Aquisição pela usucapião

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  • 7/31/2019 Aquisio pela usucapio

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    Aquisio pela usucapio (prescrio aquisitiva)Leonardo Gomes de Aquino

    Resumo: O texto vislumbra a anlise do instituto da usucapio como forma de aquisio da propriedadeimvel no direito brasileiro, tendo em vista as caractersticas e requisitos necessrios para a suaaplicao jurdica.

    Sumrio: Introduo. 1. Requisitos essenciais a todos os tipos de usucapio. 2. Requisitos especiais atodos os tipos de usucapio. 3. Espcie de usucapio. 4. Da ao de usucapio de terras particulares. 5.Direito intertemporal

    Para instigar e fomentar a reflexo gostaria de iniciar este paper com a seguinte citao:

    "A propriedade da terra, monopolizada pelos ricos, fora por muito tempo um smbolo de status social naAmrica Latina. Resulta da ser esta uma rea de terras sem homens e de homens sem terra." (DonaldMarquand Dozer )

    INTRODUO

    Alguns autores modernos entendem que a usucapio ao mesmo tempo uma prescrio aquisitiva eextintiva. Ela extintiva por que algum perda a propriedade enquanto outro adquire a propriedade. [1]

    modo originrio ou derivado de aquisio da propriedade[2], atravs da posse com a inteno de donode forma mansa, pacfica e contnua, seu principal elemento, por um determinado lapso temporal[3].

    A usucapio[4], conforme posio majoritria constitui direito parte e independente de qualquer

    relao jurdica com o anterior proprietrio.

    O STF em Julgamento do Recurso Extraordinrio n 9.056, posio que, antes da CF alcanara ratificaoem outro Recurso Extraordinrio de n 94.580, Relator o Ministro Djaci Falco:

    Imposto de transmisso de imveis. Alcance das regras dos arts. 23, inc. I, da Constituio Federal e 35do cdigo tributrio nacional. Usucapio. A ocupao qualificada e continuada que gera a usucapio noimporta em transmisso da propriedade do bem. A legislao tributria vedada alterar a definio, ocontedo e o alcance dos institutos, conceitos e formas de direito privado (art. 110 do CTN). Registroda sentena de usucapio sem pagamento do imposto de transmisso. Recurso provido, declarando-seinconstitucional a letra 'h', do inc. I, do art. 1, da Lei n. 5.384, de 27.12.66, do estado de Rio Grande doSul.

    Fundamenta-se no propsito de consolidao[5]da propriedade, estimulando a paz social e diminui parao proprietrio o nus da prova de domnio. modo de premiar a quem produz a terra, na opinio deSlvio Rodrigues[6], ou seja, ocupando-a e pondo-a a produzir. Na opinio de Maria Helena Diniz temporfundamentoa consolidao da propriedade, dando juridicidade a uma situao de fato: a posseunida ao tempo. A posse fato objetivo, e o tempo, a fora que opera a transformao do fato emdireito[7]. No apenas a propriedade e o domnio til[8], mas tambm o usufruto, o uso, a habilitaoe as servides aparentes[9]so passveis de aquisio pela usucapio[10].

    A usucapio aplica-se tambm aos semoventes, admite-se para tanto a sucesso de posse (art. 1.238CC).[11]

    Afirmam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald[12]que para adquirir a propriedade porusucapio se faz necessrio preencherem os seguintes aspectos: o pessoal, o real e o formal. Assim,classificam-se: Requisitos Pessoais: so aqueles referentes ao possuidor que pretende adquirir o bem eao proprietrio que ir sofrer desfalque em seu patrimnio. H necessidade de averiguar a capacidade ea qualidade do adquirente (p.ex: se o agente capaz); Requisitos Reais: so aqueles referentes aos

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    bens e direitos suscetveis de serem usucapiados, uma vez que nem todos os direitos e todas as coisasso passveis de usucapio (p.ex: se o bem pblico ou particular); Requisitos Formais: so aqueles quecompreendem os elementos necessrios e comuns do instituto: animus domini (inteno de dono); aposse prolongada (lapso temporal que est exercendo a posse); a posse contnua (posse sem intervaloque deve ser exercida pelo possuidor) e a posse justa (posse sem vcios). J como pressupostosespeciais, tm o justo ttulo e a boa-f.

    A aquisio da propriedade por usucapio s ocorrer se preenchido os requisitos determinados quepossam ser divididos em: a) requisitos essenciais 1) a posse qualificada, com privilgio ou sem

    privilgio; 2) objeto hbil; 3)o lapso temporal; 4) asentenajudicial e o Registro; b)requisitos especiais 1) o justo ttulo e; 2) a boa-f.[13]

    1) REQUISITOS ESSENCIAIS A TODOS OS TIPOS DE USUCAPIO

    1.1) A POSSE QUALIFICADA

    Miguel Reale[14]disciplina que a partir da diretriz da socializao fez surgir dois modos de possuircapazes de alcanar a usucapio: a posse simples e qualificada.

    Sendo a posse a exteriorizao do domnio, ou seja, a relao exterior e intencional, existente,normalmente, entre o proprietrio e sua coisa. Faz-se necessrio para adquirir a propriedade pelausucapio que o possuidor tenha a posse com inteno de dono (posse animus domini ou possequalificada) de forma mansa, pacfica e contnua[15].

    Logo os detentores que possuem posse degradada e os possuidores diretos possuem posse simples, masno de forma qualificada, ou seja, sem animus domini. No podem adquirir imveis. Assim, todopossuidor que tem a posse com a inteno de dono tem a posse de forma qualificada e no de maneirasimplificada, como relata o Miguel Reale, visto que quando ocorre bipartio da posse, o proprietriofica com a posse indireta e o possuidor fica com posse direta, ou seja, fica com a posse simplificada,pois se assim, fosse este poderia adquirir a propriedade pela usucapio, coisa que no ocorre. exemplo de possuidor direto, o usufruturio, locatrio, etc., que, embora tendo o direito posse, queos possibilita de invocar os interditos para defend-la contra terceiros ou contra o proprietrio do bem,no podem usucapir, visto que a sua posse advm de ttulo ou de contrato que os obriga a restituir o

    bem, no podendo, desta feita, adquirir a coisa, no dando azo aquisio da posse por usucapio.Logo, todos os possuidores com posse direta, a possui forma simplificada e os detentores h possui deforma degradada.[16]

    No entanto, nada impede que a posse do possuidor direto venha a possuir a posse qualificada. Este oposicionamento do Superior Tribunal de Justia segundo qual nada impede que o carter originrio daposse se modifique, motivo pelo qual o fato de ter havido no incio da posse da autora um vnculolocatcio, no embarao ao reconhecimento de que, a partir de um determinado momento, essamesma mudou de natureza e assumiu a feio de posse em nome prprio, sem subordinao ao antigodono e, por isso mesmo, com fora ad usucapionem.[17]

    Jurisprudncia

    Processo civil e civil. Recurso Especial. Promessa de compra e venda de imvel. Usucapioextraordinrio. Transformao do carter originrio da posse. Dissdio. Caracterizao. O fato de serpossuidor direto na condio de promitente-comprador de imvel, a princpio, no impede que esteadquira a propriedade do bem por usucapio, uma vez que possvel a transformao do carteroriginrio daquela posse, de no prpria, para prpria. A caracterizao do dissdio jurisprudencialensejador de Recurso Especial exige que o acrdo recorrido tenha divergido de afirmao assentada noparadigma e que os julgados comparados tenham analisado questo delineada faticamente de modosemelhante. Recurso Especial no conhecido.[18]

    A qualificao da posse se d em relao necessidade do possuidor demonstrar que est exercendo-acom a inteno de dono por um lapso temporal.

