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AQUISIÇÃO DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL PROPRIEDADE IMÓVEL PELA USUCAPIÃO PELA USUCAPIÃO

AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL PELA USUCAPIÃO. Conceito e histórico denomina-se usucapião o modo de aquisição da propriedade mediante a posse suficientemente

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AQUISIÇÃO DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE PROPRIEDADE IMÓVEL PELA IMÓVEL PELA USUCAPIÃOUSUCAPIÃO

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Conceito e históricoConceito e histórico denomina-se usucapião o modo de aquisição da denomina-se usucapião o modo de aquisição da

propriedade mediante a posse suficientemente propriedade mediante a posse suficientemente qualificada sob determinadas condições.qualificada sob determinadas condições.– a usucapião é tida como modalidade originária a usucapião é tida como modalidade originária

de aquisição da propriedade;de aquisição da propriedade; A origem da usucapião remonta à Roma Antiga, A origem da usucapião remonta à Roma Antiga,

sendo resultado de dois institutos: a sendo resultado de dois institutos: a usucapio usucapio e a e a longi temporis praescriptio:longi temporis praescriptio:– O termo O termo usucapio usucapio deriva de deriva de capere capere (tomar) e de (tomar) e de

usus usus (uso), ou seja, tomar pelo uso, pela posse;(uso), ou seja, tomar pelo uso, pela posse;– A A longi temporis praescriptio longi temporis praescriptio era meio de defesa era meio de defesa

dado ao possuidor de terreno provinciano, que o dado ao possuidor de terreno provinciano, que o ocupasse por determinado tempo, para repelir ocupasse por determinado tempo, para repelir qualquer ameaça a sua propriedade;qualquer ameaça a sua propriedade;

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Requisitos da Usucapião:Requisitos da Usucapião:

Requisitos Pessoais;Requisitos Pessoais; Requisitos Reais:Requisitos Reais: Requisitos Formais.Requisitos Formais.

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Requisitos PessoaisRequisitos Pessoais Causas impeditivas e suspensivas da Causas impeditivas e suspensivas da

prescrição: arts. 197 e 198 do CC:prescrição: arts. 197 e 198 do CC: Não corre prazo de usucapião:Não corre prazo de usucapião:

– Entre os cônjuges, na constância da sociedade Entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal (conviventes em união estável);conjugal (conviventes em união estável);

– Entre os ascendentes e descendentes, durante Entre os ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;o poder familiar;

– Entre tutelados ou curatelados e seus tutores Entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores;ou curadores;

– Contra proprietário absolutamente incapaz;Contra proprietário absolutamente incapaz;– Contra os ausentes do Brasil, em serviço Contra os ausentes do Brasil, em serviço

público;público;– Contra os que se acharem servindo nas Forças Contra os que se acharem servindo nas Forças

Armadas, em tempo de guerra;Armadas, em tempo de guerra;

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Requisitos Pessoais:Requisitos Pessoais: Causas interruptivas Causas interruptivas (202)(202) Interrompem o prazo prescricional positivo: Interrompem o prazo prescricional positivo:

– Despacho do juiz, ainda que incompetente, que Despacho do juiz, ainda que incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;prazo e na forma da lei processual;

– Para alguns a interrupção do prazo da usucapião Para alguns a interrupção do prazo da usucapião requer o devido processo legal e caso seja requer o devido processo legal e caso seja procedente a pretensão de quem deseja procedente a pretensão de quem deseja interromper o citado prazo:interromper o citado prazo: STJ: não interrompe o prazo para aquisição da propriedade STJ: não interrompe o prazo para aquisição da propriedade

por usucapião a ação reivindicatória julgada por usucapião a ação reivindicatória julgada improcedente”.improcedente”.

