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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE GRADUAÇÃO AGRONOMIA APROVEITAMENTO TECNOLÓGICO DE QUIRERA DE ARROZ VERMELHO (Oriza sativa L.) NA ELABORAÇÃO DE BISCOITO ALLANA RAMONY BATISTA FERNANDES AREIA - PB MARÇO 2013

APROVEITAMENTO TECNOLÓGICO DE QUIRERA DE ARROZ … · se é expulso do seu céu, faz um ideal do seu inferno. (Nietzsche) ... de arroz vermelho apresenta potencial tecnológico para

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO AGRONOMIA

APROVEITAMENTO TECNOLÓGICO DE QUIRERA DE ARROZ

VERMELHO (Oriza sativa L.) NA ELABORAÇÃO DE BISCOITO

ALLANA RAMONY BATISTA FERNANDES

AREIA - PB

MARÇO 2013

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ALLANA RAMONY BATISTA FERNANDES

APROVEITAMENTO TECNOLÓGICO DE QUIRERA DE ARROZ

VERMELHO (Oriza sativa L.) NA ELABORAÇÃO DE BISCOITO

Trabalho de Conclusão de Curso

Apresentado à Universidade Federal da

Paraíba, Centro de Ciências Agrárias,

Campus II - Areia - PB, em cumprimento

às exigências para obtenção do título

deEngenheira Agrônoma.

Orientadora: Prof.ª Dr. Márcia Roseane Targino de Oliveira

AREIA-PB

MARÇO 2013

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ALLANA RAMONY BATISTA FERNANDES

APROVEITAMENTO TECNOLÓGICO DE QUIRERA DE ARROZ

VERMELHO (Oriza sativa L.) NA ELABORAÇÃO DE BISCOITO

Comissão examinadora:

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Profª. Dr. Márcia Roseane Targino de Oliverira

CCA - UFPB

____________________________________________

Engª Agrônoma Shara Regina dos Santos Borges

CCA– UFPB

___________________________________________

Prof. Ms. Normando Ribeiro Filho

CCA - UFPB

AREIA-PB

MARÇO DE 2013

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.

Ian,

O único que, sem dizer palavra alguma, foi capaz de

impedir que eu desistisse de chegar até aqui.

Dedico

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O idealista é incorrigível:

se é expulso do seu céu, faz um ideal do seu inferno.

(Nietzsche)

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Agradecimentos

A todos os brasileiros que financiam as Instituições de Ensino, permitindo-me dispor

do conhecimento científico.

A minha família, pelo apoio e compreensão.

A todos osverdadeiros amigos, em especial Edilane Meneses, Érica Samara, Lúcia

Maurício e Dayane Muniz, pelo incentivo e amizade, essenciais durante todo o processo.

Aos funcionários da Universidade Federal da Paraíba, que zelam por nosso bem estar

no campus.

A professoraDr. Márcia Roseane Targino de Oliveira, pela orientação.

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FERNANDES, A. R. B.APROVEITAMENTO TECNOLÓGICO DE QUIRERA DE

ARROZ VERMELHO (Oriza Sativa L.) NA ELABORAÇÃO DE BISCOITO. Areia, PB,

Centro de Ciências Agrárias, UFPB, 2013. Monografia. Curso de Graduação em Agronomia.

RESUMO:O aproveitamento de subprodutos do beneficiamento do arroz no Brasil ainda é

incipiente e pouco diversificado.Uma alternativa pouco estudada é a utilização da quirera de

arroz, na elaboração de produtos para a alimentação humana. O objetivo desse trabalho foi

avaliar a potencialidade tecnológica da quirera, paraelaboração de biscoito. O processo foi

desenvolvido no Laboratório de Tecnologia de Produtos Agropecuários do Departamento de

Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba,

iniciando-se pela transformação da quirera em farinha e com esta obtendo-se uma massa

homogênea, pela adição de ingredientes. A massa foi laminada, até aproximadamente 5mm e

cortada com uma forma de 30 mm de diâmetro em formato de disco. Realizou-se análises

físicas das determinações de peso, diâmetro e espessura, antes e após o forneamento dos

biscoitos. Os biscoitos foram submetidos a analise sensorial para avaliação da aceitação de

compra, com uma equipe formada por 40 avaliadores não treinados, consumidores frequentes

de biscoito e faixa etária variando entre 18 e 37 anos. O biscoito apresentou coloração clara,

textura consistente sabor e aroma agradáveis, corroborando para a formação de um bom

flavor. Registrou-se ligeiro aumento nas caractristicas físicas avaliadas nos biscoitos após o

forneamento e um teor de umidade de 3,01%. Os avaliadores apontaram uma aceitação de

90% em relação ao sabor e uma intenção de compra de 57,5%. Portanto, a farinha de quirera

de arroz vermelho apresenta potencial tecnológico para a elaboração de biscoito.

Palavras chave: análise sensorial, farinha, subproduto.

