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Página 1 de 19 Área de Competências-Chave Cultura, Língua e Comunicação RECURSOS DE APOIO À EVIDENCIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM SAÚDE Recursos de apoio ao desenvolvimento do processo de RVCC, nível secundário Núcleo Gerador 3 – SAÚDE DR1 – Tema: Cuidados Básicos

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Área de Competências-Chave

Cultura, Língua e Comunicação RECURSOS DE APOIO À EVIDENCIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM SAÚDE

Recursos de apoio ao desenvolvimento do processo de RVCC, nível secundário

Núcleo Gerador 3 – SAÚDE

DR1 – Tema: Cuidados Básicos

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NG 3 – SAÚDE

Tema 1: Cuidados Básicos

COMPETÊNCIA: Interpretar e comunicar conteúdos com objetivos de prevenção na

adoção de cuidados básicos de saúde, em contexto doméstico.

Conceitos básicos de saúde

O ser humano primitivo atribuía a saúde/doença à punição ou à recompensa de entidades sobrenaturais.

Atualmente, ainda há quem associe estes conceitos a questões divinas ou sobrenaturais.

Nas civilizações antigas (grega, romana, egípcia), da aceção sobrenatural progride-se para uma aceção

natural, isto é, física. Nesta perspetiva as causas que determinam o processo de saúde/doença têm origem no

corpo; daí que, a saúde seja definida por um bem-estar físico.

A evolução científica nas diferentes áreas do conhecimento humano e a compreensão dos fenómenos

sociais e a sua influência no bem-estar das populações vieram determinar a evolução do conceito de saúde.

Pertence a Hipócrates, 460 anos antes de Cristo, a

primeira interpretação natural do binómio saúde/doença,

substituindo a causalidade divina pela causalidade física, isto

é, explica as origens da doença a partir de um desequilíbrio

entre as forças da Natureza que estão dentro e fora da

pessoa. Esta interpretação perdurou até meados do século

XVI.

Com o evoluir dos tempos, especialmente a partir do

século XVII, foram-se reconhecendo fatores ambientais como

causa de doença. É neste contexto que aparece o

conhecimento científico sobre a saúde, isto é, passou a

considerar-se que toda a doença corresponderia a uma

causa, presumivelmente à ação de um organismo já

conhecido ou a descobrir. No século XIX, com o

aperfeiçoamento das ciências bacteriológicas, identifica-se a

natureza das doenças transmissíveis.

No século XX, o conceito de saúde modificou-se e com o passar dos anos foi adquirindo um significado

mais amplo e completo.

Atualmente, as definições de saúde analisam o ser humano, não como um ser isolado, mas como um ser

social que vive em sociedade, influenciando-a e fazendo parte dela, ao mesmo tempo que recebe dela as suas

influências e dela se apropria.

Hoje em dia, a saúde é encarada como uma situação de equilíbrio entre nível físico, psíquico e

socioambiental. Mais do que prevenir a doença, importa hoje promover a saúde. A definição de saúde

preconizada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), reconhecida universalmente, considera a saúde um

completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade. Nesta

definição estão contidos diferentes fatores que se relacionam e que determinam saúde do ser humano. De

Imagem disponível em: http://caroldellamore.blogspot.pt/2012/04/vamos-ao-

primeiro-assunto-desse-blog.html

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acordo com esta definição, a saúde é compreendida como o pleno desenvolvimento das potencialidades

físicas, mentais e sociais ser humano, tendo em conta, como principais fatores, a carga genética e a procura

permanente do equilíbrio com o ambiente.

Assim sendo, a perceção de saúde já não se esgota em níveis de prevenção primária (evitar os riscos

profissionais, a doença e o acidente, ou seja, a incapacidade), secundária (tratar a doença ou reparar a

incapacidade) e terciária (atenuar os seus efeitos), mas vai mais longe, questionando como é que o

indivíduo realiza as suas potencialidades de saúde e como é que responde positivamente às exigências

(físicas, biológicas, psicológicas e sociais) de um ambiente laboral e extralaboral em constante mutação.

Saúde e Doença A saúde e a doença são conceitos definidos cultural e socialmente que têm como linha de ação o

crescente peso dos fatores sociais na determinação da saúde dos indivíduos. Neste sentido, a doença é

culturalmente construída uma vez que a forma como a percebemos e como lidámos com ela é baseada nas

nossas explicações de doença, nos sistemas de valores e nas posições sociais que ocupamos.

Ser doente implica incorporar essa mesma doença, como se a sua identidade fosse construída nesse

pressuposto. É o que se passa, por exemplo, com o toxicodependente ou com o seropositivo: ser doente

implica que todo o seu agir, todo o seu ser será em função disso e do que simbolicamente isso acarreta. Nesta

ordem de ideias, ser toxicodependente ou seropositivo implica

a construção de uma identidade baseada na ideia do que isso

representa: criminoso, vítima, mentiroso, inocente, doente, etc.

Interessa, também, em termos de conceito, fazer uma

abordagem da evolução do modelo biomédico ao modelo atual

que é o biopsicossocial, na forma como se vê a doença e o

doente. No modelo biomédico, a doença é vista como um

desvio ou um mau funcionamento da biologia do corpo. Para

este modelo, o corpo continha a doença, nunca as pessoas,

como se o corpo fosse parte separada da pessoa. Era no corpo humano que se buscava a causa de todas as

doenças, como se este fosse uma máquina que apresentava uma avaria. O corpo seria então visto e analisado

de uma forma “coisificada”; distante de qualquer ligação aos afetos ou emoções, etc.

Pode afirmar-se que este modelo de causalidade linear está em

crise e, como tal, nos últimos anos tem-se aberto espaço ao

surgimento de outros modelos, como é o caso do biopsicossocial e

do holístico. O modelo biopsicossocial preconiza a integração das

dimensões biológica, social e psicológica da pessoa. A partir deste

momento inclui-se um aspeto quase curativo que é a relação

médica/doente. Já o modelo holístico centra-se numa abordagem

global da pessoa, dando ênfase ao aspeto relacional médico/doente.

Às vezes, mesmo depois de o médico acalmar o seu paciente, de

lhe dizer que tudo irá correr bem, que pode voltar à sua vida...

mesmo assim, ele sente-se doente e incapaz de trabalhar. É neste

espaço que o modelo biomédico e tradicional se tornou insuficiente

e redutor. O processo envolve muito mais do que um tratamento biológico, cirúrgico ou físico-químico.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “toda a pessoa tem direito a um nível de saúde eficiente para assegurar a si e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica...".

