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SIC CLÍNICA CIRÚRGICA CIRURGIA VASCULAR

AR L SCU - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Artérias vertebrais ..... 53 Resumo ... ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação da resposta ocular,

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Autoria e colaboração

CIRURGIA VASCULARLuciana RagazzoGraduada pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Especialista em Cirurgia Geral e em Cirurgia Vascular pelo Hos-pital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), onde foi preceptora da disciplina de Cirurgia Vascular. Atualmente, médica assistente do Instituto de Câncer do Estado de São Paulo.

Allison Roxo FernandesGraduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA). Residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia Vascular pelo Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (HSPM-SP).

Assessoria didáticaJoão Ricardo Tognini

Atualização 2017Luciana Ragazzo

Apresentação

Os desafios da Medicina a serem vencidos por quem se decide pela área são tantos e tão diversos que é impossível tanto determiná-los quanto mensurá-los. O período de aulas práticas e de horas em plantões de vários blocos é apenas um dos antecedentes do que o estudante virá a enfrentar em pouco tempo, como a maratona da escolha por uma especialização e do ingresso em um programa de Residência Médica reconhecido, o que exigirá dele um preparo intenso, minucioso e objetivo.

Trata-se do contexto em que foi pensada e desenvolvida a Coleção SIC Principais Temas para Provas, cujo material didático, preparado por profis-sionais das mais diversas especialidades médicas, traz capítulos com inte-rações como vídeos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamen-tos, temas frequentes em provas e outros destaques. As questões ao final, todas comen tadas, proporcionam a interpretação mais segura possível de cada resposta e reforçam o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa.

Um excelente estudo!

Índice

CIRURGIA VASCULAR

Capítulo 1 - Obstrução arterial aguda .......... 171. Introdução ...................................................................182. Fisiopatologia .............................................................183. Classifi cação ..............................................................204. Etiopatogenia .............................................................215. Diagnóstico diferencial ........................................... 266. Síndrome da reperfusão ....................................... 26Resumo ............................................................................ 29

Capítulo 2 - Obstrução arterial crônica de MMII .....................................................................311. Introdução ...................................................................322. Epidemiologia.............................................................323. Fatores de risco .........................................................324. História natural .........................................................325. Mecanismo fi siopatológico ....................................336. Aspectos fi siológicos ...............................................337. Quadro clínico ............................................................ 348. Diagnóstico .................................................................359. Classifi cações .............................................................3710. Tratamento clínico ..................................................3711. Tratamento cirúrgico .............................................40Resumo ............................................................................44

Capítulo 3 - Doença cerebrovascular extracraniana ................................................... 451. Introdução .................................................................. 462. Etiopatogenia ............................................................ 463. Quadro clínico ........................................................... 464. Diagnóstico .................................................................475. Tratamento ................................................................ 496. Artérias vertebrais ...................................................53Resumo ............................................................................ 54

Capítulo 4 - Insufi ciência venosa crônica .....551. Introdução .................................................................. 562. Fisiopatologia e história natural ......................... 593. Quadro clínico ..........................................................60

4. Classifi cação ..............................................................605. Diagnóstico ................................................................ 616. Complicações ............................................................ 627. Tratamento ................................................................. 63Resumo ............................................................................ 65

Capítulo 5 - Aneurismas ..................................671. Aneurisma de aorta abdominal ........................... 682. Aneurismas da artéria ilíaca ..................................763. Aneurismas toracoabdominais .............................774. Dissecção de aorta .................................................. 785. Aneurismas periféricos .......................................... 826. Aneurismas viscerais .............................................. 83Resumo ............................................................................ 85

Capítulo 6 - Trombose venosa profunda .... 871. Introdução ..................................................................882. Fisiopatologia ............................................................883. Fatores de risco ........................................................ 894. Quadro clínico ...........................................................905. Diagnóstico diferencial ...........................................916. Métodos diagnósticos ........................................... 927. Tratamento ................................................................. 928. Recorrência e sequelas ...........................................97Resumo .............................................................................97

Questões:Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil.

