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O QUE É SER FAMÍLIA HOJE? E A FAMÍLIA, COMO VAI? Prezados amigos e amigas, E família, como vai? O que significa ser família hoje? Como construímos relações mais humanas dentro da família? Estas e outras questões orientaram a construção deste número do . Assim, escolhemos debater as relações familiares a partir dos conceitos de cuidado, proteção e conflitos, inspirados pelo nosso compromisso institucional de educar em e para os direitos humanos. Sem dúvidas, a família é uma das mais importantes instituições na defesa da dignidade humana. Veremos, nesta edição, como as relações familiares podem se constituir, entre nós, como um elemento fundamental e como precisamos, como seres humanos, de referências positivas para construirmos famílias plurais, diversas e abertas ao cuidado e a proteção de todos e todas, sem negar os conflitos a ela inerentes. Assim, através de notícias, atividades, entrevistas, textos e imagens, queremos aprofundar o que significa entender a família como espaço de cuidado, proteção e conflitos. Este é o convite do Boletim Cidadania em Rede. Lembramos ainda que o Boletim Cidadania em Rede pode ser utilizado em conjunto com o que trata do mesmo tema. Assim, os dois materiais se complementam e potencializam as atividades formativas sobre o tema proposto. Boa leitura e bom trabalho! Boletim Cidadania em Rede “Jornal Mural Imagens e Palavras” em em ede ede idadania idadania e Ano XI - Nº 3 / 2014 Apresentação Apresentação FAMÍLIA: ENTRE CUIDADOS E CONFLITOS Com a Palavra... Com a Palavra... Zygmunt Bauman A Equipe. “ Os laços humanos são uma benção e uma maldição ao mesmo tempo. Benção por ter confiança numa pessoa e se sentir capaz de fazer algo por ela. A maldição vem porque, quando se cria um laço, faz-se uma espécie de juramento de estar sempre “preso” ao lado do outro. Nas relações familiares, permanecem dois valores essenciais para o estabelecimento de uma vida relativamente feliz: segurança e liberdade. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é o caos. Ninguém encontrou a fórmula dourada, a mistura perfeita entre elas. Sempre que se consegue mais segurança, entrega-se uma parcela da liberdade, e o contrário também é válido.” Zygmunt Bauman. Nasceu em 1925. Sociólogo polonês, com ampla obra sobre as relações humanas no mundo contemporâneo.

Apresentação FAMÍLIA: ENTRE CUIDADOS E CONFLITOSobservatorioedhemfoc.hospedagemdesites.ws/observatorio/wp-content/... · uma espécie de juramento de estar sempre ... os quais

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O QUE É SERFAMÍLIA HOJE?

E A FAMÍLIA,COMO VAI?

Prezados amigos e amigas,

E família, como vai? O que significa ser família hoje? Como construímosrelações mais humanas dentro da família? Estas e outras questões

orientaram a construção deste número do .

Assim, escolhemos debater as relações familiares a partir dos conceitosde cuidado, proteção e conflitos, inspirados pelo nosso compromisso

institucional de educar em e para os direitos humanos. Sem dúvidas, afamília é uma das mais importantes instituições na defesa da dignidade

humana.

Veremos, nesta edição, como as relações familiares podem se constituir,entre nós, como um elemento fundamental e como precisamos, como

seres humanos, de referências positivas para construirmos famíliasplurais, diversas e abertas ao cuidado e a proteção de todos e todas, semnegar os conflitos a ela inerentes. Assim, através de notícias, atividades,

entrevistas, textos e imagens, queremos aprofundar o que significaentender a família como espaço de cuidado, proteção e conflitos. Este é

o convite do Boletim Cidadania em Rede.

Lembramos ainda que o Boletim Cidadania em Rede pode ser utilizadoem conjunto com o que trata do

mesmo tema. Assim, os dois materiais se complementam e potencializamas atividades formativas sobre o tema proposto.

Boa leitura e bom trabalho!

Boletim Cidadania em Rede

“Jornal Mural Imagens e Palavras”

emem edeedeidadaniaidadania eAno XI - Nº 3 / 2014

ApresentaçãoApresentação

FAMÍLIA: ENTRE CUIDADOSE CONFLITOS

Com a Palavra...Com a Palavra... ZygmuntBauman

A Equipe.