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FERNANDES, A. R. B.APROVEITAMENTO TECNOLÓGICO DE QUIRERA DE

ARROZ VERMELHO (Oriza Sativa L.) NA ELABORAÇÃO DE BISCOITO. Areia, PB,

Centro de Ciências Agrárias, UFPB, 2013. Monografia. Curso de Graduação em Agronomia.

ABSTRACT: The use of by-products of rice processing in Brazil is still incipient and very

diversified.An alternative little studied is the use of broken rice, the production of products for human

consumption. The aim of this study was to evaluate the potential of technological grits for preparing

cookie. The process was developed in the Laboratory of Technology of Agricultural Products,

Department of Soil Science and Agricultural Engineering Centre of Agricultural Sciences, Federal

University of Paraíba, starting with the transformation into flour and grits with that obtaining a dough

by adding ingredients. The dough was laminated and cut to approximately 5 mm with a form of 30

mm diameter disc-shaped. Physical analyzes were conducted determinations of weight, diameter and

thickness before and after forneamento cookies. The cookies were subjected to sensory analysis to

evaluate the acceptance of purchase, with a team of 40 evaluators untrained consumers frequent

cookie and age ranging between 18 and 37 years. The cookie had light coloring, texture consistent

flavor and aroma pleasing, corroborating the formation of a good flavor. Registered a slight increase in

physical caractrísticas evaluated the cookies after forneamento and moisture content of 3.01%. The

evaluators indicated an acceptance of 90% for flavor and an intention to purchase 57.5%.Therefore,

the broken rice flour red presents technological potential for the development of biscuit.

Keywords: sensory analysis, flour byproduct.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... 9

LISTA DE TABELAS .................................................................................................... 10

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11

2. OBJETIVOS............................................................................................................. 14

2.1 Objetivo Geral............................................................................................................ 14

2.2 Objetivos Específicos................................................................................................ 14

3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA .................................................................................. 15

3.1 Resíduos da Agroindústria Arrozeira...................................................................... 15

3.2 Farinha de Quirera.................................................................................................... 16

3.3 Biscoitos...................................................................................................................... 17

4. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 19

4.1 Obtenção da Matéria Prima..................................................................................... 19

4.2 Processamentos do Biscoito de Quirera................................................................... 19

4.3 Determinações Físicas................................................................................................ 19

4.4 Análise Sensorial........................................................................................................ 20

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................. 22

5.1 Fluxograma de Processamento doBiscoito.............................................................. 22

5.3 Características do Biscoito........................................................................................ 24

5.3.1 Avaliação Geral....................................................................................................... 24

5.3.2 Características Físicas............................................................................................ 26

5.3.3 Análise Sensorial..................................................................................................... 28

6. CONCLUSÕES............................................................................................................ 31

7. REFERÊNCIAS........................................................................................................... 32

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Ficha de avaliação sensorial dos biscoitos

Figura 2. Fluxograma de elaboração do biscoito de quirera de arroz vermelho

Figura 3. Farinhas obtidas após a primeira e segunda peneiração da quirera triturada

Figura 4. Biscoito elaborado a partir da farinha de quirera de arroz vermelho

Figura 5. Perfil sensorial de aceitabilidade do biscoito de quirera de arroz vermelho

Figura 6. Frequência dos valores atribuídos a intenção de compra para os biscoitos de quirera

de arroz vermelho.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características físicas dos biscoitos de farinha de quirera de arroz vermelho

Tabela 2. Índice de aceitação de biscoitos de quirera de arroz vermelho

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1. INTRODUÇÃO

Num mundo globalizado, onde parte significativa da população encontra sérias

dificuldades diárias para conseguir alimento, é inconcebível que uma atividade agroindustrial

continue desperdiçando um resíduo que potencialmente poderia ser utilizado como matéria-

prima na indústria de alimentos (MORETTI e MACHADO, 2006).

O aproveitamento dos subprodutos do beneficiamento do arroz no Brasil ainda é

incipiente e pouco diversificado. A casca e o farelo são vistos como sinônimos de poluição

ambiental (CARVALHO,2004; BASSINELLO, 2004). Como o arroz comercializado no país

passa por sistemas de classificação após o beneficiamento, os grãos quebrados são separados,

obtendo-se assim os subprodutos destes grãos, conhecidos popularmente como quirera de

arroz. Este subproduto tem pouca aceitação pelo consumidor. Devido a sua aparência e

características físicas, apresentando baixo valor comercial, normalmente um terço do obtido

pelo grão inteiro (NICOLETTI, 2007; LIMBERGER et al., 2009).

O aproveitamento industrial desses subprodutos como matéria-prima na obtenção de

produtos alimentícios é uma alternativa viável, uma vez que apresentam qualidade nutricional

semelhante à dos grãos inteiros (NICOLETTI, 2007).

Uma alternativa ainda pouco estudada para a farinha de quirera de arroz é como

substituta da farinha de trigo (FT), que é o ingrediente base da grande maioria das massas

alimentícias e dos produtos de panificação. Esta troca permite a elaboração de produtos sem

glúten, atendendo a uma demanda específica do mercado que tem crescido ao longo dos anos,

os portadores da doença celíaca, isto é, intolerância ao glúten(NICOLETTI, 2007).