Anote:O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

QuestõesCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospitalterciário com intubação traqueal pelo rebaixamento donível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais dechoque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloideaté a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC =140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem:raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografiaFAST revela grande quantidade de líquido abdominal. Amelhor forma de tratar o choque desse paciente é:a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensãopermissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomiab) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias eencaminhar para laparotomiac) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensãopermissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias eplasma fresco congelado e encaminhar para laparotomiad) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão depapa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala deGlasgow, que leva em conta:a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e respostamotorab) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundosc) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundosd) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilasb) verificar a pressão arterialc) puncionar veia calibrosad) assegurar boa via aéreae) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG4. Um homem de 56 anos é internado no serviço deemergência após sofrer queda de uma escada. Ele estáinconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração emovimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, estácom os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, eproduz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricase fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma deGlasgow é:a) 6b) 7c) 8d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e emtoda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissionalde saúde que o atende deve ser:a) aplicar morfinab) promover uma boa hidrataçãoc) perguntar o nomed) lavar a facee) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionadopara o atendimento de um acidente automobilístico.Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criançade 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extensono crânio, após choque frontal com um carro. A criançaestá com respiração irregular e ECG (Escala de Coma deGlasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

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Comentários:Além do gabarito o�cial divulgado pela instituição, nosso

corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo

contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

ComentáriosCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado, ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode serotimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em con-ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação daresposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliaçãodo reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial dopolitraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aéreadefinitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgowestá resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4

Ao estímulo verbal 3

Ao estímulo doloroso 2

Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5

Confuso 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6

Localização da dor 5

Flexão normal (retirada) 4

Flexão anormal (decor-ticação) 3

Extensão (descerebração) 2

Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmicade vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a ser tomada. Emcaso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois éum tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistemanervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. Éusado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas peloATLS®, a melhor sequência seria:A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar ainfusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tóraxesteja normal.D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação ea pressão arterial.E: manter o paciente aquecido.Logo, a melhor alternativa é a “c”.Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®,está descrito na alternativa “a”. Consiste na contençãoprecoce do sangramento, em uma reposição menosagressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempregarantir uma via aérea pérvia com proteção da colunacervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e garan-

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Doença cerebrovascular extracraniana

Luciana Ragazzo

Neste capítulo, será abordada a doença cerebrovascular extracraniana, cuja etiologia principal é a aterosclerose na bifurcação carotídea, nas artérias carótidas comuns, na artéria subclávia e vertebral, e corresponde à prin-cipal causa de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Ataque Isquêmico Transitório (AIT). O quadro clínico de insufi ciência cerebrovascular envolve amaurose fugaz homolateral, hemianopsia homolateral, cefaleia, sono-lência, deterioração mental, sensação de fraqueza e cansaço, hemiparesia e hemiplegia e défi cit sensi-tivo em hemicorpo, sendo o tratamento baseado no grau de estenose da bifurcação carotídea. Se estenose <50%, a melhor opção será o tratamento clínico, com controle dos fatores de risco (hipertensão, obesidade, fumo e hiperlipidemia) e utilização de antiagregante plaquetário (ácido acetilsalicílico, clopidogrel). Entre os pacientes sintomáticos, todos com estenoses acima de 50% em território compatível com os sintomas deverão ser submetidos a procedimento cirúrgico. Sendo assim, pacientes com estenoses de 50 a 69% que forem sintomáticos têm indicação cirúrgica. No caso de estenoses >70%, em todos os pacientes, sin-tomáticos ou assintomáticos, o tratamento mais adequado é o cirúrgico.

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sic cirurgia vascular46

1. IntroduçãoA insuficiência vascular cerebral é a 3ª causa de óbito na população, a 2ª causa de óbito entre as moléstias cardiovasculares e a principal causa de óbito de origem neurológica. A incidência de Acidente Vascu-lar Cerebral (AVC) é de 150 para cada 100.000 habitantes por ano nos Estados Unidos. Além de ser importante causa de óbito, a disfunção decorrente do infarto cerebral é um fator socioeconômico relevante.

2. EtiopatogeniaO fluxo sanguíneo cerebral corresponde a 20% do débito cardíaco. A vascularização encefálica apresenta um mecanismo de autorregulação que implica proteção à instalação de isquemia. Quando há alguma re-gião isquêmica, pequenos ramos arteriais formam a circulação colate-ral, podendo haver recuperação total ou parcial do trofismo do tecido nervoso.

DicaA aterosclerose é a causa

mais frequente de AVC e AIT em pacientes

com lesões das artérias extracranianas.

ImportanteNa sua localização extra-

craniana, o ponto mais frequentemente acome-tido pela aterosclerose é

a bifurcação carotídea, seguida das artérias ca-rótida comum, subclávia

e vertebral.

A isquemia cerebral decorre não só do estreitamento provocado pela placa arteriosclerótica, mas também de alterações dentro dela, princi-palmente as hemorrágicas (acidente intraplaca). A microembolização de fragmentos da placa aterosclerótica ou de trombos murais das arté-rias carótidas é muito comum e é mais frequente na retina e no territó-rio da artéria carótida interna (Tabela 1).

