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Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico Entre Reservatórios Equivalentes em Problemas de Planejamento Hidrotérmico de Médio Prazo Pedro Souza Simon Orientadora: Carmen Lucia Tancredo Borges, D. Sc. Co-orientador: André Luiz Diniz Souto Lima, D. Sc. Rio de Janeiro, RJ Abril/2016 Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro.

Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

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Page 1: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento

Hidráulico Entre Reservatórios Equivalentes em Problemas de

Planejamento Hidrotérmico de Médio Prazo

Pedro Souza Simon

Orientadora: Carmen Lucia Tancredo Borges, D. Sc.

Co-orientador: André Luiz Diniz Souto Lima, D. Sc.

Rio de Janeiro, RJ

Abril/2016

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Elétrica da Escola

Politécnica da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Page 2: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico Entre

Reservatórios Equivalentes em Problemas de Planejamento Energético de Médio

Prazo

Pedro Souza Simon

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA DE ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRICISTA.

Examinada por:

________________________________________

Carmen Lucia Tancredo Borges, D. Sc.

(Orientadora)

________________________________________

André Luiz Diniz Souto Lima, D. Sc.

(Co-orientador)

________________________________________

Débora Dias Jardim Penna, D. Sc.

________________________________________

Djalma Mosqueira Falcão, Ph.D.

Rio de Janeiro

Abril de 2016

Page 3: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

iii

Simon, Pedro Souza

Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento

Hidráulico Entre Reservatórios Equivalentes em Problemas de

Planejamento Energético de Médio Prazo/ Pedro Souza Simon. –

Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2016.

X, 91 p.: il.; 29,7 cm.

Orientadora: Carmen Lucia Tancredo Borges

Co-orientador: André Luiz Diniz Souto Lima

Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/

Departamento de Engenharia Elétrica, 2016.

Referências Bibliográficas: p. 90-91

1.Acoplamento Hidráulico. 2.Parcelas de Acoplamento. 3.NEWAVE.

4. Regressão Linear. I. Borges, Carmen Lucia Tancredo et al. II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Engenharia Elétrica,

III. Título

Page 4: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

iv

À minha mãe Ana, meu pai

Benjamim, meu padrasto Georgio,

minha namorada Ana Claudia e à

toda a família.

Page 5: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

v

Agradecimentos

A Deus, pois deve existir algo maior que rege nossas vidas e nos conduz no

caminho certo.

Aos orientadores Carmen Lucia Tancredo Borges e André Luiz Diniz Souto Lima

pela oportunidade de escrever o presente trabalho e pela orientação ao longo do

mesmo.

Ao Cesar Luis Vilasbôa de Vasconcellos pela paciência, solicitude e orientações

diárias.

À Maria Elvira Pinheiro Maceira, Débora Dias Jardim Penna e aos demais

colegas do CEPEL, pela presteza e disposição em ajudar sempre que solicitados.

Aos colegas estagiários, Renan, Felipe e Pedro, pelo companheirismo diário.

Aos colegas de faculdade, pela convivência e amizade.

Agradeço à minha família, pelo apoio, atenção e preocupação durante toda a

faculdade e ao longo desse projeto.

E um agradecimento especial à minha namorada Ana Claudia, que me apoiou e

incentivou na conclusão do presente trabalho, além de ajudar na revisão do mesmo.

Page 6: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

vi

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ

como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro

Eletricista.

Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico Entre

Reservatórios Equivalentes em Problemas de Planejamento Energético de Médio

Prazo

Pedro Souza Simon

Abril/2016

Orientador: Carmen Lucia Tancredo Borges, D.Sc.

Co-orientador: André Luiz Diniz Souto Lima, D.Sc.

Curso: Engenharia Elétrica

O modelo de planejamento da operação NEWAVE, desenvolvido pelo CEPEL e

utilizado oficialmente pelo ONS para o planejamento da operação do sistema Brasileiro,

representa as usinas hidrelétricas através de reservatórios equivalentes de energia

(REE). Entretanto, em algumas situações há usinas com vínculo hidráulico (i.e., em

estrutura de montante-jusante) situadas em diferentes REEs. A esse fenômeno dá-se o

nome de acoplamento hidráulico entre REEs.

Há uma metodologia já desenvolvida para o acoplamento hidráulico, onde, para

preservar a convexidade do problema de otimização do NEWAVE, as parcelas de

energia defluente do REE de montante que se transformam em geração própria, energia

afluente controlável e energia afluente a fio d’água no REE de jusante são constantes,

e calculadas com o reservatório a uma altura de 65%.

Visando deixar mais próxima da realidade a metodologia existente para

acoplamento hidráulico e manter a convexidade do problema de otimização, nesse

trabalho propõe-se a construção, por meio de técnicas de regressão, de uma função

linear que relaciona as parcelas de acoplamento com as energias armazenadas de

montante e jusante. Foram realizados testes com exemplos reais de acoplamento

hidráulico para o sistema brasileiro.

Palavras-chave: Acoplamento Hidráulico, Vínculo Hidráulico, Parcelas de

Acoplamento, NEWAVE.

Page 7: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

vii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Electrical Engineer.

Calculation Enhancement of Hydraulic Coupling Portions Between

Equivalents Reservoirs in Medium Term Energy Planning Issues

Pedro Souza Simon

April/2016

Advisor: Carmen Lucia Tancredo Borges, D.Sc.

Co advisor: André Luiz Diniz Souto Lima, D.Sc.

Course: Electrical Engineering

The NEWAVE model of operation planning, developed by CEPEL and officially

used by the ONS for planning the Brazilian system operation, represents the

hydroelectric plants through composite representation. However, in some situations

there are plants with hydraulic bond (i.e., upstream-downstream structure) located in

different reservoirs. This phenomenon is called hydraulic coupling between multi-

reservoirs.

There is a methodology already developed for the hydraulic coupling, where, to

preserve the convexity of NEWAVE optimization problem, the upstream inflow portions

of energy that become own generation, controllable affluent energy and run-of-the-river

affluent energy in downstream are constants and calculated at a reservoir height of 65%.

In order to turn the existing methodology for hydraulic coupling closer to reality

and keep the convexity of the optimization problem, this paper proposes the construction,

using regression techniques, of a linear function that relates the coupling portions with

the stored energy of upstream and downstream systems. Tests were performed with real

examples of hydraulic coupling of the Brazilian system.

Keywords: Hydraulic Coupling, Coupling Portions, NEWAVE.

Page 8: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

viii

Sumário Introdução ........................................................................................................ 11

Contexto.................................................................................................... 11

Objetivos ................................................................................................... 12

Desenvolvimento do trabalho .................................................................... 12

Referencial Teórico .......................................................................................... 13

Sistema Interligado Nacional – SIN ........................................................... 13

Tipos de Usinas/Sistemas ......................................................................... 14

Usinas Térmicas .................................................................................... 14

Usinas Hidroelétricas ............................................................................. 15

Sistemas Hidrotérmicos ......................................................................... 15

Características gerais ............................................................................ 16

Planejamento da Operação ....................................................................... 17

Modelo NEWAVE ...................................................................................... 21

Modelo Equivalente de Energia para Sistemas Hidraulicamente

Dependentes ....................................................................................................... 22

O Problema de Planejamento da Operação em Sistemas Hidrotérmicos .. 23

Função Objetivo .................................................................................... 24

Balanço Hídrico ..................................................................................... 25

Atendimento à Demanda ....................................................................... 27

Divisão da Energia Armazenada ............................................................... 28

Alternativas atuais para cálculo das parcelas no modelo NEWAVE .......... 36

Modelo proposto para o cálculo das parcelas de Acoplamento Hidráulico do

Modelo Equivalente de Energia para Representação de Sistemas Hidrotérmicos ... 36

Cálculo de valores de produtibilidade de uma usina hidroelétrica para um

grid de discretização do volume armazenado ...................................................... 37

Cálculo da geração máxima do reservatório equivalente em função do

volume armazenado ............................................................................................ 39

Cálculo da Janela para discretização da energia defluente ....................... 40

Cálculo de GH, EC e EF em função de EARMm, EARMj e EDEFL ........... 41

Regressão Linear ...................................................................................... 41

Aplicação e Resultados .................................................................................... 42

Sistema da Bacia do Alto São Francisco ................................................... 42

Sistema da Bacia do Alto Tocantins .......................................................... 45

Características da Função Exata .............................................................. 47

Sistema São Francisco .......................................................................... 48

Page 9: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

ix

Análise do Comportamento da Função (ASF) ........................................ 52

Sistema Tocantins ................................................................................. 53

Análise do Comportamento da Função (ASF e TOC) ............................ 59

Resultados da regressão Linear ................................................................ 60

Análise Geral ......................................................................................... 60

Análise da distribuição dos erros ........................................................... 62

Avaliação dos erros para valores de EDEFL.......................................... 65

Avaliação das distribuições acumuladas ................................................ 69

Comparação dos Erros entre a Regressão e as Parcelas Constantes ... 81

Análise dos erros incorridos na prática no problema real de planejamento

da operação .............................................................................................................. 84

Conclusões e Trabalhos Futuros ...................................................................... 88

Referências Bibliográficas ................................................................................ 90

Page 10: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

x

Lista de Abreviações

ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA

ASF / SF – ALTO SÃO FRANCISCO / SÃO FRANCISCO

ATOC / TOC – ALTO TOCANTINS / TOCANTINS

CEPEL – CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELÉTRICA

EARM – ENERGIA ARMAZENADA

EARMj – ENERGIA ARMAZENADA NO REE DE JUSANTE

EARMm – ENERGIA ARMAZENADA NO REE DE MONTANTE

EC – ENERGIA AFLUENTE CONTROLÁVEL

EDEFL – ENERGIA DEFLUENTE

EF – ENERGIA AFLUENTE A FIO D’ÁGUA

FCF – FUNÇÃO DE CUSTO IMEDIATO

FCI – FUNÇÃO DE CUSTO FUTURO

FDA – FUNÇÃO DISTRIBUIÇÃO ACUMULADA

GH – GERAÇÃO HIDRÁULICA PRÓPRIA

GHMÁX – GERAÇÃO HIDRÁULICA MÁXIMA

ONS – OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO

PDDE – PROGRAMAÇÃO DINÂMICA DUAL ESTOCÁSTICA

REE – RESERVATÓRIO EQUIVALENTE

SEB – SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO

SIN – SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL

UHE – USINA HIDROELÉTRICA

Page 11: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

11

Introdução

Contexto

Atualmente, a energia elétrica é um recurso que, além de ser essencial, o seu

consumo é um indicador do desenvolvimento de um país. Portanto, sua cadeia de

produção demanda estudos e planejamento, visando seu fornecimento de maneira

ininterrupta e minimizando o custo, tanto da geração quanto da transmissão e da

distribuição, da forma mais eficiente possível.

Os modelos de planejamento energético criados pelo CEPEL, tal como o

NEWAVE (MACEIRA, 1993), buscam determinar políticas ótimas de operação que são

utilizadas na determinação de metas de geração para cada REE, visando balancear da

melhor forma o valor esperado do custo da operação com critérios de segurança no

suprimento. No caso específico do NEWAVE, este estudo possui um horizonte de médio

prazo, compreendendo de cinco a dez anos.

Portanto, o objetivo do planejamento é determinar a maneira mais eficiente de

integrar as fontes de geração, beneficiando-se das características inerentes ao Sistema

Interligado Nacional (SIN). O modelo NEWAVE também é empregado em outros

estudos feitos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), como os de políticas

comerciais, política tarifária, política de racionamento e planejamento da expansão do

Sistema Elétrico Brasileiro (SEB).

O modelo NEWAVE representa as usinas hidrelétricas através de reservatórios

equivalentes de energia (REE). Entretanto, em algumas situações há bacias com

vínculo hidráulico (ou seja, com estrutura de montante-jusante) situadas em diferentes

REEs. A esse fenômeno dá-se o nome de acoplamento hidráulico entre REEs. Até

Dezembro de 2015, no emprego oficial do modelo NEWAVE pelo ONS, utilizava-se um

método alternativo para representar o acoplamento hidráulico: os reservatórios

equivalentes de energia são desacoplados e para simular a vazão de montante, que

segue seu fluxo e chega às usinas no REE de jusante, são inseridas usinas fictícias.

Tais usinas possuem produtibilidade nula para regularizar a bacia na qual estão

contidas, sem gerar energia para atender a carga do seu sistema. Entretanto, há uma

metodologia já desenvolvida para o acoplamento hidráulico, onde, para preservar a

convexidade do problema de otimização do NEWAVE, as parcelas de energia defluente

do REE de montante que se transformam em geração própria, energia afluente

controlável e energia afluente a fio d’água no REE de jusante são constantes e

calculadas a uma altura de 65%. A partir de Janeiro de 2016 o NEWAVE adotou uma

combinação de ambas as metodologias.

Page 12: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

12

Objetivos

Este trabalho tem como objetivo sugerir um aprimoramento ao cálculo das

parcelas de acoplamento hidráulico no modelo NEWAVE: ao invés de utilizar parcelas

de acoplamento hidráulico fixas (calculadas a um armazenamento de 65% para os REEs

de montante e jusante) modelou-se, a partir de técnicas de regressão, uma função linear

que relaciona essas parcelas com as energias armazenadas dos REEs de montante e

jusante. Com isso, o Modelo Equivalente de Energia (MACEIRA, 1995), que já foi

atualizado para considerar o vínculo hidráulico (MERCIO, 2000), tornar-se-ia ainda mais

acurado na representação dos REEs com acoplamento hidráulico, mantendo-se a

propriedade de convexidade do problema de otimização associado.

Desenvolvimento do trabalho

O desenvolvimento deste trabalho foi realizado na seguinte ordem:

revisão bibliográfica;

aquisição de dados referentes ao sistema do Alto São Francisco, que

é um exemplo importante de acoplamento hidráulico no SIN e que foi

um fator motivador para este trabalho;

modificação e criação de novas rotinas, em Fortran 77, para o cálculo

das parcelas de acoplamento hidráulico entre REEs em função de

seus armazenamentos, para serem integradas futuramente no

modelo NEWAVE;

análise dos dados buscando visualizar a correlação entre as

variáveis independentes (energia armazenada nos REEs de

montante e jusante, e energia defluente do REE de montante), com

as variáveis dependentes, que são os valores de geração própria,

energia afluente controlável e fio d’água existentes no acoplamento

hidráulico;

aplicação da rotina criada a outros sistemas com acoplamento

hidráulico, para verificar a generalidade da mesma.

Page 13: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

13

Referencial Teórico

Sistema Interligado Nacional – SIN

Ao sistema brasileiro de geração, transmissão e distribuição dá-se o nome

"Sistema Interligado Nacional" (SIN). Este sistema é caracterizado por ser hidrotérmico

de grande porte, tendo as usinas hidrelétricas como principal componente da matriz

eletro-energética. Em comparação ao resto do mundo, esse sistema possui

características singulares tanto em dimensão quanto em complexidade.

Buscando reduzir a dimensão do SIN para fins computacionais nos modelos de

planejamento da operação, este era dividido até Dezembro de 2015 em quatro

reservatórios equivalentes de energia: sul, sudeste/centro-oeste, norte e nordeste. Na

região sudeste encontra-se a maior demanda e também a maior capacidade instalada,

como pode ser aferido na Figura 1.

O Operador Nacional do Sistema (ONS) é o órgão responsável pela

coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de

energia elétrica no SIN, sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia

: Sistema Interligado Nacional, FONTE:ONS.

Page 14: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

14

Elétrica (ANEEL). Portanto, cabe ao ONS decidir quais usinas devem gerar e quais

ficam na reserva, buscando sempre o atendimento da demanda (ONS, 2016).

O Brasil é um país de dimensões continentais e por isso possui diferenças

climáticas ao longo de toda sua extensão norte-sul. Ao mesmo tempo em que uma

região está com regime hidrológico favorável, gerando muita energia, outra pode estar

passando por um período seco. Devido à sua interligação, o SIN possibilita o

intercâmbio de energia entre as diferentes regiões já citadas (FORTUNATO, et al.,

1990). Com isso, a região que se encontra no período úmido pode transmitir energia

para a região cuja geração se encontra deficitária. A esse fenômeno dá-se o nome de

complementaridade hídrica, que viabiliza o atendimento da demanda e evita o uso de

usinas térmicas, que são uma fonte de energia mais dispendiosa.

