38

APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo
Page 2: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 1

APRESENTAÇÃO

Graça e Paz!

A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo Betel”, que aconteceu nos meses de abril e maio de 2012, e organizou este trabalho para que o conhecimento seja minado de maneira rápida e fácil.

Esta apostila busca trazer uma maior compreensão dos assuntos relacionados à nossa Igreja, considerando temas que visem ensinar, refletir, causar questionamentos e eliminar dúvidas, tanto de membros com uma trajetória maior, como de novos convertidos.

Cabe informar que a metodologia se difere para cada tema em virtude da diversidade de professores que nos contemplaram com seus estudos.

Assim, esperamos que cada palavra escrita possa contribuir para elevação e unificação de conhecimentos referentes à nossa amada Igreja, a Comunidade Betel.

Em amor, Equipe EBD

Page 3: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 2

SUMÁRIO

Betel – Uma comunidade protestante e inclusiva, mas não sincretista .......................... 3

Comunidade Betel: Uma comunidade cristã protestante, reformada e inclusiva ........... 9

Betel: Sua organização, seu regimento e Estatuto ......................................................... 12

Aperfeiçoados na Unidade: O Ecumenismo Cristão ....................................................... 22

Os sonhos de Betel ......................................................................................................... 26

Diaconia, um chamado para servir... .............................................................................. 29

Os Sacramentos em Betel – Batismo e Eucaristia .......................................................... 32

O futuro de Betel – a Igreja que queremos ser .............................................................. 36

Page 4: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 3

Betel – Uma comunidade protestante e inclusiva, mas não sincretista

Professor: Ricardo Pinheiro

A Comunidade Betel é uma igreja protestante inclusiva, porém reformada. Sobre a Inclusão falaremos mais adiante. Fato é que a Docência de nossa Comunidade Betel entende com perfeita convicção que a Fé Reformada é a expressão da prática Cristã em sua expressão mais consistente. Esta não é uma reivindicação de que outras comunidades, que não seguem as confissões Reformadas, não sejam cristãs; ou, ainda, que algum indivíduo não possa expressar-se de outra maneira no aspecto da Fé entre nós. É simplesmente o entendimento que temos de que a expressão mais consistente de nossa “práxis” e de nosso olhar sobre a liturgia da vida – coletivamente falando, entre nós – é por meio da Fé Reformada.

Nosso Estatuto já nos declara onde é que estamos pisando:

“(...) são reconhecidos também como verdadeiras regras de fé e prática os

Documentos Históricos legados pelos Reformadores Protestantes e que são

expressões de nosso autêntico Cristianismo.”

(parágrafo único, art. 2º).

Certamente já ouvimos falar muitas vezes “somos uma Igreja Reformada”. Porém, não poucos

sabem de fato o que é ser uma igreja reformada ou um cristão reformado. Muitos pensam que

reformar significa “inovar”, dando abertura à criatividade doutrinária, metodológica e cúltica.

Para esses, reformar tem a ver com uma liturgia carregada de coreografia e uma teologia

carregada de misticismo.

Contudo, quando se olha para o Movimento da Reforma, não é isso que se percebe. Lutero

percebeu que reformar não era inovar a sua teologia ou a sua liturgia, mas sim, redescobrir o

que havia se perdido no decorrer de séculos, quando a Bíblia já não era mais o fundamento

doutrinário da Igreja. Logo, o que se consumou como Reforma Protestante no século XVI não

foi um movimento inovador, mas restaurador, uma volta às origens, um retorno à Palavra de

Deus. Pode-se dizer – como já foi dito em aulas anteriores – que uma das grandes descobertas

da Reforma Protestante foi a “Sola Scriptura”, que era um retorno exclusivo às Escrituras.

O Rev. Carlos Alberto Henrique, capelão do Instituto Presbiteriano Mackenzie, num artigo

intitulado “Igreja Reformada”, aponta que reformar é necessário, e este era o lema de Calvino:

“Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est” (“Igreja reformada, sempre se reformando”1),

porém, é necessário entender que essa reforma não é inovação, modernização do conteúdo

da fé, mas sim restauração do entendimento desse conteúdo sob a ótica da “metanoia”, e isto

1 “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est”, de autoria do reformado holandês Gisbertus Voetius (1589-

1676), à época do Sínodo de Dort (1618-1619), cuja tradução é “A Igreja é reformada e está sempre se reformando”, tem sido interpretado como se Voetius estivesse dizendo que uma característica da Igreja Reformada é que ela está sempre mudando. Voetius não negou o princípio da reforma constante, mas destacou que o alvo era sempre retornar às Escrituras, que tinham sido a base da Reforma. E na compreensão dele e do Sínodo de Dort, as idéias dos seguidores de Armínio certamente não representariam um retorno às Escrituras.

Page 5: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 4

implica em olhar para frente compreendendo o que a relação em Cristo nos legou2. A Palavra é

a referência em todo e qualquer culto reformado, daí sua preeminência na liturgia.

Há algumas comunidades cristãs que dão maior destaque para as músicas (algumas

acompanhadas de grupos teatrais e expressões coreografadas); outras, para as orações e suas

campanhas (quase sempre voltadas para questões antropocêntricas, ou seja, para a saciedade

dos interesses do ser humano); no entanto, uma comunidade cristã reformada sempre

colocará a proclamação da Palavra e do Santo Evangelho em destaque, sinalizando a

cristocentricidade do culto. “Porque Dele, e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois,

a Ele eternamente. Amém.” (Rm. 11,36).

Numa Igreja Reformada a Palavra nunca será mero detalhe em meio a uma extensa lista de

variadas apresentações!

Em termos teológicos, a característica de uma Igreja Reformada perpassa pela compreensão

dos chamados “Os Cinco Pontos do Calvinismo”, os quais foram formulados em resposta a um

documento que ficou conhecido na história como ‘Remonstrance' ou o mesmo que ‘Protesto',

apresentado ao Estado da Holanda pelos discípulos do professor de um seminário holandês

chamado Jacob Hermann, cujo sobrenome latino era Arminius (1560-1600). Mesmo estando

inserido na tradição reformada, Arminius tinha sérias dúvidas quanto à graça soberana de

Deus, visto que era simpático aos ensinos de Pelágio e Erasmo, no que se refere à livre

vontade do homem. Este documento formulado pelos discípulos de Arminius tinha como

objetivo mudar os símbolos oficiais de doutrinas das Igrejas da Holanda (Confissão Belga e

Catecismo de Heidelberg), substituindo pelos ensinos do seu mestre.

Estes pontos do calvinismo são conhecidos mundialmente pela palavra TULIP, um acróstico

popular que na língua inglesa significa:

T otal Depravity Total Depravação

O homem não regenerado é absoluta-

mente escravo do pecado, e, por isso, é

totalmente incapaz de exercer sua

própria vontade livremente (para salvar-

se), dependendo, portanto, da obra de

Deus, a qual vivifica o homem.

U nconditional Election Eleição Incondicional

O pré-conhecimento de Deus está

baseado no propósito ou no plano de

Deus, de modo que a eleição não está

baseada em alguma condição

imaginária inventada pelo homem, mas

resulta da livre vontade do Criador à

parte de qualquer obra de fé do homem

espiritualmente morto.

2 "Em 28 de abril de 1564, um mês antes de morrer, tendo os ministros de Genebra à sua volta, Calvino despede-se;

a certa altura diz: 'A respeito de minha doutrina, ensinei fielmente e Deus me deu a graça de escrever. Fiz isso de modo mais fiel possível e nunca corrompi uma só passagem das Escrituras, nem conscientemente as distorci. Quando fui tentado a requintes, resisti à tentação e sempre estudei a simplicidade" (extraída da pág. 14 do Curso Introdutório de Homilética do Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa).

Page 6: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 5

L imited Atonement Expiação Limitada

Cristo morreu para salvar pessoas

determinadas [cada um daqueles que

entram pela “porta estreita” da vida de

amor], que lhe foram dadas pelo Pai

desde toda a eternidade. Sua morte,

portanto, foi cem por cento bem

sucedida.

I rresistible Grace Graça Irresistível

A Graça de Deus não pode ser

obstruída, visto que sua Graça é

irresistível. A Igreja Reformada não quer

significar com isso que Deus esmaga a

vontade obstinada do homem como um

gigantesco rolo compressor! A Graça

irresistível não está baseada na

onipotência de Deus, ainda que poderia

ser assim, se Deus o quisesse, mas está

baseada mais no dom da vida,

conhecido como regeneração.

P erseverance of Saints Perseverança dos Santos

A Igreja Reformada sustenta que a

salvação, que é obra realizada

inteiramente pelo Senhor – e que o

homem nada tem a fazer antes,

absoluta-mente, “para ser salvo” -, é

óbvio que o “permanecer salvo” é,

também, obra de Deus, à parte de

qualquer bem ou mal que o eleito possa

praticar. Os eleitos ‘perseverarão' pela

simples razão de que Deus prometeu

completar, em nós, a obra que ele

começou.

Todavia, a grande característica de uma Igreja Reformada é o foco na Soberania de Deus.

Infelizmente, para muitos reformados a Soberania de Deus se associa ao poder Dele de saber

tudo, ver tudo e antecipar tudo desde sempre. Entretanto, enquanto se perdem em tais

divagações que apenas nos remetem para doutrinas de angustia e aflição, ou de jactância e

eleição orgulhosa, não percebem que a Soberania de Deus, antes de tudo, é a escandalosa

liberdade de Seu amor, para Quem “não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem

incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos.” (Cl 3,11), e não as

demonstrações de Seu poder como se Deus tivesse se tornado, nas palavras do Rev. Caio

Fábio, um “Hercules com onisciência, onipotência, e onipresença”. E é o próprio Rev. Caio

quem sossega alguns críticos curiosos em desvendar algo que é “mysterium” ao escrever sobre

a Soberania:

“Quem crê na Graça, crê em Predestinação, mas não faz disso uma

doutrina, pois sabe que Deus é apenas conhecível pela fé. Assim, quem crê,

Page 7: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 6

discerne; não explica. Ora, nem Jesus e nem Paulo tentaram explicar, mas

apenas afirmaram.

O sábio, não pergunta como é Deus, mas apenas quem é Deus. Também

não pergunta pelos caminhos de Deus, mas apenas anda pela fé. Fato é que

em amor Ele nos predestinou para a adoção de filhos (...) Conforme ouvi

estrondar dias atrás dentro de mim: “Eu sou Mistério! Agrada-te de Mim!”

(fragmentos dos textos “Como é a Predestinação?” e “O Altíssimo domina

sobre o reino dos homens”).

A Soberania de Deus era tema tão valioso para a Reforma que muitos dos inimigos da fé cristã

tentavam se valer disso contra ela. Consta que o famoso apologista Erasmo provocou Lutero,

dizendo: "Deixe Deus ser bom!". A tal provocação Lutero respondeu simplesmente: "Deixe

Deus ser Deus!". Não que os Reformadores neguemos que Deus é bom; negamos que o

homem tenha capacidade para julgar a bondade de Deus. Eis a razão pela qual, como

reformados, afirmamos que Deus é bom sendo sua vontade - para nós - qual for.

Mas isso não é tudo. Além de enfatizar a Soberania absoluta de Deus, a espiritualidade

reformada apega-se a gratuidade absoluta do favor divino. Afinal, se a Graça não é por Graça,

já não pode ser chamada Graça. Num culto reformado, portanto, o “deus da barganha” não

entra – nem sequer na hora de expressar aquela musiquinha “evangélica” de suce$$o! O “deus

do escambo”, da troca, da projeção de nossa própria miséria, egoísmo e hedonismo, é

anátema para aquele que valoriza os “Sola” preconizados pelos pais da Reforma Protestante.