Tabela 1 - Causas de insuficiência vascular cerebral

- Arteriosclerose;

- Arterite de Takayasu;

- Displasia fibromuscular;

- Aneurisma;

- Dissecção;

- Acotovelamento da artéria carótida;

- Embolia de origem cardíaca;

- Tumores do pescoço;

- Radioterapia.

3. Quadro clínicoA insuficiência cerebrovascular causada pela doença carotídea leva a manifestações neurológicas por alterações isquêmicas nas artérias da retina, dos hemisférios cerebrais e de seus respectivos lobos (frontal, parietal, occipital e temporal). As repercussões sensitivas e motoras são em hemicorpo contralateral à lesão, e a sintomatologia pode ser maior ou menor, de acordo com o território acometido.

Quadro clínicoO quadro clínico da insu-ficiência cerebrovascular

envolve amaurose fugaz homolateral, hemianopsia

homolateral cefaleia, sonolência, deterioração

mental, sensação de fraqueza e cansaço,

hemiparesia e hemiplegia e déficit sensitivo em

hemicorpo contralateral.

As manifestações clínicas podem variar de episódios de ligeira disfunção cerebral com rápida recuperação a quadros de acentuado comprometi-mento cerebral, que deixam sequelas definitivas ou culminam em óbito.

Considerando o período de duração dos sintomas, o tempo de demora para o estabelecimento definitivo do quadro clínico e a recuperação, é possível classificar os quadros clínicos em:

Aneurismas

Luciana Ragazzo

Neste capítulo, serão abordados os aneurismas mais frequentes, sendo os abdominais e os toracoabdominais os mais comuns na prática diária e nos concursos. Os aneurismas arteriais são dilatações localizadas e perma-nentes de uma artéria com, pelo menos, 50% de aumento do diâmetro, em comparação com o esperado para aquela artéria, podendo ser saculares, fusiformes e dissecan-tes com base na forma e classifi cados, de acordo com a etiologia, em: degenerativos, infl amatórios, infecciosos e congênitos. Os fatores de risco para o desenvolvi-mento de aneurisma incluem homens >55 anos, história familiar, presença de doenças coronarianas prévias e ser portador de doença pulmonar obstrutiva crônica. O diagnóstico é feito com base no quadro clínico (nos casos sintomáticos), com massa abdominal pulsátil e por meio de exames de imagem como ultrassonografi a e tomografi a, sendo indicado tratamento clínico quando o diâmetro está entre 3 e 5cm, e o tratamento cirúrgico quando o diâmetro é superior a 5cm. O tipo de cirurgia (aberta ou endovascular) a ser realizada vai depender da idade e das condições clínicas do paciente.

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sic cirurgia vascular68

1. Aneurisma de aorta abdominal

A - IntroduçãoA 1ª descrição de Aneurisma de Aorta Abdominal (AAA) foi feita por Vesalius, no século XVI. Matas foi quem primeiramente realizou a en-doaneurismorrafia, reparo definitivo de um aneurisma de aorta. Blake-more e Voorhees, em 1954, publicaram uma série de 17 casos corrigidos utilizando prótese. Parodi, em 1991, foi o pioneiro na descrição da cor-reção intravascular do AAA.

DicaOs aneurismas arteriais

são dilatações localizadas e permanentes de uma

artéria com, pelo menos, 50% de aumento do

diâmetro, em comparação com o esperado para

aquela artéria.

A ectasia refere-se ao aumento do diâmetro arterial em até 50% e di-fere da arteriomegalia, pois esta é um alargamento difuso, ou seja, não é focal e envolve vários segmentos da artéria.

O calibre normal da aorta pode ser avaliado por métodos diferentes, oferecendo resultados variados. Por arteriografia, Maloney evidenciou, em 1995, um calibre de 18,7mm abaixo das artérias renais, enquanto da Silva encontrou, em 1997, valores de 15,1 a 18,1mm em dissecção de cadáveres.

Na prática, pode-se definir aneurisma quando: - Aorta abdominal: diâmetro transverso >3cm; - Ilíaca comum: diâmetro transverso >1,8cm.

Quanto à forma, os aneurismas apresentam-se como: - Saculares: desenvolvem-se quando há fraqueza focal em porção da parede arterial, resultando em dilatação assimétrica; - Fusiformes: com dilatação difusa para todas as direções de um segmento arterial, são o tipo mais comum e afetam todas as camadas da parede arterial; - Dissecantes: decorrentes da ruptura da camada interna da artéria; o sangue está entre as outras camadas, com consequentes abaula-mento e dilatação arterial.