    Assim, necessria a inteno de ser dono[19], isto para diferenciar o possuidor direto como no casodo locatrio, usufruturio, do promitente-comprador[20], dos detentores como os permissionrios

    (comandatrio[21]), os possuidores injustos e os fmulos da posse[22]. Isto decorre, pois, nestes casos opossuidor tem o dever de restituir o bem, no podendo, portanto adquiri-lo por usucapio[23], o que

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    no impede que este possuidor invoque os interditos para defend-la contra o proprietrio outerceiros.[24]

    Jurisprudncia:

    1)Possuidor direito. No pode pleitear usucapio quem possui o imvel como promitente-comprador

    (possuidor direto), em detrimento do possuidor indireto, proprietrio, este, sim, que continua a possuira coisa como sua.[25]

    2) Promitente-comprador. Pode preencher os requisitos do CC art. 550 (art. 1.238, do atual CC) paraque se consume a usucapio.[26]

    Em todas as espcies de usucapio (ordinrio, extraordinrio e especial) necessria a possequalificada, diversificando somente a sua intensidade, ou seja, a posse qualificada com

    privilgio ou sem privilgio da funo social.

    O usucapiente poder requerer a aquisio do imvel demonstrando que a sua posse qualificada comprivilgio da funo social, demonstrada pelo exerccio da efetiva moradia do possuidor no local ou arealizao de obras e servios de carter produtivo no prazo de 5 ou 10 anos conforme a existncia ouno do ttulo aquisitivo (pargrafo nico do art. 1.238 e pargrafo nico do art. 1.242, do CC).

    O CC prestigia a finalidade social da posse trazendo como exemplos para aplicao o princpio dasociabilidade, a norma do pargrafo 4 do art. 1.228 (posse trabalho) e a reduo dos prazos parausucapio previstos nos arts. 1.238 e 1.242, do CC.

    Miguel Reale[27]dispe que no caso da posse, superando as disposies at agora universalmenteseguidas, que distinguem apenas entre posse de boa-f e a de m-f, o Cdigo leva em conta a naturezasocial da posse da coisa para reduzir o prazo de usucapio, o que constitui novidade na tela do DireitoCivil. Est claro que nestas situaes se acaba prestigiando, dentro da relao jurdica privada, opossuidor qualificado com privilgio, visto que este tem a prerrogativa da qualificao por agregar valorsocial ao bem, que se processa conforme hiptese legal, pelo trabalho o investimento do possuidor.

    A posse qualificada com privilgio marcada pelo elemento ftico caracterizador da funo social: a

    posse exercida a ttulo de moradia e enriquecida pelo trabalho ou investimento[28]. Assim, se por faltade cuidado de uma coisa os poderes inerentes propriedade for exercido por um terceiro, que temaposse qualificada com privilgio, tornado-a til no crivo da sociedade, permitir-se- no s a inversona proteo, mas, tambm, a consolidao da propriedade em favor deste terceiro, atravs dausucapio. A posse qualificada com privilgio tem ntima ligao com o princpio da sociabilidade, ondeeste princpio se encontra fixado no mbito do Direito das Coisas[29], e consiste no prestgio da possesocialmente levada e encaixada no contexto econmico como mecanismo para facilitao da aquisioda propriedade. Esta qualificao permite ao possuidor percorrer um caminho facilitado e mais rpidona aquisio da propriedade, consubstanciando em bnus. Destarte, a posse qualificada com privilgio,em razo do esprito de sua destinao social e econmica, representa um interesse que atingi a toda acomunidade, pois certo que se dem as coisas uma utilidade que as faam cumprir, da melhormaneira, sua funo social. Mas, este privilgio de reduo do prazo para aquisio do imvel s poderocorrer na Usucapio Extraordinrio ou Ordinrio.

    A posse alm de ser qualificada, deve ser mansa, pacfica (sem oposio) e contnua (ininterrupta), ouseja, deve ser exercida sem contestao de quem tenha legtimo interesse e sem interrupo, nopodendo ocorrer sucesso da posse (art. 1.243, do CC), conforme entendimento do Conselho Federalde Justia quando editou o Enunciado n 317, da 4 Jornada de Direito Civil prescrevendo que:

    Aaccessio possessionis, de que trata o art. 1.243, primeira parte, do CC, no encontra aplicabilidaderelativamente aos arts. 1.239 e 1.240 do mesmo diploma legal, em face da normatividade da usucapioconstitucional urbano e rural, arts. 183 e 191, respectivamente.

    A posse ser mansa e pacfica quando no perturbada pelo proprietrio, ou seja, o proprietrio, quese mantm solerte na defesa de seu domnio, falta requisito para a usucapio, pois a lei exige que aposse do usucapiente se exera sem oposio, vale dizer, se exera de maneira continua eincontestada[30]. De acordo com Caio Mrio da Silva Pereira[31]o possuidor no pode possuir a coisa

    em intervalos, intermitente, nem tela maculada de vcios ou defeitos. Entretanto a posse de algumque se habilite usucapio pode vir a ser turbada ou esbulhada (terceiro ou proprietrio), mas, no ser

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    considerado o possuidor tirado da posse se vir a ser mantido ou restitudo para fins de contagem dolapso temporal necessrio para a caracterizao da usucapio[32].

    Segundo Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald[33]a

    pacificao da posse cessa apenas no instante em que h oposio judicial por parte de quem pretende

    retom-la, condicionada a interrupo da usucapio ao reconhecimento da procedncia da sentena emtransito em julgado na ao possessria ou petitria na qual o usucapiente figura como ru.

    A questo do impedimento, da suspenso e da interrupo da prescrio, pode ser observada o art.1.244, CC que as causas que obstam, suspendem, ou interrompem a prescrio, tambm se aplicam usucapio.

    Assim, ocorrendo uma das causas que suspendem a prescrio (art.s 197 a 201, do CC), faz cessartemporariamente o curso da prescrio; superada, porm a causa suspensiva, a prescrio retoma seucurso natural, computando o tempo anteriormente transcorrido. J interrupo o ato pelo qual seinutiliza prescrio em curso se verificada uma das causas que interrompem a prescrio (arts. 202 a204, do CC), perde-se por completo o tempo transcorrido precedentemente. Esse tempo ficouinutilizado para o prescribente, por inteiro, no sendo considerado na contagem o primeiro lapso detempo, que ficou perdido, sacrificado[34]. As causas que suspendem a prescrio obstam igualmente seu

    incio (art.s 197 a 201, do CC). Neste caso, no se deve falar em suspenso, mas em impedimento.