Tipos de Usinas/Sistemas

Usinas Térmicas

As usinas térmicas, ou termoelétricas, são aquelas cuja turbina é impulsionada

pelo vapor d’água ou pela queima de gás natural ou óleo diesel. No caso das usinas

nucleares, por exemplo, utiliza-se o urânio enriquecido através de uma reação de fissão

nuclear liberando calor e este é usado para aquecer água e gerar o vapor que gira a

turbina. Existem ainda as usinas que queimam combustíveis fósseis, como carvão, óleo

diesel e gás natural, gerando grandes danos ao meio ambiente devido à liberação de

gás carbônico. Uma alternativa um pouco mais sustentável seriam as usinas térmicas

que utilizam biomassa como matéria-prima, cujos subprodutos podem ser

reaproveitados na confecção de biocombustíveis. Surge atualmente uma alternativa

mais limpa dentro das usinas térmicas, que são as chamadas heliotérmicas. Essas

usinas também possuem uma turbina que é girada através do vapor, porém utilizam

raios solares concentrados com a utilização de espelhos que possuem um fluido em

seus focos. Este, ao ser aquecido, gera o vapor utilizado para girar a turbina.

A utilização das usinas térmicas, além de gerar prejuízos ao meio ambiente,

também ocasiona um revés econômico. Sua utilização é bem mais dispendiosa do que

a utilização de uma usina hidroelétrica, porém é necessário ter uma base geradora de

fonte termoelétrica para que haja menor risco de déficit para o consumidor e aumentar

a segurança do sistema.

Para essas usinas, o custo de operação depende do combustível utilizado como

matéria prima. Para fins de planejamento, uma característica fundamental desse

sistema é o fato de que uma decisão tomada hoje não afeta a operação do sistema no

futuro (SILVA, 2001). Portanto, os sistemas térmicos são desacoplados no tempo, pois

a decisão de sua utilização depende puramente de questões econômicas. A

Page 15: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

15

independência das usinas térmicas não se limita à questão temporal: esta também se

aplica à questão espacial, visto que a decisão de gerar energia a partir dessa usina não

afeta a geração das demais.

Usinas Hidroelétricas

As usinas hidroelétricas são aquelas que utilizam a energia cinética da água para

mover sua turbina e gerar energia elétrica. Existem usinas que possuem reservatórios

de regularização, o que é vantajoso para o planejamento da operação visto que, de

forma indireta, é como se a energia fosse armazenável; e usinas, chamadas a fio d’água,

onde a vazão de água não pode ser regularizada e, portanto a dependência hidrológica

é ainda maior.

Há riscos em ter um sistema que dependa unicamente de usinas hidroelétricas,

porque estas possuem forte dependência das afluências futuras, que afetam a

quantidade de água estocada nos reservatórios. Portanto, depender apenas desse

recurso pode comprometer a disponibilidade de energia caso o cenário hidrológico seja

desfavorável.

A produção de energia elétrica ligada aos sistemas hidroelétricos é dependente

do regime hidrológico. Quando há períodos chuvosos usa-se este recurso em

abundância, sendo possível inclusive o estoque da água nos reservatórios. Todavia, em

períodos de estiagem os rios se tornam menos volumosos e, portanto, a produção tende

a ser menor, daí a importância de se ter água acumulada nos reservatórios.

Sistemas Hidrotérmicos

Um sistema hidrotérmico é aquele que combina tanto usinas hidroelétricas

quanto usinas termoelétricas, buscando uma melhor confiabilidade provida pela

segunda, sem deixar de lado os aspectos econômicos e ambientais inerentes a primeira.

Diferentemente dos sistemas puramente térmicos, o sistema hidrotérmico possui

maior complexidade de planejamento, visto que estes são acoplados tanto temporal

quanto espacialmente devido às usinas hidroelétricas. Para minimizar o custo final e

não permitir que haja déficit da operação deve-se fazer um planejamento que leve em

consideração as afluências futuras (PENNA, 2009).

A necessidade do conhecimento do cenário hidrológico faz com que o

planejamento se torne um problema estocástico, no qual as decisões tomadas

dependem de previsões e a incerteza inerente a essa característica probabilística

influencia a capacidade de produção das usinas.

O custo de produção das usinas hidrelétricas é muito baixo se comparado ao

custo das usinas térmicas. Porém, ao conciliar ambas as fontes na matriz energética,

surge o problema de otimização já citado e os conceitos de custo da água e custo futuro

Page 16: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

16

citados por Silva (2001, p.37). Esses conceitos se aplicam visto que a utilização ampla

e irrestrita das usinas hidrelétricas em busca de um menor custo no presente acarreta

num maior risco de déficit no futuro. Sendo assim, o principal objetivo do planejamento

é encontrar o equilíbrio entre as duas fontes, visando o atendimento da demanda aliado

ao menor custo de operação. Mais recentemente, tem havido uma preocupação de

agregar critérios de aversão a risco no planejamento da operação (MACEIRA, 2015).

O chamado aproveitamento em cascata (CINTRA, 2008), que se dá quando há

a utilização do mesmo rio para implantação de mais de uma usina em diversos pontos

ao longo do mesmo, potencializa a produção energética. No Brasil, essa técnica é

favorecida devido às características dos rios presentes no território brasileiro, em grande

parte caudalosos, extensos e perenes. Na Figura 2, observa-se uma representação de

algumas usinas dispostas em uma cascata e ao lado está representado o mesmo

sistema utilizando a topologia que será utilizada no trabalho.

Características gerais

Os sistemas hidrotérmicos, descritos anteriormente, possuem as seguintes

características:

acoplamento temporal: as decisões tomadas no presente influenciam os

custos e as decisões tomadas no futuro;

acoplamento espacial: no caso das usinas hidrelétricas, sua disposição

espacial influencia diretamente na sua produção. Isso acontece devido à

utilização do aproveitamento em cascata, o que impõe uma dependência das

usinas de jusante em relação às usinas de montante, já que a afluência que

: Ilustração (à esq.) e representação (à dir.) de um sistema em cascata

Page 17: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

17

chega às usinas de jusante depende do deplecionamento das usinas rio

acima;

estocasticidade: esse fator é introduzido devido à incerteza inerente à

natureza probabilística das afluências futuras, que aumenta à medida que o

horizonte de estudo se estende;

não-linearidade: a geração hidrelétrica depende do produto de dois

parâmetros da usina, a altura de queda e a vazão turbinada. Essas

grandezas variam de acordo com o estoque de água armazenado e a

determinação destas é feita pelas curvas cota-volume, cota-área e a função

de produção da própria usina, que são relações não-lineares.

Esses aspectos são inerentes a todos os sistemas hidrotérmicos, porém

sistemas de países diferentes possuem características específicas que os diferenciam

dos demais e tornam o problema do planejamento ainda mais complexo devido às

diferentes abordagens necessárias e, portanto, modelos com diferentes níveis de

detalhamento para cada caso.

Planejamento da Operação

No Brasil, existem modelos computacionais que auxiliam na resolução do

problema de planejamento hidrotérmico. O planejamento da operação é uma tarefa

complexa devido às características dos sistemas hidrotérmicos já citadas, por isso, este

é dividido em diferentes horizontes de tempo os quais possuem cada um seu modelo

específico.

O CEPEL desenvolveu os modelos, NEWAVE, DECOMP e DESSEM, vistos na

Figura 3. Esses modelos possuem diferentes horizontes de planejamento, sendo eles:

médio prazo, curto prazo e diário, respectivamente. Os modelos são interligados por

meio das suas funções de custo futuro, sendo o dado de saída de um modelo o dado

de entrada do seguinte. O nível de detalhamento do sistema aumenta quanto mais curto

for seu horizonte de planejamento, assim como diminui a incerteza inerente aos modelos

hidrológicos, como pode ser aferido na Figura 4.

Page 18: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

18

: Cadeia de modelos para planejamento da operação da expansão e operação, FONTE: CEPEL.

: Incertezas e detalhamento do sistema de acordo com o horizonte de estudo

Page 19: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

19

Como mencionado anteriormente, os sistemas hidrotérmicos são dotados de

acoplamento temporal, onde uma decisão presente acarreta em conseqüências futuras

e isso deve ser levado em consideração para a tomada da decisão. Para melhor ilustrar

esse problema, observa-se a Figura 5, onde são esquematizadas as decisões e

consequências operativas ao se utilizar um sistema hidrotérmico.

O operador necessita saber que não é viável utilizar indiscriminadamente as

hidroelétricas sem ter em mente os possíveis cenários hidrológicos, podendo ter como

consequência um maior custo futuro.

Existem funções que modelam o custo da operação versus o volume

armazenado nos reservatórios. O custo imediato da utilização das hidrelétricas é

representado pela FCI (Função de Custo Imediato) e o custo do armazenamento para

uso posterior é representado pela FCF (Função de Custo Futuro) que são ilustradas na

Figura 6.

: Processo de decisão para sistemas hidrotérmicos

: Função de Custo Futuro e Função de Custo Imediato, FONTE: SILVA 2001

Page 20: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

20

Ao analisar essa figura, nota-se que o custo imediato aumenta de maneira

inversamente proporcional à utilização dos recursos hídricos, ou seja, á medida que o

reservatório enche. Já o custo futuro, está ligado à utilização das usinas térmicas e um

possível déficit ao final do horizonte de estudo. Portanto, esta função diminui na

proporção que o volume do reservatório aumenta, pois havendo uma maior reserva de

energia hidráulica disponível no futuro, o custo futuro diminui.

A meta do operador é conseguir administrar ambos os custos, resultando, ao fim

do período, no menor custo total. Dá-se a esse ponto de operação, ponto de uso ótimo

da água, que representa o ponto de mínimo custo global, onde as derivadas da FCI e

da FCF, em relação ao armazenamento, são iguais em módulo. Esse ponto de operação

ótimo está representado no gráfico da Figura 7 e é obtido segundo a Equação 1.

O valor da água pode ser medido tanto pela inclinação da curva FCI, quanto pela

curva FCF, e representa o custo de geração da usina térmica somado com eventuais

penalizações por cortes no fornecimento, sendo esta função um dos dados de saída do

NEWAVE, que interliga o mesmo com o DECOMP. Portanto, uma usina hidrelétrica

pode ser representada por uma usina térmica cujo custo operacional é o seu “valor da

água” associado, que depende de seu estado de operação (armazenamento e

turbinamento). Este valor deve ser calculado levando em conta todo o SIN, buscando a

solução ótima, que atenda toda a demanda e seja a mais econômica possível.

: Representação da decisão ótima para mínimo custo global

𝜕𝐶𝑇

𝜕𝑣=

𝜕𝐹𝐶𝐼

𝜕𝑣+

𝜕𝐹𝐶𝐹

𝜕𝑣= 0 →

𝜕𝐹𝐶𝐼

𝜕𝑣= −

𝜕𝐹𝐶𝐹

𝜕𝑣 (1)

Page 21: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

21

Modelo NEWAVE

Existem muitos métodos capazes de aproximar a solução do problema da

operação de um sistema hidrotérmico. Um desses métodos é a PDDE, que se baseia

nas técnica de decomposição de Benders (BENDERS, 1962), aperfeiçoada para um

contexto multi-estágio e amostral, conforme proposto por Pereira & Pinto (1991). O

objetivo principal é determinar a alocação ótima dos recursos hídricos e térmicos,

visando garantir o atendimento à demanda e minimizar os custos de operação.

A PDDE divide o problema em um conjunto de problemas menores, cada um

associado a um estágio do planejamento. A função objetivo de cada problema busca

minimizar a soma do custo de operação desse estágio com o valor esperado do custo

futuro. O resultado final é obtido utilizando um processo de decisão sequencial em que

o estágio t envia a solução para o estágio t+1 e recebe deste uma restrição (corte de

Benders) que relaciona o valor da variação marginal da sua função objetivo com a

variação marginal da solução enviada pelo estágio t (PEREIRA JR, 2000).

Esse método propõe que se utilizem amostras dos cenários hidrológicos do

sistema que, no caso do NEWAVE, são gerados pelo modelo hidrológico chamado

GEVAZP (MACEIRA et al, 2006). Esse modelo gera uma grande quantidade de cenários

sintéticos para um determinado horizonte de estudo e a partir desses dados, o NEWAVE

calcula a função de custo futuro.

Atualmente, a formulação da PDDE empregada no NEWAVE considera a

correlação temporal das afluências aos reservatórios por meio de um modelo auto-

regressivo periódico (MACEIRA, 1993). As variáveis de estado consideradas são o

armazenamento no início do período e as afluências dos seis meses anteriores. Devido

à sua discretização mensal, os efeitos dos períodos de estiagem bem como o da

complementaridade hídrica podem ser mais bem previstos.

Existem muitas combinações que podem ser feitas a partir das variáveis de

estado citadas. O crescimento exponencial desse número de combinações pode

acarretar num problema computacional, que é sanado pela utilização da PDDE. No

entanto, mesmo assim a complexidade computacional ainda é grande e, portanto, no

modelo NEWAVE, conjuntos de usinas hidroelétricas, com reservatório e a fio d ́água,

são representadas por reservatórios equivalentes de energia (REE) (ARVANTIDIS,

1970) . O modelo NEWAVE é composto por quatro módulos computacionais (MACEIRA

et al, 2008):

I. Módulo de cálculo do sistema equivalente – Calcula os REEs

equivalentes de energia de acordo com o que foi definido na entrada. O

objetivo dessa etapa é adotar a representação por reservatório

Page 22: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

22

equivalente mencionada anteriormente e evitar a representação

individual das usinas, diminuindo o esforço computacional. Cada REE é

definido por várias características como: séries históricas de energias

controláveis, energias armazenáveis máximas, capacidade de

turbinamento, geração hidráulica máxima, por exemplo.

II. Módulo de energias afluentes – Este módulo gera séries sintéticas a

partir da estimação de parâmetros do modelo estocástico que são

utilizadas nos dois módulos seguintes. Usualmente são geradas 2000

séries sintéticas, que são analisadas de acordo com a configuração

definida anteriormente (MACEIRA et al, 2006).

III. Módulo de cálculo da política de operação hidrotérmica – Este

módulo leva em conta as incertezas nas afluências futuras, os patamares

de demanda e a indisponibilidade dos equipamentos buscando

determinar a política de operação mais econômica para os REEs.

IV. Módulo de simulação da operação – Simula a operação do sistema ao

longo do horizonte estabelecido, para distintos cenários hidrológicos,

falhas dos componentes e variações da demanda. Faz o cálculo de

índices de desempenho, tais como a média dos custos de operação, dos

custos marginais, o risco de déficit, intercâmbio de energia e de geração

hidroelétrica e térmica, dentre outros. Os cenários hidrológicos citados

são gerados pelo modelo autorregressivo periódico, o PAR(p), em que a

afluência em um período 𝑡 é função das afluências passadas (𝑡 − 1, 𝑡 −

2,… ) e a estrutura da dependência temporal é sazonal.

Modelo Equivalente de Energia para Sistemas

Hidraulicamente Dependentes

Em um problema com um grande número de usinas, diversos cenários possíveis

de afluências e tomando um horizonte extenso, torna-se inviável, do ponto de vista

computacional, resolvê-lo se cada usina for vista de maneira individual. Para viabilizar

a utilização do NEWAVE e contornar as dificuldades associadas ao tamanho do sistema

e ao alto grau de incerteza, reduziu-se a dimensão do sistema interligado a partir da

técnica dos reservatórios equivalentes de energia.

Page 23: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

23

O sistema equivalente é obtido levando em conta os parâmetros das usinas por

ele representadas. A Figura 8 ilustra como era feita a divisão em reservatórios

equivalentes do SEB, até dezembro de 20151.

