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MODERNIDADE, PÓS-MODERNIDADE E CONTEMPORÂNEO

Apresentacao_Cultura Contemporanea

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MODERNIDADE, PÓS-MODERNIDADE E CONTEMPORÂNEO

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MODERNIDADE

Historicamente, contempla as transformações societárias ocorridas nos séculos XVIII, XIX e XX, no Ocidente (mais precisamente na Europa).

Tem como “marcos”: a Reforma Protestante, o Iluminismo e a Revolução Francesa.

Consolidação na Revolução Industrial – Capitalismo

A sociedade se vê diante da complexidade tecnológica do século XX.

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ALGUNS PENSADORES

Theodor Adorno Max Horkheimer Jürgen Habermas – “moderno ou pós-

moderno?”

Cena de Tempos Modernos Direção de Charles Chaplin (Modern Times,

EUA, 1936, 87 min.)

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No dia seguinte... / O balé já não era clássico. / A cidade já não cheirava a cavalo. / Pelo túnel, o metrô. / Pelo fio preto, a fala. / Garotas trocavam o corpete pela máquina de escrever. / Os quadros já eram Picasso. / Os sonhos já eram interpretados. / Na Rússia. / E=mc² / Câmera Kodak registravam / os instantâneos das primeiras gerações / que conviveram em seu cotidiano / com uma produção em série de ideias, / matemática abstrata, / maquinários complexos, / refinadas bombas / e muitos botõezinhos.

trecho do documentário

“Nós Que Aqui Estamos, Por Vós Esperamos”

(Marcelo Masagão, 1998) http://www.youtube.com/watch?v=Lwl_CdjW3sw

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PÓS-MODERNIDADE – ALGUMAS DEFINIÇÕES

Jürgen Habermas – relaciona pós-modernismo às tendências políticas e culturais neoconservadoreas, criadas para combater os ideais Iluministas.

Pierre Sanches – cada modernidade é seguida pela modernidade que lhe sucede: “modernidades cumulativas”

Jean-François Lyotard / Jean Baudrillar - “pós-modernidade é a condição da sociedade existir, depois da modernidade”.

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Da Jean-François Lyotard – condição pós-moderna é caracterizada pelos fins das metanarrativas: a ciência já não pode ser considerada fonte de verdade.

Zygmunt Bauman – classifica como “modernidade líquida, realidade ambígua, multiforme”.

Gilles Lipovetsky – prefere o termo “hipermodernidade” por não considerar uma ruptura com os tempos modernos.

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“O pós-modernismo, eis a tese, não é senão a lógica cultural do capitalismo avançado (Jameson, 1984) produzindo como efeito tanto a desdiferenciação das tradicionais fronteiras entre cultura popular, erudita e de massas, quanto a substituição da figuração psíquica do sujeito alienado, típica do capitalismo emergente, pela figuração esquizofrênica dominante na cena pós-moderna. Se a idéia de alienação estava fundada na pressuposição de um ego coerente e íntegro, de uma identidade centrada da qual se alienar, agora a fragmentação, a instabilidade das linguagens e discursos gera a esquizofrenia do sujeito fracionado (Jameson 1983)”

SANTAELLA, Lúcia. Cultura das mídias. São Paulo, Experimento, 1996, p. 121

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“Mas chega um momento em que a vanguarda (o moderno) não pode ir mais além porque já produziu um metalinguagem que fala de seus textos impossíveis (a arte conceptual). A resposta pós-moderna ao moderno consiste em reconhecer que o passado, já que não pode ser destruído porque sua destruição leva ao silêncio, deve ser revisitado: com ironia, de maneira não inocente”.

ECO, Umberto. Pós-escrito ao nome da rosa. Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 1985, p. 57

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CONTEMPORÂNEO

“uma singular relação com o próprio tempo, que adere a este e, ao mesmo tempo, dele toma distâncias, mais precisamente, essa é a relação com o tempo que a este adere através de uma dissociação e um anacronismo. Aqueles que coincidem muito plenamente com a época, que em todos os aspectos a esta aderem perfeitamente, não são contemporâneos porque, exatamente por isso, não conseguem vê-la, não podem manter fixo o olhar sobre ela”.

Filósofo italiano Giorgio Agamben em “O que é o contemporâneo e outros ensaios” (Chapecó, SC: Argos, 2009)

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IDENTIDADE E CULTURAna contemporaneidade

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A QUESTÃO DA IDENTIDADE

Kobena Mercer (1990):

“A identidade somente se torna uma questão quando está em crise, quando algo que se supõe como fixo, coerente e estável é deslocado pela experiência da dúvida e da incerteza.”

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AS TRÊS CONCEPÇÕES DE IDENTIDADE PROPOSTAS POR STUART HALL:

O sujeito do Iluminismo: baseado na concepção da pessoa humana como indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades da razão, de consciência e de ação, cujo “centro” consistia num núcleo interior.

O sujeito sociológico: identidade é formada na “interação” entre o eu e a sociedade. Mantém um núcleo ou essência interior que é o “eu real”, mas este é formado e modificado num diálogo contínuo com os mundos culturais “exteriores” e as identidades que esses mundos oferecem.

O sujeito pós-moderno: previamente vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está se tornando fragmentado; composto de várias identidades. Identidades culturais mais provisórias, variáveis e problemáticas.

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A QUEDA DO SUJEITO CARTESIANO

O pensamento marxista;

O inconsciente de Freud;

A linguística estrutural de Ferdinand de Saussure;

O pensamento de Michel Foucault;

O feminismo.

