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•@prof.maurosturmer
Almoço com Processo PenalA partir de segunda dia 08 de Junho sempre às 12h30
Segunda – IP
Terça – Competência
Quarta – Prisão
Quinta – Provas
Sexta – ANPP
Persecução penal• O caminho a ser percorrido pelo Estado para exercer seu direito de punir:
1ª etapa – extraprocessual – inquisitiva – inquérito.
2ª etapa – judicial –contraditória – Processo.
INQUÉRITO - CONCEITO
• Procedimento administrativo, preparatório e inquisitivo,
presidido pela autoridade policial, que tem por finalidade
reunir elementos necessários à apuração da prática de
uma infração penal e sua autoria, a fim de propiciar a
propositura da denuncia ou queixa.
Natureza Jurídica do IP• Observação: O que é natureza Jurídica? (o que e isso para o direito).
• É um procedimento administrativo – não é processo, pois nãose constitui de uma relação trilateral (delegado – parte A,parte B contraria – contraditório e ampla defesa), por isso sefala em investigado, que pode ser o objeto de umainvestigação.
Espécies de Inquéritos
• Art. 4º - CPP - A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
• § único: A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja
cometida a mesma função.
Policiais
• Inquérito Policial
• Delegados de Polícia de Carreira – PC ou PF
Não Policiais
• Inquéritos Parlamentares – Súmula 397 do STF (Crime Ocorrido
na CD ou SF)
• Inquéritos Presididos por Autoridades Judiciárias ou do MP
• Inquérito Civil - MP
• Inquéritos Policiais Militares - IPM
Investigação pelo MP
• PIC (Procedimento investigatório Criminal) – não é IP• É constitucional (STF) – Teoria dos Poderes Implícitos• Exigências
• Respeito aos DF• Respeito as Prerrogativas dos Advogados• Respeito as Cláusulas de Reserva de Jurisdição (Prisão, Busca e Apreensão,
Interceptação Telefônica)• Investigação pelos Membros• Controle nos Arquivamentos
Instauração do IP• Art. 5o Nos crimes de ação pública (incondicionada) o inquérito policial será iniciado:
• I - de ofício;
• II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
• § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
• a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
• b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou a nomeação das
testemunhas motivos de impossibilidade de o fazer;
• c) a, com indicação de sua profissão e residência.
• § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
• § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la
à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
• Ação Penal Pública Condicionada: art. 5º, § 4º, CP.
• § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação (Ação Penal
Pública Condicionada), não poderá sem ela ser iniciado.
• Ação Penal de Iniciativa Privada: art. 5º, § 5º, CPP.
• § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Características
Obrigatório
Dispensável
Sigiloso
Inquisitivo
Indisponível
Temporário
Elementos Informativos x Provas
• Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
• Não é sigiloso para:
• (i) o juiz;
• (ii) o MP – pode acompanhar o inquérito e ser o mesmo promotor na ação
penal – Sumula 234 STJ.
• Súmula 234 - A participação de membro do ministério público na fase
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para
o oferecimento da denúncia.
• (iii) o advogado – art. 7º, XIV do EOAB e Súmula Vinculante 14.
Súmula Vinculante 14
• É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso
amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa.
É possível alegar suspeição do Delegado que preside
um IP?
• Não
• Art. 107 do CPP - Não se poderá opor suspeição às autoridades
policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se
suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Prazo do IPRegra Geral
• Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido presoem flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, apartir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quandoestiver solto, mediante fiança ou sem ela.
• - Indiciado preso – 10 dias. Improrrogável
• - Indiciado solto – 30 dias. Prorrogável• § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução
dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Prazos especiais• 1. Lei 5.010/66 – prazo de conclusão do IP na justiça Federal – art. 66:
• indiciado preso - 15 dias, prorrogado por mais 15 dias;
• Segundo o art. 66, o preso deverá ser apresentado ao Juiz para a prorrogação.
• indiciado solto – 30 dias, prorrogáveis a critério do juiz – segue o CPP;
• 2. Lei 11.343/06 – lei de drogas –
• - indiciado preso – 30 dias, prorrogável por mais 30 dias;
• indiciado solto – 90 dias, prorrogável por mais 90 dias.