O reservatório equivalente do SE/CO é composto de 104 usinas, sendo 42

usinas com reservatório de regularização e as outras 62 fio d’águas. O reservatório

equivalente do Sul é composto de 30 usinas, sendo 15 usinas com reservatório de

regularização e as outras 15 a fio d’água2. Os REEs Nordeste e Norte são mais

complexos por compartilharem bacias hidrográficas com outros REEs, ou seja, esse

reservatório armazena energia para os dois REEs. Aqui está o foco deste trabalho, a

modelagem utilizando acoplamento hidráulico busca melhor representar esses REEs

reservatórios equivalentes que possuem vínculo hidráulico.

Visando uma melhor compreensão do objetivo deste trabalho, a seguir é

mostrada a formulação matemática do problema de planejamento da operação

considerando o acoplamento hidráulico de acordo com o relatório técnico do NEWAVE,

2015.

O Problema de Planejamento da Operação em Sistemas

Hidrotérmicos

O problema de operação ótima de um sistema hidrotérmico consiste em

determinar uma estratégia de operação que a cada estágio do período de planejamento,

1 A partir de 2016, passou-se a utilizar oficialmente uma representação com 9 reservatórios equivalentes de energia.

2 Dados obtidos em agosto de 2015.

: Representação dos REEs/reservatórios equivalentes do SEB (Dez/2015)

Page 24: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

24

conhecido o estado do sistema no início do estágio, forneça as metas de geração

hidroelétrica e termoelétrica.

A solução para esse problema passa pela consideração da Função Objetivo, que

estabelece os critérios para que a estratégia ótima seja seguida. O estado do sistema é

composto por variáveis que podem influir no resultado da operação.

O problema de planejamento energético é representado por um problema de

otimização e é resolvido utilizando a técnica de programação linear já citada,

Programação Dinâmica Dual Estocástica.

Função Objetivo

A função objetivo consiste na minimização do custo total de operação

representado pelo gasto com combustíveis e eventuais penalizações por não

atendimento à demanda, agregando um termo de risco referente a aversão a risco.

Como se adota a PDDE, o problema é dividido em vários subproblemas, um para cada

estágio. Cada subproblema possui sua função objetivo, que, para um determinado

estágio t corresponde a minimizar a soma do custo de operação presente, associado a

este estágio t, com o custo futuro, que vai desde o estágio seguinte (t+1), até o último

estágio do horizonte de estudo, com um peso maior para os cenários mais caros. A

função objetivo é formulada como visto na Equação 2.

𝑧𝑡 = min ∑ ∑ ( ∑ 𝐶𝑇𝑇 × 𝐺𝑇𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑇 + 𝐶𝐷𝐸𝐹 × 𝐷𝐸𝐹𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡

𝑖𝑠𝑏𝑚

𝑇𝐶𝐿𝑆𝐼𝑆𝑖𝑠𝑏𝑚

𝑇

)

𝑛𝑝𝑎𝑡

𝑖𝑝𝑎𝑡

+ 𝐶𝐹𝑡+1

𝑛𝑠𝑏𝑚

𝑖𝑠𝑏𝑚

(2)

Onde:

𝑛𝑠𝑏𝑚 Número de submercados;

𝑛𝑝𝑎𝑡 Número de patamares de carga;

𝑖𝑠𝑏𝑚 Subsistema/submercado;

𝑡 Estágio t do problema de planejamento da operação hidrotérmica;

𝑇𝐶𝐿𝑆𝐼𝑆𝑖𝑠𝑏𝑚 Número de classes térmicas no REE 𝑖𝑠𝑏𝑚;

𝑇

𝐶𝑇𝑇

𝐺𝑇𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑇

Classe Térmica;

Custo de operação associado à classe térmica 𝑇;

Geração térmica da classe térmica 𝑇 no patamar de carga 𝑖𝑝𝑎𝑡 e

estágio 𝑡;

Page 25: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

25

𝐶𝐷𝐸𝐹

𝐷𝐸𝐹𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑠𝑏𝑚

𝐶𝐹𝑡+1

Custo de déficit para um corte de carga no submercado 𝑖𝑠𝑏𝑚;

Déficit no submercado 𝑖𝑠𝑏𝑚, no patamar de carga 𝑖𝑝𝑎𝑡, no estágio

𝑡;

Custo futuro calculado considerando uma composição entre o

valor esperado de todos os cenários e o custo médio dos 𝛼 piores

cenários.

Balanço Hídrico

As restrições do problema de programação linear limitam o conjunto de soluções

possíveis e são representadas pelas equações de balanço e pelas restrições de

capacidade. Devido à utilização do acoplamento hidráulico, o balanço hídrico é dividido

em duas partes: a parte controlável e a parte à fio d’água. Dentro dessas divisões

existem ainda mais duas subdivisões: para o REE de montante e outra para o REE de

jusante. A formulação da equação de Balanço Hídrico é dada da seguinte forma:

Balanço Hídrico Controlável para REE de Montante

𝐸𝐴𝑅𝑀𝑡+1𝑖𝑟𝑒𝑒 + ∑ 𝐺𝐻𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒

𝑛𝑝𝑎𝑡

𝑖𝑝𝑎𝑡

+ 𝐸𝑉𝐸𝑅𝑇𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 + 𝐷𝑆𝑉𝐶𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒

= 𝐸𝐴𝑅𝑀𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 + 𝐹𝐶𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒 × 𝛾𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 × 𝐸𝐴𝐹𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒 − 𝐸𝑉𝐴𝑃𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

(3)

Onde:

𝑖𝑟𝑒𝑒 Índice do reservatório equivalente de energia;

𝐸𝐴𝑅𝑀𝑡+1𝑖𝑟𝑒𝑒 Energia armazenada no REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 ao fim do estágio 𝑡 ;

𝐺𝐻𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

Geração hidráulica controlável do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒, no patamar 𝑖𝑝𝑎𝑡 e

estágio 𝑡;

𝐸𝑉𝐸𝑅𝑇𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 Energia vertida pelo REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 no estágio 𝑡 ;

𝐷𝑆𝑉𝐶𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 Energia controlável desviada do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 no início do estágio 𝑡;

𝐸𝐴𝑅𝑀𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 Energia armazenada no REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 no início do estágio 𝑡;

𝐹𝐶𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

Fator de correção da energia controlável do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 e estágio t, associado à produtibilidade máxima;

Page 26: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

26

𝛾𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

𝐸𝐴𝐹𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

𝐸𝑉𝐴𝑃𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

Fator de separação da energia afluente controlável da energia afluente total do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒, no estágio 𝑡;

Energia afluente ao REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 no estágio 𝑡; Energia evaporada do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 no estágio 𝑡.

Balanço Hídrico Controlável para REE de Jusante

𝐸𝐴𝑅𝑀𝑡+1

𝑗𝑟𝑒𝑒+ ∑ 𝐺𝐻𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡

𝑗𝑟𝑒𝑒

𝑛𝑝𝑎𝑡

𝑖𝑝𝑎𝑡

− 𝐵𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒,𝑗𝑟𝑒𝑒

× ∑ 𝐺𝐻𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

𝑛𝑝𝑎𝑡

𝑖𝑝𝑎𝑡

+ 𝐸𝑉𝐸𝑅𝑇𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

− ∑ 𝐵𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒,𝑗𝑟𝑒𝑒

× 𝐸𝑉𝐸𝑅𝑇𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

𝑚𝑜𝑛𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

𝑖𝑟𝑒𝑒

+ 𝐷𝑆𝑉𝐶𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

= 𝐸𝐴𝑅𝑀𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 + 𝐹𝐶𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒 × 𝛾𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 × 𝐸𝐴𝐹𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒 − 𝐸𝑉𝐴𝑃𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

(4)

Onde:

𝐸𝐴𝑅𝑀𝑡+1𝑗𝑟𝑒𝑒

Energia armazenada no REE 𝑗𝑟𝑒𝑒 ao fim do estágio 𝑡 ;

𝐺𝐻𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

Geração hidráulica controlável do REE 𝑗𝑟𝑒𝑒, no patamar 𝑖𝑝𝑎𝑡 e

estágio 𝑡;

𝐵𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒,𝑗𝑟𝑒𝑒

Parcela do desestoque do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 que é transformada em

afluência controlável no REE a jusante 𝑗𝑟𝑒𝑒 no estágio t;

𝐸𝑉𝐸𝑅𝑇𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

Energia vertida pelo REE 𝑗𝑟𝑒𝑒 no estágio 𝑡 ;

𝐷𝑆𝑉𝐶𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

Energia controlável desviada do REE 𝑗𝑟𝑒𝑒 no início do estágio 𝑡.

Balanço Hídrico Fio d’água para REE de Montante

𝐺𝐹𝐼𝑂𝐿𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 + 𝑃𝐸𝑅𝐷𝐹𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒 + 𝐷𝐷𝑆𝑉𝐹𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 × 𝐷𝑆𝑉𝐹𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒 = (1 − 𝛾𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒)𝐸𝐴𝐹𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒

(5)

Page 27: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

27

Balanço Hídrico Fio d’água para REE de Jusante

𝐺𝐹𝐼𝑂𝐿𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

+ 𝑃𝐸𝑅𝐷𝐹𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

+ 𝐷𝑆𝑉𝐹𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

+ 𝐸𝐷𝑆𝑉𝐹𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒,𝑗𝑟𝑒𝑒

× 𝐷𝑆𝑉𝐹𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

− ∑ 𝐶𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒,𝑗𝑟𝑒𝑒

× ∑ 𝐺𝐻𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒

𝑛𝑝𝑎𝑡

𝑖𝑝𝑎𝑡

𝑚𝑜𝑛𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

𝑖𝑟𝑒𝑒

− ∑ 𝐶𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒,𝑗𝑟𝑒𝑒

×

𝑚𝑜𝑛𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

𝑖𝑟𝑒𝑒

𝐸𝑉𝐸𝑅𝑇𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 = (1 − 𝛾𝑡

𝑗𝑟𝑒𝑒)𝐸𝐴𝐹𝑡

𝑗𝑟𝑒𝑒

(6)

Onde

𝐺𝐹𝐼𝑂𝐿𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 Geração hidráulica a fio d'água do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 no estágio 𝑡;

𝐶𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒,𝑗𝑟𝑒𝑒

Parcela do desestoque do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 que é transformada em afluência a fio d’água no REE a jusante 𝑗𝑟𝑒𝑒 no estágio 𝑡

𝐷𝐷𝑆𝑉𝐹𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 Fração do desvio a fio d'água do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒, correspondente à

parcela própria, no estágio 𝑡

𝐸𝐷𝑆𝑉𝐹𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒,𝑗𝑟𝑒𝑒

Fração do desvio fio d'água do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 que é abatida da afluência a fio d’água no REE a jusante 𝑗𝑟𝑒𝑒 no estágio 𝑡

𝑃𝐸𝑅𝐷𝐹𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

Perda de energia a fio d'água do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 no estágio 𝑡

𝐷𝑆𝑉𝐹𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 Energia a fio d'água desviada do REE 𝑖𝑟𝑒𝑒 no início do estágio 𝑡

𝐷𝑆𝑉𝐹𝑡𝑗𝑟𝑒𝑒

Energia a fio d'água desviada do REE 𝑗𝑟𝑒𝑒 no início do estágio 𝑡

Atendimento à Demanda

Uma questão central do problema de planejamento da operação é atender a

demanda energética procurando não gerar custos adicionais provenientes de

penalizações por déficit. A equação a ser obedecida é escrita da seguinte forma:

Page 28: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

28

∑ [𝐴𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒,𝑗𝑟𝑒𝑒× 𝐺𝐻𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡

𝑖𝑟𝑒𝑒 + 𝐺𝐹𝐼𝑂𝐿𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 × 𝑓𝑝𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡

] +

𝑖𝑟𝑒𝑒 ∈ 𝑖𝑠𝑏𝑚

∑ 𝐺𝑇𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑇 + 𝐷𝐸𝐹𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡

𝑖𝑠𝑏𝑚

𝑇𝐶𝐿𝑆𝐼𝑆𝑖𝑠𝑏𝑚

𝑇

± 𝐼𝑁𝑇𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑠𝑏𝑚

− 𝐸𝑋𝐶𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑠𝑏𝑚

= [(𝑀𝐸𝑅𝐶𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑠𝑏𝑚 + 𝐶𝐴𝐷𝐼𝐶𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡

𝑖𝑠𝑏𝑚 ) − 𝑃𝐸𝑄𝑈𝑆𝐼𝑡𝑖𝑠𝑏𝑚

− ∑ 𝑆𝑈𝐵𝑀𝑂𝑇𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 − ∑ 𝐺𝑇𝑀𝐼𝑁𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡

𝑇

𝑇𝐶𝐿𝑆𝐼𝑆𝑖𝑠𝑏𝑚

𝑇

𝑖𝑠𝑖𝑠 ∈ 𝑖𝑠𝑏𝑚

] × 𝑓𝑝𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡

(7)

Onde:

𝐴𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒,𝑗𝑟𝑒𝑒

Parcela da energia armazenada no REE 𝑖𝑟𝑒𝑒, correspondente à

parcela própria, no estágio 𝑡;

𝑓𝑝𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡

Duração do patamar de carga 𝑖𝑝𝑎𝑡 no período 𝑡;

𝐼𝑁𝑇𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑠𝑏𝑚 Intercâmbio do submercado 𝑖𝑠𝑏𝑚 no patamar de carga 𝑖𝑝𝑎𝑡 e

estágio 𝑡;

𝐸𝑋𝐶𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑠𝑏𝑚 Excesso de energia no submercado 𝑖𝑠𝑏𝑚 no patamar de carga

𝑖𝑝𝑎𝑡 e estágio 𝑡;

𝑀𝐸𝑅𝐶𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑠𝑏𝑚 Mercado a ser atendido no submercado 𝑖𝑠𝑏𝑚 no patamar de

carga 𝑖𝑝𝑎𝑡 e estágio 𝑡

𝐺𝑇𝑀𝐼𝑁𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑇

Geração mínima na classe térmica 𝑇 no estágio 𝑡;

𝐶𝐴𝐷𝐼𝐶𝑡,𝑖𝑝𝑎𝑡𝑖𝑠𝑏𝑚 Cargas adicionais ao submercado 𝑖𝑠𝑏𝑚 no patamar de carga 𝑖𝑝𝑎𝑡

do estágio t;

𝑃𝐸𝑄𝑈𝑆𝐼𝑡𝑖𝑠𝑏𝑚 Geração proveniente das Pequenas Centrais Hidroelétricas,

usinas de biomassa e eólicas no REE 𝑖𝑠𝑏𝑚, estágio t;

𝑆𝑈𝐵𝑀𝑂𝑇𝑡𝑖𝑟𝑒𝑒 Geração proveniente das usinas submotorizadas no submercado

𝑖𝑠𝑏𝑚 e estágio 𝑡.

Divisão da Energia Armazenada

Quando há acoplamento hidráulico, as usinas de uma mesma cascata podem

pertencer a REEs distintos. Assim, a energia armazenada no reservatório equivalente

do REE de montante pode ser utilizada no REE de jusante.

A energia armazenada total contida no REE é a soma de três termos:

a energia que será turbinada no próprio sistema;

Page 29: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

29

a energia que será armazenada no REE de jusante nas usinas com

reservatório de regularização, para posterior turbinamento no futuro;

a energia que será turbinada imediatamente também no REE de jusante,

mas em usinas fio d’água.

Para um caso onde não há acoplamento hidráulico, a energia presente no REE

não é subdividida. A título de comparação, segue na Equação 8 como é feito o cálculo

da Energia Armazenada total (máxima) de um REE sem acoplamento hidráulico:

𝐸𝐴𝑚á𝑥 = 𝑐1 ∑[𝑉𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖 ∑ 𝜌𝑗𝐻𝑒𝑞𝑗

𝑗∈𝐽𝑖

]

𝑖∈𝑅

(8)

Onde:

𝐸𝐴𝑚á𝑥 Energia armazenada máxima no sistema;

𝑐1 Coeficiente que depende do sistema de unidades utilizado;

𝑅 Conjunto de reservatórios pertencentes ao REE;

𝑉𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖 Volume útil do reservatório i;

𝐽𝑖 Conjunto de usinas (fio d’água inclusive) a jusante do reservatório

𝑖, inclusive, até o mar;

𝜌𝑗 Rendimento global do conjunto turbina-gerador da usina j;

𝐻𝑒𝑞𝑗 Altura máxima de queda equivalente da usina j, entre seu volume

mínimo e máximo, para usinas com reservatório, ou altura líquida,

constante, para usinas a fio d’água. Calculada pela diferença entre as

cotas do reservatório e do canal de fuga da usina, descontando as

perdas.