Estudos comprovam que massas alimentícias não convencionais de boa qualidade,

podem ser obtidas a partir da utilização de tecnologias que explorem as propriedades

funcionais (tecnológicas) de componentes de matéria-prima como o amido ou adicionar

farinhas ricas em proteínas, que são capazes de formar estrutura semelhante à do glúten

(QUEIROZ JUNIORet al., 2009; SOARES JUNIOR et al., 2010; LIMBERGER et al., 2009).

Uma parte significativamente crescente de resíduos de arroz tem sido usada

industrialmente na produção de farinha de arroz que é, posteriormente, utilizada como aditivo

em gel,pudins, sorvetes e outros produtos similares devido às suas propriedades nutricionais,

sua hipoalergenicidade, por possuir sabor agradável e por não interferir na cor do produto

final (VIEIRA, 2008).

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Os produtos suplementados mais frequentemente são pães, biscoitos e bolos

(CHAVAN e KADAN, 1993). A substituição de parte da farinha de trigo por subprodutos da

agroindústria arrozeira tem sido utilizada por autores na elaboração de cookies (PATEL e

RAO, 1995).

O biscoito está presente em 98% dos domicílios (SIMABESP, 2008). Embora não

constituam um alimento básico como o pão, os biscoitos são aceitos e consumidos por

pessoas de qualquer idade, sobretudo entre as crianças, e têm sido formulados com a intenção

de torná-los fortificados com fibras/proteínas ou serem fontes desses nutrientes, por causa do

grande apelo existente nos dias atuais para melhorar a qualidade da dieta (FASOLIN et al.,

2007). Sua longa vida de prateleira permite que sejam amplamente produzidos e distribuídos.

Um produto com tais características, aliadas à sua enorme diversidade, apresenta-se como um

bom veículo para o estudo de diferentes formulações, seja por razões econômicas ou

nutricionais (EL-DASH e GERMANI, 1994; GUTKOSKI et al., 2007b).

As regiões Norte e Nordeste são as que mais consomem biscoitos no País, com 26,7%

do total. Em seguida vem o estado de São Paulo, com 26% (Grande São Paulo representa 9%

e o interior do Estado, 17%). A explicação para o alto consumo per capita e a maior

penetração no Nordeste, sobretudo em relação aos biscoitos salgados ocorre, segundo a

Associação Nacional de Indústrias de biscoitos (ANIB), porque é um hábito local que o

biscoito faça parte do café da manhã. Esse alto índice de consumo na região Nordeste é

confirmado pelos dados da (POF) Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010.

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2. OBJETIVOS

2.1 GERAL

Avaliar a potencialidade tecnológica da quirera, gerada no beneficiamento do arroz

vermelho,na elaboração de biscoito.

2.2 ESPECÍFICOS

I. Elaborar o biscoito de quirera de arroz vermelho;

II. Elaborare descrever o fluxograma deprocessamentodo biscoito;

III. Caracterizar fisicamente o biscoito elaborado;

IV. Avaliar a aceitação do biscoito de quirera de arroz;

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA ARROZEIRA

O beneficiamento dos grãos de arrozinicia-se após a limpeza e compreende o

descascamento, onde é removido cerca de 20% de casca, seguido pelas etapas de brunimento

e polimento, onde são extraídos, parcial ou totalmente, o embrião e a maior parte do pericarpo

que recobre o grão. Desta etapa resulta o farelo que representa aproximadamente 8% da

massa do produto em casca. Em seguida, segue-se a etapa de separação das frações de grãos

quebrados (14%) e inteiros (58%). Ao final, realiza-se a separação das frações dos grãos

quebrados em grandes, médios e quirera(CASTRO et. al., 1999).

O farelo de arroz contém teores variáveis de amido proveniente do endosperma, além

deresíduos da casca e de fragmentos de grão, devido ao processo de descasque e polimento do

cereal.Em farelo de boa qualidade, esses contaminantes são indesejáveis e devem ser evitados

tanto quanto possível. O percentual mais representativo das vitaminas, fibras, proteínase

minerais do grão de arroz,encontra-se nas camadas que originam o farelo (CARVALHO e

VIEIRA, 1999).

Considera-se grão quebrado, o pedaço de arroz que fica retido na peneira de 1,6 mm

de diâmetro e apresenta comprimento inferior a ¾ partes do comprimento mínimo da classea

que pertence. A quirera é a parte que passa na referidapeneira (BRASIL, 2009), sendo

formada por fragmentos de grãos que se rompem durante o processo de beneficiamento

decorrente do efeito da aplicação de uma força mecânica externa aos grãos, o que

ocasiona a divisão em pequenos pedaços. Podem ser ainda resultantes de grãos fissurados,

portadores de pequenas trincas decorrentes de ação mecânica interna originada de condições

externas não mecânicas, ocasionadas durante o descasque (LOPES, 1989).