– Tal corrente entende que a interpelação judicial Tal corrente entende que a interpelação judicial (202, V) interrompe o prazo da usucapião desde (202, V) interrompe o prazo da usucapião desde que seguida do devido processo legal dentro de 30 que seguida do devido processo legal dentro de 30 dias;dias;

– Para outros, qualquer ato inequívoco, ainda que Para outros, qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo possuidor interrompe o prazo;direito pelo possuidor interrompe o prazo; Note-se que a interrupção só pode ocorrer uma vez e que o Note-se que a interrupção só pode ocorrer uma vez e que o

prazo interrompido recomeça a correr da data do ato que a prazo interrompido recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromperinterromper

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Requisitos PessoaisRequisitos Pessoais No caso de Condomínio:No caso de Condomínio:

– Havendo indivisibilidade da obrigação (v.g. Havendo indivisibilidade da obrigação (v.g. herança (1791), condomínio pro indiviso...), herança (1791), condomínio pro indiviso...), a suspensão em favor de um dos a suspensão em favor de um dos condôminos aproveita aos demais;condôminos aproveita aos demais;

– Não havendo indivisibilidade (condomínio Não havendo indivisibilidade (condomínio pro diviso) entre os condôminos, as causas pro diviso) entre os condôminos, as causas suspensivas aplicar-se-ão somente ao suspensivas aplicar-se-ão somente ao condômino a quem aproveitarem;condômino a quem aproveitarem;

– A interrupção realizada por um dos A interrupção realizada por um dos condôminos aproveita aos demais (art. 204, condôminos aproveita aos demais (art. 204, §1°)§1°)

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Requisitos ReaisRequisitos Reais a usucapião tem por objeto as coisas que a usucapião tem por objeto as coisas que

estão no comércio, não alcançando as coisas estão no comércio, não alcançando as coisas de domínio público e as que estão fora do de domínio público e as que estão fora do comércio:comércio:– Bens Públicos Bens Públicos (CF/88: arts. 183, § 3º e 191, § un.; art. 102 do (CF/88: arts. 183, § 3º e 191, § un.; art. 102 do

CC):CC): bens de pessoas jurídicas de direito público interno (art. bens de pessoas jurídicas de direito público interno (art.

98) são inusucapíveis;98) são inusucapíveis; bens pertencentes a sociedades de economia mista e bens pertencentes a sociedades de economia mista e

empresas públicas somente serão inusucapíveis quando empresas públicas somente serão inusucapíveis quando afetados à finalidade pública ou quando sejam aplicados afetados à finalidade pública ou quando sejam aplicados ao interesse públicoao interesse público

Terras não registradas (adéspotas) Terras não registradas (adéspotas) presumem-se presumem-se res nullius:res nullius:

Cabe ao Poder Público ilidir tal presunção, provando que Cabe ao Poder Público ilidir tal presunção, provando que tal bem sofreu processo discriminatório – judicial ou tal bem sofreu processo discriminatório – judicial ou administrativo (L. 6383/76)– antes de ter se consumado administrativo (L. 6383/76)– antes de ter se consumado o prazo de usucapião o prazo de usucapião

– ““Cabe ao Estado o ônus da prova, quando alega ser pública Cabe ao Estado o ônus da prova, quando alega ser pública a área objeto de usucapião” (STJ REsp 97634/RS)a área objeto de usucapião” (STJ REsp 97634/RS)

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Requisitos ReaisRequisitos Reais os bens legalmente inalienáveis (doados ou os bens legalmente inalienáveis (doados ou

testados com cláusula de inalienabilidade) somente testados com cláusula de inalienabilidade) somente admitem usucapião extraordináriaadmitem usucapião extraordinária;;– Bem de família (voluntário – 1711 do cc ou impenhorável – l. Bem de família (voluntário – 1711 do cc ou impenhorável – l.

8009/90) é usucapível.8009/90) é usucapível. no condomínio no condomínio pro indivisopro indiviso, um condômino poderá , um condômino poderá

usucapir o bem, em sua totalidade, dos demais;usucapir o bem, em sua totalidade, dos demais; no condomínio no condomínio pro divisopro diviso, a área poderá ser usucapida , a área poderá ser usucapida

por partes;por partes;– em casos de composse de mão-comum (herança, áreas comuns de em casos de composse de mão-comum (herança, áreas comuns de

condomínios edilícios) não poderá um condômino usucapir o bem condomínios edilícios) não poderá um condômino usucapir o bem dos demais;dos demais;

– Cabe, todavia, em casos de condomínio de área comum o instituto Cabe, todavia, em casos de condomínio de área comum o instituto da da supressio supressio (supressão do direito do condomínio) que confere ao (supressão do direito do condomínio) que confere ao possuidor que, por longos anos, sem qualquer oposição, ocupou possuidor que, por longos anos, sem qualquer oposição, ocupou exclusivamente a área comum o direito de continuar possuindo-a.exclusivamente a área comum o direito de continuar possuindo-a.

