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Hino do Ano do Cuidado com a Vida É Preciso Cuidar – Pe. Osmar Coppi No primeiro semestre realizamos uma linda caminhada, refletindo e rezando sobre a Mãe Terra, a água, as sementes e a natureza. Agora a caminhada continua, olhando para o cuidado com a vida humana. Esta é a missão daqui pra frente, continuar o cuidado da casa comum, mas também focar na vida humana, que está muito ameaçada. Vários temas serão abordados, mas destacamos as ameaças e esperanças do cuidado com o ser humano, o papel da família como ninho de amor, santuário da vida, e a necessidade de hábitos saudáveis, tendo em vista uma saúde preventiva. A partir desse mês inicia a novena em preparação à 35ª Romaria de Nossa Senhora Aparecida e, sem dúvida, a Mãe Maria nos dá um testemunho essencial de como cuidar da vida humana. Vamos, em família, junto com nossas comunidades, fazer uma caminhada rumo ao Santuário Arquidiocesano, cuidando da vida em todas as suas dimensões. Com o caminhar também aprofundamos o papel da Igreja e algumas das suas inúmeras iniciativas em relação ao cuidado da vida humana, principalmente onde ela está marginalizada, sofrida. A Doutrina Social da Igreja nos impele nessa missão de cuidarmos uns dos outros, como irmãos, para que a vida seja abundante. Enquanto caminho no tempo que tenho, na história que eu faço, em meu viver e sonhar. Contemplo a vida que Deus semeou em todo o universo e que é pra gente cuidar. O mar e as estrelas, as aves que voam, a planta e a flor. O ar que eu respiro, a ternura e o sorriso me falam do amor. Que saibamos cuidar da vida que há dentro da gente e em todo lugar. Que saibamos cuidar da vida que há na terra e no mar. E quando caminho no meio do povo, por campos e ruas de nossas cidades. Vejo no rosto de tantos pequenos as marcas da dor e que é preciso curar. Estendendo as mãos como fez o Mestre que a paz nos deixou Levar a esperança unindo as vozes no mesmo cantar APRESENTAÇÃO

aPreSenTaÇÃo hino do ano do Cuidado com a vida · Senhor Deus Criador, ... cantar ou rezar a música do padre Zezinho: ... eu louvarei, eu louvarei, eu louvarei ao meu Se-nhor

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hino do ano do Cuidado com a vidaÉ Preciso Cuidar – Pe. Osmar Coppi

No primeiro semestre realizamos uma linda caminhada, refl etindo e rezando sobre a Mãe Terra, a água, as sementes e a natureza. Agora a caminhada continua, olhando para o cuidado com a vida humana. Esta é a missão daqui pra frente, continuar o cuidado da casa comum, mas também focar na vida humana, que está muito ameaçada. Vários temas serão abordados, mas destacamos as ameaças e esperanças do cuidado com o ser humano, o papel da família como ninho de amor, santuário da vida, e a necessidade de hábitos saudáveis, tendo em vista uma saúde preventiva.A partir desse mês inicia a novena em preparação à 35ª Romaria de Nossa Senhora Aparecida e, sem dúvida, a Mãe Maria nos dá um testemunho essencial de como cuidar da vida humana. Vamos, em família, junto com nossas comunidades, fazer uma caminhada rumo ao Santuário Arquidiocesano, cuidando da vida em todas as suas dimensões.Com o caminhar também aprofundamos o papel da Igreja e algumas das suas inúmeras iniciativas em relação ao cuidado da vida humana, principalmente onde ela está marginalizada, sofrida. A Doutrina Social da Igreja nos impele nessa missão de cuidarmos uns dos outros, como irmãos, para que a vida seja abundante.

Enquanto caminho no tempo que tenho, na história que eu faço,

em meu viver e sonhar.Contemplo a vida que Deus semeou

em todo o universo e que é pra gente cuidar.

