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7/18/2019 Aquecimento global e ciclos discussão.pdf http://slidepdf.com/reader/full/aquecimento-global-e-ciclos-discussaopdf 1/19 MUDANÇAS CLIMÁTICAS: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA PARA GEÓLOGOS (1) Paulo César Soares [email protected] (1)  Parte de um texto em preparação para publicação  No estudo da história da terra aprendemos que a diferença entre a energia recebida da irradiância solar e a energia emitida, medidas no topo da atmosfera, é a energia ou força radiativa (RF) responsável pela variação da temperatura do planeta, por todos os processos geológicos de superfície. A absorção pelos diferentes materiais (ar, água, vegetação, solo, rocha e artefatos) e o consequente retardo na emissão provoca o aquecimento. O aumento da reflexão direta em nuvens, gelo etc (albedo), provoca resfriamento. Tenta-se , com este texto simplificado, apresentar ao geólogo menos ligado a questões climáticas, uma visão do problema. Sem dúvida, mesmo tentando, não há como fugir do viés que me envolve. Não sou crente, e penso que se alguém tenta me confundir é porque quer me enganar. Então precisamos estar atentos. Dados, fatos e argumentos, ambos os lados têm em abundaância. Os principais centros de aquisiçao, catalogação e homogeneização dos dados tem seus próprios  procedimentos e modelos para estimar irradiancia solar e médias de anomalias de temperatura (p. ex. http://climatemodels.uchicago.edu/modtran). De um modo geral são dados indiretos que exigiram calibração segundo algum outro modelo. Porem transparece claramente em muito textos de divulgação e sites a convicção subliminar e o interesse em culpar o ser humano. A mídia divulga como uma nova religião: ameaças com o fogo da terra e afogados pelo mar... Mais que isto, uma doutrina também econômica, a de que os males do mundo é culpa dos combustíveis fósseis, do desmatamento, do CO2. E que melhor seria usar combustíveis nucleares. Infelizmente, as imagens comumente apresentadas na mídia, embora criadas por centros notáveis, fazem parte desta bíblia, do que poderia ser a promessa do inferno para todos, por culpa dos não crentes. São comuns imagens da NASA e NOAA alardeando o superaquecimento do Planeta (figura 1)

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA PARA GEÓLOGOS (1)

Paulo César [email protected]

(1) 

Parte de um texto em preparação para publicação 

 No estudo da história da terra aprendemos que a diferença entre a energia

recebida da irradiância solar e a energia emitida, medidas no topo da atmosfera, é a

energia ou força radiativa (RF) responsável pela variação da temperatura do planeta, por

todos os processos geológicos de superfície. A absorção pelos diferentes materiais (ar,

água, vegetação, solo, rocha e artefatos) e o consequente retardo na emissão provoca o

aquecimento. O aumento da reflexão direta em nuvens, gelo etc (albedo), provoca

resfriamento. Tenta-se , com este texto simplificado, apresentar ao geólogo menosligado a questões climáticas, uma visão do problema. Sem dúvida, mesmo tentando,

não há como fugir do viés que me envolve. Não sou crente, e penso que se alguém tenta

me confundir é porque quer me enganar. Então precisamos estar atentos.

Dados, fatos e argumentos, ambos os lados têm em abundaância. Os principais

centros de aquisiçao, catalogação e homogeneização dos dados tem seus próprios

 procedimentos e modelos para estimar irradiancia solar e médias de anomalias de

temperatura (p. ex. http://climatemodels.uchicago.edu/modtran). De um modo geral sãodados indiretos que exigiram calibração segundo algum outro modelo.

Porem transparece claramente em muito textos de divulgação e sites a convicção

subliminar e o interesse em culpar o ser humano. A mídia divulga como uma nova

religião: ameaças com o fogo da terra e afogados pelo mar... Mais que isto, uma

doutrina também econômica, a de que os males do mundo é culpa dos combustíveis

fósseis, do desmatamento, do CO2. E que melhor seria usar combustíveis nucleares.

Infelizmente, as imagens comumente apresentadas na mídia, embora criadas por

centros notáveis, fazem parte desta bíblia, do que poderia ser a promessa do inferno para

todos, por culpa dos não crentes.