Artigo 25.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos

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A doença é, então, ao mesmo tempo uma realidade social e individual e está muito perto de um

momento decisivo das nossas vidas, a morte, ou a capacidade de lhe fugir. O medo da morte é uma

preocupação nas doenças ditas mais graves mas, o

sentimento de vencer a doença faz-nos sentir um pouco

imortais ou, até, um pouco deuses. Ao contrário do que o

modelo mais clássico concebia, não é o nosso corpo que

está doente, como se fosse uma entidade separada de

nós, somos nós que estamos doentes. Então, estar

doente não é simplesmente uma situação ou experiência

biológica ou física, com efeito, estar doente é

percecionar ou experienciar o corpo no contexto da

existência individual.

Antes da pessoa doente procurar um médico começa,

desde logo, um processo de construção de significados

para a sua doença, através das alterações percebidas e

sentidas no corpo. Na presença do médico ou do terapeuta, o doente (que ainda não o é) já tem a sua história

construída sobre os sintomas e possível doença. É um discurso pontuado por momentos, emoções e sintomas

que o próprio pensa serem importantes para que o médico confirme a sua doença. O seu conceito de doença

ou saúde leva-o a fazer a seleção dos temas do seu discurso na presença do médico. O médico, por seu lado,

foi ensinado para reconfigurar ou traduzir aquilo que é apresentado pelo doente, a partir das suas teorias

médicas. É o diagnóstico que vai confirmar a doença e ao mesmo tempo confirmar o papel de doente à pessoa

que está à sua frente.

Crescimento das necessidades sociais Falar de necessidades implica, antes de mais, fazer uma breve

referência à teoria das necessidades humanas apresentada por Maslow.

A partir de uma pirâmide é possível caracterizar as necessidades do

indivíduo, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser

satisfeitas antes das necessidades superiores. As necessidades básicas

correspondem à fome, sede, sono, excreção e abrigo; as necessidades

de segurança vão desde a simples necessidade de se sentir seguro

dentro de uma casa a formas mais complexas de segurança, como um

emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida; as

necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos, tais

como pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube; as

necessidades de estima passam por duas vertentes, o reconhecimento

das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à

nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos; por

fim, as necessidades de autorrealização.

Até um passado recente, as necessidades eram formuladas pelos

serviços e a sua identificação e satisfação limitadas pelos recursos

existentes. A resposta era essencialmente traduzida na criação de

equipamentos e serviços de responsabilidade pública (ou apoiada). A

Imagem disponibilizada em: http://faceaovento.com/2015/07/16/medicina-e-

os-modelos-historicos-de-compreensao-do-processo-saude-doenca/

Disponível em:

http://www.interne.com.br/novidades/index.php?

option=com_content&view=article&id=5443:hoje-

20-de-novembro-comemora-se-o-dia-universal-da-

crianca&catid=26:saude&Itemid=3

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padronização e a escassez de respostas não permitiam a escolha dos clientes.

Atualmente, a avaliação das necessidades deverá assumir-se como o ponto de partida de um processo de

intervenção ou de elaboração de políticas sociais. Porém, é extremamente difícil a operacionalização deste

conceito, uma vez que os conteúdos do que se considera constituir uma necessidade social vêm

progressivamente orientando-se quer para a consideração de elementos de natureza não material nas

componentes da dignidade, felicidade e qualidade da vida humana, quer para a emergência de novos riscos e

problemas sociais.

As necessidades humanas não são nem desejos individuais nem estatísticas dos planeadores. Apesar de

tudo, a maioria das conceções assenta hoje no facto de que é possível, para efeitos de planeamento,

considerar as necessidades humanas como universais e objetivas.

É necessário ter presente que as necessidades sociais têm crescido substancialmente nos últimos anos

como consequência do desenvolvimento humano e das sociedades.

A nível mundial continuam a verificar-se enormes disparidades, uma vez que as condições em que as

pessoas nascem, vivem e morrem são extremamente desiguais. Há regiões no mundo em que as condições de

vida são de pobreza extrema, vivendo milhões de pessoas no limiar da sobrevivência. (contrariamente, noutras

regiões as condições de vida são mais favoráveis, tendo a maioria das pessoas acesso à satisfação das suas

necessidades básicas.

Este cenário parece contraditório com o que te foi apresentado no

início deste texto se tivermos em conta a Declaração de Alma-Ata, a

Declaração dos Direitos Humanos e a Carta de Ottawa.

As desigualdades que se verificam, quer a nível mundial quer ao nível

de cada país, refletem as injustiças sociais que se vivem. Neste sentido, é

necessário combatê-las e criar condições para uma sociedade mais justa,

equitativa e solidária. Desta forma, para se alcançar este objetivo será

necessário garantir para todos educação; nutrição apropriada, em

quantidade e qualidade; cuidados de saúde materno-infantis;

planeamento familiar; programas de vacinação para as principais doenças

infecciosas; prevenção e controlo de doenças endémicas; tratamento de

doenças/lesões comuns e fornecimento de medicamentos essenciais.

Para além disso, seria, ainda, necessária a cooperação internacional para

a minimização das disparidades mundiais apresentadas.

Os objetivos preconizados pela Organização Mundial de Saúde para o

Desenvolvimento do Milénio passam pela erradicação da extrema

pobreza e da fome; atingir o ensino básico universal; promover a

igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a

mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/sida, a

malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental;

estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento.

Saúde como direito da Humanidade

A Constituição da República Portuguesa (CRP) refere que todos têm direito à proteção da saúde e o dever de a

defender e promover (CRP - Artigo 64.0, n.º 1). O direito à proteção da saúde (cuidados preventivos, curativos

e de reabilitação) é realizado através de um Serviço Nacional de Saúde universal e geral e, tendo em conta as

condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito.

Na adolescência é frequente manifestarem-se depressão e outras perturbações do estado de espírito, o que aumenta consideravelmente o risco de suicídio; e as doenças alimentares, como a anorexia nervosa e a bulimia nervosa. A violência tornou-se a causa principal de doença e morte na adolescência. Muitos fatores, como os inerentes ao próprio desenvolvimento, a inserção em grupos, o consumo de drogas e a pobreza contribuem para aumentar o risco de violência entre adolescentes. Os acidentes, principalmente os de automóvel e de mota, são as principais causas de morte. As queimaduras, as fraturas múlti-plas e outros acidentes são a origem da elevada percentagem de lesões graves nos adolescentes.

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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e

social, e não apenas a ausência de doenças.

Hoje, existem diversas instituições de prestações de cuidados de saúde que permitem a todas as pessoas

procurar o diagnóstico e tratamento de doenças, desde instituições privadas a públicas.

São alguns exemplos: centros de saúde, hospitais, maternidades, laboratórios de análises, clínicas de saúde,

casas de saúde, termas, serviços de apoio domiciliário.

Atualmente, os cuidados primários de saúde são cuidados

essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias

cientificamente bem fundamentados, colocados ao alcance

universal de todos os indivíduos.

Os cuidados de saúde são levados o mais proximamente

possível aos lugares onde as pessoas vivem e trabalham. Os cuidados de saúde são levados 0 mais proximamente possível aos lugareonde as pessoas vivem e trabalham.

Estes serviços abrangem a prevenção primária, secundária e

terciária, ou seja, a educação para a saúde e a prevenção da

doença, o diagnóstico e tratamento e ainda a reabilitação.

Dever pessoal de promoção da saúde

A imagem corporal é a figuração do próprio corpo formada e

estruturada na mente do próprio indivíduo, ou seja, a maneira

pela qual o corpo se apresenta para si próprio. É o conjunto de

sensações cinestésicas construídas pelos sentidos (audição,

visão, tato, paladar), oriundos de experiências vivenciadas pelo

indivíduo, onde o referido cria um referencial do seu corpo, para o seu corpo e para o outro.

A higiene pessoal é de extrema importância para todas as pessoas: lavar os dentes depois de cada refeição

e antes de dormir; lavar as mãos várias vezes ao dia, especialmente antes de comer, depois de ir à casa de

banho, tomar banho, etc..

As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de proteção contra certas doenças. Mesmo quando a imunidade

não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da doença surgir.

Não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido. Em geral, é preciso receber várias doses

da mesma vacina para que esta seja eficaz. Outras vezes é também necessário fazer doses de reforço, nalguns

casos ao longo de toda a vida.

A vacinação, além da proteção pessoal, traz também benefícios para toda a comunidade, pois quando a

maior parte da população está vacinada interrompe-se a transmissão da doença. Para saber mais sobre o

Programa Nacional de Vacinação e sobre diferentes aspetos da saúde em Portugal poderá aceder ao Portal da

Saúde.

Uma prática muito comum adotada pela grande maioria da população é a automedicação. As causas para a

sua existência são inúmeras, como por exemplo a impossibilidade de uma boa parte das pessoas terem um

acesso ao atendimento médico, seja por questões financeiras, ou pelo próprio hábito de tentar solucionar os

problemas de saúde corriqueiros (ex.: tosse, dores de cabeça, constipações, etc.), tomando por base a opinião

de algum conhecido mais próximo.

O uso indiscriminado de medicamentos ocupa o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxica-

ções. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a percentagem de internamentos hospi-

talares provocados por reações adversas a medicamentos ultrapassa 10%. As crianças têm o maior risco

Toda pessoa tem direito à saúde do mais alto nível de bem-estar físico, mental e social.

. Atendimento primário de saúde, entendendo-se Gomo tal a assistência médica essencial colocada ao alcance de todas as pessoas e famílias da comunidade.

. Extensão dos benefícios dos serviços de saúde a todas as pessoas sujeitas à jurisdição do Estado.

. Total imunização contra as principais doenças infecciosas.

. Prevenção e tratamento das doenças endémicas, profissionais e de outra natureza.

. Educação da população sobre prevenção e tratamento dos problemas da saúde.

. Satisfação das necessidades de saúde dos grupos de mais alto risco e que, pela sua situação de pobreza, sejam mais vulneráveis.

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potencial de intoxicação, já que podem confundir comprimidos com alguns tipos de guloseimas e xaropes com

sumos.

O consumo inadequado de medicamentos oferece outros riscos, pois em geral estes produtos provocam

efeitos colaterais. As interações medicamentosas (combinação de medicamentos) são outro perigo para 0

organismo. Um remédio pode anular o outro ou potenciar um efeito colateral.

Desvios alimentares: obesidade, bulimia e anorexia

Todas as pessoas têm necessidade de se alimentar, mas algumas encaram essa necessidade como um ato

de prazer. Nem todos nós nos alimentamos da mesma

forma, uns comem mais, outros menos, uns engordam com

facilidade, outros não. Algumas pessoas alimentam-se de

forma excessiva, chegando ao ponto de se magoarem a si

próprias, outras restringem a sua alimentação de uma

forma abusiva.

A anorexia nervosa tem normalmente início na

adolescência. É um transtorno alimentar caracterizado por

uma dieta alimentar rigorosa e stresse físico, com o objetivo

de manter o peso corporal abaixo dos níveis médios.

Uma pessoa anorética nega estar magra, possui uma

perceção distorcida do seu próprio corpo, considerando-se

sempre “gorda”. Para manter um peso baixo, o anorético

induz o vómito, jejua, toma diuréticos e usa laxantes. A

anorexia nervosa é uma doença complexa, que envolve

fatores psicológicos, fisiológicos e sociais, e apresenta os

seguintes sintomas:

. medo de engordar

· restrição da alimentação

. perda excessiva de peso

· prática excessiva de exercício físico .

·períodos menstruais irregulares ou mesmo inexistentes

· danos intestinais causados pelo uso excessivo

· danos nos rins provocados pelo uso excessivo de

diuréticos

· anemia

· osteoporose (baixo nível de cálcio)

A bulimia nervosa é um transtorno alimentar associado à

anorexia nervosa. A pessoa bulímica tende a ingerir uma

grande quantidade de alimentos como se estivesse com

muita fome. Segue-se um período de culpa causado pelo

aumento de peso.

Para eliminar esse excesso, a pessoa bulímica vomita o

que come e faz uso excessivo de laxantes e diuréticos.

Imagem disponível em: http://gotadevidro.blogspot.pt/2011/07/comedoresas-

compulsivosas-sao-mais-as.html

Imagem disponível em:

https://disturbiosalimentares8d.wordpress.com/consequencias/

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Sintomas:

Desvios alimentares: obesidade, bulimia e anorexia

. medo de engordar

. alimentação compulsiva

. períodos menstruais irregulares

. excessivo uso de laxantes e/ou indução do vómito

A obesidade é considerada pela OMS como uma

doença, caracterizando-se pelo excesso de gordura de um

indivíduo.

É considerado normal que um indivíduo possua cerca

de 20% do seu peso de massa gorda. A massa magra

corporal é formada pelos órgãos, músculos, ossos e água

muscular, que representam cerca de 80% do peso. Uma

pessoa obesa não apresenta estas percentagens. O excesso de massa gorda está relacionado com uma

ingestão calórica mais elevada do que a queima de calorias.

A obesidade pode ter características genético-hereditárias ou ainda estar relacionada com certas doenças.

Os sintomas incluem excesso de peso, maus hábitos alimentares e dificuldade de movimentação. Entre as

causas da obesidade, podemos enumerar as facilidades da vida moderna (elevadores, escadas rolantes e auto-

móveis), os alimentos pré-cozinhados e a fast food.

As pessoas obesas estão sujeitas a patologias que as

debilitam a nível psicológico, a problemas de saúde

diversos, a alterações na sua qualidade de vida e até a

uma morte prematura.

A anorexia e a bulimia são difíceis de ser tratadas, pois

afetam os doentes a nível psicológico. O primeiro passo é

a terapia individual, a terapia em grupo e a terapia

familiar, em casos leves e moderados. Como as pessoas

que sofrem destes distúrbios alimentares negam ter

problemas, é necessário que os médicos e familiares as

motivem na sua recuperação.

É normal que as pessoas anoréticas / bulímicas tenham

recaídas. Em casos mais graves, é indicado o tratamento

hospitalar. O tratamento da obesidade pode incluir uma combinação de dieta (consulta a um nutricionista),

exercícios físicos, mudança de comportamento, algumas vezes medicação para emagrecer (conforme

indicação médica) e em casos de obesidade severa a cirurgia para redução do estômago.

Consumo de álcool, tabaco, drogas lícitas e ilícitas

Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo, como por exemplo o vinho e a

cerveja, já que dependiam exclusivamente do processo de fermentação. Com o advento do processo de

destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas,

que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Na época, este tipo de bebida passou a ser considerado

como um remédio para todas as doenças, pois "dissipava as preocupações mais rapidamente do que o vinho e

Imagem disponível em: http://comeceaemagrecer.com.br/obesidade-morbida/ Imagem disponível em:

http://comeceaemagrecer.com.br/obesidade-morbida/

Imagem disponível em: http://www.saudedicas.com.br/saude-

homem/obesidade-afeta-envelhecimento-136384

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a cerveja, além de produzir um alívio mais eficiente da dor", surgindo então a palavra whisky (do gálico

usquebaugh, que significa "água da vida").

A partir da Revolução Industrial, registou-se um

grande aumento da oferta deste tipo de bebida, o

que contribuiu para o aumento do consumo e,

consequentemente, para o aumento do número de

pessoas que passaram a apresentar algum tipo de

problema devido ao uso excessivo de álcool.

Apesar do desconhecimento por parte da maioria

das pessoas, o álcool também é considerado uma

droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso

central, provocando uma mudança no

comportamento de quem o consome, além de ter

potencial para desenvolver dependência. O álcool é

uma das poucas drogas psicotrópicas que tem o seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse

é um dos motivos pelo qual é encarado de forma diferenciada quando comparado com as demais drogas.

Contudo, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, constitui um problema. Além dos inúmeros

acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo,

dependendo da dose, frequência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como

alcoolismo. Desta forma, o consumo inadequado de álcool

é um importante problema de saúde pública,

especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando

altos custos para a sociedade e envolvendo questões

médicas, psicológicas, profissionais e familiares.

A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que

aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e

outra depressora. Nos primeiros momentos após a

ingestão de álcool, podem aparecer efeitos estimulantes

como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade

para falar). Com o passar do tempo, começam a aparecer

efeitos depressores como falta de coordenação motora,

descontrolo e sono. Quando o consumo é muito

exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo

até mesmo provocar o estado de coma.

Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma

pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade quando

comparada com uma outra pessoa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado

com a estrutura física: uma pessoa com uma estrutura física de grande porte terá, em princípio, uma maior

resistência aos efeitos do álcool.

O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como

enrubescimento da face, dor de cabeça e mal-estar geral. Estes efeitos são mais intensos em pessoas cujo

organismo tem dificuldade em metabolizar o álcool.

Imagem disponível em: http://www.fat-new-

world.com/2013/07/tabaco-e-alcool-uma-associacao-de-risco.html

Imagem disponível em: http://pt.slideshare.net/09940/drogas-tipos-efeitos-e-preveno

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O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotina tabacos, da qual é extraída uma substância chamada

nicotina. O seu uso surgiu aproximadamente no ano 1000 a.

C., nas sociedades indígenas da América Central, durante

rituais mágicos-religiosos com o objectivo de purificar,

contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos dos

guerreiros, para além de se acreditar que a mesma tinha o

poder de permitir predizer o futuro. A planta chegou ao

Brasil provavelmente pela migração de tribos tupis-

guaranis. A partir do século XVI, o seu uso foi introduzido na

Europa por Jean Nicot, diplomata francês vindo de Portugal,

após ter-lhe cicatrizado uma úlcera na perna, até então

incurável.

O cigarro, inventado ainda no século XVII, torna-se muito

popular no século XIX. No século xx tornou-se um negócio

fundamental para a economia de muitos países. A nicotina,

utilizada no fabrico dos cigarros, é um estimulante considerado uma droga viciante.

Os principais efeitos da nicotina no sistema nervoso central são: elevação leve no humor (estimulação) e

diminuição do apetite.

A nicotina produz um pequeno aumento do ritmo cardíaco, da pressão arterial, da frequência respiratória e

da atividade motora. O uso do tabaco está associado a doenças como cancros e problemas vasculares do

coração.

Ainda no que se refere às drogas elas são divididas em dois grandes grupos, segundo o critério de

legalidade: drogas lícitas e ilícitas.

As drogas lícitas são aquelas que são legais, produzidas e comercializadas livremente e que são aceites pela

sociedade, tais como o cigarro, medicamentos e álcool. É importante ressaltar que não é pelo facto de serem

legais que essas drogas são menos ameaçadoras!