“ Os laços humanos são uma benção euma maldição ao mesmo tempo. Bençãopor ter confiança numa pessoa e se sentir

capaz de fazer algo por ela. A maldiçãovem porque, quando se cria um laço, faz-se

uma espécie de juramento de estar sempre“preso” ao lado do outro. Nas relações familiares, permanecem doisvalores essenciais para o estabelecimento de uma vida relativamentefeliz: segurança e liberdade. Segurança sem liberdade é escravidão.

Liberdade sem segurança é o caos. Ninguém encontrou a fórmula dourada,a mistura perfeita entre elas. Sempre que se consegue mais segurança,entrega-se uma parcela da liberdade, e o contrário também é válido.”

Zygmunt Bauman. Nasceu em 1925. Sociólogo polonês, com ampla obra sobreas relações humanas no mundo contemporâneo.

e

Ideias

Focoem

familiar pode ser para eles um espaço decrescimento, desde que estejam abertos a essasexperiências. Afinal, é na convivência com osmais novos que eles aprendem a serem osresponsáveis pela família.

Hoje, muito mais do que antes, por conta daquantidade de conhecimentos a que os maisnovos têm aces so , o s adu l to s sãoconstantemente questionados, tanto comrelação a informações objetivas, quanto aquestões éticas e morais, a valores, a questõessociais. Essa parece ser uma característica domundo atual, pois é comum que as criançasa t i n j am rap i damen te um n í ve l dedesenvolvimento igual ou até superior ao dospróprios responsáveis, o que pode dificultar odiálogo entre eles. Quando isso ocorrer, osadultos não devem se sentir ameaçados; éimportante que essas situações possam servivenciadas, com humildade, como ricasoportunidades de trocas entre os diversosmembros da família.

Todas essas experiências, junto com a tomada deconsciência por parte das pessoas nelasenvolvidas, acrescidas do desenvolvimento deuma dose de sensibilidade pelas questõesrelativas ao próximo podem ser a base de umsentimento muito necessário nos dias de hoje: asolidariedade. Sentimento que pode seconcretizar em forma de atitudes, de ações a seiniciarem dentro da família, entre seus próprioscomponentes. Essa solidariedade aprendida evivenciada no grupo familiar certamente terárepercussão em outros ambientes.

Depois de tudo que foi exposto, é possívelperguntar: e o amor? Onde ficou aquele amor,em nome do qual antigamente se dizia que eramcriados os mais novos? Será que ele se tornoudispensável nas relações atuais?

Não! Certamente o amor não ficou obsoleto! Elecontinua a ser o ingrediente principal que une aspessoas, que as faz quererem estar juntas e a seproporem a criar a comunidade familiar. E esseamor cada vez mais deve ser alimentado, parapoder adubar os relacionamentos. Só o amorverdadeiro é capaz de garantir a confiança entretodos os membros da família.

E o que é esse amor verdadeiro? Não será umamera idealização, uma fantasia piegas detempos passados? Ainda hoje ele é real enecessário, podendo ser definido como um fortesentimento de afeto entre as pessoas, o qualdeve ser construído dia a dia; que precisa seexpressar concretamente; que nunca chega a serperfeito, mas que deve buscar continuamente oaperfeiçoamento, o crescimento.

Concluindo, pode-se dizer que constituir famíliahoje ainda é uma realidade. Ser - e permanecer -família hoje, um enorme desafio! O de seconseguir criar um ambiente agradável,atraente e harmonioso, onde as relações sejammarcadas pelo afeto e principalmente pelorespeito entre as pessoas, pelo acolhimento dasdiferenças. Só assim se torna possívelmanterem-se esses vínculos, fazendo com queesse padrão de relacionamento sirva de modelopara a vida fora do lar. E essa família assimconstituída pode representar para seus membrosum espaço de referência, ao qual sempre épossível retornar, para reabastecer afetos evalores.