O aproveitamento da quirera de arroz é uma área ainda pouco

explorada,sendonoBrasilhabitualmenteutilizado na alimentação animal. Entretanto, quando é

obtida com boas práticas de fabricação também pode ser empregada na alimentaçãohumana.

Assim, os grãos quebrados vêm sendo pouco a pouco utilizados naprodução de farinha de

arroz para servir de ingrediente de cereais matinais, produtos hipoalergênicos,

formulaçõesinfantis, alimentoscom baixa caloria e fonte de amido (LUNDUBWONG e

SEIB, 2000).

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3.2 FARINHA DE QUIRERA

Conforme a Resolução RDC nº 263 de 22 de setembro de 2005, farinha é o produto de

partes comestíveis de uma ou mais espécies de cereais, leguminosas, frutos, sementes,

tubérculos e rizomas por meio de processos tecnológicos. Assim, a farinha de arroz é obtida

através da moagem do cereal com posterior classificação granulométrica e embalagem.

(BRASIL, 2005)

O componente principal de farinhas e outros derivados dos cereais como arroz é o

amido. O grânulo do amido de arroz é pequeno (com 2 a 5µm), quando comparado com os de

milho e de trigo. Sua estrutura apresenta formato poligonal e se encontra em combinações, ou

seja, vários grânulos juntos (HOSENEY, 1994). As farinhas de arroz vêm sendo utilizadas

para preencher necessidades particulares da indústria ou do consumidor tais como, alimentos

infantis, produtos cárneos, formulação de panquecas e waffles, cerais matinais, massa e

farinha para empanados ou como parte da formulação de pães, massas de pizza e mufins, além

de serem muito utilizadas nas formulações de produtos alimentícios para portadores de

doença celíaca (DEOBALD 1972; BEAN; NISHITA, 1985).

A farinha de arroz ainda não apresenta aplicação competitiva em relação aotrigo,

tendo um volume de produção pouco expressivo. O Brasil é praticamente autossuficiente na

produção de arroz, mas, por outro lado, é um grande importador de trigo. Conforme a

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)na safra 2009/10 a importação de trigo era

de aproximadamente 6,5 milhões de toneladas. Apesar de proporcionar benefícios

socioeconômicos e nutricionais, a oferta da farinha de arroz acontece de maneira modesta,

poucos são os supermercados que a oferecem ao consumidor. Entretanto, o arroz apresenta

características especiais que devem ser mais bem aproveitadas. Por exemplo, não é um

alimento alergênico; existem variedades com ampla faixa de teor de amilose; (sendo este um

dos dois principais componentes macromoleculares dos grânulos de amido que além de

importância nutricional, apresenta importante papel tecnológico em alimentos processados),

não é tóxico para portadores de doença celíaca, (podendo ser utilizado como substituto do

trigo na elaboração de produtos sem glúten). contém baixos níveis de sódio e alta

proporção de amidos facilmente digeríveis (TORRES et al., 1999).

Os carboidratos da farinha de arroz são metabolizados mais lentamente que a

glicose, reduzindo o índice glicêmico quando comparados aos derivados de farinha de trigo.

Pode ser utilizada misturada à farinha de trigo em produtos light em virtude da diminuição da

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gordura absorvida e do valor calórico total em produtos fritos (ADITIVOS E INGREDIETES,

2007).

3.3 BISCOITOS

Biscoito é um produto consumido internacionalmente por todas as classes sociais.

Cada país tem, naturalmente, preferencia por determinado tipo de biscoito, que tomadas em

conjunto, formam extensa seleção de formas, tamanhos, tipos e sabores (MORAES et al.,

2010).

O Brasil é o segundo maior produtor econsumidor de biscoitos industrializados do

mundo, representando cerca de 50% do consumo da América Latina. Em consumo per capita,

o país é o 12º no ranking mundial com 5,9 kg/habitante/ano. As indústrias brasileiras deste

ramo são modernas e de alta capacidade produtiva, e ainda pelos aspectos de inovação,

qualidade, atendimento e marketing, que colocam o conjunto dos produtos locais no topo da

preferencia quanto à realização de negócios (BRAZILIAN BISCUIT, 2009)

O biscoito, iguaria muito apreciada principalmente pelas crianças, é um produto

composto principalmente por farinha de trigo, gordura e açúcar, com longa vida deprateleira,

principalmente se for acondicionado em embalagens adequada (FASOLIN et al., 2007)

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), “biscoitos ou

bolachas são os produtos obtidos pela mistura de farinha(s), amido(s) e/ou fécula(s) com

outros ingredientes, submetidos a processos de amassamento e cocção,fermentados ou não.

Podem apresentar cobertura, recheio, formato e textura diversos” (BRASIL, 2005).

Dentre as inúmeras classificações a mais utilizada é fornecida pela Granotec (2000)e

está baseada na forma de moldagem e/ou corte dos biscoitos:

I - Laminados e estampados: a massa é laminada e o produto é cortado e estampado

por cortadores rotativos ou prensas. Exemplos: Maria e Cream Cracker.

