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1 Universidade Paulista Trabalho de APS Fisioterapia Geriátrica/Gerontológica Alex Zaparolli de Agustini RA: A71309-3 Andrian E. Camargo RA: T488FA-5 Carolina Cristina Gonçalves RA: A6932F-1 Eloise Tamara da Rosa RA: T786HF-1 Gislene dos Santos Mota RA: T506HB-6 Janaina André Pereira RA: A421FB-4 Jessica Corraini Elmauer RA: A688EB-3 Karina Maria da Silva RA: A6853E-8 Karine Katielly Sobrinho Neves RA: A53463-6 Valdirene de Souza Pinto RA: A2287D-7 2013

APS Geriatria Gerontologia

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    Universidade Paulista

    Trabalho de APS

    Fisioterapia Geritrica/Gerontolgica

    Alex Zaparolli de Agustini RA: A71309-3

    Andrian E. Camargo RA: T488FA-5

    Carolina Cristina Gonalves RA: A6932F-1

    Eloise Tamara da Rosa RA: T786HF-1

    Gislene dos Santos Mota RA: T506HB-6

    Janaina Andr Pereira RA: A421FB-4

    Jessica Corraini Elmauer RA: A688EB-3

    Karina Maria da Silva RA: A6853E-8

    Karine Katielly Sobrinho Neves RA: A53463-6

    Valdirene de Souza Pinto RA: A2287D-7

    2013

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    Universidade Paulista

    Trabalho de APS

    Fisioterapia Geritrica/Gerontolgica

    2013

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    SUMRIO

    1. PRINCIPAIS NOMINAIS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA .................... 4

    2. CONSIDERAES GERAIS SOBRE O ENVELHECIMENTO ...................... 5

    3. CONSIDERAES FISIOLGICAS NO ENVELHECIMENTO ................... 11

    4. MANIFESTAES CINESIOPATOLGICAS E INTERVENES

    TERAPUTICAS ............................................................................................. 20

    5. CAPACIDADE FUNCIONAL DO IDOSO ..................................................... 41

    6. POSTURA E EQUILBRIO ......................................................................... 43

    7. MARCHA, QUEDAS E ADPATAES AMBIENTAIS ................................ 46

    8. ATIVIDADE FSICA NA TERCEIRA IDADE ................................................ 51

    9. SNDROME DO IMOBILISMO E CUIDADOS PALIATIVOS ........................ 54

    10. POLTICA DO IDOSO................................................................................ 55

    11. AVALIAO FISIOTERAPUTICA ......................................................... 58

    12. ATENDIMENTO EM GRUPO TERAPUTICO .......................................... 64

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................ 66

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    1.PRINCIPAIS NOMINAIS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA:

    1.1 Entendendo alguns Termos:

    - Gerontologia a cincia do processo de envelhecimento, das

    modificaes que ocorrem no curso do ltimo perodo da vida humana. Aborda

    aspectos sociais e orgnicos.

    - Geriatria o estudo clnico da velhice, e por ser uma especialidade

    mdica, aborda aspectos preventivos e curativos.

    - Senescncia o envelhecer fisiolgico, normal, bem sucedido. Pode

    haver alguma doena, mas no incapacitante.

    - Senilidade o envelhecer patolgico, com presena de doena

    incapacitante que diminui ou paralisa a funcionalidade.

    - Autonomia quando h capacidade de deciso, de estabelecer e

    seguir as prprias regras.

    - Independncia a capacidade de realizar algo com os seus prprios

    meios.

    1.2 Envelhecimento:

    O envelhecimento um processo fisiolgico, dinmico e progressivo;

    com reduo da capacidade de adaptao de um indivduo ao meio ambiente,

    na qual h modificaes morfolgicas, funcionais, bioqumicas e pscicolgicas.

    O envelhecimento pode ser comum, bem sucedido, ou patolgico, e est

    associado reserva funcional de um indivduo, seu estado de sade, o quanto

    h de organismo preservado quando ele chega velhice.

    Os fatores determinantes do envelhecimento produzem efeitos deletrios

    que podem variar de um indivduo para outro, conforme a sua reserva

    funcional, que por volta dos 50 anos, diminuir progressivamente, de forma

    inversa ao aumento da idade. Assim, quanto maior a reserva funcional, menor

    ser a repercusso do seu declnio em todo o organismo.

    Entre os efeitos deletrios, podemos destacar a reduo da capacidade

    funcional, de trabalho, de resistncia e perda motora; que modifica a vida de

    um indivduo, pois, perde seu papel social, pode torna-se dependente de

    terceiros, e isto que pode levar a mudanas psicolgicas, afetivas e at a

    solido.

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    Geralmente, o envelhecimento est associado ou no aos fatores

    extrnsecos. No envelhecimento comum h presena dos fatores extrnsecos

    como tipo de dieta, maus hbitos, sedentarismo, causas psicossociais que

    intensificam os efeitos deletrios. No envelhecimento bem sucedido os fatores

    extrnsecos no esto presentes, ou se estiverem so de pequena magnitude

    para influenciar no processo de envelhecimento, e ainda, encontramos a rotina

    de bons hbitos como exerccio fsico. E no envelhecimento patolgico temos

    doenas associadas, que podem acelerar o processo de envelhecimento.

    2. CONSIDERAES GERAIS SOBRE O ENVELHECIMENTO

    2.1 Envelhecimento: panorama mundial

    O envelhecimento da populao mundial um fenmeno novo ao qual

    mesmo os pases mais ricos e poderosos ainda esto tentando se adaptar. O

    que era no passado privilgio de alguns poucos passou a ser uma experincia

    de um nmero crescente de pessoas em todo o mundo. Envelhecer j no

    proeza reservada a uma pequena parcela da populao.

    O envelhecimento hoje um fenmeno universal, caracterstico tanto

    dos pases desenvolvidos como, de modo crescente, do Terceiro Mundo. So

    apresentados dados que ilustram a verdadeira revoluo demogrfica desde o

    incio do sculo e estimativas at o ano 2025. Os fatores responsveis pelo

    envelhecimento so com especial referncia ao declnio tanto das taxas de

    fecundidade como das de mortalidade. Em conjunto, tais declnios levam a um

    menor ingresso de jovens em populaes que passam a viver perodos mais

    longos. Esse processo gradativo conhecido como "transio epidemiolgica.

    No Brasil, o aumento da populao idosa ser da ordem de 15 vezes,

    entre 1950 e 2025, enquanto o da populao como um todo ser de no mais

    que cinco vezes no mesmo perodo. Tal aumento colocar o Brasil, no ano

    2025, com a sexta populao de idosos do mundo em termos absolutos

    (Kalache e Gray13, 1985).

    2.1.1 A importncia da taxa de natalidade

    O aumento atual do nmero de pessoas idosas em pases menos

    desenvolvidos decorrente do alto nmero de nascimentos durante as

    primeiras dcadas deste sculo, associado a um progressivo decrscimo nas

    taxas de mortalidades. Da mesma forma, o envelhecimento da populao de

  • 6

    pases europeus das ltimas dcadas se deve a taxas de natalidade

    relativamente altas no primeiro quarto do sculo associadas a taxas

    decrescentes de mortalidades em todos os grupos etrios. Em seguida as

    taxas de natalidade decaram, fazendo com que a proporo de adultos

    progressivamente aumentasse. O processo portanto dinmico; para que uma

    populao envelhea necessrio primeiro que nasam muitas crianas,

    segundo que as mesmas sobrevivam at idades avanadas e que,

    simultaneamente, o nmero de nascimentos diminua. Com isso a entrada de

    jovens na populao decresce, e a proporo daqueles que sobreviveram at

    idades mais avanadas passa a crescer.

    2.1.2 Panorama brasileiro do envelhecimento populacional

    Atualmente, o Brasil um pas envelhecido, segundo a Pesquisa

    Nacional por Amostra de Domicilio (PNAD) realizada em 2005, revelou que o

    nmero de pessoas com mais de 60 anos superior a 18 milhes, o que

    corresponde a cerca de 10% da populao total. Segundo a Organizao

    Mundial de Sade (OMS), um pas poder ser considerado estruturalmente

    envelhecido quando sua taxa de idosos, ou seja com mais de 60 anos para

    pases em desenvolvimento e acima de 65 anos para pases desenvolvidos,

    ultrapassa 7% da populao total.

    O perfil de morbidade do Brasil est sendo alterado pelo envelhecimento

    populacional, fazendo com que o cenrio caracterizado por uma populao

    jovem, com maior incidncia de doenas infecciosas, transforme-se em outro,

    tpico de uma populao mais envelhecida, em que predominam os agravos

    crnicos.

    Em paralelo s modificaes observadas na pirmide populacional,

    doenas prprias do envelhecimento ganham maior expresso no conjunto da

    sociedade. Um dos resultados dessa dinmica uma demanda crescente por

    servios de sade. Alis, este um dos desafios atuais: escassez de recursos

    para uma demanda crescente. O idoso consome mais servios de sade, as

    internaes hospitalares so mais frequentes e o tempo de ocupao do leito

    maior quando comparado a outras faixas etrias. Em geral, as doenas dos

    idosos so crnicas e mltiplas, perduram por vrios anos e exigem

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    acompanhamento constante, cuidados permanentes, medicao contnua e

    exames peridicos.4

    2.1.3 Perfil do idoso no Brasil

    A predominncia do sexo feminino, moram preferencialmente

    acompanhados sendo estes domiclios multigeracionais, 40% desses idosos

    possuem renda inferior a um salrio mnimo, permanecendo informalmente e

    com baixa remunerao no mercado de trabalho. Possuem baixa escolaridade,

    com alto ndice de analfabetismo. A expectativa de vida mdia de 73,17 anos,

    9,5% da populao possui mais de 60 anos, sendo encontrado na regio sul os

    maiores ndices de expectativa de vida. A estimativa para 2025 a de 34

    milhes de idosos, colocando o Brasil como o 6 pas em numero de idosos.5

    2.2 Teorias do envelhecimento

    2.2.1 Teorias Estocsticas

    A base das teorias que postulam ser a deteriorao associada idade

    avanada devido acumulao de danos moleculares que ocorrem ao acaso.

    Tais macromolculas defeituosas poderiam se acumular atravs de diferentes

    mecanismos: falha em reparar danos ou erros causados aleatoriamente sntese

    de macromolculas. Em ambos os casos haveria perda de funo e de

    informao vitais para as clulas. A quantidade dessas macromolculas

    incorretas alcanaria um nvel em que algumas ou toas as clulas de um ser

    vivo estariam to deficientes, metabolicamente, a ponto de causarem a morte

    do prprio organismo.6

    2.2.2 Teorias do uso e desgaste

    Embora desatualizadas, elas persistem, possivelmente por serem reforadas

    inconscientemente por observaes cotidianas. Nessa concepo, o acumulo

    de agresses ambientalismo dia a dia levaria ao decrscimo gradual da

    eficincia do organismo e por fim morte.6

    2.2.3 Protenas alteradas

    Essa teoria estabelece que mudanas que ocorrem em molculas

    proteicas, aps a traduo e que so dependentes do tempo, provocariam

    alteraes conformacionais e mudariam a atividade enzimtica,

    comprometendo a eficincia da clula. Um fator na hiptese de protenas

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    alteradas o processamento de protenas. Essa atividade parece ficar mais

    lenta com a idade, aparentemente devido a mudanas desconhecidas nas vias

    citoplasmticas de degradao. A ideia de que protenas anormais se

    acumulam com o passar do tempo corroborada pelo aumento da

    probabilidade de as protenas de vida longa sofrerem um modificao ps-

    traduo e de se alterarem com a idade, ao mesmo tempo que a taxa de

    degradao diminui.6

    2.2.4 Mutaes somticas

    O acmulo de mutaes somticas ao longo da vida alteraria a

    informao gentica e reduziria eficincia das clulas at um nvel

    incompatvel com a vida. Essa ideia surgiu a partir do postulado de que a

    longevidade especfica de cada espcie resultaria de taxas de danos aleatrios

    que poderiam tornar inativas grandes pores de cromossomos, ou mesmo

    cromossomos inteiros. J foi observado que o aumento na taxa de

    anormalidades em linfcitos humanos seria uma funo da idade do doador.

