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Tutorial aula 7/2017

Os presídios brasileiros representam um entrecruzamento extremamente complexo dos problemas da nossasociedade: violência, desleixo administrativo (omissão do governo), crime organizado, revanchismo social, ausência deperspectivas, tudo está ali, e ao mesmo tempo.

Nossa introdução deve refletir esse contexto, como os presídios brasileiros estão relacionados com a realidade do país.Nossos enfoques serão as atitudes do governo em relação ao preso ("por que é barato para o governo?") e asconsequências para a sociedade ("por que é caro para a sociedade").

No D1, vamos responder ao questionamento "por que é barato para o governo"? Temos duas linhas de raciocínio:primeiramente, é muito mais "fácil" prender pessoas do que prevenir o crime, o que exigiria logística, treinamento,policiamento, investimentos; além disso, os presídios lotados parecem uma resposta mais significativa à criminalidade.Ver o indivíduo preso satisfaz o apelo popular por "justiça", mesmo que, durante sua estada na cadeia - eprincipalmente depois que sair dela - ele se torne potencialmente mais agressivo.

No D2, vamos, porém, demonstrar o quanto essa lógica é perversa para a sociedade, respondendo à pergunta "porque é caro para a sociedade". Em primeiro lugar, se os esforços se dirigem, predominantemente, às prisões, acriminalidade corre solta, afligindo os inocentes. A longo prazo, mesmo os presos voltarão às ruas, aumentando aindamais a criminalidade, gerando o círculo vicioso da violência da nossa sociedade e, sobretudo, os encarcerados sãodominados pelas facções criminosas e jamais recuperados para o convívio na sociedade.

Na conclusão, vamos sugerir que atacar as causas do crime e reeducar presos são as únicas soluções efetivas.

PerspectivasUm olhar atento à situação da criminalidade e do sistema carcerário no Brasil conduz-nos a um cenário caótico: ascondições que desencadeiam o crime perpetuam-se há décadas, e as condições de reabilitação dos criminosos sãoínfimas. Nessa conjuntura, faz-se relevante analisar de que forma essa situação mostra-se presente na sociedadebrasileira.Ao tratarmos do crime no Brasil, percebemos que ele é desencadeado por questões sociais. Segundo Eduardo Galeano, arealidade do capitalismo é um convite ao delito, já que torna o mundo, ao mesmo tempo, igualador e desigual (igualadornas ideias e costumes que impõe e desigual nas oportunidades que oferece). No Brasil, tal conjuntura é muito nítida.Prova disso é perceber que, apesar de ser destaque econômico no cenário global, o país não garante sequer osaneamento básico a 40% da população. Além disso, serviços básicos como educação e saúde são bastante precários.Diante da falta de perspectivas por uma vida digna, a cada dia, indivíduos entram no mundo do crime: um caminho queparece não ter volta.Nessa conjuntura, o Estado brasileiro adota a punição por meio da prática da reclusão. Ocorre que, quando um criminosoé preso, as condições que lhe são impostas são extremamente degradantes. Tal cenário, muitas vezes, conta com aaquiescência da sociedade. No caso do massacre do Carandiru, por exemplo, mais de 100 presos foram assassinados.Logo após, pesquisa realizada entre moradores dos Jardins Paulista (bairros nobres) indicou que a população esteve afavor da atuação da polícia.Diante do exposto, fica claro que a solução para a situação do crime no Brasil deve contemplar a garantia de vida digna àpopulação. Assim, políticas sociais como o Bolsa Família, por exemplo, são imprescindíveis. Além disso, é imperativo umprojeto de reabilitação por meio da profissionalização dentro das cadeias para posterior reintegração à sociedade.