Novo inciso no art. 6 do CPP
• X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)
•
Indiciamento
• Conceito: é o ato pelo qual o delegado atribui a alguém a
pratica de uma infração penal, baseado em indícios da autoria
e prova da materialidade.
Lei 12.830/13
• Art. 2, § 6o - O indiciamento, privativo do delegado de polícia,
dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-
jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e
suas circunstâncias.
STF. 2ª Turma. HC 115015/SP, rel. Min. TeoriZavascki,
• O indiciamento é ato privativo da autoridade policial, segundo sua
análise técnico-jurídica do fato. O juiz não pode determinar que o
Delegado de Polícia faça o indiciamento de alguém.
Encerramento do IP
• Previsão Legal:
• Art. 10. § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado eenviará autos ao juiz competente.
• § 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sidoinquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
Encerramento do IP• O IP encerra com a apresentação de minuciosos relatório, faz um resumo do que foi feito.
• Se o relatório não foi feto o relatório?• Não gera a nulidade, é mera irregularidade.
• O IP é encaminhado para o juiz competente
• O juiz deve verificar se á caso de Ação Penal de Iniciativa Pública ou Ação Penal de IniciativaPrivada – art. 19, CPP – se for ação penal privada fica aguardando o requerente, se for ação penalpública é remetido ao MP.
• Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde
aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.
Procedimentos no Encerramento
• Ao receber os autos o Juiz (Poder Judiciário) deve:
• 1) no caso de ação penal pública encaminhar os autos ao MP;
• 2) Ação Penal Privada (art. 19 do CPP) deixar os autos em cartório
aguardando manifestação.
Procedimentos no Encerramento• MP ao receber os autos do Inquérito Policial deve:
• 1) Requerer Diligências• Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade
policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
• 2) Oferecer a Denúncia (peça que inaugura a ação penal pública)• 3) Requer o Arquivamento• 4) ANPP
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito
policial ou de quaisquer elementos informativos da
mesma natureza, o órgão do Ministério Público
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade
policial e encaminhará os autos para a instância de
revisão ministerial para fins de homologação, na
forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer peças de
informação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do
inquérito ou peças de informação ao procurador-
geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro
órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então
estará o juiz obrigado a atender.
•Acordo de Não Persecução Penal
•ANPP
Requisitos para concessão do ANPP• a) não seja caso de arquivamento da investigação;
• b) o agente confesse formal e circunstanciamete o crime
• c) a pena em abstrato seja inferior a 4 anos;
• Aqui considera-se as causas de aumento e diminuição da pena (§1º)
• Na causa de aumento, a fração que menos aumentar a pena mínima e na causa de diminuição, a fração que mais diminuir.
• d) não seja crime praticado com violência ou grave ameaça contra pessoa;
• e) não seja crime de violência doméstica
• f) não seja o agente reincidente;
• g) não seja cabível a transação;
• h) o agente não possua antecedentes que denotem conduta criminosa habitual
• l) não ter sido beneficiado nos últimos 5 anos com ANPP, transação ou sursis processual.
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Recusa do Juiz em Homologar o ANPP
• Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ousentença:
• XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de nãopersecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei. (Incluído pela Leinº 13.964, de 2019) (Vigência)
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Atenção• Art. 116 do CP - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
• I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimentoda existência do crime;
• II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;
• III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores,quando inadmissíveis; e
• IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecuçãopenal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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Questão intertemporal
• O acordo de não persecução penal (ANPP) aplica-se a fatos
ocorridos antes da Lei nº 13.964/2019, desde que não recebida a
denúncia.
• Assim, o crime foi praticado antes do dia 23 de janeiro de 2020.
• Se já houve denúncia não cabe o ANPP
• Se ainda está na fase de investigação – em tese é possível aplicar o ANPP
30
•Competência
Princípio do Juiz Natural
• Art. 5º da CF.
• XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
• LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente
Restrição ao foro por prerrogativa de função
Deputados e Senadores
Restrição ao foro por prerrogativa de função• As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser
interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do
cargo e em razão dele. Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como
Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo
ocupando o cargo de parlamentar federal. Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a
investidura no mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá
foro privilegiado. Foi fixada, portanto, a seguinte tese: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas
aos crimes (1) cometidos durante o exercício do cargo e (2) relacionados às funções
desempenhadas. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900)
• Art. 69 do CPP. Determinará a competência jurisdicional:• I - o lugar da infração; (70)• II - o domicílio ou residência do réu; (72)• III - a natureza da infração;• IV - a distribuição;• V - a conexão ou continência (76)• VI - a prevenção (83)• VII - a prerrogativa de função.