Para os casos onde há acoplamento hidráulico entre os REEs, subdivide-se a

energia armazenada do REE de montante em três partes:

I. Fração da energia armazenada correspondente à parcela própria

𝐸𝐴1 = 𝑐1 ∑[𝑉𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖 ∑ 𝜌𝑗𝐻𝑒𝑞𝑗

𝑗∈𝐽𝑖

]

𝑖∈𝑅

(9)

Onde:

Page 30: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

30

𝐸𝐴1 Fração da energia armazenada que será gerada no próprio REE;

𝑐1 Coeficiente que depende do sistema de unidades utilizado;

𝑅 Conjunto de reservatórios pertencentes ao REE;

𝑉𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖 Volume útil do reservatório i;

𝐽𝑖 Conjunto de usinas (com ou sem reservatório) a jusante do

reservatório 𝑖, inclusive, até o mar, pertencentes ao REE

analisado;

𝜌𝑗 Rendimento global do conjunto turbina-gerador da usina j;

𝐻𝑒𝑞𝑗 Altura máxima de queda equivalente da usina j, entre seu volume

mínimo e máximo, para usinas com reservatório, ou altura líquida,

constante, para usinas a fio d’água. Calculada pela diferença entre as

cotas do reservatório e do canal de fuga da usina, descontando as

perdas.

A parcela de acoplamento correspondente à essa fração do armazenamento é

dada por:

𝐴 =𝑐1 ∑ [𝑉𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖

∑ 𝜌𝑗𝐻𝑒𝑞𝑗𝑗∈𝐽𝑖1 ]𝑖∈𝑅

𝐸𝐴𝑚á𝑥=

𝐸𝐴1

𝐸𝐴𝑚á𝑥

(10)

A essa parcela dá-se o nome de Parcela Própria (“A”).

II. Fração da energia armazenada correspondente à parcela controlável

Se, imediatamente a jusante de um sistema, houver usinas com reservatório

pertencentes a outro sistema, a energia desestocada no sistema de montante será

energia afluente controlável ao sistema de jusante, se possível for o armazenamento.

Assim, a parcela controlável da energia armazenada consiste na parte da energia

armazenada do sistema analisado, que, quando desestocada, será controlada pelas

usinas com reservatório dos sistemas a jusante. É dada por:

𝐸𝐴2 = 𝑐1 ∑[𝑉𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖 ∑ 𝜌𝑗𝐻𝑒𝑞𝑗

𝑗∈𝐽𝑖2

]

𝑖∈𝑅

(11)

Onde:

Page 31: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

31

𝐸𝐴2 Fração da energia armazenada, que, quando gerada no sistema

de montante, será afluente controlável ao REE a jusante deste;

𝐽𝑖2 Conjunto de usinas, a partir do primeiro reservatório a jusante do

reservatório i, até o mar, pertencente ao REE de jusante.

A parcela de acoplamento correspondente a essa fração do armazenamento é

dada por:

𝐵 =𝑐1 ∑ [𝑉𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖

∑ 𝜌𝑗𝐻𝑒𝑞𝑗𝑗∈𝐽𝑖2 ]𝑖∈𝑅

𝐸𝐴𝑚á𝑥=

𝐸𝐴2

𝐸𝐴𝑚á𝑥

(12)

A essa parcela dá-se o nome de Parcela Afluente Controlável (Parcela “B”)

III. Fração da energia armazenada correspondente à parcela fio d’água

Se, imediatamente a jusante de um REE houver usinas a fio d’água do REE

subsequente acoplado hidraulicamente, a energia desestocada pelo primeiro será

energia afluente a fio d’água no segundo. Consiste na energia armazenada do sistema

analisado, que, quando desestocada, será produzida em usinas a fio d’água nos

sistemas a jusante. É dada por:

𝐸𝐴3 = 𝑐1 ∑[𝑉𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖 ∑ 𝜌𝑗𝐻𝑒𝑞𝑗

𝑗∈𝐽𝑖3

]

𝑖∈𝑅

(13)

Onde:

𝐸𝐴3 Fração da energia armazenada no sistema de montante, que,

quando deplecionada, será afluente às usinas fio d’água imediatamente

no sistema à jusante deste;

𝐽𝑖3 Conjunto de usinas a fio d’água consecutivas, até o primeiro

reservatório exclusive, que estão à jusante do reservatório i, pertencentes

ao sistema de jusante.

A parcela de acoplamento correspondente à essa fração do armazenamento é

dada por:

𝐶 =𝑐1 ∑ [𝑉𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖

∑ 𝜌𝑗𝐻𝑒𝑞𝑗𝑗∈𝐽𝑖3 ]𝑖∈𝑅

𝐸𝐴𝑚á𝑥=

𝐸𝐴3

𝐸𝐴𝑚á𝑥 (14)

a essa parcela dá-se o nome de Parcela Afluente a Fio d’água (Parcela “C”)

A soma dos armazenamentos deve resultar na energia armazenada total

(máxima), cuja formulação foi mostrada anteriormente.

Sendo:

𝐸𝐴1 + 𝐸𝐴2 + 𝐸𝐴3 = 𝐸𝐴𝑚á𝑥 (15)

Page 32: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

32

a soma das parcelas de acoplamento deve ser igual a 1, respeitando a

conservação de energia.

𝐴 + 𝐵 + 𝐶 =

𝐸𝐴1

𝐸𝐴𝑚á𝑥+

𝐸𝐴2

𝐸𝐴𝑚á𝑥+

𝐸𝐴3

𝐸𝐴𝑚á𝑥= 1 (16)

As parcelas de acoplamento determinam a quantidade da energia que chega ao

sistema (defluente) que será gerada no próprio sistema, será afluente controlável ao

sistema de jusante ou afluente a fio d’água. O produto da parcela de acoplamento com

essa energia defluente resulta nas frações da energia correspondentes à geração

própria (GH), energia afluente controlável (EC) e energia afluente a fio d’água (EF).

Sendo assim, utilizaremos a seguinte nomenclatura:

𝐴 × 𝐸𝐷𝐸𝐹𝐿 = 𝐺𝐻

𝐵 × 𝐸𝐷𝐸𝐹𝐿 = 𝐸𝐶

𝐶 × 𝐸𝐷𝐸𝐹𝐿 = 𝐸𝐹

Exemplo 1: Para ilustrar melhor essa divisão em parcelas, na Figura 9 é

mostrado o sistema mais simples contendo as três parcelas:

Exemplo 2: Agora, para um sistema hipotético um pouco mais complicado, como

o da Figura 10, calcula-se de maneira literal as parcelas A, B e C.

: Ilustração da divisão da energia do REE de montante nas parcelas A, B e C.

Page 33: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

33

Cuja energia armazenada máxima é dada pela Equação 8, que quando aplicada

a esse exemplo fica da seguinte forma:

𝐸𝐴𝑚á𝑥 = 𝑐1[𝑉𝐴(𝜌𝐴𝐻𝐴 + 𝜌𝐶𝐻𝐶 + 𝜌𝐷ℎ𝐷 + 𝜌𝐸𝐻𝐸)

+ 𝑉𝐵(𝜌𝐵𝐻𝐵 + 𝜌𝐶𝐻𝐶 + 𝜌𝐷ℎ𝐷 + 𝜌𝐸𝐻𝐸)

+ 𝑉𝐶(𝜌𝐶𝐻𝐶 + 𝜌𝐷ℎ𝐷 + 𝜌𝐸𝐻𝐸) + 𝑉𝐸(𝜌𝐸𝐻𝐸)]

Onde:

𝑉𝑖 Volume útil da usina 𝑖;

𝜌𝑖 Rendimento do conjunto turbina-gerador da usina 𝑖;

𝐻𝑖 Altura equivalente da usina com reservatório 𝑖;

ℎ𝑖 Altura de queda líquida da usina fio d’água 𝑖.

Supondo que o sistema citado contenha dois REEs acoplados hidraulicamente,

como mostrado na Figura 11.

Conforme se pode observar na Figura 11, as usinas A, B e C constituem o

sistema chamado de 𝑌1·, enquanto as demais formam o sistema chamado de 𝑌2.

: Sistema hipotético para o cálculo das parcelas

Page 34: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

34

Assim, a energia armazenada no sistema original será dividida entre os REEs

criados, conforme a Equação 8 para cada REE.

𝐸𝐴𝑌1= 𝑐1[𝑉𝐴(𝜌𝐴𝐻𝐴 + 𝜌𝐶𝐻𝐶 + 𝜌𝐷ℎ𝐷 + 𝜌𝐸𝐻𝐸)

+ 𝑉𝐵(𝜌𝐵𝐻𝐵 + 𝜌𝐶𝐻𝐶 + 𝜌𝐷ℎ𝐷 + 𝜌𝐸𝐻𝐸)

+ 𝑉𝐶(𝜌𝐶𝐻𝐶 + 𝜌𝐷ℎ𝐷 + 𝜌𝐸𝐻𝐸)]

𝐸𝐴𝑌2= 𝑐1[𝑉𝐸(𝜌𝐸𝐻𝐸)]

Portanto, a formulação da energia armazenada no sistema 𝑌1 segue como

descrita anteriormente para o caso com acoplamento hidráulico, subdividindo a energia

armazenada em três partes, que são:

Fração de 𝐸𝐴𝑌1 correspondente à parcela própria em 𝑌1 (Eq. 9)

𝐸𝐴1,𝑌1= 𝑐1[𝑉𝐴(𝜌𝐴𝐻𝐴 + 𝜌𝐶𝐻𝐶) + 𝑉𝐵(𝜌𝐵𝐻𝐵 + 𝜌𝐶𝐻𝐶) + 𝑉𝐶(𝜌𝐶𝐻𝐶)] (17)

Fração de 𝐸𝐴𝑌1 afluente controlável em 𝑌2 (Eq. 11)

𝐸𝐴2,𝑌1= 𝑐1[𝑉𝐴(𝜌𝐸𝐻𝐸) + 𝑉𝐵(𝜌𝐸𝐻𝐸) + 𝑉𝐶(𝜌𝐸𝐻𝐸)] (18)

Fração de 𝐸𝐴𝑌1 afluente a fio d’água em 𝑌2 (Eq. 13)

𝐸𝐴3,𝑌1= 𝑐1[𝑉𝐴(𝜌𝐷ℎ𝐷) + 𝑉𝐵(𝜌𝐷ℎ𝐷) + 𝑉𝐶(𝜌𝐷ℎ𝐷)] (19)

Conforme visto anteriormente nas equações 10, 12 e 14, a partir dessas energias

é possível determinar as parcelas de acoplamento para ponderação do desestoque do

REE de montante, que corresponde à energia gerada no próprio e às energia afluentes

controlável e fio d’água no sistema de jusante. Seguindo o modelo, essas parcelas são

calculadas como sendo:

: Sistema hipotético para o cálculo das parcelas subdividido em dois REEs

Page 35: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

35

Parcela própria

𝐴 =

𝑐1[𝑉𝐴(𝜌𝐴𝐻𝐴 + 𝜌𝐶𝐻𝐶) + 𝑉𝐵(𝜌𝐵𝐻𝐵 + 𝜌𝐶𝐻𝐶) + 𝑉𝐶(𝜌𝐶𝐻𝐶)]

𝐸𝐴𝑌1

=𝐸𝐴1,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

Parcela controlável

𝐵 =

𝑐1[𝑉𝐴(𝜌𝐸𝐻𝐸) + 𝑉𝐵(𝜌𝐸𝐻𝐸) + 𝑉𝐶(𝜌𝐸𝐻𝐸)]

𝐸𝐴𝑌1

=𝐸𝐴2,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

Parcela fio d’àgua

𝐶 =

𝑐1[𝑉𝐴(𝜌𝐷ℎ𝐷) + 𝑉𝐵(𝜌𝐷ℎ𝐷) + 𝑉𝐶(𝜌𝐷ℎ𝐷)]

𝐸𝐴𝑌1

=𝐸𝐴3,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

Seja 𝑐1 = 1 e as produtibilidades, calculadas a uma certa altura fixa, e os

volumes de todas as usinas do exemplo 2 sejam iguais aos dados da Tabela 1.

Usina Volume Útil 𝝆.𝑯

A 2 3

B 2 4

C 2 5

D 1 1

E 3 2

Portanto, as frações da energia armazenada correspondentes as parcelas de

acoplamento seriam:

𝐸𝐴1,𝑌1= 1[2(3 + 3) + 2(4 + 3) + 2(5)] = 36

𝐸𝐴2,𝑌1= 1[2(2) + 2(2) + 2(2)] = 12

𝐸𝐴3,𝑌1= 1[2(1) + 2(1) + 2(1)] = 6

Com isso, as parcelas de acoplamento seriam:

𝐴 =𝐸𝐴1,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

= 36

54= 0.667

𝐵 =𝐸𝐴2,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

= 12

54= 0.222

𝐶 =𝐸𝐴3,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

= 6

54= 0.111

Ou seja, 66,7% da energia desestocada seria gerada no próprio REE de

montante, enquanto que 22,2% seria energia afluente controlável e 11,1% seria energia

afluente a fio d’água. A soma das três energias é igual a 100% da energia do REE de

montante, como era esperado.

: Dados hipotéticos para o exemplo 2

Page 36: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

36

Alternativas atuais para cálculo das parcelas no modelo

NEWAVE

Parcelas constantes: Essa metodologia utiliza parcelas de acoplamento

constantes para o cálculo das parcelas de energia (GH, EC e EF). Esse método

considera que os REEs de montante e jusante estão com 65% de seus

armazenamentos máximos, não considerando a variação dos mesmos. Apesar de não

apresentar problemas de convexidade, pode levar a erros de cálculo caso os

armazenamentos possuam valores diferentes de 65%. (CEPEL, 2012)

Parcelas calculadas em função do armazenamento exato: usa valores mais

adequados para o estado do sistema, porém causam problemas de convexidade, pois

os valores se alteram ao longo das iterações da PDDE.

Proposta: Modelo linear em função de EARMm, EARMj e EDEFL que leve em

consideração as variações de armazenamento mas que não varie ao longo das

iterações, evitando assim problemas de convexidade.

Modelo proposto para o cálculo das parcelas de

acoplamento hidráulico do modelo equivalente de energia

para representação de sistemas hidrotérmicos

Como mostrado no capítulo anterior, para o cálculo das parcelas de energia do

exemplo 2, são utilizadas produtibilidades calculadas a uma certa altura fixa (a

metodologia atual utiliza 65% do volume útil) para ambos os REEs (montante e jusante).

Como a energia armazenada (EARM) é uma saída do modelo NEWAVE e sua variação

afeta o valor da produtibilidade da usina (pois altera o valor da altura de queda), esses

valores possivelmente não serão coincidentes aos verificados na operação. Ressalta-

se que o ajuste dessas produtividades durante a resolução do problema pela técnica de

PDDE não é possível, pois viola a condição básica de convexidade para o problema de

otimização. Por isso, propõe-se neste trabalho, ao invés de calcular as parcelas a priori,

modelá-las como uma função explícita do armazenamento, para que as variações de

EARM sejam automaticamente levadas em consideração. Para manter o requisito de

convexidade da PDDE, esta função deverá ser linear.

Nesse capítulo, serão detalhados os dados obtidos e a metodologia proposta

para alternativa do cálculo das parcelas, em relação aos métodos descritos na seção

anterior. Primeiramente são vistos os cálculos referentes às bacias estudadas no que

Page 37: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

37

se refere às frações de energia armazenada e depois é mostrada em maiores detalhes

a metodologia empregada no estudo de casos.