Figura 1 - Tipos de aneurismas

O AAA afeta principalmente a população >55 anos e é de 2 a 6 vezes mais comum nos homens do que nas mulheres. A incidência varia en-tre 2 e 5%, além de ser a 15ª causa de morte geral nos Estados Unidos e a 10ª causa de morte entre homens acima de 55 anos. Em média, são

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QUESTÕES

CIRURGIA VASCULAR

Cap. 1 - Obstrução arterial aguda ...............................189

Cap. 2 - Obstrução arterial crônica de MMII ............191

Cap. 3 - Doença cerebrovascular extracraniana ......193

Cap. 4 - Insufi ciência venosa crônica .........................194

Cap. 5 - Aneurismas ........................................................ 195

Cap. 6 - Trombose venosa profunda ........................200

Outros temas .................................................................... 203

COMENTÁRIOS

CIRURGIA VASCULAR

Cap. 1 - Obstrução arterial aguda .............................. 225

Cap. 2 - Obstrução arterial crônica de MMII .......... 226

Cap. 3 - Doença cerebrovascular extracraniana .....228

Cap. 4 - Insufi ciência venosa crônica ........................ 229

Cap. 5 - Aneurismas .......................................................230

Cap. 6 - Trombose venosa profunda ........................ 234

Outros temas .....................................................................237

Índice

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esQuestõesCirurgia Vascular

Obstrução arterial aguda

2016 - UNIFESP1. Um paciente com cardiopatia dilatada referiu dor súbi-ta no membro inferior direito há 3 horas da internação enegava antecedente de claudicação. Ao exame, constata-ram-se ausência de pulsos no membro inferior direito epulsos normais nos demais membros. Qual é a hipótesediagnóstica mais provável e qual é a melhor conduta?a) embolia arterial aguda; cirurgia com cateter de Fo-

gartyb) embolia arterial aguda; arteriografi a e heparinizaçãoc) trombose arterial aguda; arteriografi a e proteção tér-

micad) trombose arterial aguda; heparinização e proteção

térmicae) trombose arterial aguda; arteriografi a e fi brinolítico

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2016 - UNICAMP 2. Uma senhora de 70 anos é trazida ao pronto atendi-mento com queixa de dor forte na perna esquerda, abai-xo do joelho, há 5 horas. Como antecedentes, citam-sehipertensão arterial sistêmica e tabagismo. Toma, diaria-mente, captopril 50mg e hidroclorotiazida 25mg. Ao exa-me físico, encontra-se em regular estado geral, corada,hidratada e afebril, com PA = 176x112mmHg, FC = 98bpme FR = 23irpm. O exame de tórax revela murmúrio vesicu-lar, diminuído globalmente; o de coração, bulhas arrítmi-cas, sem sopros; o de membro inferior esquerdo: palidez, com diminuição da temperatura, perda da sensibilidade a estímulos dolorosos no pé, não conseguindo movimentá--lo; e não há pulsos poplíteo, tibial posterior e pedioso àesquerda. Assinale a alternativa correta:a) a perda da sensibilidade e da motricidade do pé não

indica gravidadeb) após a embolectomia, é esperada a síndrome com-

partimentalc) reperfusão espontânea geralmente ocorre após 6 ho-

ras de evoluçãod) a associação de betabloqueador e cilostazol melhora

o prognóstico

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2016 - HSPE3. Quanto à oclusão arterial aguda, é incorreto afi rmarque:a) a síndrome mionefrotóxica ocorre antes da revascu-

larização e se caracteriza por acidose metabólica, hi-perpotassemia e insufi ciência renal

b) na embolia arterial, a arteriografi a mostra oclusãoarterial com sinal “da taça invertida”, rede de vasoscolaterais escassa e padrão de parede arterial normal

c) na classifi cação de Rutherford para oclusão arterialaguda, o membro isquêmico grau III tem indicação deamputação primária

d) a fasciotomia é indicada para tratar a síndrome com-partimental após a revascularização

e) o acidente intraplaca é uma das causas mais frequen-tes de trombose arterial aguda

