UFRN2699 TIUFRN3212 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU02 X X UFRN2259 TIUFRN3218 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU03 X

UFRN2884

Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU04 X

UFRN2884

Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU05 X

UFRN2884 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU06 X

UFRN2884 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU07 X

UFRN2884 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU08 X

UFRN2884 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU09 X

UFRN2884 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU10 X

UFRN2884 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU11 X

MNRJ8689 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU12 X

MNRJ8689 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU13 X

MNRJ8689 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU14 X

MNRJ8689 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU15 X

MNRJ8689 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU16 X

MNRJ8689 Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU17 X

MNRJ8689

Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU18 X

MNRJ8689

Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU19 X

MNRJ8689

Formol

Parotocinclus cearensis Acaraú PcearIPU20 X

MNRJ8689

Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG01 X

UFRN1260 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG02 X

UFRN1183 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG03 X

UFRN1183 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG04 X

UFRN1183 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG05 X

UFRN1183

Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG06 X

UFRN1183 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG07 X

UFRN1581 Álcool

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79

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG08 X

UFRN1581 Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG09 X

UFRN1581 Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG10 X

UFRN1873 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG11 X

UFRN2258 Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG12 X

UFRN2258 Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG13 X

UFRN2258 Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG14 X

UFRN1295 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG15 X

UFRN1295 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG16 X

UFRN1295 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG17 X

UFRN0936 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG18 X

UFRN0936 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG19 X

UFRN0404 Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Jaguaribe PcfceJAG20 X

UFRN0404 Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA01 X X UFRN2259 TIUFRN2670 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA02 X X UFRN2259 TIUFRN2671 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA03 X X UFRN2259 TIUFRN2674 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA04 X

UFRN2022 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA05 X

UFRN2022 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA06 X

UFRN2022 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA07 X

UFRN2022 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA08 X

UFRN2022 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA09 X

UFRN2022 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA10 X

UFRN2022 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA11 X

UFRN2022 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA12 X

UFRN2022 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA13 X

UFRN2022 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA14 X

UFRN2087 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA15 X

UFRN1250 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA16 X

UFRN2024 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA17 X

UFRN2024 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA18 X

UFRN2024 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA19 X

UFRN2024 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Salgado PcfceGRA20 X

UFRN2024 Formol

Page 82: Apresentação do PowerPoint - core.ac.uk · spilosoma e P. cearensis, onde são acrescentadas novas informações sobre osteologia, coloração, distribuição geográfica, habitat

80

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA01 X

UFRN1569

Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA02 X

UFRN1569

Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA03 X

UFRN1569

Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA04 X

UFRN1598

Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA05 X

UFRN0569

Formol

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA06 X

UFRN1697

Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA07 X

UFRN1734

Formol

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA08 X

UFRN1734

Formol

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA09 X

UFRN0241

Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA10 X

UFRN0241

Álcool

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA11 X

UFRN1589

Formol

Parotocinclus cf. cearensis Piranhas-Açu PcfcePIA12 X

UFRN1727

Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR01 X

UFRN1583

Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR02 X

UFRN1583 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR03 X X UFRN1587 TIUFRN2418 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR04 X X UFRN1587 TIUFRN2419 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR05 X X UFRN1587 TIUFRN2420 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR06 X X UFRN1587 TIUFRN2421 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR07 X X UFRN1587 TIUFRN2422 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR08 X

UFRN1585 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR09 X

UFRN1585 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR10 X

UFRN1585 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR11 X

UFRN1585 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR12 X

UFRN1585 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR13 X

UFRN1586 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR14 X

UFRN2004 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR15 X

UFRN2004 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR16 X

UFRN2004 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR17 X

UFRN2004 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR18 X

UFRN2004 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR19 X

UFRN2004 Formol

Parotocinclus cf. cearensis Paraíba do Norte PcfcePAR20 X

UFRN2086 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR01 X X UFRN0484 TIUFRN2409 Álcool

Este estudo

Page 83: Apresentação do PowerPoint - core.ac.uk · spilosoma e P. cearensis, onde são acrescentadas novas informações sobre osteologia, coloração, distribuição geográfica, habitat