    A citao feita ao proprietrio na ao de usucapio no se insere dentre as causa interruptivas dausucapio. Ora, o art. 202, inciso I, do CC, foi instrudo em proveito daquele quem o prazo da usucapioprejudicaria apenas nas aes por ele ajuizadas, mas no naquela contra ele promovidas.

    1.2) O OBJETO HBIL

    H bens que o possuidor tem a inteno de dono, mas no podem ser adquiridos por usucapio,estes bens so os que esto fora do comrcio (p.ex. ar atmosfrico, o mar alto, etc.), os bens

    pblicos (art. 191, Constituio Federal de 1988), direitos pessoais, bens inalienveis ou legalmenteindisponveis (art. 1.911, CC) e bens que possuem uma condio interruptivas e suspensivas deusucapir(p.ex. entre os cnjuges na constncia do casamento, ascendentes e descendentes durante o

    poder paternal, etc.).[35]

    Os bens pblicos so aqueles pertencentes Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e os Municpios (art.98, do CC)[36]. Esta classe, objeto de domnio pblico, em funo da sua grande importncia,subdivide-se em:

    a) Bens de uso Comum do Povo: so os bens cuja utilizao no se submete a qualquer tipo dediscriminao ou ordem especial e fruio. caso das praias, estradas, ruas e praas, sendo estes,inalienveis (art. 99, I, do CC). No perdem esta caracterstica se o poder Pblico regulamentar seu uso,ou torn-lo oneroso, instituindo cobrana de pedgio, como nas rodovias (art. 93, do CC). Aadministrao pode tambm restringir ou vedar o seu uso em razo da segurana nacional ou deinteresse pblico, interditando uma estrada, por exemplo, ou proibindo o transito por determinadolocal. O povo somente tem direito de usar esses bens, mas no tem o seu domnio.

    b) Bens de uso Especial: So os que se destinam especialmente execuo dos servios pblicos. So osedifcios onde esto instalados os servios pblicos, inclusive os das autarquias e os rgos daadministrao (reparties pblicas, secretarias, escolas, ministrios, etc.).

    c) Bens dominicais: so os que constituem patrimnio das pessoas jurdicas de direito pblico (art. 99,III, do CC), como objeto de direito pessoal ou real, de cada uma dessas entidades. Sobre eles o poderPblico exerce poderes de proprietrio. Incluem-se nessa categoria as terras devolutas, as estradas deferro, oficinas e fazendas pertencentes ao Estado. So inalienveis, observadas as exigncias da lei.[37]

    No dispondo a lei em contrrio, consideram-se dominicais os bens pertencentes s pessoas jurdicas dedireito pblico a que se tenha dado estrutura de direito privado.

    Jurisprudncia:

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    Administrativo. Embargos de divergncia. Imveis pertencentes TERRACAP. Bens pblicos.Usucapio.

    1. Tratam os autos de embargos de divergncia apresentados por Maria Lcia Pereira dos Santos emface de acrdo proferido em sede de recurso especial que exarou entendimento no sentido de que,embora a TERRACAP possua natureza jurdica privada, gere bens pblicos pertencentes ao DistritoFederal, impassveis de usucapio.

    Colaciona a embargante julgados oriundos desta Casa em sentido oposto, onde se externa oposicionamento de que os imveis da TERRACAP integram-se na categoria de bens particulares.

    2. Os imveis administrados pela Companhia Imobiliria de Braslia (Terracap) so pblicos, sendoinsuscetveis de usucapio.

    3. Embargos de divergncia no-providos.[38]

    Deve-se valer aqui de uma ressalva em relao aos bens pblicos, visto que o art. 68 das DisposiesTransitrias da Constituio Federal permite que em favor dos remanescentes das comunidades dequilombos, descendentes de escravos fugidos ao tempo da escravido que estejam ocupando terras reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os ttulos respectivos.

    Assim, beneficiam-se os descendentes e moradores que comearam a possuir tais terras, se a possecontinua e pacfica com animus domini transmitiu-se por geraes at a edio da Constituio Federal.

    A melhor forma de estes conseguirem o reconhecimento da propriedade atravs da figura dausucapio. Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald[39]afirmam que aqui, a usucapio podemesmo recair sobre bens pblicos, no se aplicando a ressalva dos arts. 183 e 191 da ConstituioFederal.

    Jurisprudncia:

    1) Usucapio bens desapropriados j incorporados ao domnio pblico Inadmissibilidade da

    pretenso, ainda que fundada e nulidade do processo expropriatrio Indenizao assegurada aospossuidores por fora da sub-rogao prevista no Decreto-Lei 3.365/41.[40]

    2) Imvel gravado com clusula de inalienabilidade, de que cogita o art. 1.676 do CC de 1916 (atual1.911, CC). A proibio abrange os atos voluntrios. O proprietrio s perde o bem inalienvel porcausa da desapropriao ou execuo fiscal. No o perde, porm, por usucapio[41].

    1.3) O LAPSO TEMPORAL

    O lapso temporal variado, depende exclusivamente do que determina as espcies de usucapio nalegislao permite. O tempo de posse deve ser considerado no instante do julgamento[42], mas s podeser somada a posse de antecessor se houver cesso convencionada.[43]

    A sucesso da posse poder ocorrer de dois modos a singular (acesso de posse) e a ttulo universal(sucesso de posse). Assim, o sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e aosucessor singular facultado unir sua posse do antecessor, para os efeitos legais (art. 1.207, do CC).

    Na primeira ocorre quando a posse transmitida a ttulo singular, por ato inter vivos, como na doao,a compra e venda, a dao em pagamento, a troca, ou mesmo por ato causa mortis, como no caso dolegado. Aquele que recebe a posse transmitida a ttulo singular substitui seu antecessor em direitos oucoisas individualizadas e determinadas.[44]

    Na segunda, a sucesso de posse, tem-se uma sucesso a ttulo universal, causa mortis, recebendo-se aposse com os mesmo caracteres vigentes poca do antecessor, vale dizer, com os vcios e as suasvirtudes. o caso da herana, em que os herdeiros sucedem de forma global a posse do patrimniodo de cujus. No afasta a universalidade da sucesso, por outro lado, a existncia de vrios herdeiroscom cotas sobre o conjunto de bens e direitos.