São comuns imagens da NASA e NOAA alardeando o superaquecimento do

Planeta (figura 1)

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Figura 1 - Imagens como esta (estações, versão NOAA 3.2.2 e satélite versão

 NOAA 3b) são liberadas frequentemente com destino definido de confundir. Trata-se

de um evento no ano de Agosto de 2014, incluindo dados de estações (uma nova

versão, a 3.2.2) e de satélites (a versão 3b). Existiriam aí zonas com variações térmicasmais altas já registradas (“Record warmest”). Entretanto, é notável que as regiões com

estações controladas e populaçao estável (EUA, Europa, Australia, China, Sibéria)

mostram ausência de aquecimento (Near average) e até resfriamento (cooler than

average). Não se trata de dados, mas de resultados de modelos. Veja nas duas próximas

figuras, que os oceanos se resfriaram!

Têm um amplo domínio midiático os textos e sites (NASA, NOAA) para os

quais este aquecimento é considerado consequência das emissões humanas de CO2. O

fato mais notável não é considerado, nem mesmo citado: a radiação solar foi crescente

no século passado e tem se mantido em patamares elevados e estáveis, nos últimos 40

anos, condição nunca alcançada nos séculos históricos anteriores. A quantidade de

vapor d’água na atmosfera –  o principal fator amplificador do efeito estufa –  aumenta

com a temperatura que por sua vez aumenta a retenção da radiação e aumenta mais a

temperatura. Mas isto também não é considerado! Insistem na possível maldade do

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aquecimento, causado pelo CO2, culpa do homem etc. Aí se encontra o conflito entre

crentes e céticos.

O problema e os modelos

A temperatura variou em ciclos e em tendências. A grande diferença entre

estudiosos, cientistas, crentes e céticos, está no modelo explicativo para o elevado

aquecimento global atual, tal como medido pelas estações meteorológicas. como se isto

fosse natural: seria então a variação do CO2 ou do H2O na atmosfera o principal

retardador da emissão no último século, período no qual a radiância solar aumentou

significativamente? As respostas se dividem em duas premissas.

(a) Aumento na radiância solar (peso de 50%), adicionado do CO2

antropogênico crescente (peso de 45%), são as forçantes independentes de aquecimento

global da era industrial, crescente e ameaçador, amplificado do efeito de variações

ambientais e gases atmosféricos naturais, ou

(b) Aumento na radiância solar é a forçante de um aquecimento global, variável

e cíclico, retroalimentado pelo consequente aumento da umidade atmosférica (peso de

75%) e CO2 (peso de 2%) e amplificado naturalmente por alterações ambientais e

artificialmente pelo efeito da urbanização e emissão de CO2.

A atribuição de pesos tão diferentes decorre de diferentes caminhos para sua

estimativa. Simulaçoes laboratoriais independentes mostram valores muito diferentes

dos pesos usados pelo IPCC para os diferentes gases na atmosfera atual (Gats Inc. 2014.

Spectral calculations tool, http://www.spectralcalc.com/info/about.php ou Harvard-

Smithsonian Center for Astrophysics.2014; Gatz inc 2014). Relembremos a composiçao

da atmosfera:Tabela 1. Composição da atmosfera, no nível do mar(* indica valores adotados em modelos do IPCC).(dados de http://www.uic.com.au/nip24.htm e outros)Substância teor Efeito

estufa%

H2O (Vapor d`água, %, peso)

0,3 a 1,2 85-97Ou

50(*)

 N2 –  (Nitrogênio, % vol. ) 76-77 0O

2  (Oxigênio, % vol. ) 25 0

O3  (Ozônio) 4,5CO2  % vol. 0,03-0,04 2-9

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(variação no século ppm), 310 a 390 Ou9-50(*)

CH4 (Metano), ppm 0,7 a 1,8 0,8 N2O (Oxido nitroso), ppm 0,085 <1,5

Adicionalmente, existe uma outra questão importante: qual a representatividade

das medidas de variaçao de temperatura, obtidas em muitas e diferentes versões dos

diversos centros climatológicos, na quantificação do aquecimento do planeta, uma vez

que a expansão urbana interfere severamente no aumento da temperatura do ar?

Para os naturalistas e céticos, em primeiro lugar, deve ser retirado inteiramente

os vieses das medidas de temperaturas especialmente em estações meteorológicas

situadas no entorno de zonas urbanas e aeroportos.