A Fé Reformada encontra toda a sua autoridade no ensino da Palavra de Deus. Afirmamos que

a Bíblia é a única regra de fé e prática sobre o que devemos crer e como devemos viver,

embora também ensinemos que a a Bíblia não pode ser lida literalmente. Como diz nosso

pastor, Márcio Retamero, na obra “Pode a Bíblia incluir?”:

“Na verdade, nenhum texto deve ser lido dessa maneira, nem o jornal que

lemos todos os dias ou nossa revista de predileção. Ler requer compreensão;

compreensão requer interpretação. Interpretar – corretamente – os textos

bíblicos requer conhecimento a respeito dos mesmos, principalmente se

estamos lendo a Bíblia em comunidade” (pág. 15).

Outro aspecto da Fé Reformada é a insistência que a Palavra é infalível e absolutamente digna

de confiança.

O salmista diz o seguinte: “A lei do Senhor é perfeita... Os estatutos do

Senhor são dignos de confiança... Os preceitos do Senhor são justos... O

temor [objeto de referência, chamado, a Palavra de Deus] do Senhor é

puro” (19,7-9).

Em Betel sabemos que a “lei do Senhor” é o exercício natural do Amor, o resumo que o

próprio Jesus apresentou ao fariseu que o experimentou:

Page 8: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 7

“Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus:

Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de

todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento.

O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mt. 22,36-

40).

Como comunidade de Fé Reformada temos muitos desafios nos dias atuais, aplicando o slogan

de Gisbertus Voetius: “A Igreja é reformada e está sempre se reformando”, ou seja, sempre

retornando ao espírito do conteúdo das Escrituras. E de que espírito falamos senão o do Amor

de Deus, conforme revelado em Sua Graça escandalosa? Graça que é compromisso com Ele e

com a maravilhosa Missão de continuar construindo Seu Reino entre/no meio dos homens e

mulheres a quem Ele quer bem, e não para nos incitar à “síndrome de Peter Pan espiritual”3,

conforme ensina o Rev. Caio Fábio.

Igreja Reformada mas também Inclusiva.

O que isso nos revela, ou, antes, o que isso não pode revelar?

Infelizmente, a ressignificação de alguns conceitos já se perverteu entre nós. Da mesma forma

que alguns pensam em “igreja” como “instituição” com endereço e CNPJ, esquecendo-se que

“igreja” é estado de ser mas também é ajuntamento de qualquer pessoa que tenha passado

por “metanoia” [ainda que nunca tenha pisado num templo religioso!], gente que se torna

livre para ser e para amar porque consegue discernir a experiência do amor de Deus em si

mesmo; da mesma forma, “igreja inclusiva” acabou se pervertendo para a sopa de letrinhas

LGBT, para ajuntamento de gays e lésbicas [na sua maioria ou totalidade]. Triste que tenhamos

contribuído para isso, disseminando apenas falas, discursos, compartilhando textos e artigos

estritamente direcionados à comunidade LGBT, esquecendo-nos que “inclusão” é um todo,

nunca uma parcela, pois não há meia inclusão. Aliás, como bem proferiu o Rev. Márcio

Retamero:

“Como Igreja Inclusiva não podemos nos limitar na sopa de letrinhas LGBT.

Devemos ir à busca desses, certamente, e talvez em primeiríssimo lugar, já

que são as vítimas preferenciais dos “hooligans” fundamentalistas (...)

Contudo, existem milhares de pessoas que não se enquadram na sigla LGBT,

sedentas por um local saudável e seguro para viverem sua fé ou descobri-

la.”

(Grifos meus - in “Pode a Bíblia incluir?”, pág. 68).

Nossa Fé Reformada e Inclusiva precisa rever caminhos, de modo que não reproduza o que

temos visto em vários lugares, promovendo a criação e a manutenção de “guetos”; ao

3 O teólogo e pastor Caio Fábio D’Araújo Filho entende que a “síndrome de Peter Pan espiritual” é produzida pela

“certeza jactante” de ser “povo de Deus”, que acaba inclinando o coração para longe de Deus, fugindo do amor e do crescimento na Graça. Para ele, a síndrome revela uma presunção, fruto do distanciamento do amor, pois é melhor pensar que se é de Deus de modo “marcado como gado”, do que ser de Deus porque nosso ser é e cresce em Deus, conforme a entrega corajosa em fé nas missões cotidianas do amor (in “Graça, o Caminho para cima”).

Page 9: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 8

contrário, trazendo em nossa “práxis” a profecia de Isaías que JÁ É REALIDADE pelo Poder da

Cruz: “a minha Casa será chamada Casa de Oração para todos os povos. Assim diz o Senhor!”

(Is 56,7b).

Uma Igreja Reformada e Inclusiva promoverá o Bem de Deus, o verdadeiro conhecimento de

Deus que muda o ser, e o leva à vontade da fidelidade para com o amor de Deus e para com o

próximo, em amor. Não será “mais uma” agência religiosa, ajuntando LGBTs feridos pela “falta

de espaço” nas suas antigas comunidades de fé ou, quem sabe, virando um “point” para rever

amigos aos finais de semana. Ao contrário, será um Luzeiro no meio das trevas (do desamor,

da expropriação de almas e contas-bancárias, da sede de poder e de todas as doenças de

“psiquê”), promovendo “conhecimento de Deus”, o qual não é “informação”, mas sempre

conhecimento “experiencial”, ou seja, conhecimento na Graça, o qual nos converte pelo amor

divino.

E “conversão” é rever caminhos, é retornar aos conteúdos do Evangelho, é provocar uma

mudança que opera em mim mas atinge o próximo até alcançar o coletivo!

Pra finalizar, algumas reflexões para serem respondidas com sinceridade dentro das paredes

do coração:

Eu tenho visto isto acontecer aqui na Comunidade Betel?

De que forma eu tenho agido com compromisso, correndo na direção do

“conhecimento de Deus” e que promove em mim a “revolução do amor”?

Soli Deo Gloria! – um dos princípios da Igreja Reformada.

Seja nossa constante oração no exercício da “metanoia”!

Page 10: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 9

Comunidade Betel: Uma comunidade cristã protestante, reformada e inclusiva

Professor: Luiz Gustavo

Objetivos: Explicar resumidamente a identidade da Comunidade Betel, enquanto uma ICM

reformada. Expor sua forma administrativa e de culto, relacionando-a às outras ICMs no

Brasil.

I. Comunidade Betel: Uma congregação das Igrejas da Comunidade Metropolitana

A Comunidade Betel é uma igreja local, pertencente à Fraternidade Universal das Igrejas da Comunidade Metropolitana (FUICM), a primeira e maior Igreja Inclusiva do mundo, presente em 40 países, com mais de 300 igrejas estabelecidas. A ICM possui sete igrejas, missões e grupos no Brasil. As comunidades locais das ICMs são classificadas como: grupo, missão e igreja.

a) Grupo: União de pessoas que se reúnem geralmente nos lares, sob a sigla da denominação. Os grupos são orientados a se reunirem para o estudo da Bíblia e dos diversos temas referentes à inclusão, sexualidade, prevenção etc. Dentro do grupo existe um núcleo, em geral de umas cinco a sete pessoas, chamado de Núcleo de Plantação de Igreja, que será o núcleo dirigente do grupo. A FUICM não autoriza que os grupos se reúnam publicamente como ICM.

b) Missão: Grupo maior, que pode ser reunir em lares ou outro espaço, com intuito de formar uma igreja institucional sob a direção da FUICM. A missão é um passo anterior da “igreja”. Neste passo o Núcleo de Plantação de Igreja, ou todas as pessoas da missão, elegem um Líder Pastoral Interino (LPI), que deverá ser aprovado pela FUICM, para dirigir interinamente o grupo. A FUICM orienta, da mesma forma, que este grupo evite fazer divulgações de seus trabalhos com o nome da FUICM. Nesta fase estão sendo contatadas as pessoas que tem talentos e vocações para liderança da futura Igreja que nascerá.

c) Igreja: É o grupo de cristãos autorizados pela FUICM para reunirem-se publicamente sob a bandeira da denominação. A Igreja deve possuir um estatuto próprio, que não se choque com os estatutos da denominação, deve possuir governo próprio (congregacional ou representativo)4 e um LPI, pastor leigo ou clérigo ordenado pela ICM. A ICM só ordena um único pastor para servir a uma determinada igreja, e se houver necessidade, sob a autorização do Bispo que serve à Igreja local, o pastor pode nomear pastores auxiliares para o trabalho eclesial.

Todo o trabalho da igreja local é supervisionado pelo bispo que serve à igreja (em nosso caso a Bispa Darlene Garner, que é a líder das pequenas igrejas, com menos de 50 membros, e o Bispo Hector Gutierrez, que é o responsável pelas Igrejas da América Latina), a quem se deve enviar um relatório mensal de atividades, um relatório anual, um planejamento de atividades anual. A igreja local, no caso do Brasil, deve separar 10% de dízimos e ofertas (ficando de fora os depósitos do fundo para aquisição do Templo), que deve ser enviado para a futura

4 A forma de governo da Comunidade Betel é congregacional. As decisões são tomadas pelos membros ativos da

igreja em assembléias públicas, onde tem direito à voz e voto. Todas as decisões passam por assembleias, exceto a disciplina e correção fraternal aos membros, que fica à cargo do Conselho Eclesiástico (pastor e diáconos).

Page 11: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 10

Associação das Igrejas da Comunidade Metropolitana do Brasil, para cobrir gastos administrativos, eventos nacionais da denominação e afins. É bom enfatizar que o Brasil não autoriza envio de remessas de igrejas para o exterior, por isso os valores permanecem no país. Porém, como estamos sob a liderança da FUICM, estes valores servem também para cobrir os gastos das atividades dos Bispos e eventos programados por eles quando estiverem no Brasil.

Mais informações sob a Profissão de Fé das ICMs e sobre a liderança da denominação no site da denominação www.mccchurch.org ou www.icmbrasil.com.

II. Cristã Protestante e Reformada?

Nossa denominação, a FUICM, dá liberdade para que as igrejas locais escolham sua forma administrativa (desde que não se choque com a administração mundial), sua teologia e sua forma de culto. A FUICM é uma federação de igrejas, com teologias e liturgias das mais diferentes vertentes. Por exemplo: A ICM Belo Horizonte possui uma forma pentecostal de liturgia, já a ICM SP possui uma forma episcopal carismática, a ICM Rio possui a base da liturgia reformada, porém com elementos ecumênicos de diversas tradições cristãs, como por exemplo, nosso louvor, de vertente pentecostal.

A doutrina oficial da Comunidade Betel – ICM Rio é o protestantismo calvinista ortodoxo, sem o fundamentalismo que lhe fora imputado ao longo dos séc. XIX e XX. Aceitamos e cremos na doutrina luterana da Salvação pela Graça Somente e no Sacerdócio Universal de Todos os Crentes; e, nos cinco pontos principais do calvinismo:

1. Depravação Total (Rm. 3:9-20);

2. Eleição Incondicional (Ef. 1:4,5 e 2:8-10);

3. Graça Irresistível (Jo. 6:44, 10:26,27);

4. Redenção Particular (Mt. 26:28);

5. Perseverança dos Santos (Rm. 8:28-30).

As duas primeiras doutrinas são ensinos oficiais da denominação, então todas as igrejas precisam subscrevê-los, as demais doutrinas são parte da concepção teológica da Comunidade Betel.

É bom lembrar que a declaração de fé e doutrina é de livre escolha da comunidade local, cada igreja possui a sua, mas nunca em conflito com a profissão de fé da denominação (contida nos sites da Igreja) e com os Credos Ecumênicos da Igreja Cristã. Por exemplo, não há possibilidade do surgimento de uma comunidade de fé na FUICM antitrinitária ou monofisista, ou de doutrinas não-cristãs, pois o cristianismo trinitário é doutrina oficial e unificadora da denominação.

