Áreas mínimas comparáveis para os períodos intercensitários de 1872 a 2000 _-_ Reis & Pimentel & Alvarenga

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  • reas mnimas comparveis para os perodos intercensitrios de 1872 a 2000*

    Eustquio Reis

    Mrcia Pimentel

    Ana Isabel Alvarenga

    Maria do Carmo Horcio

    8/3/2008 21:34:00

    Este trabalho documenta procedimentos e fontes bibliogrficas utilizadas e sumaria os

    resultados tabulares e cartogrficos obtidos na construo de um painel de reas geogrficas

    que possibilita comparaes intertemporais consistentes dos dados demogrficos, econmicos

    e sociais disponveis em nvel municipal nos censos realizados de 1872 a 2000.

    O Censo de 1872 o primeiro recenseamento demogrfico do Brasil realizado com o devido

    rigor em termos de mtodos, cobertura e desagregao geogrfica. Seguem-se, com qualidade

    bastante inferior, os Censos Demogrficos de 1890 e 1900. O Censo de 1920, alm de mais

    rigoroso, constitui o primeiro Censo Econmico do pas. Com a criao do IBGE, em 1937,

    realizaram-se Censos Demogrficos decenais de 1940 a 2000, Censos Econmicos decenais

    de 1940 a 1970 e qinqenais de 1975 a 1985, quando os recenseamentos econmicos com

    representatividade em nvel municipal foram suspensos, excetuando-se os Censos

    Agropecurios de 1995/96 e 2007.

    O municpio constitui a unidade de observao mais desagregada em termos poltico-

    administrativos ou geogrficos para o qual se podem obter dados econmicos e demogrficos

    sistemticos para perodos histricos seculares e com abrangncia exaustiva do territrio

    brasileiro.

    O nmero de municpios recenseados no Brasil aumenta de 643, no Censo de 1872, para

    5507, no Censo de 2000. As alteraes ocorridas no nmero, rea e fronteira dos municpios

    tornam inconsistentes as comparaes intertemporais em nvel geogrfico estritamente

    * Os autores so tcnicos do IPEA/DIMAC. Esse trabalho teve uma longa gestao, tendo se iniciado em 1989. Alm do Ipea, os autores agradecem ao Cnpq e a Faperj pelo patrocnio do NEMESIS/PRONEX (Ncleo de Estudos e Modelos Espaciais Sistmicos que integra o Programa de Ncleo de Excelncia Proc. N E-26-171.518/2006). Agradecem tambm Fundao Joo Pinheiro e ao Departamento de Estudos Territoriais do IBGE pelas informaes fornecidas sobre os desmembramentos dos municpios brasileiros no perodo 1970 a 1997. Para perodos anteriores, somos gratos colaborao de Leonardo Monteiro Monasterio e Maria Silvia Bassanezzi. Last but not least, agradecem o trabalho da assistente Barbara Nascimento Ferreira e da estagiria Maria do Carmo Horcio dos Santos e, em seu nome, as vrias geraes de estagirios, pelo diligente trabalho de levantamento e organizao dos dados.

    CorsairHighlight

  • 2municipal. Portanto, para possibilitar comparaes consistentes no tempo necessrio agreg-

    los em reas geogrficas mais abrangentes denominadas de reas mnimas comparveis

    (AMC).

    A prxima seo detalha os objetivos e motivaes do trabalho. Segue-se a documentao dos

    procedimentos e fontes utilizados e, por fim, uma descrio sumria dos resultados tabulares e

    cartogrficos obtidos na construo de reas mnimas comparveis.

    Objetivos e motivaes

    O objetivo especfico compatibilizar as divises poltico-administrativas apresentadas nos

    vrios censos para possibilitar a construo de painis de dados econmicos estaduais e

    municipais no perodo que se estende de 1872 a 2000.

    O painel de dados municipais estendendo-se de 1872 a 2000 abre perspectivas radicalmente

    novas para anlises da histria brasileira, criando possibilidades analticas inauditas para os

    estudos do desenvolvimento econmico brasileiro nos Sculos XIX e XX. Mais

    especificamente, possibilita a mensurao e anlise dos processos seculares de convergncia

    regional e espacial dos nveis de produto, populao, produtividade e bem estar; concentrao

    e disperso geogrfica das atividades industriais e agropecuria; de difuso e absoro de

    tecnologias agrcolas e industriais; e integrao do mercado de trabalho, entre outras.