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FORMAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL

Teorias Raciais do Século XIX:Nina RodriguesEuclides da CunhaSilvio RomeroDissidente: Manuel Bonfim

Meio e Raça: influência das teorias evolucionistas.

Mestiçagem vista como fator negativo.

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Continuação ...

Anos 30: A Virada:Gilberto FreyreCaio Prado Jr.Sérgio Buarque de Holanda

Revolução de 30: Estado NovoA figura “indolente” do brasileiro é substituída pela

“ideologia do trabalho”.

Anos 50: Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB

Operários - Tarsila do Amaral

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IDENTIDADE E CULTURA: REPRESENTAÇÕES E PERCEPÇÕES

Romantismo: • negro é desconsiderado e índio é exaltado no mito de fundação; • Mestiçagem é vista de maneira pejorativa: “aclimatação” dos portugueses é

degenarativa;• O Guarani.

Modernismo: • Exaltação do Nacionalismo;• Tradições regionais elevadas a primeiro plano;• Macunaíma.

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FAMÍLIA, ESTADO E RELIGIÃOFAMÍLIA, ESTADO E RELIGIÃO

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Religião

Anos 90 – Diminuição no número de fiéis católicos

Aumento de seguidores das igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais

Ampliação do “mercado de bens da salvação” Perda da centralidade católica Proliferação de igrejas e seitas

Sociedade contemporânea, centrada na individualidade, possibilita maior decisão de escolha em relação a religião.

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Religião

“Hoje, mais centrada no indivíduo e regida pelas regras do mercado, outras instituições e práticas, firmemente ancoradas neste mundo, responderiam em grande parte a essas demandas – da psicanálise ao consumo compensatório, da busca do prazer e do lazer às drogas, com gostam de inventar os psicólogos -, deixando a cargo de cada um a tarefa de encontrar num campo religioso também ele aberto às vicissitudes do mercado seus próprios caminhos e respostas, quase sempre compósitas, às poucas questões para as quais não encontra neste mundo outras já dadas igualmente satisfatórias”. (MONTES, Maria Lucia. As Figuras do Sagrado: Entre o Público e o Privado - p. 72)

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Religião

Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, aponta queda no número de pessoas que se declaram católicas. Em 1991 a proporção era de 83,8%, contra 73,8%, em 2000.

Em contrapartida, subiu o percentual de pessoas que se declararam evangélicas de 9% em 1991, para 15,4% em 2000. Também cresceu a proporção daqueles que se declaram não possuir religião de 4,8%, em 1991, contra 7,3% em 2000.

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Censo IBGE

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Religião

Influência da religião católica no país desde o período colonial

Cultura Colonial (Escravista ou Feudal) - Passagem da fase primitiva para a fase mercantilista, marcada pelos mecanismos predatórios, clausuramento social e o sistema educacional alienante e conservador.

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Religião

“...essa cultura de feição literária e escolástica, era até certo ponto desinteressada, sem preocupações utilitárias, por outro lado, se caracterizava pela sua unidade orgânica, ligada como estava a uma determinada concepção de vida, dominante por essa época na metrópole e no seu único centro universitário”.

(SODRÉ, Nelson Werneck. Síntese de História da Cultura Brasileira – p.16)

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Religião

A instituição religiosa era formalmente ligada ao Estado até o final do Período Imperial; se separa com advento da República Federativa Brasileira, em 1889. A 1ª constituição demarcava a não interferência da igreja nos assuntos políticos, e a não interferência do Estado nas crenças pessoais.

Constituição brasileira de 1988, inciso VI do artigo 5º: liberdade religiosa entre as garantias fundamentais. “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias”.

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Religião

Meados dos anos 20 – Restauração Católica (uma nova centralização do poder eclesiástico seguindo os padrões de Roma)

II Congresso Eucarístico Nacional Anos 50, expansão das atividades da Ação Católica no nordeste e na

Amazônia Década de 60 – Concílio do Vaticano II - “opção preferencial pelos pobres” Tradição, Família e Propriedade TFP Falta de respostas para os problemas sociais resulta na perda de fiéis para

as religiões protestantes e afro-descendentes. Décadas de 70 e 80: luta pela redemocratização do país. Década de 90: surgimento da Renovação Carismática.

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Religião

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Religião

Igrejas Protestantes

“O protestantismo era um velho e conhecido 'inimigo' das hostes católicas, desde a década de 40. Embora já em meados dos século XIX se registrasse a presença protestante no Brasil...Ao longo do século, anglicanos, luteranos, metodistas, presbiterianos, batistas, congregações tradicionais do chamado 'protestantismo histórico', implantaram-se pacificamente no Brasil, ganhando adeptos ao ritmo da imigração estrangeira, núcleos juntos aos quais se enraizaram, e da formação de uma classe urbana, mas sem um crescimento que pudesse inquietar a hierarquia católica”.

(MONTES, Maria Lucia. As Figuras do Sagrado: Entre o Público e o Privado - p. 81)

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Religião

A primeira igreja evangélica surge em 1910 - Congregação Cristã no Brasil

Anos 50 – Grande empreendimento proselista Cruzada Nacional de Evangelização.

Surgem novas igrejas conhecidas como de “cura divina”, como a do Evangelho Quadrangular, o Brasil para Cristo, Deus É Amor, a Casa da Bênção, entre outras.