*Texto adaptado de artigo publicado na Revista

N o v a m e r i c a , n º 1 0 7 , d i s p o n í v e l e mnovamerica.org.br

O QUE ÉSER FAMÍLIA HOJE?

mundo. Cada família, regida por suas própriasregras, está em constante confronto com outrasrealidades, cujos valores e modos de expressãopodem diferir bastante dos seus. Aquilo, que éconsiderado certo para um grupo familiar, podenão ser para outro.

De certa maneira, essa interação pode ser muitoenriquecedora, por oferecer a possibilidade deconhecimento de diferentes realidades; mas é,ao mesmo tempo, muito ameaçadora. Então, umdos grandes desafios da família hoje é ser capazde estabelecer suas próprias leis, vivenciá-las etransmiti-las de modo tão verdadeiro, seguro ecoerente, que seja possível aos seus membrosmanterem-se fiéis a esses valores, mesmo emconfronto com toda pluralidade do mundoexterior. E, que ao mesmo tempo, a família nãose feche em si mesma, mas ao contrário, possaestar aberta ao relacionamento com outrasfamílias, fazendo com elas um intercâmbio deideias e experiências.

Assim, torna-se essencial o diálogo entre osdiversos personagens dessa trama familiar, poisquanto mais diversas e adversas são as condições"lá de fora", tanto maior é a exigência de semanter a comunicação entre os membros dafamília. Para isso, os adultos fundadores donúcleo familiar, devem estar muito seguros deseus valores, dos princípios que julgam seremessenciais à vida, para poderem transmiti-los àscrianças e jovens, sabendo que serão alvos decríticas e de questionamentos por parte deles. Eé justamente por meio do exercício dialógicoentre adultos e crianças e destes entre si que osmais novos vão ser capazes de construir seuspróprios valores, de desenvolver suas ideias eaprender a defendê-las nos diversos ambientesonde estiverem inseridos.

Portanto, pode-se dizer que a família é um ricoespaço de aprendizagem, o primeiro da vida dacriança. É aí que ela começa a receber asprimeiras informações sobre o mundo, a fazersuas experiências iniciais. Mas é também nesseespaço de encontro que a criança vai aprender aexpressar suas emoções, estabelecendo seusprimeiros vínculos afetivos, os quais servirão demodelo para os futuros relacionamentos que elahá de construir pela vida afora.

É ainda na família que os filhos poderão se iniciarno exercício de uma competição saudável entreirmãos, o que é fundamental nos dias de hoje.Numa época em que o individualismo e oegoísmo parecem ser a tônica das relaçõesinterpessoais, mais importante se torna que ascrianças possam ter, dentro do lar, aoportunidade de experimentar uma formadiferente de relacionamento, baseado nocompanheirismo, na partilha, na capacidade dedividir seus pertences, na cooperação. E tudocom a ajuda dos adultos, que podem funcionarcomo mediadores de todas essas situações. Porexemplo, ao invés de dar a cada criança dafamília uma bicicleta, melhor seria oferecer aeles meios de compartilhá-la, por mais difícilque isso possa parecer. A família é ainda o lugarprivilegiado para o desenvolvimento dasensibilidade, da capacidade de escuta do outro.

Ao mesmo tempo, nessa dinâmica familiar, osadultos também têm muito a aprender. Eles sãoigualmente impelidos a ampliarem seusrelacionamentos no convívio com os mais novos,saindo de sua relação dual inicial, aprendendoassim a compartir espaços, a partilhar vivências,a expressar emoções. Portanto, o ambiente

Há algum tempo atrás, o termo“família” suscitava representações

e imagens pouco discrepantes, asquais incluíam as figuras de filhos

circundados por uma mãe e um pai,todos sob um mesmo teto. A esse espaço

físico dava-se o nome de lar. Algumas vezes,ainda se juntavam a esse núcleo primário outrosadultos, como avós ou tios, que integravam afamília mais extensa. Pode-se dizer que assimera uma família típica de uns 50 ou 60 anos atrás.

Falando-se desse modo, no tempo passado, podeparecer que a família caiu em desuso ou que seencontra em extinção. Mas, não. A família nãoacabou. Continua a existir, embora hoje elapossa ser definida como um conceito maisamplo, por abranger vários significados.

