23
Política como Vocação de Max Weber e Teoria Geral do Estado de Norberto Bobbio Teoria Geral do Estado Professor: Borges Tema: análise comparativa das relevâncias teóricas encontradas em Bobbio e Weber acerca da política. Elaborado por: Gedson Alves da Silva

Apresentação Teoria Geral Do Estado

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Teorias de Weber e Bobbio condensadas

Citation preview

  • Poltica como Vocao deMax Weber

    e

    Teoria Geral do Estado deNorberto Bobbio

  • Poltica para Weber:Conceito amplo e abrange todas as espcies de atividades diretivas autnomas;Entendemos por poltica, apenas a direo do agrupamento poltico, hoje denominado Estado ou a influncia que se exerce em tal sentido. (p.55).Conjunto de esforos feitos com vistas a participar do poder ou a influenciar a diviso do poder, seja entre Estados, seja no interior de um nico Estado. (p. 56)

  • Poltica para Bobbio:o poder poltico, enfim, funda-se sobre a posse dos instrumentos atravs dos quais se exerce a fora fsica (armas de todo tipo e grau): o poder coativo no sentido mais estrito da palavra. (p. 163)Nota 1: No apenas o uso da fora que constitui o Estado, o monoplio da coero, sua exclusividade. Essa legitimidade outorgada pela sociedade organizada. Assim, o poder estatal exercido sobre um determinado grupo social (populao), em determinado territrio (pas).

  • Nota 2:

    Na poltica, sua finalidade ou seu fim no pode se resumir apenas em um aspecto, pois [...] os fins da poltica so tantos quantas forem as metas a que um grupo organizado se prope, segundo os tempos e as circunstncias (p. 166). A tica da responsabilidade.

    Nota 3: Infere-se que o poder poltico est intimamente ligado ao ncleo do conceito de Estado. Nota-se a ligao estreita do conceito de poltica de Weber. (slide 2. p 55 do livro).

  • O Estado (denominado moderno) para Weber:O Estado no se deixa definir a no ser pelo especfico meio que lhe peculiar, tal como peculiar todo outro agrupamento poltico, ou seja o uso da coao fsica. O Estado uma relao de homens que dominam seus iguais, mantida pela violncia legtima (isto , considerada legtima)".Nota: O Estado um aparato administrativo e poltico que detm o monoplio da violncia legtima dentro de um determinado territrio, a partir da crena dos indivduos em sua legitimidade.

  • Poltica

  • Razes que justificam a Dominao: (Fundamentos da Legitimidade do uso da Fora pelo Estado. Teoria ancorada por Weber e Bobbio).1 - Poder Tradicional: Ex. Donos das terras e burguesia.2. Poder Carismtico: Exercido pelo profeta ou pelo dirigente guerreiro eleito; Soberano escolhido atravs do plebiscito, pelo demagogo ou pelo dirigente de um partido poltico.3. Poder de Legalidade: Autoridade fundada na obedincia, que reconhece obrigaes conformes ao estatuto estabelecido. o poder do Servidor do Estado em nossos dias. A dominao organizada necessita de um Estado maior administrativo e dos meios materiais de gesto.

  • Homem Poltico (Weber):Todo homem que se entrega poltica, aspira ao poder seja porque o considere como instrumento a servio da consecuo de outro fim, ideais ou egostas, seja porque deseje o poder pelo poder para gozar do sentimento de prestgio que ele confere. (p. 57).

  • Caractersticas realistas em Weber sobre poltica

    A esfera da poltica a esfera onde se desenvolvem as relaes de potncia e poder;A luta incessante porque no h para ele nenhuma catarse definitiva na histria;As regras do agir poltico no so e no podem ser as regras da moral, da que a ao do poltico no pode ser julgada moralmente, com base em princpios preestabelecidos mas com base no resultado.

  • O Estado (de Direito e/ou Liberal) para Bobbio

    Para definir Estado de Direito Bobbio o divide:

    Limites dos poderes do Estado;

    Limites das funes do Estado. Nota: Essa diviso auxilia na compreenso de algumas diferenas entre Estado Liberal e Estado de Direito.

  • Bobbio considera a discusso sobre o conceito de Estado v, pois:

    1 Para os defensores do liberalismo at as ltimas consequncias o Estado deve governar o menos possvel, porque a verdadeira liberdade consiste em no ser assoberbado por leis em demasia.

    2 Para os defensores da democracia at as ltimas consequncias: os membros de um Estado devem governar a si prprios, porque a verdadeira liberdade consiste em no depender dos outros, mas apenas de si prprios, na regulamentao da prpria conduta.

    Nota: Deveras, na obra de Bobbio extrai-se um conceito Weberiano de Estado sem novas incurses sobre o ncleo conceitual.