Sobre a doutrina reformada (calvinista) existe um estudo da EBD de 30 de Outubro de 2012, disponível no nosso site www.betelrj.com, que aborda criticamente o tema, revendo historicamente os conceitos e a mentalidade reformada.

III. Uma Igreja Inclusiva.

A ICM, como já dito, é a primeira e maior Igreja Inclusiva do mundo, fundada em 06 de Agosto

de 1968, pelo Rev. Troy Perry, advindo da Assembleia de Deus americana.

a) O que significa exatamente ser Inclusivo?

Page 12: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 11

• Significa reler toda a Santa Escritura, com fé e com crítica, utilizando-nos das ciências do homem como benção de Deus para a compreensão contemporânea da Palavra de Deus, livrando-nos assim da praga do fundamentalismo religioso surgido no final do Século XIX.

• Significa sermos ecumênicos, valorizando toda a tradição religiosa cristã, a parte do fundamentalismo, seja esta tradição romana, episcopal, presbiteriana ou pentecostal. Para nós há bênçãos de Deus tanto em um culto litúrgico, com paramentos e a valorização do silêncio, quanto em um culto de valorização mística e pentecostal. Deus fala de diferentes modos e para diferentes pessoas. Não importa o modelo, Deus ainda fala!

• Significa que, apesar de crentes e espirituais, não desencarnamos a realidade da vida e nem vendemos falsas esperanças. Somos voz profética contra a mentira religiosa, a opressão gerada pelo sistema religioso perverso, associado aos sistemas excludentes e massacrantes deste mundo. Por isso clamamos contra a falsa teologia da prosperidade, contra as teologias da histeria coletiva travestidas de pentecostalidade.

• Significa que desejamos incluir a todos os excluídos pelo sistema mercadológico da religião: prostitutas, travestis, pobres, analfabetos, sem-terra, descasados, divorciados, mães e pais solteiros, mulheres vítimas de violência e desamparadas pelas igrejas, lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e todo e qualquer ser excluído pela visão preconceituosa da religião.

b) O que NÃO significa, de forma alguma, ser Inclusivo?

• Ler e tratar as Escrituras como um ídolo, com fé cega e sem crítica, sem contextualizar, ou contextualizar apenas passagens referentes à homossexualidade.

• Confundir o ecumenismo com o sincretismo religioso. Pois, embora respeitemos, amemos e defendamos os religiosos de qualquer religião, pregamos apenas a fé cristã, sem confundi-la ou misturá-la com qualquer outra fé. Ecumenismo, em nosso caso, é a união de todos os cristãos, de diferentes vertentes, com outras religiões mantemos o diálogo inter-religioso e não ecumenismo.

• Apoiar a histeria coletiva e o misticismo.

• Ser uma Igreja Gay.

IV. Conclusão

Esta é a Comunidade Betel – ICM Rio, uma Igreja Cristã Protestante, Reformada e Inclusiva. Para maior compreensão indicamos as seguintes leituras:

RETAMERO, Márcio. Pode a Bíblia Incluir? Por um olhar inclusivo sobre as Sagradas Escrituras. Rio de Janeiro: Metanoia, 2010. Sobre a doutrina reformada (calvinista) www.betelrj.com Sobre as doutrinas da ICM, Estatutos e Convênios: www.icmbrasil.com, www.icmsp.org, www.mccchurch.org .

Page 13: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 12

Betel: Sua organização, seu regimento e Estatuto

Professor: Ricardo Pinheiro

1. Datas importantes de Betel: 3 datas são extremamente importantes na sua História. Quais são elas? (Ver artigo 68 do RI).

Artigo 68. É oficializada a data de organização oficial da COMUNIDADE BETEL em 06 de agosto de 2006, ocasião de seu primeiro culto público.

Parágrafo Único: Para efeitos de lançamento histórico, são oficializadas as seguintes datas: a) 13 de novembro de 2005, ocasião do início das atividades da Igreja ainda não-organizada; b) 02 de março de 2008, data de realização da Assembleia de fundação da COMUNIDADE BETEL.

2. Betel tem outras datas muito importantes e que são oficiais. Quais são elas? (Ver artigos 69 a 71 do RI).

Artigo 69. É oficializada a data de organização do CORAL BETEL em 11 de novembro de 2007. Artigo 70. Para efeito de comemoração na COMUNIDADE BETEL, é oficializado o Dia do Pastor em 10 de julho. Artigo 71. São datas importantes para o calendário litúrgico da COMUNIDADE BETEL todas as festas cristãs historicamente consagradas, sem prejuízo do aniversário de organização oficial da Igreja e do dia do pastor.

3. Como é constituída a Comunidade Betel – também carinhosamente chamada “Comunidade

Betel do Rio de Janeiro”? (Ver artigo 2º do RI e também os arts. 3º e 4º do Estatuto).

Artigo 2º. A COMUNIDADE BETEL, também reconhecida simplesmente Igreja, é uma comunidade constituída de cristãos professos juntamente com seus filhos e outros menores sob sua guarda, associados para os fins mencionados nos artigos 3º e 4º de seu Estatuto, e com governo próprio.

§ 1º. No âmbito interno (avisos, circulares, mensagens por correio eletrônico, convites, convocações, boletins impressos e outras formas de comunicação entre Departamentos e Conselhos) ou para fins de divulgação de eventos a COMUNIDADE BETEL poderá ser reconhecida como COMUNIDADE BETEL DO RIO DE JANEIRO. § 2º. Excetuam-se os casos em que sejam necessárias as representações para fins judiciais ou extrajudiciais, ocasião em que apenas se fará menção à COMUNIDADE BETEL. Tais hipóteses ocorrerão, quando houver, nas ações e notificações judiciais e extrajudiciais, nos contratos, convênios e parcerias, nos congressos, conselhos, concílios e representações na sociedade civil e com o Poder Público, inclusive organismos para-eclesiásticos.

Artigo 3º. A Comunidade tem por princípio a defesa de um modelo associativo sem privilégios, não havendo entre os beneficiários de seus serviços qualquer distinção quanto à raça, etnia, religião, gênero e orientação sexual, ou qualquer outra forma de discriminação. Artigo 4º. A finalidade principal da Comunidade Betel é promover reuniões regulares de seus associados, visando, à luz das Sagradas Escrituras, o estudo e à divulgação do

Page 14: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 13

Evangelho de Jesus Cristo a toda e qualquer pessoa, a integração à sociedade e à convivência cristã de todas as pessoas, bem como congregar seus associados para a defesa dos interesses comunitários de promoção à Paz, à Tolerância, ao Respeito e ao Amor ao Próximo, assim como à Confraternização Universal.

Parágrafo Único: Constituem finalidades da Comunidade Betel: I – Promover atividades religiosas, educativas, culturais, recreativas e comunitárias; II - Incentivar ações e políticas públicas em favor da educação, da saúde, da ajuda comunitária, da proteção da infância e da adolescência, das mulheres, dos idosos e do amparo às pessoas portadoras de necessidades especiais; III - Incentivar ações e políticas públicas em favor da proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, da conservação da biodiversidade e do desenvolvimento do pleno exercício da cidadania; IV - Promover a parceria, a celebração de acordos e convênios objetivando a realização dos interesses de seus associados; V – Promover o diálogo local e a solidariedade entre os diferentes segmentos sociais, participando junto com outras instituições que visem interesses comuns.

4. Na sua forma de governo eclesiástica, como Betel se apresenta? Ela adota o sistema de governo episcopal (centralizado na figura de um representante), congregacional (a comunidade de fé é autônoma, não sujeita a concílios ou convenções, e cujo poder está na Assembléia) ou representativo (a comunidade de fé pode ou não ser autônoma, desde que o poder esteja na eleição de representantes ou delegados, geralmente, pastores e/ou oficiais, por um tempo determinado)? A Comunidade Betel adota o sistema congregacional no seu governo, tendo a Assembleia como Poder Máximo, mas é misto em termos de representatividade, posto que o Conselho Eclesiástico opina sobre todos os assuntos de ordem e relevância espiritual e litúrgica. O Conselho Eclesiástico é, portanto, órgão consultivo, nunca deliberativo. A Assembléia Geral sempre estará acima de todos, pessoas, cargos ou órgãos criados por ela mesma. (Ver artigo 13 do Estatuto e artigo 11 do RI).

Artigo 13. A Assembléia Geral é o órgão máximo da Comunidade Betel, podendo discutir, deliberar e votar sobre qualquer assunto de interesse comum. A Assembléia Geral é constituída por todos os associados regularmente arrolados como membros até 30 (TRINTA) dias antes da convocação, em gozo dos seus direitos de associado.

§ 1º. A Assembléia Geral será convocada, em caráter ordinário ou extraordinário, por publicação nos meios de divulgação disponíveis, sempre com antecedência mínima de 10 (DEZ) dias. Em primeira convocação, a Assembléia Geral só deliberará com a presença mínima de 2/3 dos associados, e em segunda convocação, 30 (TRINTA) minutos depois, com metade mais um dos membros considerados no gozo de seus direitos. O quorum para aprovação, em ambos os casos, será de maioria simples, exceto quando se tratar das situações previstas no parágrafo 2º, ocasião em que se aprovará com voto concorde de 2/3. § 2º. Para deliberar sobre destituição de administradores, alteração no Estatuto e dissolução da Comunidade Betel, exige-se o voto concorde de 2/3 dos presentes à Assembléia especialmente convocada para esse fim, não podendo deliberar, em primeira convocação, sem a maioria absoluta dos associados ou com menos de 1/3 nas convocações seguintes. § 3º. Compete à Assembléia Geral: I – eleger os membros do Conselho Dirigente e do Conselho Fiscal para mandato de um ano, em Assembléia especialmente designada para este fim, através de eleição por meio de voto secreto ou aberto, conforme sua decisão, ou, se houver chapa única, por aclamação, podendo haver reeleição; II – conhecer, discutir e julgar relatórios do Conselho Dirigente sobre suas atividades, assim como aprovar as contas; III

Page 15: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 14

– decidir sobre assuntos em relação aos quais este Estatuto for omisso; IV – destituir os membros do Conselho Dirigente e do Conselho Fiscal; V – alterar o Estatuto, sendo vedada qualquer proposta de alteração tendente a abolir os princípios norteadores da Comunidade, insculpidos nos artigos 2º, 3º e 4º; VI – decidir sobre extinção da Comunidade; VII – eleger ou delegar poderes ao Conselho Dirigente para eleger quaisquer comissões, inclusive a de Sucessão Pastoral. § 4º. A Assembléia Geral Ordinária será convocada pelo Presidente do Conselho Dirigente no início de cada trimestre ou sempre que se fizer necessário, de acordo com a urgência dos assuntos que precisam de aprovação da Assembléia Geral. § 5º. As Assembléias Gerais de que trata o inciso I deste artigo ocorrerão no último trimestre de cada ano e a posse, obrigatoriamente, no mês de dezembro. § 6º. Nenhuma Assembléia Geral será convocada sem especificar-se a pauta dos assuntos objetos de apreciação.

Artigo 11. A Assembleia Geral é o órgão máximo da COMUNIDADE BETEL, sendo sua autoridade exercida pelo povo reunido para: a) eleger pastores e oficiais da Igreja ou pedir a sua exoneração; b) pronunciar-se a respeito dos mesmos, bem como sobre questões orçamentárias e administrativas; c) deliberar sobre a aquisição ou alienação de imóveis e propriedades; d) receber pareceres e recomendações dos seus Conselhos (Dirigente, Fiscal e Eclesiástico) e sobre eles decidir, tudo de acordo com o que dispõe o Estatuto, além de discutir e decidir sobre assuntos nos quais o Estatuto for omisso.