Cálculo de valores de produtibilidade de uma usina

hidroelétrica para um grid de discretização do volume

armazenado

Para esclarecer a proposta de modificação nos cálculos das parcelas, é

mostrada a seguir, como são correlacionados os parâmetros necessários para o cálculo

das mesmas pelas rotinas criadas no Fortran. Inicialmente deve-se calcular as parcelas

de acoplamento hidráulico para diferentes níveis de armazenamento em sistemas de

montante e jusante.

Primeiramente houve a aquisição dos dados referentes ao sistema do Alto São

Francisco (vide capítulo 4), visto que este apresenta acoplamento hidráulico do REE

SE/CE com o Nordeste, com o objetivo de utilizar-se deste exemplo para elaborar a

rotina de programação que seria responsável pelo cálculo das parcelas de acoplamento.

A discretização do nível de armazenamento de cada usina não poderia ser feito

diretamente na altura de queda, pois essa depende da função cota-volume, sendo assim

não linear. Criou-se então uma rotina que faz a discretização do volume útil de cada

usina com reservatório em N partes iguais, esse volume é utilizado no cálculo das

alturas de queda (pelo polinômio cota-volume) e que por sua vez é utilizada no cálculo

da produtibilidade, como mostrado na Figura 12.

: Cadeia de processos para o cálculo das produtibilidades das usinas.

Page 38: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

38

A discretização do reservatório foi feita de maneira uniforme, porém foi visto

posteriormente que uma discretização com mais pontos onde a operação é mais

frequente teria sido possivelmente melhor para o estudo.

Feito o cálculo das produtibilidades para um valor de N=10, modificou-se a rotina

que calculava as produtibilidades acumuladas, que estava configurada para receber três

valores de produtibilidade: máxima, média e mínima.Tal rotina passou a receber essas

N parcelas, calculando as produtibilidades acumuladas que seriam utilizadas

posteriormente na rotina usada no cálculo das energias armazenadas nos REEs de

montante e jusante, assim como as parcelas de acoplamento. Com isso, ao invés de

três parcelas fixas, foram obtidos 100 valores diferentes para cada parcela de

acoplamento, como mostra a Figura 13, onde está ilustrado o cálculo das parcelas de

acoplamento para o sistema hipotético da Figura 9.

Nessa figura está ilustrado esquematicamente como é feito o cálculo das

parcelas de acoplamento (A, B e C), pela rotina criada, para o sistema mostrado na

Figura 9. As usinas R,S e T têm suas produtibilidades discretizadas em 10 valores, os

quais são utilizados no cálculo das frações da energia armazenada correspondentes as

parcelas de acoplamento (Equações 9, 11e 13) e no cálculo das energias armazenadas

nos REEs de montante e jusante (Equação 8). Com isso, calculam-se as parcelas de

acoplamento pela divisão entre as frações correspondentes a cada parcela e a energia

armazenada no REE de montante (Equações 10, 12 e 14). Obtêm-se assim, 100 valores

para cada parcela de acoplamento devido às combinações geradas.

: Ilustração do cálculo feito para obtenção das parcelas de acoplamento para o sistema hipotético da Figura 9

Page 39: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

39

Cálculo da geração máxima do reservatório equivalente

em função do volume armazenado

Foi constatado que não poderíamos utilizar o valor de geração hidráulica máxima

calculada para a representação anterior, visto que seu valor máximo era menor do que

o da nova formulação devido à utilização de alturas acima da altura equivalente, utilizada

para o cálculo das produtibilidades. Para obter a função que determina a geração

hidráulica máxima à medida que a energia armazenada aumenta, foi feito, utilizando o

manual de referência do NEWAVE, o cálculo dos coeficientes da parábola da seguinte

maneira:

𝐺𝐻𝑀𝐴𝑋𝑚𝑎𝑥 = 𝑐1 ∑ (1 − 𝑡𝑒𝑖𝑓ℎ𝑖)(1

𝑖∈(𝑅+𝐹)

− 𝑖𝑝ℎ𝑖) ∑ 𝑛𝑚𝑎𝑞𝑖(𝑗)𝑝𝑒𝑓𝑖(𝑗)

𝑛𝑐𝑗𝑚𝑎𝑞

𝑗=1

𝑀𝐼𝑁 (1, (𝐻𝑚𝑎𝑥𝑖

ℎ𝑛𝑐𝑗𝑖(𝑗))

𝑘𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖

)

(20)

Onde:

𝐺𝐻𝑀𝐴𝑋𝑚𝑎𝑥 Geração hidráulica máxima no ponto de altura máxima;

𝑐1 Constante que depende do sistema de unidades considerado;

𝑅 Conjunto de usinas com reservatório do sistema;

𝐹 Conjunto de usinas a fio d’água do sistema;

𝑡𝑒𝑖𝑓ℎ𝑖 Taxa média de indisponibilidade forçada da usina hidroelétrica 𝑖;

𝑖𝑝ℎ𝑖 Taxa média de indisponibilidade programada da usina hidroelétrica 𝑖;

𝑛𝑚𝑎𝑞𝑖(𝑗) Número de máquinas do conjunto 𝑗 da usina 𝑖;

𝑝𝑒𝑓𝑖(𝑗) Potência efetiva de cada máquina do conjunto 𝑗 da usina 𝑖;

𝐻𝑚𝑎𝑥𝑖 Altura de queda correspondente ao nível máximo do reservatório 𝑖, ou

altura de queda líquida da usina a fio d’água 𝑖;

ℎ𝑛𝑐𝑗𝑖(𝑗) Queda nominal de cada máquina do conjunto 𝑗 da usina 𝑖;

𝑘𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖 Constante que depende do tipo de turbina utilizado na usina 𝑖.

Page 40: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

40

Essa formulação é repetida para três alturas distintas, usualmente a altura

mínima, média e máxima para que sejam obtidos três pontos capazes de representar a

parábola por meio de um ajuste de segundo grau e assim determinar seus coeficientes.

Na Figura 14 é ilustrada a parábola de GHMAX e a equação da mesma para determinar

seus coeficientes.

Foi necessário fazer o cálculo de GHMAX por meio da parábola visto que a

capacidade de geração hidráulica deve levar em consideração que, durante a simulação

da operação, os níveis de armazenamento se modificam, e consequentemente,

implicam em mudanças no valor da disponibilidade de geração hidráulica do sistema,

como consta no manual de referência do NEWAVE.

Cálculo da Janela para discretização da energia

defluente

Quando por excesso de água ou por falta de demanda a usina pode verter,

deixando de turbinar parte da água regularizada. Porém, as usinas que estão à jusante

dela recebem esse volume vertido e podem turbiná-lo. Então, o cálculo da energia

defluente tem que ser feito para valores de defluência maiores do que GHMAX.

É necessário estimar um vertimento máximo esperado para a usina. Para

determinar a energia vertida em cada REE, estimou-se, através da observação do

vertimento para 2000 séries sintéticas ao longo de um ano, somou-se GHMÁX a 1,5

vezes o 85º percentil obtido no mês que ocorreu o maior vertimento. Desse modo, foi

possível estimar o valor da energia defluente em cada bacia.

: Ilustração da parábola de GHMAX e sua equação. Fonte: CEPEL, 2012

Page 41: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

41

Cálculo de GH, EC e EF em função de EARMm, EARMj e

EDEFL

Obtida a energia defluente, bastou multiplicar esta por cada parcela do

acoplamento para obter a quantidade de energia que será gerada no sistema de

montante, a quantidade que será afluente controlável e afluente a fio d’água ao sistema

de jusante, como é ilustrado na Figura 15.

Tendo esses valores, foram gerados gráficos de cortes das funções em três

dimensões, já que esta pertence a um espaço de dimensão superior a 3, mantendo uma

das variáveis fixas de cada vez.

Regressão Linear

Como foi dito, inicialmente foram gerados cortes das funções de GH, EC e EF

para verificar a possibilidade da utilização de técnicas de modelagem linear por partes.

Como pode ser visto no capítulo 4, as curvas apresentaram problemas de convexidade

em certos pontos e, portanto, decidiu-se por buscar uma função linear através de uma

regressão linear, para que pudesse ser feita a implementação no modelo NEWAVE.

Desta forma, foi feita uma tabela com os dados de energia de montante e

jusante, energia defluente, fatores de acoplamento e as energias própria, controlável e

fio d’água. Em seguida, foi feita uma regressão linear múltipla (OGLIARI, 1997) visando

encontrar um hiperplano que aproximasse cada função.

Realizou-se uma regressão linear, como foi mencionado anteriormente, nas

parcelas de geração GH, EC e EF. A expressão do modelo linear geral da regressão é

dada por:

São definidos de forma matricial:

: Ilustração do cálculo deito para obtenção dos valores de GH, EC e EF.

Page 42: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

42

𝑌𝑛×1 =

[ 𝑌1

𝑌2

.

.𝑌𝑛]

𝑋𝑛×𝑝 =

[ 1 𝑋11 . . 𝑋1,𝑝−1

1 𝑋21 . . 𝑋2,𝑝−1...1

.

..𝑋𝑛1

.

..

.

.

..

.

.

..𝑋𝑛,𝑝−1]

𝛽𝑝×1 =

[

𝛽0

𝛽1

.

.𝛽𝑝−1]

𝜀𝑛×1 =

[ 𝜀1𝜀2

.

.𝜀𝑛]

Definiram-se os vetores da matriz X como sendo:

𝑋𝑛×𝑝 =

[ 1 𝐸𝐴𝑅𝑀𝑚1 𝐸𝐴𝑅𝑀𝑗1 𝐸𝐷𝐸𝐹𝐿1

1 𝐸𝐴𝑅𝑀𝑚2 𝐸𝐴𝑅𝑀𝑗2 𝐸𝐷𝐸𝐹𝐿2...1

.

..𝐸𝐴𝑅𝑀𝑚𝑛

.

..𝐸𝐴𝑅𝑀𝑗𝑛

.

..𝐸𝐷𝐸𝐹𝐿𝑛]

O vetor Y assumiu os valores de GH, EC e EF para cada análise e com isso

foram obtidos os valores de 𝛽 e os erros 𝜀.

Foram utilizadas as seguintes equações:

𝑌 = 𝛽𝑋 + 𝜀

𝐸(𝑌)𝑛×1 = 𝑋𝛽

𝜎²𝑛×𝑛 = 𝜎². 𝐼

𝛽 = (𝑋′ 𝑋)−1𝑋′𝑌

Após a regressão, foram avaliados os desvios e comparados com a metodologia

antes proposta para o cálculo das parcelas de acoplamento (com valores fixos de

produtibilidade), a fim de verificar o ganho obtido com a modelagem proposta.

Diversos gráficos foram gerados e estudos foram feitos a respeito do erro

apresentado pela regressão linear e conclusões puderam ser tiradas sobre a eficácia da

mesma.

Aplicação e Resultados

Sistema da Bacia do Alto São Francisco

A bacia do São Francisco possui aproximadamente 640 mil quilômetros

quadrados. Essa bacia hidrográfica tem como principal rio o São Francisco, que nasce

na Serra da Canastra (MG) e percorre os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e

Sergipe até a foz, na divisa entre esses dois últimos estados, totalizando uma extensão

de 2.830 km do território brasileiro. A usina de Queimado, localizada na fronteira de

Minas Gerais e Goiás, encontra-se no Rio Preto, que ao seguir seu fluxo deságua no rio

Paracatu, um dos afluentes do rio São Francisco. A usina de Retiro Baixo também não

está situada no rio São Francisco, mas sim em um de seus afluentes, o rio Paraopeba,

𝑌𝑖 = 𝛽0 + 𝛽1𝑋𝑖1 + 𝛽2𝑋𝑖2 + ⋯+ 𝛽𝑝−1𝑋𝑖,𝑝−1 + 𝜀𝑖

(21)

Page 43: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

43

em MG. Portanto, a bacia compreende um t otal de cinco estados, fazendo a ligação

entre dois REEs, o SE/CO e o Nordeste, como pode ser visto na Figura 16.

A topologia utilizada para modelar esta bacia visa representar as usinas

hidrelétricas com reservatório e as fio d’águas, conforme foi exemplificado na Figura 2,

bem como a separação entre os REEs, representada pela linha que os divide. O sistema

em questão é representado na Figura 17.

: Bacia do rio São Francisco e suas usinas

Page 44: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

44

Um detalhe fica evidente quando se observa a topologia da bacia em questão, mais

especificamente após a divisão dos REEs, encontra-se uma usina com reservatório.

Logo, conclui-se que, para esse REE, não há energia afluente à fio d’água, pois essa

somente se caracteriza mediante a uma usina deste tipo na fronteira com a linha

imaginária que separa ambos os REEs.

A cerca do sistema em questão, pode-se calcular a energia armazenada, bem

como suas parcelas referentes ao acoplamento, tal como foi feito para o exemplo na

seção anterior. Assim, segue abaixo o cálculo feito para essas parcelas.

Energia armazenada em 𝑌1 (Equação 8)

Fração de 𝐸𝐴𝑌1 correspondente a parcela própria (Equação 9):

: Topologia do sistema hidrotérmico do Alto São Francisco

𝐸𝐴𝑌1 = 𝑐1 [

𝑉𝑅𝐵(𝜌𝑅𝐵𝐻𝑅𝐵 + 𝜌𝑇𝑀𝐻𝑇𝑀 + 𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

+ 𝑉𝑄(𝜌𝑄𝐻𝑄 + 𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

+ 𝑉𝑇𝑀(𝜌𝑇𝑀𝐻𝑇𝑀 + 𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

]

𝐸𝐴1,𝑌1= 𝑐1[𝑉𝑅𝐵(𝜌𝑅𝐵𝐻𝑅𝐵 + 𝜌𝑇𝑀𝐻𝑇𝑀) + 𝑉𝑄(𝜌𝑄𝐻𝑄) + 𝑉𝑇𝑀(𝜌𝑇𝑀𝐻𝑇𝑀)]

Page 45: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

45

Fração de 𝐸𝐴𝑌1 correspondente a parcela afluente controlável (Equação 11):

Fração de 𝐸𝐴𝑌1 correspondente a parcela afluente a fio d’água (Equação 13):

Energia armazenada em 𝑌2 (Equação 8)

Parcela de acoplamento própria (Equação 10):

Parcela de acoplamento afluente controlável (Equação 12):

Parcela afluente a fio d’àgua (Equação 14):

Sistema da Bacia do Alto Tocantins

A bacia do Alto Tocantins ou Tocantins-Araguaia é a maior bacia de drenagem

exclusivamente brasileira, com aproximadamente 767.059 quilômetros quadrados. Os

principais rios são o Tocantins, que nasce em Goiás e desemboca na foz do rio

Amazonas; e o rio Araguaia, que nasce na divisa de Goiás com Mato Grosso e se junta

ao rio Tocantins na porção norte do estado do Tocantins. A bacia ainda se estende pelos

estados do Pará, Maranhão e Distrito Federal, com uma extensão de aproximadamente

2.500 quilômetros. Esta bacia, então, faz a interligação entre os REEs do SE/CO e o

Norte, como é possível constatar pela Figura 18.

𝐸𝐴2,𝑌1= 𝑐1 [

𝑉𝑅𝐵(𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

+𝑉𝑄(𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

+𝑉𝑇𝑀(𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

]

𝐸𝐴3,𝑌1= 0

𝐸𝐴𝑌2= 𝑐1[𝑉𝑆𝑂𝐵(𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴

+ 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)+ 𝑉𝐼𝑇𝐴(𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴

+ 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)]

𝐴 =

𝐸𝐴1,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

𝐵 =

𝐸𝐴2,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

𝐶 =

𝐸𝐴3,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

=0

𝐸𝐴𝑌1

= 0

Page 46: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

46

A topologia utilizada para modelar esta bacia, bem como a separação entre os

REEs, representada pela linha que os divide é representada na Figura 19.