O modelo do IPCC (p. ex. 2007, 2013) e de outros seguidores permite estimar o

aquecimento (dT) usando uma funçao da sensibilidade térmica da terra (ST) para com

as variações de radiancia solar que alcançam o topo da atmosfera (λ.dRS), mais o efeito

estufa dado pelo CO2 (k.log CO2) adicionado na atmosfera e uma fração (50%) deste

efeito como componente atribuído à umidade relativa constante, menos o efeito albedo

(α.AB, especialmente nuvens, tipo de terreno). Neste modelo a forçante preponderante é

o teor de CO2 na atmosfera, espacialmente constante e em contínuo crescimento.Para muitos outros (p. ex. Ollila 2013), isto é um modelo equivocado: a dT seria

função das variações da radiancia solar (λ.dRS) mais o efeito estufa retroalimentado da

umidade absoluta (~85-90% de λ.dRS) e do CO2 (~<10% de λ.dRS), menos o efeito

albedo. A radiancia solar, a umidade e o efeito albedo, espacialmente variáveis,

assumem papel preponderante. Este está de acordo com as tradicionais observações de

geógrafos e naturalistas segundo as quais a principal razão pela qual a superfície da terra

mantém sua temperatura média em torno de 15o

C ao invés de -18o

C é a umidadeatmosférica.

Qual o melhor modelo? Aquele que melhor explica os fatos observados e faz

melhores predições! Não é o mais científico ou mais sofisticado ou o que tem mais

 pesquisadores envolvidos.

E os parâmetros adotados (λ, k e α)? São estimados por diferentes

 procedimentos e com a meta de alcançar melhores ajustes. A própria estimativa das

variações de temperatura e de irradiância solar seguem diferentes rotinas de

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manipulaçao e apresentam resultados diferentes de acordo com os diferentes centros.

Por exemplo, as variações médias de temperatura obtidas por satélites são 0,2 oC

menores que as obtidas pela 7 mil estações meteorológicas irregularmente espalhadas

 pelo globo. E são maiores que aquelas medidas pelas estações controladas nos EUA.

Os pesos atribuidos para o CO2 e o vapor de H2O, alem de gases de efeito

estufa menores, fazem uma grande diferença nos resultados. Diversos artigos tratam

desta questão, inclusive um nosso (Soares 2010). Já, desde 1970, para processamento de

imagens de sensores remotos, o espectro de absorção obtido pelo projeto IRIS (Satélite

 Nimbus) revelou que a estreita faixa de absorção de IR pelo CO2 é superposta pela da

umidade e a variaçao de CO2 pouco adicionaria à absorção. Logo a variação do CO2

não poderia ser responsável pelas elevadas variações do efeito estufa, mas sim aumidade. Atualmente os pesos relativos podem ser calculados on line 

(http://www.spectralcalc.com/info/about.php; http://www.cfa.harvard.edu/HITRAN/). E

o aquecimento futuro pode ser estimado para mais de 7 mil estações meteorológicas,

usando diferentes modelos (p. ex. Universidade de Chicago).

Quase todos concordam com as mudanças climáticas, com aquecimento, seja

reversível ou contínuo, com as inconvenientes emissões de CO2, a elevação do nível

do mar e o degelo, as secas e enchentes. Mas a quantificaçao e os mecanismos ainda osconhecemos muito mal.

Dizem os crentes: a radiancia solar parou de aumentar na década de 90 (embora

continue no patamar alto) porem a temperatura estaria aumentando. Esquecem dois

aspectos: (1) o armazenamento do calor solar pelos oceanos e continentes –  solos e

rochas - e sua lenta transferência para as zonas de altas latitudes; este reequilíbrio pode

levar até 300 a 1000 anos.(2) O crescimento das cidades e a conurbação, uma vez que as

zonas urbanas apresentam elevação da temperatura de até 6o

C relativamente à fase pré-urbana ou rural. Eles só pensam no seu próprio modelo o do CO2.