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO• Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
• § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato
de execução.
• § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia
produzir seu resultado.
• Art. 70, § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais
jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração
consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a
competência firmar-se-á pela prevenção.
• Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada
em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á
pela prevenção
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO
• Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que,
concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato
do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao
oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78,
II, c).
•Regra Especial do Crimes contra a vida.
• Em regra, o CPP acolhe a teoria do resultado, considerando como lugar do
crime o local onde o delito se consumou (crime consumado) ou onde foi
praticado o último ato de execução (no caso de crime tentado), nos termos do
art. 70 do CPP. Excepcionalmente, no caso de crimes contra a vida (dolosos ou
culposos), se os atos de execução ocorreram em um lugar e a consumação se
deu em outro, a competência para julgar o fato será do local onde foi praticada
a conduta (local da execução). Adota-se a teoria da atividade. STF. 1ª Turma.
RHC 116200/RJ, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/8/2013
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU
• Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-
se-á pelo domicílio ou residência do réu.
• § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela
prevenção.
• § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro,
será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
• Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
• I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias
pessoas reunidas (simultaneidade) , ou por várias pessoas em concurso (concurso), embora diverso
o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras (reciprocidade);
• II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para
conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; (objetiva)
• III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na
prova de outra infração. (probatória)
•Art. 77. A competência será determinada pelacontinência quando:
• I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesmainfração; (concurso de agentes)
• II - no caso de infração cometida nas condiçõesprevistas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 doCódigo Penal.
• Concurso de crimes (art. 70, 73, 74)
• Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas asseguintes regras:
• I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,prevalecerá a competência do júri;
• Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:• a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;• b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as
respectivas penas forem de igual gravidade;• c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;• III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior
graduação;• IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
Crimes Conexos da Competência da JF e JE
• Sumula 122 STJ - Compete à Justiça Federal o processo e julgamento
unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não
se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal.
Atenção
• Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território
brasileiro, será competente o juízo da (1) Capital do Estado
onde houver por último residido o acusado. Se este nunca
tiver residido no Brasil, será competente o juízo da (2) Capital
da República.
Competência dos Juízes Federais
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços
ou interesse (BIS) da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas,
excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça
Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a
execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente;
• Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi
apresentado o documento público, não importando a qualificação do
órgão expedidor.
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou
processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema
financeiro e a ordem econômico-financeira;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
Competência dos Juízes Federais
• Crime contra Sociedades de Economia Mista• BB• Petrobras
• Súmula 42 STJ – 'Compete a Justiça Comum Estadual processar e
julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e
os crimes praticados em seu detrimento.’
Competências dos Juízes Federais
Crimes contra os Correios:▪ Exploração direta pela ECT: Justiça Federal ▪ Franquia: Justiça Estadual
Fundação Pública Federal – FURG▪ Justiça Federal
Bens Tombados▪ Depende de quem tombou.
Competências dos Juízes Federais
• Prefeito que pratica desvio de Verba Federal
• - Súmulas 208 e 209 do STJ.
• Verba já incorporada ao patrimônio do Município – JE• Verba sujeita a prestação de contas junto ao TCU – JF
Competências dos Juízes Federais
• Crimes Contrabando (art. 334) e Descaminho (art. 334-A)
• Súmula 151, STJ: A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou
descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens.
• Crime cometido contra Funcionário Público Federal em razão de sua
função
• Súmula 147 do STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra
funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
• Navio – é a embarcação apta para a navegação emalto mar;
• Aeronave – é todo aparelho manobrável em voo, quepossa sustentar-se e circular no espaço aéreo,mediante reações aerodinâmicas, apto a transportarpessoas ou coisas.
PRISÃO, MEDIDAS CAUTELARES ELIBERDADE PROVISÓRIA
Art. 282 a 350 do CPP
Prof. Mauro Stürmer
56
Cautelar e Prisão Preventiva
• Art. 282, § 6º do CPP - A prisão preventiva será determinada quando
não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art.
319). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
57
•Uso de Algemas
Entendendo a Súmula Vinculante n.º 11• É possível utilização de algemas: (PRF)
• Perigo a integridade física própria ou alheia• Resistência – oposição pessoa• Receio de Fuga
• Como justificar o uso:• Sempre por escrito
• Consequências da inobservância das regras da súmula:• Responsabilização da autoridade policial ou do agente:
• Administrativa• Civil• Penal
• Haverá ainda responsabilização do Estado (Art. 37, §6º da CF)
• Por último, será caso de nulidade da prisão ou do ato processual
59
• Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em
flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas
que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para
vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas
testemunhas.
• Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os
atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o
trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério
imediato. (Redação dada pela Lei nº 13.434, de 2017)
60
Separação de Presos
• Art. 5º, XLVIII, CF - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado;
• Legalmente também há previsão da separação de presos entre os condenados
definitivamente e os que estão provisoriamente presos. (art. 300 do CPP)
• O Militar – após a lavratura do APF – deve ser recolhido a Organização Militar a
que pertencer. (art. 300 do CPP)
61
•Prisão em Flagrante
62
Prisão em Flagrante • Art. 301. Qualquer do povo poderá (facultativo) e as autoridades policiais e seus agentes deverão
(obrigatório) prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
•
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
• I - está cometendo a infração penal; (próprio)
• II - acaba de cometê-la; (próprio)
• III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração; (impróprio)
• IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
autor da infração. (presumido)
63
Infrações Permanentes
• Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em
flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
64
Procedimento
• § 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão
em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo
menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso
à autoridade.
• § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder
fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas
testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste.
65
Procedimento – novidade (pode cair)
• § 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a
informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
• Na falta de escrivão qualquer pessoas poderá lavrar o auto, após
compromisso.
66
Procedimento• Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada.
• § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado
ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o
nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
• § 2o No mesmo prazo (24h), será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas.
67
Procedimento
• Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado
a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
68
Decisões possíveis do Juiz
• Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
• I - relaxar a prisão ilegal; ou
• II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e
se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
• III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
• Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições
constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os
atos processuais, sob pena de revogação.
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•Prisão Preventiva
70
Cabimento e competência
• Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério
Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
policial. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
•
• Novidade do Pacote Anticrime: não cabe prisão preventiva de ofício
71
Fundamentos e requisitos• Art. 312
• quando houver: - Fumus Commissi Delicti• 1) prova da existência do crime e
• 2) indício suficiente de autoria.
• A prisão preventiva poderá ser decretada como: - Periculum libertatis• 1) garantia da ordem pública,
• 2) da ordem econômica,
• 3) por conveniência da instrução criminal, ou
• 4) para assegurar a aplicação da lei penal,
72
Casos de Admissão da Preventiva• Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
• I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
• II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no
inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
• III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou
pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
• Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa
ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente
em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
73
Lei Maria da Penha – Lei 11.340/06• Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
• Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº
13.641, de 2018)
• Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
• § 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei
nº 13.641, de 2018)
• § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança. (Incluído pela Lei nº 13.641,
de 2018)
• § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
•Prisão Temporária
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Cabimento
• Art. 1° Caberá prisão temporária:
• I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
• II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
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Crimes possíveis• III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos
seguintes crimes:• a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);• b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);• c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);• d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);• e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);• f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)• g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848,
de 1940)• h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)• i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);• j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);• l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;• m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;• n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
• o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).• p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº 13.260, de 2016)
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Prazo
• Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de
requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade.
• Lei dos Crimes Hediondos – 30 dias.. Prorrogáveis por mais 30 dias.
• § 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
• § 2° O despacho (decisão) que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24
(vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento.
• § 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o preso lhe seja
apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.
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Separação Obrigatória
• Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos.
• Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de vinte e quatro horas do
Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos pedidos de prisão temporária.
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Observação
• Não cabe prisão temporária de ofício pelo Juiz ou Tribunal.
Prova ilegal • É ilegal toda vez que sua obtenção caracterize violação de normas legais ou de princípios gerais do
ordenamento, de natureza processual ou material;
Nova redação do art. 157, caput
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais.
• Art. 157, § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas,
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras.