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Arca dos Contos Espaço Palavr a- chave Personagens animais Personage ns Humanas Ações Caracterizaç ão Object o Mágico Reino Longinco Segred o Coelho Cavaleiro Ousad o Perigoso Chapéu Lá no fundo, bem lá no fundo havia reino, um reino longinco, um reino secreto, onde a sua entrada era restrita, e só um e apenas um o podia alcançar, esse era eu, cavaleiro, herdeiro da liberdade, para mim a liberdade era vento, era sentimento, era sentir o cheiro, era galopar onde nunca galopei, era conhecer o que nunca conheci, descobrir o in descoberto. Estava eu a caminho do reino, e de repente parei para descansar, a cor predominante era o verde das arvores, o verde das aves que me sobrevoavam, o verde da magia que eu sentia, o verde natural imortal, um verde escuro e ao mesmo tempo claro, era verde e apenas verde. No chão havia um castanho, castanho sentido, um castanho forte, o castanho que suportava o verde, um castanho incrivelmente castanho. Ao fundo abria-se uma faixa de luz que vinha do azul escuro e claro, essa que reflectia numa rocha, agora quente, e foi aí que decidi descansar… Depois de ter descansado coloquei-me a cavalo, porque ainda tinha um longo caminho por percorrer… Passei por rios, penhascos e becos sem saídas até que me estafei e tinha que obrigatoriamente descansar, apeei. A noite estava prestes a chegar, até que chegou… O claro desapareceu, o mundo escureceu, a tempestade chegara… O vento soprava com toda as forças que tinha, os relâmpagos caiam, o claro partira, e agora o escuro permanecia, ouvia as gotas espessas a cair e o coração a partir. Agora a liberdade lidera mas é austera. O trovão caía e o coração estremecia, era

Arca dos contos

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Page 1: Arca dos contos

Arca dos Contos

Espaço Palavra-chave

Personagens animais

Personagens Humanas

Ações Caracterização Objecto Mágico

Reino Longinco

Segredo Coelho Cavaleiro Ousado Perigoso Chapéu

Lá no fundo, bem lá no fundo havia reino, um reino longinco, um reino secreto, onde a sua entrada era restrita, e só um e apenas um o podia alcançar, esse era eu, cavaleiro, herdeiro da liberdade, para mim a liberdade era vento, era sentimento, era sentir o cheiro, era galopar onde nunca galopei, era conhecer o que nunca conheci, descobrir o in descoberto.

Estava eu a caminho do reino, e de repente parei para descansar, a cor predominante era o verde das arvores, o verde das aves que me sobrevoavam, o verde da magia que eu sentia, o verde natural imortal, um verde escuro e ao mesmo tempo claro, era verde e apenas verde.

No chão havia um castanho, castanho sentido, um castanho forte, o castanho que suportava o verde, um castanho incrivelmente castanho.

Ao fundo abria-se uma faixa de luz que vinha do azul escuro e claro, essa que reflectia numa rocha, agora quente, e foi aí que decidi descansar…

Depois de ter descansado coloquei-me a cavalo, porque ainda tinha um longo caminho por percorrer…

Passei por rios, penhascos e becos sem saídas até que me estafei e tinha que obrigatoriamente descansar, apeei. A noite estava prestes a chegar, até que chegou…

O claro desapareceu, o mundo escureceu, a tempestade chegara…

O vento soprava com toda as forças que tinha, os relâmpagos caiam, o claro partira, e agora o escuro permanecia, ouvia as gotas espessas a cair e o coração a partir. Agora a liberdade lidera mas é austera. O trovão caía e o coração estremecia, era uma noite escura, muito escura…O frio ficava com frio, e precisava do quente, para se aquecer…

Eu estava numa gruta, tinha arrepios da cabeça aos pés e dos pés á cabeça…Tentava encostar-me á parede e agarrar as pernas para me aquecer. Tentava dormir, mas não conseguia, este era um daqueles momentos que nunca esqueceria. De repente um relâmpago cai mesmo á frente da gruta, por momentos o meu coração parou, e pensei que nunca mais respiraria, mas eu nem o meu corpo resistiram e desmaiei.

Quando acordei estava á beira de um coelho enorme e tudo tinha desaparecido, o cavalo, a gruta, a tempestade, o frio que precisava do quente, o mundo obscuro tinha desaparecido , a perigosidade caíra. Eu estava num mundo completamente desconhecido e ao meu lado estava um coelho maior que eu, agora as arvores eram altas e assemelhavam-se ao monte Evereste, a relva era agora uma floresta, agora tudo que era grande passou a ser pequeno e tudo que era

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escuro passou a ser claro. O coelho pegou-me por uma perna e arrastou-me…Durante o caminho, vi casas debaixo da terra, dentro de flores e algumas dentro de poças que agora pareciam rios, ali tudo parecia feliz, ali tudo tinha cor,

Mas eu parecia transparente, eles não olhavam para mim, talvez porque eu viesse doutro mundo? Talvez por eu ser diferente?

De repente o coelho parou, no meio das ervas, olhou para um lado e para outro e assim que viu que ninguém estava a observa-lo, atravessou.

A partir daí um mundo obscuro estendeu-se, o preto dominava a terra, as ervas, agora estavam queimadas, as casa de todas as cores, agora só tinham uma, o preto, o céu assemelhava-se a um fundo de um túnel ,mas este sem qualquer fundo de luz, lá em cima sobrevoavam uns pássaros escuros, com garras grandes e afiadas, as criaturas que ali habitavam, essas sim olhavam para mim, os seus olhos eram cinzentos, os seus cabelos eram oleosos e mal tratados, nos homens a barba estendia-se até ao chão, a suas bocas eram serradas. Perante os seus olhos conseguia-se ver as suas almas rasgadas, devastadoras, destruidoras, massacra doras e assoladoras.

O coelho levou-me a uma das casas, á casa de um bruxo. O bruxo ao contrario de todos os outros tinha os olhos pretos ,assim como o cabelo, e uma verruga na borda do lábio. Olhou com desdenhem para mim, como se eu fosse lixo , mas um lixo poderoso.

O coelho começou a falar com o bruxo, numa língua esquisita, não consegui, perceber nada. Pararam de falar e olharam para mim, fecharam-me numa gaiola e fiquei como um pássaro sem assas, como um peixe sem barbatanas. Mas, de onde vinha aquilo tudo, aquele mundo nunca visto, todas aquelas cores, toda aquela diferença entre dois mundo, de onde?

Avistei a chave da gaiola, mas estava muito longe, empurrei a gaiola de maneira a que ela ficasse na horizontal, e rolei até alcançar a chave. Abri a porta da gaiola e saí. Estava rodeado de poções e caldeirões de todos os tamanhos, olhos dentro de frascos de vidro, cabelos, ratazanas, vassouras, e um chapéu, aparentemente inofensivo, mas destacado de todas as outras coisas, estava numa área restrita onde dizia que quem a calca-se morreria, nesse momento ousei calcar um terreno desconhecido , o terreno da magia, quando calquei, mesmo nesse momento acordei, tudo não passava dum sonho, a tempestade voltara e eu sentira outra vez o frio que precisava do quente, da chuva espessa a cair, os relâmpagos, os relâmpagos que faziam estremecer o meu coração, e quando caiam a minha pulsação aumentava, estava outra vez com os arrepios dos pés á cabeça e da cabeça aos pés.

Não resisti e morri.