Maria Luísa AssisMedicina UFRGS

O desastroso sistema carcerário brasileiroUma análise dos índices de violência e de mortalidade no Brasil ratifica o fato de que a criminalidade vem crescendo e,com ela, o número de presos - ou, pelo menos, assim deveria estar. As vagas e as condições das penitenciárias, noentanto, estão na contramão: a cada ano, tornam-se mais insuficientes e precárias.Na conjuntura atual, procede dizer que a gestão do sistema carcerário é barata para o Estado brasileiro, uma vez que severificam o descaso e a negligência deste com aquele em uma simples visita a qualquer presídio: as condições em quevivem os detentos são desumanas - somam-se, ainda, à superlotação o total desleixo com as acomodações e a falta dehigiene e de comida. A desordem que impera nas prisões, por sua vez, derivada da omissão do governo, resulta nareversão da "hierarquia original". Ou seja, são os presos que controlam o local, através dos braços do crime organizado.Dessa forma, mesmo aqueles que desejam opções que lhes permitam mostrar boa conduta - como trabalhar - ficam semalternativas além de aderir a uma das facções que brigam pelo comando da penitenciária.A partir disso, ficam evidentes as implicações negativas que a reclusão nos padrões brasileiros acarreta à sociedade.Primeiramente, pode-se afirmar que ela é ineficaz, pois os índices de reincidência na criminalidade superam 70%. Alémdisso, a prisão de delinquentes por atos menores e sua consequente convivência com grandes bandidos dá ao crimeorganizado oportunidade de aliciar mais "adeptos", seja por meio de ameaças, seja por meio de ofertas de proteção e debenefícios - com subsequente cobrança de favores - durante o cárcere. Justamente devido a esses "pagamentos"posteriores, ocorrem os inúmeros atos violentos que assolam a sociedade cada vez mais.Claramente, a solução para o caótico sistema prisional brasileiro consiste em "cortar as raízes" da criminalidade no país,ou seja, garantir melhores condições de vida a todos, Além do mais, a fim de reduzir a gigantesca população carcerária, ede evitar tantas reincidências, faz-se urgente buscar uma forma de possibilitar que o preso, após cumprir sua pena,possa tornar a ser aceito na sociedade.

Natália SignorMedicina PUC

Brasil tem 4ª maior população carcerária do mundo, diz estudo do MJ...

O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, segundo dados divulgados nesta terça-feira (23) peloMinistério da Justiça referentes ao primeiro semestre de 2014. Em números absolutos, o Brasil alcançou a marca de607.700 presos, atrás apenas da Rússia (673.800), China (1,6 milhão) e Estados Unidos (2,2 milhões). Quando secompara o número de presos com o total da população, o Brasil também está em quarto lugar, atrás da Tailândia (3º),Rússia (2º) e Estados Unidos (1º). Segundo o ministério, se a taxa de prisões continuar no mesmo ritmo, um em cada10 brasileiros estará atrás das grades em 2075.Os dados referentes à população carcerária dos outros países foram compilados pelo ICPS (Centro Internacional paraEstudos Prisionais, na sigla em inglês).Os dados do Infopen (levantamento nacional de informações penitenciárias) são divulgados uma vez ao ano e tomamcomo base o número de presos no Brasil referentes ao primeiro semestre do ano anterior. De acordo com o relatóriodivulgado agora, entre 2004 e 2014, a população carcerária brasileira aumentou 80% em números absolutos, saindode 336.400 presos para 607.700. Os números absolutos, no entanto, não captam o aumento da população brasileirano período.

Quando o número de presos é dividido pela população, índice conhecido como "taxa de encarceramento", ocrescimento do número de presos por grupo de 100 mil habitantes entre 2004 e 2014 aumentou 61,8%. Em 2004, oBrasil tinha 185,2 presos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2014, segundo o Infopen, o país tinha 299,7presos para cada grupo de 100 mil habitantes.Em números absolutos, os Estados com a maior população carcerária são: São Paulo (219.053), Minas Gerais (61.286)e Rio de Janeiro (31.510). Os Estados com a menor população carcerária são Piauí (3.224), Amapá (2.654) e Roraima(1.610).Quando os dados são comparados com a população dos respectivos Estados (taxa de encarceramento), o ranking éliderado por Mato Grosso do Sul (568,9/100 mil), São Paulo (497,4/100 mil) e Distrito Federal (496,8/100 mil). OsEstados com a menor taxa de encarceramento são Bahia (101,8/100 mil), Piauí (100,9/100 mil) e Maranhão (89/100mil).O documento elaborado pelo Ministério da Justiça alerta para o ritmo do aumento da população encarcerada noBrasil. "Em todas as Unidades da Federação houve um crescimento da população prisional em relação a cada cem milhabitantes. Contudo, em alguns entes, o ritmo de encarceramento foi mais pronunciado", diz o relatório.

Raça e escolaridade

O relatório divulgado pelo Ministério da Justiça também faz uma análise sobre a raça e cor dos presos brasileiros. Deacordo com o Infopen, 67,1% dos presos são negros e 31,3% são brancos. Em relação à escolarização, os dadosindicam que oito em cada 10 presos estudaram, no máximo, até o ensino fundamental.