    A diferena apontada por Jos Carlos de Moreira Salles que

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    osucessoruniversal no pode desligar seu direito de seu antecessor, de modo que recebe e continua aposse com vcios e virtudes que a caracterizam antes da sucesso. O sucessor singular, entretanto, exvi do disposto no art. 1.207 do Cdigo (art. 496 do anterior), no esta obrigado a continuar a posse doantecessor. Assim, unir ou no sua posse do predecessor, lanando mo da faculdade que lhe outorgaa lei como lhe convier. Unindo-a, assumir a posse anterior com os vcios que a maculam; se no o fizer,a posse nova, iniciada com a sucesso, estar pugnada dos vcios que eivavam a anterior possibilitandoao sucessor singular a aquisio por usucapio por lapso menor.[45]

    Para todos os casos acima, para o fim de contar o tempo exigido para a usucapio, pode o possuidoracrescentar sua posse a dos seus antecessores contanto que todas sejam contnuas e pacficas (art.1.243 CC). Lembrando que os vcios da posse tambm se transmitem, portanto a posse anterior se forviolenta, clandestina ou precria, tais vcios, entre outros se transmitem para o possuidor derivado.

    Jurisprudncia

    Usucapio. Posse Adquirida atravs daAcessio Possessionis A Ttulo Singular. Compromisso de Compra eVenda. Inocorrncia de Desdobramento da posse direta e indireta. O promitente-comprador que recebeua posse por ocasio do negcio jurdico entabulado, passa a exerc-la com 'animus domini', inocorrendoo desdobramento de posse direta e indireta pretendida pelos contestantes, herdeiros do promitentevendedor. Tendo a prova dos autos demonstrado a continuidade, sem qualquer oposio, de forma

    mansa e pacfica, da posse entre os diversos e respectivos sucessores, pelo lapso temporal vintenrio,em cuja cadeia se enquadra o promitente-comprador de parte da rea usucapiente, de ser acolhida apretenso de domnio, irrelevante eventual questo remanescente quanto ao pagamento do preo darea prometida vender. Apelao desprovida.[46]

    Conforme entendimento do Conselho Federal de Justia quando editou o Enunciado n 317, da 4Jornada de Direito Civil prescrevendo que a accessio possessionis, de que trata o art. 1.243, primeiraparte, do CC, no encontra aplicabilidade relativamente aos arts. 1.239 e 1.240 do mesmo diplomalegal, em face da normatividade da usucapio constitucional urbano e rural, arts. 183 e 191,respectivamente.

    1.4) SENTENA E O REGISTRO

    A sentena meramente declaratria[47], porque declara o direito preexistente, constituindo nomomento em que o prescribente reuniu todos os requisitos legais para a usucapio.

    Embora o usucapiente j tenha o seu direito assentado em ttulo preexistente, nada lhe impede demover ao de usucapio para apagar dvidas e tornar limpo o seu direito, caso em que a sentena terque ser transcrita no Registro de imveis. A sentena judicial declara propriedade, devendo a mesmaser averbada no cartrio de registro de imveis da comarca competente para se adquirir apropriedade.[48]

    A jurisprudncia tem seguido a posio de que a sentena e o registro no so requisitos da usucapio,uma vez que a propriedade do usucapiente sobre o bem resulta da integrao dos requisitos dausucapio e no da sentena que o declare ou o reconhea.

    Da, poder a defesa, na ao reivindicatria, fundar-se na prescrio aquisitiva[49].

    A sentena e o registro na opinio de Jos Carlos de Moreira Salle s[50]no so requisitos para aaquisio por usucapio. Explicando que a sentena meramente declaratria e que o registro s umaforma de dar publicidade aquisio originria operada pela usucapio.

    2) REQUISITOS ESPECIAIS A TODOS OS TIPOS DE USUCAPIO

    2.1) JUSTO TTULO

    No necessrio que o justo ttulo seja um documento perfeito mas sim hbil para transcrio, valedizer: titulusou justa causa que denote a razo pela qual algum recebeu a coisa do precedentepossuidor, ou ainda: o fato gerador da posse, que ser examinado como a justa causa da posse do

    usucapiente. Em regra, justo ttulo todo ato ou negcio jurdico que em tese passa transferir apropriedade, tanto assim, aparncia de propriedade na transmisso pode constituir justo ttulo, que

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    est intimamente ligado boa-f. O art. 1.201, pargrafo nico do CC dispe: o possuidor com justottulo tem presuno de boa-f.[51]

    O art. 1.242, do CC exige que o possuidor tenha um justo ttulo, ou seja, documento capaz de transferiro domnio, no podendo este ttulo ser absolutamente nulo.[52]

    O justo ttulo, segundo o esprito da norma contida no art. 1.242 do CC de 2002, vem a ser o ato oufato translativo que no produziu efeito, por padecer de defeito ou por lhe faltar qualidade especficapara tanto[53], ou seja, configura o estado de aparncia que permite concluir que o possuidor seencontra gozando de boa posse. o ttulo normalmente hbil para adquirir o domnio, e que seapresenta formalmente perfeito, provoca no adquirente a crena de que se tornou dono.

    O fato gerador da posse definir em cada caso o justo ttulo (contrato de compra e venda, de doao).

    Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald[54]aponta como documentos tidos como justo ttulo:

    - Ttulo com vcio que gera invalidade, ou seja, quando o transmitente o verdadeiro proprietriodo bem, mas o ato jurdico eivado de vcio passvel de invalidao por nulidade ou anulabilidade. Ex.se Maria adquire o imvel de Geraldo, mediante instrumento particular quando o ato demanda aelaborao do documento por escritura pblica.

    - Ttulo que no atende ao plano de eficcia. o caso do promitente comprador tiver pagado todas asprestaes do seu imvel e no consegue transferir o imvel para o seu nome, neste caso pode opromitente intentar a ao de usucapio no prazo de 5 anos ou, se tiver registrado o contrato nocartrio de imveis poder intentar a ao adjudicao compulsria.

    - Venda non domino. Quando o transmitente no dono, mas o adquirente est convicto de que tratacom o proprietrio, pois o ttulo instrumentalmente perfeito e seria capaz de iludir qualquer pessoanaquela situao. Ex: Jos adquire um imvel de Beto, em uma venda a non domino, pois o verdadeiro

    proprietrio Carlos, pessoa que no prestou o seu consentimento suposta aquisio. Carlos poderajuizar ao declaratria para obter o cancelamento de um eventual registro. Mas se no o fizer podervir a perder o imvel transcorrer o prazo de 5 ou 10 anos da aquisio.

    O justo ttulo que qualquer ato jurdico que, em tese, seria hbil a conferir direito de propriedade, seno contivesse, porm, um determinado defeito. O defeito pode ser alguma nulidade relativa, ou aoutorga por quem no era dono da coisa. Nulidades absolutas, como o desatendimento forma prescritaem Lei, impedem que se atribua ao ato o valor de justo ttulo, salvo quando o negcio jurdico nulocontiver os requisitos de outro subsistira este quanto o fim a que visavam as partes permitir supor que oteriam querido, se soubessem previsto a nulidade (art. 170, CC).

    justo ttulo o documento formalmente perfeito, hbil, em tese, para transferir o domnio,devidamente transcrito, ou mesmo no transcrito; at mesmo um compromisso de compra e venda.