II - Rotativos ou moldados: a massa é prensada nas cavidades de rolo moldador, com

crivos impressos com o desenho desejado. Exemplo: recheados.

III - Extrusados e cortados por arame: o biscoito é formado por extrusão através de

trafila (peça que dá o formatodesejado aoproduto,fôrma). O processo pode ser contínuo e o

corte por guilhotina, fio ou arame. Exemplos: rosquinhas.

IV- Depositados ou pingados: são produzidos a partir de massa quase líquida e

depositados sobre a esteira do forno, em fôrmas ou bandejas. Exemplos: champanha, suspiro e

wafer.

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As matérias-primas utilizadas dependem do tipo de biscoito, laminado ouextrusado,

por exemplo, e do sabor, aroma e textura pretendidos. Todas interferem diretamente no

aspecto final do produto e a alteração na quantidade pode favorecer ou prejudicar o ganho de

peso do biscoito, sendo este um dos grandes problemas da indústria em questão.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA

A quirera foi adquirida diretamente da agroindústria beneficiadora do arroz vemelho

no município de Santana dos Garrotes – PB.O material foi devidamente coletado,

acondicionado em saco plástico, fechado e encaminhado para o Laboratório de Tecnologia de

Produtos Agropecuários (LTPA) do Departamento de Solos e Engenharia Rural (DSER) do

Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para

realização do processamento na forma de farinha e posteriori elaboração do biscoito.

4.2 PROCESSAMENTO DO BISCOITO DE QUIRERA

A formulação foi desenvolvida na cozinha experimental do LTPA/DSER/UFPB, a

partir de uma formulação caseira, após estudos preliminares. Inicialmente foi realizada a

limpeza da quirera por meio de catação manual e lavagem em água corrente. Em seguida foi

colocada para secar em temperatura ambiente. A quirera foi triturada em liquidificador caseiro

e depois peneirada com auxílio de uma peneira de plástico de uso doméstico. As partes que

ficaram retidas nas peneiras foram novamente trituradas e peneiradas. A farinha obtida foi

acondicionada em sacos plásticos devidamente fechados e identificados.

Posteriormente, acrescentou-se à farinha os seguintes ingredientes: ½ xícara de açúcar,

100g de margarina em temperatura ambiente, ½ lata de creme de leite e 1 ½ xícara de amido

de milho. Os ingredientes foram misturados até obtenção de uma massa homogênea. A partir

disto, realizou-se a laminação da massa, com auxílio de um rolo plástico, até

aproximadamente 5mm de espessura. Em seguida, fez-se o corte dos discos com uma forma

de 30 mm de diâmetro. Neste momento escolheu-se aleatoriamente 10 biscoitos, antes do

forneamento. Em seguida, levou-se ao forno de fogão doméstico, emtemperatura de ±240ºC,

durante 35 minutos. Passado este tempo, os biscoitos foram resfriados em temperatura

ambiente e procedeu-se as determinações físicas do biscoito assado.

4.3 DETERMINAÇÕES FÍSICAS

As análises físicas realizadas nos biscoitos consistiram em determinação do peso,

diâmetro e espessura, avaliados antes e após a cocção numa amostra de 10 unidades.

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a) A pesagem foi realizada em balança semianalítica marca TECNAL Mark 2200,

Classe II. (AACC, 1995)

b) O diâmetro e a espessura foram determinados com paquímetro, da marca

WONDER. (AACC, 1995)

c) O teor de água foi determinado em triplicata, segundo as normas descritas pelo

Instituto Adolfo Lutz (2008), em estufa QUIMIS modelo 317 B 212.

4.4 ANÁLISE SENSORIAL

Os biscoitos foram avaliados sensorialmente, para os atributos de aparência, textura,

sabor e intenção de compra. Para tal contou-se com 40 avaliadores não-treinados,

consumidores de biscoito, com idades entre 18 e 37 anos, disponibilidade de tempo e

motivação em participar, os quais eram estudantes e docentes da própria instituição.

Cada avaliador recebeu uma amostra, tomada aleatoriamente, em pratos brancos

descartáveis, identificados com códigos de dois dígitos aleatórios. Foi fornecido ainda, um

copo com água para limpeza das papilas gustativas e uma ficha (Figura 1) para anotação da

avaliação, a qual continha uma escala hedônica de 9 pontos, ancorada pelos eixos 1,

correspondente a “desgostei extremamente”,2 gostei “moderadamente”; 3 gostei

“regularmente”; 4 “gostei ligeiramente”; 5 “não gostei nem desgostei”; 6 “desgostei

ligeiramente”; 7 “desgostei regularmente” 8 “desgostei moderadamente” e 9 “gostei

extremamente”. Além disso, foi aplicado um teste de intenção de compra do produto através

uma escala hedônica de 7 pontos, ancorada pelos eixos 1, correspondente a “nunca

compraria”, e 7, a “compraria sempre”, segundo as normas descritas pelo Instituto Adolfo

Lutz (2008).