: Bacia do rio Tocantins e suas usinas

: Topologia do sistema hidrotérmico do Alto Tocantins

Page 47: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

47

Assim como foi feito para o sistema do Alto são Francisco, o cálculo da energia

armazenada, bem como suas parcelas referentes ao acoplamento hidráulico do sistema

do Alto Tocantins é mostrado a seguir:

Energia armazenada em 𝑌1 (Eq. 8)

Fração de 𝐸𝐴𝑌1 correspondente a parcela própria (Eq. 9):

Fração de 𝐸𝐴𝑌1 correspondente a parcela afluente controlável (Eq. 11):

Fração de 𝐸𝐴𝑌1 correspondente a parcela afluente a fio d’água (Eq. 13):

Energia armazenada em 𝑌2 (Eq. 8)

Parcela de acoplamento própria (Eq. 10) :

𝐴 =𝐸𝐴1,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

Parcela de acoplamento afluente controlável (Eq. 12):

𝐵 =𝐸𝐴2,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

Parcela de acoplamento afluente a fio d’àgua (Eq. 14):

𝐶 =𝐸𝐴3,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

Características da Função Exata

Como foi dito no capítulo 3, foram gerados, ainda na fase de testes do modelo,

gráficos que pudessem exprimir alguma característica da função que representa o

problema, com o intuito de saber por antemão se a mesma poderia ser linearizada,

mesmo que por partes.

Assim, foram obtidos diversos gráficos, mantendo uma variável fixa de cada vez,

já que a função está em um espaço maior do que três dimensões e seria inviável

demonstrá-la graficamente sem esse recurso. Como os gráficos apresentam sempre a

𝐸𝐴𝑌1

= 𝑐1 [

𝑉𝑆𝑀(𝜌𝑆𝑀𝐻𝑆𝑀 + 𝜌𝐶𝐵ℎ𝐶𝐵 + 𝜌𝑆𝑆ℎ𝑆𝑆 + 𝜌𝑃𝐴𝐻𝑃𝐴 + 𝜌𝐿𝐴𝐽ℎ𝐿𝐴𝐽 + 𝜌𝐸𝑇ℎ𝐸𝑇 + 𝜌𝑇𝑈𝐶𝐻𝑇𝑈𝐶)

+ 𝑉𝐷(𝜌𝑃𝐴𝐻𝑃𝐴 + 𝜌𝐿𝐴𝐽𝐻𝐿𝐴𝐽 + 𝜌𝐸𝑇ℎ𝐸𝑇 + 𝜌𝑇𝑈𝐶𝐻𝑇𝑈𝐶)

+ 𝑉𝑇𝑈𝐶(𝜌𝑇𝑈𝐶𝐻𝑇𝑈𝐶)

]

𝐸𝐴1,𝑌1= 𝑐1[𝑉𝑆𝑀(𝜌𝑆𝑀𝐻𝑆𝑀 + 𝜌𝐶𝐵ℎ𝐶𝐵 + 𝜌𝑆𝑆ℎ𝑆𝑆 + 𝜌𝑃𝐴𝐻𝑃𝐴 + 𝜌𝐿𝐴𝐽ℎ𝐿𝐴𝐽)

+ 𝑉𝑃𝐴(𝜌𝑃𝐴𝐻𝑃𝐴 + 𝜌𝐿𝐴𝐽ℎ𝐿𝐴𝐽)

𝐸𝐴2,𝑌1= 𝑐1[𝑉𝑆𝑀(𝜌𝑇𝑈𝐶𝐻𝑇𝑈𝐶) + 𝑉𝑃𝐴(𝜌𝑇𝑈𝐶𝐻𝑇𝑈𝐶)]

𝐸𝐴3,𝑌1= 𝑐1[𝑉𝑆𝑀(𝜌𝐸𝑇ℎ𝐸𝑇) + 𝑉𝑃𝐴(𝜌𝐸𝑇ℎ𝐸𝑇)]

𝐸𝐴𝑌2= 𝑐1[𝑉𝑇𝑈𝐶(𝜌𝑇𝑈𝐶𝐻𝑇𝑈𝐶)]

Page 48: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

48

mesma forma, e o objetivo desse estudo é observar essa característica, foram inseridas

nesse trabalho apenas algumas figuras representativas.

Sistema São Francisco

Energia Defluente em 50%

O gráfico da Figura 20 representa um corte da função de geração própria para

uma determinada energia defluente no sistema, variando os níveis de armazenamento

de montante e jusante. Observa-se que à medida que a energia armazenada no sistema

de montante aumenta, cresce também o GH, ou seja, a geração própria do sistema de

montante.

O gráfico da Figura 21 representa um corte da função da energia controlável que

chega ao sistema de jusante em função dos armazenamentos de montante e jusante,

tendo uma energia defluente fixada em 50%.

Pode-se notar um comportamento inverso ao da função de geração própria, vista

na Figura 20, essa complementaridade faz sentido visto que essas funções são

dependentes das parcelas de acoplamento A e B vistas anteriormente, que por sua vez,

somadas precisam resultar em 1. Sabendo que para o sistema São Francisco a parcela

fio d’água é nula (C = 0); a soma das parcelas deve ser zero, de acordo com o referencial

teórico apresentado.

: Corte da função de GH para EDEFL em 50%

Page 49: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

49

Observando o eixo Z dos gráficos, tanto para GH (Figura 20) quanto para EC

(Figura 21), percebe-se que a energia afluente controlável tem um valor bem superior

ao da energia própria. Isso se dá também por que, no caso da bacia do rio São

Francisco, os reservatórios de jusante possuem uma capacidade de armazenamento

muito superior aos do montante, principalmente devido à UHE de Sobradinho.

Na Figura 22, foi mantida constante a energia armazenada no sistema de

montante para que o comportamento das demais variáveis pudesse ser observado.

Energia Armazenada no REE de Montante = 50%

: Corte da função de EC para EDEFL em 50%

: Corte da função de GH para EARMm em 50%

Page 50: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

50

Nessa figura fica evidente que a parcela da energia que é gerada no próprio

sistema cresce à medida que a energia defluente aumenta.

Assim como na Figura 22, mas dessa vez querendo observar como se comporta

a energia afluente controlável, foi mantida a energia armazenada no sistema de

montante em 50%, como pode ser visto na Figura 23.

Assim como visto na figura anterior, a parcela da energia que é afluente

controlável também cresce junto com o aumento da energia defluente.

Por último, foi mantida a energia armazenada no jusante constante e foi

observada como variavam as funções de GH e EC com os outros parâmetros

envolvidos, como pode ser visto nas figuras Figura 24 e Figura 25.

: Corte da função de EC para EARMm em 50%

Page 51: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

51

Energia Armazenada no Jusante = 50%

Na Figura 24 percebe-se o comportamento crescente de GH à medida que a

energia armazenada no montante aumenta, assim como é possível notar na Figura 25

que essa tendência é contrária quando se aumenta a energia armazenada no sistema

de jusante. Essas características serão melhor explicadas a seguir.

: Corte da função de GH para EARMj em 50%

: Corte da função de EC para EARMj em 50%

Page 52: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

52

Análise do Comportamento da Função (ASF)

Agora será feita uma análise utilizando embasamentos teóricos para justificar o

comportamento apresentado pelas funções de GH e EC mostrado nas figuras

anteriores.

Os gráficos das figuras Figura 20 eFigura 21 explicitam uma característica que

também pode ser observada nos demais. O comportamento de GH e EC quando as

energias armazenadas no sistema de montante e de jusante variam.

Como foi visto no referencial teórico:

𝐴 =𝐸𝐴1,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

e como:

𝐺𝐻 = 𝐴 × 𝐸𝐷𝐸𝐹𝐿

Onde, para o sistema do São Francisco (Eq.9):

e (Eq. 8):

Na Figura 20, observa-se que o valor de GH cresce com a energia armazenada

no montante e decresce com a energia armazenada no REE de jusante. Isso se dá

devido à variação da produtibilidade das usinas de montante e jusante, ou seja, quando

a produtibilidade das usinas de montante aumenta, resulta em um crescimento da

energia armazenada no sistema de montante e, por analogia, quando a produtibilidade

das usinas de jusante no sistema de jusante aumenta, quer dizer que a energia

armazenada desse sistema também segue esse viés.

Isso se reflete na parcela própria, que é o quociente entre a energia armazenada

no sistema de montante que, quando desestocada, será gerada no próprio sistema e a

energia armazenada total do sistema de montante, que leva em consideração as

produtibilidades das usinas de jusante também, como pode ser visto na equação acima.

Assim, quando a produtibilidade das usinas no sistema de jusante aumenta, cresce a

energia armazenada, aumentando também o denominador desse quociente, levando a

um decréscimo da função de GH.

𝐸𝐴1,𝑌1= 𝑐1[𝑉𝑅𝐵(𝜌𝑅𝐵𝐻𝑅𝐵 + 𝜌𝑇𝑀𝐻𝑇𝑀) + 𝑉𝑄(𝜌𝑄𝐻𝑄) + 𝑉𝑇𝑀(𝜌𝑇𝑀𝐻𝑇𝑀)]

𝐸𝐴𝑌1 = 𝑐1 [

𝑉𝑅𝐵(𝜌𝑅𝐵𝐻𝑅𝐵 + 𝜌𝑇𝑀𝐻𝑇𝑀 + 𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

+ 𝑉𝑄(𝜌𝑄𝐻𝑄 + 𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

+ 𝑉𝑇𝑀(𝜌𝑇𝑀𝐻𝑇𝑀 + 𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

]

Page 53: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

53

Em contra partida, na Figura 21, observa-se que o valor de EC diminui à medida

que a energia armazenada no sistema de montante cresce. Isso fica evidente pela teoria

sabendo que:

𝐵 =𝐸𝐴2,𝑌1

𝐸𝐴𝑌1

e como:

𝐸𝐶 = 𝐵 × 𝐸𝐷𝐸𝐹𝐿

Onde, para o sistema do São Francisco (Eq. 11):

𝐸𝐴2,𝑌1= 𝑐1 [

𝑉𝑅𝐵(𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

+𝑉𝑄(𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

+𝑉𝑇𝑀(𝜌𝑆𝑂𝐵𝐻𝑆𝑂𝐵 + 𝜌𝐼𝑇𝐴𝐻𝐼𝑇𝐴 + 𝜌𝐶𝑃𝑂ℎ𝐶𝑃𝑂 + 𝜌𝑋𝐼𝑁ℎ𝑋𝐼𝑁)

]

Observa-se que o numerador do quociente responsável pela parcela B depende

das produtibilidades das usinas do REE de jusante apenas, enquanto que o

denominador é o mesmo visto na análise anterior, que contempla as produtibilidades de

ambos os sistemas. Logo, quando as produtibilidades do sistema de montante

aumentam, a energia armazenada no sistema de montante aumenta, elevando o

denominador desse quociente e resultando em um decréscimo no valor de EC.

Nas figurasFigura 20 aFigura 25 fica evidente que tanto o valor de GH quanto o

de EC aumentam à medida que a energia defluente cresce, estando de acordo com a

equação mostrada para o cálculo destas, enquanto que apresentam pequenas

variações devido à energia armazenada no sistema de jusante. Isso se dá devido à

pequena variabilidade na produtibilidade das usinas do jusante; a diferença entre seu

valor mínimo e máximo é relativamente baixa, tendo um impacto reduzido no estudo

visto que está sendo averiguado o impacto da variação dos parâmetros na geração.

Sistema Tocantins

Analogamente para o sistema do Alto Tocantins, foram gerados cortes das

funções de GH e EC, porém nesse sistema existe a parcela fio d’água EF e o mesmo

também foi feito para essa função. Pelos mesmos motivos do caso anterior, serão

mostrados apenas os gráficos com a variável fixa em 50% como representação do

comportamento da função.

Page 54: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

54

Energia Defluente em 50%

O gráfico da Figura 26 representa um corte da função de geração própria para

uma energia defluente no sistema de 50%, variando os níveis de armazenamento de

montante e jusante. Observa-se que à medida que a energia armazenada no sistema

de montante aumenta, cresce também o GH, ou seja, a geração própria do sistema de

montante.

Assim como foi visto no gráfico da Figura 20, análogo para o Sistema São

Francisco, essa parcela própria é praticamente invariável em relação à energia

armazenada no sistema de jusante. Uma característica distinta desse gráfico em

comparação com o outro é que este possui uma curvatura mais acentuada, formando

um platô que representa o limite de geração máxima.

O gráfico da Figura 27 representa um corte da função da energia controlável que

chega ao sistema de jusante em função dos armazenamentos de montante e jusante,

tendo uma energia defluente fixada em 50% para o Sistema do Alto Tocantins.

: Corte da função de GH para EDEFL = 50%

Page 55: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

55

No gráfico da Figura 27, observa-se que as características apresentadas para o

gráfico análogo ao Sistema São Francisco se repetem, mas devido à diferença do

armazenamento de montante em relação ao de jusante e a presença de uma parcela

fio d’água é possível ver um gradiente diferente do primeiro.

Na Figura 28, é ilustrado o comportamento da parcela da energia afluente a fio

d’água. É possível notar que essa parcela decresce à medida que tanto as energias de

montante quanto a de jusante aumentam. Isso se dá devido ao aumento das parcelas

A e B e como a soma das três parcelas precisa ser nula, ocorre um decréscimo na

parcela C e, portanto de EF.

: Corte da função de EC para EDEFL em 50%

: Corte da função de EF para EDEFL em 50%

Page 56: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

56

Assim como foi feito para o sistema São Francisco, para analisar o

comportamento da função em relação aos parâmetros, seguem as análises feitas nas

mesmas condições para o Sistema Tocantins. A Figura 29 mostra o comportamento da

função de GH para EARM de montante fixo em 50%. Nota-se que para uma EDEFL no

entorno de 40% a função de GH esbarra em seu limite de geração, fato que não ocorreu

para o sistema anteriormente analisado.

Na Figura 30 pode ser observado o comportamento de EC em função da energia

defluente e do armazenamento de jusante.

: Corte da função de GH para EARMm em 50%

: Corte da função de EC para EARMm em 50%

Page 57: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

57

Percebe-se que quando esses parâmetros aumentam, a energia afluente

controlável (EC) também cresce, tendo seu ápice quando ambas estão em seus

respectivos máximos. Como EC depende tanto da parcela B quanto da energia

defluente, conforme visto anteriormente, esse comportamento é adequado.

Na Figura 31 está ilustrado o comportamento da parcela da energia afluente a

fio d’água para variações de energia defluente e energia armazenada no sistema de

jusante.

A seguir, mantendo a energia armazenada do sistema de jusante constante e

variando a energia armazenada do sistema de montante.

A Figura 32 ilustra o comportamento da parcela própria da energia para

variações de energia defluente e energia armazenada no sistema de montante.

: Corte da função de EF para EARMm em 50%

Page 58: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

58

Percebe-se que o ponto em que há maior parcela de geração própria é quando

se tem mais energia defluente e mais energia armazenada no sistema de montante. Em

determinado momento, GH chega a seu limite de geração e por isso há esse platô

mostrado na Figura 32.

Na Figura 33 observa-se a EC variando com os mesmos parâmetros,

apresentando um comportamento diferente da GH.

: Corte da função de GH para EARMj em 50%

: Corte da função de EC para EARMj em 50%

Page 59: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

59

Na Figura 33, é visto que a energia afluente controlável cresce á medida que há

um acréscimo na energia defluente e cai à medida que a energia armazenada no

sistema de montante aumenta. Comportamento esse, inverso ao visto na Figura 30,

para variações de energia armazenada no sistema de jusante.

O comportamento da energia afluente a fio d’água para variações da energia

defluente e da energia armazenada no sistema de montante é visto na Figura 34, onde

se percebe que há uma tendência semelhante à vista na Figura 33 para a energia

afluente controlável. Isso é devido ao aumento que ocorre na parcela própria (GH) com

o crescimento da energia armazenada no sistema de montante, provocando uma

diminuição das parcelas B e C (Eq.) e por sua vez a diminuição de EC e EF.

Observando os gráficos dos cortes das funções de GH, EC e EF mostrados nesta

seção, conclui-se que a energia própria cresce à medida que o armazenamento de

montante aumenta; a energia afluente controlável cresce à medida que o

armazenamento de jusante aumenta; e que a energia afluente a fio d’água diminui para

ambos os aumentos de armazenamento, fechando o balanço das energias.