O mar e as estrelas, as aves que voam, a planta e a � or.

O ar que eu respiro, a ternura e o sorriso me falam do amor.

Que saibamos cuidar da vida que há dentro da gente e em todo lugar.

Que saibamos cuidar da vida que há na terra e no mar.

E quando caminho no meio do povo, por campos e ruas de nossas cidades.

Vejo no rosto de tantos pequenosas marcas da dor e que é preciso curar.

Estendendo as mãos como fezo Mestre que a paz nos deixouLevar a esperança unindo as

vozes no mesmo cantar

aPreSenTaÇÃo

Essa palavra de Jesus foi central para toda a pastoral e a fé nesses 50 anos em que, depois do Concílio Vaticano II, a Igreja Católica e outras Igrejas cris-tãs se sentiram chamadas por Deus a prolongar de forma permanente a pri-mavera de renovação que o Concílio provocou na Igreja e no mundo. Na América Latina, muitos/as católicos/as foram educados a viver a fé como se o mais importante fosse sofrer nesse mundo para depois da morte ir para o céu. Inclusive alguns livros ensinavam que para se santificar a pessoa preci-sava de mortificação. O Concílio Va-ticano II confirmou que é importante a conversão permanente. Isso nos leva a renunciar a um modo velho de vida para nos renovar e nos tornar mais se-melhantes ao Cristo. No entanto, no lugar de mortificação, o importante é a revitalização de todo nosso ser. Ser espiritual é cuidar da vida humana, em nome de Deus. É ser responsável uns pelos outros e pelo cuidado com os animais, as plantas, a água e o ar, indis-pensáveis para que a vida na Terra tenha o ecossistema ade-quado.

No mundo de hoje, a ciência que administra os bens da socie-dade humana é a economia. O termo economia vem da mesma raiz de ecologia e ecumenismo. No prefixo dessas três palavras, encontramos o termo grego oi-kos, que significa casa. A econo-mia deve cuidar da administra-ção da sociedade como uma casa comum a todos. Infelizmente, a sociedade dominante organiza a economia apenas como ciência das finanças e para reforçar o lucro de quem já possui dinhei-ro e riquezas. Não se preocupa com o bem comum. Trata as pessoas como mercadoria e usa

a terra e a natureza como objetos de compra e venda. Por isso, a parte mais consciente da humanidade se volta para a ecologia como caminho novo, baseado no bem viver. O bem viver e o bem conviver é um critério que os povos indígenas propõem a toda hu-manidade como forma de vida, inspi-rado no cuidado e na partilha. O bem viver promove uma nova concepção de economia, orientada para a vida e a comunhão: uma economia ecológica e dos bens comuns. Entre nós, as for-mas de economia solidária começam a nos conduzir nesse caminho. Devemos apoiá-las e até espiritualmente ligar a economia solidária com a celebração da Eucaristia, como profecia da comi-da partilhada e do cuidado com a toda a vida que deve se tornar comunhão.

É bom que cada um de nós reveja

em que podemos ser mais eficazes no cuidado com a vida humana. Cuidar da vida é a forma atual de testemu-nhar que Jesus está vivo no meio de nós e que sua ressurreição renova toda a criação (Rm 8,19-21; Col 1,20; Ef 1, 9-10). Jesus ressuscitado é a profecia do homem novo, no qual Deus e hu-manidade se unem. O cuidado com a vida humana faz de nós sinais da cria-ção divina renovada. No século IV, São Gregório de Nazianzo, bispo oriental, comentou: “O Criador colocou o ser humano sobre essa terra, como um novo anjo, completamente inserido em toda a natureza criada por Deus, para lhe revelar sempre que todo o universo é divinizado pela presença amorosa do Espírito”.

Monge Marcelo Barros, Recife

Como Caminho de fé, Cuidar da vida“Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância.” (Jo 10, 10)

PrecesSenhor Deus Criador, te louvamos pela vida que gratuitamente recebemos de

vossa imensa bondade, rezamos.