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Figura 1:Ficha de avaliação sensorial dos biscoitos.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 FLUXOGRAMA DE PROCESSAMENTO DO BISCOITO

A figura 2 apresenta as etapasdo processo de elaboração dos biscoitos de quirera de

arroz vermelho.

Figura 2:Fluxograma de elaboração do biscoito de quirera de arroz vermelho.

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A fase I corresponde às etapas do processamento da farinha de quirera de arroz vermelho.

Limpeza: A limpeza foi realizada por meio de catação manual separando-se os grãos

quebrados das impurezas, ou seja, os detritos do próprio produto, a exemplo da casca do arroz

(aberta) e pedaços de caule. Em seguida, a quirera foi colocada em umapeneira e lavada em

água corrente.

Secagem:A quirera foi espalhada em um pano de algodão sobre uma superfícieplana e

deixada à temperatura ambiente, por aproximadamente 4 horas.

Trituração I:Realizada em liquidificador caseiro, por cerca de 5 minutos.

Peneiração I:O produto fragmentado foi separadocom o auxílio de uma peneira de

plástico, resultando em uma farinha fina de coloração vermelha. Os grânulos que ficaram

retidos na malha da peneira foram reservados em um recipiente plástico.

Trituração II: Os grânulos que ficaram retidos na peneiração I foram novamente

submetidos à trituração, em liquidificador, por cerca de 7 minutos.

Peneiração II:Os fragmentos triturados foram submetidos a separação na mesma

peneira utilizada na peneiração I resultando em um pó (farinha) branco e fino, semelhante a

obtida na peneira I. Não verificou-se mais produto retido na malha.

Farinha: As duas farinhas obtidas após as triturações I e II e peneirações I e II,

apresentaram colorações avermelhada (A) e branca (B).

Figura 3:Farinhas obtidas após a primeira e segunda peneiração da quirera.

A B

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A fase II é caracterizada pelas etapas do processamento do biscoito

Mistura e homogeneização dos ingredientes: Em um recipiente plástico, adicionou-se

os 100g de farinha de quirera, 100g de açúcar, 150g de amido de milho, 100g de margarina e

por último 100g creme de leite. Em seguida, com o auxílio de uma colher de plástico

misturou-se até a obtenção de uma massa homogênea.

Formação e laminação da massa: A massa formada colocada sobre superfície plana e

laminada com o auxílio de um rolo plástico, até aproximadamente 5 mm, correspondendo a

550 g de massa que apresentou-se macia e com baixa resistência a modelagem.

Corte: Foi realizado com um utensílio de formato circular com diâmetro de 30 mm.

Forneamento: Os biscoitos foram espalhados em forma quadrada de 30 x 25 cm

untada com margarina e farinha de quirera e posteriormente levados ao forno doméstico a

gás,a temperatura de 240ºC por aproximadamente 40 minutos.

Resfriamento: O resfriamento foi realizado a temperatura ambiente por ±35 minutos,

com os biscoitos ainda na forma, protegidos da presença de substancias indesejáveis.

Acondicionamento: Os biscoitos foram separados em número de 20 eacondicionados

em sacos plásticos selados.

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5.2 CARACTERÍSTICAS DO BISCOITO

5.2.1 AVALIAÇÃO GERAL

Figura 4: Biscoito elaborado a partir da farinha de quirera de arroz vermelho.

O biscoito elaborado apresentou formato arredondado e coloração caramelo claro com

aparência rústica assemelhando-se aos industrializados sabor aveia e mel. Isto se deve,

provavelmente, aos fragmentos de coloração mais escura provenientes do pericarpo do arroz

vermelho.

Segundo Ribeiro (2004), durante o aquecimento de carboidratos, particularmente

açúcares e xaropes de açúcares, ocorre uma serie de reações que resultam no seu

escurecimento, denominada de caramelização. Esta reação envolve a degradação de açúcares.

Os açúcares no estado sólido são relativamente estáveis ao aquecimento moderado, mas em

temperaturas maiores que 120ºC são pirolisados para diversos produtos de degradação de alto

peso molecular e escuros, denominados caramelos. O mecanismo dessa reação é pouco

conhecido. Sabe-se que o aquecimento provoca a quebra de ligações glicosídicas, quando elas

existem como na sacarose, abertura do anel hemiacetico e formação de novas ligações

glicosídicas. Como resultado ocorre a formação de polímeros insaturados, os caramelos.

Ainda segundo o mesmo autor, o caramelo é um corante marrom e, com muitas

limitações, é também um agente flavorizante preparado através da pirólise do açúcar. Quando a

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caramelização ocorre sem qualquer catalisador a 200-240ºC, caramelos de baixa intensidade de

cor são obtidos e são mais úteis como agentes flavorizantes do que como corantes.