O site da NASA anuncia que quase 100% dos cientistas concordam com o

aquecimento devido às emissões de CO2. Os que rejeitam tal modelo são céticos. É o tal

mito nas ciências e seus paradigmas. Sempre houve e continua havendo, na formação

destes mitos, interesses outros, maiores que o da verdade científica. Quase 100% dos

cientistas também diziam que a terra era plana! Que o planeta era o centro do sistema

solar! Que os continentes eram fixos! Ou que os elétrons giravam em torno do núcleoem orbitas definidas. E os cientistas comprometidos com as “verdades” da época

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defenderam, cada vez com mais energia suas convicções, quanto mais ameaçadas

estiverem por uma nova revolução. Editores de revistas são escolhidos de acordo com

os potenciais impactos da nova moda. Artigos são facilitados pelos editores se não

comprometerem suas convicções. Até instituições policiam ou descredenciam, e até

 julgam moralmente, seus contraditórios.

Sabemos bem, como nas décadas de 1920 a 1960, os geólogos e outros

naturalistas, repletos de longas observações que evidenciavam de forma incontestável a

deriva continental, foram ridicularizados, barrados em congressos e proibidos de

 publicar, por seguidores de modelos físicos que mostravam a impossibilidade do

movimento dos continentes.

Recentemente um conhecido jornal de Porto Alegre apresentou uma reportagemmuito bem feita sobre o aquecimento global: “O planeta ferve e a culpa é nossa”... “Só

não acredita quem não quer”. Um professor e pesquisador sênior avisou-me: ”É um

material muito convincente e difícil de contestar...”, alertando-me por eu ter sido

signatário da carta ao novo Ministro de CT&I: uma forcinha ao novo ministro tentando

reverter a política anterior cuja meta fora “limitar o aquecimento global a menos de 2

graus centígrados”... 

Voltando à reportagem: começa com uma primeira imagem colorida chamada“CO2 demais” mostra a famosa curva do aumento de CO2 na atmosfera desde os ciclos

glaciais, dobrando seu valor no século 20. Justapõe e compara dados cujas amostras

envolvem intervalos maiores que 300 anos (de gelo) com amostras diárias atuais. É

uma tentativa de enganar feita pelos cientistas que a prepararam. É a imagem que os

crentes tem usado para nos aterrorizar. Termina com a entrevista de um notável

 brasileiro membro do IPCC.

A segunda imagem, intitulada “a temperatura dispara”, continua enganando,

com a manchete do ano mais quente em 2014 (imagem da figura 1). Diferentes centros

tem usado diferentes critérios e modelos para composição e inferência de anomalias

termais. Alguns simplesmente usam as medidas de estações meteorológicas; outros

retiram as estações das grandes cidades. Mas quase todas as estações meteorológicas

estão cada vez mais envolvidas por urbanização. As medidas por satélite, tanto de

temperatura como de radiancia solar, são indiretas e exigem calibração.

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A expansão da área urbana, mesmo em pequenas aglomerações, estas não

consideradas no filtro das medidas disponíveis, aumenta até 3 graus centígrados a

temperatura em relação à pré-urbana (Karl et al , 1988). A nação que tem o maior

número de estações historicamente controladas, os EUA, mostram aquecimento

moderado no último quarto do século passado e neste século, ou mesmo ausência de

aquecimento, sem uma tendência significativa.

Figura 2__Variabilidade da temperatura média estimada nos EUA, segundo a

agencia NOAA, em março, sem uma significativa tendência, mas com três fases: quente

(1905-45), fria (1945-1975) e quente (1975-2012), em estações meteorológicas

controladas.

Globalmente não houve aquecimento em 2014, relativamente ao início do

século (média de 1998 a 2006), como aparece na imagem abaixo (climate4you.com, umsite considerado neutro). Mas o novo diretor da NASA fez questão de anunciar

solenemente 2014 como o ano mais quente (www.nasa.gov)!

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Figura 3 –  Variaçao da temperatura média global do ar do ano 2014,

relativamente à média de 1998 a 2006, mostrando que predominou o resfriamento (tons

azulados) neste lapso do século (WWW.climate4you; fonte NOAA).

Os que admitem o aquecimento no século passado, mas não na escala propalada,

os que não projetam algébricamente as taxas de aquecimento para o século futuro, os

que não atribuem o efeito estufa ao CO2, mas ao vapor d’água na atmosfera,

dependente da própria maior atividade solar, estes chamados céticos, não podem

acreditar que gastos em políticas públicas, mesmo elevados, possam “limitar o

aquecimento global a 2 graus centígrados”. Têm algumas razoes fundamentadas nos

mesmos dados e fatos utilizados pelos aquecimentistas antropogênicos. Algumas são

discutidas aqui.