§ 1º. As Assembleias são ordinárias nas hipóteses previstas no artigo 13, § 3º, I, II, III e VII, observado o que dispõe o § 4º do mesmo artigo do Estatuto, e ainda quando admitirem novos membros ou se reunirem para ordenação, instalação ou reinstalação de membros ordenados oficiais. § 2º. As Assembleias são extraordinárias nas hipóteses previstas no Estatuto em seu artigo 13, § 3º, IV, V e VI, podendo, se as circunstâncias o exigirem, ocorrer nos casos do inciso III, inclusive. Serão extraordinárias, ainda, quando discutirem desligamento do rol, suspenderem direitos e decidirem sobre questões atinentes a membros na qualidade de inativos quando o Conselho Eclesiástico não puder resolver ou se recusar a fazê-lo, sem prejuízo do que dispõe o parágrafo a seguir. § 3º. Nada impede que as Assembleias ordinárias venham a tratar, discutir e decidir questões atinentes a membros na qualidade de inativos e a reintegração destes ao exercício de plenos direitos. § 4º. Para efeito do que dispõe o art. 13, § 3º, I, do Estatuto, em consonância com o § 5º do mesmo artigo, a Assembleia Ordinária de eleição para os Conselhos Dirigente e Fiscal ocorrerá no último trimestre do ano, e a posse em caráter coletivo, preferencialmente em dezembro, porém, quando não se puder realizar no mesmo mês, se dará no primeiro domingo de janeiro.

5. Quem preside a Assembléia é sempre o pastor? (Ver o art. 17, I, “g” do Estatuto). Resposta: Não, nem sempre é o pastor. O pastor é quem convoca, abre e encerra todas as Assembléias e todas as reuniões de Conselho, mas no seu impedimento ou quando se fizer necessário o vice-moderador terá a mesma atribuição. (Ver o art. 17, II, “a” do Estatuto).

Artigo 17. São atribuições dos membros do Conselho Dirigente: I – Compete ao Presidente: (...); g) convocar, abrir, dirigir e encerrar as reuniões dos Conselhos Dirigente e Eclesiástico e da Assembléia Geral da Comunidade; II – Compete ao Vice-presidente: a) substituir o Presidente nos seus

Page 16: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 15

impedimentos ou quando se fizer necessário; (...)

6. O vice-moderador tem papel extremamente importante na vida da igreja, não é um mero

coadjuvante. Sua responsabilidade está não apenas assumir a presidência da igreja no caso de necessidade ou impedimento do pastor, mas também no próprio Conselho Dirigente e no Eclesiástico. Isto significa que o vice-moderador tem que função nestes Conselhos? (Ver o artigo 20 do RI).

Artigo 20. O vice-presidente do Conselho Dirigente obrigatoriamente cumulará a função de vice-presidente do Conselho Eclesiástico, podendo ser reconhecido, para todos os efeitos, como vice-moderador.

7. As Assembléias são ordinárias para tratar de assuntos ligados a eleição de diretoria, aprovar contas e relatórios dos Conselhos, eleição de comissões, decidir sobre assuntos omissos no Estatuto, etc. As Assembléias são extraordinárias nos demais casos, mas especialmente quando tratar sobre destituição de diretores, alterar estatuto e até extinguir a Comunidade. (Ver artigo 13, § 3º do Estatuto e artigo 11, §§ 1º e 2º do RI)

Artigo 13. A Assembléia Geral é o órgão máximo da Comunidade Betel, podendo discutir, deliberar e votar sobre qualquer assunto de interesse comum. A Assembléia Geral é constituída por todos os associados regularmente arrolados como membros até 30 (TRINTA) dias antes da convocação, em gozo dos seus direitos de associado.

§ 3º. Compete à Assembléia Geral: I – eleger os membros do Conselho Dirigente e do Conselho Fiscal para mandato de um ano, em Assembléia especialmente designada para este fim, através de eleição por meio de voto secreto ou aberto, conforme sua decisão, ou, se houver chapa única, por aclamação, podendo haver reeleição; II – conhecer, discutir e julgar relatórios do Conselho Dirigente sobre suas atividades, assim como aprovar as contas; III – decidir sobre assuntos em relação aos quais este Estatuto for omisso; IV – destituir os membros do Conselho Dirigente e do Conselho Fiscal; V – alterar o Estatuto, sendo vedada qualquer proposta de alteração tendente a abolir os princípios norteadores da Comunidade, insculpidos nos artigos 2º, 3º e 4º; VI – decidir sobre extinção da Comunidade; VII – eleger ou delegar poderes ao Conselho Dirigente para eleger quaisquer comissões, inclusive a de Sucessão Pastoral.

Artigo 11. A Assembleia Geral é o órgão máximo da COMUNIDADE BETEL, sendo sua autoridade exercida pelo povo reunido para: a) eleger pastores e oficiais da Igreja ou pedir a sua exoneração; b) pronunciar-se a respeito dos mesmos, bem como sobre questões orçamentárias e administrativas; c) deliberar sobre a aquisição ou alienação de imóveis e propriedades; d) receber pareceres e recomendações dos seus Conselhos (Dirigente, Fiscal e Eclesiástico) e sobre eles decidir, tudo de acordo com o que dispõe o Estatuto, além de discutir e decidir sobre assuntos nos quais o Estatuto for omisso.

§ 1º. As Assembleias são ordinárias nas hipóteses previstas no artigo 13, § 3º, I, II, III e VII, observado o que dispõe o § 4º do mesmo artigo do Estatuto, e ainda quando admitirem novos membros ou se reunirem para ordenação, instalação ou reinstalação de membros ordenados oficiais. § 2º. As Assembleias são extraordinárias nas hipóteses previstas no Estatuto em seu artigo 13, § 3º, IV, V e VI, podendo, se as circunstâncias o exigirem, ocorrer nos casos do inciso III, inclusive. Serão extraordinárias, ainda, quando discutirem desligamento do rol, suspenderem direitos e decidirem sobre questões atinentes a membros na qualidade de inativos quando o Conselho Eclesiástico não puder resolver ou se recusar a fazê-lo, sem prejuízo do que dispõe o parágrafo a seguir.

Page 17: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 16

8. Quantos são e qual a maior diferença entre os Conselhos de Betel?

Resposta: São 3 os Conselhos, cada qual com uma função definida tanto no Estatuto quanto no RI, a saber: Conselho Dirigente, Eclesiástico e Fiscal. As diferenças podem ser compreendidas na leitura dos artigos 14 e 16 (C. Dirigente), 18 e 19 (C. Eclesiástico) e 20 e 21 do estatuto (C. Fiscal). Explicar que o C. Fiscal é o único órgão de assessoramente da Assembléia, não faz parte do Governo Administração nem do Governo espiritual da igreja (ver o art. 55 do RI).

Artigo 14. A Diretoria da Comunidade será exercida pelo Conselho Dirigente, com mandato de um ano, reelegíveis, a critério da Assembléia Geral, que será composto por Presidente, Vice-presidente, Primeiro e Segundo Secretários e Tesoureiro. Artigo 16. São deveres do Conselho Dirigente: I – lutar pelos interesses dos associados e pela efetividade das finalidades da Comunidade; II – convocar Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias; III – cumprir e fazer cumprir as decisões das Assembléias; IV – preparar relatório anual sobre as atividades da Comunidade para ser apresentado à Assembléia Geral Ordinária; V – providenciar que o Tesoureiro prepare balancetes trimestrais e anuais para a prestação de contas do Conselho Dirigente ao Conselho Fiscal e às Assembléias Gerais, apresentando sempre os comprovantes das despesas relativas às contas; VI - propiciar a aquisição e o correto uso dos livros, documentos, ofícios e expedientes próprios à escrituração e funcionamento legal da Comunidade; VII – autorizar o recebimento de donativos ou subvenções destinados à Comunidade; VIII - representar legalmente a Comunidade perante o juízo e às autoridades constituídas; IX - contratar, como prestadores de serviços específicos, profissionais habilitados para o exercício de atividades necessárias para o regular funcionamento da Comunidade, para defesa dos interesses da Comunidade ou para outras atividades; XI - firmar convênios ou parcerias para a consecução das atividades previstas neste Estatuto; XII – reunir-se ordinariamente uma vez por mês, ou extraordinariamente, sempre que for necessário, para tratar dos assuntos relacionados à Comunidade.

Parágrafo Único: Os membros do Conselho Dirigente, excetuando-se o Presidente, não serão remunerados pela natureza dos serviços para os quais foram eleitos e que prestarem à Comunidade, sendo obrigatória a assinatura do Termo de Adesão antes do início do exercício das atividades ou durante a posse.

Artigo 18. O Conselho Eclesiástico será constituído pelo presidente e vicepresidente do Conselho Dirigente; e, ainda, pelos pastores auxiliares, quando houver, presbíteros e presbíteras, diáconos e diaconisas, devidamente ordenados ou admitidos como tais pela Assembléia. Suas decisões serão tomadas em reunião, por maioria simples, cujo quorum mínimo é de metade mais um de seus membros.

Parágrafo Único: A presidência do Conselho Eclesiástico caberá ao presidente do Conselho Dirigente, aplicando-se por extensão a duração do mandato e as demais prerrogativas.

Artigo 19. O Conselho Eclesiástico é o responsável pelas avaliações do status de associado da Comunidade quando solicitado pelo Presidente ou quaisquer membros do Conselho Dirigente, nas hipóteses mencionadas nos artigos 7º, 8º e 9º deste Estatuto, cabendo apenas à Assembléia a decisão final.

§ 1º. Ao Conselho Eclesiástico caberão a responsabilidade no aconselhamento espiritual dos membros da Comunidade, o exame prévio daqueles que incorrerem em falta, a exortação ao arrependimento do faltoso e a admoestação privada. Nestas duas últimas hipóteses não se fará encaminhamento para decisão da Assembléia exceto quando, havendo reincidência ou não-arrependimento confesso, for necessário para instrução de provas no caso de desligamento.

Page 18: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 17

§ 2º. Ao Conselho Eclesiástico caberá a recomendação à Assembléia para inclusão dos nomes no Livro de Membros Inativos.

Artigo 20. O Conselho Fiscal é órgão de assessoramento da Assembléia Geral na votação de matérias atinentes à regularidade e legalidade dos atos de administração da Comunidade. É constituído por 06 (SEIS) membros, sendo 03 (TRÊS) efetivos e 03 (TRÊS) suplentes, devendo ter um Presidente e um Secretário, escolhidos na primeira reunião após a sua posse. Em caso de vacância o mandato será assumido pelo respectivo suplente até o seu término.

Parágrafo Único: O mandato dos conselheiros fiscais, que poderão ser eleitos na mesma Assembléia Geral Extraordinária que eleger os demais administradores da Comunidade, é igual ao do Conselho Dirigente.

Artigo 21. Compete ao Conselho Fiscal: I – estudar e emitir parecer sobre a escrituração, os balancetes trimestrais e os balancetes anuais que o Presidente submeterá à apreciação da Assembléia Geral; II – dar parecer sobre o orçamento e despesas; III – realizar, no mínimo, trimestralmente, reunião ordinária com a totalidade de seus membros; IV – tomar parte nas reuniões do Conselho Dirigente, através de um de seus membros, de preferência o Presidente do Conselho Fiscal; V – examinar os livros de escrituração da Comunidade; VI – apreciar os balanços e o inventário que acompanham o relatório anual da Comunidade; VII – apreciar relatórios de planos e metas do Conselho Dirigente, emitir pareceres crítico e orientativo; VIII – orientar sobre aquisições e alienações de bens por parte da Comunidade.

Artigo 55. O Conselho Fiscal é órgão fiscalizador de assessoramento à Assembleia, não subordinado a nenhum outro órgão, composto de seis membros, sendo três efetivos e três suplentes, eleitos na mesma Assembleia que eleger os membros do Conselho Dirigente, cujos mandatos são de um ano, nos termos deste Regimento.