Análise do Comportamento da Função (ASF e TOC)

Com relação às caraterísticas das curvas apresentadas para os sistemas do Alto

São Francisco e Alto Tocantins, concluiu-se que, apesar de não lineares, as curvaturas

apresentadas não são tão pronunciadas, sugerindo que o uso de regressão linear

pudesse ser viável. Além disso, a existência de alguns gráficos côncavos e outros

convexos inviabiliza a inserção no problema de programação linear uma linearização

: Corte da função de EF para EARMj em 50%

Page 60: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

60

por partes, visto que seria necessária a utilização de inequações (ao invés de equações)

e o sentido da função objetivo faria que o resultado do PL se descolasse da curva em

algumas situações.

Comparando as curvas de ambos os sistemas estudados, percebe-se que

aparentemente o sistema do Alto São Francisco se mostrou mais linear do que o sistema

do Alto Tocantins. Isso se deve, provavelmente à características intrínsecas de cada

sistema, levando ele a se comportar de maneira mais ou menos linear.

Resultados da regressão Linear

Análise Geral

Foram obtidas as parcelas da outra metodologia, que calcula apenas as parcelas

para a altura equivalente e as mantêm constantes. Com isso, foi possível comparar os

erros de ambas as abordagens.

Foi feita uma análise comparando o desempenho da regressão linear proposta

neste trabalho e da metodologia atual ( uso de parcelas de acoplamento constantes).

Nessa análise, foi levada em conta a quantidade de vezes em que a metodologia

proposta teve um erro inferior ao da atual sobre o total de pontos, obtendo assim um

valor percentual para cada regressão linear das parcelas de energia.

No geral, a regressão feita para o Sistema do Alto São Francisco teve um maior

êxito em relação à metodologia com parcelas constantes em 78.42% tanto para GH

quanto para EC. Enquanto que a regressão feita para o Sistema do Alto Tocantins teve

maior êxito em 70.33% para GH, para EC de 66.08% e para EF de 85.95%, como pode

ser aferido na Tabela 2. Também foi incluída uma folga de 5% para ver os casos em

que a regressão ganhava ou perdia por no máximo 5% e pôde-se perceber que a

regressão ganha ou perde por pouco em diversos casos.

São Francisco Tocantins

GH EC GH EC EF

Regressão

Ganha 78.42% 78.42% 70.33% 66.08% 85.85%

Com erro

máx. 5% 82.94% 93.15% 91.85% 83.25% 95.05%

: Percentual de vezes em que a regressão errou menos do que a metodologia atual

Page 61: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

61

Nas tabelas acima estão alguns dados referentes às regresões feitas para cada

parcela de energia de cada sistema analisado. Nas Tabela 3 e 4, estão os desvios e as

médias dos erros tanto para as regressões quanto para a metodologia com parcelas

constantes dos sistemas do Alto São Francisco e Alto Tocantins.

Na Tabela 5 estão os coeficientes encontrados ao fazer as regressões, como

está definido na equação 21. Esses coeficientes são referentes à configuração de

Outubro de 2013, que é o primeiro período do planejamento utilizado como base para o

estudo. Caso o estado (configuração) do sistema mude, com a entrada de uma usina,

por exemplo, a regressão deve ser refeita para essa nova configuração devido à

mudança das parcelas de acoplamento.

Regressão Linear Parcelas Constantes

Média Desvio

Padrão Média

Desvio

Padrão

GH -3.63E-08 11.3379 37.67 30.9768

EC 2.36E-06 11.3383 -37.67 30.9771

: Desvio padrão e média dos erros- Alto São Francisco (MWmês)

: Desvio padrão e média dos erros- Alto Tocantins (MWmês)

Regressão Linear Parcelas Constantes

Média Desvio

Padrão Média

Desvio

Padrão

GH -6.65E-06 18.1982 -7.02 34.4887

EC -1.34E-06 49.8810 -11.61 94.2774

EF -2.43E-06 8.7802 -11.31 17.8015

: Coeficientes da regressão linear (Out/13)

São Francisco Tocantins

GH EC GH EC EF

𝜷𝟎 -30.4901 30.4907 11.7250 -63.1963 33.0494

𝜷𝟏 0.0033 -0.0033 0.00117 -0.0023 -0.0009

𝜷𝟐 -0.0003 0.0003 -0.0089 0.0269 -0.0021

𝜷𝟑 0.1376 0.8624 0.7393 0.1897 0.0698

Page 62: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

62

Análise da distribuição dos erros

Apesar do desempenho global melhor, é importante detalhar a análise dos erros

pra saber as regiões onde se tem melhor e pior desempenho da regressão linear.

Comparação com a distribuição normal

A comparação com a distribuição normal do erro da regressão linear para a

parcela própria de energia do Sistema São Francisco encontra-se na Figura 35.

O mesmo foi feito para a parcela afluente controlável e está ilustrado na Figura

36.

A mesma análise foi feita para o sistema do Alto Tocantins, as distribuições dos

erros das regressões para cada parcela estão ilustradas nas figuras a seguir.

: Comparação com a distribuição normal do erro da regressão linear para GH do sistema do Alto São Francisco

: Comparação com a distribuição normal do erro da regressão linear para EC do sistema do Alto São Francisco

Page 63: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

63

A comparação com a distribuição normal do erro da regressão linear de EC para

o sistema do Alto Tocantins está na Figura 38.

: Comparação com a distribuição normal do erro da regressão linear para GH do sistema do Alto Tocantins

: Comparação com a distribuição normal do erro da regressão linear para EC do sistema do Alto Tocantins

Page 64: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

64

Para esse sistema existe a parcela de energia a fio d’água e a comparação

com a distribuição normal do erro da regressão linear de EF está na Figura 39.

Observando o comportamento dos erros das regressões, pode-se perceber um

distanciamento não tão grande da distribuição normal. Há duas diferenças importantes:

percebe-se certa assimetria para esquerda ou para direita, (Tabela 6) e uma

concentração mais elevada de ocorrências ao entorno da média, que por sua vez é

muito próxima à zero em todos os casos, sendo um indicativo favorável à metodologia

proposta.

Sistema SF Sistema TOC

GH 0.5662 -0.0102*

EC -0.5663 -0.5738

EF - 0.8360

*Energia própria atinge GHMÁX

: Comparação com a distribuição normal do erro da regressão linear para EF do sistema do Alto Tocantins

: Coeficientes de assimetria dos erros das regressões

Page 65: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

65

Avaliação dos erros para valores de EDEFL

Percebeu-se que o erro da regressão linear estava associado à energia defluente

ao sistema, para valores muito baixos de EDEFL, o erro apresentava um crescimento

pontual. Foi feito um gráfico de dispersão do erro percentual em relação à quantidade

de energia defluente ao sistema que confirmou essa correlação.

O erro da regressão linear atinge picos elevados para valores de energia

defluente até 10% para energia própria no sistema São Francisco (Figura 40), porém

para valores superiores, o erro se torna próximo à zero. É possível perceber que após

certo valor de energia defluente o erro cresce um pouco, ainda dentro de uma margem

aceitável. Esse comportamento se deve provavelmente devido a características da

própria regressão linear.

Foi testado utilizar regressão por partes e os resultados foram ótimos do ponto

de vista do erro, porém foi considerado inviável por necessitar inserir diversas equações

de retas no problema e por não garantir a continuidade e convexidade da curva entre

as partes adjacentes.

: Gráfico EDEFL X ERRO (%) Para GH - SF

Page 66: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

66

Na Figura 41, está mostrado o gráfico do erro percentual da regressão linear em

relação à energia defluente para a energia afluente controlável no sistema São

Francisco.

Para esta parcela da energia, o erro possui picos mais relevantes para valores

de energia defluente inferiores a 4%. O comportamento do gráfico da Figura 40 se

assemelha ao da Figura 41, porém a magnitude do erro é menor no segundo.

A mesma análise feita para a regressão linear do sistema Tocantins revelou um

comportamento distinto. O erro da regressão de GH foi menor do que o erro para EC,

isso se deve possivelmente às características de armazenamento de ambos os

sistemas. No São Francisco, a maior capacidade de armazenamento encontra-se no

sistema de jusante, enquanto que no Tocantins se encontra no sistema de montante.

No gráfico apresentado na Figura 42 percebe-se que a regressão linear só foi

feita até certo valor de energia defluente, por volta de 40%, isso se deve ao fato de que

o sistema Tocantins apresentou geração superior à máxima, como foi visto na Figura

29, para valores superiores de energia defluente.

: Gráfico EDEFL X ERRO (%) Para EC - SF

Page 67: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

67

É possível ver que o erro teve picos para valores muito baixos de energia

defluente, em torno de 5%.

Para a energia afluente controlável é visto que o erro é maior tanto em seus picos

quanto em sua frequência, sendo relevante para valores de até 14% de energia

defluente, visto na Figura 43.

O erro da regressão linear para a função da energia afluente a fio d’água para o

sistema Tocantins, ilustrado na Figura 44, não foge do padrão encontrado para as

: Gráfico EDEFL X ERRO (%) Para GH - TOC

: Gráfico EDEFL X ERRO (%) Para EC - TOC

Page 68: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

68

outras funções, apresentando picos de erro para valores de até 10% de energia

defluente.

Conclusão da análise dos gráficos de EDEFL x ERRO (%)

Observando os gráficos comparativos de energia defluente com o erro da

regressão linear, percebe-se que, para todos os casos, o erro apresenta picos para

valores baixos de EDEFL (a 13%) e a média de todos os erros é muito próxima a zero.

: Gráfico EDEFL X ERRO (%) Para EF - TOC

Page 69: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

69

Avaliação das distribuições acumuladas

Buscando uma melhor visualização do erro da regressão, ilustrando

principalmente o fato de que os picos de erro aconteceram de modo isolado, foi feita a

análise por meio das distribuições acumuladas (FDA) dos erros.

No eixo das abscissas dos gráficos a seguir encontra-se o erro percentual da

regressão linear para cada parcela de energia de ambos os casos estudados. Os

gráficos em si ilustram que a maior parte do erro tem seu valor próximo à zero.

Para obter uma visão mais detalhada, foram feitos zooms e uma mudança de

escala nas regiões consideradas mais importantes: no centro e nas “caudas” positiva e

negativa.

: FDA do erro percentual de GH (SF)

Page 70: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

70

Na Figura 46, percebe-se que 63.05% dos erros absolutos não passaram de 5%,

enquanto que 83.22% dos erros absolutos não passaram de 15%.

Fazendo um zoom na parte positiva da FDA do erro de GH nota-se que 5% dos

erros ficaram acima de 28.44%, enquanto que apenas 1% superou os 153.73%, ou seja,

o pico positivo foi atingido por um valor inferior a 1% dos erros.

: Zoom central da FDA do erro de GH (SF)

: Zoom da parte positiva da FDA do erro de GH (SF)

Page 71: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

71

Fazendo um zoom na parte negativa da FDA do erro de GH nota-se que 5% dos

erros ficaram abaixo de -34.68%, enquanto que apenas 1% superou os -191.59%, ou

seja, o pico negativo foi atingido por um valor inferior a 1% dos erros.

Foi feita a mesma análise para o erro percentual de EC, ainda para o sistema

São Francisco, como se pode notar nas figuras seguintes.

Observa-se que o comportamento do erro é semelhante ao de GH, porém

mudando a sua amplitude. Para o sistema SF, o erro de EC é menor do que o erro de

GH.

: Zoom da parte negativa da FDA do erro de GH (SF)

: FDA do erro percentual de EC (SF)

Page 72: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

72

Na Figura 50, percebe-se que 90.09% dos erros absolutos não passaram de 5%,

enquanto que 96.28% dos erros absolutos não passaram de 15%.

Fazendo um zoom na parte positiva da FDA do erro de EC nota-se que 5% dos

erros ficaram acima de 4.81%, enquanto que apenas 1% superou os 26.3%, ou seja, o

pico positivo foi atingido por um valor inferior a 1% dos erros.

: Zoom central da FDA do erro de EC (SF)

: Zoom da parte positiva da FDA do erro de EC (SF)

Page 73: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

73

Fazendo um zoom na parte negativa da FDA do erro de EC nota-se que 5% dos

erros ficaram abaixo de -5.13%, enquanto que apenas 1% superou os -27.16%, ou seja,

o pico negativo foi atingido por um valor inferior a 1% dos erros.

A mesma análise foi feita para o sistema Tocantins, como pode ser aferido pelas

figuras a seguir.

: Zoom da parte negativa da FDA do erro de EC (SF)

: FDA do erro percentual de GH (TOC)

Page 74: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

74

Nota-se que o comportamento do erro continua semelhante aos demais,

variando significantemente em amplitude se comparado ao erro de GH para o sistema

São Francisco. Para o sistema TOC, o erro de GH foi bem inferior ao de EC.

Na Figura 54, percebe-se que 89.02% dos erros absolutos não passaram de 5%,

enquanto que 96.09% dos erros absolutos não passaram de 15%.

Fazendo um zoom na parte positiva da FDA do erro de GH nota-se que 5% dos

erros ficaram acima de 5.88%, enquanto que apenas 1% superou os 25.91%, ou seja,

o pico positivo foi atingido por um valor inferior a 1% dos erros.

: Zoom central da FDA do erro de GH (TOC)

: Zoom da parte positiva da FDA do erro de GH (TOC)

Page 75: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

75

Fazendo um zoom na parte negativa da FDA do erro de EC nota-se que 5% dos

erros ficaram abaixo de -5.46%, enquanto que apenas 1% superou os -25.33%, ou seja,

o pico negativo foi atingido por um valor inferior a 1% dos erros.

: Zoom da parte negativa da FDA do erro de GH (TOC)

: FDA do erro percentual de EC (TOC)

Page 76: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

76

Na Figura 58, percebe-se que 65.92% dos erros absolutos não passaram de 5%,

enquanto que 85.58% dos erros absolutos não passaram de 15%.

Fazendo um zoom na parte positiva da FDA do erro de GH nota-se que 5% dos

erros ficaram acima de 27.12%, enquanto que apenas 1% superou os 149.85%, ou seja,

o pico positivo foi atingido por um valor inferior a 1% dos erros.

: Zoom central da FDA do erro de EC (TOC)

: Zoom da parte positiva da FDA do erro de EC (TOC)

Page 77: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

77

Fazendo um zoom na parte negativa da FDA do erro de EC nota-se que 5% dos

erros ficaram abaixo de -22.66%, enquanto que apenas 1% superou os -123.04%, ou

seja, o pico negativo foi atingido por um valor inferior a 1% dos erros.

O sistema Tocantins possui a parcela de acoplamento C, referente à energia

afluente a fio d’água (EF). O erro da regressão para EF manteve o comportamento visto

pelos outros erros, com picos isolados e sua maior parte concentrada em zero, conforme

mostrado na Figura 61.

: Zoom da parte negativa da FDA do erro de EC (TOC)

: FDA do erro percentual de EF (TOC)

Page 78: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

78

Na Figura 62, percebe-se que 81.71% dos erros absolutos não passaram de 5%,

enquanto que 91.74% dos erros absolutos não passaram de 15%.

Fazendo um zoom na parte positiva da FDA do erro de GH nota-se que

5% dos erros ficaram acima de 12.36%, enquanto que apenas 1% superou os 67.39%,

ou seja, o pico positivo foi atingido por um valor inferior a 1% dos erros.

: Zoom central da FDA do erro de EF (TOC)

: Zoom da parte positiva da FDA do erro de EF (TOC)

Page 79: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

79

Fazendo um zoom na parte negativa da FDA do erro de EC nota-se que 5% dos

erros ficaram abaixo de -11.28%, enquanto que apenas 1% superou os -61.41%, ou

seja, o pico negativo foi atingido por um valor inferior a 1% dos erros.

Conclusão da análise da FDA

No geral, os erros seguiram uma mesma tendência, porém com magnitudes

diferentes. Para o sistema SF, o erro de GH foi bem superior ao erro de EC, enquanto

que para o sistema TOC ocorreu o oposto. O erro de EF para o sistema TOC teve uma

magnitude intermediária entre os erros de GH e EF.

