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1 Organização Administrativa Fernanda Paula Oliveira 1 Sistema de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas colectivas públicas, que asseguram, em nome da colectividade, a satisfação regular e contínua de interesses públicos secundários, isto é desempenham, a título principal, a função administrativa A ―máquina administrativa‖ 2 Fernanda Paula Oliveira A. Aspectos estruturais 3 Fernanda Paula Oliveira

Apresentação do PowerPointfpaula/pdf/apoio_aulas/da/5_Org_ Administrativ4.pdf · 3 Este fenómeno (de exercício da função materialmente administrativa por privados) não pode

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1

Organização Administrativa

Fernanda Paula Oliveira 1

Sistema de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem

como das demais pessoas colectivas públicas, que

asseguram, em nome da colectividade, a satisfação

regular e contínua de interesses públicos secundários,

isto é desempenham, a título principal, a função

administrativa

A ―máquina administrativa‖

2Fernanda Paula Oliveira

A. Aspectos estruturais

3Fernanda Paula Oliveira

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2

Elementos básicos:

Pessoas colectivas de direito público

Órgãos administrativos

Serviços públicos (que existem em cada ente e

funcionam na dependência dos respectivos órgãos):

são unidades funcionais meramente internas

4Fernanda Paula Oliveira

A privatização e a organização administrativa:

A função administrativa, embora continue a

ser exercida essencialmente por pessoas

colectivas de direito público, é também, com

cada vez maior relevo, levada a cabo por

pessoas colectivas de direito privado que se

encontram sujeitas a regimes especiais de

direito público,

Fernanda Paula Oliveira 5

Tradicionalmente: Administração pública constituída

apenas por pessoas colectivas públicas integralmente

submetidas a um regime de direito administrativo

Actualmente: o exercício da função administrativa

encontra-se também atribuído:

a pessoas colectivas, que embora de criação e/ou

controlo públicos, se revestem de forma jurídico-privada

(sociedades anónimas)

a pessoas colectivas puramente privadas (associações

e fundações),

Fernanda Paula Oliveira 6

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3

Este fenómeno (de exercício da função materialmente

administrativa por privados) não pode deixar de se

traduzir num alargamento da administração pública

em sentido orgânico.

No entanto, e apesar disto, continua a ser possível

identificar um núcleo essencial da organização

administrativa constituída por pessoas colectivas de

direito público (e pelos seus órgãos). É sobre este

núcleo essencial que a nossa atenção, para já,

incidirá.

Fernanda Paula Oliveira 7

Tendência atual para restringir a

existência destas entidades privadas

(v.g. cfr. artigo 57.º Lei n.º 24/2012: Lei

quadro das Fundações)

Fernanda Paula Oliveira 8

1. Pessoas colectivas públicas

9Fernanda Paula Oliveira

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4

Pessoas colectivas criadas por iniciativa

pública, para assegurar a prossecução

necessária de interesses públicos e, por

isso, dotadas, em nome próprio de

prerrogativas de autoridade, isto é,

exorbitantes do direito privado (poderes

e deveres públicos).

10Fernanda Paula Oliveira

Pessoas colectivas públicas

• Estado

• Autarquias locais

• Regiões autónomas

• Institutos públicos

• Entidades públicas empresariais

• Associações públicas e outras corporações públicas

11Fernanda Paula Oliveira

• Entidades administrativas independentes

Espécies de pessoas colectivas públicas

• Estado versus entes públicos menores

• Entes públicos territoriais e entes públicos institucionais

• Entes públicos dependentes e entes públicos não dependentes

12Fernanda Paula Oliveira

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Pessoas coletivas de população e território

(Estado, regiões autónomas e autarquias locais)

Entes institucionais (institutos e empresas)

Entes corporativos ou associativos (corporações

territoriais, consórcios públicos e associações

públicas)

Entes hibridos (corporações para institucionais e

institutos para corporativos

Fernanda Paula Oliveira 13

2. Órgãos

14Fernanda Paula Oliveira

Órgãos: figuras institucionais dotadas

de poderes (consultivos, decisórios ou

de fiscalização) capazes de preparar,

manifestar ou controlar as

manifestações de vontade — isto é, os

actos jurídicos — imputáveis ao ente

15Fernanda Paula Oliveira

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6

Tipos de órgãos

Órgãos colegiais e órgãos singulares

Órgãos centrais e órgãos locais

Órgãos representativos e órgãos não representativos

Órgãos activos (decisórios ou deliberativos),

consultivos e de controlo

Permanentes e temporários;

