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CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA “CASA DA SUSTENTABILIDADE” PARQUE TAQUARAL – CAMPINAS - SP 1.2 . C A S A D A S U S T E N T A B I L I D A D E . A casa da Sustentabilidade objetiva apresentar à sociedade uma construção modelo de possiblidades e alternativas construtivas que promovam alterações conscientes dos usuários, tornando-a uma exposição permanente de boas práticas. Assim, o projeto proposto busca implantar um conjunto de soluções embasadas nos três fundamentos da sustentabilidade, isto é, socialmente justas, economicamente viáveis e ecologicamente corretas. Para a consecução desse objetivo foi disponibilizada área situada na Entrada 05 do Parque Portugal, na Avenida Heitor Penteado, 815, conhecida como “portão das quadras”. Para definir a ocupação do terreno, considerou-se sua configuração geomorfológica, aspectos urbanísticos e socioambientais, enquanto espaço livre utilizado pela população local como parque urbano: o Parque Portugal. Assim, a implantação deu-se em porção do terreno aplanada, de modo a evitar interferências na topografia local, além de situar-se próxima ao maciço arbóreo mais denso, a fim de preservá-lo e valorizá-lo, desfrutando-se do sombreamento e microclima que as árvores oferecem, integrando-se a edificação ao Parque Portugal. Foi proposto um conjunto edificado composto por 03 (três) blocos, com predominância horizontal, integrados por uma cobertura de forma orgânica, dispostos em torno de uma área central aberta e disponível para cultivo de horta comunitária e educativa. A concepção deste espaço central destinado ao uso coletivo visa proporcionar acolhimento e favorecer a integração social e cultural. Assim, o mesmo foi posicionado estrategicamente voltado para o maior fluxo de pedestres do Parque, de modo a incentivar e tornar convidativo o acesso à Casa da Sustentabilidade. A conformação do programa de necessidades em três blocos deu-se pela multiplicidade de públicos, distinções de uso e acesso. Partindo desta particularidade, estabeleceu-se a distribuição espacial em blocos de uso restrito, controlado e livre. O bloco de uso restrito, também chamado de Bloco Administrativo, locado à norte, corresponde a edificação onde se desenvolverá as atividades do Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMDEMA, de modo a lhes oferecer um espaço racionalmente programado, com excelentes condições de permanência e, sobretudo devidamente adequado a uma manutenibilidade eficiente e de baixo custo. O bloco de uso controlado, Bloco de Reuniões, isto é, aquele que requer controle de acesso e visitas guiadas, locado à oeste, inclui auditório e salas de reunião, enquanto o bloco locado à leste, Bloco de Exposições, terá uso livre, onde ocorrerão os espaços de exposição. Este último bloco contemplará espaço de exposição permanente de soluções construtivas ecologicamente corretas, com tecnologias que permitam a sua constante atualização, de modo a contemplar as progressivas inovações nesse campo. Para cada bloco estabeleceu-se áreas de apoio e serviço unificadas visando otimizar a infraestrutura com prumadas de instalações integradas. Também para melhor suprir as necessidades de apoio, foi prevista via para carga de descarga, posicionada detrás do bloco administrativo (acesso restrito). Vista aérea da implantação dos blocos no terreno. Situação – Parque Taquaral em Campinas/SP. Planta de Implantação. Aspectos naturais como orientação solar, dados pluviométricos anuais, umidade relativa do ar e temperatura média foram analisados para integrar à proposta características que tornem o conjunto edificado o mais ambientalmente adequado possível à realidade e condicionantes locais. A configuração do conjunto edificado em blocos também buscou favorecer a utilização de iluminação e ventilação naturais nos ambientes, o arranjo estabelecido permitiu a disposição de várias fachadas, aumentando-se o contato com o meio externo e assim desfrutar dos benefícios naturais. Considerou-se para a definição das aberturas e sombreamentos, o gráfico de insolação e a carta de ventos dominantes na área de intervenção. Assim, incorporou-se nas fachadas da edificação elementos para proteção da incidência solar para propiciarem uma melhor qualidade do ambiente. No caso das fachadas norte, foram previstas marquises como dispositivos de proteção solar horizontal. Com o objetivo de proporcionar maior privacidade e integração com o Parque, além de proteger as aberturas da insolação direta, na fachada leste do Bloco Administrativo (acesso restrito) foi proposto um brise vegetal com plantas da região. Nos fechamentos dispostos na orientação oeste optou-se pela aplicação de elemento de elevada inércia térmica como o adobe, visando atenuar as variações de temperatura proporcionados pela amplitude térmica ao longo do dia e à noite. Esta solução buscou incorporar ao projeto tecnologia vernacular e conceitos tradicionais de uma construção ambientalmente adequada. Vista aérea do pátio central com a horta comunitária.