cabe usucapião de vaga de garagem em condomínio, cabe usucapião de vaga de garagem em condomínio, desde que seja autônoma em relação ao respectivo desde que seja autônoma em relação ao respectivo apartamento, tendo matrícula, fração ideal, localização e apartamento, tendo matrícula, fração ideal, localização e confrontações delimitadas (STJ. REsp. 37.928/SP) confrontações delimitadas (STJ. REsp. 37.928/SP)

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Requisitos ReaisRequisitos Reais

não somente a propriedade, mas não somente a propriedade, mas também outros direitos reais também outros direitos reais limitados (uso, usufruto, habitação, limitados (uso, usufruto, habitação, etc.) podem ser adquiridos via etc.) podem ser adquiridos via usucapião;usucapião;

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Requisitos FormaisRequisitos Formais Requisitos Gerais: essenciais à Requisitos Gerais: essenciais à

qualquer modalidade de usucapião:qualquer modalidade de usucapião:– POSSE POSSE AD USUCAPIONEM: AD USUCAPIONEM: exercida com: exercida com:

Animus domini;Animus domini; De forma mansa e pacífica;De forma mansa e pacífica; Contínua e públicaContínua e pública

– TEMPOTEMPO Requisitos suplementares:Requisitos suplementares:

– Justo título e boa-fé, na usucapião Justo título e boa-fé, na usucapião ordinária;ordinária;

– Moradia, na usucapião especial urbana;Moradia, na usucapião especial urbana;– Trabalho, na usucapião especial rural.Trabalho, na usucapião especial rural.

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USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 1238)USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 1238)Requisitos:Requisitos:

POSSE POSSE AD USUCAPIONEM: AD USUCAPIONEM: exercida com:exercida com:– Animus domini;Animus domini;– De forma mansa e pacífica;De forma mansa e pacífica;– Contínua e pública Contínua e pública

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USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 1238)USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 1238)Requisitos:Requisitos:

ANIMUS DOMINIANIMUS DOMINI: : ou intenção de dono, é um requisito ou intenção de dono, é um requisito psíquico, que se integra à posse. Por não estarem os psíquico, que se integra à posse. Por não estarem os possuidores imbuídos deste requisito psíquico, não se possuidores imbuídos deste requisito psíquico, não se prestam à usucapião as seguintes posses:prestam à usucapião as seguintes posses:– A posse exercida pelos fâmulos da posse;A posse exercida pelos fâmulos da posse;– A posse direta exercida por locatários, credores pignoratícios, A posse direta exercida por locatários, credores pignoratícios,

comodatários, usufrutuários, promitentes compradores, etc.comodatários, usufrutuários, promitentes compradores, etc.

POSSE MANSA E PACÍFICAPOSSE MANSA E PACÍFICA: é aquela exercida sem : é aquela exercida sem contestação de quem tenha legítimo interesse, ou seja, do contestação de quem tenha legítimo interesse, ou seja, do proprietário contra quem se pretende usucapir;proprietário contra quem se pretende usucapir;

Não desnaturam a tranqüilidade da posse simples Não desnaturam a tranqüilidade da posse simples reclamações, discussões verbais entre possuidor e reclamações, discussões verbais entre possuidor e terceiro;terceiro;

A oposição deve ser feita em juízo, através de ações que A oposição deve ser feita em juízo, através de ações que visem imitir o opositor na posse, ou recuperá-la ou, ainda, visem imitir o opositor na posse, ou recuperá-la ou, ainda, interromper a tranqüilidade e a continuidade de seu interromper a tranqüilidade e a continuidade de seu exercício.exercício.

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USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 1238)USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 1238)Requisitos:Requisitos:

POSSE CONTÍNUA E PÚBLICAPOSSE CONTÍNUA E PÚBLICA:: A posse deve ser exercida sem intervalos ou intermitência, A posse deve ser exercida sem intervalos ou intermitência,

não sendo contínua a posse exercida intermitentemente, não sendo contínua a posse exercida intermitentemente, com intervalos, tal como ocupação eventual de terreno com intervalos, tal como ocupação eventual de terreno baldio, para culturas cíclicas ou pastagem temporária de baldio, para culturas cíclicas ou pastagem temporária de animais (TAPR, AC. 751486000);animais (TAPR, AC. 751486000);

A posse deve ser exercida por meio de atos inequívocos e A posse deve ser exercida por meio de atos inequívocos e ensejadores de um comportamento do possuidor, nos ensejadores de um comportamento do possuidor, nos moldes do esperado pelo proprietário. moldes do esperado pelo proprietário.