Simples e complexos

16Fernanda Paula Oliveira

3. Outros elementos

17Fernanda Paula Oliveira

— Titular ou membro: pessoa física que representa o

órgão ou a qualidade que exprime a ligação de um

indivíduo, singularmente ou em colégio, a um órgão . A

investidura é o vínculo que o liga ao órgão e que o

permite representa-lo

18Fernanda Paula Oliveira

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7

— Trabalhador da Administração pública:(com especial relevo para o pessoal dirigente e para

os funcionários nomeados), são indivíduos com uma

relação especial de serviço com os entes

administrativos e que desenvolvem, sob a direcção

dos titulares dos órgãos, a actividade dos serviços

(desempenham tarefas materiais de exercício ou

contribuem para a preparação, conhecimento e

execução dos actos jurídicos).

19Fernanda Paula Oliveira

B. Aspectos funcionais

20Fernanda Paula Oliveira

Atribuições: fins ou interesses que a lei incumbe as

pessoas colectivas públicas de prosseguir e realizar.

O caso especial dos ministérios

Pessoas coletivas de fins múltiplos

Pessoas coletivas de fins especializados

Competências: conjunto de poderes funcionais que a

lei confere aos órgãos para a prossecução das

atribuições das pessoas colectivas públicas (artigo

29.º do CPA)

Legitimação: qualificação específica do órgãos para

exercer a sua competência na situação concreta

Fernanda Paula Oliveira 21

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Competências

Artigo 29.º: funcionalidade e legalidade

ou ordem pública, com as consequentes

imodificabilidade, irrenunciabilidade e

inalienabilidade

Critérios de repartição - em razão da

matéria, da hierarquia e do território.

22Fernanda Paula Oliveira

— investidura do titular do órgão: acto de

transformação de um indivíduo ou indivíduos em

titulares do órgão ou em agentes da pessoa colectiva

— casos de impedimento (artigo 44º CPA)

— o quorum (Artigo 22º do CPA)

— decurso de um determinado lapso temporal

— autorização para agir

Factores de legitimação

23Fernanda Paula Oliveira

Conceitos

Pessoas colectivas de direito público

Órgãos e respectivos serviços

Titulares de órgãos

Trabalhadores da Administração pública

24Fernanda Paula Oliveira

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9

Atribuições

Pessoas colectivas públicas

Ministérios

Competências

Legitimação

Órgãos

Órgãos

Agentes

25Fernanda Paula Oliveira

Complexidade da máquina administrativa:

a unidade administrativa em conflito com

as tendências de pluralização e

societarização —uma máquina complexa,

composta por entes públicos que se

agrupam em sectores fundamentais

(administrações públicas)

26Fernanda Paula Oliveira

C. Os sectores da

organização administrativa

27Fernanda Paula Oliveira

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10

I. ADMINISTRAÇÕES ESTADUAIS

Lei n.º 4/2004, de 15 de Janeiro bem como os diplomas

específicos relativos a cada Ministério.

Fernanda Paula Oliveira 28

1. Administração estadual directa

Fernanda Paula Oliveira 29

— directa do Estado: actividade levada a cabo pelos

próprios serviços administrativos do Estado sob direcção

do Governo

— central (ministérios, direções gerais)

— local ou periférica (repartições de finanças,

CCDRs)

Fernanda Paula Oliveira 30

— indirecta do Estado: realizada por conta do Estado, mas

por entes diferentes do Estado (quer de natureza publica,

quer privada

2. Administração estadual indirecta

Administração indirecta — entes que:

• Não prosseguem interesses próprios mas interesses

da entidade mãe (que os criou)

• Não definem, na sua actuação a sua própria

orientação

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• Ainda é Administração do Estado

— os interesses/ tarefas são do Estado

— as entidades são criadas, extintas e orientadas pelo Estado

• Mas:

— Têm personalidade jurídica própria, e património e pessoal próprio

— praticam actos em nome próprio

31Fernanda Paula Oliveira

Administração indireta

Pública (pessoas coletivas públicas)

Privada (entes administrativos privados

ou entidades privadas strictu sensu)

Fernanda Paula Oliveira 32

2.1. Administração estatual indirecta Pública

Institutos públicos (Lei n.º 3/2004, de 15 de

Janeiro, alterada pelo Decreto-Lei n.º 105/2007, de 3

de Abril e outras alterações pontuais subsequentes a

ultima das quais pelo Decreto-Lei n.º 123/2012)

entidades públicas empresariais (Capítulo III do

Decreto-lei n.º 558/99, de 17 de Dezembro (alterado

pelo Decreto-lei n.º 300/2007, de 23 de Agosto).