Quanto à textura o biscoito mostrou-se consistente, porém de fácil mastigação. Esse

comportamento pode ser função da presença do creme de leite, agente gorduroso da massa,

pois, segundo Moreto e Fett (1999) a gordura atua como agente amaciador contribuindo com o

aroma, sabor e melhora expansão. Também contribui para a aeração, servindo como núcleo

para gases de crescimento e o vapor d’água, que proporciona o aumento de volume e confere

aos biscoitos uma textura uniforme. Para Ribeiro (2007), os açúcares também apresentam a

propriedade funcional de afetar a textura do alimento. Essa propriedade decorre da elevada

solubilidade dos açúcares em água. Devido à capacidade dos açúcares de ligarem-se a água,

podem ser adicionados aos alimentos modificando sua textura.

O aroma desprendido foi agradável corroborando para a formação de um bom flavor.

5.2.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

A Tabela 1 apresenta os parâmetros físicos avaliados nos biscoitos de farinha de

quirera de arroz vermelho antes e depois do forneamento.

PARÂMETROS

MÉDIAS DESVIO PADRÃO

PESO I 5,04 0,44

PESO II 3,99 0,37

ESPESSURA I 5,8 0,63

ESPESSURA II 6,8 0,63

DIÂMETRO I 29,8 0,63

DIÂMETRO II 30,8 0,63

TEOR DE ÁGUA 3,01 -

I – Antes do forneamento; II – Depois do forneamento

Tabela 1:Características físicas dos biscoitos de farinha de quirera de arroz vermelho.

Pelo exposto observa-se que o peso médio dos biscoitos foi de 5,04g e 3,99g para antes e

depois do forneamento, respectivamente. Em relação às dimensões os biscoitos apresentaram

espessura média de 5,8mm e 6,8mm e diâmetro de 29,8mm e 30,8mm respectivamente antes e

após o forneamento.Observou-se que ocorreu um ligeiro aumento nos dois parâmetros

avaliados no biscoito assado.

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Segundo Manley (1989), são produzidas algumas modificações importantes na peça de

massa (biscoito cru) durante o forneamento, entre elas o desenvolvimento da estrutura e a

redução de umidade.

O desenvolvimento da estrutura ocorre preferentemente nos primeiros 30% do tempo

total de forneamento. Entre as alterações muito complexas e os fenômenos internos que

provavelmente ocorrem no produto estão, o aquecimento do amido e das proteínas até níveis

em que tem lugar o inchamento, a geleificação e a desnaturação, bem como a perda de vapor de

água da superfície do produto, seguida pela migração da umidade até a superfície e escape à

atmosfera do forno, o que explica a perda de peso do biscoito (AZEVEDO, 2007)

Muitos pesquisadores têm demonstrado que o aumento de volume associado com o

volume de gás liberado pelos agentes esponjantes não é suficiente para explicar a magnitude do

crescimento das peças de massa no forno. Diz-se que a produção de vapor contribui para esta

ação, pois a água sofre um aumento de volume ao passar ao estado de vapor.Além disso, a

perda de vapor de água da superfície do produto, seguida pela migração da umidade até a

superfície e escape à atmosfera do forno. A estrutura final se dá por uma combinação de

geleificação da matriz amido/proteína e o endurecimento devido à perda de umidade. A perda

de umidade na superfície está relacionada com a temperatura e com a pressão de vapor de

água(umidade) na superfície (AZEVEDO, 2007)

Segundo Ornellas (2001), os agentes de crescimentos físicos (vapor de água), produzem e

incorporam ar à preparação. O ar aquecido expande-se determinando crescimento. Ainda para o

mesmo autor, por meio da cocção, parte da água é absorvida pelo amido e outra parte

transforma-se me vapor, facilitando o levantamento da massa. Com a liberação do vapor de

água ocorre a expansão, Edwards (2007). Dendy e Dobraszczyk (2001) complementa que na

temperatura entre 80ºC e 100ºC o amido da farinha gelatiniza e as proteínas desnaturam

transformando os pedaços de massa em uma estrutura mais rígida já quase como no formato

final do biscoito.

Ao analisar os dados obtidos da variável teor de água, observa-se um valor de 3,01%,

teor este dentro dos padrões de umidade para biscoito especificado pela Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), que determina no máximo 14,0%.Perin (2011) encontrou um

valor semelhante de 3,82% para biscoitos elaborados com resíduos de uva. Os valores de

umidade devem ser respeitados para que a qualidade do alimento se mantenha durante a

estocagem. A incidência elevada de água em alguns gêneros alimentícios como os biscoitos,

significa que ele pode trazer riscos para a saúde do consumidor, por criar ambiente propício

para a proliferação de microrganismos.

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5.2.3 ANÁLISE SENSORIAIL

A tabela 2 apresenta os resultados da análise realizada para conhecimento da

aceitação do biscoito obtido da farinha de quirera de arroz vermelho, ancorados pelos pontos:

9, (gostei extremamente) e 1, (desgostei extremamente).

GE: gostei extremamente; GM: gostei moderadamente; GR: gostei regularmente; GL: gostei ligeiramente; NGND: Não gostei nem desgostei; DL: desgostei

ligeiramente; DR: desgostei regularmente; DM: desgostei moderadamente; DM: desgostei extremamente e PP: Pontos positivos.