Mesmo exigindo a continuidade, a lei admite a união de Mesmo exigindo a continuidade, a lei admite a união de posses (posses (sucessio possessionis e acessio possessionissucessio possessionis e acessio possessionis), ), podendo o possuidor, para o fim de contar o tempo exigido, podendo o possuidor, para o fim de contar o tempo exigido, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores, contanto acrescentar à sua posse a dos seus antecessores, contanto que sejam todas contínuas e pacíficas.que sejam todas contínuas e pacíficas.– Além desses requisitos, exige-se que a posse seja justa, quer dizer, Além desses requisitos, exige-se que a posse seja justa, quer dizer,

sem os vícios de violência, clandestinidade e precariedade em sua sem os vícios de violência, clandestinidade e precariedade em sua aquisição;aquisição;

– A posse adquirida por atos violentos ou clandestinos, não se prestará A posse adquirida por atos violentos ou clandestinos, não se prestará à usucapião até a cessação da violência ou clandestinidade;à usucapião até a cessação da violência ou clandestinidade;

– Já a posse precária não convalescerá jamais.Já a posse precária não convalescerá jamais.

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USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 1238)USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 1238)Requisitos:Requisitos:

LAPSO TEMPORAL:LAPSO TEMPORAL:– 15 anos, admitindo-se a união de posses (15 anos, admitindo-se a união de posses (acessio possessionis e acessio possessionis e

sucessio possessionis)sucessio possessionis);;

A contagem do prazo se dará de acordo com as seguintes regras:A contagem do prazo se dará de acordo com as seguintes regras:– A prescrição conta-se por dias civis, isto é, por duração de 24 horas, de meia A prescrição conta-se por dias civis, isto é, por duração de 24 horas, de meia

noite a meia noite, e não por horas;noite a meia noite, e não por horas;– O dia em que começa a posse é incluído, computando-se no termoO dia em que começa a posse é incluído, computando-se no termo;;– O termo final (O termo final (dies ad quem)dies ad quem), ainda que mal começado, é tido como , ainda que mal começado, é tido como

acabadoacabado;;– O prazo é contínuo, sem abatimento de feriados, exceto nas hipóteses O prazo é contínuo, sem abatimento de feriados, exceto nas hipóteses

de suspensão;de suspensão;

Segundo alguns doutrinadores, incide na contagem de tempo as Segundo alguns doutrinadores, incide na contagem de tempo as regras do art. 2028 do Código Civil.regras do art. 2028 do Código Civil.– Não é possível, contudo, haver agravamento para o usucapiente Não é possível, contudo, haver agravamento para o usucapiente

(Farias e Rosenvald)(Farias e Rosenvald)

Para outros, todavia, é perfeitamente possível, devido a falta de Para outros, todavia, é perfeitamente possível, devido a falta de menção expressa do legislador, a contagem proporcional das menção expressa do legislador, a contagem proporcional das posses, iniciadas sob a égide do antigo Código Civil e finalizada posses, iniciadas sob a égide do antigo Código Civil e finalizada sob os ditames do novo Código Civil (Venosa).sob os ditames do novo Código Civil (Venosa).

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Exemplos de aplicação do art. 2028Exemplos de aplicação do art. 2028

Início da Posse: Janeiro de 1987: 16 anos (11/01/03)Início da Posse: Janeiro de 1987: 16 anos (11/01/03)20 – 16 = 4 anos20 – 16 = 4 anos2003 + 4 = 20072003 + 4 = 2007

Início da Posse: Janeiro de 1994: 9 anos (11/01/03)Início da Posse: Janeiro de 1994: 9 anos (11/01/03)15 anos a partir de 11/01/0315 anos a partir de 11/01/032003 + 15 = 2018 (tempo total de posse = 24 anos)2003 + 15 = 2018 (tempo total de posse = 24 anos)1994 + 20 = 2014 (tempo total de posse = 20 anos)1994 + 20 = 2014 (tempo total de posse = 20 anos)

– Venosa: 1994 + 15 = 2009Venosa: 1994 + 15 = 2009– Rosenvald: 1994 + 20 = 2014Rosenvald: 1994 + 20 = 2014