§ 1º. Aplica-se, por analogia, aos membros do Conselho Fiscal o mesmo “status” administrativo dos membros do Conselho Dirigente, nos termos do parágrafo único do artigo 20 do Estatuto. § 2º. Para efeitos de posse os suplentes do Conselho Fiscal serão identificados, pela ordem, como primeiro, segundo e terceiro suplentes. § 3º. É facultativa a ordenação ao presbiterato dos membros eleitos para o Conselho Fiscal, a critério da Assembleia, ouvido o Conselho Eclesiástico. § 4º. É obrigatória a convocação de um membro do Conselho Fiscal, preferencialmente de seu presidente, para as reuniões regulares do Conselho Dirigente, nos termos do artigo 21, IV, do Estatuto.

9. Qualquer um pode assumir a liderança nos Conselhos ou mesmo em um Departamento? Resposta: Quanto aos Conselhos Dirigente e Fiscal, vejamos o que diz o artigo 22 do Estatuto. Quanto ao Conselho Eclesiástico, vejamos o que diz o artigo 18 do Estatuto. Quanto a lideranças de Departamento, vejamos o exemplo do artigo 60-A do RI. Que diz a parte final?

Artigo 22. São elegíveis para o Conselho Dirigente e para o Conselho Fiscal os membros regulares, maiores de 18 (DEZOITO) anos e registrados no Livro de Membros há, pelo menos, 06 (SEIS) meses antes da convocação da Assembléia Geral no último trimestre, preferencialmente em dezembro.

Parágrafo Único: Nos casos em que o membro eleito para mandato dirigente na Comunidade também o for para cargo político, a Assembléia decidirá pelo licenciamento ou não do cargo e da participação no Conselho Dirigente e no Conselho Fiscal, conforme os parâmetros do artigo 9º, parte final, ou quaisquer outros.

Artigo 18. O Conselho Eclesiástico será constituído pelo presidente e vicepresidente

Page 19: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 18

do Conselho Dirigente; e, ainda, pelos pastores auxiliares, quando houver, presbíteros e presbíteras, diáconos e diaconisas, devidamente ordenados ou admitidos como tais pela Assembléia. Suas decisões serão tomadas em reunião, por maioria simples, cujo quorum mínimo é de metade mais um de seus membros.

Parágrafo Único: A presidência do Conselho Eclesiástico caberá ao presidente do Conselho Dirigente, aplicando-se por extensão a duração do mandato e as demais prerrogativas.

Artigo 60-A. O Departamento de Evangelização é ligado à estrutura eclesiástica da Igreja, subordinado diretamente à Assembleia e assistido pelo Conselho Eclesiástico, responsável pela execução dos trabalhos, projetos e ações de evangelização. O seu responsável será escolhido pela Assembléia, após análise pelo Conselho Eclesiástico, sendo obrigatória a admissão como membro da Igreja há pelo menos seis meses na época da indicação.

10. Qualquer um pode se tornar membro de Betel? O que é necessário? (Ver o artigo 5º do Estatuto)

Artigo 5º. Poderá ser associado todo aquele que, tendo tomado ciência do Evangelho de Jesus Cristo, reconhecer, declarar e confessar a Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador, sendo recebido pelos demais membros da Comunidade e aceitando fazer parte desta, desejar submeter-se ao seu Estatuto e à Declaração de Princípios da Comunidade Betel, tiver inscrito seu nome no Livro de Membros.

Parágrafo Único: Sem prejuízo do que dispõe o caput deste artigo serão considerados associados, ainda, toda pessoa que aceitar ser batizada em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo ou que declarar ter sido batizada por outra igreja cristã de igual forma, bem como todo aquele que, tendo ingressado na Comunidade, se mantiver regularmente participante de suas atividades.

11. Betel tem por tradição não excluir seus membros; aliás, preferimos o termo “desligamento”. Mas existem casos em que poderão ser desligados. Que casos são estes? (Ver os artigos 7º e 8º do Estatuto)

Artigo 7º. Perderão a qualidade de associados mediante desligamento: I – aqueles que o solicitarem; II – por motivo de falecimento, interdição ou ausência não justificada, pelo prazo que dispor o Regimento Interno; e III – nos casos previstos no artigo 8º. Artigo 8º. Perderá a qualidade de associado aquele que atentar contra os princípios norteadores da Comunidade Betel ou suas finalidades ou, ainda, que praticar ato ou omissão que o desabone perante a Comunidade, a juízo do Conselho Eclesiástico, que encaminhará para decisão à Assembléia.

§ 1º. Nenhuma penalidade será atribuída sem amplo direito de defesa. § 2º. A perda da qualidade de associado só terá efeito após exame prévio pelo Conselho Eclesiástico e decisão pela Assembléia. § 3º. O Regimento Interno desta Comunidade determinará as espécies de penalidade previstas pela Assembléia, que deverão abranger, caso a caso, a exortação ao arrependimento, a suspensão de direitos e o desligamento do associado. § 4º. Poderá ser criado Livro de Membros Inativos para registro dos associados ausentes ou cujos direitos tenham sido suspensos, a critério do Regimento Interno; porém, tal situação não corresponderá, em hipótese alguma, ao desligamento.

12. O que é Rol de Inativos e quem são os membros inscritos neste rol?

Ver o art. 8º, § 4º do Estatuto e o art. 5º, §§ 1º, 2º e 3º do RI. Importante salientar também

Page 20: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 19

que, embora o Conselho Eclesiástico avalie o “status” dos membros, ele não pode inscrever ou suspender ninguém do Rol de Inativos (veja o que diz o § 1º do art. 23 do RI).

Artigo 8º. Perderá a qualidade de associado aquele que atentar contra os princípios norteadores da Comunidade Betel ou suas finalidades ou, ainda, que praticar ato ou omissão que o desabone perante a Comunidade, a juízo do Conselho Eclesiástico, que encaminhará para decisão à Assembléia.

§ 4º. Poderá ser criado Livro de Membros Inativos para registro dos associados ausentes ou cujos direitos tenham sido suspensos, a critério do Regimento Interno; porém, tal situação não corresponderá, em hipótese alguma, ao desligamento.

Artigo 5º. A admissão, a suspensão e o desligamento de membro se farão conforme estabelecem as normas estatutárias e o presente Regimento Interno.

§ 1º. Os membros ausentes só passarão a constar como tais após três meses de ausência injustificada, conforme exame pelo Conselho Eclesiástico, e nos casos de atualização do rol quando a Assembleia o determinar. Somente após estes trâmites, inscrever-se-á o nome do ausente no Livro de Membros Inativos sem que isto lhe confira pena de desligamento. § 2º. O membro inscrito no Livro de Membros Inativos poderá, após três meses de freqüência aos trabalhos regulares da Igreja, requerer a reconciliação, ouvido o Conselho Eclesiástico, sem prejuízo do que dispõe o parágrafo a seguir. § 3º. O membro inscrito no Livro de Membros Inativos que não requerer a reconciliação perante a Assembleia, após cumpridos os prazos estipulados pelo Conselho Eclesiástico e não incorrendo em falta grave, será automaticamente reconciliado na primeira Assembleia que se realizar, com o devido registro em ata.

Artigo 23. O Conselho Eclesiástico é o órgão responsável pela avaliação do “status” dos membros, especialmente no que se refere aos futuros associados, pelo exame prévio dos que incorrerem em falta, porém sem poderes para demiti-los, e, nos termos do artigo 19, § 2º, do Estatuto, pela recomendação de membros ao Livro de Membros Inativos e sua respectiva suspensão, observado, ainda, o que dispõem o § 2º do artigo 6º e o § 3º do caput deste artigo, ambos neste Regimento.

§ 1º. É vedado ao Conselho Eclesiástico inscrever ou suspender membros inscritos no Livro de Membros Inativos sem autorização da Assembleia, sendo nulas todas as ações sem a decisão desta.

13. E no caso de um membro desligado do Rol de Membros estar freqüentando os cultos regularmente durante o período mínimo previsto no Estatuto (três meses), como proceder caso ele queira oficializar sua situação como membro? (Ver o art. 5º, § 4º do RI).

Artigo 5º. A admissão, a suspensão e o desligamento de membro se farão conforme estabelecem as normas estatutárias e o presente Regimento Interno.

§ 4º. O membro desligado do rol somente poderá requerer a readmissão se arrependido da falta cometida. Nos casos de haver sido desligado para servir em outra comunidade cristã, tal desligamento se fará por motivo de transferência. Neste caso, somente poderá requerer a admissão quando atender às determinações estatutárias (arts. 5º, caput, e 6º, caput, do Estatuto). Em ambos os casos, a Assembleia decidirá pela readmissão.

14. Qual a diferença entre um membro cujos direitos tenham sido declarados “suspensos” e aquele que tenha sido declarado “desligado” pela Assembléia? (Ver o artigo 7º do RI)

Artigo 7º. A suspensão de direitos difere do desligamento, eis que a primeira hipótese

Page 21: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 20

é transitória e não importa na demissão do rol. O desligamento, ao contrário, importa na perda definitiva da qualidade de membro.

Parágrafo Único: Em todos os casos a Assembleia se manifestará para decidir pela suspensão de direitos, pelo desligamento ou, se for o caso, pelo cancelamento da suspensão ou pela readmissão.

15. Existe hierarquia entre as funções eclesiásticas diaconais, presbiterais e pastorais? Para ser presbítero tem que ser diácono? Resposta: Em Betel as funções eclesiásticas e os títulos recebidos pela Assembléia são sinais de Graça e entrega ao serviço no meio do povo de Deus. Não são promoções nem cargos dados ou comprados (com “amizade” ou por qualquer outro meio). Deus escolhe, a igreja apenas elege aqueles que o Espírito Santo já separou pelos frutos dados no meio de sua vinha, a vinha do Senhor. Ao presbítero cabe o “múnus administrativo” (ver o art. 44 do RI) e ao diácono, o “múnus” de natureza litúrgica (art. 45 do RI). As atividades pastorais estão descritas no art. 33 de nosso RI.

Artigo 44. Ao presbítero caberá, em princípio, o “munus” administrativo do governo da Igreja e a prioridade na indicação para ocupar cargo no Conselho Dirigente.

Parágrafo Único: É lícito que, excepcionalmente, presbíteros sejam ordenados sem que haja cargo vacante no Conselho Dirigente ou no Conselho Fiscal, a critério da Assembleia, desde que mantida a preeminência da imperiosa necessidade administrativa para tal ordenação.

Artigo 45. Ao diácono caberá o “munus” de natureza litúrgica no governo da Igreja, realizando funções comuns com o ministro, nos termos e limites deste Regimento. Artigo 33. São funções privativas do ministro: a) celebrar o casamento religioso com efeito civil; b) orientar e supervisionar a liturgia na Igreja, observados o parágrafo único do artigo 2º do Estatuto e o artigo 64 deste Regimento, os quais expressam o reconhecimento do legado dos Reformadores Protestantes e seus documentos históricos como expressão de genuína fé reformada; c) entrevistar e avaliar doutrinariamente os candidatos a serem indicados para o oficialato, cabendo à Assembleia a aprovação ou não; e, d) quando o ministro for o presidente, presidir os Conselhos Dirigente e Eclesiástico, as Assembleias da Igreja e presidir “ex officio” todos os Departamentos e Ministérios da Igreja.

16. Qual o prazo mínimo para um membro ser indicado à Assembléia pelo Conselho Eclesiástico para as funções de diácono ou presbítero? (Ver o art. 49 + art. 54 do RI)

Artigo 49. Somente se ordenará e se instalará no ofício presbiteral e diaconal quem, recebido como membro em prazo de, no mínimo, seis meses, for previamente instruído, aceitar a doutrina, o governo e a disciplina da Igreja, sem prejuízo do que dispõem os artigos 53 e 54 desta Resolução.