A ameaça do degelo e o afogamento das cidades.

 Neste século, as temperaturas médias globais do ar e também das águas

oceânicas, tem se mantido estáveis, embora no patamar elevado do final do século

 passado. Da mesma forma a radiância solar completa 30 anos neste alto patamar, porem

em redução nos últimos 15 anos (ciclo 24 em andamento). As águas tropicais tem

sofrido pequeno resfriamento. As médias globais, incluindo os continentes, apresentam

o severo efeito das mudanças no uso da terra, urbanização e emissão de calor pela

atividade humana. A extensão do gelo antártico tem aumentado. O gelo ártico, que já

foi reduzido na fase quente dos anos 30, aumentou na fase fria dos anos 50-60 e tem

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se reduzido, um pouco mais que há 80 anos atrás; já foi menor há mil anos atrás quando

a Groelândia, com temperatura 3oC mais alta, recebeu o nome de terra verde. E

inexistente entre 4 e 8 mil anos atrás, quando o nível do mar esteve em cerca de 5 m

acima do atual. A calota Antártica tem aumentado em área.

As reconstruções da temperatura do ar na Groelandia em tempos históricos e pré

históricos (inter-glacial atual), mostram que a temperatura atual no Ártico é um

momento favorável, num cenário de resfriamento e congelamento: entre 8 e 4 mil anos

atrás esteve cerca de 3 graus acima da atual e o mesmo na Noruega e Suécia; daí para

cá a temperatura caiu, ressaltando-se dois picos de temperatura mais amena, cerca de 2

graus maior, em torno do ano 1000 DC e na atualidade (2000 DC).

Figura 4 –  acima: variaçao da temperatura na Groelandia em tempos

históricos e pré-históricos; abaixo: recuos e avanços (tracejado) do gelo em

diversas geleiras e glaciares (Soares)

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Ciclos e recorrências nos avanços e recuos dos glaciares (figura 3b) são

notáveis, variam regionalmente e algumas épocas apresentam extensão generalizada. A

 partir de 3000 anos atrás vem ocorrendo generalizada extensão dos glaciais e calotas de

gelo, com intervalos de retração, como ocorre no momento atual desde 250 anos atrás,

tal como seria esperado devido ao aumento da radiaçao solar atualmente estável ou em

 processo de pequena reduçao. Então, não se descortina um cenário de deglaciaçao

irreversível.

 A irradiancia solar

A irradiancia solar, atualmente em torno de 1366-68 W/m2 está relacionada à

atividade solar, e pode ser inferida para o passado pelo número de manchas (dimensão

etc). Como pode ser visto (figura 4) a atividade cíclica é dominante. Alem do ciclo de11 anos, outros ciclos tem sido detectados (22, 60 e mais). O fato importante é o

aumento da atividade solar no século passado, desde a pequena idade glacial centrada

no século XVIII, cujo final coincide com o início da era industrial.

O outro fato importante é como os ciclos convectivos de absorção, transporte e

dispersão de calor são mobilizados na hidrosfera e atmosfera do planeta. Ou seja, o

calor solar não se transfere diretamente para a atmosfera. Cada ambiente geológico e

geográfico responde com retardo e diferentemente a este aumento de insolação. Porexemplo, as águas superiores (termoclina) dos oceanos aumentaram 0,25 oC nos

últimos 40 anos, seguindo um padrão aproximadamente cíclico da atividade solar

indicada pelo Spot number (figura 5).

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Figura 5 –  Variaçao na atividade solar (www.ngdc.noaa.gov/stp/space-

weather/solar-data/), com elevado patamar na segunda metade do século passado e

reduzindo no século atual; coincidência com a média global de variação da temperatura

das águas oceânicas na lâmina acima de 100 m (Palmer et al. 2007).