Por sua vez, a cocaína, a heroína, o haxixe, etc., são drogas ilícitas, ou seja, são drogas cuja comercialização

é proibida pela lei e não são socialmente aceites. Estas também são conhecidas como "drogas pesadas" e

causam forte dependência.

Esta dependência física provoca um estado de habituação que faz com que seja extremamente difícil deixar

de consumir.

O uso de drogas traz várias consequências, ou seja, prejudica o indivíduo física, psicologicamente e também

socialmente. Em casos extremos poderá levar à morte.

Planeamento familiar

O planeamento familiar é um conjunto de cuidados de

saúde que visa ajudar as mulheres e os homens a

planearem o nascimento dos seus filhos, a viverem a sua

sexualidade de uma forma gratificante e sem o receio de

uma gravidez que, naquele momento, não desejam.

Para além disto, o planeamento familiar ajuda os casais

que têm problemas de infertilidade, previne as doenças

sexualmente transmissíveis e ajuda ao diagnóstico

precoce de algumas formas de cancro na mama e no Imagem disponível em:

http://mediclinic.com.pt/saudematerna.html

Imagem disponível em: http://pt.slideshare.net/09940/drogas-tipos-efeitos-e-

preveno

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útero.

Todas as pessoas que necessitem podem ter acesso ao planeamento familiar independentemente da sua

idade.

A lei afirma que os métodos contracetivos devem ser fornecidos gratuitamente nos centros de saúde e

hospitais públicos. A consulta de planeamento familiar é gratuita nos serviços públicos.

Objetivos do planeamento familiar

. Regular o número de filhos e o espaçamento adequado das gravidezes segundo o desejo dos casais.

. Informar sobre métodos contracetivos

. Prevenir situações de risco

. Preparar a gravidez

. Fazer os rastreios do cancro da mama e do colo do útero

. Fazer o rastreio da SIDA e das doenças sexualmente transmissíveis

. Contribuir para uma vivencia sexual saudável e gratificante

As doenças sexualmente transmissíveis

As doenças sexualmente transmissíveis (DST), atualmente, são um problema sanitário de primeiro

plano, já que, apesar de na maioria dos casos

existir cura, todos os anos aumenta o número

de pessoas que padecem destas doenças.

Além disso, em muitos casos a falta de

informação faz com que se desconheçam os

sintomas, que se mantêm ocultos, o que

contribui para a sua transmissão.

As doenças sexualmente transmissíveis são

doenças provocadas por bactérias, fungos e

vírus e que se transmitem por contacto sexual

íntimo, quando um dos parceiros se encontra

infetado. Existem várias destas doenças,

também conhecidas por doenças venéreas,

sendo de salientar a sífilis, o herpes genital, a hepatite B, a SIDA, a candidíase e a gonorreia.

In Ribeiro, Ana Catarina. Lopes, Ana Rita. Cidadania e Mundo Atual – CEF. (2010). Porto. Porto Editora.

Dependências

O consumo de substâncias desde sempre acompanhou o desenvolvimento da Humanidade e ao longo da

História assumiu uma função na sociedade, nos seus múltiplos aspetos: religioso, científico, estético,

hedonista, técnico e militar.

Em culturas antigas, as substâncias representavam o meio através do qual o ser humano preenchia a

necessidade de se relacionar com níveis transcendentais da sua existência, remetendo as angústias e vitórias

Imagem disponível em: http://sobreomeucorpo.blogspot.pt/2015/11/doencas-sexualmente-

transmissiveis.html

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de um povo para essa dimensão. Pode-se dizer que, da Antiguidade até ao final da Idade Média, as funções

religiosa e médica estavam concentradas na mesma pessoa, que

tratava dos males do corpo e da alma, aspeto que se alterou a partir

do momento em que se dá a separação das diferentes ciências, que

abordam diferentes dimensões humanas.

Os recursos que a Natureza deu ao ser humano (o cânhamo, a

papoila, os cogumelos alucinogénios, entre outros) foram sendo

utilizados das mais variadas formas para lidar com a doença, com o

sofrimento e com a morte. O uso de substâncias também adquire

uma função na dimensão estética especialmente a partir do século

XVIII, nas artes, letras e música. Digamos que, através do uso de

substâncias, os artistas conseguiam apreender o infinito, o paraíso

artificial, voando para além da sua existência de comuns mortais.

Além disso, também não se pode descurar a dimensão hedonista do

uso de substâncias, permitindo a experienciação sempre que se

deseja obter prazer. Ainda a função que as substâncias

desempenharam a nível militar é presente ao longo da História, com

relatos desde a Antiguidade, sendo um dos exemplos paradigmáticos

a 2." Guerra Mundial. Durante este período, algumas das substâncias

eram utilizadas como forma de minimizar a dor provocada pelo

sofrimento da guerra.

O fenómeno da toxicodependência começa a ser

concetualizado a partir do momento em que o uso de

substâncias deixa de ser um meio, um veículo de

comunicação e passa a ser um fim, uma necessidade

de viver alienado e, por conseguinte, o lado visível de

um mal-estar relacional do indivíduo consigo próprio

e como mundo.

A forma como determinada sociedade encara e

lida com o fenómeno da toxicodependência depende das suas representações sobre o uso de substâncias,

sobre os próprios utilizadores e sobre a função social que essas substâncias desempenham.

o conhecimento e o tratamento das questões relacionadas com o consumo de substâncias psicoativas

colocam-se, decisivamente, num plano multidimensional e apelam a uma abordagem interdisciplinar. A

doença em si é complexa e, por isso, necessita de múltiplas abordagens, pois o próprio conceito tem várias

interpretações, logo, a intervenção ou tratamento são

também integradores de vários saberes. Os vários saberes

vão introduzindo os seus discursos, a sua narrativa sobre

o toxicodependente e o seu tratamento. Quando o

toxicodependente ingressa num serviço de tratamento é

atendido por um conjunto de técnicos de saúde

(enfermeiro, médico, psiquiatra, psicólogo e assistente

social). Tenta-se dar resposta a todas as áreas do

indivíduo de uma forma integrada e global.