  • As ticas para Webber:

    O partidrio da tica da convico s se sentir responsvel pela necessidade de velar em favor da chama da doutrina pura, a fim de que ela no se extinga de velar, por exemplo, para que se mantenha a chama que anima o protesto contra a injustia social. Seus atos, que s podem e s devem ter valor exemplar, mas que, considerados do ponto de vista do objetivo essencial, aparecem como totalmente irracionais, visam apenas quele fim: estimular perpetuamente a chama da prpria convico (WEBER, 1998, p. 114).

  • As ticas para Webber ele trata tambm como aes sociais:

    tica da convico (Ao social): Modo racional de agir e pensar referente a valores; pela crena consciente no valor tico, esttico, religioso ou qualquer que seja sua interpretao absoluto e inerente a determinado comportamento como tal, independentemente do resultado.

    Nota: no importa o fim; No sendo os meios ticos e morais, pautados numa base jusnaturalista, os fins no so considerados vlidos.

  • tica da responsabilidade (Ao social):

    Modo racional referente a fins; Constituda por expectativas quanto ao comportamento de objetos do mundo exterior e de outras pessoas, utilizando essas expectativas como condies ou meios para alcanar fins prprios, ponderados e perseguidos racionalmente.

    Nota: Somente os fins interessam, ideologicamente pautados no bem comum, maior que os interesses pessoais. Esta mxima extrada da obra de Maquiavel aprimorada . por Weber: os fins justificam os meios.

  • Nota: Para Weber, toda ao orientada pela tica pode se subordinar a duas mximas diversas e irredutivelmente opostas: tica da responsabilidade e tica da convico. No entanto, uma tica no exclui a outra, a tica da responsabilidade no a ausncia completa de convico e a tica da convico no a completa ausncia de responsabilidade.

  • tica da convico: julgar as aes individuais com base nas suas convices morais, pessoal e dirigido a vida prpria

    Nota: mesmo fundamento de Weber.

    BOBBIO, Norberto. Poltica como tica de grupo. in Dicionrio de Poltica.As ticas para Bobbio:

  • tica da responsabilidade: Julgar aes de grupo, ou praticadas por um individuo, mas em nome e por conta do prprio grupo, seja ele o povo, a nao, a Igreja, a classe, o partido etc. A diferena entre moral e poltica, ou entre tica da convico e tica da responsabilidade, corresponde tambm diferente entre tica individual e tica de grupo.

    BOBBIO, Norberto. Poltica como tica de grupo. in Dicionrio de Poltica.As ticas para Bobbio:

  • Weber na viso de Bobbio:

    As suas expresses passaram a fazer parte definitivamente do patrimnio conceitual das cincias sociais. Bobbio considera que nenhum estudioso do sculo 20 contribuiu de forma to significativa como Weber para o enriquecimento do lxico tcnico da linguagem pertinente a teoria poltica.

    So expresses de Weber que Bobbio considera perenes: Poderes tradicional, carismtico, legal e racional;Direitos formal e material;Monoplio da fora pelo estado e;ticas da convico e da responsabilidade.

  • Frases marcantes:A Poltica no visa mais o bem comum, mas ao interesse prprio.Diz Weber: As lutas partidrias no so, portanto, apenas lutas para consecuo de metas objetivas, mas so, a par disso, e sobretudo, rivalidades para controlar a distribuio de empregos. (p.68)A Poltica virou a preocupao nica em distribuir empregos.Diz Weber: Na Alemanha, todas as lutas entre as tendncias particularistas e as tendncias centralistas giram em torno deste ponto. (p.68)

  • Frases marcantes:Weber trata das destruies de empregos em diversos pases distribuio de cargos e postos administrativo. (p. 68)Partido Trampolim Futuro garantido.Dessa forma, aos olhos de seus aderentes, os partidos aparecem, cada vez mais, como uma espcie de trampolim que lhes permitir atingir este objetivo essencial: garantir o futuro. (p. 69)

  • Frases marcantes:Os militantes e, em especial os funcionrios e dirigentes de partidos, esperam naturalmente, que o triunfo do chefe lhes traga compensao pessoal: posies ou vantagens outras. (p. 89)Muitas pessoas vivem da poltica dos partidos:A mquina exigia grande nmero de pessoas para seu funcionamento. Nesse momento, cerca de duas mil pessoas vivem, na Inglaterra, diretamente da poltica dos partidos. (p. 93)

  • Frases marcantes:Mais elevado ainda o nmero dos que se acham cata de uma situao e dos que se mostram ativos em razo de outros interesses, especialmente no campo da poltica municipal. (p. 93)Homem dos meios capitalistas que financiam eleies. Ele s busca o poder, seja como fonte de riquezas, seja pelo prprio poder...Trabalha na obscuridade; no ouvido em pblico; conserva o silncio, porm sugere aos oradores o que convm dizer. (p. 98)

  • Fonte alternativa de estudos:

    http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/bobbio-e-a-teoria-politica-na-licao-dos-classicos/

    Por: Cludia Perrone Moiss: professora da Faculdade de Direito da Universidade de So Paulo (USP) e pesquisadora do Ncleo de Estudos da Violncia/USP