81

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR02 X X UFRN0484 TIUFRN2411 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR03 X X UFRN0484 TIUFRN2412 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR04 X X UFRN0484 TIUFRN2413 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR05 X

UFRN0484 Álcool

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR06 X

UFRN0484 Álcool

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR07 X

UFRN0484 Álcool

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR08 X

UFRN0619 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR09 X

UFRN0619 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR10 X

UFRN0619 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR11 X

UFRN0619 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR12 X

UFRN0619 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR13 X

UFRN0619 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR14 X

UFRN0619 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR15 X

UFRN0620 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR16 X

UFRN0620 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR17 X

UFRN0620 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR18 X

UFRN0620 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR19 X

UFRN0620 Formol

Parotocinclus cf. cearensis São Francisco PcfceSFR20 X

UFRN0620 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR01 X X UFRN0462 TIUFRN2434 Álcool

Este estudo

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR02 X X UFRN0462 TIUFRN2435 Álcool

Este estudo

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR03 X X UFRN0462 TIUFRN2436 Álcool

Este estudo

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR04 X

UFRN1584 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR05 X

UFRN1584 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR06 X

UFRN1584 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR07 X

UFRN2001 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR08 X

UFRN2001 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR09 X

UFRN2001 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR10 X

UFRN2001 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR11 X

UFRN2001 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR12 X

UFRN2001 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR13 X

UFRN2001 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR14 X

UFRN0698 Formol

Page 84: Apresentação do PowerPoint - core.ac.uk · spilosoma e P. cearensis, onde são acrescentadas novas informações sobre osteologia, coloração, distribuição geográfica, habitat

82

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR15 X

UFRN0698 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR16 X

UFRN0698 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR17 X

UFRN0698 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR18 X

UFRN0698 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR19 X

UFRN0698 Formol

Parotocinclus spilosoma Paraíba do Norte PsomaPAR20 X

UFRN0698 Formol

Parotocinclus cf. spilosoma Ipojuca PcfsoIPO04

X UFRN0428 TIUFRN2439 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. spilosoma Ipojuca PcfsoIPO05

X UFRN0428 TIUFRN2440 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. spilosoma Ipojuca PcfsoIPO06

X UFRN0428 TIUFRN2442 Álcool

Este estudo

Parotocinclus seridoensis Piranhas-Açu PseriPIA01

X UFRN1588 TIUFRN2395 Álcool

Este estudo

Parotocinclus spilurus Jaguaribe PspluJAG01

X UFRN1252 TIUFRN2400 Álcool

Este estudo

Parotocinclus spilurus Jaguaribe PspluJAG02

X UFRN1252 TIUFRN2401 Álcool

Este estudo

Parotocinclus spilurus Jaguaribe PspluJAG03

X UFRN1252 TIUFRN2402 Álcool

Este estudo

Parotocinclus spilurus Jaguaribe PspluJAG04

X UFRN1252 TIUFRN2403 Álcool

Este estudo

Parotocinclus jumbo Paraíba do Norte PjumbPAR01

X UFRN0460 TIUFRN2425 Álcool

Este estudo

Parotocinclus jumbo Piranhas-Açu PjumbPIA03

X UFRN0309 TIUFRN2430 Álcool

Este estudo

Parotocinclus maculicauda Itapocu PmacuITA02

X UFRN3664 TIUFRN3390 Álcool

Este estudo

Parotocinclus maculicauda Itapocu PmacuITA03

X UFRN3664 TIUFRN3391 Álcool

Este estudo

Parotocinclus maculicauda Itapocu PmacuITA05

X UFRN3664 TIUFRN3393 Álcool

Este estudo

Pareiorhaphis garbei Macaé PgarbKAE06

X UFRN0098 TIUFRN0498 Álcool

Este estudo

Pareiorhaphis garbei Macaé PgarbKAE07

X UFRN0098 TIUFRN0499 Álcool

Este estudo

Parotocinclus cf. bahiensis Paraguaçu

X LBP 7182 34694

KM104539 Roxo et al. (2014)

Parotocinclus prata São Francisco

X LBP 8249 38464

KM104537 Roxo et al. (2014)

Parotocinclus robustus São Francisco

X LBP 8258 38298

KM104538 Roxo et al. (2014)