Assim, atualmente, encontram-se núcleosfami l i a re s com as ma i s d i fe rente sconfigurações. Uma família pode ser constituídade uma mãe, que cria sozinha seus filhos, oumais raramente, de um pai que assume essafunção. Pode ainda referir-se a um casalrecasado, vindo de experiências matrimoniaisanteriores, das quais trazem seus respectivosfilhos, unidos agora neste novo núcleo. Outrasvezes até as crianças vivem a experiência de “terduas famílias”, como é explicado a elas,passando períodos alternados entre a casa damãe e do pai. É por isso que hoje ao termofamília vão-se adicionando qualidades, antesdesnecessárias, para caracterizar a que tipo derealidade se está referindo. Daí, famíliatradicional, família monoparental e assim pordiante.

Mas, então, se existem tantas variantes daquiloque antes se considerava simplesmente umafamília, qual seria o elemento comum capaz degarantir a realidades tão distintas a uma mesmadefinição?

De modo geral, afirma-se que o que inaugura afamília é a chegada do primeiro filho. Antesdisso, o que se tem é apenas o casal, ou a relaçãode duas pessoas. Etimologicamente falando,criança é o ser humano que está sendo criado,que está em fase de criação. Então, é possíveldizer que, quando um ou mais adultos assumempara a criação de uma criança, seja ela sua filhabiológica ou não, aí existe uma família.

Mas, gerar filhos não é apenas colocá-los nomundo. O ato de gerar se inicia com afecundação e se completa a cada novo dia, namedida em que é possível ir tornando esses filhoscada vez mais humanos, ou seja, cada vez maiscapazes de pensar, de sentir, de se relacionar ede se perceberem assim. Parece razoável dizerque isso complementa a fertilidade.

Para que se cumpra essa missão, ontem, hoje esempre, cabe à família desempenhar funçõesfundamentais, entre as quais: (1) acolher osfilhos, oferecendo-lhes condições para que seudesenvolvimento - físico, intelectual, emocionale moral - ocorra da melhor maneira possível; (2)transmitir-lhes segurança e tranquilidade; (3)ajudá-los a construírem sua própria identidade ea serem capazes de se relacionarem com outraspessoas, a partir da convivência com os membrosda própria família; (4) transmitir-lhes os valoresessenciais à sua vida e os princípios inerentes aoconvívio com seus semelhantes, o que permitirásua adaptação social.

E tudo isso, que antes parecia ser algo banal,simplesmente inerente à vida, tornou-se muitocomplexo, justamente pelo caráter plural do

Lúcia Helena Saavedra

*

1º momento:

2º momento:

SENSIBILIZAÇÃO

APROFUNDAMENTO

O/a animador/a apresenta o “Jornal Mural Imagens ePalavras” para introduzir o tema e pede que osparticipantes comentem livremente as imagens.

Em seguida, o animador pede que os participantesescolham uma frase do Jornal Mural para ser analisada.O animador pode lançar as seguintes questões:

O animador distribui a todos os participantes umacópia do texto , de LúciaHelena Saavedra (Seção , do BoletimCidadania em Rede).

Após as leituras, o animador pode guiar o debate comas seguintes questões:

Como você relaciona as frases e asimagens selecionadas?

O que elas lhe dizem sobre as nossasfamílias hoje?

O que mais chamou nossa atenção notexto?

“O que é ser família hoje?“Idéias em Foco”

Apresentamos um trecho da entrevista de Terezinha Féres-Carneiropublicada na Revista Novamerica (nº 107). Terezinha Féres-Carneiro é

psicóloga, doutora em psicologia, professora e pesquisadora da PUC-Rio.Autora do livro

(Editora Loyola)“Família e Casal: arranjos e demandas

contemporâneas”

O que caracterizaria uma família, hoje?