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2016 - SANTA CASA-BH4. Sobre a oclusão arterial aguda, assinale a alternativaincorreta:a) as manifestações sensitivas e motoras aparecem

quase imediatamente após a oclusão agudab) o comprometimento da pele e o tecido subcutâneo

refl etem a irreversibilidade do quadro e a provávelperda do membro

c) a heparinização sistêmica deve ser iniciada precoce-mente para impedir a progressão da doença

d) o uso de vasodilatadores está bem estabelecido nasoclusões arteriais agudas

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2015 - FMUSP-RP5. Uma mulher de 58 anos, atendida em unidade hospita-lar de urgência e emergência, com dor de início súbito no membro inferior esquerdo associada a cianose não fi xa,frialdade, parestesia e difi culdade de movimentação há4 horas, ao exame apresentava ritmo cardíaco irregular, PA = 140x90mmHg e FC = 100bpm. Pulsos periféricossão ausentes à palpação desde a região femoral nessaextremidade. Além disso, observam-se membro inferior contralateral com perfusão normal e pulsos periféricosamplos. Qual é a conduta diante desse caso?a) arteriografi a de membro inferior esquerdo para me-

lhor planejamento cirúrgico

ComentáriosCirurgia Vascular

Obstrução arterial aguda

Questão 1. Analisando as alternativas:a) Correta. O paciente apresenta dor súbita no membro,com todos os pulsos presentes no membro contralateral e cardiopatia. Trata-se de provável quadro de oclusãoarterial aguda de origem embólica cardiogênica, e o tra-tamento mais adequado é cirurgia com embolectomiacom cateter de Fogarty.b) Incorreta. Há necessidade de embolectomia com ca-teter de Fogarty.c), d) e e) Incorretas. O quadro sugere origem embólicacardiogênica, e não quadro de trombose arterial.Gabarito = A

Questão 2. Analisando as alternativas:a) Incorreta. A alteração neurológica demonstra quadroavançado de isquemia com grandes chances de perda domembro.b) Correta. O quadro de isquemia já avançado indicagrande probabilidade de evoluir para síndrome compar-timental após a reperfusão. Sendo assim, a fasciotomiadeve ser realizada após a reperfusão.c) Incorreta. Não há reperfusão espontânea.d) Incorreta. A paciente deve ser operada em caráteremergencial para melhorar o prognóstico.Gabarito = B

Questão 3. Analisando as alternativas:a) Incorreta. A síndrome descrita com seus achadosacontece após a revascularização, em decorrência dasíndrome de reperfusão tecidual.b) Correta.c) Correta. Trata-se de um membro com isquemia gravee irreversível, cianose fi xa, lesão nervosa motora e sen-sitiva, sendo a amputação primária a indicação cirúrgica.d) Correta. Após a revascularização, há edema com au-mento da pressão dos compartimentos musculares. As-sim, a fasciotomia previne lesões isquêmicas causadaspela síndrome compartimental.e) Correta. Além da embolia, a trombose de placa ateros-clerótica é uma das maiores causas de oclusões agudasde membro.Gabarito = A

Questão 4. Analisando as alternativas:a) Correta. As manifestações começam a aparecer emalguns minutos a algumas horas, a sensitiva antes damotora na maioria dos casos.b) Correta. Quando o membro se encontra com cianosefi xa, o grau de isquemia e comprometimento dos tecidos é alto e irreversível, sendo, muitas vezes, a amputaçãoprimária a única opção de tratamento.c) Correta. A heparinização impede tromboses secundá-rias com piora do quadro.d) Incorreta. Não há benefício no uso de vasodilatadoresnas OAAs.Gabarito = D

Questão 5. Analisando as alternativas:a) Incorreta. Não há necessidade de exames complemen-tares para diagnóstico e conduta.b) Correta. Trata-se de uma oclusão arterial aguda, odiagnóstico é clínico, sem necessidade de exames com-plementares e com indicação cirúrgica de emergência.c) Incorreta. Sem necessidade de exames complementa-res para diagnóstico e conduta.d) Incorreta. Não há necessidade de trombólise sistêmi-ca, além de haver contraindicações para o seu uso (quedevem ser avaliadas na paciente). Trombólise local podeser um procedimento aventado, mas no caso apresenta-do a embolectomia estaria mais indicada.Gabarito = B

Questão 6. Analisando as alternativas:a) Incorreta. O paciente apresenta sinais clássicos deobstrução aguda e tem necessidade cirúrgica.b) Correta. O diagnóstico é de oclusão arterial aguda clás-sica em paciente com dor súbita em membro, descom-pensação do membro com sinais de isquemia e ausênciade pulso com presença de pulso contralateral, além depulso irregular. O diagnóstico é clínico, sem necessidadede outros exames complementares, e a conduta é cirúr-gica, com tromboembolectomia com cateter de Fogarty.c) Incorreta. Não há edema do membro nem outros si-nais sugestivos de trombose venosa profunda complica-da com fl egmasia cerúlea alba.d) Incorreta. O paciente tem indicação cirúrgica de ur-gência.Gabarito = B

Questão 7. Analisando as alternativas:a) Incorreta. Não há dados que sugerem que o pacienteapresente doença aterosclerótica periférica para a hi-

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