    Desta forma, os Enunciados n 302 e 303, da 4 Jornada de Direito Civil, promovida pelo ConselhoFederal de Justia prev que:

    302 Art.1.200 e 1.214. Pode ser considerado justo ttulo para a posse de boa-f o ato jurdico capazde transmitir a posse ad usucapionem, observado o disposto no art. 113 do CC.

    303 Art.1.201. Considera-se justo ttulo para presuno relativa da boa-f do possuidor o justo motivoque lhe autoriza a aquisio derivada da posse, esteja ou no materializado em instrumento pblico ou

    particular. Compreenso na perspectiva da funo social da posse.

    Jurisprudncia:

    1) Compromisso de compra e venda. Considera-se justo ttulo o compromisso de compra e venda porinstrumento particular assinado a rogo do promitente-comprador, se o promitente vendedor confessa orecebimento do preo e no nega ao cumprimento do contrato. [55]

    2) Justo ttulo. No o contrato particular de venda de cesso parcial de compromisso de compra evenda.[56]

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    3) Usucapio ordinrio Escritura de compra e venda nos transcrita inadmissibilidade Necessidadede Transcrio.[57]

    4) Usucapio ordinrio Justo ttulo Conceito Desnecessidade de requisitos hbeis transcrio etransferncia do domnio Ao procedente Recurso no provido.[58]

    2.2) BOA-F

    E por ltimo o possuidor deve estar de boa-f, ou seja, ele deve ter a convico de no estar ofendendoum direito alheio[59], ou em outras palavras, a boa-f a integrao tica do justo ttulo e reside naconvico de que o fenmeno jurdico gerou a transferncia da propriedade.

    Caio Mrio da Silva. Pereira[60]conceitua boa-f como a integrao tica do justo ttulo, pois residena convico do possuidor de que o fenmeno jurdico gerou a transmisso da propriedade. Contudo, oSTJ aplicou a boa-f objetiva, particularmente a supressio, que a perda de um direito ou de umaposio jurdica, pelo seu no exerccio no tempo, o julgado possibilitou, de forma indireta, a usucapiode um a rea comum em um condomnio edilcio.

    Jurisprudncia:

    CONDOMNIO. rea comum. Prescrio. Boa-f.

    rea destinada a corredor, que perdeu sua finalidade com a alterao do projeto e veio a ser ocupadacom exclusividade por alguns condminos, com a concordncia dos demais. Consolidada a situao hmais de vinte anos sobre rea no indispensvel existncia do condomnio, de ser mantido o statuquo. Aplicao do princpio da boa-f (suppressio).

    Recurso conhecido e provido.[61]

    A usucapio pode ser alegada em como matria de defesa (Smula do STF 237). Este, tambm, oentendimento do Conselho Federal de Justia quando editou o Enunciado n 315, da 4 Jornada deDireito Civil prescrevendo que: O art. 1.241 do CC permite que o possuidor que figurar como ru em

    ao reivindicatria ou possessria formule pedido contraposto e postule ao juiz seja declaradaadquirida, mediante usucapio, a propriedade imvel, valendo a sentena como instrumento pararegistro imobilirio, ressalvados eventuais interesses de confinantes e terceiros.

    Jurisprudncia:

    1) Civil e Processo Civil. Ao de reintegrao de posse. Usucapio alegado em defesa. Interveno doMinistrio Pblico. Desnecessidade. Rito processual. Manifestao de vontade do usucapiente anuindocom a desocupao do imvel. Inexistncia dos requisitos do art. 183 da constituio federal. 1 No semostra imprescindvel a interveno do Ministrio Pblico quando a usucapio alegada em defesa. 2 Em se tratando de reivindicatria, o rito a ser seguido o ordinrio, e no o sumrio, que deve

    prevalecer quando a ao for de usucapio. 3 Ante a manifestao de vontade do usucapiente emdesocupar o imvel, resta prejudicado o animus domini, elemento essencial para a configurao dausucapio. Alm disso, tem ele o nus de comprovar a existncia de todos os requisitos exigidos pelo

    art. 183 da Constituio Federal. 4 Recurso improvido.Deciso: rejeitar preliminares e negarprovimento ao recurso, unnime. TJDF. 4 Turma Cvel APC-43689/97, APC-596234807 APC-35134/95,Rel. Cruz Macedo, 03/08/2004.

    3) ESPCIE DE USUCAPIO

    A nossa legislao reconhece trs espcies de usucapio: o extraordinrio, o ordinrio e o especial.[62]

    3.1) USUCAPIO EXTRAORDINRIA

    aquele que se adquire em 15 (quinze) anos, salvo se o possuidor houver estabelecido no imvel suamoradia habitual ou nele tiver realizado obras ou servios de carter produtivo, quando o lapso detempo reduz para 10 (dez) anos, mediante prova de posse mansa e pacfica e ininterrupta,

    independente de justo ttulo e boa-f, art. 1.238 CC.

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    Caio Mrio da Silva. Pereira[63]afirma no ser necessrio que o usucapiente exera ele mesmo o tempotodos os atos possessrios, assim consideradas teis os atos praticados por prepostos, agregados ouempregados.

    So requisitos da usucapio extraordinria:

    a) A posse mansa e pacifica, continua e com inteno de dono (posse qualificada);

    b) O decurso temporal de 15 (quinze) anos e de 10 (dez) anos no caso do usucapiente ter estabelecido asua moradia no imvel ou se tiver realizado obras ou servios de carter produtivo, neste ltimo caso aposse ser qualificada com privilgio[64];

    Interessante a indagao do decurso temporal necessrio para que se estabelea a moradia, arealizao das obras ou servios de carter produtivo. Ser que se deve estabelecer no mnimo h 10anos ou ser que a posse deve ser inferior, podendo a construo, realizao ou servios podem ter olapso temporal menor? Apesar da maioria da doutrina no levantar tal problema entendo que o prazodeve ser de 10 anos.[65]

    c) A sentena judicial declaratria de aquisio do domnio[66];

    d) A sentena dever ser levada ao cartrio de registro de imveis competente para que o tabelioproceda alterao do registro que a prova da propriedade.

    3.2) USUCAPIO ORDINRIA

    aquela que se confere em 10 (dez) anos, a moradores presentes ou ausentes nos Municpios, medianteprova de posse mansa e pacfica acompanhada de justo ttulo e boa-f, art. 1.242, caput, CC. Noentanto, caso seja adquirido de forma onerosa com base no registro constante do respectivo cartrio,cancelada posteriormente e desde que o possuidor tenha estabelecido a sua moradia ou tenha realizadoinvestimento de interesse social e econmico o prazo ser reduzido para 5 (cinco) anos.