Fernanda Paula Oliveira 33

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a) Institutos Públicos

Os institutos públicos são pessoas colectivas públicas, de tipo

institucional (assentam sobre uma organização de carácter material e não

de pessoas), criadas para assegurar o desempenho de determinadas

funções administrativas (fins únicos e não múltiplos) de carácter não

empresarial, pertencentes ao Estado ou a outra pessoa colectiva pública.

serviços personalizados (Instituto da Vinha e do Vinho; ICNB-

Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, etc.).

fundações públicas: patrimónios afectados à prossecução de fins

públicos especiais (Fundação para a Ciência e Tecnologia)

estabelecimentos públicos: institutos públicos de carácter cultural

ou social, organizados como serviços abertos ao público e destinados

a efectuar prestações individuais à generalidade dos cidadãos que

delas careçam (alguns Hospitais Públicos, bibliotecas e museus

públicos quando dotados de personalidade jurídica)

34

b) Entidades públicas empresariais

Pessoas colectivas de direito público, com natureza empresarial, criadas

pelo Estado, em regras sujeitas ao direito privado, na medida em que,

dada a sua finalidade (o lucro), necessitam de grande liberdade de acção,

mobilidade e flexibilidade no seu modo de funcionamento, que são

facilitados pela utilização do direito privado.

No entanto, sempre que necessário, podem lançar mão de direito público,

porque têm a seu cargo altos interesses públicos cuja salvaguarda pode

exigir a utilização de ius imperii.

Como a regra é, contudo, o direito privado, a gestão pública só pode ser

estabelecida pelos estatutos dessas empresas para determinados

aspectos do seu funcionamento.

Exemplos; REFER, a Agência Nacional de Compras Públicas, o Teatro

Nacional D. Maria II e o Teatro Nacional de S. João e alguns Hospitais,

Centros Hospitalares e Unidades Locais de Saúde.35

2.2. Administração estatual indirecta privada

A generalidade das empresas públicas (sociedades

de capitais exclusiva ou maioritariamente públicos, instituídas

para finalidades públicas sob a forma de sociedades comerciais

– v.g. Estradas de Portugal, SA -, as quais podem,

excepcionalmente ser detentoras de poderes públicos de

autoridade (o caso das Administrações Portuárias).

As fundações públicas de direito privado de

criação estadual (v.g. Fundações universitárias – U.

Porto, U. Aveiro, ISCTE): ver nova Lei-Quadro das

Fundações (Lei n.º 24/2012)

As associações públicas de direito privado,

Fernanda Paula Oliveira 36

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13

2.3. Autoridades reguladoras ou “administrações

indirectas independentes”

Entidades reguladoras que são administrações indirectas com

autonomia acrescida (para alguns autores constituem integram

entidades administrativas independentes): em regra sectoriais

(em sectores tradicionalmente públicos, agora abertos à iniciativa

privada, mas sujeitos a regulação administrativa: ERSE - energia

eléctrica e gás; ICP/ANACOM – comunicações; Banco de

Portugal – actividades financeiras; ISP – seguros; CMVM –

mercado de valores mobiliários; ERS - prestação de cuidados de

saúde.)

Institutos públicos com funções reguladoras, que integram a administração

indirecta do Estado (INTF, I.P. - transportes ferroviários; InIR, I.P. – infra-

estruturas rodoviárias; INAC, I.P. – aviação civil; IMOPPI, I.P. – mercados de

obras públicas e particulares e do imobiliário; ERSAR, I.P. – serviços de

águas e resíduos.