A questão que resta é a razão para a tendência de aquecimento dos oceanos alem

da variação correlata à atividade solar. Para uns, esta é a razão para se admitir uma

forçante externa, a do aumento do CO2 na atmosfera. Entretanto, sabe-se que a

homogeneização ou reequilíbrio do calor adicional recebido pelas águas de superfície

na zona tropical leva até uma década para se distribuir na termoclina pelas correntes

oceânicas rasas (até 100 m) e até 300 a 1000 anos para se distribuir na massa hídrica

oceanica. Por esta razão os oceanos mostrariam uma tendência de aquecimento residualdecorrente da aceleração da atividade solar que vem ocorrendo deste a segunda metade

do século dezoito (figura 6). De forma semelhante o aporte de energia solar não tem

sido suficiente para sustentar a temperatura da superfície do planeta e por esta razão

indicadores de resfriamento aparecem em ciclos convectivos menores. O aumento de A

redução de 0,3 W/m2 na radiancia solar

Figura 6 Aceleraçao da radiancia solar desde 1700, conforme reconstruçao

Krivovo (2010 & Ball 2012) apresentado no relatório do IPCC (2012); os efeitos do

aumento multi-secular da radiancia solar sobre acumulação de calor nos oceanos

afetam as zonas profundas, calor este transportado por correntes de fundo, com retardo

entre 300 e 1000 anos (reconstruçao um pouco diferente, foi feita por Lean et al. 1995,

com padrão semelhante). O aporte de energia solar vem se reduzindo nos últimos dois

ciclos, reduzindo o estoque necessário para sustentar a temperatura alcançada na

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mudança de século. .

Figura 7 - relação entre atividade solar (spot number) e aquecimento global

(médias mensais e trenais em www.climate4you.com). O aumento dos ciclos de

atividade solar (amplitude, recorrência) e o aquecimento médio global, a partir de 1975,

se estende até o ciclo 22, e cerca de 10 a 15 anos após seu enfraquecimento,

estabilizam-se as temperaturas.

A atividade solar reduz-se significativa e progressivamente nos ciclos 23 e 24,

implicando na menor disponibilidade de energia para sustentar o aquecimento associadoà atividade anterior, até o ciclo 22. A energia recebida nos ciclos 23 e 24 é suficiente

 para manter a temperatura global (estimada). Porem as temperaturas continentais são

sobre-estimadas como decorrência da atividade de ocupação territorial e uso de energia.

Então a relação é mais ajustada com a temperatura das águas oceânicas, considerando o

retardo para sua distribuição.

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Águas oceânicas

Assim, voltando às medições de temperatura das águas oceânicas, pois estas são

as que refletem melhor as tendências de mais longo prazo, consideremos em especial a

maior massa oceânica do planeta, o caso do Pacífico norte (fig. 8). O índice adotado pela agência Japonesa (PDO, pacific decadal oscilation index) serve para ressaltar as

oscilações termais: observa-se que também aqui aparece a entrada de uma fase fria, a

 partir de 1998, repetindo a fase fria de 1945 a 1975.

Figura 8 - Variaçoes termais no Pacifico Norte, de 1900 a 2014 (modificado da

Agência Meteorológica do Japão, JMA 2014), mostrando o resfriamento das águas a

 partir de 1998 (variaçao negativa do PDO), repetindo fases frias anteriores. O

resfriamento está de acordo com a reduçao da radiaçao solar, sem refletir o acréscimo

das emissões de CO2 antropogênico.

Quando se considera os ciclos solares recentes (22, 23 e 24), a atividade solar

mostra redução (figura 5 a 7 ), a temperatura superficial na zona tropical do Pacífico (El

 Niño) e tambem a média global diminuiu, e a temperatura do ar continental se

estabilizou (NOAA) ou se reduziu (a partir de 2000, figura 2; HADCRUT3, Hadley

2009; www.climate4you.com) (fig. 9).

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Figura 9 –  Retraçao da atividade solar nos últimos 25 anos (abaixo), redução da

temperatura das águas tropicais no Pacífico a leste (emergência, azul) e oeste

(vermelho) e estabilizaçao das temperaturas médias nos continentes nos últimos 10 anos(dados WWW.noaa.gov).

A estabilização das temperaturas continentais se verifica nos últimos 10 anos,

mesmo sendo influenciada pelos efeitos de ocupaçao do solo e urbanizaçao, não

inteiramente corrigidos, o que poderia ser um indicador de que de fato estaria ocorrendo

um resfriamento. É notável um retardo de cerca de 20 anos (quase dois ciclos solares)

na globalização do efeito da elevação da atividade solar. De forma similar o

resfriamento a partir de 1998 aparece com um retardo similar para o arrefecimento da

atividade solar a partir de 1980 (ciclos magnéticos solares 22, 23 e 24) . Tais variações

mostram o retardo médio, continente+oceano, e não revelam relação de causalidade

com o acréscimo das emissões de CO2 antropogênico.