    So requisitos da usucapio ordinria:

    a) A posse mansa e pacifica e com inteno de dono (posse qualificada);

    b) justo ttulo;[67]

    c) boa-f[68].

    d) o decurso temporal de 10 (dez) anos entre presente ou no no Municpio e 5 (cinco) no caso dousucapiente ter estabelecido a sua moradia no imvel ou se tiver realizado obras ou servios de carterprodutivo neste ltimo caso a posse ser qualificada com privilgio;

    Interessante a indagao do decurso temporal necessrio para que se estabelea a moradia, arealizao das obras ou servios de carter produtivo. Ser que se deve estabelecer no mnimo h 5 anos

    ou ser que a posse deve ser inferior, podendo a construo, realizao ou servios podem ter o lapsotemporal menor? Apesar da maioria da doutrina no levantar tal problema entendo que o prazo deve serde 5 anos.[69]

    e) sentena judicial declaratria de aquisio do domnio;

    f) A sentena dever ser levada ao cartrio de registro de imveis competente para que o tabelioproceda alterao do registro que a prova da propriedade.[70]

    Jurisprudncia:

    Usucapio ordinrio. Art. 1.242 do CC/2002. Interpretao. Justo ttulo. Compromisso de compra evenda.Comentando o dispositivo, Benedito Silvrio Ribeiro, destaca: Partindo da definio legal,

    encontramos o possuidor, tambm chamado prescribente, usucapiente, que, para adquirir a propriedadedo imvel, dever observar os requisitos inafastveis e caracterizadores da forma aquisitiva denominada

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    usucapio ordinria, conhecida tambm como usucapio abreviada ou prescrio de breve ou curtoprazo. Tocante aos requisitos formais da usucapio, distinguem-se os essenciais dos suplementares. Osprimeiros so comuns a qualquer tipo de usucapio (posse e lapso de tempo) e os segundos dizemrespeito ao justo ttulo e boa-f. Enquanto na usucapio extraordinria se exigem se exigem apenas osrequisitos formais essenciais, na ordinria, tanto estes como os suplementares, so inarredveis suaconfigurao. Assim, a usucapio de menor prazo reclama posse, tempo, justo ttulo e boa-f, semafastar que a coisa imvel usucapienda precisa ser hbil, isto , possvel de ser adquirida (Tratado de

    usucapio: volume 1, 4. ed., So Paulo, Saraiva, 2006, p. 234). De acordo com Slvio de Salvo Venosa,"em regra, justo ttulo todo ato ou negcio jurdico quem em tese possa transferir a propriedade. [...]A noo de justo ttulo est intimamente ligada boa-f. O justo ttulo exterioriza-se e ganha solidez naboa-f (Direito civil: direitos reais, v. 5, 6. ed., So Paulo, Atlas, 2006, p. 202). Nesse diapaso, ocontrato de compromisso de compra e venda pode ser considerado como justo ttulo para efeito deusucapio, desde que quitado integralmente o preo ajustado. Nesse sentido, Benedito Silvrio Ribeirodestaca que "o pagamento integral do valor contratado e o atendimento de condies estabelecidas,com a transmisso da posse e sem o desdobramento em direta e indireta, conduzem, uma vez quenenhum outro ponto seja estipulado em contrrio, ao reconhecimento da justeza do ttulo para espequede usucapio de menor tempo" (Tratado de usucapio: volume 2, 4. ed., So Paulo, Saraiva, 2006 , p.864)[71]

    3.3) USUCAPIO ESPECIAL URBANA OU RURAL

    Requer sentena de reconhecimento, que levada ao Registro de Imveis, ttulo de reconhecimentopara tal[72], art.s 183 e 191 da Constituio Federal de 1988.

    A possibilidade de usucapio especial rural esta descrita na Constituio Federal de 1988 e no art.1.239, CC, enquanto o urbano se encontra, tambm, na Constituio e no art. 1.240, CC.

    3.3.1) Usucapio Especial Urbano[73]

    Modalidade de usucapio prevista na Carta Magna e recepcionada pelo art. 1.240, CC. Tambmconhecido como usucapiopromorada ou usucapio especial urbana. Importante ressaltar que o STF jdecidiu que, para fins previsto no art. 183, da CF, no se considera o tempo de posse anterior promulgao da Carta de 1988, no se aplicando o entendimento da Smula n 445 do STF.[74]

    Aquele que possuir, como sua, rea urbana de at duzentos e cinquenta metros quadrados, por cincoanos ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua famlia, adquirir-lhe-o domnio, desde que no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural.

    1 O ttulo de domnio e a concesso de uso sero conferidos ao homem ou mulher, ou a ambos,independentemente do estado civil.

    2 O direito previsto no pargrafo antecedente no ser reconhecido ao mesmo possuidor mais deuma vez.

    Assim, se faz necessrio o preenchimento dos seguintes requisitos:

    - Posse mansa, pacfica e contnua, exercida com animus domini (posse qualificada).

    - Decurso de tempo de 5 anos.

    - O objeto dever ser rea de terra em zona urbana no superior a 250m.

    O Enunciado n 313, da 4 Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho Federal de Justia prevque: quando a posse ocorre sobre rea superior aos limites legais, no possvel a aquisio pela viada usucapio especial, ainda que o pedido restrinja a dimenso do que se quer usucapir. Ecomplementa com o Enunciado n 314, da mesma Jornada que para os efeitos do art. 1.240, no sedeve computar, para fins de limite de metragem mxima, a extenso compreendida pela frao idealcorrespondente rea comum.

    - No pode ser proprietrio de outro imvel urbano ou rural, bem como no pode ser imvel pblico.

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    - Utilizao para sua moradia e ou da sua famlia.

    - No poder usar deste direito mais de uma vez.

    - O ttulo de domnio ser conferido ao homem ou mulher, ou a ambos, independentemente do estadocivil.

    - Sentena declaratria de aquisio do domnio que dever ser levada ao Registro imobilirio paratranscrio (a sentena, neste caso, apenas confirma a situao ftica anterior, quando o usucapiente jera o proprietrio).[75]

    O sucessor da posse poder acrescentar a sua se for sucesso singular. Em caso de sucesso universal oherdeiro contnua, de pleno direito, a posse de seu antecessor.

    3.3.2) Usucapio Especial Urbano Coletivo [76]

    As reas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados, ocupadas por populao debaixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposio, onde no for possvelidentificar os terrenos ocupados por cada possuidor, so susceptveis de serem usucapidas

    coletivamente, desde que os possuidores no sejam proprietrios de outro imvel urbano ou rural.

    Requisitos: Os possuidores no serem proprietrios de imvel rural ou urbano e devem sercomprovadamente de baixa renda, posse mansa e pacfica (sem oposio), ininterrupta e exercida comanimus domini (posse qualificada) pelo prazo de cinco anos, utilizao do imvel para moradia (funosocial), rea superior a duzentos e cinquenta metros quadrados seja ela originariamente edificada ouno, porm deve ter algum tipo de edificao feita pelos invasores para estabelecer sua morada,impossibilidade da diviso dos terrenos ocupados por cada possuidor, presunojuris et de jure de boa-f e justo ttulo, imvel objeto da usucapio no pode ser pblica e sentena judicial declaratria daaquisio do domnio por usucapio que atribuir igual frao ideal do imvel a cada possuidor.