Fernanda Paula Oliveira 37

Em suma

Fernanda Paula Oliveira 38

Autoridades reguladoras ou

administrações

indiretas

independentes

II. ADMINISTRAÇÕES AUTÓNOMAS

39Fernanda Paula Oliveira

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14

• Prossecução de interesses próprios/ específicos de certa

colectividade de membros

• Representatividade dos órgãos (prossecução dos interesses

pelos próprios interessados)

• Auto-administração (autonomia em face do Estado)

40Fernanda Paula Oliveira

Modalidades

Administração autónoma territorial (regiões autónomas e

autarquias locais)

Administração autónoma corporativa

Associações públicas (designadamente as profissionais)

Corporações territoriais

De base legal (AML, AMP, regiões de turismo)

De base associativa: comunidades intermunicipais

(associações de municípios de fins múltiplos e associações

de freguesias de direito público)

Consórcios públicos: pessoas colectivas públicas constituídas por

diversos entes públicos, para determinadas finalidades públicas

comuns, como, por exemplo, os centros tecnológicos.

41

Administração autónoma

territorial

Administração autónoma

coorporativa não territorial

(associações públicas)

Congrega todos os membros da

comunidade local respectiva

(residentes)

Congrega somente pessoas

integrantes de agrupamentos sociais

que partilhem determinada qualidade

(v.g. profissão)

É de fins múltiplos É de fins únicos – é de fins especiais

É constitucionalmente necessária É constitucionalmente facultativa

dependendo da decisão do legislador

É fortemente regulada na constituição

(a lei não pode criar outros tipos para

além dos ali previstos)

Atribui-se um amplo espaço de

manobra ao legislador para

reconhecer e erigir as estruturas que a

integram

A constituição menciona

expressamente as suas principais

dimensões: autonomia financeira, etc.

Os seus poderes dependem do

legislador

Tem forma organizatória idêntica à do

Estado (v.g. órgãos representativos)

Tem uma variedade de formas

organizativas

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15

• Administração autónoma

• Directa

• Indirecta (de direito público - fundações públicas

municipais - e de direito privado – empresas locais,

associações ou fundações de direito privado)

43Fernanda Paula Oliveira

III. ADMINISTRAÇÕES INDEPENDENTES

44Fernanda Paula Oliveira

Organismos criados pelo Estado para realizarem tarefas

administrativas que lhes competem (como a Administração

indirecta)

Está isento de subordinação e controlo por parte do Estado

45Fernanda Paula Oliveira

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16

Os seus membros são em regra nomeados pela Assembleia da

República ou/e integram titulares designados por entidades

privadas;

Os membros designados pelo Governo não o representam nem

recebem instruções dele;

Não devem obediência a nenhum outro órgão; os titulares são

inamovíveis e irresponsáveis pelas posições ou opiniões que

adoptem no exercício das suas funções;

Não podem ser dissolvidos nem demitidos; as suas tomadas de

posição são públicas; e os pareceres, recomendações e

directivas emitidos por eles são, em regra, vinculativos.

Fernanda Paula Oliveira 46

Provedor de Justiça,

Comissão Nacional de Eleições

Comissão Nacional de Protecção de Dados

a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos

Entidade Reguladora da Comunicação Social

a Comissão para a Fiscalização do Segredo de Estado

Comissão de Fiscalização dos Serviços de Informações.

Entidades com poderes reguladores

júris de provas e concursos enquanto órgãos ocasionais não

sujeitos a hierarquia.

Fernanda Paula Oliveira 47

D. Limites do “aparelho”

Administrativo

48Fernanda Paula Oliveira

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17

Não devem considerar-se como fazendo parte

da organização administrativa:

pessoas colectivas privadas de criação estadual que

visem de forma imediata exclusivamente fins privados e

não disponham, em regra, de poderes de autoridade (o

caso das fundações de direito privado e utilidade

pública como a Casa Música),

as pessoas colectivas de mera utilidade pública

(incluindo as instituições privadas de solidariedade

social)

nem as pessoas colectivas privadas com funções de

auto regulação privada.

Nem as entidades adjudicantes para efeitos dos

procedimentos de contratação pública

49

Podem nela ser integradas:

Aquelas entidades administrativas privadas quando:

realizem finalidades públicas e

disponham de poderes de autoridade

Outras entidades privadas se dotadas de poderes públicos

delegados pela Administração

sociedades concessionárias (designadamente de serviços

públicos),

cooperativas de interesse público e ―pessoas colectivas

de utilidade pública administrativa‖ (a Santa Casa da

Misericórdia) e

outras entidades privadas.