    Cromossomos de idosos humanos parecem ser mais frgeis do que os

    humanos jovens, uma vez que a taxa de quebras induzida pela aminopterina

    mais alta nos cromossomos dos primeiros.6

    2.2.5 Erro catastrfico

    Processos incorretos de transcrio e ou de traduo dos cidos

    nucleicos reduziriam a eficincia clula a um nvel incompatvel com a vida.

    Essa hiptese diverge das teorias de mutao somtica e de dano do DNA,

    pois postula que o erro na informao incide sobre outras molculas que no o

    DNA. A ideia bsica contida nessa teoria de que a capacidade da clula de

    produzir seu conjunto normal de protenas funcionais depende no apenas da

    correta especificao gentica das sequncias polipeptdicas, mas tambm da

    fidelidade do aparato de sntese proteica. Mesmo que o genoma no contenha

    nenhuma mutao somtica ou dano no DNA, erros poderiam acontecer

    durante o processo de traduo.6

    2.2.6 Desdiferenciao

    Essa abordagem sugere que o envelhecimento normal de um organismo

    resultaria do fato de que as clulas que o compe se desviarem de seu estado

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    apropriado de diferenciao. Assim, na hiptese de desdiferenciao,

    mecanismos errneos de ativao e represso gentica fariam a clula

    sintetizar protenas desnecessrias, diminuindo a eficincia celular at a morte.

    Qualquer decrscimo ou alterao da especificidade dos processos de ativao

    -represso, originados talvez de mudanas dependentes do tempo, poderia

    teoricamente, interferir com as funes celulares at esse ponto.6

    2.2.7 Dano oxidativo e radicais livres

    O princpio dessa teoria que a longevidade seria inversamente

    proporcional extenso do dano oxidativo e diretamente proporcional

    atividade das defesas antioxidantes. A teoria do dano oxidativo postula que

    todas as deficincias fisiolgicas caractersticas de mudanas realmente

    relacionadas com a idade, ou a maioria delas, podem ser atribudas aos danos

    intracelulares produzidos pelos radicais livres.6

    2.2.8 Lipofuscina e o acumulo de detritos

    A teoria dos detritos prope que o envelhecimento celular causado

    pelo acmulo intracelular de produtos do metabolismo que no podem ser

    destrudos ou eliminados, exceto pelo processo de diviso celular. Acredita-se

    que lipofuscinas geralmente surgem como resultado de acontecer ento: uma

    seria a formao de substncias que, mesmo inertes e sem influncia nos

    processos celulares, se acumulariam ocupando espao e, gradativamente,

    prejudicariam as atividades das clulas; na outra situao, os produtos no

    excretveis teriam ao toxica ou pertubariam de alguma forma as atividades

    celulares, provocando declnio das funes da clula, com reflexos no tecido

    que faz parte.6

    2.2.9 Mudanas ps-traduo em protenas

    Modificaes qumicas dependentes do tempo o correndo em

    macromolculas importantes (como o colgeno e a elastina) comprometeriam

    as funes dos tecidos e reduziriam a eficincia celular culminando na morte.

    Sabe-se que tais modificaes ps-traducionais ocorrem tanto em protenas

    como cidos nucleicos, e, logo, seus efeitos seriam largamente abrangentes.

    As mudanas postuladas por essa teoria parecem estar relacionadas com a

    senescncia da pele e de outros tecidos.6

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    2.3 Teorias sistmicas

    2.3.1 Teorias metablicas

    Em alguns organismos, alteraes de taxa metablica induzidas por

    temperatura e / dieta produziriam mudanas correspondentes na longevidade.

    Alm disso, existem dados consistentes mostrando que a taxa metablica

    tende a declinar com a idade avanada. Essas e outras observaes similares

    levaram a hiptese segundo a qual a longevidade pode ser mais bem

    entendida como funo do declnio metablico. A teoria da taxa de vida

    estabelece que a longevidade seria inversamente proporcional taxa

    metablica. Essas primeiras interpretaes foram descartadas aps

    investigaes mostrarem, por exemplo, que 77 diferentes espcies de

    mamferos no apresentam um potencial metablico definido, mas sim um

    espectro de potenciais, variando de 220 a 780 KCal por grama por tempo de

    vida.6

    As teorias de dano mitocondrial sugerem que os danos cumulativos do

    oxignio sobre a mitocndria seriam os responsveis pelo declnio no

    desempenho fisiolgico das clulas durante o envelhecimento.6

    2.4 Teorias genticas

    As teorias desse grupo sugerem que mudanas na expresso gnica

    causariam modificaes senescentes nas clulas. Vrios mecanismos so

    propostos. As mudanas poderiam ser gerais ou especificas, podendo atuar em

    nvel intra ou extracelular. Alteraes nas atividades desses poucos genes

    seriam o suficiente para deslocar o equilbrio das funes genmicas para uma

    longevidade aumentada.6

    2.4.1 Apoptose

    Apoptose, tambm chamada de morte programada ou de suicdio de

    certas clulas, seria induzida por sinais extracelular. A despeito da

    heterogeneidade dos sinais, todos parecem dirigir-se a um alvo, um gene ou

    conjunto de genes que ativara um programa de apoptose.6

    2.4.2 Fagositose

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    Nesse caso, clulas senescentes apresentariam protenas de

    membranas tpicas, que as identificariam e as marcariam como alvo para a

    destruio por outras clulas, tais como os as clulas vermelhas do sangue.6

    2.5 Teoria neuroendcrinas

    Esse grupo de teorias postula que a falncia progressiva de clulas com

    funes integradoras especficas levaria ao colapso da homeostasia corporal,

    senescncia e a morte. O exato papel do complexo neuroendcrino ainda no

    esta claro em casos gerais, mas parece vir ao encontro da concepo segundo

    a qual os circuitos reguladores so compostos, provavelmente de genes em

    cascatas e redes interligadas de genes.6

    2.6 Teorias imunolgicas

    Do ponto de vista imunolgico, a longevidade seria dependente das

    variantes de certos genes pra o sistema imune presentes nos indivduos,

    alguns deles estendendo, outros encurtando a longevidade. A hiptese bsica

    a de que essas redues qualitativas e quantitativas na resposta imune seria,

    em parte, direta ou indiretamente devidas involuo inicial e ao

    envelhecimento do timo.6

    3. CONSIDERAES FISIOLGICAS NO ENVELHECIMENTO:

    3.1 Composio e forma do corpo

    Com o envelhecimento ocorre a reduo da quantidade de gua, do

    volume dos rgos e do tecido sseo. O aumento do tecido gorduroso a

    diminuio da massa magra. Em relao quantidade de gua temos uma

    reduo intracelular (menor contedo celular) podendo ocorrer perda moderada

    de liquido (desidratao). A reposio deve ser lenta para que no haja

    sobrecarga no sistema cardiorrespiratrio.7

    H uma reduo do tecido sseo. Com o envelhecimento ocorrem

    modificaes na composio e forma do corpo nos sistema: sseo, Articular e

    Muscular. Aps os 40/50 anos ocorrem a diminuio de 1 cm por dcada da

    estatura devido a diminuio da hidratao do disco vertebral, e a diminuio

    da altura do corpo vertebral.7

    Ocorrem tambm as o aumento das curvaturas corporais, hipercifose, e

    hiperlordose, alm do achatamento dos arcos plantares. Com a mudana das

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    curvaturas e tamanho do corpo. O pico de massa ssea ocorre entre 30 a 40

    anos, onde existe uma estabilizao aps este perodo ocorrem a perda

    progressiva de: 0,3% homens e 1,0% mulheres.7

    Esta diminuio ocorre por perda do nmero de osteoblastos existindo

    perda de massa cortical, que leva ao aumento da porosidade e consequente

    diminuio da resistncia ssea levando ao maior risco de fraturas. Em relao

    a osteoartrose existe a mudana das curvaturas e tamanho do corpo, e ligado a

    outros sistemas como musculares, ocorrem alteraes osteoarticulares que

    levam a osteoartrose, ou seja um desgaste naturas das articulaes e de

    tecidos moles como a cartilagem.7

    Ocorrem mudanas posturais como a prostrao de ombros e cabea, a

    rotao medial dos braos, maior flexo de coxas e pernas, a hipercifse

    diminui a mobilidade de tronco, alm de dificultar as trocas posturais.7

    As alteraes posturais no idoso levam ao maior desequilbrio,

    alteraes na marcha, que se torna mais em bloco pela falta de dissociao de

    cinturas, e a diminuio da expansividade torcica.7

    3.2 Sistema Articular e Muscular

    No Sistema articular ocorrem o aumento da rigidez da articulao devido

    a diminuio de proteoglicanos, liquido sinovial, gua em tendes e ligamentos.

    O que leva a um processo degenerativo da cartilagem a diminuio da

    resistncia elstica diminuio da espessura e deformao e desgaste da

    cartilagem das articulaes.7

    No Sistema muscular ocorre perda progressiva de massa muscular aos

    80 anos perda de 30 a 40% de massa muscular devido a reduo do tamanho

    e nmero das fibras musculares, que levam a uma denervao de unidades

    motoras e consequente aumento da fraqueza muscular sendo mais acentuada

    aps os 60 anos 40% MMII e 30 % MMSS.7

    Com a denervao existe o recrutamento de novas unidades motoras

    para os grupos musculares denervados, o que aumenta a lentido dos

    movimentos. Os msculos mais utilizados tambm so os que sofrem mais

    com a denervao (teoria do uso e desgaste).7

    3.3. Sarcopenia

  • 13

    a reduo do volume muscular, do trofismo decorrente da perda, e

    reduo na quantidade de fibras musculares. Com o aumento do depsito de

    tecido adiposo (gordura), intramuscular e o aumento da gordura subcutnea.

    O aumento do tecido adiposo ocorre por distribuio centrpeta, ocorrem

    a diminuio da massa magra e o aumento do tecido adiposo principalmente

    dentro dos rgos, substituindo o parnquima e ao redor das vsceras, que

    pode entrar na corrente sangunea aumentando o risco de doenas

    cardiovasculares.

    Nos homens o aumento maior abdominal e nas mulheres no quadril, a

    abdominal tende a ser mais perigosa, pois est relacionada com a gordura

    visceral. (Tecido subcutneo do tronco, ao redor das vsceras e dentro dos

    rgos (substituio de parnquima)).