Parágrafo Único: Aplica-se, no que couber, o mesmo prazo estipulado no caput do artigo 49 deste Regimento, nos casos de indicação de nomes para eleição perante a Assembleia para os cargos de vice-moderador, primeiro e segundo secretários e tesoureiro, incluindo-se os cargos para o Conselho Fiscal.

Artigo 54. Aos indicados pelo Conselho Eclesiástico ao oficialato na Igreja poderá ser exigido prazo de até seis meses, contados da homologação da indicação pela Assembleia, para fins de estágio e reafirmação dos dons para o serviço, findo o qual, serão reapresentados para homologação pela Assembleia.

Parágrafo Único: Ao candidato aprovado pela Assembleia seguirão os ritos de ordenação e investidura solenes ao ofício para o qual foi indicado. Caso já tenha sido ordenado anteriormente, segue-se apenas a investidura no ofício.

17. Embora a Bíblia nos seja a única regra de fé e prática, conforme consta no art. 2º de nosso

Page 22: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 21

Estatuto, são-nos também reconhecidas como verdadeiras regras de fé em Betel os documentos históricos elencados no art. 64 de nosso RI. (Ler e mencionar).

Artigo 2º. A Comunidade reconhece a Jesus Cristo como Líder Máximo e como Suprema Autoridade e a Bíblia Sagrada como única, necessária e suficiente Regra de Fé e Prática.

Parágrafo Único: Para efeitos do que dispõe o caput deste artigo, são reconhecidos também como verdadeiras regras de fé e prática os Documentos Históricos legados pelos Reformadores Protestantes, e que são expressões de nosso autêntico Cristianismo.

Artigo 64. Para efeito do que dispõe o parágrafo único do artigo 2º do Estatuto, reconhecem-se como autênticas regras de fé e prática os Documentos Históricos legados pelos Reformadores Protestantes, a saber: I – Segunda Confissão Helvética; II – Confissão de Fé da Guanabara (“Confessio Fluminensis”); III – Institutas da Religião Cristã; IV – Credo Apostólico (“Symbolum Apostolicum”); V – Credo Niceno (“Niceno- Constantinopolitano”); VI – Credo Atanasiano; e, VII - Credo da Indonésia.

Page 23: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 22

Aperfeiçoados na Unidade: O Ecumenismo Cristão

Professor: Luiz Gustavo

Texto Base: João 17.15-23

Objetivos: Debater o perfil da Comunidade Betel – ICM Rio enquanto uma Igreja ecumênica e

aberta ao diálogo inter-religioso, conceituando e esclarecendo tais características.

I. Introdução

O ecumenismo é um assunto bastante debatido nas diversas igrejas cristãs, mas nem por isso torna-se um tema compreendido entre os cristãos. Há mais preconceito e desinformação sobre o tema do que real esclarecimento, e as igrejas fundamentalistas são, em geral, responsáveis por esta desinformação.

II. O Ecumenismo segundo as igrejas fundamentalistas e seitas cristãs.

Uma forte característica de grupos sectários e fundamentalistas é o exclusivismo. Há grupos cristãos que afirmam categoricamente que suas igrejas são mais bíblicas, mas corretas e justas que as demais igrejas. Esta atitude arrogante os impossibilita de se associarem com outros cristãos, que no seu entender, não compreendem de maneira correta as Escrituras e o cristianismo.

Há igrejas que, de maneira leviana e desonesta, desqualificam o ecumenismo, deturpando o sentido deste conceito, associando-o à mistura de religiões, de credos e doutrinas. Há ainda grupos e seitas cristãs que, em sua compreensão limitada e exclusivista, associam o ecumenismo ao satanismo e ao culto de demônios, afirmando que o pensamento ecumênico é instrumento do mal para confundir a Igreja de Jesus.

III. Compreendendo o conceito de Ecumenismo

Ecumenismo é o processo de busca da unidade. O termo provém da palavra grega οἰκουμένη (oikouméne), designando "toda a terra habitada". Num sentido mais restrito, religioso, emprega-se o termo para os esforços em favor da unidade entre igrejas cristãs, significando que a Igreja de Cristo está além, e acima, das diferenças geográficas, culturais e políticas entre as diversas igrejas.

Igrejas ecumênicas são as que fazem um esforço no sentido de se reconhecerem mutuamente

enquanto igrejas de Cristo, relativizando suas diferenças teológicas em prol do objetivo maior

da Unidade entre os cristãos.

Para os ecumênicos o amor e a compreensão, além da defesa do direito à diferença, estão

acima de suas visões teológicas e opções litúrgicas. A frase comumente atribuída a Santo

Agostinho encaixa-se perfeitamente em nossa definição de ecumenismo: “no essencial,

Page 24: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 23

unidade; no não essencial, liberdade; em tudo, amor”.

IV. O essencial e o não essencial da doutrina cristã

a) O que seria o essencial, que deve ser professado por todas as igrejas cristãs, como base

da Unidade entre as Igrejas?

A base essencial da Unidade Cristã está nos credos ecumênicos da Igreja: Credo dos Apóstolos

(Século VI), Credo Niceno-Constantinopolitano (381), Credo Atanasiano (Século IX) e Credo de

Calcedônia (451).

Credo Apostólico

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador dos Céus e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos Céus está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na santa Igreja católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.

Credo de Calcedônia

Fiéis aos santos Pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade;

verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo,

consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado;

gerado segundo a divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, mãe de Deus; um e só

Page 25: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 24

mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis;

a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência;

não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo,

conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o Credo dos santos Pais nos transmitiu.

b) A polêmica de Maria, “mãe de Deus”.

Um dos motivos dos grupos exclusivistas serem contra o ecumenismo cristão é a aceitação,

pelas diversas igrejas cristãs (presbiterianos, metodistas, congregacionais, anglicanos e

luteranos, além dos católicos e ortodoxos), aceitarem o título “mãe de Deus”, atribuído à

Maria na Confissão de Calcedônia, em 451.

Na realidade o título não tem nada de polêmico, pois se trata de um título que nos afirma a

Perfeita Divindade de Cristo. Não se trata de um título de divinização da Virgem Maria, mas da

divinização do Filho de Deus. Maria não é “mãe de Deus” por ser de origem divina, (isso nem

os católicos romanos jamais afirmariam) mas por ter trazido ao mundo, como instrumento da

vontade de Deus, a própria Divindade. Jesus é Homem e é Deus. A fórmula de calcedônia foi

uma resposta a certa heresia surgida no quinto século, que afirmava que o Jesus humano não

era, de forma alguma, Deus.

A preocupação de Calcedônia não é o papel de Maria na história da salvação, mas a natureza

de Jesus Cristo, que é ao mesmo tempo, divina e humana. Maria pariu o próprio Deus e não

um mero homem. A discussão em 451 a.D gira em torno de Jesus Cristo e, nunca, da Virgem

Maria.

Os excessos da hiperdulia5 católico-romana não justificam a rejeição das igrejas exclusivistas

ao Credo de Calcedônia. Por causa deste preconceito anti-católico perde-se a discussão de

uma doutrina fundamental do cristianismo, que é a doutrina das duas naturezas de Cristo.

c) O que seria então o não-essencial?

São as doutrinas não fundamentais e não ligadas à salvação, que partem das diversas

interpretações particulares das inúmeras igrejas: predestinação ou livre-arbítrio? Imortalidade

da alma ou ressurreição do corpo? Pós ou pré-milenarismo? Graça resistível ou irresistível?

Essas respostas serão dadas pelos sistemas doutrinárias adotadas pelas igrejas em particular.

As ICMs admitem em suas congregações toda esta diversidade teológica.

5 Hiperdulia (do grego υπερδουλεια) é um termo teológico utilizado pelas Igrejas Católica e Ortodoxa que significa a

honra e o culto de veneração especial devotados à Maria..

Page 26: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 25

V. Diálogo Inter-religioso e sincretismo religioso

Como vimos neste estudo o ecumenismo só pode existir entre as igrejas cristãs, não

confundindo e nem abrindo mão de suas identidades particulares, suas chaves interpretativas

das Escrituras e suas posições teológicas.

Com outras religiões, não-cristãs, existe diálogo inter-religioso, cooperação mútua e defesa de

valores em comum. Por exemplo: podemos aprender com os budistas o valor da serenidade,

sem, contudo, endossar a doutrina budista; com o Candomblé podemos aprender de seu valor

para com a natureza e as coisas criadas, sem, contudo, crer na personificação das forças da

natureza, cridas nesta religião. Mas, além deste olhar e desta perspectiva, nosso dever

enquanto cristãos é o de defender o direito do outro de se expressar livremente e de crer

conforme suas convicções, ainda que não concordemos com suas convicções.

Como cristãos devemos evitar os sentimentos de superioridade e arrogância em relação a

qualquer religião e, assim como Jesus, valorizar os elementos valiosos das mesmas e, acima

disto, valorizar a ética das pessoas de religiões diferentes. O Senhor Jesus elogiou a fé de um

centurião romano e de uma mulher politeísta siro-fenícia6, devemos imitar este exemplo, e

colocar o amor cristão acima de nossas crenças pessoais.

Outro problema é confundir o diálogo inter-religioso com o sincretismo religioso, que é a

mistura das doutrinas e das crenças de diversas religiões. Percebemos o sincretismo como um

desrespeito às tradições das diversas religiões, além de trazerem mais confusão e afastarem o

diálogo entre as religiões. Nós da ICM não compactuamos com sincretismo religioso, e isso

deve ficar claro! Defendemos o direito religioso de todas as pessoas, sem com isso misturar as

nossas crenças com qualquer outra.

VI. Conclusão

O Ecumenismo é uma benção de Deus para sua Igreja. Deus deseja unidade de seu corpo,

mesmo na diversidade de pensamento. A unidade não exclui a diversidade de culto, de

doutrina, de liturgia, pelo contrário, o valoriza. Precisamos, como cristãos, valorizar a

diversidade de nossas igrejas, e acima disso, nos mirarmos nos elementos que nos unem,

acima daquilo que nos separa. Jesus Cristo é o que nos une, e seu amor é o quem estimula a

aproximação entre os cristãos e o diálogo entre todos os seres humanos, independente de

barreiras religiosas criadas pelo homem.

Bibliografia:

www.ecclesia.com.br www.luteranos.com.br/ecumenismo www.icmbrasil.com www.betelrj.com

6 Lucas 7:1-10; Marcos 7:24-30.

Page 27: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 26

Os sonhos de Betel

Professora: Léa Carvalho

Comunidade Betel

do sonho à concretude, que rumo tomar?

Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã.

Victor Hugo

O que é necessário para que o sonho seja realizado?

“Alguns homens vêem as coisas como são, e dizem 'Por quê?' Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo 'Por que não ?‘ “

George Bernard Shaw

Pessoas que acreditem que ele pode ser realizado.

Qual era o sonho de Betel?

Um lugar de acolhimento e aceitação :

• Convivência respeitosaUnidade na Diversidade

• Livre de “moralismos” e amarras da religião

Para a liberdade Cristo me libertou.

Um lugar saudável de realização espiritual:

• Adoração ao Deus que é todo Amor• Estudo fundamentado das Escrituras

Sagradas

“Fé que pensa. Razão que crê.”André Senna

Page 28: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 27

Temos construído

isto em Betel?

Então por que não crescemos???

Por que não ganhamos expressão quantitativa ????

Por que a nossa arrecadação financeira mal dá pra pagar os compromissos com aluguel e auxílio pastoral???

Por que nosso FUNDO DE RESERVA estacionou???

Para a grande maioria de nós BETEL é só uma igreja !!!

Nossos projetos pessoais passam longe da nossa comunidade de fé!

Não temos a noção de que fazemos parte de algomagnífico, grandioso e que temos o COMPROMISSO ético,colaborativo e financeiro em manter e fazer crescer Betel!