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CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA

“CASA DA SUSTENTABILIDADE” PARQUE TAQUARAL – CAMPINAS - SP 1.2

. C A S A D A S U S T E N T A B I L I D A D E .A casa da Sustentabilidade objetiva apresentar à sociedade uma construção modelo de possiblidades e alternativas construtivas que promovam alterações conscientes

dos usuários, tornando-a uma exposição permanente de boas práticas. Assim, o projeto proposto busca implantar um conjunto de soluções embasadas nos três

fundamentos da sustentabilidade, isto é, socialmente justas, economicamente viáveis e ecologicamente corretas.

Para a consecução desse objetivo foi disponibilizada área situada na Entrada 05 do Parque Portugal, na Avenida Heitor Penteado, 815, conhecida como “portão das

quadras”.

Para definir a ocupação do terreno, considerou-se sua configuração geomorfológica, aspectos urbanísticos e socioambientais, enquanto espaço livre utilizado pela

população local como parque urbano: o Parque Portugal.

Assim, a implantação deu-se em porção do terreno aplanada, de modo a evitar interferências na topografia local, além de situar-se próxima ao maciço arbóreo mais

denso, a fim de preservá-lo e valorizá-lo, desfrutando-se do sombreamento e microclima que as árvores oferecem, integrando-se a edificação ao Parque Portugal.

Foi proposto um conjunto edificado composto por 03 (três) blocos, com predominância horizontal, integrados por uma cobertura de forma orgânica, dispostos em torno

de uma área central aberta e disponível para cultivo de horta comunitária e educativa. A concepção deste espaço central destinado ao uso coletivo visa proporcionar

acolhimento e favorecer a integração social e cultural. Assim, o mesmo foi posicionado estrategicamente voltado para o maior fluxo de pedestres do Parque, de modo a

incentivar e tornar convidativo o acesso à Casa da Sustentabilidade.

A conformação do programa de necessidades em três blocos deu-se pela multiplicidade de públicos, distinções de uso e acesso. Partindo desta particularidade,

estabeleceu-se a distribuição espacial em blocos de uso restrito, controlado e livre.

O bloco de uso restrito, também chamado de Bloco Administrativo, locado à norte, corresponde a edificação onde se desenvolverá as atividades do Conselho Municipal

de Meio Ambiente - COMDEMA, de modo a lhes oferecer um espaço racionalmente programado, com excelentes condições de permanência e, sobretudo devidamente

adequado a uma manutenibilidade eficiente e de baixo custo.

O bloco de uso controlado, Bloco de Reuniões, isto é, aquele que requer controle de acesso e visitas guiadas, locado à oeste, inclui auditório e salas de reunião,

enquanto o bloco locado à leste, Bloco de Exposições, terá uso livre, onde ocorrerão os espaços de exposição.

Este último bloco contemplará espaço de exposição permanente de soluções construtivas ecologicamente corretas, com tecnologias que permitam a sua constante

atualização, de modo a contemplar as progressivas inovações nesse campo.

Para cada bloco estabeleceu-se áreas de apoio e serviço unificadas visando otimizar a infraestrutura com prumadas de instalações integradas. Também para melhor

suprir as necessidades de apoio, foi prevista via para carga de descarga, posicionada detrás do bloco administrativo (acesso restrito).

Vista aérea da implantação dos blocos no terreno.