Tipo penal

Entre as causas de prisão, o tráfico de drogas era a mais comum. Segundo a pesquisa do Ministério da Justiça, 27%das pessoas presas no Brasil respondem por tráfico de substâncias entorpecentes. Em segundo lugar no ranking docrime está o crime de roubo.O estudo mostra, porém, que a incidência do tráfico de drogas é diferente entre homens e mulheres. Entre oshomens, 25% dos homens foram presos por tráfico, enquanto entre as mulheres, esse percentual sobe para 63%.

Brasil pode passar Rússia em 2018

Ainda de acordo com o relatório, o Brasil tem uma taxa de superlotação de presídios de 161%. Isso significa queem, em média, uma unidade com capacidade para 100 presos é ocupada por 161 pessoas. Em números absolutos,o país tem 376.669 vagas, mas faltam 231.062. Segundo o relatório, todos os Estados brasileiros apresentamsuperlotação. O Estado com a maior taxa de superlotação é. Lá, uma unidade com capacidade para 100 pessoas éocupada, em média, por 265. O Estado com a menor taxa de superlotação é o Maranhão, onde uma unidade comcapacidade para 100 pessoas é ocupada por 121.O Infopen relata que o aumento da taxa de encarceramento no Brasil está indo na contramão da tendência dospaíses que possuem as maiores populações carcerárias do mundo. Enquanto a taxa aumentou 33% entre 2008 e2013 no país, a dos Estados Unidos caiu 8%, a da China caiu 9% e a da Rússia, 24%.Segundo o Ministério da Justiça, a população carcerária do Brasil deverá superar a da Rússia em 2018.

Situação dos presídios brasileiros é um 'absoluto desastre', aponta a HRW

A entidade fala da superlotação no sistema e avalia que o Brasil precisa mudar o seu sistema judiciário

Para a Human Rights Watch, a chave para resolver a crise do sistema prisional brasileiro é evitar o excesso de presos. Onovo relatório analisa práticas na área de direitos humanos em cerca de 90 países. A entidade classifica a situação dospresídios no Brasil como “absoluto desastre” e aponta como fator para o aumento de 85% na população carcerária de2004 a 2014 - chegando a mais de 622.200 pessoas, 67% a mais do que a capacidade das unidades - a lei de drogas de2006, que aumentou penas para traficantes.“O Brasil não vai conseguir construir presídios suficientes. A solução passa pelo sistema judiciário”, afirmou o pesquisadorda HRW César Muñoz, que esteve nas penitenciárias do Complexo de Curado, em Pernambuco, onde os motins sãoconstantes (o último foi registrado quarta-feira), e de Pedrinhas, no Maranhão, onde mais de 60 presos foram mortosentre 2013 e 2014. “Entrar num presídio no Brasil é uma volta no tempo, quase à Idade Média. São celas escuras, semventilação, absolutamente insalubres, especialmente para os presos que estão no seguro”.

A expansão para todo o país das audiências de custódia, que aceleram as decisões judiciais para presos em flagrante,garantindo o direito ao réu de ser vista por um juiz, é citada como uma das saídas para diminuir a superlotação. Segundoa HRW, em todos os países da América Latina esse direito é respeitado integralmente, à exceção do Brasil e de Cuba. Orelatório dá destaque negativo ao Brasil também por conta do grande número de execuções praticadas por policiais.

A HRW destaca que as execuções extrajudiciais abastecem o ciclo da violência em áreas que já têm altos índices de criminalidade e fazem elevar o risco de vida dos policiais. Cita que, em 2015, 393 policiais foram assassinados no Brasil. Nomesmo ano, eles mataram 3.345 pessoas, o que representa um crescimento de 6% nos números de 2014 e de 52% na comparação com 2013 - os dados foram creditados à ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Fundada em 1978, a HRW é uma respeitada ONG internacional com sede em Nova York. Seus relatórios apontam violações aos direitos do homem como forma de chamar a atenção da comunidade global para esses abusos e pressionar governos a combatê-los.

"Soltei para evitar novo massacre", diz magistrado

Cinco meses após ser nomeado pelo Tribunal de Justiça de Roraima como juiz substituto, o juiz Marcelo Lima de Oliveira tomou uma das mais polêmicas decisões da história do Judiciário no estado. Autorizou a liberação de 160 presos do regime semiaberto em caráter emergência.

Alvo de críticas por conta da decisão, o juiz usou as redes sociais para fazer um desabafo. Ele alegou que quis evitar um novo massacre. “Houve informe da inteligência do estado dizendo que os presos seriam assassinados na porta da unidade. Não fui eu que tirei da cabeça que lá seria o local do próximo massacre. O que eu podia fazer? Fechar os olhos e ignorar? Se não tivéssemos dado a decisão e no dia seguinte tivesse acontecido outro ataque?”.