    3.4 Sistema nervoso central e perifrico

    Ocorre a diminuio e atrofia do peso cerebral: diminuio do nmero de

    neurnios e de sinapses, que so progressivas em 5% aos 70 anos e

    aproximadamente 20 % aos 90 anos, que torna o pensamento lentificado

    (bradifenia), e ocorre em consequncia das perdas ocasionando uma

    dificuldade no processamento.

    Marcadores do envelhecimento Cerebral: a diminuio do fluxo

    sanguneo cerebral, que ocorre divido a vasos sanguneos mais rgidos, e a

    pela diminuio do dimetro da artria, que leva a uma alterao do volume de

    sangue que chega ao crebro. Ocasiona a diminuio do metabolismo cerebral

    e a bradifenia (pensamento lentificado).

    Essas perdas podem ser melhoradas atravs de estmulos cognitivos

    (palavras cruzadas) e estmulos sociais (Passeios, amigos).

    A atrofia cortical visvel em ressonncia magntica, ela ocorre pelo

    aumento dos ventrculos e a dilatao dos sulcos (espaos entre os giros), e o

    aumento da quantidade de liquor, o que pode ocorrer a chamada Hidrocefalia

    de presso normal, que o aumento do liquor, que porm no afeta a PIC pois

    este aumento compensado pela presena de maior espao.

    As alteraes na Neurotransmisso ocorrem com o envelhecimento,

    onde os neurotransmissores e neuroreceptores, j no so mais eficazes como

    anteriormente alterando as sinapses, devido a:

  • 14

    - Sistema colinrgico onde ocorre o declnio da sntese de liberao de

    acetilcolina (ACH), a diminuio da aceticolinesterase dificulta a reabsoro de

    ach.

    - Sistema Catecolaminrgico: ocorre a diminuio da produo de

    dopamina e noradrenalina, alm da perda de receptores para estes

    neurotransmissores.

    - Diminuio da Sensibilidade: ocorrem a diminuio de barorreceptores

    e quimiorreceptores (temperatura).

    A diminuio da velocidade de conduo do estmulo, que gera como

    consequncia a diminuio da resposta reflexa.

    3.5 Consideraes Vasculares, endcrinas, cardiolgicas e pulmonares

    no idoso:

    3.5.1 Vasculares e cardiolgicas - alteraes anatmicas:

    No pericrdio e endocrdio ocorre o aumento do colgeno, que torna o

    corao mais rgido, aprisionado em capa envoltria diminuindo a

    complacncia.

    No miocrdio ocorre perda, degenerao das fibras musculares (atrofia),

    as fibras remanescentes se atrofiam aumento do depsito de gordura e

    aumento do colgeno.

    Estas alteraes causam a diminuio da complacncia pulmonar, do

    volume de ejeo na sstole e distole aumento da frequncia cardaca.

    3.5.2 Alteraes no corao - alteraes nas valvas:

    H um espessamento e calcificao das Valvas Mitral e Artica, que

    levam a alteraes na conduo do estimulo nervoso ocasionando diminuio

    da frequncia cardaca (50-60 bpm). Levando a alteraes no ritmo cardaco.6

    Alteraes nas Artrias:

    Ocorrem aumento da rigidez nas paredes das artrias pelo aumento do

    colgeno e a diminuio da elasticidade, com consequente reduo da luz das

    artrias.6

    Alteraes da Sstole e Distole: as funes so afetadas pelo aumento

    da fase de relaxamento por consequncia da mobilizao mais lenta do clcio

    e da reduo do teor adrenrgico, diminuindo a contrao.6

  • 15

    Durante a sobrecarga ocorrem a reduo do volume sistlico, a

    diminuio do dbito cardaco, do volume de ejeo e do consumo mximo de

    oxignio.6

    Tendo como consequncias de o idoso no conseguir realizar atividades

    prolongadas, levando a fadiga e cansao, mais rpidos.6

    3.5.3 Alteraes endcrinas:

    Ocorre a diminuio do hormnio estimulante de crescimento tecidual

    GH 14% a cada dcada.6

    Diminuio da prolactina durante a menopausa.6

    Ocorrncia da Hiponatremia, a diminuio de sdio pelo aumento da

    eliminao de sdio na excreo.6

    3.6 Efeitos no envelhecimento dos sistemas: respiratrio, tegumentar,

    geniturinrio e imunolgico.

    Ocorrem alteraes de todas as estruturas do sistema respiratrio que

    provocam alterao da ventilao e reduo dos os volumes pulmonares. So:

    diminuio de quimiorreceptores, complacncia (muscular e pulmonar) e

    difuso.6

    Alteraes torcicas: o aumento das curvaturas da coluna influencia na

    atrofia e na elasticidade dos msculos respiratrios, o que contribui para

    diminuio da expansibilidade da caixa torcica.6

    Alteraes pulmonares: desgaste de todos os tecidos que compe o

    sistema respiratrio. Diminuio da elasticidade e da expansibilidade dos

    pulmes (paredes intrapulmonares menos resistentes), dilatao dos

    bronquolos e sacos alveolares (alteram as presses de O2 e CO2), diminuio

    da superfcie alveolar (reduz a capacidade de perfuso).6

    Alteraes dos quimiorreceptores: A diminuio da sensibilidade e do n

    de quimiorreceptores, leva a diminuio (demora) das respostas ventilatrias e

    variaes na PCO2 e PAO2. Esta alterao dificulta a expanso torcica

    completa, assim, diminui oferta de O2 para o organismo e aumenta a

    frequncia cardaca. Isto gera fadiga.6

    Todas estas alteraes reduzem a ventilao e todos os volumes

    pulmonares VRI, VRE, VR, VC, CV (em torno de 20ml/ano aps os 40 anos);

    consequentemente h diminuio da difuso e da SAO2 que poder ocasionar

  • 16

    insuficincia respiratria (restritiva, obstrutiva e difusa).Para diminuir os efeitos

    do envelhecimento no sistema respiratrio, o idoso deve realizar alongamento

    e fortalecimento dos msculos respiratrios (inspiratrios e expiratrios),

    exerccios ativos de mobilidade do tronco, manter uma boa postura, exerccios

    respiratrios para melhorar a difuso dos gases.6

    Alteraes no Sistema Geniturinrio:

    Declnio das funes renais: uma diminuio das clulas que compe o

    rim (massa renal), que inclui a reduo do n de glomrulos e lbulos, o que

    resulta na diminuio da capacidade de filtragem dos rins, ou seja, reduo do

    fluxo sanguneo renal. O sangue no consegue reabsorver o sdio, porm, os

    rins tambm no conseguem excretar o excesso, provocando o acmulo de

    sdio nos rins, que, ainda pode ser piorado com o aumento da secreo do

    hormnio antidiurtico, pois, diminuir o volume de urina dificultando ainda

    mais a excreo do sdio. Esta alterao fisiolgica favorece a hipertenso,

    pois, altera o sistema renina-angiotensina-aldosterona; altera o balano hdrico

    (reteno hdrica pode provocar edemas dos MMII), e alterao da

    farmacocintica das drogas (menos volume urinrio dificulta a eliminao das

    drogas).6

    As infeces do Trato Urinrio ocorrem por vrios fatores: a diminuio

    das defesas orgnicas pelo envelhecimento e por uso prolongado de

    medicamentos antibiticos (resistncia bacteriana); presena de diabetes

    Mellitus (doena crnica que acumula glicose no sangue e consequentemente

    na urina que serve de cultura para bactria); tempo de hospitalizao

    prolongado (sujeito a infeces hospitalares, presena de sondas); e baixa

    tolerncia a procedimentos teraputicos.6

    Incontinncia Urinria a perda da capacidade da bexiga em armazenar

    volumes crescentes de lquidos (alterao do componente muscular) com

    alteraes do mecanismo de fechamento uretral (esfncteres). As causas de IU

    mais encontradas nos idosos so atrofia do centro de inibio cortical (perda da

    inibio miccional), o envelhecimento da musculatura estriada e alteraes

    prostticas. A IU Ocorre mais em idosos hospitalizados (50% dos casos), mas,

    tambm ocorre em idosos tratados em ambulatrios (15%).6

    Para diminuir os efeitos do envelhecimento no sistema genitourinrio, o

    idoso deve realizar uma ingesto adequada de lquidos e praticar exerccios

  • 17

    que estimulem a excreo de urina, incluindo os exerccios de fortalecimento

    do assoalho plvico.6

    Na pele h a diminuio da eficincia da irrigao na regio drmica (os

    vasos ficam mais frgeis); surgimento de rugas estticas pela diminuio das

    papilas drmicas (isto provoca o achatamento da juno dermo-epidrmica),

    enrijecimento do colgeno (endurecido). Tudo isso diminui a nutrio. A pele

    fica mais seca e com menor resistncia (mais riscos de leses e

    consequentemente infeces), perde a elasticidade e a expansibilidade. H

    diminuio das clulas de Langerhans (defesa) e de melancito (pigmento), o

    que deixa a pele com o tom amarelado. E ainda, a diminuio da espessura da

    derme e epiderme com a fragilidade dos vasos sugere a pequenas manchas

    provocadas por mnimos traumas.6

    As causas de alteraes da pele esto relacionadas carga gentica,

    doenas sistmicas, cutneas e modificaes ambientais.

    Para diminuir o efeito do envelhecimento na pele, o idoso deve sempre

    manter uma boa hidratao com ingesto de lquidos e uso de cremes

    hidratantes para a pele. E uso de filtros solares adequados conforme a

    exposio ao sol.6

    - Alteraes no Sistema Imunolgico:

    O declnio das funes imunolgicas pelo envelhecimento ocorre

    fisiologicamente em todos os idosos, sendo considerado como

    Imunossenescncia. H diminuio total de linfcitos (em todas as regies do

    corpo) com queda de 10 20%. E ocorre tambm atrofia do timo com

    diminuio de sua funcionalide, ou seja, perda da capacidade de produzir

    hormnios e diminuio da produo de linfcitos T. O organismo perde a

    capacidade de reconhecer e eliminar antgenos, e aumenta a ocorrncia de

    clulas auto-anticorpos, e ainda, h maior possibilidade de neoplasias.6

    Por este declnio, aumenta o risco de infeces, doenas auto-imunes e

    linfoproliferativas.6

    difcil dizer se h preveno quanto ao envelhecimento do sistema

    imunolgico, mas, podemos tentar amenizar o efeito com boa alimentao, e a

    no exposio aos fatores de risco durante toda a vida, procurar ter uma vida

    equilibrada e saudvel.6

  • 18

    3.7 Efeitos do envelhecimento na postura, na marcha e no equilbrio

    esttico e dinmico:

    As alteraes posturais que ocorrem com o envelhecimento o aumento

    das curvaturas hipercifse e hiperlordose, o desgastes de discos

    intervertebrais, o desabamento de arcos plantares, a diminuio de massa

    muscular e ao aumento da massa gorda, o aumento da fraqueza e da fadiga

    alm da diminuio de todos os sistemas, influenciam na postura do idoso.7

    Anteverso de ombros, flexo de coxas e joelhos a rotao mais medial

    do antebrao, alm das curvaturas e a fraqueza muscular e ssea associadas

    ao desequilbrio e perdas cognitivas, alteram a marcha que se torna mais lenta

    pela falta de mobilidade de tronco e de dissociao de cinturas, levando a

    perda de equilbrio a marcha se torna em bloco e mais lenta.7

    Deve-se ser trabalhado na fisioterapia com exerccios de alongamentos,

    hidroterapia, cinesioterapia respiratria, treino para as AVDs, reeducao

    postural RPG e Pilates, aumento da base de apoio exerccios de dupla tarefa.7

    O tratamento deve ter como consequncia melhorar a fora e o

    alongamento muscular alm de estimular as atividades para as AVDs,

    associados ao exerccio de dupla tarefa que recruta a reserva cognitiva.7

    3.8 Repercusses clinicas no envelhecimento fisiolgico:

    Com o desgaste natural dos tecidos causado pelo envelhecimento,

    ocorrem alteraes no organismo que levam sndrome da fragilidade da

    sade do idoso. E ainda, poder se agravar se houver presena de doenas

    crnicas, pois, neste caso, o idoso pode apresentar um estado inflamatrio

    crnico em vrios tecidos. As alteraes ocorrem em trade: sarcopenia,

    desregulao neuroendcrina e disfuno imunolgica, que associadas

    imobilidade, reduo de ingesto alimentar e a presena diminuem a energia

    fsica do idoso, deixando-o ainda mais frgil e suscetvel a doenas.7

    A manifestao da sndrome da fragilidade do idoso se apresenta de

    vrias formas, entre elas citamos a perda de peso no intencional, fraqueza

    muscular, fadiga, reduo da velocidade da marcha, do nvel de atividade

    fsica; alm dessas, ainda pode apresentar alteraes cognitivas e dficits

    sensoriais.7

  • 19

    A consequncia da fragilidade a piora da qualidade de vida do idoso,

    com piora nas atividades de vida diria, aumento de quedas, de

    hospitalizaes e mortalidade.7

    O imobilismo causa escaras na pele; e alteraes musculoesquelticas:

    com a diminuio de massa muscular predispe a rigidez articular, mas,

    tambm interfere no sistema respiratrio para atelectasia dos alvolos, e

    infeces do sistema genitourinrio.7

    A abordagem teraputica da sndrome da fragilidade inclui medicaes

    com atuao nos componentes da fisiopatologia; suplementao alimentar e

    hormonal e atividade fsica, que como os outros tratamentos deve ter

    importncia no tratamento, pois evita ou quebra o ciclo do imobilismo; que deve

    ser evitado, pois, interfere drasticamente na qualidade de vida do idoso.7

    - Polifarmcia:

    A polifarmcia a utilizao de muitos medicamentos em conjunto, e

    entre eles, cinco so utilizados de forma contnua. As implicaes clnicas da

    polifarmcia incluem o aumento do risco de reaes adversas (efeitos

    colaterais no desejados), como a potencializao ou a inibio da ao de

    algum frmaco, a diminuio de ao do frmaco (tolerncia), interferncia no

    metabolismo heptico e no mecanismo de excreo provocando uma

    sobrecarga metablica no fgado e nos rins.7

    Outra questo importante na polifarmcia a baixa aderncia ao

    tratamento farmacolgico, pois, quando o idoso melhora sua disposio fsica,

    pode achar que no precisa de todos os medicamentos receitados, por

    exemplo, pode deixar de tomar algum dos medicamentos em um dos horrios

    estipulados; isto muito perigoso e merece ateno pois, resulta na ineficcia

    teraputica de um ou mais frmacos.7

    Entre os fatores associados polifarmcia podemos citar: mltiplos

    prescritores (vrios mdicos com vrias receitas diferentes), inespecificidade

    em relao novas doenas (eficcia da ao do frmaco, tratamento dos

    sintomas e no da causa); restrio do tempo para adequao teraputica

    (esperar o tempo para o frmaco fazer efeito, pode demorar dias para ocorrer o

    efeito desejado); e o registro inadequado ou incompleto do medicamento

    (paciente e farmacutico no entendem a prescrio).7

  • 20

    3.9 Utilizao dos recursos de sade

    As repercusses clnicas no envelhecimento envolvem tambm um

    aspecto social, pois, as manifestaes da fragilidade com a necessidade da

    polifarmcia, ateno hospitalar, ambulatorial, e os tratamentos especiais em

    casa com cuidadores ou e/ou outros profissionais de sade aumentam os

    gastos com a sade do idoso, seja pela famlia ou pelo governo.7

    4. MANIFESTAES CINESIOPATOLGICAS E INTERVENES

    TERAPUTICAS

    4.1 Envolvimento musculoesqueltico e alteraes venosas

    Fraqueza muscular: um problema comum, mas, frequentemente, tem

    significados diferentes para indivduos diferentes. Para alguns, ela significa

    simplesmente cansao ou esgotamento. No entanto, na fraqueza muscular

    verdadeira, um grande esforo no gera uma fora normal. A fraqueza pode

    afetar todo o corpo ou ser limitada a um membro superior, a um membro

    inferior ou mesmo a uma mo ou um dedo. Embora a fraqueza possa ser

    decorrente de problemas musculares, tendinosos, sseos ou articulares, ela

    mais frequentemente causada por problemas do sistema nervoso. Alguns

    casos de fraqueza sempre ocorrem aps uma doena e, frequentemente,

    ocorre em indivduos idosos (sarcopenia).7

    4.2 Diagnstico

    Ao avaliar um indivduo com fraqueza muscular, o mdico busca indcios

    para identificar a causa do problema, tenta estabelecer exatamente quais

    msculos esto fracos e quantificar o grau dessa fraqueza. Os msculos so

    examinados de forma sistemtica, comeando geralmente pela face e o

    pescoo, continuando pelos membros superiores e, finalmente, os membros

    inferiores. Normalmente, o indivduo deve ser capaz de manter os membros

    superiores estendidos durante alguns minutos sem que eles balancem ou

    tremam. A incapacidade de manter os braos nessa posio pode ser um sinal

    de fraqueza.7

    A atrofia muscular tambm pode ser causada por falta de uso (atrofia por

    desuso), como algumas vezes ocorre em decorrncia do confinamento ao leito

    prolongado. O aumento da musculatura (hipertrofia) geralmente ocorre com

    exerccios como o levantamento de peso. Quando o indivduo apresenta uma

  • 21

    doena, a hipertrofia decorrente de um msculo que trabalha mais para

    compensar a fraqueza de um outro. 7

    Durante o exame fsico, o mdico, ao palpar os msculos, observa a

    sensibilidade e a textura. Normalmente, um msculo firme, mas no duro, e

    liso, sem protuberncias. Tambm pode ser verificada a presena de

    movimentos anormais. Os espasmos musculares breves, finos e irregulares

    visveis sob a pele geralmente indicam uma doena dos nervos, embora, s

    vezes, eles tambm ocorram em indivduos saudveis. 7

    A incapacidade do msculo de relaxar (miotonia) indica um problema

    muscular, mais que dos nervos. O exame neurolgico minucioso auxilia na

    identificao de qualquer alterao da sensibilidade, da coordenao, dos

    movimentos motores finos e dos reflexos. 7

    Se os msculos estiverem anormais, a eletromiografia ajuda a

    diferenciar entre uma anormalidade primria da inervao e uma anormalidade

    muscular primria. Se o problema for localizado no prprio msculo, o mdico

    realiza uma bipsia muscular (coleta de um pequeno fragmento de msculo

    para exame microscpico). Os exames de sangue incluem a velocidade de

    hemossedimentao, que pode estar elevada se houver inflamao presente, e

    a dosagem da creatino cinase, uma enzima muscular normal que pode

    extravasar do msculo e passar para a corrente sangunea quando existe uma

    leso muscular.7

    4.3 Osteoporose:

    - Doena esqueltica sistmica caracterizada por diminuio da massa

    ssea. Trata-se da alterao metablica mais frequente, caracterizando-se pela

    diminuio lenta e progressiva da massa ssea, pelo comprometimento da

    integridade do arcabouo sseo, pela diminuio da resistncia e pelo

    acometimento de fraturas dos ossos, mesmo nos mnimos esforos.

    Inicialmente assintomtica. Gera deteriorao microarquitetural do tecido

    sseo.7

    Ospeoporose ps-menopusica: tipo I: mulheres ps-menopusicas o

    grupo dominante. Atinge mais a coluna lombar do que o quadril. Atinge mais

    ossos trabeculares.7

  • 22

    Osteoporose senil: tipo II ou idioptica: mais comum em idosos de

    ambos os sexos. Atinge ossos trabeculares e compactos.7

    Osteoporose juvenil: em crianas e adolescentes.7

    - A osteoporose secundria decorrente de processo inflamatrio, como

    a artrite reumatide; alteraes endcrinas, como hipertireoidismo e desordens

    adrenais; mieloma mltiplo; por desuso; por uso de drogas como heparina,

    lcool, vitamina A e corticides.7

    - Etiologia: as origens da osteoporose so desconhecidas na maioria dos

    casos. 7

    Influncias genticas: podem contribuir para a constituio do esqueleto.

    Lenta formao do osso: pode originar a osteoporose sintomtica. Imobilidade

    e atividade fsica reduzida: esto associadas ao aparecimento da osteoporose.7

    H indcios de que a diminuio dos estmulos piezoeltricos

    relacionados com a presso reduz a formao ssea.7

    Diminuio do estrognio: est associada a um aumento da reabsoro

    ssea.7

    - Alteraes hormonais na patognese:

    Calcitonina: age sobre a formao ssea.

    Hormnio da paratireide (PTH): atua na estimulao da reabsoro

    ssea.

    Hormnio de crescimento: principalmente nos primeiros anos de vida,

    age sobre a formao ssea.

    Estrgeno: seu declnio leva rpida perda ssea.7

    - Quadro clnico: dor, deformidade postural (vertebral), fratura e

    comprometimento psicolgico como medo, ansiedade e mudana de humor.7

    A dor no originada pela osteoporose. A lombalgia pode aparecer em

    decorrncia de microfraturas vertebrais por compresso ou pelo colapso ou

    encunhamento do corpo vertebral. A dor crnica irradia-se lateralmente e est

    quase sempre associada ao esforo, sendo aliviada parcialmente com o

    repouso. 7

    As primeiras manifestaes clnicas surgem quando j houve perda de

    30% a 40% de massa ssea. 7

    - Preveno:

    Dietas ricas em clcio (de 3 a 4 pores/dia);

  • 23

    Ingerir leite e derivados (queijos, iogurtes), cereais integrais, aveia, frutas

    ctricas, verduras como couve e brcolis, soja (tem ao antioxidante e rica

    em minerais e vitaminas como cobre, ferro, potssio, magnsio e vitaminas A,

    C,E e B; isoflavona que um composto fitoqumico com estrutura semelhante

    ao hormnio estrognio e portanto funciona como uma reposio hormonal

    natural). Deve-se evitar consumir alimentos ricos em cafena (caf, ch mate,

    ch preto). Tambm deve-se evitar consumir alimentos ricos em clcio com

    alimentos ricos em ferro.7

    10 a 15 minutos de sol por dia para a sntese de vitamina D, no no

    horrio de pico (a partir das 9:00 s 17:00 proibido tomar sol).7

    Para se obter uma massa ssea adequada, devemos praticar exerccios

    fsicos, principalmente aquele que realize descarga de peso para que ocorra o

    efeito piezoeltrico.7

    - Densitometria ssea: diagnstico por imagem que avalia a qualidade

    ssea e fornece indcios que podem caracterizar risco de fragilidade ssea.7

    - Tratamento medicamentoso:

    Inibidores de reabsoro ssea: terapia de reposio hormonal,

    calcitonina (em cpsula), bifosfanatos ( uma classe de remdio, em cpsula).7

    Estimuladores de formao ssea: reposio de vitamina D e fluoretos

    (em cpsula).7

    Tratamentos adjuvantes: reposio de clcio e exerccios fsicos.7

    Oscal: marca que tem Ca e vitamina D (comprimidos).

