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Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 85-86

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1.

Os momentos temporais representados na primeira estrofe do poema são a noite (passado recente), caracterizada como um tempo longo de vigília, de insónia — «Em toda a noite o sono não veio» (v. 1) — e a madrugada (instante presente), que «Raia do fundo / Do horizonte, encoberta e fria» (vv. 2-3).

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2.

A interrogação «Que faço eu no mundo?» (v. 4) exprime o autoquestionamento desesperado do «eu» sobre o seu papel no mundo, sobre o valor da sua existência, que nenhum condicionalismo (a noite ou a aurora, a treva ou a luz) consegue alterar. A longa insónia fragiliza-o, acentua a consciência da solidão e a angústia do «eu» em relação a uma vida sem perspetivas.

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3.

Os três primeiros versos da terceira estrofe representam a noite como o lugar onde emerge a «manhã», que, se o «símbolo» valesse («Nem o símbolo ao menos vale» — v. 3), poderia trazer ao «eu» alguma esperança. Porém, dada essa impossibilidade, o sujeito «já nada espera» (v. 18). O desespero da insónia noturna não encontra na «manhã» que se levanta a esperança que o símbolo promete, «por tantas vezes ter esperado em vão» (v. 17).

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4.

O sentimento de «horror» referido no verso 8 resulta do facto de o sujeito poético, «Por tantas vezes ter esperado em vão», ter concluído que cada novo dia lhe traz sempre a mesma desilusão de verificar que, depois da «febre vã da vigília», depois de uma noite de insónia e desespero angus-tiante, nada se altera, por mais radiosa que seja a manhã: «o novo dia» traz-lhe, sempre, «o mesmo dia do fim/ Do mundo e da dor — / Um dia igual aos outros», como se, na sua alma, fosse sempre noite.

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deste infinito bocejo (v. 20)

 

a caminho não sei de onde, (21)

à espera não sei de quê. (22)

 

e afinal ninguém me lê (25)

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Tudo que faço ou medito

Fica sempre na metade.

Querendo, quero o infinito.

Fazendo, nada é verdade.

 

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Tudo que faço ou medito

Fica sempre na metade.

Querendo, quero o infinito.

Fazendo, nada é verdade.

 

Que nojo de mim me fica

Ao olhar para o que faço!

Minha alma é lúcida e rica,

E eu sou um mar de sargaço —

 

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Que nojo de mim me fica

Ao olhar para o que faço!

Minha alma é lúcida e rica,

E eu sou um mar de sargaço —

 

Um mar onde bóiam lentos

Fragmentos de um mar de além...

Vontades ou pensamentos?

Não o sei e sei-o bem.

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Tudo que faço ou medito

Fica sempre na metade.

Querendo, quero o infinito.

Fazendo, nada é verdade.

 

Que nojo de mim me fica

Ao olhar para o que faço!

Minha alma é lúcida e rica,

E eu sou um mar de sargaço —

 

Um mar onde bóiam lentos

Fragmentos de um mar de além...

Vontades ou pensamentos?

Não o sei e sei-o bem.

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a. O poema desenvolve as tensões querer/fazer e alma/corpo humanos.

b. Ao longo da composição, o poeta reconhece a incompletude dos seus atos.

c. Os sonhos do sujeito poético têm uma natu reza ilimitada.

d. O resultado das suas ações provoca no poeta um sentimento de grande satisfação.

e. O texto termina com um paradoxo que destaca a complexidade psicológica do eu lírico.

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Mantendo a métrica (redondilha menor — ou seja, pentassílabos), esquema estrófico (quadras) e rimático (rima cruzada), escreve um poema em que o eu lírico revele um estado de espírito diferente do do sujeito do poema de Pessoa, ao mesmo tempo que aluda a um cenário exterior que, como em Pessoa, pareça influenciar esse bom ânimo.

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TPC — Faz a dissertação correspondente ao ponto 1.1 no fim da p. 54.

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