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Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 80-81

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No romance Memorial do Convento, os dois principais traços do carácter de D. João V são a megalomania e a prepotência.

Assim, este soberano apresenta-se-nos, ao longo da acção, sobretudo preocupado com o investimento da riqueza vinda do Brasil no cumprimento dos seus projectos megalómanos, o mais importante dos quais é a construção do Convento de Mafra. A par disso,

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para impor as suas decisões, não hesitou em recorrer à mobilização forçada de trabalhadores para as obras de Mafra, numa atitude de inaudita prepotência que ainda hoje nos indigna.

Concluindo, Saramago retrata-nos um rei ridiculamente megalómano e prepotente que, para realizar os seus caprichos e ostentar as suas riquezas, não hesita em escravizar o povo que devia proteger.

(120 palavras)

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autoritário > autoritarismo

despótico > …

adúltero

«absoluto»

vaidoso

religioso («beato»)

megalómano

hipocondríaco

insensível (a aspetos sociais)

excêntrico

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O el-rei

O Rei

O rei

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Dois dos traços são…

Na obra «Memorial do Convento», de José Saramago, o autor…

Em Memorial do Convento,…

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Referências históricas não explicitadas na obra

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Observações

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2009/).

2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido.

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Grupo I-B. [futuramente 40] = 30

 

• Aspectos de conteúdo (C) = 18

• Aspectos de organização e

correcção linguística (F) = 12

– Estruturação do discurso = 7– Correcção linguística = 5

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18 Refere, com pertinência e rigor, dois dos traços de caráter de D. João V determinantes na ação de Memorial do Convento, fazendo alusões que refletem um bom conhecimento da obra.

 

15 Refere, com pertinência, dois dos traços de caráter de D. João V determinantes na ação de Memorial do Convento, fazendo alusões que refletem um bom conhecimento da obra.

 

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12 Refere, com pertinência, dois dos traços de carácter de D. João V determinantes na ação de Memorial do Convento, fazendo alusões que refletem um conhecimento suficiente da obra.

OU

Refere, com pertinência, um dos traços de caráter de D. João V determinante na acção de Memorial do Convento, fazendo alusões que refletem um bom conhecimento da obra.

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9 Refere, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, pelo menos um dos traços de caráter de D. João V determinante na ação de Memorial do Convento, fazendo alusões que refletem um conhecimento suficiente da obra.

 

6 Refere, com acentuadas imprecisões, um dos traços de caráter de D. João V determinante na ação de Memorial do Convento, fazendo alusões que refletem um conhecimento suficiente da obra.

 

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3 Discorre superficialmente sobre o caráter de D. João V, em Memorial do Convento, fazendo alusões que refletem um conhecimento incipiente da obra.

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1711 — «D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria» (cap. I) [chegou em 1708]; «D. João V, um homem que ainda não fez vinte e dois anos» (cap. I) [nasceu em 1689]; «ainda S. Francisco andava pelo mundo, precisamente há quinhentos anos, em mil duzentos e onze» (cap. II).

«D. Maria Ana não irá hoje ao auto-de fé. Está de luto por seu irmão José [...] Apesar de já ir no quinto mês.» (cap. V).

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O narrador de Memorial do Convento é, em geral, omnisciente, mas, por vezes, focaliza-se numa personagem (e, então, vemos os acontecimentos na perspetiva dessa figura).

No trecho do capítulo V que temos no manual («[Baltasar e Blimunda]», pp. 292-293), percebemos que essa focalização interna é feita através da personagem Sebastiana, logo que começam a aparecer deíticos que só fazem sentido se os acontecimentos estiverem a ser vistos por

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quem está a ser julgado no auto de fé. Não se confunda esta focalização interna esporádica — classificação do domínio da ciência do narrador — com a participação do narrador na história, enquanto personagem. Nesse outro tipo de classificação, quanto à presença do narrador, diremos que é heterodiegético, embora haja muitas primeiras pessoas, que não chegam para o implicar como homodiegético (isto é, como participante na intriga).