Em Portugal, o Serviço de Intervenção nos

Comportamentos Aditivos e nas Dependências

(SICAD), que sucedeu em 2011 ao Instituto da Droga e da

Imagem disponível em: http://www.aagrupobrooklin.org/uso-alcool-e-outras-

drogas-posso-frequentar-o-a-a/

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é toda a substância que introduzida no organismo vivo modifica uma ou mais das suas funções. Esta definição engloba substâncias ditas lícitas - bebidas alcoólicas, tabaco e certos medicamentos - e, igualmente, as substâncias ilícitas, como a cocaína, LSD, ecstasy, opiáceos, entre outras. A OMS define o conceito de dependência como sendo um estado psíquico e por vezes físico, caracterizado por comportamentos e respostas que incluem sempre a compulsão e necessidade de tomar a droga, de forma contínua ou periódica, de modo a experimentar efeitos físicos ou para evitar o desconforto da sua ausência, podendo a tolerância estar ou não presente.

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Toxicodependência (I.D.T., IP), é o instituto público de referência para a intervenção nas condutas aditivas. A

sua missão passa por promover a redução do consumo de substâncias psicoativas, a prevenção dos

comportamentos aditivos e a diminuição das dependências.

Os valores definidos para a organização são: o humanismo; o pragmatismo; a territorialidade, a

centralidade no cidadão; a integração de respostas; a qualidade das respostas; a qualificação dos profissionais.

O SICAD em colaboração com outras entidades públicas e privadas presta um alargado conjunto de serviços

a um enorme leque de destinatários em espaço familiar, escolar, lazer, rua, instituições de saúde e outras,

quer no âmbito da prevenção e da dissuasão da toxicodependência, quer da redução de riscos e minimização

de danos, do tratamento e da reinserção dos indivíduos com problemas de toxicodependência ou em situação

de risco. Este organismo disponibiliza, ainda, tratamento em ambulatório e em regime de internamento,

nomeadamente em Centros de Atendimento, Unidades de Desabituação e Comunidades Terapêuticas, bem

como a permanência em Centros de Dia.

Saúde da criança e do Adolescente A primeira infância é um período que pode ser caracterizado por profundas mudanças nas estruturas

físicas e neurológicas, cognitivas e comportamentais, que acontecem de forma ordenada e são relativamente

duradouras. Neste sentido, é necessário garantir que a criança

cresça de forma sadia e em ambientes saudáveis, uma vez que

é nesta ocasião que se preparam os alicerces para a saúde

futura dos indivíduos.

Nesta fase, de forma a obter proteção e garantir a

sobrevivência, a criança necessita de estabelecer laços afetivos

seguros com as figuras significativas que habitualmente lhe

prestam cuidados. É no seio da família que se espera que a

criança encontre respostas às suas necessidades de proteção,

afeto e sentido de pertença.

As questões relacionadas com a alimentação da criança são

extremamente importantes porque se, por um lado, muitos

dos nossos hábitos alimentares são condicionados desde os

primeiros anos de vida, por outro, uma alimentação saudável

durante a infância é essencial para um normal

desenvolvimento e crescimento. Não basta ter acesso a bens

alimentares, é importante saber escolher os alimentos de forma e em quantidades adequadas às necessidades

diárias, ao longo de diferentes fases da vida. O papel da família na alimentação e na educação alimentar das

crianças e jovens é inquestionável, mas a escola assume também uma particular importância.

Neste ciclo da vida, para além dos cuidados com a alimentação, é importante ter em conta que o calor

expõe os bebés e as crianças ao risco de desidratação rápida e que estes normalmente necessitam de ajuda

para satisfazer as suas necessidades hídricas.

Por outro lado, uma boa saúde oral começa no início da vida das crianças. Existem alguns medicamentos

que, se forem administrados às grávidas, às mães que amamentam ou às crianças, no período em que se estão

a formar os dentes, podem causar a descoloração ou alterações na formação dos mesmos.

As crianças e os jovens infetados pelo HIV/sida, ou com qualquer outro tipo de doença crónica (diabetes,

epilepsia, entre outras), embora possam necessitar de cuidados específicos devido à doença, necessitam,

sobretudo, de serem amados, como qualquer outra criança ou jovem.

Imagem disponível em:

http://encontrocomapsicologia.blogspot.pt/2011/04/considerando

-se-adolescencia-entre-os.html

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Há, ainda, outras recomendações a ter em conta na saúde da criança, porque estas não têm capacidade

para avaliar o perigo, pelo que qualquer objeto que encontrem em casa pode transformar-se num brinquedo

muito interessante, colocando em risco a sua saúde (ver documento

A adolescência é um período de mudanças significativas. É uma etapa do ciclo vital que, genericamente, se

inicia, nas raparigas, entre os 10 e os 11 anos e, nos

rapazes, entre os 11 e os 12 anos, terminando,

aproximadamente, aos 19 anos. Constitui uma fase de

grandes transformações físicas, psicológicas, emocionais

e sociais, que requer múltiplas e muito rápidas

adaptações.

Tais desequilíbrios provocam no adolescente um

conjunto de necessidades ou problemas que exigem

atenção e ajuda permanentes, não apenas por parte da

família, mas também da escola, dos amigos e dos

serviços de saúde.

Os problemas de saúde mais frequentes na

adolescência estão relacionados com o crescimento e

desenvolvimento, com as doenças da infância que continuam na adolescência e com a experimentação.

Devido aos novos comportamentos que surjam, os adolescentes tornam-se vulneráveis a certas condições,

como as doenças transmitidas sexualmente. As adolescentes heterossexuais ativas correm o risco de

engravidar.

Alguns dos problemas de saúde na adolescência, quer na primeira fase (10-14 anos) quer na segunda (15-

19 anos), aparecem de modo mais prevalente em contextos sociais menos favorecidos, de menor

desenvolvimento social, cultural e económico. Como tal, os serviços de educação, de saúde e de segurança

social destas localidades de menor desenvolvimento

deverão dar especial atenção a este grupo de risco,

mobilizando recursos e aproveitando sinergias no sentido de

prevenir os problemas característicos desta população e,

caso surjam, garantir-lhes uma resposta rápida e eficaz.

Tal como tem vindo a ser referido, os cuidados de saúde

primários assumem-se como um pilar essencial do Serviço

Nacional de Saúde, sendo neste espaço que o médico de

família e a enfermeira de saúde infantil desempenham a

primeira resposta de cuidados médicos à população,

incluindo crianças e adolescentes. As restantes

especialidades clínicas, tradicionalmente situadas em sede

hospitalar, devem assumir-se como uma segunda linha de intervenção à qual o doente acede após

referenciação pelo médico de família.