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As informações derivadas de medidas oceânicas contrastam com as medições da

temperatura do ar nos continentes e evidenciam um viés severo nas estimativas de

médias da temperatura do ar.

Poderia ser levantada a questão tradicional fundamental: o aumento de 1 W/m2 

na atividade solar, medida na terra, corresponderia a um aumento de quanto na

superfície?

A resposta com base na observaçao: 1,5 o

C na temperatura do ar medida nasestações continentais, 0,5 oC na superfície dos oceanos e 0,25 nas águas oceânicas. Isto

corresponde à sensibilidade térmica média global de cerca de 0,32 oC/(W/m2) (valor

adotado pelo IPCC). Considerando uma diferença de até 5 vezes no calor especifico da

água relativamente aos materiais rochosos, os continentes teriam uma sensibilidade

térmica bem maior que os oceanos, ou seja mais qua o valor médio, correpondendo a

um aquecimento de até 1,25 oC. Estas relações estão de acordo com as observações e

 permitem as predições de estabilidade e pequeno resfriamento neste século,

descontando o efeito da conurbação, ou aglomeração de cidades e do efeito das ilhas de

calor.

A primeira conclusão sustentada pela exposição é que existe um viés nas médias

das estações meteorológicas continentais, em decorrência de alterações no seu entorno.

Este viés é sustentado pela ausência de aquecimento significativo em áreas de pouca

expansão urbana ou populacional e é mais expressivo onde em regiões ou países

crescimento elevado. A segunda conclusão é que não se identifica uma fonte extra deaquecimento.

A energia solar com seu efeito ampliado pela umidade atmosférica seria

suficiente para provocar o aquecimento verificado.

O aumento do CO2 e da insolaçao

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Tem sido demostrado que o efeito do aumento do CO2 na temperatura do ar é

muito pequeno, entre 2 e 8% do efeito estufa (Soares, 2010; Harvard-Smithsonian

Center for Astrophysics. 2014; Gats Inc. , 2014). Entretanto existe uma correlação

 positiva razoável entre o teor de CO2 na atmosfera e a temperatura (figura 10), embora

não exista correlação entre a variação da temperatura e a tonelagem de CO2

acrescentado na atmosfera pelo uso de combustíveis fósseis (Soares, 2010). O CO2 é

liberado com o aquecimento, pela água dos oceanos, o grande reservatório de CO2, o

que voltaria a aumentar o aquecimento ocorrendo uma retroalimentação positiva.

Figura 10 - Variação da temperatura nos EUA (anual, março) e no teor de CO2 na atm

(medias anuais). Observa-se uma correlação parcial na tendência crescente de aumento

da temperatura continental com o CO2, descolando-se a partir de 2000.

O IPCC tem adotado uma relação do aumento da temperatura com o CO2

usando uma função logaritmica : ∆T=k.log(CO 2(ppm)/280), com k=5,35. Com esta

função a temperatura teria um aumento de apenas 0,54 oC nestes últimos 55 anos,

comparado com 2 graus verificados na tendência. Por outro lado embora o CO2continue crescendo, a temperatura tem se mostrado variando dentro de um patamar com

 pequeno decréscimo, acompanhando a variaçao média da atividade solar.

Se o sol continuasse em seu aquecimento, tendência de 1920 a 2005, e

aumentando sua radiância (1 W/m2, para um aumento da temperatura do ar de 1,5oC),

se sua atividade não fosse cíclica, então o nível do mar continuaria subindo –  até 5 m

como ocorreu há 6 milênios - e o CO2 aumentaria na atmosfera, por que as águas

quentes retém menor massa de gases dissolvidos.

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Caso a atividade solar se mantenha estável e elevada, então ainda teremos

ajustes naturais para este novo equilíbrio, mas isto não permitiria afirmar que “milhares

de cidades costeiras correm o risco de desaparecer” como afirmou um dos painelistas do

IPCC. Isto não pode ser uma perspectiva a ser considerada em ciência nem em políticas

 públicas.