Tabela 2 –Frequencia dos dados de aceitação para degustação dos biscoitos de farinha de quirera de arroz

vermelho

Ao avaliar os resultados da tabela 2observa-se que 17,5% dos avaliadores apontam

que gostaram extremamente do produto; 37,5% gostaram moderadamente; 20% gostaram

regularmente e 15 % gostaram ligeiramente. Percebe-se, portantoque, a soma dos percentuais

dos pontos considerados positivos chegou a 36, o que representou uma aceitação de 90% dos

biscoitos que pode ser considerada satisfatória,revelando uma porcentagem considerável de

consumidores potenciais que certamente comprariam o produto.

Para substanciar a agradabilidade demonstrada pelos provadores quanto aos biscoitos,

a figura 2explana o perfil sensorial de aceitabilidade, representada pela áreapreenchida,

demonstrandouma maior concentração nos pontos positivos, o queconfirma a aceitação do

produto. Observando-se maior preenchimento de respostas nos campos compreendidos entre

Gostei extremamente (GE) e Gostei ligeriamente (GL).

Com isso, pode-se afirmarque o biscoito de quirera de arroz vermelho foi bem aceito

pelos avaliadores, o que fortalece a possibilidade de compra do produto.

Identificação GE GM GR GL NGND DL DR DM DE PP

Avaliadores 7 15 8 6 1 0 2 0 1 36

Percentual 17,5 37,5 20 15 2,5 - 5 - 2,5 90%

Total de Avaliadores 40

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0

2

4

6

8

10

12

14

GE

GM

GR

GL

NGND DL

DR

DM

DE

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

1 2 3 4 5 6 7

Prc

en

tual

das

Re

spo

stas

Valores

INTENÇÃO DE COMPRA

FIGURA 5: Perfil sensorial de aceitabilidade dobiscoito de quirera de arroz vermelho.

Na figura 6é apresentado os resultados da análise sensorial em relaçãoà frequência dos

valores atribuídos a intenção de compra.

1, nunca compraria; 2 compraria muito raramente; 3, compraria raramente; 4, compraria ocasionalmente; 5, compraria

frequentemente; 6, compraria muito frequentemente; 7, compraria sempre.

Figura 6: Frequência dos valores atribuídos a intenção de compra para os biscoitos de quirera de arroz

vermelho.

Considerando os pontos positivos para intenção de compra como 5,6 e 7 tem-se um

valor total de 57,5%, o que representa um valor de 23 compradores. Considerando ainda o

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fato de que 100% dos avaliadores consomem biscoitos frequentemente, isto corroborou para

que o índice de aceitação e intenção de compra tenha sido favorável.

Além disso, relaciona-se também o fato de tratar-se de um produto artesanal/caseiro e

também por valorizar o habito alimentar de uma região, fornecendo uma opção de uso.

Pereira (2004) afirma que o arroz vermelho é considerado um alimento especial nas

residências e restaurantes das cidades interioranas. Tendo em vista esse fato, a elaboração de

um produto derivado dos resíduos do arroz (biscoito) pode apresentar um aumento no

consumo do mesmo e em produtos elaborados, fortalecendo e valorizando a cultura regional.

Por apresentar um processo de fabricação simples, a elaboração de biscoitos com os

resíduos das agroindústrias arrozeiras pode ser atrativa, pois exige investimentos

relativamente baixos, minimiza perdas de matéria-prima nos períodos de safras e é uma ótima

alternativa para famílias de baixa renda. Irá auxiliar, a realização de estudo mercadológico

elaborado de acordo com as potencialidades e limitações da região, para que haja agregação

de valor ao produto, visando a um fortalecimento de associações e cooperativas, onde se

possa capacitar e dar acesso a novas tecnologias, gerando-se trabalho e renda no campo e

contribuindo-se para a redução do fluxo migratório do campo para as cidades.

Tendo em vista às mudanças que estão ocorrendo nos hábitos alimentares das pessoas,

que buscam, além de produtos com qualidade, o apelo cultural e ambiental, o arroz vermelho

e seus subprodutos possuem facilidade para expandir e adquirir novos mercados específicos.

A nostalgia que um alimento trás pode ser usada a favor dos negócios (BORGES, 2011).

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6. CONCLUSÃO

O biscoito elaborado apresentou formato, coloração, aparência, sabor e aroma

agradáveis.

Ocorreu um ligeiro aumento nopeso e diâmetro avaliados no biscoito assado.

A aceitação pelos julgadores foi de 90% consumidores potenciais que certamente

comprariam o produto.

Ocorreu boa aceitaçãodo biscoito pelos julgadores (90%) representando consumidores

potenciais que certamente comprariam o produto.

A farinha de quirera de arroz vermelho apresenta potencial tecnológico para a

elaboração de biscoito, portanto, uma alternativa de aproveitamento dos subprodutos na

alimentação humana.

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