    Mecanismo de ao dos bifosfonatos (classe de remdio, em cpsulas):

    so agentes anti-reabsortivos que diminuem a reabsoro ssea. Ex: alendro-

    nato de sdio (substncia)- sua dosagem muda.7

    - Tratamento fisioteraputico: papel do exerccio fsico na osteoporose:

    carregamento de peso essencial para o desenvolvimento e a manuteno de

    um esqueleto sadio, exerccios de fora podem ser benficos.7

    Caminhada regular, 50 minutos, 5 vezes por semana, exerccios que

    envolvam sustentao de peso, atividades que envolvam equilbrio e

    coordenao, atividades que envolvam a extenso da coluna,atividades contra

    indicadas para pacientes osteoporticos:

    Aerbica de alto impacto, corrida e salto: aumentam risco de fraturas

    vertebrais por causa da fragilidade das vrtebras.7

  • 24

    Flexo da coluna, pois aumenta as foras de compresso na coluna e o

    risco de colapsos vertebrais, movimentos resistidos de aduo e abduo do

    quadril, pois gera aumento da probabilidade de fraturas proximais do fmur.7

    Aliviar a dor, melhorar o equilbrio visando preveno de quedas e

    risco de fraturas, reduzir contratura muscular, manter a mobilidade articular,

    prevenir o aparecimento de deformidades, fortalecer a musculatura, manter ou

    melhorar a capacidade respiratria, realizar uma orientao postural, realizar

    mobilizaes precoces (ex.: no perodo ps-fratura) condicionamento fsico,

    manter ou restaurar a independncia.7

    4.4 Osteoartrose:

    - Doena articular degenerativa, artrose;artrite hipertrfica; artrite

    degenerativa; osteoartrite.7

    Deteriorao cartilaginosa com conseqente densificao e hipertrofia

    do tecido conjuntivo.7

    Doena degenerativa osteoarticular, crnica,progressiva;

    Etiologia: multifatorial.

    Progride lentamente, pode estabilizar, pode regredir parcialmente.7

    4.4.1 Manifestaes da OA:

    Artralgia;

    Rigidez;

    Limitao da funo articular;

    Perda progressiva;

    Reparao inadequada da cartilagem;

    Remodelagem ssea subcondral.

    - dor espontnea e localizada na articulao que piora com atividade de

    carga e sobrecarga, noite, e em mudanas bruscas de temperatura,

    principalmente no frio, e ps-estresse emocional;7

    - atrofia;

    - fraqueza muscular;

    - instabilidade articular;

    - RX: diminuio do espao articular de modo irregular e ostefitos

    marginas.7

  • 25

    4.4.2 Deformidades:

    - Alterao da carga: varo ou valgo.

    Varo- alteraes degenerativas do compartimento medial, colapso do

    plat tibial medial, o eixo mecnico cruza a articulao em um ponto mais

    medial do que o normal.7

    Valgo- alteraes do compartimento lateral com colapso do cndilo

    femoral lateral. O eixo mecnico move-se lateralmente.7

    Varo-valgizante osteotomia valgizante- supratuberositria da tbia

    hipercorrige.7

    Valgo- varizante supracondiliana do fmur no hipercorrige.7

    4.4.3 Epidemiologia da OA:

    Doena reumtica mais frequente em toda a populao mundial.

    Brasil:16,2% da populao;

    - 30 a 40% de todas as consultas em ambulatrios de reumatologia;

    - 3 lugar na lista de causas pelas quais os brasileiros recebem auxlio-

    doena.

    Pouco freqente antes dos 40 a 45 anos.

    Alta incidncia aps os 60 anos.

    Incide mais em mulheres (mos e joelhos).

    Homens: quadril.7

    4.4.4 Fatores de risco:

    - avano da idade;

    - predisposio gentica;

    - estresse mecnico (sobrecarga mecnica);

    - inatividade;

    - sedentarismo.7

    4.4.5 Fisiopatologia da Osteoartrose

    Alteraes bioqumicas e metablicas desintegrao da cartilagem

    articular.7

    Cartilagem: estrutura avascular; rica em gua (66 a 80%); constituda

    por componentes inorgnicos (hidroxiapatita) e orgnicos (colgeno e os

    proteoglicanos).7

  • 26

    Caractersticas da cartilagem quando perde sua elasticidade:

    - edemaciada;

    - rgida e opaca;

    - progressiva alterao na congruncia das superfcies articulares;

    - completa desnudao do osso subjacente.7

    Fragmentos de cartilagem livres se depositam nos tecidos intra-

    articulares e geram:

    - respostas imunolgicas sinovite com fagocitose dos fragmentos +

    liberao de citocinas pr-inflamatrias.7

    Sinovite gera:

    - proliferao do tecido sinovial;

    - espessamento da cpsula;

    - espessamento dos ligamentos;

    - espessamento dos tendes.

    Deteriorao da cartilagem capacidade de reparao menor

    metabolismo local caminha para a degenerao (catabolismo).7

    Eburneao ssea = crescimento e endurecimento do osso subcondral e

    metafisrio.7

    Ostefitos marginais = proeminncias fibrocartilaginosas e sseas nas

    periferias das interfaces-osso.7

    Ostefitos capsulares = ao longo das inseres da cpsula articular.7

    Pseudocistos = lquido sinovial empurrado para as fendas da

    cartilagem at o osso subcondral nas regies de microfraturas.7

    Diminuio da produo de lquido sinovial.7

    4.4.6 Denominaes da OA:

    Gonartrose:

    - OA de joelhos;

    - Muito frequente: articulao de carga;

    - Incidncia: maior em mulheres (mais nas mulheres obesas).7

    Espondiloartrose/Espondilodiscoartrose/ OA de coluna vertebral:

    - Dor local ou irradiada para MMII;

    - Espasmo da musculatura paravertebral;

    - Limitao do movimento do tronco;

  • 27

    - Freqente na coluna lombar;

    - Pode acometer a coluna cervical.7

    Coxartrose:

    - OA de quadril;

    - Comum no sexo masculino;

    - Acometimento da articulao coxofemoral;

    - Dor insidiosa na regio inguinal, nas ndegas ou na regio lateral do

    quadril;

    - Claudicao na marcha e alterao da fora de MMII.7

    Rizoartrose:

    - Articulao carpometacarpal do primeiro dedo;

    - Comum em mos de mulheres trabalhos manuais (croch e

    digitao);

    - Deformidade: em aduo e extenso do primeiro dedo.7

    4.4.7 Diagnstico:

    a) Critrios clnicos:

    - Amplitude dolorosa de movimento;

    - Rigidez matinal inferior a 30 minutos;

    - Crepitaes;

    - Proliferao ssea.7

    b) Critrios radiolgicos: presena de:

    - Ostefitos;

    - Esclerose ou presena de cistos subcondrais;

    - Diminuio do espao articular;

    - Incongruncia;

    - Desmineralizao ssea.7

    Raio X: na maioria dos casos, o RX suficiente para a confirmao do

    diagnstico; 7

    - no fornece dados precisos sobre a gravidade do processo;

    - cerca de 50% dos casos com sinais radiolgicos de OA apresentam

    sintomas.

    - a partir dos 65 anos, todas as pessoas apresentaro sinais

    radiogrficos de OA. 7

  • 28

    c) Ressonncia nuclear magntica: para identificar alteraes em tecidos

    moles periarticulares, estabelecer diagnstico diferencial ou determinar

    alteraes prvias da estrutura osteocartilaginosa.7

    d) Ultrassom: investiga estruturas moles e edemas.7

    e) Marcadores biolgicos: rastreiam molculas ou fragmentos

    moleculares que reflitam alteraes articulares nos tecidos sseo e

    cartilaginoso. Ex.: hialuronato, proteoglicano, cerato sulfato e colgeno.7

    4.5 Fisioterapia:

    Tratamento multidisciplinar.

    Atividade fsica: dosada, regular, orientada, moderada e de baixo

    impacto:

    - melhora alteraes secundrias,

    - diminui a incapacidade,

    - melhora o condicionamento fsico.7

    4.5.1 Exerccio teraputico:

    Objetivos:

    - reduzir as alteraes funcionais facilitar AVDs.

    - reduzir a dor;

    - aumentar a ADM;

    - aumentar a fora muscular;

    - melhorar a postura;

    - melhorar o condicionamento fsico.7

    4.5.2 Hidroterapia:

    Efeitos trmicos;

    Efeitos mecnicos;

    Efeitos psquicos.7

    4.5.3 Termoterapia superficial:

    Formas: infra-vermelho, forno de Bier e banhos de parafina.

    Estgios subagudos ou crnicos.

    Objetivos:

    - reduzir a rigidez articular;

    - diminuir a dor;

  • 29

    - diminuir o espasmo muscular.7

    4.5.4 Crioterapia:

    Uso associado do exerccio crioterapia: controla o efeito adverso do

    exerccio ativo.7

    Exerccio aumento da temperatura intra-articular aumento da

    degenerao por atividade enzimtica leso da cartilagem.7

    4.5.5 Recursos manuais:

    Reeducao postural:

    - deformidades posturais alvio das presses articulares.

    Pompage:

    - restaura a frouxido fisiolgica e permite o reequilbrio hdrico da

    cartilagem.

    Massoterapia:

    - manobras: deslizamento superficial: dessensibilizao local diminui

    dor.7

    4.5.6 Eletroterapia:

    Baixa frequncia:

    - TENS X dor crnica: difcil determinar sua efetividade por falta de

    pesquisas de boa qualidade.

    - TENS: estimula ff. tteis de dimetro largo sem ativar as ff.

    nociceptivas de menor dimetro alvio da dor.

    Alta frequncia:

    - Diatermia por micro-ondas, ondas curtas, calor superficial, ultrassom

    so contra indicados.

    - Estgios avanados de AO, sem inflamao exuberante e com mn.

    possibilidade de reparao da cartilagem calor profundo indicado para

    controle de dor e rigidez.7

    4.5.7 Ultrassom:

    Efeitos trmicos: pouco interessantes.

    Efeitos mecnicos: importantes no tratamento de contraturas ou tenses

    miofasciais e nos quadros de fibrose cpsulo-ligamentar.7

    Tcnica subaqutica irregularidades das articulaes.

  • 30

    Modo pulstil: evita aquecimentos indesejveis.