Respostas da saúde para crianças e adolescentes A saúde não depende exclusivamente da prestação de cuidados. A influência do ambiente - social, biofísico

e ecológico - é determinante. No entanto, as ações de vigilância, manutenção e promoção da saúde infantil e

juvenil são, também, extremamente importantes.

Imagem disponível em: http://bruceperu.org/bpodec02.html

Disponível em: http://www.tribunadopovo.com.br/programa-saude-

na-escola-vai-beneficiar-12-mil-jovens-e-criancas/

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Neste sentido, os programas de saúde para crianças centram-se no apoio às crianças com necessidades

especiais, em situação de risco ou especialmente vulneráveis, à

redução das desigualdades no acesso aos serviços de saúde e no

reconhecimento dos pais como primeiros prestadores de cuidados.

A Direção-Geral de Saúde, nas metas definidas para a saúde

(2009-2012), salienta que o aumento do nível de conhecimentos e

de motivação das famílias, a par da redução do analfabetismo e da

melhoria das condições de vida, favorece o desenvolvimento da

função parental e torna possível que os pais e a família a assumam,

como direito e dever, competindo aos profissionais facilitá-la e pro

movê-la.

Esta intervenção não se limita ao setor da saúde mas é alargada à comunidade e às estruturas que dão

apoio à criança e ao adolescente (creche, jardim de infância, escola, ATL, coletividades desportivas ou

associativas, serviços da segurança social, autarquias, etc.) como forma de responder à complexidade dos

atuais problemas e das necessidades em saúde que requerem, de modo crescente, atuações multiprofissionais

e interdisciplinares.

Assim sendo, o Programa de Saúde Infantil e Juvenil estabelece que para esta faixa etária os exames de

saúde devem:

. avaliar o crescimento e desenvolvimento, e registar, nos suportes próprios, nomeadamente no Boletim de

Saúde Infantil e Juvenil, os dados antropométricos e outros do desenvolvimento físico, bem como

parâmetros do desenvolvimento psicomotor, escolaridade e desenvolvimento psicossocial;

. estimular a opção por comportamentos saudáveis, entre os quais os relacionados com: a nutrição,

adequada às diferentes idades e às necessidades individuais, prevenindo práticas alimentares

desequilibradas; a prática regular de exercício físico; a prevenção de consumos nocivos e a adoção de

medidas de segurança, reduzindo assim o risco de acidentes;

. promover o cumprimento do Programa Nacional de Vacinação; proporcionar suplementação vitamínica e

mineral, nas idades e situações indicadas; promover a saúde

oral; prevenção de acidentes e intoxicações; prevenção dos

riscos decorrentes da exposição solar; prevenção das

perturbações da esfera psicoafetiva;

. detetar precocemente e encaminhar situações que

possam afetar negativamente a vida ou a qualidade de vida

da criança e do adolescente, como: malformações

congénitas, perturbações da visão, audição e linguagem,

perturbações do desenvolvimento estaturoponderal e

psicomotor, alterações neurológicas, alterações de

comportamento e do foro psicoafetivo;

. prevenir, identificar e saber como abordar as doenças

comuns nas várias idades, nomeadamente reforçando o

papel dos pais e alertando para os sinais e sintomas que

justificam o recurso aos diversos serviços de saúde;

. sinalizar e proporcionar apoio continuado às crianças com doença crónica/ deficiência e às suas famílias,

bem como promover a eficaz articulação com os vários intervenientes nos cuidados a estas crianças;

. assegurar a realização do aconselhamento genético, sempre que tal esteja indicado;

Disponível em: http://www.jsfaul.org/js-mafra-

sensibiliza-jovens-sobre-dst/

Disponível em: http://pescm.blogspot.pt/2011/04/educacao-

sexual-recursos-pedagogicos.html

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. identificar, apoiar e orientar as crianças e famílias vítimas de violência ou negligência, qualquer que seja o

seu tipo;

. promover a autoestima do

adolescente e a sua progressiva

responsabilização pelas escolhas

relativas à saúde. Prevenir situações

disruptivas ou de risco acrescido;

. apoiar e estimular a função parental

e promover o bem-estar familiar.

Em todas as consultas deve-se avaliar:

. as preocupações dos pais ou do

próprio, no que diz respeito à saúde;

. intercorrências desde a consulta

anterior, frequência de outras

consultas, medicação em curso;

. a frequência e adaptação ao infantário, ATL, escola;

. a prática de atividades desportivas ou culturais e ocupação de tempos livres;

. a dinâmica do crescimento e desenvolvimento, comentando as curvas de crescimento e os aspetos do

desenvolvimento psicossocial;

. o cumprimento do calendário de vacinas, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação.

A avaliação da dinâmica familiar e da rede de suporte sociofamiliar deve fazer parte das preocupações de

toda a equipa de saúde, sempre que se contacta com a criança/família. No primeiro ano de vida há que prestar

uma especial atenção ao estado emocional da mãe, que poderá interferir no desenvolvimento da criança.

Nas consultas dos adolescentes, há que facilitar a acessibilidade, permitindo, aos que o desejem, serem

atendidos a sós. Mesmo sem desejo expresso, perante algumas situações é fundamental assegurar a

privacidade e confidencialidade da consulta.

Sempre que se necessite de recorrer a outros serviços ou nível de cuidados, encaminhar a criança para os

mesmos, em colaboração estreita com o serviço de referência.

Saúde da Mulher A mulher apresenta diferenças físicas relativamente ao homem, como sejam alguns órgãos específicos da

sua condição feminina. O ter órgãos específicos para a reprodução faz com que a mulher tenha problemas de

saúde inerentes ao seu género. Desse modo, a prevenção

e o diagnóstico precoce são tão importantes, pelo que

existem consultas específicas para a saúde da mulher.

Nas mulheres as doenças oncológicas mais recorrentes

são:

. o cancro de mama, que é o tipo de cancro mais

comum entre as mulheres (não considerando o

cancro da pele) e corresponde à segunda causa de

morte por cancro na mulher. Esta é uma das

doenças com maior impacto na nossa sociedade,

não só por ser muito frequente, e associado a uma

Disponível em: http://www.bravosamores.com.br/colunista/saude/

Imagem disponível em: http://revistafrontal.com/fcm-nova/nova-a-

revolucionar-a-terapeutica-para-o-cancro-da-mama/

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imagem de grande gravidade, mas também porque agride um órgão cheio de simbolismo, na materni-

dade e na feminilidade. O exame que ajuda ao diagnóstico precoce da doença é a mamografia (tipo de

raios X especial). Esse exame é

disponibilizado nos serviços públicos de

saúde (gratuitamente) e deve ser realizado

a partir dos 40 anos.