Deus Pai e Mãe de bondade, que a tua graça nos conduza no enfrentamento das injustiças sociais, rezamos.

Deus misericordioso, fazei-nos sama-ritanos, uma Igreja em saída, que vai ao encontro daqueles que estão a beira do caminho, rezamos.

Senhor Deus da aliança, que sejamos verdadeiros anunciadores do Cristo Vivo, defendendo a vida, desde sua concepção até a morte, pois cremos na Ressureição, rezamos.

Momento das OferendasO cuidado com a Vida é o que de me-lhor temos para ofertar. Cuidar da vida é a forma atual de testemunhar que Jesus está vivo no meio de nós e que sua ressurreição refaz toda a criação. Ofertamos nossos sonhos e práticas de um mundo justo e solidário, livre das amarras do dinheiro, que impera e atrapalha o cuidado com a vida. Can-temos. (Canto no verso)

ComunhãoJesus de Nazaré foi assassinado por ter enfrentado as estruturas que matavam a vida. Ele foi morto, mas ressuscitou. É desta fonte que comungamos e por isso, necessariamente, a comunhão deve nos levar a um compromisso sé-rio com a defesa e promoção da vida humana. Canto: A Igreja se une para celebrar

Canto � nalHino do Cuidado com a Vida (capa)

Ambiente: Fazer dois caminhos. O ca-minho da morte (símbolos, notícias e palavras que mostrem a vida amea-çada. Colocar estes símbolos antes de iniciar a celebração). O caminho da vida (colocar nesse caminho símbo-los, cartazes que lembrem aquilo que se faz para cuidar e promover a vida. Estes símbolos podem ser trazidos em procissão durante o canto do Glória). Acolhida: “Eu vim para que todos te-nham vida e a tenham em abundância” Jo 10, 10. Aqui a nossa frente temos dois caminhos. Para iniciar vamos ou-vir, cantar ou rezar a música do padre Zezinho:

Em prol da Vida

Diante de ti ponho a vida e ponho a morte,Mas tens que saber escolher:Se escolhes matar, também morrerás;Se deixas viver, também viverás.Então viva e deixa viver.

Não mais estes rios poluídos,Não mais este lixo nuclearNão mais o veneno que se jogaNos campos, nos rios e no mar.Não mais estas mortes sem sentido!Não poluirás e não matarás!A terra é pequena e limitadaSe a terra morrer, também morrerás!Também morrerás!

Não mais a tortura, nem a guerraNão mais violência, nem rancorNão mais o veneno que se jogaNa mente do povo sofredor.Não mais este medo sem sentido!Não destruirás nem oprimirás!A vida é pequena e entrelaçadaSe o homem morrer, também morrerás!Também morrerás!

Sinal da cruz

Momento penitencial:Animador: O perdão é compromisso, é restabelecer a vida digna ao ser hu-mano. Por isso agora vamos colocar

nossa mão no peito e sentir o pulsar do nosso coração (mo-mento de silêncio e escuta do cora-ção). Esse pulso vital que nos faz criaturas amadas de Deus. Lem-bremos de alguém que nós temos pro-blema convivência e precisamos pedir perdão (silêncio). Pensemos agora nos males que estão destruindo a vida hu-mana, a ganância, o individualismo, a violência que mata tantos jovens, mulheres e crianças, os presídios que não reabilitam o ser humano, o desca-so com a saúde pública... que outros elementos podemos citar? (silêncio) Enquanto pedimos perdão por tudo isso, e por outras ameaças a vida hu-mana cantemos. (Escolher um canto de perdão).

GlóriaVamos louvar e bendizer o nosso Deus por aquilo que fazemos em prol de uma cultura da paz. Atitudes como a do Bom Samaritano constroem um mundo verdadeiramente humano. Pa-dre Zezinho diz que a cultura da paz é mística e criatividade e que quem a tem está bem mais perto de Deus. En-quanto entram os cartazes e palavras que serão colocados no caminho da vida, cantemos:

Eu louvarei, eu louvarei, eu louvarei, eu louvarei, eu louvarei ao meu Se-nhor.