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Religião

“Será a partir de então que o 'protestantismo' começará de fato a inquietar a hierarquia católica, passando a ser sistematicamente incluído entre os 'inimigos' a cujo combate deveria entregar-se a fé católica, ao lado do 'espiritismo' kardecista e do 'baixo espiritismo' como eram então comumente designadas as religiões afro-descentes”.

(MONTES, Maria Lucia. As Figuras do Sagrado: Entre o Público e o Privado - p. 83)

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Religião

Meados da década de 70, surgimento de um novo tipo de igreja evangélica, as neopentecostais (Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça e a Renascer em Cristo).

“Nos anos 80, os meios de comunicação de massa, rádio e televisão principalmente, se aproveitando do avanço da telefonia na década anterior e da unificação comunicacional do país, passaram a oferecer às pessoas novas maneiras de rearticulação do tradicional com o moderno. O campo religioso dificilmente iria sair sem profundas alterações diante de tantas mudanças experimentadas pela sociedade brasileira nessas seis décadas visibilizadas nos números dos censos de 1940 e o de 2000”. CAMPOS, Leonildo Silveira. Os Mapas, Atores e Números da Diversidade Religiosa Cristã Brasileira: Católicos e Evangélicos entre 1940 e 2007

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Religião

Igreja Católica x Protestantes

• “Será a partir de então que o ‘protestantismo’ começará de fato a inquietar a hierarquia católica, passando a ser sistematicamente incluído entre os ‘inimigos’ a cujo combate deveria entregar-se a fé católica, como eram então comumente designadas as religiões afro-brasileiras”.

• (MONTES, Maria Lucia – As Figuras do Sagrado: Entre o Público e o Privado – p. 83 - 84)

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Religião

Conhecido como “Chute na santa”, no dia 12 de outubro de 1995, o bispo da igreja Universal do Reino de Deus, Sérgio Von Helder, em um programa da tevê Record, deu pontapés na imagem de nossa Senhora de Aparecida, insultando a crença dos católicos a “adoração a uma imagem de barro”.

Rede Globo x Rede Record – interesses midiáticos como pano de fundo Ao mesmo tempo em que há uma hostilidade entre a religião católica e

evangélicas, ambas possuem atitudes conservadoras defensivas em relação a temas polêmicos que permeiam a sociedade, como casamento entre homossexuais e os direitos da mulher.

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Religião

Cultura Popular – Religiões no Brasil

2ª Fase da etapa cultural: Cultura de Transição – Decadência mineira e o golpe da maioridade de D. Pedro II. Surgimento da atividade açucareira.

Ascensão da burguesia

Expulsão dos jesuítas

Novos valores são fixados pela classe dominante

Surgimento do Barroco Brasileiro

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Religião

“Nas Minas Gerais, precisamente quando a mineração declina, surgem a torêutica, a escultura e a arquitetura religiosa, que fixarão os nomes de alguns artistas excepcionais, todos eles de origem popular, particularmente dois: Valentim da Fonseca; e Antonio Francisco Lisboa – o Aleijadinho – artista plástico de mérito inconfundível. E é ainda nas Minas Gerais que aparece um grupo de poetas que, por ali terem vivido na época e até juntos participado de acontecimentos, políticos, deram motivo à qualificação do conjunto como 'Escola Mineira'”.

(SODRÉ, Nelson Werneck – Síntese de História da Cultura Brasileira – p.30)

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Religião

As marcas do catolicismo barroco – Festas que não separam o sagrado do profano

“Assim se compreende que, nas celebrações a que dá lugar a esse tipo de religiosidade, não se possam distinguir com precisão as fronteiras entre o sagrado e o profano, o fervor íntimo da devoção e a mais pura expansão da alegria festiva. Missas e procissões estarão invariavelmente no centro das celebrações, sendo o cortejo mais ou menos solene ou espetacular segundo a ocasião, e comportando as maiores festas, quase sempre música, cantos e danças, às vezes mesmo declamações poéticas, em meio aos andores e carros alegóricos graças aos quais a procissão constrói em linguagem estética uma narrativa sobre verdades da fé..”

(MONTES, Maria Lucia – As Figuras do Sagrado: Entre o Público e o Privado – p. 109)

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Religião

Crenças particularistas e regionais Religião íntima

• “Essa forma de culto, que tem antecedentes na Península Ibérica, também aparece na Europa Medieval e justamente com a decadência da religião palaciana, super-individual, em que vontade comum se manifesta na edificação dos grandiosos monumentos góticos. Transpondo esse período, surge um sentimento religioso mais humano e singelo. Cada casa quer ter sua capela própria, onde os moradores se ajoelham ante o padroeiro protetor. O que representa semelhança atitude é uma transposição característica para o domínio do religioso desse horror às distâncias do espírito brasileiro. No Brasil é precisamente o rigorismo do rito que se afrouxa e se humaniza”.

• (HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil - p. 110)

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Religião

- Igreja se afasta e combate esses movimentos considerados profanos, principalmente nas décadas de 30 e 40, considerados formas vazias da fé.

- Desde fim do Império, a burguesia também passa a repudiar o catolicismo popular e se ajusta ao formato conservador da Igreja Católica.

“A adequação, a conveniência, a moderação e o recato, tão ao gosto da sociedade burguesa ao qual , com seu espírito elitista de então, se amolda a Igreja Católica, se poderiam mesmo levar sua hierarquia a ver com horror e assim procurar enquadrar as manifestações do catolicismo popular. A modéstia das roupas e dos modos, o controle da moralidade, principalmente da liberdade sexual, eram considerados essenciais na expressão da verdadeira fé”. (MONTES, Maria Lucia. As Figuras do Sagrado: Entre o Público e o Privado – p. 113)

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Religião

Folias de Reis ou do Divino

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Religião

Bumba Meu Boi

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Religião

Festa Junina

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Religião

Maracatu

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Religião

Procissões e Romarias a santuários em Bom Jesus da Lapa, Padre Cícero, entre outras.