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USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA COM PRAZO USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA COM PRAZO REDUZIDO (Art. 1238, parágrafo único)REDUZIDO (Art. 1238, parágrafo único)

o prazo da usucapião extraordinária o prazo da usucapião extraordinária será reduzido para 10 anos, se o será reduzido para 10 anos, se o possuidor houver estabelecido no possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizados obras ou serviços de nele realizados obras ou serviços de caráter produtivo.caráter produtivo.– Por disposição transitória (art. 2029), este Por disposição transitória (art. 2029), este

prazo foi acrescido de 2 anos, até 2 anos após prazo foi acrescido de 2 anos, até 2 anos após a entrada em vigor do Novo Código Civil a entrada em vigor do Novo Código Civil (11/01/03), qualquer que fosse o tempo (11/01/03), qualquer que fosse o tempo transcorrido na vigência do Código Civil transcorrido na vigência do Código Civil anterior.anterior.

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Exemplos de aplicação do art. 2029Exemplos de aplicação do art. 2029 Início da Posse: Fevereiro de 1993:Início da Posse: Fevereiro de 1993:

CC 1916: 1993 + 20 = 2013CC 1916: 1993 + 20 = 2013CC 2002: 1993 + 10 = 2003 + CC 2002: 1993 + 10 = 2003 + 2 (art. 2029) 2 (art. 2029) = 2005 = 2005

Início da Posse: Fevereiro de 1994:Início da Posse: Fevereiro de 1994:CC 1916: 1994 + 20 = 2014CC 1916: 1994 + 20 = 2014CC 2002: 1994 + 10 = 2004 + CC 2002: 1994 + 10 = 2004 + 2 (art. 2029) 2 (art. 2029) = 2006= 2006

Início da Posse: Fevereiro de 2000:Início da Posse: Fevereiro de 2000:CC 1916: 2000 + 20 = 2020CC 1916: 2000 + 20 = 2020CC 2002: 2000 + 10 = 2010CC 2002: 2000 + 10 = 2010

Início da Posse: Fevereiro de 1984:Início da Posse: Fevereiro de 1984:CC 1916: 1984 + 20 = 2004CC 1916: 1984 + 20 = 2004CC 2002: 1984 + 19 + CC 2002: 1984 + 19 + 1 (art. 2029)1 (art. 2029) = 2004 = 2004

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USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1242).USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1242).REQUISITOS:REQUISITOS:

JUSTO TÍTULO: JUSTO TÍTULO: é aquele hábil a transferir a propriedade;é aquele hábil a transferir a propriedade; EM REGRA, É JUSTO TÍTULO TODO ATO OU NEGÓCIO EM REGRA, É JUSTO TÍTULO TODO ATO OU NEGÓCIO

JURÍDICO QUE EM TESE POSSA TRANSFERIR A JURÍDICO QUE EM TESE POSSA TRANSFERIR A PROPRIEDADE, QUE CONTENHA A APARÊNCIA DE PROPRIEDADE, QUE CONTENHA A APARÊNCIA DE LEGÍTIMO E VÁLIDO:LEGÍTIMO E VÁLIDO:– Escrituras não registráveis por óbices de fato,Escrituras não registráveis por óbices de fato,– Formais de partilha,Formais de partilha,– Compromissos de compra e venda,Compromissos de compra e venda,– Cessão de direitos hereditários por instrumento particular,Cessão de direitos hereditários por instrumento particular,– Recibo de venda,Recibo de venda,

““Usucapião – Justo título – Compromisso de compra e venda não Usucapião – Justo título – Compromisso de compra e venda não registrado – Admissibilidade no caso de usucapião ordinário – Recurso registrado – Admissibilidade no caso de usucapião ordinário – Recurso não provido. Tem sido aceito o compromisso de compra e venda não não provido. Tem sido aceito o compromisso de compra e venda não registrado como justo título, hábil ao aperfeiçoamento do usucapião registrado como justo título, hábil ao aperfeiçoamento do usucapião ordinário, desde que evidenciada a posse com ânimo de domo do ordinário, desde que evidenciada a posse com ânimo de domo do adquirente (TJSP – Ap. Cível 103.675-4).adquirente (TJSP – Ap. Cível 103.675-4).