    Freqncia: 1 MHz: tecidos + profundos.7

    4.5.8 Tratamento medicamentoso e cirrgico:

    Prioridade: uso de analgsicos em detrimento aos antiinflamatrios no

    hormonais e puno com infiltrao de corticosterides.7

    Tratamento cirrgico: desbidramento artroscpico, artroplastia e

    osteotomia progresso da independncia das AVDs e falha no tratamento

    conservador.7

    Osteotomia: procedimento cirrgico que visa:

    Artroplastias: interveno cirrgica pela qual deseja-se restituir ou

    aumentar a mobilidade de uma articulao, cujos movimentos esto abolidos

    ou limitados por causas diversas (traumticas, inflamatrias, degenerativas).7

    Ela substitui uma articulao do joelho lesionada por uma articulao

    artificial (prtese).7

    4.6 Trombose venosa profunda:

    - Definio de trombose venosa profunda: ocluso total ou parcial de

    veia profunda ou superficial por trombo, com reao inflamatria da parede do

    vaso.8

    - Incidncia: maior nos MMII (panturrilha, regio plvica) com maior

    gravidade nas veias profundas.8

    - Retorno venoso: bomba muscular e vlvulas.8

    - Trade trombognica ou Trade de Virchow: hipercoagubilidade,

    alterao do fluxo sanguneo e leso da parede vascular.8

    Fisiopatologia:

    a) diminuio do fluxo, presena de redemoinhos, acmulo de clulas

    sanguneas e fatores de coagulao (o prprio sangue tem esses fatores; so

    estruturas proteicas para estancar sangramentos).8

    b) agregao de plaquetas, liberao plaquetrias, ativao de fatores

    de cogulos.8

    c) formao de trombina ( um fator de coagulao), formao de

    trombina + agregao plaquetria, estabilizao do ncleo do trombo.8

    d) aderncia do ncleo do trombo a parede, crescimento do trombo,

    camadas de fibrina (fator de coagulao), hemcias (clulas vermelhas que

  • 31

    levam hemoglobina) e plaquetas (clulas brancas responsveis pela

    coagulao).8

    e) obstruo venosa, formao de trombose secundria.8

    - Fatores predisponentes: cirurgias plvicas e abdominais de grande

    porte, cncer, gravidez,obesidade, varizes, infeco, imobilidade por mais de

    10 dias, doenas cardacas, DPOC, desidratao.8

    - Quadro clnico local: dor crnica e edema de extremidades.

    - Tratamento clnico: trombolticos (evita trombos), antiplaquetrios (para

    combater plaquetas).8

    - Heparina no fracionada e de baixo peso molecular por via

    subcutnea: tipo de heparina injetada com injeo.8

    - Compresso pneumtica externa intermitente (CPI); aparelho que inclui

    uma bomba de ar no p, no p e perna, ou perna e coxa. Atravs da insuflao

    sequencial de manguitos, envolvendo dos ps panturrilha, a CPI aumenta o

    fluxo venoso e tem ao fibrinoltica. altamente eficaz.8

    4.7 lcera varicosa

    uma leso crnica da pele que afeta os membros inferiores cuja

    circulao sangunea alterada. Num primeiro momento, as perturbaes

    circulatrias provocam, a nvel cutneo, alteraes na nutrio dos tecidos ou

    perturbaes trficas. A pele torna-se fina, frgil, muda de cor e adquire uma

    tonalidade avermelhada, violcea ou castanha ocre. A lcera aparece como

    uma chaga, uma perda de substncia a nvel da pele, que escava um buraco,

    ao incio, pouco profundo, mas que, a seguir, se alarga progressivamente.8

    As causas mais comuns so quatro:A diabetes, depois de uma longa

    evoluo; A arteriosclerose, quando esta perturbao reduz o fluxo sanguneo

    aos membros inferiores; As sequelas de uma flebite na zona irrigada pela veia

    obstruda;As varizes graves, que so a causa mais frequente.8

    Entre as causas raras encontram-se o tumor cutneo ulcerado,

    perturbaes nervosas perifricas. Num indivduo jovem, a presena de uma

    lcera varicosa pode ser causada por uma anomalia dos glbulos vermelhos e

    estar associada a um aumento de volume do bao.8

    4.7.1 Sintomas

    Pele avermelhada, fina e frgil;

  • 32

    Chaga cada vez mais profunda;

    Prurido volta da chaga.8

    4.7.2 Tratamento

    A terapia divide-se em duas partes. Com a terapia local desinfeta-se a

    lcera para eliminar os micrbios agressivos e os tecidos mortos. Esta

    compreende medicaes quotidianas: todas as vezes que se deve descolar a

    medicao precedente com a ajuda de soro fisiolgico, desinfetar com um

    antissptico, limpar o fundo da lcera e fazer uma nova medicao conforme a

    evoluo da leso.8

    As terapias da diabetes, da arteriosclerose ou das varizes esto

    origem da lcera varia conforme os casos. Implica uma reduo do peso

    corporal, uma dieta adequada e uma eventual interveno cirrgica s varizes.

    A fisioterapia uma terapia de apoio eficaz para conservar a mobilidade do

    membro e estimular o retorno venoso. Os tratamentos termais tm

    demonstrado, desde h muito tempo, eficcia contra a lcera e as varizes.8

    4.8 Erisipela

    - uma doena infecciosa, no contagiosa, que acomete principalmente

    os vasos linfticos da pele, podendo atingir at o tecido subcutneo.8

    - Etiologia: bactrias dos gneros Streptococcus, Staphilococcus,

    Pseudomonas.8

    - Causas: micoses interdigitais dos ps (frieira: infeco/ micose que

    causa vermelhido na pele dos ps), micose das unhas (onicomicose),

    arranhes nas pernas, rachaduras dos bordos dos ps por chinelos, bolhas

    provocadas por calados ou espetadas de agulhas, corte de calosidades

    (calos) dos ps e at o coar das pernas.8

    - Fisiopatologia: a bactria penetra em uma pele com micoses ou unhas

    propcias, arranhes, rachaduras, bolhas por calados e corte de calos. Aps a

    entrada da bactria, ela atinge os vasos linfticos e a infeco se propaga.8

    - Fatores predisponentes: tabagismo, alcoolismo, condies de higiene

    inadequadas, diabetes e imunodeficincias, presena de edemas, linfedemas

    (edema linftico) prvios, lceras de estase venosa.8

    - Sinais e sintomas: hiperemia da pele, edema superficial, dor e listras

    eritematosas, febre. A forma leve a mais comum. A forma mais grave tem

  • 33

    formao de bolhas extensas, abscessos (acmulo localizado de pus num

    tecido, formando uma cavidade delimitada por uma membrana de tecido

    inflamatrio) e necrose da pele.8

    - Complicaes: casos no tratados. Sequela mais comum: linfedema

    persistente e duro, localizado principalmente na perna e no tornozelo. Outras

    complicaes: abscessos e TVP.8

    - Necessidades imediatas: exames laboratoriais, antibitico sistmico-

    oral (IM ou EV), anti-inflamatrios, tratamento tpico (local com cremes e

    pomadas), repouso no leito, elevao da rea afetada.8

    - Tratamento da leso: avaliao sistmica e da ferida; dor, estresse e

    conforto; necessidade da ferida; forma e funes dos curativos.8

    - Tecido de granulao: tecido de reparao.

    - Desbridamento: retirada de tecido necrosado (corta para fazer

    limpeza).8

    - mais frequente nos diabticos, obesos e nos portadores de

    deficincia da circulao venosa dos MMII. No contagiosa.8

    - Diagnstico: exame clnico (sinais e sintomas).8

    4.9 Demncia

    Definio de demncia: sndrome clnica adquirida, caracterizada por

    prejuzo progressivo das habilidades cognitivas, severo o suficiente para

    interferir nas atividades sociais e ocupacionais habituais do indivduo. As

    funes cognitivas afetadas so: inteligncia geral, aprendizagem e memria,

    linguagem, soluo de problemas, orientao tempo/espao, percepo,

    ateno e concentrao, habilidades funcionais e sociais.8

    - Importncia:

    a) impacto pessoal, familiar e social.

    b) aumento das hospitalizaes, aumento dos custos e aumento da

    mortalidade.

    c) incidncia e prevalncia aumentam com a idade.

    - Incidncia: 1 a 2% / ano acima dos 65 anos.

    - Demncia X co-morbidades:

    a) maior nmero de doenas crnicas,

    b) 3 vezes chances de + de 4 doenas crnicas,

  • 34

    c) Gastos mdios anuais/paciente 3,3 vezes maior,

    d) 3 vezes mais hospitalizaes,

    e) Aumento da mortalidade.

    - Critrios diagnsticos das demncias:

    a) comprometimento da memria,

    b) um ou mais dos seguintes distrbios: afasia, apraxia, agnosia,

    distrbio de funes executivas, declnio na atividade social ou profissional,

    dficits no ocorrem exclusivamente durante episdio de delirium.8

    - O delirium o comprometimento da conscincia, geralmente visto em

    associao com comprometimento globais das funes cognitivas. Os estados

    confusionais podem ser causados por: alteraes metablicas, infeces, uso

    de drogas. O delirium reversvel, uma vez tratada sua causa.8

    - Diagnstico diferencial do delirium:

    a) alterao cognitiva global devido a alterao orgnica.

    b) incio agudo e curso flutuante.

    c) diminuio do estado de alerta e ateno.

    d) hiper ou hipoatividade psicomotora.

    e) alucinaes visuais/auditivas.8

    4.9.1 Fatores de risco da Doena de Alzheimer (DA):

    a) Conhecidos: idade, gentica (alelo E4 da apoliprotena E- Apo E),

    sndrome de Down. Um tero dos casos da DA apresentam familiaridade.8

    A apoliprotena E (Apo E) uma protena plasmtica envolvida no

    transporte de colesterol. Ela codificada por um gene localizado no

    cromossomo 19. o determinante gentico mais conhecido e um fator de

    risco para a doena de Alzheimer (DA) espordica ou familiar de incio tardio

    (idade maior 65 anos).8

    b) Possveis: traumatismo craniano, sexo feminino, doena vascular.

    c) Fatores protetores possveis: alta escolaridade, antiinflamatrios e

    estrgenos.8

    - Causas da DA:

    Mutaes genticas raras podem causar a DA familiar autossmica

    dominante de incio precoce;8

  • 35

    Mutaes nos genes da presenilina I (PS I) e II (PS II) e no gene da

    protena precursora da amilide (APP). A PS I uma protena cujo gene est

    mapeado no cromossomo 14 e a PS II uma protena cujo gene situa-se no

    cromossomo 1. O gene da PS I responsvel por cerca de 40% dos casos

    familiares e de acometimento precoce. 8

    - Fisiopatologia:

    a) A placa senil (ou placa amilide) observada no crebro com Alzheimer

    formada atravs da protena amilide (A), de localizao extracelular.8

    Essa protena se deposita em placas que causam destruio dos

    neurnios por criar processo inflamatrio crnico nas regies afetadas,

    interferindo com a regulao de clcio (essencial para a conduo dos

    estmulos nervosos) e aumenta a produo de radicais livres (txico para as

    clulas nervosas). A deposio da protena beta/ A4- amilide nas placas

    amiloides causa a morte neuronal.8

    b) Os emaranhados neurofibrilares que contm a protena tau

    hiperfosforilada (protena normalmente encontrada no citoesqueleto dos

    neurnios) causam a morte neuronal tambm.8

    c) Diminuio da densidade sinptica.

    d) Morte neuronal.