    O possuidor s ter legitimidade para propor a usucapio especial urbana a partir de 5 de outubro de1.993, data em que completam 5 anos de vigncia da Constituio Federal.

    O direito de usucapio, previsto nesta norma, no ser reconhecido mais de uma vez ao mesmopossuidor, pouco importando o estado civil dos possuidores, homem ou mulher.

    O condomnio especial constitudo indivisvel, no sendo passvel de extino, salvo deliberao pordois teros dos condminos, no caso de execuo de urbanizao posterior constituio docondomnio.

    As deliberaes relativas administrao do condomnio especial sero tomadas por maioria de votos,obrigando os demais, discordantes ou ausentes.

    Em norma inspirada no art. 923 do CPC, que veda a propositura de ao de reconhecimento do domniona pendncia do processo possessrio, o art. 11 do Estatuto da Cidade manda sobrestar quaisquer outrasaes petitrias ou possessrias que venham a ser propostas relativamente ao imvel usucapiendo.Naturalmente at deciso final do pedido de usucapio coletivo. O art. 12 indica os legitimados propositura da ao de usucapio especial, entre eles os possuidores em estado de composse e, comosubstituto processual, a associao de moradores da comunidade, regularmente constituda, compersonalidade jurdica, desde que explicitamente autorizada pelos representados. Na ao obrigatriaa interveno do Ministrio Pblico, tendo o autor os benefcios da justia gratuita, inclusive perante oregistro de imveis. O rito o sumrio (art.14). O art. 13 da lei em causa expresso, ainda, que ausucapio especial de imvel urbano poder ser invocada como matria de defesa, valendo a sentenaque a reconhecer como titulo para registro no cartrio de registro de imveis.

    As normas constantes do Estatuto da Cidade, por si ss, comportariam uma palestra especfica pelasinovaes que encerraram, sendo certo, contudo, que vm ao encontro de justas aspiraes sociais decomunidades que passaram a ocupar com nimo definitivo reas na zona urbana, com centenas defamlias e, decorrido algum tempo, so ameaadas de desocupao com todo o rol de problemas que

    isso pode acarretar.

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    O objetivo principal da usucapio urbana a regularizao dos imveis com rea de mais 250m,ocupados sem ttulo, nas favelas e conjuntos residenciais invadidos, com o cunho de gerar moradia aoscidados. Assim, as reas urbanas com mais de 250m, ocupadas por populao de baixa renda para suamoradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposio, onde no for possvel identificar osterrenos ocupados por cada possuidor, so susceptveis de serem usucapidas coletivamente, desde queos possuidores no sejam proprietrios de outro imvel urbano ou rural.

    Estatuto da Cidade Lei 10.257.

    Da Usucapio Especial de Imvel Urbano

    Art. 10. As reas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados, ocupadas por populaode baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposio, onde no for

    possvel identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, so susceptveis de serem usucapidascoletivamente, desde que os possuidores no sejam proprietrios de outro imvel urbano ou rural.

    1 O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este art., acrescentar sua posse deseu antecessor, contanto que ambas sejam contnuas.

    2 A usucapio especial coletiva de imvel urbano ser declarada pelo juiz, mediante sentena, a qualservir de ttulo para registro no cartrio de registro de imveis.

    3 Na sentena, o juiz atribuir igual frao ideal de terreno a cada possuidor, independentemente dadimenso do terreno que cada um ocupe, salvo hiptese de acordo escrito entre os condminos,estabelecendo fraes ideais diferenciadas.

    4 O condomnio especial constitudo indivisvel, no sendo passvel de extino, salvo deliberaofavorvel tomada por, no mnimo, dois teros dos condminos, no caso de execuo de urbanizaoposterior constituio do condomnio.

    5 As deliberaes relativas administrao do condomnio especial sero tomadas por maioria devotos dos condminos presentes, obrigando tambm os demais, discordantes ou ausentes.

    Art. 11. Na pendncia da ao de usucapio especial urbana, ficaro sobrestadas quaisquer outrasaes, petitrias ou possessrias, que venham a ser propostas relativamente ao imvel usucapiendo.

    Art. 12. So partes legtimas para a propositura da ao de usucapio especial urbana:

    I o possuidor, isoladamente ou em litisconsrcio originrio ou superveniente;

    II os possuidores, em estado de composse;

    III como substituto processual, a associao de moradores da comunidade, regularmente constituda,com personalidade jurdica, desde que explicitamente autorizada pelos representados.

    1 Na ao de usucapio especial urbana obrigatria a interveno do Ministrio Pblico.

    2 O autor ter os benefcios da justia e da assistncia judiciria gratuita, inclusive perante ocartrio de registro de imveis.

    Art. 13. A usucapio especial de imvel urbano poder ser invocada como matria de defesa, valendo asentena que a reconhecer como ttulo para registro no cartrio de registro de imveis.

    Art. 14. Na ao judicial de usucapio especial de imvel urbano, o rito processual a ser observado osumrio.

    O Estatuto da Cidade ainda prev a possibilidade de ocorrncia da usucapio individual quando o sujeitopossuir como sua rea ou edificao urbana de at duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco

    anos, ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua famlia, adquirir-lhe-o domnio, desde que no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural. O ttulo de domnio ser

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    conferido ao homem ou mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. O direito de quetrata o artigo no ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Para os efeitos, o herdeirolegtimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que j resida no imvel porocasio da abertura da sucesso (art. 9). Diante disto, Carlos Roberto Gonalves[77]esclarece que noh conflito entre o art. 1.240, do CC e o do art. 9, do Estatuto da Cidade, pois a diferena reside nofato que no Cdigo Civil s pode ocorrer a usucapio de rea urbana, j o estatuto prev a usucapio derea edificada urbana, pois seria possvel apenas a aquisio da rea ou da edificao em separado,

    como no caso do direito de superfcie. Contudo, entendo que no qualquer distino de entre a normado Cdigo Civil e o Estatuto da Cidade, no que se refere a usucapio especial urbana, pois o Enunciadon 85, da 1 Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho Federal de Justia, prev que paraefeitos do art. 1.240, caput, do novo Cdigo Civil, entende-se por "rea urbana" o imvel edificado ouno, inclusive unidades autnomas vinculadas a condomnios edilcios.[78]

    3.3) Usucapio Especial Rural [79]

    Modalidade de usucapio prevista na Carta Magna e recepcionada pelo CC de 2002 em seu art. 1.239.Tambm conhecido como usucapioprolabore e usucapio especial rural.

    Aquele que no sendo proprietrio de imvel rural ou urbano, possuir como sua, ininterruptamente esem oposio, por cinco anos, rea de terra em zona rural no superior a cinquenta hectares e torn-la

    produtiva por seu trabalho ou de sua famlia, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe a propriedade.

    - Posse mansa, pacfica e contnua, exercida com animus domini (posse qualificada);

    - Decurso de tempo de 5 anos.