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Religião

- Festas religiosas ainda são repudiadas por uma determinada elite social. Essa intolerância não é muito diferente das relações que existiam no período colonial, em que a cultura intelectual era título de enobrecimento, como destaca Sodré (1986).

“A cultura que tinha por finalidade não o saber, mas o diploma – que funciona como título de enobrecimento – seria, consequentemente, 'literária e abstrata', transmitida 'por métodos que se baseavam, não sobre a ação e o concreto, mas sobre a leitura, o comentário e a especulação', destinando-se, assim, 'a formar predadores, letrados e eruditos' que com o título, aspiravam às profissões liberais e aos empregos públicos. Nada teria de surpreendente, pois, que o elemento dotado desse tipo de cultura fosse o intérprete natural dos interesses da classe dominante, no tormentoso processo de autonomia”. (SODRÉ, Nelson Werneck – Síntese de História da Cultura Brasileira - p.36)

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Religião

Igrejas Pentecostais Vestimentas características que se identificam os chamados

“crentes”

Igrejas Neopentecostais Aproxima-se das religiosidades populares Grandes cerimônias de batismos Problemas sociais, sobretudo particulares, passam a ser obra do

Maligno Rituais de exorcismo Ataques as religiões afro-descendentes

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Religião

Igreja Universal do Reino de Deus

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Religião

Cerimônia de batismo evangélico

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Religião

Dom Murilo Krieger fala sobre assuntos polêmicos e os desafios da igreja católica na atualidade

Entrevista realizada em 19.03.2011 pelo Diário Catarinense

O atual arcebispo de Florianópolis, Dom Murilo Krieger, que no dia 25 assumirá a Arquidiocese de Salvador (BA). Foram abordados temas como aborto, pedofilia, impunidade, política, fé, igrejas evangélicas, drogas e juventude. Nada ficou sem resposta.

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Família

Período Agrícola Brasileiros – Família é organizada segundo direito romano – canônico mantido na Península Ibérica, que é sustentado pela figura patriarcal (respeito e obediência entre homens).

• “Os escravos das plantações e das casas, e não somente os escravos, como os agregados, dilatam o círculo familiar e, com ele, a autoridade imensa do pater-famílias. Esse núcleo bem característico, em tudo se comporta como seu modelo da antiguidade, em que a própria palavra 'família', deriva de famulus, se acha estreitamente vinculada a ideia de escravidão, e em que mesmo os filhos são apenas os membros livres do vasto corpo, inteiramente subordinados ao patriarca, os liberi”.

• (HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil – p.49)

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Família Campo religioso influencia nas relações familiares O valor da virgindade feminina, tendo como modelo a Santidade de Maria,

Virgem Mãe de Deus Na sociedade da transformação, centrada no indivíduo, a Igreja perde o

controle sobre o corpo feminino “uma de suas posses essenciais”, sobretudo, devido a participação da mulher no mercado de trabalho.

• “Formas tradicionais de conduta masculina, como as experiências sexuais da juventude, valorizadas enquanto prova da virilidade e admitidas inclusive no próprio recesso do próprio lar – tendo como parceiras mulheres de condição social inferior, herança, ainda, da sociedade escravocrata – ou, a tolerância para com a infidelidade conjugal, após o casamento, passaram a ser inevitavelmente postas em questão, na reivindicação de maior liberdade feminina e maior igualdade entre os sexos, a partir da progressiva incorporação da mulher ao mercado de trabalho”. (MONTES, Maria Lucia. As Figuras do Sagrado: Entre o Público e o Privado – p. 143)

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Família

Colapso da moral familiar atinge a religião católica e protestante, mas não atinge as religiões afro-descendentes devido as construções cosmológicas e organizacionais mais amplas, não focada nos pequenos núcleos familiares burgueses, e no seu processo histórico de aceitação de pessoas excluídas.

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Família

A relação de família patriarcal é levada para vida política.

“A família patriarcal fornece, assim, o grande modelo por onde se hão calcar, na vida política, as relações entre governantes e governados, entre monarcas e súdito. Uma lei moral inflexível, superior a todos os cálculos e vontades dos homens, pode regular a boa harmonia do corpo social, e portando deve ser rigorosamente respeitada e cumprida” (HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil – p. 53)

“(...) a família colonial fornecia a ideia mais normal do poder, da respeitabilidade, da obediência e da coesão entre os homens. O resultado era predominarem, em toda a vida social, sentimentos próprios à comunidade doméstica, naturalmente particularista e antipolítica, uma invasão do público pelo privado, do Estado pela família” (HOLANDA, 1995, p. 82)

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Família

Mentalidade estereotipada da casa-grande é levada para as cidades.

“Na ausência de uma burguesia urbana independente, os candidatos às funções novamente criadas recrutam-se, por força, entre indivíduos da mesma massa dos antigos senhores rurais, portadores de mentalidade e tendência características dessa classe. Toda a ordem administrativa do país, durante o Império e mesmo depois, já no regime republicano, há de comportar, por isso, elementos estreitamente vinculados ao velho sistema senhorial”. (HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil – p.57)

- Com a transgressão da ordem doméstica e familiar surge o Estado e que o simples indivíduo se faz cidadão, contribuinte, eleitor, elegível, recrutável e responsável, ante as leis da Cidade (HOLANDA, Sérgio Buarque de - Raízes do Brasil – p.101). Exemplo: mudança nas relações trabalhistas, dos mestres, aprendizes e jornaleiros...