    Obs.: existe associao frequente com fatores de risco vascular e

    demncia vascular. Ex.: HAS < volume cerebral em tlamo e lobo temporal.8

    - O diagnstico clnico de DA baseado no quadro clnico e na excluso

    de outras causas que possam levar deteriorao cognitiva. No h nenhum

    achado especfico nos exames de neuroimagem (TC ou RM), que em geral

    revelam atrofia cortical, predominante no hipocampo, lobo temporal medial e

    regies frontotemporais. Exames funcionais com a tomografia por emisso de

    fton nico (SPECT) ou tomografia por emisso de psitrons (PET) mostram

    prejuzo da perfuso e metabolismo cerebral predominantemente em regies

    posteriores (temporoparietais). O diagnstico anatomopatolgico baseia-se no

    achado de atrofia cortical, em especial do hipocampo e das regies parietais e

    frontais, com acentuada perda neuronal e presena de placas senis e

    emaranhados neurofibrilares.8

    O curso clnico da DA pode ser dividida em 3 estgios que ocorrem de

    forma relativamente ordenada e consistente, na maior parte dos pacientes. O

  • 36

    tempo mdio de sobrevida dos pacientes com DA de 5 a 10 anos, a partir do

    momento em que o dficit de memria se torna evidente. O estgio inicial

    tambm chamado de leve e tem durao de 2 a 3 anos.8

    - Estgio leve ou inicial da DA:

    No incio da patologia, os pequenos esquecimentos so normalmente

    aceitos pela famlia como parte do processo normal de envelhecimento, que

    vo se agravando gradualmente.8

    Memria remota levemente prejudicada.

    Prejuzo da memria recente e aprendizagem.

    Anomia.

    Desorientao, perda da habilidade visuo-espacial.

    Erros de clculo.

    Prejuzo s AIVDs: atividades instrumetais de vida diria que significa

    condio de vida independente na comunidade. Ex.: fazer compras, telefonar,

    utilizar transportes, realizar atividades domsticas, preparar refeio e cuidar

    do prprio dinheiro.8

    - Estgio intermedirio ou moderado:

    Prejuzo mais severo de memria recente e remota,

    Desorientao

    Alterao de julgamento, planejamento e abstrao.

    Afasia, apraxia, agnosia e alterao visuoespacial.

    Os sintomas psiquitricos mais comuns so: apatia, agitao,

    depresso, insnia, ansiedade e irritabilidade. Delrios e alucinaes, embora

    menos freqentes, tambm podem ocorrer.

    Alterao de comportamento: muitos pacientes com DA apresentam

    quadro transitrio de confuso mental e inquietao ao final do entardecer, na

    transio do dia para a noite, fenmeno conhecido como agitao crepuscular

    (sundowning).8

    - Estgio avanado ou grave:

    Grave comprometimento de todas as funes cognitivas.

    Incapacidade total para as AVDs.

    Complicaes clnicas.

    Vocabulrio ininteligvel: mutismo.

    Perda da deambulao: imobilidade.8

  • 37

    - Estgio terminal: totalmente dependente.8

    - Mini exame do estado mental (MEEM): avalia sete funes cognitivas

    totalizando 30 pontos: orientao espacial e temporal, memria imediata,

    ateno e concentrao, evocao, habilidade lingustica e construo visuo-

    espacial.8

    - Com o progredir da DA, os reflexos primitivos tornam-se mais

    evidentes devido desinibio motora secundria leso degenerativa nas

    reas pr-motoras. Ex.:Preenso: grasping.8

    Suco: em resposta estmulos visuais e tteis;

    Glabelar: orbicular da plpebra;

    Palmomentual: pesquisa- excitao cutneo da eminncia tnar

    podendo-se observar a elevao do mento e do lbio inferior ipsilateralmente

    estimulao, ou seja, o estmulo gera a retrao da musculatura de um lado da

    boca e queixo.8

    Na fase tardia da DA, podem aparecer mioclonias, que so contraes

    repentinas, incontrolveis e involuntrias de um msculo ou grupo de mm.8

    4.9.2 Demncia vascular (DV):

    A Demncia Vascular a 2 causa mais frequente de demncia em

    pases ocidentes (10%). Hoje se sabe que a Demncia Vascular, depois do

    Alzheimer, talvez seja a causa mais importante de demncia. Ela se caracteriza

    por mltiplos infartos que vo ocorrendo no crebro ao longo da vida do

    indivduo, que tem uma pequena isquemia, depois outra e mais outra. Elas vo

    se somando e esto associadas a uma histria de declnio cognitivo.8

    s vezes, os infartos so grandes, evidentes, porque a pessoa fica com

    um dos lados do corpo paralisado, a boca torta. s vezes, so pequenos

    episdios. O indivduo no se levanta de manh no horrio habitual, passa o

    dia sonolento, mas vai melhorando e ningum fica sabendo que a causa

    daquela indisposio foi uma pequena isquemia, um pequeno derrame

    cerebral.8

    possvel evitar a repetio desses episdios que podem ser a causa

    de Demncia Vascular com o controle dos nveis de colesterol e de glicemia,

    da obesidade, com a prtica de atividade fsica e se a pessoa parar de fumar.

  • 38

    O Sistema Nervoso Central tem capacidade de se reorganizar depois de uma

    leso.8

    O problema tratvel e h como interferir para que no progrida. Se no

    mais ocorrerem acidentes vasculares, o indivduo se estabiliza e pode

    recuperar-se satisfatoriamente.8

    Causas: leses primrias hemorrgicas e/ou isqumicas; subtipos

    clnicos-patolgicos:

    Grandes vasos: demncia ps-infarto/ multi-infarto (incio agudo)

    Pequenos vasos: lacuna estratgica/demncia subcortical (incio sub-

    agudo).

    Obs.: lacuna significa infarto de pequeno tamanho menor do que 1,5 cm,

    secundrio uma doena de pequenos vasos.8

    O diagnstico feito atravs de critrios que incluem:

    - Histria clnica

    - Avaliao neuropsicolgica

    - Exames de neuroimagem.8

    Tipos de Demncia Vascular:

    -Demncia vascular de incio agudo: Desenvolve-se usual e rapidamente

    em seguida a uma sucesso de acidentes vasculares cerebrais por trombose,

    embolia ou hemorragia. Em casos raros, a causa pode ser um infarto nico e

    extenso.8

    - Demncia por infartos mltiplos: Demncia vascular de incio gradual,

    que se segue a numerosos episdios isqumicos transitrios que produzem um

    acmulo de infartos no parnquima cerebral. Demncia predominantemente

    cortical. 8

    - Demncia vascular subcortical: Demncia vascular que ocorre no

    contexto de antecedentes de hipertenso arterial e focos de destruio

    isqumica na substncia branca profunda dos hemisfrios cerebrais. O crtex

    cerebral est usualmente preservado, fato este que contrasta com o quadro

    clnico que pode se assemelhar de perto demncia da doena de Alzheimer.8

    Demncia por Corpsculo de Lewy:

    Incio entre 60 e 80 anos.

    Mais frequente em homens.

  • 39

    Delrios sistematizados: esto presentes em pacientes com psicoses

    paranicas crnicas. Os delrios so bem organizados com histrias ricas e

    consistentes, e que preserva ao longo do tempo os seus contedos e

    detalhes.8

    Tem maior coerncia interna entre as ideias.

    Dficits proeminentes de ateno, tarefas executivas frontais e

    habilidades visuo espaciais.

    Caractersticas frontais e subcorticais.

    - Um diagnstico acurado de demncia requer histria psiquitrica,

    avaliao clnica completa tanto fsica como mental, exames laboratoriais e

    avaliao imageolgica.8

    - Sinal de virar a cabea: quando perguntado, por exemplo, quantos

    filhos tm os pacientes com DA automaticamente, os pacientes viram a cabea

    em direo ao acompanhante e lhes dirige a mesma pergunta.8

    - Demncias: investigao clnica: anamnese com o paciente e com o

    familiar:

    a) especificar sintomas, modo de incio, durao e evoluo.

    b) avaliar comprometimento funcional (AVDs/ AIVDs).

    c) investigar fatores de riscos e histrico familiar.

    d) investigar sintomas depressivos; excluir delirium.

    e) listar drogas.8

    Avaliao cognitiva breve (rastreio): mini exame do estado mental, teste

    de fluncia verbal e teste do relgio.8

    Avaliao neuropsicolgica: dvidas diagnsticas/acompanhamento.

    4.9.3 Tratamento fisioteraputico:

    Usar tcnica de espelhamento; Estabelecer contato visual e explicar o

    procedimento (cuidado com o contato fsico).8

    Conhecer e controlar os mecanismos defensivos do paciente: angstia

    de errar, negao e agressividade.8

    Estimular memria.

    Planos de educao para cuidadores.

    Evitar o burn out- esgotamento de propostas teraputicas.

    - Objetivos fisioteraputicos de curto prazo:

  • 40

    Promover analgesia, principalmente no caso de dores decorrentes de

    leses agudas, como decorrentes de quedas e AO.

    Adaptar o ambiente para promover a integrao e a estimulao e para

    reduzir quedas.

    Prevenir quedas, com interveno nas causas intrnsecas e extrnsecas

    e nos comportamentos de risco.

    Prescrever dispositivos de auxlio marcha.

    Melhorar fora muscular.

    Realizar higiene brnquica, como nos casos de PNM.

    Objetivos fisioteraputicos de longo prazo:

    Manter fora muscular.

    Manter ADM.

    Adequar ou reduzir o tnus muscular.

    Melhorar e/ou manter o equilbrio.

    Melhorar e/ou manter a deambulao.

    Manter o paciente independente funcionalmente.

    Manter as vias areas limpas.

    Manter volume e capacidade respiratrias.

    Manter o controle de tronco.

    Promover analgesia, em casos de doenas osteoarticulares crnicas.

    Evitar a sndrome do imobilismo e suas complicaes.8

    Cuidados com o portador de demncias:

    Estabelecer rotinas, mas mantenha a normalidade.

    Incentive a independncia.

    Evite confrontos.

    Faa perguntas simples.

    Torne a casa segura.

    Encoraje o exerccio e a sade fsica.

    Ajude a manter as habilidades pessoais.

    Mantenha comunicao.

    Use artifcios de memria.8

    4.10 Demncia fronto-temporal (DFT) ou demncia de Pick:

  • 41

    Demncia rara, acometimento fronto-temporal de incio geralmente antes

    dos 65 anos, ambos os sexos.8

    Evoluo em 2 a 10 anos.