    - O objeto dever ser rea de terra em zona rural no superior a 50 hectares (o da Lei n 6.969/81 prev25 hectares);

    Para dirimir a dvida no que se refere ao tamanho da rea que pode ser usucapida o Conselho Federalde Justia na 4 Jornada de Direito Civil editou o Enunciado n 308, prevendo que observado o tetoconstitucional, a fixao da rea mxima para fins de usucapio especial rural levar em considerao omdulo rural e a atividade agrria regionalizada.[80]

    - No poder ser proprietrio de imvel rural ou urbano;

    - Ter na gleba a sua moradia;

    - Ter de haver tornado a terra produtiva por seu trabalho ou de sua famlia.

    - Sentena declaratria de aquisio do domnio que dever ser levada ao registro imobilirio paratranscrio (a sentena, neste caso, apenas confirma a situao ftica anterior, quando o usucapiente jera o proprietrio). A usucapio agrria tem sentido de aquisio de propriedade rural atravs dadinmica inserida no trato da terra, cuja noo est prxima dos princpios e normas propulsoras quealimentam o direito agrrio.

    4) DA AO DE USUCAPIO DE TERRAS PARTICULARES

    O CPC prev a ao de usucapio de bens imveis nos art.s 941 a 945, do Livro IV (procedimentosespeciais). O procedimento da usucapiopro labore tem tratamento especializado previsto na Lei6.969/81, o mesmo ocorrendo com a usucapio especial de imveis urbanos, regulamentada pela Lei10.257 de julho de 2001.[81]

    A simples leitura do art. 941 j se verifica que a natureza jurdica da tutela jurisdicional pleiteada naao de usucapio declaratria.

    Art. 941 Compete a ao de usucapio ao possuidor para que se lhe declare, nos termos da lei, odomnio do imvel ou a servido predial.

    Art. 942 O autor, expondo na petio inicial o fundamento do pedido e juntando planta do imvel,requerer a citao daquele em cujo nome estiver registrado o imvel usucapiendo, bem como dos

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    confinantes e, por edital, dos rus em lugar incerto e dos eventuais interessados, observando quanto aoprazo o disposto no inciso IV do art. 232.

    Art. 943 Sero intimados por via postal, para manifestarem interesse na causa, os representantes daFazenda Pblica da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios.

    Art. 944 Intervir obrigatoriamente em todos os atos do processo o Ministrio Pblico.

    Art. 945 A sentena que julgar procedente a ao, ser transcrita, mediante mandado, no registro deimveis, satisfeitas as obrigaes fiscais.

    A ao de usucapio no tem como finalidade constituir um direito para o autor. Na verdade, adquire-se o domnio do bem pela usucapio, uma vez preenchidos os requisitos legais ligados posse adusucapionem e transcorrido o lapso temporal exigido pela lei.

    A sentena proferida na ao de usucapio apenas reconhece, com fora de coisa julgada, o domniopreexistente do autor sobre o bem objeto da prescrio aquisitiva. A transcrio da sentena deusucapio no registro de imveis, portanto, no transfere a propriedade ao usucapiente, como ocorre natranscrio de ttulo decorrente de negcio jurdico inter vivos; ela apenas d publicidadeao atojudicial declaratrio.[82]

    4.1) SUJEITO ATIVO

    Opossuidor com posse ad usucapionem pode ajuizar ao declaratria, regulada pelos arts. 941 a 945do CPC, sob o ttulo de ao de usucapio de terras particulares. Podem adquirir a usucapio s pessoasde direito pblico e as de direito privado, desde que observadas as particularidades de cada modalidadede usucapio.

    A posse atual no requisito para a usucapio. Se o autor da ao de usucapio possui o imvel comoseu pelo tempo legal, pode adquirir a propriedade pela usucapio, ainda que no tenha posse atual, nosendo carecedor da ao. Passando o prazo da prescrio aquisitiva o possuidor j dono. Tanto verdade que pode alegar usucapio em defesa, quando demandado em ao de reivindicatria[83]e,caso ajuze ao de usucapio, a sentena ter eficcia jurdica preexistente.[84]

    O art. 10 do CPC dispe que: o cnjuge somente necessitar do consentimento do outro para proporaes que versem somente sobre direitos imobilirios.

    1 Ambos os cnjuges sero necessariamente citados para as aes:

    I- Que versem sobre direitos reais imobilirios; ()

    2 Nas aes possessrias, a participao do cnjuge do autor ou do ru somente indispensvel noscaos de composse ou de ato por ambos praticados.

    Algumas pessoas no podem adquirir aposse ad usucapionem:

    a) o Condmino, na opinio de Caio Mrio da Silva Pereira[85]no pode adquirir esta posse adusucapionem por lhe parecer que no lcito a um condmino excluir a posse dos demais, mostrando-se incompatvel com esta modalidade aquisitiva a condio condominial. Entretanto, a jurisprudncia edemais doutrina tem o entendimento diferenciado, possvel o reconhecimento de usucapio em favorde um condmino contra outro quando o condomnio deixa de existir pela posse exclusiva, exteriorizadapor um dos possuidores sobre o imvel,animo domini, e, pois, a impedir a composse dos demais. Em talhiptese, a comunho de direito cede passo comunho de fato e com isto passa a ter livre curso aprescrio ad usucapionem[86].

    b) O incapaz: se for o relativamente ele poder usucapir, pois tem capacidade para praticar certos atosda vida civil. No entanto, o absolutamente incapaz no tem nenhuma vontade, desta maneira lhe faltao animus domini,ou seja, a inteno de ser dono de algo.

    Jurisprudncia:

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  • 7/31/2019 Aquisio pela usucapio

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    1) Composse. A composse no gera a aquisio do domnio pelo usucapio. Havendo conscincia dopossuidor quando ao estado da comunho da gleba por ele possuda, no corre usucapio ordinriocontra os demais condminos, enquanto indivisa a coisa.[87]

    2) Composse. A usucapio na composse possvel desde que o co-proprietrio da coisa em comumexercite a posse pro suo, e com exclusividade. A usucapio extraordinria em favor condmino contraoutro possvel, sempre que tenha exclusividade de uma posse localizada.[88]

    3) Civil. Usucapio declarada em favor de condmino. Reflexos na ao ordinria proposta por outrocondmino contra terceiro em razo da mesma rea. O usucapio de parte certa e determinada decondomnio tem o efeito de, nesta medida, individuar a rea desapossada como propriedade exclusiva;

    j no subsistindo o condomnio, cessa a incidncia do artigo 623 do Cdigo Civil. Recurso especial noconhecido.[89]

    4.2) O FORO

    O foro competente para processar e julgar ao de usucapio o local do imvel. Trata-se decompetncia funcional, absoluta, que no pode ser derrogada nem modificada, por conveno daspartes. A presena da Unio ou de qualquer de seus entes, na ao de usucapio especial, no afasta acompetncia do foro da situao do imvel.[90]

    A petio dever ser clara e precisar o imvel na ao, devendo incluir a planta do imvel efundamentar o pedido, dever haver a interveno do Ministrio Pblico, pois a falta de participaoefetiva acarreta nulidade do processo[91