A maior parte dos erros, para todas as energias de ambos os sistemas está

concentrada em torno do zero, o que é um ponto favorável à metodologia proposta.

Conforme é visto nas tabelas Tabela 7 e Tabela 8, os valores máximos que os

erros atingiram para cada parcela de energia são bem superiores para a regressão

linear do que para metodologia atual, porém, como foi constatado pela análise das

FDA’s, esses picos acontecem para menos de 1% dos pontos.

Os erros de GH para o ASF são bem inferiores utilizando a metodologia proposta

para um erro absoluto de até 15%, como pode ser visto na Tabela 7, bem como os erros

de EC e EF para o ATOC para um erro absoluto de até 5%.

Com conclusão, a regressão linear, de um modo geral, possui mais pontos com

erros inferiores a 5% do que a metodologia atual e fica muito próximo quando se

considera erros inferiores a 15%.

: Zoom da parte negativa da FDA do erro de EF (TOC)

Page 80: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

80

: Resumo do erro absoluto das regressões

Re

gre

ss

ão

Lin

ear

Erro

Absoluto

São Francisco Tocantins

GH EC GH EC EF

< 5% 63.05% 90.09% 89.02% 65.92% 81.71%

< 15% 83.22% 96.28% 96.09% 85.58% 91.74%

Pa

rce

las

Co

ns

tan

tes Erro

Absoluto

São Francisco Tocantins

GH EC GH EC EF

< 5% 10% 83% 97.15% 43% 59%

< 15% 29% 100% 100% 88% 100%

Re

gre

ss

ão

Lin

ear

São Francisco Tocantins

GH EC GH EC EF

1104.53% 142.52% 87.32% 1014.97% 468.4%

Pa

rce

las

Co

ns

tan

tes São Francisco Tocantins

GH EC GH EC EF

31.55% 6.04% 5.28% 24.68% 10.82%

: Picos Absolutos dos Erros da Regressão e da Metodologia com Parcelas Constantes

Page 81: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

81

Comparação dos Erros entre a Regressão e as

Parcelas Constantes

O erro da regressão linear apresenta picos para baixos valores de energia

defluente, como já foi visto nas análises anteriores. Para ilustrar melhor quando que o

uso da regressão passa a ser mais vantajoso do que o outro método, abaixo foram feitas

análises para um valor fixo de energia de montante e jusante (50%) e foi feita a

comparação dos erros absolutos.

Nessa figura, é visto que, para um armazenamento de 50% nos REEs de

montante e jusante há um pico de erro inicialmente acima de 80% na regressão linear,

para EDEFL igual a 1%. A regressão torna-se mais vantajosa para uma energia

defluente a partir de 4%.A mesma análise foi feita para a parcela da energia afluente

controlável para o sistema São Francisco, como pode ser visto na Figura 66.

: Comparação dos erros para GH (SF) – EARMm & EARMj = 50%

Page 82: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

82

Na Figura 66, pode-se perceber que o erro da regressão, para essas condições

de armazenamento dos REEs de montante e jusante, é menor para qualquer valor de

energia defluente.

Na Figura 67, primeiramente percebe-se que os erros só estão representados

até 36% de energia defluente, que foi o valor para o qual a geração hidráulica chegou

ao seu valor máximo. A regressão linear só foi feita para os valores abaixo da geração

máxima, após esse ponto a curva apresenta um platô, como foi visto no item 4.3 e

portanto a regressão seria uma reta. Percebe-se que, após um valor de 6% de EDEFL,

a regressão linear passa a errar menos do que a metodologia das parcelas constantes.

: Comparação dos erros para EC (SF) – EARMm & EARMj = 50%

: Comparação dos erros para GH (TOC) – EARMm & EARMj = 50%

Page 83: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

83

Para a energia controlável, nota-se que o erro da metodologia atual é bem baixo,

devido à parcela de acoplamento real estar com um valor bem próximo ao valor

constante previamente determinado pela metodologia atual. A regressão apresenta

melhores resultados apenas a partir de 26% de energia defluente.

Na Figura 69, estão representados os erros para a energia afluente a fio d’água

para o sistema Tocantins. Percebe-se que o erro utilizando parcelas constantes não é

alto, em torno de 3% para essa topologia. A metodologia sugerida possui um erro menor

para valores de energia defluente superiores a 16%, esse erro cai até ficar praticamente

nulo conforme a EDEFL é acrescida.

: Comparação dos erros para EC (TOC) – EARMm & EARMj = 50%

: Comparação dos erros para EF (TOC) – EARMm & EARMj = 50%

Page 84: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

84

As situações em que a regressão linear apresenta erros maiores (para níveis de

EDEFL muito pequenos) representam uma configuração atípica, que possui menor

probabilidade de ocorrer na prática.

Análise dos erros incorridos na prática no problema

real de planejamento da operação

As análises feitas até então levaram em consideração uma ampla faixa de

cenários tanto para energia armazenada nos REE's de montante e jusante quanto para

energia defluente.

A presente análise foi feita para uma operação real simulada pelo modelo

NEWAVE, tendo assim, valores de EARMm, EARMj e EDEFL mais condizentes com a

realidade. Foram geradas 2000 combinações dessas variáveis.

Utilizando esses dados fornecidos pela operação, foram calculadas as parcelas

de energia GH, EC e EF (quando existente) utilizando a metodologia proposta e a que

utiliza parcelas de acoplamento constantes. Esses resultados foram comparados com o

valor exato das parcelas de energia e os erros de ambas as metodologias foram

comparados.

Foram analisados dois cenários distintos para cada sistema em termos de

afluência. Escolheu-se o mês de Abril como representante do período chuvoso e o mês

de Novembro como representante do período seco.

Primeiramente foi visto o sistema do Alto São Francisco e os resultados para o

mês de Abril de 2014 estão dispostostos na Tabela 9.

Observa-se que o erro médio da metodologia proposta foi bem menor do que o

da metodologia que utiliza parcelas constantes. Isso se deve principalmente aos valores

de EARMm, EARMj e EDEFL mais próximos da realidade.

Nas análises anteriores viu-se que o desempenho da regressão linear não era

tão bom para níveis de armazenamento inferiores a 15%, situação essa que, na

operação, se mostrou pouco provável para o mês de Abril.

: Resultado da Análise da Operação para o Sistema São Francisco (Abril/14)

Regressão Linear Parcelas Constantes

Média Desvio

Padrão Média

Desvio

Padrão

GH 3.09% 2.29% 25.00% 3.09%

EC 0.55% 0.43% 4.38% 1.10%

EF - - - -

Page 85: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

85

O método proposto obteve um erro inferior em 99.8% dos casos. De 2000 casos

analisados, apenas 4 apresentaram uma combinaçao de EARMm, EARMj e EDEFL cuja

metodologia das parcelas constantes se mostrou superior.

Em seguida foi feita a mesma análise para o mês de Novembro de 2014 e os

resultados se encontram na Tabela 10.

Percebe-se que o erro da regressão linear obteve uma ligeira alta em relação ao

mês de Abril, isso se deu devido às combinações de EARMm, EARMm e EDEFL mais

baixas, propiciando também uma diminuição do erro do método das parcelas

constantes. Ainda assim, para 90,85% dos casos, a metodologia proposta obteve um

erro menor do que o outro método.

A mesma análise foi feita para o sistema do Alto Tocantins, os resultados para o

mês de Abril de 2014 estão dispostos na Tabela 11.Error! Reference source not

found.

Observa-se que o erro da regressão linear é bem inferior ao erro da metodologia

atual para todas as parcelas de energia, repetindo o resultado visto para o sistema São

Francisco.

O método proposto obteve um erro inferior em 99.4% dos casos. De 2000 casos

analisados, apenas 12 apresentaram uma combinaçao de EARMm, EARMj e EDEFL

cuja metodologia das parcelas constantes se mostrou superior.

Regressão Linear Parcelas Constantes

Média Desvio

Padrão Média

Desvio

Padrão

GH 3.65% 3.72% 19.71% 7.71%

EC 0.57% 0.50% 3.29% 1.48%

EF - - - -

: Resultado da Análise da Operação para o Sistema São Francisco (Novembro/14)

: Resultado da Análise da Operação para o Sistema Tocantins (Abril/14)

Regressão Linear Parcelas Constantes

Média Desvio

Padrão Média

Desvio

Padrão

GH 2.87% 3.41% 4.68% 3.70%

EC 0.45% 0.42% 18.87% 12.29%

EF 1.84% 1.53% 11.14% 8.87%

Page 86: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

86

Em seguida foi feita a mesma análise para o período seco, tendo como

representante o mês de Novembro de 2014,os resultado encontram-se na Tabela 12.

Percebe-se que a tendência observada no sistema São Francisco se manteve,

o erro da regressão linear obteve uma ligeira alta em relação ao mês de Abril e houve

diminuição do erro do método das parcelas constantes. Ainda assim, para 89,8% dos

casos, a metodologia proposta obteve erros menores do que o outro método.

Sobre essa análise:

Essa análise final foi feita para os meses de Abril de 2014 e Novembro de 2014, a

regressão linear foi calculada para a primeira configuração, que para esse estudo

do NEWAVE foi Outubro de 2013. Para o Sistema São Francisco, essa mudança na

escolha dos meses não afeta a regressão pois sua configuração não muda para os

meses citados.

Para o Sistema do Tocantins, as configurações mudam de um mês para outro,

devido à entrada de novas usinas na região Norte durante esse período. A

configuração do sistema altera o cálculo das parcelas e portanto a regressão linear,

como foi dito no capítulo 4. Então, teve de ser feito um novo cálculo para a regressão

para esses dois meses (Abril e Novembro de 2014) para o sistema TOC.

Os coeficientes da regressão obtidos para essas duas configurações estão

expostos nas Tabelas Tabela 13 eTabela 14.

: Resultado da Análise da Operação para o Sistema Tocantins (Novembro/14)

Regressão Linear Parcelas Constantes

Média Desvio

Padrão Média

Desvio

Padrão

GH 3.37% 2.61% 4.30% 4.91%

EC 0.56% 0.49% 7.92% 7.15%

EF 1.98% 1.66% 5.17% 2.55%

Tocantins

GH EC EF

𝜷𝟎 28.9275 -50.8312 36.7551

𝜷𝟏 0.0032 -0.0027 -0.0010

𝜷𝟐 -0.0246 0.0268 -0.0021

𝜷𝟑 0.7384 0.1916 0.0694

: Coeficientes da regressão linear (Abr/14)

Page 87: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

87

As parcelas, apesar de constantes para os diversos níveis de armazenamento,

do método em vigor, também são diferentes para cada configuração caso haja

modificação no estado do sistema, com a entrada de alguma usina. Essa

mudança foi levada em consideração nessa análise, essas parcelas encontram-

se nas Tabelas Tabela 15 e Tabela 16.

Como foi dito anteriormente, para o sistema São Francisco não houve mudança

nas configurações analisadas e portanto as parcelas de acoplamento são iguais para

os três períodos.

Tocantins

GH EC EF

𝜷𝟎 33.2195 -56.3932 37.5412

𝜷𝟏 0.0031 -0.0026 -0.0010

𝜷𝟐 -0.0251 0.0273 -0.0022

𝜷𝟑 0.7467 0.1825 0.0702

: Coeficientes da regressão linear (Nov/14)

Tocantins

OUT/13 ABR/14 NOV/14

A 0.11 0.11 0.11

B 0.89 0.89 0.89

C - - -

: Parcelas de Acoplamento da Metodologia em vigor (SF)

: Parcelas de Acoplamento da Metodologia em vigor (TOC)

Tocantins

OUT/13 ABR/14 NOV/14

A 0.736 0.750 0.734

B 0.192 0.177 0.195

C 0.072 0.073 0.072

Page 88: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

88

Conclusões e Trabalhos Futuros

O planejamento da operação energética do Sistema Elétrico Brasileiro é feito

com o auxílio de uma cadeia de modelos que buscam determinar políticas ótimas de

operação, que são utilizadas na determinação de metas de geração para cada usina

presente no SIN, com o intuito de balancear de maneira ótima o custo de operação e

critérios de segurança.

Esses modelos foram desenvolvidos pelo CEPEL e cada um possui um horizonte

de estudo distinto. O NEWAVE, cujo horizonte pode variar de 5 a 10 anos, representa

as usinas através do Modelo Equivalente de Energia. Este modelo foi adaptado ao longo

dos anos para representar o parque hidrelétrico podendo conter vínculo hidráulico entre

reservatórios equivalentes de energia.

Existem REEs que são acoplados hidraulicamente, ou seja, a energia própria

turbinada ou vertida no REE de montante chega ao REE de jusante como energia

afluente controlável ou energia afluente à fio d’água.

Até Dezembro de 2015, no emprego oficial do modelo NEWAVE pelo ONS,

utilizava-se um método alternativo ao acoplamento hidráulico: os reservatórios

equivalentes de energia são desacoplados e para simular a vazão de montante, que

segue seu fluxo e chega às usinas no REE de jusante, são inseridas usinas fictícias.

Em Janeiro de 2016, com a implantação de uma nova representação do SEB,

com 9 reservatórios equivalentes ao invés de 4, o acoplamento hidráulico voltou a ser

utilizado em alguns REEs.

Diversas metodologias foram implementadas, buscando aprimorar a

representação do acoplamento hidráulico pelo Modelo Equivalente. Atualmente utiliza-

se um método que calcula parcelas de acoplamento à uma altura que corresponde a

65% de volume útil.

Nesse trabalho foi apresentada e testada uma metodologia alternativa ao cálculo

das parcelas de acoplamento hidráulico entre REEs. Foram estudados os acoplamentos

do sistema São Francisco e Tocantins e foram comparados o método atual, que utiliza

parcelas de acoplamento constantes e o proposto, que através de uma regressão linear

obtém uma função que varia as parcelas de acoplamento em função das energias

armazenadas nos REEs de montante e jusante e da energia defluente.

Foram feitas diversas análises e os resultados mostraram que, primeiramente,

testando para uma faixa que contemplava de 0 a 100% as variáveis envolvidas, a

metodologia proposta obteve um maior êxito, ou seja, errou menos, para a maioria dos

pontos estudados.

Page 89: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

89

Porém, foi percebido que para valores abaixo de 15% de energia defluente, o

erro do método proposto era superior e aumentava conforme esse valor decrescia,

chegando a ter um pico para valores próximos a 1% de EDEFL. Isso motivou uma nova

análise, que buscasse testar a nova metodologia para uma situação real de operação,

onde as variáveis teriam valores obtidos na prática.

Essa última análise feita utilizou dados de EARMm, EARMj e EDEFL obtidos

pela simulação do modelo NEWAVE e buscou verificar o comportamento da função

obtida a través da regressão linear para valores reais da operação. Foram comparadas

ambas as metodologias, atual e proposta, no que diz respeito aos erros em relação às

parcelas de acoplamento reais para dois períodos distintos da operação, o mês de Abril,

final do período de chuvas, onde os reservatórios estão historicamente com um nível

mais elevado e o mês de Novembro, final do período seco, onde o nível dos

reservatórios encontra-se historicamente baixo.

Os resultados da última análise mostraram que o método apresentado neste

trabalho possui um desempenho melhor para a maior parte da faixa de operação prática

gerada pelo modelo NEWAVE, tanto para o período seco quanto para o chuvoso, para

ambos os sistemas estudados, ratificando as análises teóricas feitas anteriormente e

mostrando que, na operação, os valores que caracterizavam um mau desempenho da

metodologia proposta não são muito usuais.

Uma proposta para trabalhos futuros seria a implementação da metodologia

proposta nesse trabalho no NEWAVE. Para isso deve-se unificar a linguagem utilizada,

adaptando o cálculo da regressão linear e seus coeficientes ao FORTRAN. Em seguida,

deve-se fazer a validação da metodologia para todos os tipos de acoplamento presentes

no SEB e avaliar sua viabilidade computacional e seu desempenho.

Page 90: Aprimoramento do Cálculo das Parcelas de Acoplamento Hidráulico

90

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