Situação – Parque Taquaral em Campinas/SP.

Planta de Implantação.

Aspectos naturais como orientação solar, dados pluviométricos anuais, umidade relativa do ar e temperatura média foram

analisados para integrar à proposta características que tornem o conjunto edificado o mais ambientalmente adequado possível

à realidade e condicionantes locais.

A configuração do conjunto edificado em blocos também buscou favorecer a utilização de iluminação e ventilação naturais nos

ambientes, o arranjo estabelecido permitiu a disposição de várias fachadas, aumentando-se o contato com o meio externo e

assim desfrutar dos benefícios naturais.

Considerou-se para a definição das aberturas e sombreamentos, o gráfico de insolação e a carta de ventos dominantes na área

de intervenção. Assim, incorporou-se nas fachadas da edificação elementos para proteção da incidência solar para propiciarem

uma melhor qualidade do ambiente.

No caso das fachadas norte, foram previstas marquises como dispositivos de proteção solar horizontal.

Com o objetivo de proporcionar maior privacidade e integração com o Parque, além de proteger as aberturas da insolação

direta, na fachada leste do Bloco Administrativo (acesso restrito) foi proposto um brise vegetal com plantas da região.

Nos fechamentos dispostos na orientação oeste optou-se pela aplicação de elemento de elevada inércia térmica como o adobe,

visando atenuar as variações de temperatura proporcionados pela amplitude térmica ao longo do dia e à noite. Esta solução

buscou incorporar ao projeto tecnologia vernacular e conceitos tradicionais de uma construção ambientalmente adequada.

Vista aérea do pátio central com a horta comunitária.

Emerson
Texto digitado
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CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA

“CASA DA SUSTENTABILIDADE” PARQUE TAQUARAL – CAMPINAS - SP 2.2

CorteAA CorteBB

BLOCO REUNIÕES

BLOCO ADMINISTRATIVO

BLOCO EXPOSIÇÕES

Planta Baixa – Bloco de Reuniões Planta Baixa – Bloco Administrativo Planta Baixa – Bloco Exposições

Vista pátio central.

Vista Bloco de Exposições.

Vista Bloco de Reuniões fachada norte

Planta esquemática da Implantação.

Vista Bloco de Exposições

Com esse mesmo objetivo de aportar maior inércia térmica para a edificação, foi

proposto telhado verde nas coberturas de todos os blocos. Além do benefício térmico,

esta solução auxilia na drenagem das águas pluviais e ajuda a combater o efeito de

ilhas de calor nas grandes cidades.

Para melhor aproveitar a iluminação natural, foi prevista em ambiente de circulação do

Bloco de Reuniões, acesso controlado, iluminação zenital.

O projeto contempla todas as recomendações e exigências das normas vigentes para a

promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, a

partir de soluções inclusivas que respeitam todos os usuários.

Buscou-se soluções construtivas simples, de alta durabilidade, facilidade e baixo custo

de limpeza e manutenção.

Para a racionalização do consumo de água potável, além da aplicação de

equipamentos economizadores como descarga à vácuo, torneiras com sensores e

arejadores eficientes, foi implantado sistema de aproveitamento da água pluvial para

usos não potáveis como descargas sanitárias, lavagem de piso e irrigação de jardins.

O projeto emprega fontes alternativas de energia para alimentação das instalações,

através de energia solar fotovoltaica, com a possibilidade de se injetar o excedente na

rede pública.

A partir da utilização de soluções passivas na envoltória, que proporcionam conforto

térmico, priorizou-se a não adoção de sistemas ativos, isto é, equipamentos para a

climatização do ar.

Também para evitar consumo energético, adotou-se sistema de iluminação artificial

altamente eficiente, com luminárias LED e mecanismo capaz de dimerizá-las quando a

iluminação natural no ambiente é suficiente.

As soluções arquitetônicas propostas, aliadas a sistemas complementares eficientes,

pretendem garantir a redução do consumo de recursos naturais e contribuir para a

sensibilização da sociedade a fim de torná-la mais sustentável.

Emerson
Texto digitado
193