Então, por que não contribuímos???

Como alcançar nossos sonhos???

“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por

constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria...”

II Cor 9:7

A dica é:

Page 29: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 28

PLANEJAMENTO

"O planejamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos e ações serão

necessários hoje, para merecermos um futuro.”(Peter Drucker)

A ICM começou, há mais de 40 anos, com $ 3,12 e hoje está no mundo inteiro.

“Estar disposto a sacrificaro que somos por aquiloem que podemos nostransformar, isso é o queimporta.”

(Charles Du Bos, filósofo)

Estamos disposto a pagar o preço por este Ministéri o?

“Dá de ti. Dá de ti quanto puderes:o talento, a energia, o coração.Dá de ti para os homens e as mulherescomo as árvores dão e as fontes dão.Não somente os sapatos que não querese a capa que não usas no verão.Darás tudo o que fores e tiveres:o talento, a energia, o coração.Darás sem refletir, sem ser notado,de modo que ninguém diga obrigadonem te deva dinheiro ou gratidão.E com que espanto notarás, um dia,que viveste fazendo economiade talento, energia e coração!”

(Guiaroni)

Afinal de contas...Ainda existem tantos sonhos a serem

sonhados...

Ainda temos tanto a realizar...

Senhor Jesus!

Eis-nos aqui, todos renovados pelo teu amor, cheios da vida do teu Espírito.Neste dia , queremos dizer-Te de todo o coração, que po des contar conosco,para sermos tuas testemunhas neste nosso mundo, vivendo a f é de formamais completa, sempre unidos a Ti, como os ramos à videira.

Senhor, dou-te graças pelas tuas maravilhas, pelo dom do teu Espírito.

Dá-me a alegria de Te seguir, de contribuir com tua Igrej a e de ser felizna minha vocação.

Torna-me teu mensageiro de paz e de esperança, para construi r um mundonovo.

Onde Tu estás, volta a vida, floresce o deserto. Por isso, fic a sempreconosco Senhor!

Page 30: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 29

Diaconia, um chamado para servir...

Professor: Marcos Lord

Texto Base: Atos 6.1-7

1 – Naqueles dias, como crescesse o número dos discípulos, houve queixas dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas teriam sido negligenciadas na distribuição diária. 2 – Por isso, os Doze convocaram uma reunião dos discípulos e disseram: Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus, para administrar. 3 – Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos este ofício. 4 – Nós atenderemos sem cessar à oração e ao ministério da palavra. 5 – Este parecer agradou a toda a reunião. Escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. 6 – Apresentaram-nos aos apóstolos, e estes, orando, impuseram-lhes as mãos. 7 – Divulgou-se sempre mais a palavra de Deus. Multiplicava-se consideravelmente o número dos discípulos em Jerusalém. Também grande número de sacerdotes aderia à fé. (versão on-line, Bíblia Católica) 1 – Naqueles dias, o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de língua grega começaram a queixar-se dos fiéis de língua hebraica. Os de língua grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário. (versão on-line da CNBB) 1 – Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. (versão on-line Almeida Revisada Imprensa Bíblica)

Contexto histórico e social da instituição dos diáconos:

Os helenistas no livro dos Atos são os judeus que viveram longe da Judéia, geralmente em

terras de influência grega, e que adotaram hábitos como o estudo da Lei e dos Profetas em

grego, o que não era bem aceito pelos judeus autóctones. Os helenistas que se converteram

ao Cristianismo parecem ter sofrido discriminação dos cristãos de hábitos judaicos, como é

narrado no episódio da distribuição de víveres entre as viúvas helenistas, o que fez os

apóstolos nomearem como o que seria conhecido por diáconos a sete jovens helenistas,

dentre eles Estêvão. (Atos 6)

Significado:

O termo diácono (do grego antigo διάκονος, ministro, servo,ajudante) é aplicado aos clérigos de igrejas de origem cristãs, nas suas várias denominações.

Page 31: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 30

Na Bíblia Sagrada, lemos as seguintes ordenanças, qualificando os diáconos:

• Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos — Filipenses 1:1

• Os diáconos igualmente devem ser dignos, homens de palavra, não amigos de muito vinho nem de lucros desonestos — I Timóteo 3:8

• Devem ser primeiramente experimentados; depois, se não houver nada contra eles, que atuem como diáconos — I Timóteo 3:10

• O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa — I Timóteo 3:12

Os diáconos, ou servos, na Bíblia incluem servos domésticos (João 2:5,9), e governantes (Romanos 13:4), mas os usos mais comuns são de servos de Cristo e da igreja. Jesus usou a palavra para descrever seus discípulos, um em relação aos outros (Mateus 23:11), e Paulo usou a mesma palavra frequentemente para descrever evangelistas ou pregadores da palavra (1 Coríntios 3:5; Efésios 6:21; etc.). Estes termos, nos usos gerais, descrevem tanto homens como mulheres (veja Lucas 10:40; Romanos 16:1). Todos os cristãos devem servir uns aos outros (1 Pedro 4:10).

A palavra "diácono" é empregada num sentido específico em 1 Timóteo 3:8, onde Paulo começa a lista de qualificações de alguns servos especiais escolhidos na igreja. É claro que ele não está falando sobre servos no sentido geral (todos os cristãos), porque as qualificações definem um grupo limitado de pessoas.

Atributos desejáveis:

I Timóteo 3

8 - Os diáconos, igualmente, devem ser pessoas decentes, homens de palavra, não viciados no vinho nem afeitos a lucros torpes. 9 - Saibam guardar o mistério da fé graças a uma consciência pura. 10 - Será preciso, primeiro, examiná-los; depois, caso não haja nada a censurar-lhes, é que assumirão as funções de diácono. 11 - Suas esposas também sejam honestas, não maldizentes, sóbrias, fiéis em tudo. 12 - Os diáconos sejam casados uma só vez, eduquem bem seus filhos e saibam dirigir sua própria casa. 13 - Os que tiverem exercido bem a sua função alcançarão para si uma posição honrosa e se sentirão muito seguros na fé que têm no Cristo Jesus.

Cabe-nos em uma contextualização, lembrar que aqui estamos falando de alguns preceitos

morais mínimos aos que administram as funções diaconais. Trazendo o texto para os dias

atuais e para o contexto social em que é aplicado.

Diaconisas:

Romanos 16

1 - Recomendo-vos nossa irmã Febe, diaconisa da Igreja em Cencréia. 2 - Acolhei-a no Senhor, de maneira digna, como convém aos santos, e assisti-lhe em qualquer coisa em que possa precisar de ajuda; pois ela também tem ajudado a muitos, inclusive a mim.

Page 32: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 31

Diaconia na Comunidade Betel:

Art. 43. O Diácono e a Diaconisa são os representantes imediatos do povo, indicados pelo Conselho Eclesiástico, ordenados pelo pastor e empossado pela Assembléia, para, juntamente com o pastor, a pedido dês ou na sua ausência, administrar os sacramentos, invocar a benção apostólica sobre o povo de Deus, celebrar as cerimônias religiosas de uniões estáveis ou homoafetivas, e compor, ao lado dos presbíteros, o Conselho Eclesiástico, exercendo o governo e a disciplina espirituais da igreja.

Serviços específicos:

• Preparo da Santa Ceia;

• Organização do templo e adjacências;

• Manutenção da ordem dentro e fora do templo (inclui limpeza);

• Auxílio ao pastor em suas funções;

• Visita aos membros e não membros enfermos;

• Discipulado e acompanhamento aos aspirantes a membros;

• Apoio aos demais departamentos da igreja (evangelismo, eventos, louvor, etc);

• Apoio aos trabalhos sociais administrados pela Comunidade Betel;

• Participação em todos os eventos promovidos pela igreja;

• Aconselhamento de membros; entre outras coisas...

Page 33: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 32

Os Sacramentos em Betel – Batismo e Eucaristia

Professor: Marcio Retamero

A Comunidade Betel é uma igreja local afiliada à Fraternidade Universal das Igrejas da Comunidade Metropolitana. Em nossa denominação, cada comunidade/igreja local, é livre para adotar a liturgia que melhor se identifica com a comunidade/igreja local, além de um corpo mais amplo de doutrinas.

A Comunidade Betel, a Igreja da Comunidade Metropolitana do Rio de Janeiro, é uma comunidade/igreja local de tradição Reformada e Protestante. Para as Igrejas que compõem a FUICM, o mínimo para a afiliação, em matéria de doutrina, é a adoção do Credo Niceno e Apostólico, os dois sacramentos instituídos por Jesus Cristo, segundo o Novo/Segundo Testamento e a celebração dominical da Santa Ceia ou Eucaristia.

Como comunidade de fé Reformada e Protestante, portanto, calvinista, nós adotamos em Betel os documentos da Igreja da Reforma como, por exemplo, a Confissão de Fé da Igreja da Escócia, a Confissão de Fé e Catecismo de Westminster, as Institutas da Religião Cristã, de João Calvino, dentre outros documentos como o Catecismo de Heildelberg.

Para esta aula doutrinária, adotaremos as palavras e os ensinamentos do Catecismo de Heildelberg que nos ensina assim sobre os sacramentos:

• Que são sacramentos? R. São visíveis e santos sinais e selos. Deus os instituiu para nos fazer compreender melhor e para garantir a promessa do Evangelho, pelo uso deles. Essa promessa é que Deus nos dá, de graça, o perdão dos pecados e a vida eterna, por causa do único sacrifício de Cristo na cruz (1). (1) Gn 17:11; Lv 6:25; Dt 30:6; Is 6:6,7; Is 54:9; Ez 20:12; Rm 4:11; Hb 9:7,9; Hb 9:24.

• Então, tanto a Palavra como os sacramentos têm a finalidade de apontar nossa fé para o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, como o único fundamento de nossa salvação (1)? R. Sim, pois o Espírito Santo ensina no Evangelho e confirma pelos sacramentos que toda a nossa salvação está baseada no único sacrifício de Cristo na cruz. Rm 6:3; Gl 3:27.

• Quantos sacramentos Cristo instituiu na nova aliança? R. Dois: o santo batismo e a santa ceia.

• Como o batismo ensina e garante a você que o único sacrifício de Cristo na cruz é para seu bem? R. Cristo instituiu essa lavagem com água (1) e acrescentou a promessa de lavar, com seu sangue e Espírito, a impureza da minha alma (isto é, todos os meus pecados) (2) tão certo como por fora fico limpo com a água que tira a sujeira do corpo. (1) Mt 28:19. (2) Mt 3:11; Mc 1:4; Mc 16:16; Lc 3:3; Jo 1:33; At 2:38; Rm 6:3,4; 1Pe 3:21.

• O que significa ser lavado com o sangue e o Espírito de Cristo?

Page 34: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 33

R. Significa receber perdão dos pecados, pela graça de Deus, por causa do sangue de Cristo, que Ele derramou por nós, em seu sacrifício na cruz (1). Significa também ser renovado pelo Espírito Santo e santificado para ser membro de Cristo. Assim morremos mais e mais para o pecado e levamos uma vida santa e irrepreensível (2). (1) Ez 36:25; Zc 13:1; Hb 12:24; 1Pe 1:2; Ap 1:5; Ap 7:14. (2) Ez 36:26,27; Jo 1:33; Jo 3:5; Rm 6:4; 1Co 6:11; 1Co 12:13; Cl 2:11,12.

• Onde Cristo prometeu lavar-nos com seu sangue e seu Espírito, tão certo como somos lavados com a água do batismo? R. Na instituição do batismo, onde Ele diz: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28:19). "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado" (Marcos 16:16). Esta promessa se repete também onde a Escritura chama o batismo de "lavagem da regeneração" (Tito 3:5) e de "purificação dos pecados" (Atos 22:16).