Caso reduza sua atividade, como nos últimos 10 anos (figura 9, está em retração

nos últimos dois ciclos, 23 e 24, este de 2009-2020), então seu efeito será a reversão do

aquecimento do final do século passado. Mas levará algum tempo, pois as águas

aquecidas da zonas tropicais, em resfriamento, levam até duas décadas para aquecerem

as águas de alta latitude, e cerca de trezentos anos para homogeneizar a temperatura das

águas oceânicas.As mudanças na ocupação do solo –  urbanização e construções, uso de energia e

da água, exposição do solo e rocha e desmatamento –  constituem o conjunto de fatores

mais significativos, não dependentes da atividade solar, administrável pelo homem em

seus territórios, para amenizar os efeitos regionais das mudanças climáticas (figura 11).

Figura 11 - Crescimento exponencial da população e aglomeração de áreas urbanas em

torno de Curitiba, com extensiva alteração da paisagem em sua exposição à radiância

solar –  conurbação, uso da terra, retirada da umidade do solo e vegetaçao com o

desmatamento - e implicações severas no aumento da temperatura média do ar

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especialmente a noturna, podendo alcançar mais de 3 oC .

Certamente, os fatores geográficos são muito mais importante que o CO2,

embora isto não interesse a muitos negociantes, cientistas e outros crentes. São fatores

regionais e cada estado ou nação pode lidar melhor com seus problemas naturais secompreendê-los melhor. Este é o grande papel de geólogos, geógrafos e geofísicos.

Culpar o CO2 interessa somente aos grandes centros de pesquisa para a captação

de recursos governamentais e supervalorização de suas missões, especialmente as

espaciais, aos negociadores de créditos de CO2 na bolsa e do protocolo de emissões,

aos produtores de usinas nucleares e de urânio. E de sobra, livra os gestores públicos

dos estudos regionais aplicados visando prever, mitigar e se beneficiar dos efeitos das

mudanças inevitáveis.

Então, a meus caros colegas, deixo este lembrete: a questão mais interessante é

que os efeitos das mudanças climáticas movidas primariamente pelo sol, são diferentes

de região para região, pois dependem de fatores geográficos e não da quantidade de

CO2 no ar. Mas isto a mídia tem escondido, nas sombras da culpa humana e das

emissões de CO2. As imagens escolhidas para dar mais realismo às ameaças, leva os

desavisados a concluírem a mesma coisa: para se redimir o homem tem que reduzir as

emissões de CO2.

Esta pobreza de ideias dos crentes no paradigma dominante é também a

dominante na mídia. E dizem que é culpa do homem e que “só não acredita quem não

quer ”!

Os EUA são a nação que mais reduziu as emissões de CO2 neste século, sem

assinar o protocolo de Kioto. O Brasil, orientados pelos crentes, assinou e nos

elogiamos por liderar mundialmente o esforço para reduzir o aquecimento global... a

não mais que 2 graus! Como se fôssemos... Ora...

Algumas referências

(1)IPCC, 2013. Summary for Policymakers. The Physical Science Basis, Working Group I Contribution

to the IPCC Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change,

Cambridge University Press, Cambridge, (2013).

(2)Ollila, A. Analyses of IPCC’s warming calculation results. J. Chem. Biol. Phys. Sc. 4, 2912-2930

(2013).

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(3)IPCC. Water vapour and lapse rate. IPCC Fourth Assessment Report (AR4), The Physical Science

Basis, Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the

Intergovernmental Panel on Climate Change, Cambridge University Press, Cambridge, (2007).

(4)Karl, T.R, H. F. Diaz, and G. Kukla, 1988: Urbanization: Its detection and effect in the United States

climate record. J. Climate, 1, 10991123. (PDF Version)

(5)Gats Inc. , (2014).Spectral calculations tool http://www.spectralcalc.com/info/about.php

(6)Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics. (2014). The Hitran database,

http://www.cfa.harvard.edu/HITRAN/

Palmer, M. D. , K. Haines,2 S. F. B. Tett,3 and T. J. Ansell; Isolating the signal of ocean global warming.

GEOPHYSICAL RESEARCH LETTERS, VOL. 34, L23610, doi:10.1029/2007GL031712, 2007

Soares, P. C. 2010. Warming Power of CO2 and H2O: Correlations with Temperature Changes

International Journal of Geosciences, 2010, 1, 102-112 doi:10.4236/ijg.2010.13014 PublishedOnline November 2010 (http://www.SciRP.org/journal/ijg) Copyright © 2010 SciRes. IJG