““A expressão justo título contida nos artigos 1242 e 1260 do Código A expressão justo título contida nos artigos 1242 e 1260 do Código Civil abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a Civil abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independentemente do registro”. (En. 86 do C.E.J.).propriedade, independentemente do registro”. (En. 86 do C.E.J.).

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USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1242).USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1242).REQUISITOS:REQUISITOS:

Vícios que podem converter um ato Vícios que podem converter um ato jurídico defeituoso em justo título:jurídico defeituoso em justo título:– Venda a Venda a non domino non domino (existência): o (existência): o

transmitente não é dono do bem mas o transmitente não é dono do bem mas o adquirente está convicto de que trata com o adquirente está convicto de que trata com o proprietário, pois o título iludiria qualquer proprietário, pois o título iludiria qualquer pessoa naquela situação;pessoa naquela situação;

– Título com vício que gera invalidade Título com vício que gera invalidade (validade): o ato jurídico é eivado de vício (validade): o ato jurídico é eivado de vício capaz de gerar a invalidação por anulabilidade capaz de gerar a invalidação por anulabilidade ou nulidade;ou nulidade;

– Título que não atende ao plano de eficácia: por Título que não atende ao plano de eficácia: por não atendimento a um fator de eficácianão atendimento a um fator de eficácia

Page 20: AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL PELA USUCAPIÃO. Conceito e histórico denomina-se usucapião o modo de aquisição da propriedade mediante a posse suficientemente

USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1242).USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1242).REQUISITOS:REQUISITOS:

BOA-FÉ BOA-FÉ (opinio domini):(opinio domini): está relacionada com a está relacionada com a convicção do possuidor de que o negócio jurídico, convicção do possuidor de que o negócio jurídico, que lhe assegurou a posse da coisa, está livre de que lhe assegurou a posse da coisa, está livre de qualquer vício, não havendo qualquer qualquer vício, não havendo qualquer irregularidade que lhe impeça haver o domínio;irregularidade que lhe impeça haver o domínio;– A boa-fé deve estar no início da posse e por todo o A boa-fé deve estar no início da posse e por todo o

prazo prescricional;prazo prescricional;– Segundo o art. 1201, parágrafo único, o possuidor Segundo o art. 1201, parágrafo único, o possuidor

que detém o justo título goza de presunção que detém o justo título goza de presunção juris juris tantum tantum de boa-fé, bastando que exiba o justo de boa-fé, bastando que exiba o justo título em juízo para ser dispensado da prova da título em juízo para ser dispensado da prova da boa-fé;boa-fé;

– de acordo com o art. 1203, a boa-fé somente perderá de acordo com o art. 1203, a boa-fé somente perderá este caráter no caso e desde o momento em que as este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui o bem indevidamente.ignora que possui o bem indevidamente.

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USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1242).USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1242).REQUISITOS:REQUISITOS:

posse posse ad usucapionem, ad usucapionem, ininterrupta e sem oposiçãoininterrupta e sem oposição;;

lapso temporal de 10 anos.lapso temporal de 10 anos.

Page 22: AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL PELA USUCAPIÃO. Conceito e histórico denomina-se usucapião o modo de aquisição da propriedade mediante a posse suficientemente

USUCAPIÃO ORDINÁRIA COM PRAZO REDUZIDOUSUCAPIÃO ORDINÁRIA COM PRAZO REDUZIDORequisitos:Requisitos:

A aquisição onerosa do imóvel com base no A aquisição onerosa do imóvel com base no registro constante do respectivo cartório;registro constante do respectivo cartório;

O cancelamento posterior do registro (após 5 O cancelamento posterior do registro (após 5 anos);anos);

Estar o possuidor estabelecido no imóvel com Estar o possuidor estabelecido no imóvel com sua moradia, ou ter realizado investimentos sua moradia, ou ter realizado investimentos de caráter social e econômico:de caráter social e econômico:

posse do bem por 5 anos;posse do bem por 5 anos;– Por disposição transitória (art. 2029), este prazo Por disposição transitória (art. 2029), este prazo

foi acrescido de 2 anos, até 2 anos após a entrada foi acrescido de 2 anos, até 2 anos após a entrada em vigor do Novo Código Civil (11/01/03), em vigor do Novo Código Civil (11/01/03), qualquer que fosse o tempo transcorrido na qualquer que fosse o tempo transcorrido na vigência do Código Civil anterior.vigência do Código Civil anterior.