Fernanda Paula Oliveira 50

Estas entidades são, para certos efeitos, equiparadas

aos entes públicos no âmbito mais geral da

subordinação ao direito administrativo (substancial e

processual) da gestão privada de interesses públicos:

estão sujeitas aos princípios fundamentais da

actividade administrativa e aos direitos, liberdades e

garantias, bem como a certas regras de procedimento

administrativo, na sujeição à fiscalização do Tribunal

de Contas, etc..

Fernanda Paula Oliveira 51

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18

Algumas tendências atuais

Alarga-se o âmbito das associações públicas

(designadamente das associações públicas profissionais)

Desenvolve-se a criação de autoridades reguladoras (nos

diversos sectores económicos e sociais com um estatuto

de relativa independência relativamente ao Governo e às

quais se pretende estender o estatuto de ―entidades

administrativas independentes‖)

Multiplicam-se os fenómenos de exercício de poderes

públicos, estaduais ou municipais, por entidades privadas

(de criação pública, privada ou mista), seja por concessão

ou delegação (concessionários e afins), seja por atribuição

legal,

Fernanda Paula Oliveira 52

Expande-se a auto-regulação privada de interesses

públicos na esfera económica (ex.: bolsas de valores; inter-

profissionalismo vitivinícola, agro-alimentar e agro-florestal)

e social (federações desportivas) – regulada e fiscalizada

pela Administração.

As universidades, na sua complexidade e hibridez, são

exemplo de pessoas colectivas de tipo federal que, no

entanto, têm um regime misto de administração autónoma

e de administração estadual (instituto público).

Uma administração europeia indirecta (as Autoridades

Nacionais funcionam como órgãos comunitários, para

aplicação a nível nacional ou até com eficácia

transnacional, das disposições do direito europeu,Fernanda Paula Oliveira 53

Algumas tendências atuais

E. Relações funcionais

54Fernanda Paula Oliveira

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19

Tipos

Tipos gerais (relações abstratas e permanentes)

Intra-administrativa: hierarquia

Inter subjetiva

Superintendência

Tutela

Relações de independência funcional

Tipos especiais (em regra temporárias e transitórias)

Delegação de poderes

Coordenação, cooperaçaão e concertação

Concessão

Delegação de serviços públicos

Transmissão de poderes públicos administrativos55

1. Relações de tipo geral

Fernanda Paula Oliveira 56

1.1. Hierarquia administrativa

57Fernanda Paula Oliveira

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20

Hierarquia

Modelo de organização administrativa vertical

constituída por um conjunto de órgãos e agentes

com atribuições comuns, ligados por um vínculo

jurídico que confere ao superior o poder de

direcção e ao subalterno o dever de obediência

dois órgãos (diferença entre hierarquia externa e

hierarquia interna)

atribuições comuns

um vínculo jurídico (constituído por poderes e deveres)

Fernanda Paula Oliveira 58

Poderes

• Poder de direcção: poder de emanar comandosvinculativos concretos (ordens) ou genéricos(instruções)

• Poder de supervisão: faculdade de revogar, anularou suspender os actos administrativos praticadospelos subalternos

• Poder disciplinar: faculdade de o superior punir osubalterno mediante a aplicação de sanções previstasna lei em consequência das infracções à disciplina dafunção pública

59Fernanda Paula Oliveira

Poderes (cont.)

• Poder de decidir recursos: poder de reapreciar oscasos primeiramente apreciados pelo subalternopodendo confirmar, revogar ou eventualmentesubstituir os actos dos subalternos

• Poder de inspecção: poder de fiscalizar ocomportamento de subalternos e o funcionamento dosserviços

• Poder de decidir conflitos de competências:faculdade de o superior declarar, em caso de conflitopositivo ou negativo de competências entre os seussubalternos, a qual deles pertence a competênciaconferida por lei (artigos 42º e 43º do CPA)

60Fernanda Paula Oliveira

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21

Dever de obediência às ordens:

do legítimo superior hierárquico;

em matéria de serviço;

Com a forma legal;

desde que não implique a prática de um crime

Em relação às ordens ilegais também há dever de

obediência, mas para que a responsabilidade do

funcionário seja afastada deve:

reclamar ou exigir a confirmação da ordem por escrito,

fazendo menção expressa de que considera a ordem

ou a instrução ilegal.