O Centro de Progressão Penitenciária (CPP), onde estavam os presos, abriga de 160 a 200 detentos, a depender do período. Eles chegam juntos às 20h para entrar na unidade, já que têm permissão de trabalhar de dia. Mas, com apenas dois agentes penitenciários realizando a revista, os detentos ficam horas na frente da unidade, localizada em um bairro residencial da capital Boa Vista.

O CPP já registrou quatro homicídios de detentos, três deles agora em dezembro. “Os presos ficam amontoados do lado de fora da unidade esperando a vez de entrar. O diretor afirmou que não tinha condições de dar segurança por só ter quatro agentes penitenciários, sendo dois sem arma, além de afirmar que a maioria das armas está com balas vencidas. “Então qual a segurança que se dá, dentro de um bairro residencial nesse caso? E se uma dessas balas passa direto e atinge uma casa?” questionou Oliveira.

Pela decisão, assinada pelo juiz Marcelo Lima de Oliveira e pela juíza plantonista Suelen Márcia Silva Alves, os presos devem retornar para a unidade hoje, visto que a prisão domiciliar no período noturno era temporária.

Bibliotecas em presídios

O ministro da Educação, Mendonça Filho, apresentou ontem à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, um projeto para implementar 40 bibliotecas, com 20 mil livros, dentro de 40 penitenciárias em todo o país. Mendonça Filho disse que quer contar com Cármen, como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para a escolha dos destinos e a distribuição dos livros. A ministra se comprometeu a apresentar o projeto aos presidentes dos Tribunais de Justiça de todos os estados e do Distrito Federal, que se reuniram com ela também ontem. A proposta, segundo o ministro, é oferecer redução de pena para cada obra lida pelo detento. Além da construção das bibliotecas, o MEC estuda formas de ampliar o acesso à educação nas penitenciárias.

Número de mortos em presídios brasileiros chega a 134 em 2017

Chacina no Rio Grande do Norte deixou 26 mortos neste domingo (15)

Com mais 26 mortes durante a rebelião na Penitenciária Estadual Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, o número de assassinatos em presídios pelo país chega a 134 casos nas primeiras duas semanas do ano. As mortes já equivalem a mais de 36% do total registrado em todo ano passado. Em 2016, foram ao menos 372 assassinatos -média de uma morte a cada dia nas penitenciárias do país.O Estado do Amazonas lidera o número de mortes em presídios com 67 assassinatos, seguido por Roraima (33). No dia 1° de janeiro, um massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) deixou deixa 56 mortos em Manaus (AM), após motim que durou 17 horas. No dia seguinte, mais quatro detentos morrem na Unidade Prisional de Puraquequara (UPP), também em Manaus.

Em frente ao presídio, mulheres de presos reclamavam da falta de informações sobre mortos e feridos(Foto: Frankie Marcone/Estadão Conteúdo)

Seis dias depois, uma rebelião na cadeia de Raimundo Vidal Pessoa deixou quatro mortos. Logo em seguida, três corpos foram encontrados em mata ao lado do Compaj. Com isso, subiu para 67 o total de presos mortos no Amazonas.No dia 4 de janeiro, dois presos foram mortos em rebelião na Penitenciária Romero Nóbrega, em Patos, na Paraíba. Dois dias depois, 33 presos foram mortos na maior prisão de Roraima, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista. Na quinta , dois detentos foram mortos na Casa de Custódia, o Cadeirão, em Maceió (AL). O presídio, destinado a abrigar presos provisórios, fica dentro do Complexo Penitenciário, em Maceió (AL).

Incentivo

Questionado sobre a ligação das rebeliões deste fim de semana com os casos registrados em Manaus e Roraima, que levou à morte cerca de 93 presos, o secretário de Estado da Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte, WallberVirgolino Ferreira da Silva, poupou palavras. “A situação do Norte estimulou aqui. Mas são coisas diferentes”, disse.Desde março de 2015, o sistema prisional potiguar enfrenta uma séria crise estrutural. A população carcerária do Estado gira em torno de 7,7 mil pessoas. O déficit de vagas se aproxima das quatro mil.Segundo Virgolino, em todas as unidades da federação do país, o clima no sistema prisional é de tensão. No decorrer da última semana, a Polícia Militar (PM) já tinha apreendido armas e celulares no interior da penitenciária.“Como em qualquer outro canto do país, no Rio Grande do Norte há uma briga entre facções criminosas. Aqui também sofremos com isso”, afirmou o secretário.

Entrada do Central

Presídio Maranhão