Podemos pensar na caracterização da família hoje do ponto de vistajurídico e do ponto de vista psicológico. Do ponto de vista jurídico, a

Constituição de 1988 e o Novo Código Civil de 2002 reconhecemcomo entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos paise seus dependentes. Assim como reconhecem como família a união

estável estabelecida entre os cônjuges. Isto já é um grandeprogresso em relação à Constituição anterior onde família era

definida como família legítima, constituída a partir do casamentopelos pais e seus dependentes. Acho que já foi um grande ganho

para a sociedade e para a saúde emocional dos membros da família,o fato de a Constituição de 1988 reconhecer que o grupo familiar,

hoje, é plural e que, além da família nuclear típica, ou seja, o pai ea mãe de um primeiro casamento com seus filhos, temos diferentesconfigurações familiares. Do ponto de vista psicológico, podemosdizer que família é uma unidade onde predominam, sobretudo, oslaços afetivos. Onde predominam a intimidade, a convivência, asolidariedade, a reciprocidade e a afetividade. Na maioria dos

grupos familiares, com certeza, a consanguinidade está presente.Contudo, hoje, não se considera a consanguinidade o elemento

essencial para caracterizar a família. Então, o que é que temos hoje?Diferentes configurações familiares: a típica tradicional família

nuclear, as famílias separadas, famílias recasadas, famíliasmonoparentais, famílias adotivas, famílias homoparentais.

Como as diferentes configurações familiares afetam aformação, o desenvolvimento da criança e do jovem?

Eu diria que essas novas configurações familiares, em si,não sinalizam um problema, não são menos saudáveis doponto de vista emocional do que, por exemplo, a família

nuclear, do que as configurações mais tradicionais defamília. Não considero que os novos arranjos familiarespossam ter consequências negativas para a formação dacriança e do jovem. O importante, em qualquer família,

seja ela nuclear, separada, recasada, monoparental,homoafetiva ou adotiva, é que haja um clima que

permita o desenvolvimento dos filhos. A família precisaser um lugar onde os filhos possam crescer em

segurança, ou seja, onde eles possam ter na figura dosadultos - dos pais ou de outros responsáveis - modelos deidentificação saudáveis. É fundamental o modo como osadultos desempenham as suas funções parentais frente à

criança, sejam eles pais biológicos ou não. É a funçãosimbólica de ser pai e ser mãe que é, sobretudo,

importante para o desenvolvimento da criança. Então,ter pais casados de um primeiro casamento numa famílianuclear não é garantia de saúde emocional. O importanteé que os pais possam ter maturidade emocional e possam

assumir as funções parentais.

O que podemos aprender com relação aosdesafios da família hoje?

Qual seria o nosso papel hoje naconstrução da família?

E a família, como vai?

O que podemos fazerp a r a q u e n o s s a sfamílias sejam espaçosde cuidado e proteção?

COMPROMISSO

O/a animador/a inicia este momento lendopausadamente o trecho da entrevista de TerezinhaFéres-Carneiro (Seção , do BoletimCidadania em Rede) e a Seção “Ecos da Cidadania”.

Após estas leituras, propõe a seguinte tarefa para ogrupo:

“A Palavra é Sua”

3º momento:

Marcelo Andrade

E A FAMÍLIA, COMO VAI?Faça Acontecer!

Esta seção está aberta para sua opinião.Comunique-se conosco!

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Ecos da CidadaniaVocê sabia?Você sabia?

Então,aprenda mais,amplie seus conhecimentos

sobre o tema discutido.

NOTÍCIA

Mais mulheres são chefes de família

e optam por ser mãe mais tarde.G1 | 31/10/2014 | Cida Alves

ISSN 1677 - 4167 Rua Dezenove de Fevereiro, 160 - Botafogo - CEP : 22280 - 030 -Rio de Janeiro - R.J. - BRASILTel/fax: 2542 6244 - 2295 8033 - E-mail: [email protected] - http://www.novamerica.org.br

NOVAMERICA

Editora:Equipe:

Coordenação:

Composição Gráfica:

Susana Sacavino

Compañia Visual Manteca

Marcelo AndradeMarcelo Andrade e Maria da Consolação Lucinda

Programa Direitos Humanos Educação e Cidadania

NOVAMERICA

Realização:

Os dados de gênero divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística ( ) mostram que as brasileiras estão tendo filhos maistarde e se tornando chefes de família em mais domicílios do país.

A análise engloba uma década e compara dados dos censos de 2000 e2010. Nesse período, a proporção de brasileiras com ao menos umfilho diminuiu em todas as faixas etárias mais jovens. Esse seria umdos reflexos do aumento da escolarização delas, que passaram apostergar a maternidade para continuar os estudos.