Se a ordem for dada com menção de cumprimento imediato,

basta que a reclamação com a opinião sobre a ilegalidade

da ordem seja enviada logo após a execução

61

1.2. Superintendência e tutela

62Fernanda Paula Oliveira

Superintendência: poder conferido ao Estado ou aoutra pessoa colectiva pública de fins múltiplos dedefinir os objectivos (fixar directivas erecomendações) e guiar a actuação (orientar) daspessoas colectivas de fins singulares ou específicoscolocados por lei na sua dependência (v.g institutospúblicos e empresas públicas): poder de orientaçãoou de definição de orientações estratégicas

Tutela: conjunto de poderes de intervenção de umapessoa colectiva pública na gestão de outra pessoacolectiva pública, a fim de assegurar a legalidade e omérito da sua actuação

63Fernanda Paula Oliveira

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22

Tipos de tutela

Quanto ao fim:

de legalidade

de mérito

Quanto ao conteúdo

inspectiva (poder de fiscalizar)

integrativa: poder de aprovar ou de autorizar actos das

entidades tuteladas

sancionatória: poder de aplicar sanções por

irregularidades

revogatória: poder de revogar e anular actos das

entidades tuteladas

substitutiva: suprimir omissões das entidades

tuteladas, em vez delas e por conta delas 64

Tutela sobre as autarquias locais

Tutela de legalidade (exclusão do mérito)

Núcleo central: tutela inspectiva

Possibilidade (quando expressamente prevista na lei e

sempre que necessária) de tutela: Integrativa

sancionatória

Anulatória

Exclusão de tutela:

Substitutiva

Revogatória

Princípio da tipicidade das medidas de tutela; ligação a um

procedimento e vinculação quanto aos fundamentos da

dissolução de órgão ou perda de mandato

Fernanda Paula Oliveira 65

hierarquia superintendência tutela

localização Administração

estadual directa

Administração

indirecta

Administração

Indirecta e

autónoma

fundamento

jurídico

inerente à relação

hierárquica

lei Lei

objecto dirigir orientar Controlar

poderes ordens e instruções,

poder disciplinar,

revogatório, etc.

directivas e

recomendações

fiscalização

controlo

contencioso

não controlável

contenciosamente

não impugnáveis

contenciosamente

Impugnáveis

contenciosamente

66

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23

1.3. Relações de independência funcional

67Fernanda Paula Oliveira

a) Há autoridades que gozam de

independência ou de autonomia funcional

(total ou parcial):

as autoridades administrativas independentes, em

sentido estrito, bem como, em certos aspectos, as

autoridades reguladoras (―semi-independentes‖);

os júris de provas e de concursos (órgãos temporários).

Fernanda Paula Oliveira 68

b) No âmbito de uma mesma pessoa colectiva há órgãos

permanentes que se relacionam entre si com independência

mútua:

dentro de uma pessoa colectiva desconcentrada

horizontalmente – por exemplo, no município, nas relações

entre o presidente da câmara, a câmara municipal e a

assembleia municipal;

dentro de uma pessoa colectiva desconcentrada

verticalmente – por exemplo, numa universidade, os órgãos

de gestão das faculdades, entre si ou perante o Reitor;

no interior de um órgão complexo – nas situações de

pluralismo orgânico-funcional (ministros, entre si ou com o

Primeiro Ministro, no contexto do órgão Governo) ou de

coadjuvação (secretários de Estado relativamente aos

ministros). 69

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24

A lei pode estabelecer expressamente relações

especiais de interdependência, que impliquem

uma subordinação funcional limitada entre órgãos

(em regra) independentes ou autónomos

poderes de controlo preventivo da assembleia sobre actos da

câmara municipal;

poder de decisão de recursos da câmara municipal

relativamente a actos do presidente da câmara (enquanto

órgão dotado de competência própria)

ou o poder de exoneração do titular de outro órgão

(destituição do Reitor pelo Conselho Geral da Universidade).

Fernanda Paula Oliveira 70

2. Relações de tipo especial

Fernanda Paula Oliveira 71

72Fernanda Paula Oliveira

2.1. Delegação de poderes

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25

Distinção de figuras afins

Delegação de competencias

Delegação de atribuições

Delegação de firma

Coadjuvação: relação que se estabelece entre doisórgãos a que a lei atribui competências iguais, quepodem ser exercidas independentemente porqualquer deles. Todavia, para evitar, na prática, umatropelo das suas actividades, reserva-se aocoadjuvado a faculdade de escolher certas tarefas ede as indicar ao coadjutor como o seu campo deacção normal.