    Alterao de personalidade e de comprometimento precedem alterao

    de memria.8

    Demncia semntica: progressiva deteriorao na capacidade de

    entender e reconhecer palavras, enquanto outras funes freqentemente

    ficam intactas.8

    5. CAPACIDADE FUNCIONAL DO IDOSO

    Com o avanar da idade as perdas funcionais tornam-se evidentes e o

    idoso deixa de realizar atividades bsicas da vida diria, diminuindo assim sua

    capacidade funcional. A capacidade funcional dimensionada em termos de

    habilidade e independncia para realizar determinadas atividades, sendo esta

    um dos grandes componentes da sade do idoso.8

    5.1 ndice de Katz:

    ndice utilizado para avaliar a capacidade funcional em relao

    realizao das atividades bsicas de vida diria, como: banhar-se, vestir-se,

    usar o banheiro, transferir-se, ter continncia e alimentar-se.8

    Cada item do ndice de Katz segue uma somatria de pontos,

    representando o nvel de dependncia e independncia do indivduo da

    seguinte forma: 0) independncia completa, 1) necessidade de ajuda no

    humana, 2) assistncia humana, 3) completa dependncia.8

    Somatrio dos pontos:

    Total de 6 pontos independncia;

    Total de 4 pontos dependncia parcial;

    Total de 2 pontos dependncia importante.8

    5.2 ESCALAS VALIDADAS NO BRASIL

    BOMFAQ (Brazilian Multidimentional Functional Assessment

    Questionnarie) - o instrumento que avalia a dificuldade referida na realizao

    de quinze atividades cotidianas, das quais oito atividades so classificadas

    como ABVD (deitar/levantar da cama, comer, pentear cabelo, andar no plano,

    tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro em tempo e cortar unhas dos ps) e sete

  • 42

    so consideradas AIVD (subir um lance de escada, medicar-se na hora, andar

    perto de casa, fazer compras, preparar refeies, sair de conduo e fazer

    limpeza de casa).8

    O relato de presena de dificuldade ou dependncia em cada uma

    dessas atividades pode ser registrado, independente do grau referido. O

    somatrio de dificuldades compe o valor dessa varivel quantitativa discreta

    que passou a ser interpretada, dessa forma, como maior comprometimento

    quando maiores seus valores (0 a 15 dificuldades).8

    BOAS (Brazilian Old Age Schedule) - O BOAS um instrumento

    multidimensional para a populao idosa dividido em nove sesses:

    Informaes gerais;

    Sade fsica;

    Utilizao de servios mdicos e dentrios;

    Atividades da vida diria;

    Recursos sociais;

    Recursos econmicos;

    Sade mental;

    Necessidades e problemas que afetam o entrevistado;

    Avaliao do Entrevistador.8

    FIM ou MIF (Medida de independncia funcional) - o MIF tem como

    domnios motor e cognitivo. No um instrumento autoaplicado e exige

    treinamento para sua utilizao. A validao da MIF foi feita por diversos

    trabalhos e basicamente envolveu a avaliao de propriedades psicomtricas.8

    Avalia 18 categorias pontuadas de um a sete e classificadas quanto ao

    nvel de dependncia para a realizao da tarefa. As categorias so agrupadas

    em seis dimenses:

    1- autocuidados (alimentao, higiene pessoal, banho, vestir metade

    superior, vestir metade inferior, utilizao do vaso sanitrio).

    2 - controle de esfncteres (controle da diurese e defecao).

    3 - transferncias (leito, cadeira, cadeira de rodas, vaso sanitrio,

    banheiro, chuveiro).

    4 - locomoo (marcha, cadeira de rodas, escadas).

    5 - comunicao (compreenso, expresso).

  • 43

    6- cognio social (interao social, resoluo de problemas, memria).8

    Quanto menor a pontuao, maior o grau de dependncia. Um escore

    total mnimo de 18 e o mximo de 126 pontos, que caracterizam os nveis de

    dependncia pelos subescores.8

    AKTHAR: avalia a incapacidade funcional /dependncia, nas dimenses

    de mobilidade, eliminaes, atividades instrumentais de vida diria, atividades

    bsicas de vida diria. de fcil aplicao e o idoso seleciona uma srie de

    opes naquela que ele capaz de desempenhar por dimenso.8

    6. POSTURA NO IDOSO

    Est claro que um idoso no igual a outro idoso. A variabilidade a

    palavra importante a ser lembrada quando so discutidas as alteraes

    prprias do envelhecimento. A postura ereta de um individuo reflete-se

    diretamente sobre a coluna vertebral e nas estruturas correlatas, a discusso a

    seguir concentra-se nas alteraes das propriedades musculoesquelticas

    dessas estruturas durante a vida.9

    A alterao do disco intervertebral est relacionada idade um

    fenmeno bem conhecido comeando em torno dos 30 anos de idade. Os

    discos so compostos por fibroblasto, colgeno, elastina e uma substancia

    fundamental. Em conjunto com as articulaes das facetas, ele o responsvel

    por responder s cargas compressivas colocadas sobre o tronco, as foras

    sobre um disco so maiores durante posio em p do que o peso da parte do

    corpo situado acima dele. As cargas dinmicas, como saltar e correr

    aumentaro obviamente as foras at talvez duas vezes mais aquelas nas

    posies em ou sentada. Os discos no esto sujeitos apenas as foras

    compressivas eles tambm devem suportar as foras de tenso e a rotao

    axial do tronco.9

    O disco composto por um ncleo pulposo, um anel fibroso e placas

    terminais cartilaginosas. Com localizao central, o ncleo pulposo composto

    de uma rede frouxa e translucida de fibras que se situam em um gel de

    mucoproteinas que contm inmeros mucopolissacardeos, o contedo hdrico

    do ncleo varia de 70 a 90% sendo mais elevado no nascimento e diminuindo

    em quantidade com a idade.9

  • 44

    Em geral, o envelhecimento altera as propriedades e a proporo

    relativa dos elementos do tecido conjuntivo do disco. Especificamente, existe

    um aumento da estabilidade e a densidade do colgeno, com exceo de

    alguns tecidos, como a pele. Com o envelhecimento, a elastina tona-se menos

    distensvel e pode sofrer fragmentao. As molculas de colgeno que formam

    a elastina podem modificar-se, por degradao ou por sntese incorreta,

    resultando em uma forma intermediaria de elastina chamada de pseudo-

    elastina. Esse desvio das fibras de colgeno normais encontrado

    predominantemente na derme exposta do pescoo do idoso.9

    Quando a coluna sujeita a cargas compressivas as fibras de colgeno

    nos ligamentos se dobram e ficam frouxas. Os ligamentos permitem a

    mobilidade da coluna vertebral. Alm disso, eles precisam fazer isso com uma

    quantidade mnima de esforo. Isso sugere que enquanto a coluna vertebral

    estivel saudvel adequadamente alinhada e apoiada pela musculatura e pelos

    ligamentos fortes, a postura ereta ser sustentada. Entretanto, caso os

    ligamentos sejam mantidos na posio relaxada, ocorrero alteraes nos

    padres posturais. A capacidade de suportar tenses dos ligamentos da coluna

    vertebral degenera com a idade. Sem a fora de tenso dos ligamentos e a

    resultante frouxido, parece bvio que essas alteraes podem contribuir com

    a postura flexionada do idoso.9

    Fatores neurolgicos tambm fazem parte da alterao postural, o

    envelhecimento do SN no afeta todas as estruturas neurais do mesmo modo.

    A contribuio da degenerao das vias nigroestriadas contribuem para a

    diminuio do desempenho motor e a postura do idoso, essa alterao

    semelhante ao que acontece na doena de Parkinson, levando uma postura

    flexionada, rigidez muscular, ao tremor e ao movimento lento.9

    Embora a aparncia clinica de alguns idosos comporte uma notvel

    semelhana com a doena de Parkinson no podemos presumir que todos tem

    a doena. Sinais extrapiramidais menores podem estar presentes nos idosos.9

    Embora eventos precedentes ocorram com o envelhecimento, parece

    que parte do declnio do desempenho motor, inclusive do controle postural

    pode estar mais ligada a uma diminuio da atividade fsica por parte do

    idoso.9

  • 45

    Sendo assim com o tempo os idosos adota uma postura caracterstica

    com uma protrao de cabea e ombros, hipercifose, flexo de coxas e

    pernas.9

    6.1 Equilbrio e Quedas

    As quedas nos idosos, ao contrario, constituem uma importante causa

    de morbidade e mortalidade com as consequncias se estendendo, com

    frequncia, para muito alm de uma pequena leso, at a perda significativa de

    independncia funcional e, mesmo, a morte.9

    Definiremos os problemas das quedas no idoso a partir de uma

    perspectiva epidemiolgica, delinearemos os mltiplos fatores. As quedas

    constituem uma importante causa de morbidade e mortalidade nas pessoas

    com mais de 65 anos. Elas consistem na principal causa de morte por leso,

    com frequncia, uma nica queda resulta em medo de cair, o que leva a uma

    perda de confiana na capacidade da pessoa em realizar as tarefas rotineiras,

    restrio nas atividades, ao isolamento social e dependncia aumentada

    dos outros, acredita-se que cerca de dois teros das quedas sofridas sejam

    potencialmente evitveis.9

    O controle postural adequado requer a manuteno do centro de

    gravidade sobre a base de sustentao durante situaes estticas e

    dinmicas. O corpo deve ser capaz de responder s translaes do centro de

    gravidade impostas voluntariamente, por exemplo, movimento proposital, e

    aquelas impostas de forma involuntria ou inesperada, por exemplo, um

    escorrego ou tropeo.9

    Em primeiro lugar uma pessoa deve adquirir continuamente informaes

    sobre a posio do corpo e sobre a trajetria no espao. Isso feito por meio

    do sistema sensorial. Em segundo lugar, o corpo deve determinar

    antecipadamente, uma resposta efetiva e regulada no tempo (processamento

    central). E em terceiro lugar, o corpo deve executar aquela resposta atravs do

    sistema efetor (fora, amplitude de movimento, flexibilidade e resistncia).9

    Os dados sensoriais primordiais para o equilbrio so fornecidos

    principalmente pelos sistemas visual, vestibular e somatossensorial. A viso

    ajuda a orientar o corpo no espao ao referenciar eixos verticais e horizontais

    dos objetos ao se redor. Na posio em p, a viso ajuda a detectar discretos

  • 46

    deslocamentos posturais ai fornecer as informaes para o SNC sobre a

    posio e os movimentos de partes do corpo em relao s outras partes e ao

    ambiente externo.9

    Os componentes da viso que so clinicamente importantes na

    considerao compreendem acuidade, sensibilidade de contraste, viso

    perifrica e percepo de profundidade. A acuidade refere-se capacidade de

    detectar as diferenas sutis nas formas e letras, enquanto a sensibilidade de

    contraste consiste na capacidade de ver e partir de uma posio lateral,

    enquanto se olha para frente, e a percepo de profundidade a capacidade

    de diferenciar as distancias.9

    O sistema vestibular tambm fornece dados sensoriais importantes para

    o controle do equilbrio. Esse sistema prov o SNC com informaes (atravs

    dos otlitos e dos canais semicirculares) com relao ao movimento e

    posio da cabea. O estmulo vestibular utilizado para gerar os movimentos

    oculares compensatrios e as respostas posturais durante os movimentos da

    cabea e ajuda a resolver as informaes conflitantes oriundas das imagens

    visuais e do movimento real. As informaes advindas de receptores sensoriais

    no aparelho vestibular interagem com as informaes visuais e

    somatossensoriais para produzir o alinhamento corporal e o controle postural

    adequado.9

    As aferncias somticas so o terceiro estimulo importante para o

    sistema sensorial no controle do equilbrio. O estimulo proprioceptivo fornecido

    ao SNC por receptores articulares, tendneos e musculares gera informaes

    em relao ao movimento do corpo no que se refere superfcie de

    sustentao e ao movimento dos segmentos corporais entre si.9

    As informaes sensoriais fornecidas pelos sistemas visual, vestibular e

    somato