• Então, a própria água do batismo é a purificação dos pecados? R. Não (1), pois somente o sangue de Jesus Cristo e o Espírito Santo nos purificam de todos os pecados (2). (1) Mt 3:11; Ef 5:26; 1Pe 3:21. (2) 1Co 6:11; 1Jo 1:7.

• Por que, então, o Espírito Santo chama o batismo "lavagem da regeneração" e "purificação dos pecados"? R. É por motivo muito sério que Deus fala assim. Ele nos quer ensinar que nossos pecados são tirados pelo sangue e Espírito de Cristo assim como a sujeira do corpo é tirada por água (1). E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por este divino sinal e garantia que somos lavados espiritualmente dos nossos pecados tão realmente como nosso corpo fica limpo com água (2) (1) 1Co 6:11; Ap 1:5; Ap 7:14. (2) Mt 16:16; Gl 3:27.

• As crianças pequenas devem ser batizadas? R. Devem, sim, porque tanto as crianças como os adultos pertencem à aliança de Deus e à sua igreja (1). Também a elas como aos adultos são prometidos, no sangue de Cristo, a salvação do pecado e o Espírito Santo que produz a fé (2). Por isso, as crianças, pelo batismo como sinal da aliança, devem ser incorporadas à igreja cristã e distinguidas dos filhos dos incrédulos (3). Na época do Antigo Testamento se fazia isto pela circuncisão (4). No Novo Testamento foi instituído o batismo, no lugar da circuncisão (5). (1) Gn 17:7. (2) Sl 22:10; Is 44:1-3; Mt 19:14; At 2:39. (3) At 10:47. (4) Gn 17:14. (5) Cl 2:11,12.

Aqui em Betel nós não rebatizamos as pessoas que foram batizadas em nome da Santíssima Trindade em suas igrejas anteriores, exceto quando essa pessoa decide individualmente, ou seja, que deseje ser batizada. Reconhecemos os batismos de todas as igrejas cristãs que adotam a doutrina Trinitariana (O Deus UNO e TRINO) e que batizam seja por aspersão, seja por imersão, pois entendemos que a forma, ou seja, a quantidade de água não torna o batismo eficaz, mas a fé da/do crente e que seja feito em nome da Trindade.

Page 35: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 34

A SANTA CEIA OU EUCARISTIA

• Como a santa ceia ensina e garante que você tem parte no único sacrifício de Cristo na cruz e em todos os seus benefícios? R. Da seguinte maneira: Cristo me mandou, assim como a todos os fiéis, comer do pão partido e beber do cálice, em sua memória. E Ele acrescentou esta promessa: Primeiro, que, por mim, seu corpo foi sacrificado na cruz e que, por mim, seu sangue foi derramado, tão certo como vejo com meus olhos que o pão do Senhor é partido para mim e o cálice me é dado. Segundo, que Ele mesmo alimenta e sacia minha alma para a vida eterna com seu corpo crucificado e seu sangue derramado, tão certo como recebo da mão do ministro e tomo com minha boca o pão e o cálice do Senhor. Eles são sinais seguros do corpo e do sangue de Cristo (1). (1) Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22:19,20; 1Co 10:16,17; 1Co 11:23-25.

• O que significa comer o corpo crucificado de Cristo e beber seu sangue derramado? R. Significa aceitar com verdadeira fé todo o sofrimento e morte de Cristo e assim receber o perdão dos pecados e a vida eterna (1). Significa também ser unido cada vez mais ao santo corpo de Cristo (2) , pelo Espírito Santo que habita tanto nEle como em nós. Assim somos carne de sua carne e osso de seus ossos (3) mesmo que Cristo esteja no céu (4) e nós na terra; e vivemos eternamente e somos governados por um só Espírito, como os membros do nosso corpo o são por uma só alma (5). (1) Jo 6:35,40,47-54. (2) Jo 6:55,56. (3) Jo 14:23; 1Co 6:15,17,19; Ef 3:16,17; Ef 5:29,30; 1Jo 3:24; 1Jo 4:13. (4) At 1:9,11; At 3:21; 1Co 11:26; Cl 3:1. (5) Jo 6:57; Jo 15:1-6; Ef 4:15,16.

• Onde Cristo prometeu alimentar e saciar os fieis com seu corpo e seu sangue, tão certo como eles comem do pão partido e bebem do cálice? R. Nas palavras da instituição da ceia, que são :"O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1Coríntios 11:23-2 (6). O apóstolo Paulo já se tinha referido a esta promessa, dizendo: "Porventura o cálice da bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão" (1Coríntios 10:16,1) (7) (1) Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22-19,20.

• Pão e vinho, então, se transformam no próprio corpo e sangue de Cristo? R. Não (1). Neste ponto há igualdade entre o batismo e a ceia. A água do batismo não se transforma no sangue de Cristo, nem tira os pecados. Ela é somente um sinal divino e uma garantia disto (2). Igualmente o pão da santa ceia não se transforma no próprio corpo de Cristo (3) , mesmo que seja chamado "corpo de Cristo", conforme a natureza e o uso dos sacramentos (4). (1) Mt 26:29. (2) Ef 5:26; Tt 3:5. (3) 1Co 10:16; 1Co 11:26. (4) Gn 17:10,11; Êx 12: 11,13; Êx 12:26,27; Êx 13:9; Êx 24:8; At 22:16; 1Co 10:1-4; 1Pe 3:21.

Page 36: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 35

• Por que, então, Cristo chama o pão "seu corpo" e o cálice "seu sangue" ou "a nova aliança em seu sangue", e por que Paulo fala sobre "a comunhão do corpo e do sangue de Cristo"? R. É por motivo muito sério que Cristo fala assim. Ele nos quer ensinar que seu corpo crucificado e seu sangue derramado são o verdadeiro alimento e bebida de nossas almas para a vida eterna, assim como pão e vinho mantêm a vida temporária (1). E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por estes visíveis sinais e garantias,primeiro: que participamos de seu corpo e sangue, pela obra do Espírito Santo, tão realmente como recebemos com nossa própria boca estes santos sinais, em memória dEle (2) ;e segundo: que todo o seu sofrimento e obediência são nossos, tão certo, como se nós mesmos tivéssemos sofrido e pago por nossos pecados. (1) Jo 6:51,53-55. (2) 1Co 10:16.

• Quem deve vir a santa ceia? R. Aqueles que se aborrecem de si mesmos por causa dos seus pecados, mas confiam que estes lhes foram perdoados por amor de Cristo e que, também, as demais fraquezas são cobertas por seu sofrimento e sua morte; e que desejam, cada vez mais, fortalecer a fé e corrigir-se na vida. Mas os pecadores impenitentes e os hipócritas comem e bebem para sua própria condenação (1). (1) 1Co 10:19-22; 1Co 11:28,29.

Aqui em BETEL como em todas as comunidades/igrejas locais da Igreja da Comunidade Metropolitana, celebramos a Santa Ceia/Eucaristia todos os domingos, conforme João Calvino desejava e recomendava, pois no culto ao Senhor, segundo a Tradição reformada, a Palavra no culto tem dois aspectos complementares: a Palavra proclamada no púlpito ou o Evangelho Audível e a Palavra celebrada no sinal e na Mesa da Comunhão ou o Evangelho Visualizado, como ensinou Karl Barth, o mais eminente teólogo reformado/calvinista, desde o século 20.

Nossa Mesa da Comunhão, como em todas as ICMs do mundo, são abertas às pessoas independente de serem membros em plena comunhão com a Igreja ou que congregam em outras comunidades cristãs. Entendemos que a Mesa da Eucaristia é do Senhor e nela cabem todos e todas as pessoas, pois Deus não faz acepção de pessoas, conforme nos ensina as Escrituras e conforme nosso paradigma da Inclusão.

Page 37: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

A p o s t i l a : C o n h e c e n d o B e t e l Página 36

O futuro de Betel – a Igreja que queremos ser

Professor: Marcio Retamero

Muitos são os sonhos da nossa comunidade de fé! Sonhamos juntos e não separados e trabalhamos arduamente no aqui e no agora, para que esses sonhos sejam concretizados amanhã, pois este, se constrói no aqui e no agora das nossas vidas.

O sonho prioritário no momento é termos nosso espaço de culto, nosso santuário, não mais um imóvel alugado. E que tal espaço esteja no centro da cidade do Rio de Janeiro, para facilitar a vinda do nosso público alvo.

O segundo sonho é termos uma “casa de passagem”, ou seja, uma casa de acolhida para as pessoas expulsas de suas famílias por serem LGBT ou mulheres que são espancadas e abusadas de seus maridos. A Casa de Passagem é uma estação no caminho da libertação da pessoa oprimida. Ela não é um estabelecimento tipo abrigo ou asilo. É “de passagem” porque queremos ajudar as pessoas na sua total libertação: trabalho, emprego, auto sustento e liberdade.

O terceiro sonho é termos dentro do nosso prédio/santuário uma escola profissionalizante voltada para as travestis e pessoas transexuais, inclusive um supletivo do ensino fundamental e médio reconhecido pelo Ministério da Educação do nosso país. Sabemos que são as travestis e as transexuais, as maiores vítimas da evasão escolar e, por não estudarem e por serem quem são, resta-lhes não uma opção, mas um único caminho: a prostituição. Tendo nossa escola profissionalizante e de formação no ensino fundamental e médio, daremos às pessoas travestis e transexuais o necessário para que elas tomem um lugar no campo do trabalho remunerado, alcançando, desta maneira, plena liberdade econômica e inclusão social. Que a prostituição não seja a única opção dessas pessoas.

O quarto sonho é termos a primeira escola superior/faculdade de teologia da América Latina em regime presencial, com a chancela e aprovação do Ministério da Educação do nosso país, com um corpo docente qualificadíssimo, uma excelente biblioteca, um decente prédio e materiais que auxiliarão os professores em suas didáticas. Queremos, anexo à Faculdade, um prédio de apartamentos pequenos para recebermos estudantes/seminaristas de todo o Brasil.

Não menos importante, o quinto sonho: implantar Igrejas da Comunidade Metropolitana pelo Brasil, ou seja, realizar missões nacionais e, quiçá, internacionais, a fim de espalharmos de norte a sul do nosso país, bem como em demais países da terra, o Evangelho Inclusivo da Graça de Jesus Cristo. Uma Igreja que não é Missionária é uma Igreja Morta! Uma Igreja Viva cumpre o “Ide” de Jesus Cristo, a fim de libertar as pessoas oprimidas, marginalizadas e excluídas pelas religiões de tipo fundamentalistas.

Sim, sonhamos alto! Contudo, sonhamos juntos! Quando sonhamos juntos e unimos nossas mãos umas às outras e nos colocamos à disposição de colaborar com nossas vidas, talentos, dízimos e ofertas alçadas, tais sonhos podem deixar de ser apenas sonhos para tornarem-se realidade. Na verdade, a palavra certa a ser usada nessa aula não é sonho, mas projetos; esses são nossos projetos de vida. Quanto tempo levará? Não sabemos, mas sabemos que uns confiam em carros, outros em cavalos, mas nós, o Povo Eleito, fazemos menção do Nome do Senhor! Por isso, venceremos e realizaremos. Chegaremos longe, pois o Senhor Jesus é o comandante desta Barca, a Comunidade Betel, a Igreja da Comunidade Metropolitana do Rio de Janeiro! Amém, amém e amém! Soli Deo Gloria!

Page 38: APRESENTAÇÃO … · Apostila: Conhecendo Betel Página 1 APRESENTAÇÃO Graça e Paz! A Equipe da Escola Bíblica Dominical (EBD) reuniu as aulas ministradas durante o curso “Conhecendo

Comunidade Betel

Igreja da Comunidade Metropolitana do Rio de Janeiro

Endereço: Praia de Botafogo, 430 - sobreloja

www.betelrj.com