A Palavra de Deus na VidaLeitura: Gn 1, 26 - 31Salmo 1: Deus se alia aos justosEvangelho: Bom Samaritano | Lc 10, 25-37

CeLeBrando a diGnidade da vida humana

Por que a Igreja no Brasil é contra a redução da maioridade penal?Existe uma campanha sistemática de vários meios de comunicação a favor da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Essa proposta violenta a imagem dos adolescentes, esquecendo-se de que eles são também vítimas da realidade injusta em que vivem. Eles não são os principais responsáveis pelo aumento da violência que nos assusta, e s p e c i a l m e n t e pelos crimes de homicídio. De acordo com a ONG Conectas Direitos Humanos, a maioria dos adolescentes

internados na Fundação Casa, em São Paulo, foi detida por roubo (44,1%) e tráfi co de drogas (41,8%). Já o crime de latrocínio atinge 0,9% e o de homicídio, 0,6%. É, portanto, imoral querer induzir a sociedade a olhar para o adolescente como se fosse o principal responsável pela onda de violência no país. Por isso nós, cristãos, precisamos estar atentos e não cair nessa cilada que quer culpar a juventude brasileira pela violência. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados fi lhos de Deus.” (Mt 5,9)

PARA CANTAR:

Material produzido por:

Centro Arquidiocesano de Pastoral Arquidiocese de Passo Fundo - RS

(054) 3045 - 9204www.arquidiocesedepassofundo.com.br

Organização e Produção:Equipe arquidiocesana de produção de material.

Fontes de Imagens:Arquivo Pastoral de Comunicação

Internet - google

Você sabia? As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. (GE, 1) É missão da Igreja Católica no Brasil e no mundo o cuidado com a vida dos mais necessitados. Em nossa arquidioce-se, inúmeras iniciativas garantem há muito tempo uma vida digna para muitas crianças, adolescentes, jovens e idosos: O trabalho com as crianças pobres é realizado pela Pastoral da Criança, pela Assistência Social Arquidiocesana Leão XIII, Fundação Lucas Araújo, Cáritas e Congregações Religiosas. A arquidiocese tem um setor específi co para cuidar da vida da juventude, onde congrega os diferentes movimentos e pastorais juvenis. A Pastoral Carcerária faz um esforço grande para recuperar a dignidade da vida dos apenados nos presídios de Passo Fundo, Sarandi, Carazinho e Guaporé. Muitas casas acolhem os idosos, como o Abrigo São José, Recanto São Vicente e o Lar Nossa Senhora da Luz. Al-gumas paróquias também tem Pastoral da Pessoa Idosa. O acompanhamento a dependentes químicos acontece nas Fazendas da Esperança Masculina e Feminina, em Casca e Passo Fundo. Existem muitos grupos de economia solidária, mulheres, papeleiros, agricultores e agricultoras que vivem a parti-lha e reagem contra as ameaças do sistema que só pensa no lucro e em si próprio.

Você conhece na sua paróquia e município outras experiências que promovem e cuidam da vida?

Ofertar nossa vida é o que queremos (Valéria Socorro)

Ofertar nossa vida queremos, como ges-to de amor, doação. Procuramos criar mundo novo, trazer para o povo a liber-tação.

De braços erguidos, a Deus ofertamos aquilo que somos e tudo o que ama-mos. Os dons que nós temos compar-tilharemos, aqueles que sofrem, sorrir os faremos.

A injustiça que fere e que mata, tanto homem, criança e mulher, faz o jovem viver sem sentido, frustrado, perdido, distante da fé.

Na família, primeira escola, aprende-mos a lei do amor. Nos estudos, uma habilidade, com seriedade buscamos, Senhor.