. o colo do útero está diretamente associado

ao contágio com o vírus HPV (vírus do

papiloma humano) facilmente transmissível

e que pode ser totalmente silencioso. Para

a prevenção do HPV a proteção durante as

relações sexuais e o exame preventivo, o

famoso Papanicolau, são extremamente

importantes. Todas as mulheres

sexualmente ativas ou a partir dos 21 anos devem fazer esse exame pelo menos de 3 em 3 anos.

. O carcinoma do endométrio é o cancro mais frequente no aparelho genital feminino em países

desenvolvidos. Um sinal de cancro do endométrio é o sangramento vaginal que surge depois da

menopausa. Um dos fatores de risco da doença é a obesidade. Até ao momento ainda não existe um

exame de rotina que possa ser feito para detetar a doença, mas é de suma importância procurar um

médico assim que ocorrer sangramento anormal.

. O carcinoma do ovário desenvolve-se, sobretudo, nas mulheres com idades compreendidas entre os 50

e 70 anos. Este tipo de cancro não apresenta sintomas e não está associado a fatores de riscos

conhecidos. O diagnóstico do cancro do ovário nos seus primeiros estádios é difícil de fazer, porque os

sintomas normalmente não aparecem até que o cancro se tenha disseminado e porque muitas outras

doenças menos graves têm sintomas semelhantes. Se se suspeitar da existência deste cancro, é

necessário fazer uma ecografia ou uma tomografia axial computadorizada (TAC) para ter mais

informação.

Para além do cancro existem outras doenças comuns nas mulheres como:

. a "bexiga caída”; no período gestacional a mulher pode sofrer uma sobrecarga dos músculos que estão

próximos da virilha, ocasionando flacidez (desses músculos) e "queda dos órgãos internos”: Com a

chegada da menopausa, a musculatura acaba por ficar mais fraca, podendo ocasionar a incontinência

urinária (vontade contínua de ir à casa de banho ou até mesmo perda involuntária de pequenas

quantidades de urina);

. A hipertensão na gravidez, popularmente

conhecida como pré-eclampsia, pressão

alta no período gestacional, pode não só

aumentar o risco do descolamento

prematuro da placenta, como também

diminuir a oxigenação do feto ou ainda

ocasionar a eclampsia, na qual ocorrem as

convulsões. Existem dois tipos de

hipertensão na gravidez, a que a mulher já

possui antes de ficar grávida e a que a

mulher desenvolve no período gestacional.

Nos dois casos, a vigilância é a melhor forma Imagem disponível em: http://oncologiaaap.blogspot.pt/2010/05/cancro-do-colo-do-

utero.html

Imagem disponível em: http://www.dicassaude.com.br/perigos-da-pressao-alta-

durante-a-gravidez/

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de prevenção da doença.

. a diabetes gestacional corresponde à hiperglicemia que ocorre exclusivamente nas mulheres grávidas

que previamente não tinham diabetes. E, geralmente,

desaparece após o nascimento do bebé. A diabetes gestacional

não produz sintomas, isto é, pode passar despercebida, pelo

que o rastreio e o diagnóstico precoces são muito importantes.

. depressão e menopausa. A meia-idade constitui uma fase de

reformulações nas relações consigo mesmo e com os outros,

decorrente de alterações biológicas e relacionais que ocorrem

neste período e que são, nas mulheres, fortemente marcadas

pelas modificações que surgem com a menopausa. A forma

como a menopausa é vivida por cada mulher depende do seu

funcionamento psicológico e do contexto sociocultural, mas

este fenómeno biológico tem necessariamente um impacto

enquanto finalização da vida reprodutiva e anúncio do

envelhecimento. Alguns tipos de intervenção como terapias,

acompanhamento psicológico, medicação, entre outros, podem

ser uma ajuda para a mulher viver melhor esta fase.

. outra doença que pode surgir decorrente da menopausa é a

osteoporose. A osteoporose, que provoca diminuição da

resistência óssea, condiciona o aparecimento de fraturas por

traumatismos de baixa energia. A melhor prevenção éter uma alimentação saudável, rica em cálcio, a

prática de atividade física e evitar cafeína e cigarros. Infelizmente, a hereditariedade pode aumentar o

risco da osteoporose, a pessoa pode ter uma predisposição para ter massa óssea menor. Mas existem

medicamentos que ajudam nesse

caso.

. embora a gravidez seja um

estado fisiológico natural, que

nunca deve ser comparado a uma

situação patológica, o progressivo

crescimento do futuro bebé no

útero da mãe e os múltiplos

efeitos das hormonas da gravidez

sobre todo o seu organismo

costumam originar uma série de

novas descobertas e alguns problemas para os quais as mulheres precisam de estar preparadas e de ser

informadas. A preparação e a informação da mulher devem começar com um planeamento efetivo da

sua gravidez. Para isso é fundamental a existência de acompanhamento médico especializado através da

realização de consultas de planeamento familiar, evitando desse modo uma gravidez indesejada.

Guimarães, Joana. Ferreira, Paula. Valinho, Rita. Animação Sociocultural – Técnico de Animação

Psicossocial, Módulos 8,9 e 10. Porto Editora. Porto

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é toda a substância que introduzida no organismo vivo modifica uma ou mais das suas funções. Esta definição engloba substâncias ditas lícitas - bebidas alcoólicas, tabaco e certos medicamentos - e, igualmente, as substâncias ilícitas, como a cocaína, LSD, ecstasy, opiáceos, entre outras. A OMS define o conceito de dependência como sendo um estado psíquico e por vezes físico, caracterizado por comportamentos e respostas que incluem sempre a compulsão e necessidade de tomar a droga, de forma contínua ou periódica, de modo a experimentar efeitos físicos ou para evitar o desconforto da sua ausência, podendo a tolerância estar ou não presente.

Imagem disponível em: http://www.natuclin.com.br/blog/cat/view/identifier/cuidados-com-a-

saude/page/cuidados-com-a-saude/?p=4