73Fernanda Paula Oliveira

Natureza Jurídica

Tese da transferência ou alienação da

competência;

Tese da autorização (antes da delegação o

delegado já é competente, pelo que a delegação

apenas permite o exercício de uma competência

que já é inicialmente do delegado)

Tese da transferência do exercício

74Fernanda Paula Oliveira

Delegação de poderes: acto pelo qual um

órgão permite que outro órgão exerça uma

competência que continua a ser do primeiro

órgão

Com a delegação cria-se, no delegado, uma

qualificação para o exercício, em nome próprio, de

uma competência alheia

Fernanda Paula Oliveira 75

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Requisitos para a delegação de competências

Habilitação legal expressa (art. 35º, nº 1): semhabilitação legal, a delegação corresponderá auma renúncia de competências, sendo por isso,nos termos do artigo 29º, nº 2 do CPA, nula.Nestes casos, o acto que venha a ser praticadoao abrigo da delegação sofrerá de um vício deincompetência.

Nos casos dos nºs 2 e 3 do art. 35º, o CPAdispensa uma habilitação legal específica,funcionando este artigo como uma habilitaçãolegal genérica.

76Fernanda Paula Oliveira

A delegação carece, para se tornar

operativa, de um acto de delegação de

poderes (art. 35º, nº 1) - (distinção das

delegações tácitas e referência às

delegações legais dependentes de

contrato)

Possibilidade de subdelegação

77Fernanda Paula Oliveira

Tipo de relação entre (sub)delegante e

(sub)delegado

O acto de delegação cria entre o delegante e o delegadouma relação jurídica nova, que não é uma relaçãohierárquica (se tal relação existia, ela é neutralizada noâmbito da delegação).

poder-dever de exercer a competência delegada.

o delegante pode emitir directivas vinculativas sobre omodo como o delegado deve exercer os poderesdelegados (art. 39º, nº 1), (o que não significa determinaro conteúdo a dar ao acto a praticar, que é escolhido peloórgão delegado)

O delegante tem, ainda, o poder de revogar os actos dodelegado (arts. 39, nº 2 e 142º, nº 2) e o poder derevogar a delegação [art. 40º, aln. a)].

O delegante tem o poder de avocar a competênciadelegada.

78Fernanda Paula Oliveira

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27

Avocação

Avocação, ao contrário da revogação da delegaçãopreclude a competência do órgão delegado, mas apenasem relação ao caso abrangido, subsistindo ela quanto aosoutros.

A avocação não tem de ser publicada, sendo, no entanto,necessário que os interessados no procedimento tomemconhecimento dela: tal conhecimento ser-lhes-áassegurado mediante notificação, se antes não tiveremtomado conhecimento oficial, por qualquer via, daexistência da avocação.

Consequências do exercício pelo delegante da suacompetência sem que tenha avocado: incompetência oufalta de legitimação?

79Fernanda Paula Oliveira

Extinção da delegação

Por revogação

Por caducidade

Quando os efeitos da delegação se esgotam,

Quando os titulares dos órgãos (sub)delegante e(sub)delegado mudam (delegação como um actointuitus personae, fundado numa relação deconfiança pessoal entre o delegante e o delegado).

80Fernanda Paula Oliveira

81Fernanda Paula Oliveira

2.2. Coordenação, cooperação e concertação

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Garantem a unidade na diversidade.

A coordenação: articulação entre as tarefas próprias de unidades administrativas

diferentes, continuando cada uma delas a realizar as suas, mas fazendo-o de

olhos postos no trabalho das unidades concorrentes, de modo a evitar atritos e

potenciar resultados. O órgão coordenador ocupa uma posição de supremacia

ou de superioridade relativamente aos segundos, embora garantindo a sua

autonomia

A cooperação: ajuda ou colaboração (parcial) de uma das unidades

correlacionadas na realização de tarefas atribuídas à outra ou realização em

comum de uma obra conjunta das unidades correlacionadas, pressupondo uma

relação de relativa paridade (técnicas de auxílio e assistência recíprocos, mas

voluntárias, entre entidades administrativas, sem que nenhuma tenha a faculdade

jurídica de impor a sua decisão às demais)

A concertação: ―administração concertada‖, típica das sociedades abertas e

que se apresenta como oposição ao clássico modelo administrativo, autoritário,

centralizado e burocrático,. Tem no limite uma administração contratual,

consensual e não autoritária (marca mais o relacionamento com os particulares)