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Estado

Herança Rural Estado brasileiro ainda preserva resquícios do sistema tradicional. Maturidade

precoce do aparelhamento do Estado. Personalismo político mais forte do que a democracia liberal.

• “Na Monarquia eram ainda os fazendeiros escravocratas e eram filhos de fazendeiros, educados nas profissões liberais, quem monopolizava a política, elegendo-se ou fazendo eleger seus candidatos, dominando os parlamentos, os ministérios, em geral todas as posições de mando, e fundando a estabilidade das instituições nesse incontestado domínio”. (HOLANDA, Sérgio Buarque de – Raízes do Brasil - p.41)

Page 54: Apresentacao_Cultura Contemporanea

Estado

Estado autoritário e cultura 1930: Estado Novo, associado à expansão das redes e das instituições culturais

(Criação do Serviço Nacional de Teatro) - Elaboração de uma ideologia de cultura brasileira

1964: Relações entre cultura e Estado são sensivelmente alterados. Ampliação do mercado cultural.

Estimulação da cultura sob a ótica de integração e controle do Estado.

• “Se compararmos a ditadura militar ao Estado Novo podemos apreender algumas analogias e diferenças que esclarecem o papel do Estado em relação à cultura. Nas duas ocasiões, 37 e 64, o que define sua política é uma visão autoritária que se desdobra no plano da cultura pela censura e pelo incentivo de determinadas ações culturais”. (Ortiz, Renato. A moderna tradição brasileira – Cultura brasileira e indústria cultural. 2006, p. 116).

Page 55: Apresentacao_Cultura Contemporanea

Estado

Centralização do Poder Nacional. 1967: Efetivação do Sistema Nacional de Turismo e Sistema Nacional de

Telecomunicações. Ampliação de bens simbólicos, devido ao crescente consumo da classe média urbana. Monopólio dos meios de comunicação promovido pelo Estado, que objetiva, sobretudo,

o seu fortalecimento.

• “A implantação da televisão no Brasil se adequa perfeitamente a essa máxima. É o Estado que efetivamente implanta a infraestrutura tecnológica do sistema de telecomunicações; neste sentido, ele provê as 'facilidades' que serão exploradas pela empresa privada. Porém, ele reserva para si o controle último dos serviços de telecomunicação. Ao se definir como concessionário único e transferir para a jurisdição federal o poder de concessão, ele concentra o poder e facilita o controle sobre as redes nacionais de televisão”. (ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira e Identidade Nacional - p. 88)

Page 56: Apresentacao_Cultura Contemporanea

Estado

Movimento cultural pós 1964 é marcado pela maior produção de bens culturais, repressão política e ideologia intensa de Estado autoritário promotor do desenvolvimento capitalista.

Estado tem necessidade em se definir como espaço de neutralidade; delimita o quadro de construção da identidade nacional.

Page 57: Apresentacao_Cultura Contemporanea

Estado

Nas nações europeias em que houve a reforma protestante, os países eram organizados e racionais.

Nas nações ibéricas (Portugal e Espanha) prevalecem a irracionalidade, a organização política é artificial e mantida por uma força exterior (espiritual), característico do regime militar. Visão da antiguidade clássica. A concepção do ócio, para as nações ibéricas, é mais importante do que o negócio, defendido pelos povos protestantes.

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Estado

Desenvolvimento do capitalismo Disparidades entre o campo e a cidade Cultura transformada em mercadoria

• “Novas relações de produção, relações capitalistas de produção em desenvolvimento cada vez mais acelerado geram novas e crescentes exigências culturais, em quantidade e em qualidade. Atinge-se, no Brasil, a etapa de desenvolvimento capitalista em que os produtos da cultura se transformam em mercadorias”.

• (SODRÉ, Nelson Werneck. Síntese da História da Cultura Brasileira – p.64)

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Estado

Boa parte dos lucros desse comércio cultural ainda está concentrado nas mãos de uma pequena classe dirigente.

• “...o trabalho dos intelectuais que ainda tomam parte na distribuição dos lucros, que pertencem de certo modo às classes dirigentes, embora sejam, socialmente, já proletarizados. Dito de outra forma, já há muito tempo que as grandes engrenagens orientam a criação artística segundo seus próprios critérios”.

• (SODRÉ, Nelson Werneck. Síntese da História da Cultura Brasileira – p. 65)

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CULTURA DIGITAL

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CULTURA DIGITAL BRASILEIRA

Claudio Prado Ex-Coordenador de políticas digitais do Ministério da Cultura

Existe uma Cultura Digital Brasileira?

“Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura. Embora a forma de organização social em redes tenha existido em outros tempos e espaços, o novo paradigma da tecnologia da informação fornece a base material para a sua expansão penetrante em toda a estrutura social.” (Manuel Castells – A Sociedade em Rede, pág. 465)

Exibido em 08.01.2001 – Entrevista ao Programa “Roda Viva”

Pierre Lévy – Filósofo (Dilúvio de Informações)

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“INTERNET, E DEPOIS?”