Em 2000, as mulheres comandavam 24,9% dos 44,8 milhões dedomicílios particulares. Em 2010, essa proporção cresceu para 38,7%dos 57,3 milhões de domicílios - um aumento de 13,7 pontospercentuais. O IBGE considera como responsável aquela pessoareconhecida como tal pelos demais moradores do domicílio.

Quando analisados os dados das áreas rural e urbana, verifica-se que,no campo, ainda é mais comum o homem ser o chefe da família. Nascidades, elas são as responsáveis em 39,3% das famílias, enquantoque na área rural essa proporção é de 24,8%.

Ao analisar o tipo de composição familiar, as mulheres aparecemcomo chefes de 87,4% das famílias de pessoas sem cônjuge e comfilhos. Essa proporção diminui consideravelmente quando a formaçãoé casal com filho (22,7%) ou casal sem filho (23,8%).

O estudo mostrou ainda que houve um crescimento maior da taxa deatividade entre as mulheres do que entre os homens no período. Ataxa de atividade mostra a proporção da população em idade ativa(16 anos ou mais) que se encontra trabalhando ou procurandotrabalho. “É um movimento que começou na década de 70, com asmulheres se inserindo mais no mercado de trabalho”, afirma BarbaraCobo, gerente de indicadores sociais do IBGE e coordenadora dapesquisa.

No geral, a taxa se manteve estável: em torno de 64%. No entanto,enquanto a taxa de atividade dos homens caiu de 79,7% em 2000 para75,7% em 2010, a das mulheres aumentou de 50,1% para 54,6%.

A faixa etária das mulheres que teve um aumento mais expressivo nataxa de atividade foi de 50 a 59 anos - de 39% em 2000 para 50,2% em2010. Já o maior recuo entre os homens ocorreu na faixa etária de 16 a29 anos (81% em 2000 contra 74,6% em 2010).

Apesar de os números mostrarem mais mulheres trabalhando, elasainda enfrentam condições de informalidade. Em todos os grupos deidade ou raça, a taxa de formalização das mulheres teve umcrescimento menor que a dos homens e ficou abaixo da taxa nacionalde 2010. “A taxa de formalização mostra as pessoas que de algumaforma contribuem para a previdência e possuem garantias para que arenda não vá a zero se acontece algo. Ela significa empregos dequalidade”, explica Barbara Cobo.

IBGE

eNão!

Que apenas 12% das famílias brasileirasforam consideradas comprometidas com aeducação de suas crianças? Segundopesquisa do

, além do grupo de paiscomprometidos (12%), foram identificadosos envolvidos (52%), os intermediários(17%) e os distantes (19%). O envolvimentodos adultos é fundamental para o bomdesempenho das crianças na escola.

Que segundo pesquisa Fecomercio, emnovembro de 2014, nas grandes cidadesbrasileiras - como Rio, São Paulo e Brasília -metade das famílias estão endividadas? OProcon alega que o apelo ao consumo temlevado as famílias a comprometerem maisrecursos do que ganham.

Que segundo pesquisa da UniversidadeFederal de São Paulo (Unifesp), em 2013,mais da metade das famílias de viciados emdrogas tiveram a capacidade de trabalhoafetada? O estudo apontou ainda que 28milhões de brasileiros têm ao menos umfamiliar dependente de drogas.

Que segundo o IBGE o número de mulheresjovens com filhos tem diminuído? Em 2000,o percentual de mulheres, entre 15 e 19anos, com filhos era de 15% e, em 2010, opercentual caiu para 11%. Segundoespecialistas, quanto maior o nível deescolaridade, as mulheres tendem a terfilhos mais tarde e a ter menos filhos.

Que, segundo IBGE, aumenta o número defamílias monoparentais e homoafetivas? Ouseja, cada vez mais, há famílias formadasapenas por um responsável (mulher solteirae filhos ou homem solteiro e filhos) oufamílias formadas por casais do mesmosexo. A adoção por solteiros e a legalizaçãode casamento homoafetivo acolheu adiversidade de famílias que já existiam noBrasil.

Movimento Todos Pela

Educação