Fernanda Paula Oliveira 82

83Fernanda Paula Oliveira

2.3. Concessão, delegação de serviços e outras

formas de atribuição ou de transmissão de

poderes públicos administrativos

Operam em relação a entes privados que actuam

como órgãos de substituição ou órgãos de extensão

da Administração, em regra na dependência dos

órgãos administrativos,

O artigo 267.º, n.º 6 CRP ―as entidades privadas que exerçam

poderes públicos podem ser [mas têm de ser] sujeitas, nos

termos da lei, a fiscalização administrativa‖.

Relativamente à administração estadual indirecta, os artigos

53.º e 54.º da Lei-Quadro dos Institutos Públicos (Lei n.º

3/2004), prevêem genericamente a possibilidade de

―concessões‖ e de ―delegações de serviço público‖ por meio

de contrato administrativo.

84

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29

G. O modelo constitucional

85Fernanda Paula Oliveira

Cfr. artigo 6.º e artigo 267.º CRP

Os princípios

Da subsidiariedade

De respeito pelas autonomias

Fernanda Paula Oliveira 86

Princípio da descentralização administrativa

Sistema em que a função administrativa está

confiada não apenas ao Estado, mas também a

outras pessoas colectivas territoriais,

designadamente autarquias locais

Distingue-se da centralização que é o sistema em

que todas as atribuições administrativas de um dado

país são por lei conferidas ao Estado, não existindo,

pois, quaisquer outras pessoas colectivas públicas

incumbidas do exercício da função administrativa

Fernanda Paula Oliveira

87

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30

A verdadeira descentralização pressupõe a

criação de pessoas colectivas não apenas

distintas do Estado, mas também com

autonomia em relação a ele, isto é, pessoas

colectivas com personalidade jurídica

própria, com órgãos eleitos no e pelo ente

descentralizado e que tem a característica de

auto-gestão de interesses próprios

Fernanda Paula Oliveira

88

Da descentralização propriamente dita distingue-se a devolução

de poderes (descentralização técnica ou desconcentração

personalizada): sistema em que alguns interesses públicos do

Estado, ou de pessoas colectivas de população e território, são

postos por lei a cargo de pessoas colectivas públicas de fins

singulares

Sistema que dá origem a entidades públicas que prosseguem, em

nome próprio, interesses de outra pessoa colectiva pública, cujos

órgãos são designados por um acto de governo, podendo por ele

ser demitidos e existindo uma intervenção acentuada do Governo

na sua gestão. É o processo que dá origem à designada

Administração Estadual Indirecta

Fernanda Paula Oliveira

89

Princípio da desconcentração administrativa

Tipo organizatório em que a parcela maior ou menor de

poder de decisão administrativa é repartido entre órgãos

pertencentes à mesma pessoa colectiva

Distingue-se da concentração que é um modelo

organizagório no qual um determinado órgão dentro de

uma pessoa colectiva, em regra colocado no topo de

uma hierarquia, detêm toda a competência decisória ,

ficando reservados aos restantes órgãos e serviços a

preparação e execução das decisões daquele.

Fernanda Paula Oliveira

90

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Fernanda Paula Oliveira

91

Administração

directa

Serviços

dependentes

desconcentração

Administração

indirecta

Instituições e

fundações

Devolução de

poderes

Administração

autónoma Autarquias locais

e associações

públicas

descentralização

Princípio da eficácia e da unidade de acção

administrativa

Para alguns é um limite à descentralização (modelo

da descentralização máxima)

Para uma doutrina mais recente a organização

administrativa deve ser definida pelo legislador

ordinário numa perspectiva de harmonização

equilibrada entre o princípio da descentralização e

da unidade de acção administrativa orientados pelo

princípio da eficiência máxima (princípio do

equilíbrio eficiente)

Fernanda Paula Oliveira

92

O princípio da unidade da acção do Estado é

garantida pelo Governo uma vez que é a ele que

cabe dirigir os serviços e a actividade da

administração directa do estado, superintender na

administração indirecta e exercer tutela sobre a

administração autónoma

A unidade de acção justifica a centralização e a

hierarquia nas zonas em que sejam indispensáveis e

na medida em que se mostrem adequadas

Fernanda Paula Oliveira 93