Crítica à ideologia tecnológica; Revolução tecnológica não é igual à revolução social; Transferência da problemática da técnica para a comunicação; Paralelo com as mídias tradicionais; defesa da televisão pública e generalista; Rapidez da informação não acompanha o processo acumulativo da cultura Inscrição das novas mídias na história contribui para a desmistificação da tecnologia.

sociólogo Dominique Wolton

“A performance técnica não substituiu a reflexão, ela requer, do contrário, a ideologia se instala. Uma vez mais, a história prova que o conhecimento – no caso aqui da comunicação – continua a ser o melhor aliado de uma compreensão do mundo. Produzir conhecimento é também um meio de relativizar as promessas e evitar decepções que não deixarão de se manifestar amanhã, quando os indivíduos perceberem que nem a felicidade individual e social, nem a sociedade de informação vêm depois dos teclados e terminais”. (WOLTON, pág. 24, 2007)

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DESAFIOS PARA A COMUNICAÇÃO

Pierre Levy

Revolução nas ciências humanas depende do aumento da capacidade de acessar o conteúdo web; o papel da inteligência coletiva na intercompreensão social no cyberespaco;

Em entrevista ao G1, ele explica a proposição de uma nova linguagem que unifique os internautas:

“É muito fácil criarmos uma representação do que está acontecendo no espaço real, físico, mas no espaço semântico, não sabemos. Não temos um sistema coordenado. Não há uma ferramenta universal para medir, mapear e representar isso. Portanto, o objetivo mais importante dessa linguagem é ser uma espécie de sistema universal coordenado do espaço semântico”.

Íntegra: http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1284962-6174,00.html

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CONTINUAÇÃO ...

Entrevista ao programa Roda Viva

Quando há muitas comunicações transversais numa sociedade, quando a informação circula facilmente e sabemos o que ocorre fora, a mente não pode mais ser controlada por uma ditadura totalitária. E, aliás, é por esse motivo que, hoje, todos os regimes ditatoriais do planeta tentam, desesperadamente, controlar a internet, pois é uma ameaça para eles. E acho que eles estão certos, pois, quando as pessoas podem comunicar-se facilmente, independentemente de estruturas hierárquicas e autoritárias, podem mostrar ao mundo o que acontece em seu país e sabem o que acontece fora. Os regimes ditatoriais não podem resistir muito tempo. É um dos motivos pelos quais sou um grande entusiasta dessas técnicas de comunicação. Não pela proeza técnica em si, mas porque há uma relação profunda entre o progresso das formas de comunicação e o progresso da democracia, o progresso da emancipação do ser humano.

Pierre Levy

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CONTROLE DA INFORMAÇÃO NA WEB

Wolton: regulamentação do conteúdo na webTecnologia como ferramenta da transparência políticaDireito Autoral e propriedade intelectual

Barreiras legais do compartilhamentoEletronic Frontier Foundation – John Barlow

“Eu declaro o espaço social global, aquele que estamos construindo, naturalmente independente das tiranias que vocês tentam nos impor. Vocês não têm o direito moral de nos impor regras, nem de possuir métodos de coação a que tenhamos razão real para temer ... Estamos formando nosso próprio Contrato Social. Essa maneira de governar surgirá de acordo com as condições de nosso mundo, não do seu. Nosso mundo é diferente ... Seus conceitos legais sobre propriedade, expressão, identidade, movimento e contexto não se aplicam a nós. Eles se baseiam na matéria. Não há matéria alguma aqui.” (Declaração de independência do Cyberespaço)

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REDES SOCIAIS DIGITAIS

Livro: Redes Sociais Digitais: a cognição conectiva do Twitter

Lucia Santaella e Renata Lemos.

Início de conversa: Conceito de REDES

Não está restrita às redes sociais. Existe em ciências já conhecidas, como a Matemática, Física, Biologia, Ciências Humanas, Literatura, Artes etc. Objetivo das redes sociais: formar uma inteligência coletiva, termo criado pelo autor Pierre Lévy:

“As tecnologias de comunicação digital, especialmente aquelas do tipo P2P ( peer to peer, de igual para igual), as comunidades móveis, a blogosfera, a explosão das RSIs (redes sociais da internet) e as mensagens em tempo real produzem como propriedade emergente a mente coletiva, um tipo de inteligência gerada pela interação entre os agentes em comunicação. Trata-se, evidentemente, de uma inteligência que vai ganhando complexidade- que resulta em capacidades cognitivas amplificadas pelo pensar, agir e sentir em rede”. (Santaella, Lucia; Lemos, Renata, p. 25, 2010)

Palavras-chave: Compartilhamento, Reciprocidade, Cumplicidade, vontade de estar junto.

Lucia Santaella

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TEMPORALIDADE DO SÉC 21: SOCIEDADE “ALWAYS ON”

Termo criado por Lucia Santaella, acesso à internet wireless, surgimento dos smartphones e tablets (ipads), comunicação ubíqua = comunicação móvel – populariza o acesso às redes sociais.

Curiosidade: Segundo a autora, a ecologia cognitiva ou inteligência coletiva e afetiva que brota dos fluxos nas redes ubíquas de comunicação, estas só podem estar preenchendo urgências humanas profundas e tal ponto que, especialmente entre os jovens, pode dar motivo à carência psíquica e à infelicidade a destruição da possibilidade de estar aqui e agora, ininterruptamente, sempre em contato.

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INTERAÇÃO MONOMODAL X INTERAÇÃO MULTIMODAL

INTERAÇÃO MONOMODAL - INTERNET 1.0 Anos 1990

Metáfora (surf e navegação pelo mar da informação) a trajetória da ‘navegação’ é unidirecional e é temporal – exige um início e fim. Havia o conceito de que virtual era oposto de real.

ANOS 2000 E CONSOLIDAÇÃO 2009 - COM AS REDES SOCIAIS MONOMODAIS MÚLTIPLAS 2.0.

Metáfora – Fluxos de informação, local em que o virtual e o real se misturam.

- geoteags ,lifestreaming, o espaço-tempo é ubíquo, acesso wireless, não é mais acesso fixo, com internet discada, é nômade e mutante (Santaella, Lúcia, p.59, 2010), possibilidade de conexãopor meio de aplicativos a várias plataformas ao mesmo tempo, existem tantas vias de acesso quanto vias de integração entre as diversas redes, conexão imediata entre as redes sociais, não importa qual seja a porta de acesso.

Marketing Digital 3.0 – respinga nas redes sociais da internet 3.0

- colaboradores X predadores, colaboradores são atores que ao se conectarem a um grupo social, geram valor para esse grupo, fazendo com que o grupo reconheça esse valor e consequentemente, retribua esse valor através de reconhecimento, impactando positivamente na reputação usuário/ marca. Predadores – são atores que, ao ganharem acesso a determinada rede, usam seus dados para proveito próprio sem gerar valor em contrapartida. (Santaella, Lucia; Lemos, Renata, p.60, 2010).

- “Outra mudança radical na estrutura de interface dessas é o seu redimensionamento para dispositivos móveis. A redução de espaço de tela fez com que surgisse toda uma nova forma de comunicação em rede: o microblogging”. (Santaella, Lucia; Lemos, Renata, p.61,2010).

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DIFERENÇA DE REDES

REDES MONOMODAIS 1.0 – coordenação em tempo real entre usuários – ICQ, MSN

REDES MONOMODAIS MÚLTIPLAS 2.0 – entretenimento, contatos

profissionais, marketing social – Orkut, Myspace

REDES MULTIMODAIS 3.0 – aplicativos e mobilidade – Facebook e Twitter

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INTERAÇÕES OU LAÇOS SOCIAIS NAS REDES SOCIAIS DIGITAIS

Facebook e Orkut – adicionar amigos, colegas de trabalhos, familiares e conhecidos como “amigos”.

Twitter – seguir amigos, colegas de trabalhos, familiares e conhecidos para fazer parte da comunidade de seguidores, mas também o grande interesse de seguir outra pessoa é o compartilhamento de ideias.

Etiqueta do Twitter: seguir sempre quem te segue? DM, unfollow – nascimento de uma nova linguagem, a autora chama de microssintaxe (Chris Messina – inventor da hashtag), manuais de redes sociais nas empresas, preocupação das empresas com sua marca na internet.

“A microssintaxe torna evidente que um novo tipo de linguagem emerge em resposta às características das micromídias exigindo dos novos participantes níveis gradativos de “alfabetização” em microssintaxe”. (Santaella, Lucia; Lemos, Renata, p. 112, 2010).

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Movimentos Sócios Culturais

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Movimentos Socioculturais

GOHN. Maria Glória. Movimentos Sociais e redes de mobilizações no Brasil contemporâneo. Editora: Vozes, Petrópolis – RJ. 2010.

Exemplos: Gênero: mulheres, homossexuais, jovens e idosos; Étnicos-raciais: afrodescendentes e indígena.

Pois, conferem aos seus participantes uma identidade centrada em fatores biológicos, étnicos/raciais ou geracional (idade).

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1.1 Movimentos das Mulheres

Exemplo de divulgações de ações das mulheres na mídia

“Jornal das Senhoras”, 1ª publicação brasileira voltada para as mulheres, sua primeira editora foi a argentina Joana Paula Manso de Noronha (1819-1875). Sua 1ª edição foi em 1 de janeiro de 1852, e durou até 1855;

“A Família”, dirigido por Josefina Álvares Azevedo, o jornal defendeu direito de voto e de divórcio. Suas reivindicações ecoaram na Constituinte de 1891, pelo deputado Lopes Trovão;

Site Marcha Mundial das Mulheres, sendo endereçada na homepage:

http://www.sof.org.br/marcha, coloca à disposição dos seus participantes informações e mobilizações sobre as causas voltadas às perspectivas feministas, afirmando o direito à auto-afirmação das mulheres e à igualdade como base da sociedade.

Duas nomenclaturas:

Feministas: envolvidas nos e na organização do campo feminista, interferem nas políticas, participam das coordenadorias e das políticas sociais.

De mulheres: mais numeroso, o que aparece ou tem visibilidade social e política é a demanda da qual são portadoras.

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1.2 Movimentos dos homossexuais

1.2.1 Ditadura e Preconceito

Fato Histórico: “Em 13 de junho de 1980, há 29 anos, um ato público inaugurava o movimento homossexual brasileiro. Centenas de homossexuais junto a integrantes de organizações de esquerda e dos movimentos negro e feminista reuniram-se em protesto nas escadarias do Teatro Municipal também contra a repressão policial. Uma batida ocorrida um mês antes, no centro de São Paulo, havia levado à prisão mais de 1.500 pessoas. Essa batida era parte de uma “operação de limpeza da cidade”, promovida pelo então delegado Richetti, que perseguia gays, lésbicas, travestis e prostitutas”.

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Ditadura e Preconceito

É no fim da década de 70, com a criação do grupo Somos e do jornal Lampião

da Esquina que Gohn (2010) considera como o início da luta política dos

homossexuais do Brasil, concomitantemente com o período da Ditadura

Militar.