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[foi omitido o passo no manual]

Simeão de Oliveira e Sousa

não sendo padre, dava missa

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«aquele que ali vai» (ll. 21-22)

Domingos Afonso Lagareiro

fingia-se santo

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«aquele» (l. 25)

Padre António Teixeira de Sousa

«solicitava» mulheres

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«e esta sou eu» (l. 26); mas também: «tenho»; «me»; «aqui vou»; «as minhas»; «comigo»; «ouvi», «minha», «mim», «ali está»; «já me viu»; etc.

Sebastiana Maria de Jesus

tem visões e é, em parte, cristã-nova

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A focalização interna em Sebastiana termina na antepenúltima linha da p. 292, com uma sequência em que há discurso direto, ainda que sem a pontuação convencional.

Transcreve as linhas 39-43, reformulando o texto, de modo a ficar com a disposição mais clássica do discurso direto. (Evita acrescentar ou omitir palavras. Opera sobretudo com a pontuação: travessões, parágrafo, etc.)

— Adeus, Blimunda, que não te verei mais — murmurou Sebastiana.

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— Adeus, Blimunda, que não te verei mais — murmurou Sebastiana.

— Ali vai minha mãe — disse Blimunda ao padre.

— Que nome é o seu? — perguntou depois, voltando-se para o homem alto que lhe estava perto.

— Baltasar Mateus — disse o homem, naturalmente, assim reconhecendo o direito de aquela mulher lhe fazer perguntas — mas também me chamam Sete-Sóis.

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— Ali vai minha mãe — disse Blimunda ao padre; depois, voltando-se para o homem alto que lhe estava perto, perguntou — Que nome é o seu?

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3.1.

Ao regressar a casa com o padre Bartolomeu Lourenço, Blimunda deixou a porta aberta para receber Baltasar, que os seguia. Mais tarde, durante a refeição, Blimunda serviu-se da colher de Baltasar depois de este ter acabado de comer (embora pudesse ter usado a do padre, que terminara antes de Baltasar).

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3.2.

As falas de Baltasar e Blimunda evidenciam o caráter transcendente da sua união. Blimunda antevê a necessidade de permanência daquele que escolheu para que ambos se completem e se concretizem humana e espiritualmente, e anuncia-o, embora de forma enigmática, a Baltasar.

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a. Com a comparação do som das «moedas de cobre» com o dos «ferros do alforge» (ll. 1 e 2),

4. o narrador destaca a pobreza da personagem.

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b. Com a mudança na pessoa verbal do pronome pessoal em «quem é ele, donde vem, que vai ser deles» (l. 38),

3. o narrador antecipa a ligação entre Baltasar e Blimunda.

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c. Com a utilização do advérbio «naturalmente» (l. 41),

1. o narrador salienta a espontaneidade e a autenticidade da relação de Baltasar e Blimunda.

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d. Com a enumeração dos elementos abrangidos pela «bênção» do padre Bartolomeu (ll. 53-55),

2. o narrador sugere a aceitação da união de Baltasar e Blimunda.

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Transpõe «Baltasar e Blimunda» para contexto actual.

extensão será a que permitem … minutos.

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Em termos de conteúdo, deves encontrar correspondências que mantenham estes denominadores comuns:

algum espetáculo ou reunião de gente — um «Baltasar» (homem com algum tipo de deficiência ou idiossincrasia física); uma «Blimunda» (rapariga, com algum poder fantástico); conhecimento e aproximação (favorecidos por um familiar, uma «Sebastiana»);

«primeiro encontro» do par — em casa; perto, um adjuvante (um «Bartolomeu», que escusa de ser padre); final igualmente sibilino.

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Em termos de forma, pode — mas não obrigatoriamente — imitar-se:

reprodução do discurso no discurso saramaguiana, pondo alguns passos em discurso direto livre.

Note-se que, no Memorial, a sintaxe é perfeitamente gramatical (embora pareça faltarem pontos finais, porque as frases são longas, descritivas);

enumerações, polissíndeto, etc.

Título será — como «Baltasar e Blimunda» — os dois nomes dos vossos protagonistas.

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TPC — Lê os textos expositivos «Gastar, gastar, gastar» (pp. 284-285); «Memorial do Convento: um imaginário marcado pelo tempo» (p. 285); «Sete-Sóis e Sete-Luas, heróis do pé descalço» (p. 296); e ainda os curtos trechos enquadrados da p. 295 («O mistério do sete» e «O simbolismo das alcunhas»).

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