Porém, o advendo da Aids no Brasil em 1983 fez com que o foco do

movimento mudasse. Assim, até a década de 90, ao invés de empenho

contra a discriminação voltaram às forças para a prevenção da doença, na

época fortemente ligada aos homossexuais.

A partir da década de 90, com mais esclarecimentos sob a doença e formas

de contagio, tanto quanto as campanhas que deflagravam a não existência

de grupos de riscos e sim de situações de risco, é que o movimento se

reestruturou em prol da luta contra a discriminação dos homossexuais.

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A retomada

A partir da década de 90, com mais esclarecimentos sob a doença e formas de contagio, tanto quanto as campanhas que deflagravam a não existência de grupos de riscos e sim de situações de risco, é que o movimento se reestruturou em prol da luta contra a discriminação dos homossexuais.

Data importante para o movimento é o ano de 1996, quando então aconteceu a primeira Parada Gay no Brasil; mesmo que ainda tímida.

Nos anos seguintes, além do aumento da mobilização dos homossexuais o movimento topou com outro problema: a espetacularização do ato pelas mídias. (Com foto)

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A cobertura da mídia

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Lampião da esquina

O jornal Lampião da Esquina foi uma das primeiras grandes publicações destinadas ao público homossexual no Brasil. Ele circulou de 1978 a 1981 e abriu caminho para uma nova imprensa homossexual brasileira no país.

Até o surgimento do jornal Lampião da Esquina, havia poucos periódicos para o público homossexual no Brasil. Eles eram mimeografados e com distribuição pulverizada.

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continuação ...

O Lampião da Esquina nunca se limitou a ser apenas um informativo. Ele foi um instrumento de luta que

buscava criar uma comunidade consciente de seus direitos, usando argumentos bastante convincentes. O

editorial da edição de lançamento dizia o seguinte: “Mostrando que o homossexual (...) não quer viver em

guetos,.‘Lampião’ deixa bem claro o que vai orientar a sua luta: nós nos empenharemos em desmoralizar esse

conceito que alguns nos querem impor – que a nossa preferência sexual possa interferir negativamente em

nossa atuação dentro do mundo em que vivemos.”

Considerado imprensa “marginal”, o jornal esbarrou no governo militar e teve que se adaptar às regras. Os

textos eram cheios de metáforas e jogos de palavras, que confundiam e brincavam com o leitor ou censor mais

desavisado. E, assim, o Lampião da Esquina deu o pontapé inicial na história da imprensa “guei” (era assim que

o jornal escrevia) no Brasil.

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continuação ...

O Lampião trazia matérias sobre justiça, violência, direitos humanos e sexualidade. Grandes

nomes passaram pela redação do Lampião da Esquina, como Aguinaldo Silva, autor de novelas

globais como “Senhora do Destino”, e os escritores Caio Fernando Abreu (de “Morangos

Mofados”), Gasparino da Matta e João Silvério Trevisan (de “Devassos no Paraíso”).

Mas o jornal não era formal e politizado o tempo todo. Ele tinha a uma seção de cartas

chamada “Mafiosas, mariposas, libertárias”, que eram respondidas com muito humor, sobre

todos os assuntos. Tinha histórias em quadrinhos, como o herói supergay Ave Noturna, dicas

de eventos e livros para os homossexuais. Enfim – tudo que homossexuais bem informados

deveriam saber.

Aquela era uma outra época, mas os problemas que gays e lésbicas enfrentavam são

praticamente os mesmos de hoje. Com a diferença de que agora os homossexuais estão mais

conscientes, graças ao trabalho de outros meios de comunicação, que nasceram graças ao

pioneirismo do Lampião da Esquina.

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O jornal e as suas causas:

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1.1 Movimentos Étnicos-Raciais

Movimento de construção de identidade e luta contra a discriminação racial, não somente de manifestações culturais.

Ações de destaque:

Troféu Raça Negra; Estatuto da Igualdade Racial Dia da Consciência Negra

Movimentos Afrodescendentes Dados importantes:

-Em 2009, a Fundação dos Palmares (ligado ao Ministério da Cultura), apontou a existência de 3,524 comunidades Quilombolas. Com 1289 reconhecidas oficialmente;

-Ainda segundo a fundação, os Estados com maior número de comunidades são: Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Pará e Pernambuco;

-Em 2000, o Censo do IBGE registrou que 69.649.861 pessoas se classificavam como negras ou mulatas;

- Em abril de 2009, foi criado o 1º Quilombo Urbano, na cidade de Porto Alegre.

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Terras indígenas: 672. 60% da população está locada na Amazônia Legal.

Em 2006 haviam cerca de 225 etnias ou povos, com 600 mil pessoas e cerca de 180 línguas diferentes.

Destaque para o programa de cotas para índios. Ex. Universidade Federal de Tocantins. A Funai colabora com bolsa alimentação, transporte, moradia e material escolar.

Noticia veiculada na Folha de S. Paulo (20/11/2006: A10-11), sobre o boom do “orgulho indígena. A matéria referia-se ao crescimento do número de grupos, tribos e remanescentes indígenas, dos Estados do Pará, Ceará e Alagoas, que reivindicam seus direitos;

Fórum Social de 2009, realizado em Belém/Pa, o evento reuniu dezenas de organizações indígenas, onde elaboraram pautas de lutas em defesa de seus direitos.

Segue abaixo algumas notícias e destaques da atuação do Movimento Indígena no Brasil, segundo Gohn (2010):

Movimento Indígena

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INCLASSIFICÁVEISComposição: Arnaldo Antunes e Chico Science