    Para alm das fronteiras nacionais, esse painel de dados municipais certamente interessa para

    os estudos empricos do processo de desenvolvimento econmico, por suas possibilidades nas

    anlises de questes clssicas como os padres de crescimento regional, identificao dos

    determinantes do crescimento no longo prazo e a contabilidade do desenvolvimento.

    A literatura emprica recente sobre crescimento econmico est fortemente calcada nas

    anlises de dados de painel, na mais das vezes em nvel de pases ou naes politicamente

    soberanas (Barro 2001). A grande vantagem do nvel de agregao nacional referir-se a

    unidades econmicas autnomas em termos de decises de poltica econmica e fechadas no

    que concerne sobretudo mobilidade geogrfica do trabalho. A desvantagem, contudo, a

    heterogeneidade geogrfica, tnica, lingstica, poltica e cultural das diferentes observaes

    que se agrava com problemas no desprezveis de diferenas nacionais nos conceitos e

    Cdigo de campo alterado

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  • 3mtodos de mensurao. Essas diferenas e heterogeneidades podem ser suficientemente

    severas para colocar em questo a robustez dos resultados empricos obtidos.1

    Apesar de se referir a economias abertas e com autonomia limitada de poltica econmica, o

    painel de dados municipais brasileiros apresenta como vantagens a dimenso da amostra que

    conta com centenas de observaes nos dez perodos censitrios que se estendem de 1872 a

    2000; a homogeneidade geogrfica, poltica, cultural; e, last but not least, a comparabilidade

    dos conceitos e mtodos de mensurao utilizados nas diferentes unidades geogrficas e

    perodos.

    Fontes de dados

    Para os anos posteriores a 1970, os microdados dos censos demogrficos e econmicos

    encontram-se em formato eletrnico e parte deles tabulados em nvel municipal em

    http://www.sidra.ibge.gov.br/. Para o Censo de 1960, os nicos microdados remanescentes

    so aqueles constantes da amostra do Censo Demogrfico para 14 estados da Federao. Por

    razes desconhecidas, faltam as informaes para os estados da antiga Regio Norte, de Santa

    Catarina e Esprito Santo. Em http://www.ipeadata.gov.br esses dados encontram-se

    reproduzidos em formato eletrnico, bem como tabulados em nvel municipal.

    Para os censos de 1920 a 1960, no se dispe de microdados. Tabulaes em nvel estadual e

    municipal para as principais variveis encontram-se publicadas em formato impresso. Uma

    seleo dessas variveis foi reproduzida em formato eletrnico encontrando-se disponvel em

    http://www.ipeadata.gov.br.

    As publicaes contendo os Censos Demogrficos de 1872, 1890 e 1900 so raras e de difcil

    acesso. Os dados foram publicados exclusivamente em nvel estadual e municipal e, para

    algumas poucas variveis, de freguesias ou parquias. Esses dados foram reproduzidos em

    (Puntoni 2003) encontrando-se parcialmente disponveis em http://www.ipeadata.gov.br.

    reas mnimas comparveis, 1872-2000

    Desde meados do Sculo XIX, o territrio brasileiro sofreu alteraes significativas no

    nmero e delimitao geogrfica das suas Unidades poltico-administrativas. Em 1853, a

    1 Esse problema, identificado como exchangeabilty violation por Durlauf et al. (2005), implicaria em variveis omitidas e heterogeneidade paramtrica entre observaes.

  • 4Provncia do Paran se desmembrou de So Paulo, passando o Imprio a contar com 20

    provncias que, com o advento da Repblica, passaram a ser denominadas de estados da

    Federao. Em 1903, o Territrio do Acre foi incorporado ao pas. Em 1943, foram criados os

    territrios de Fernando Noronha (desmembrado de Pernambuco), Guapor (posteriormente

    Rondnia, desmembrado de Mato Grosso e Amazonas), Amap (desmembrado do Par),

    Roraima (desmembrado do Amazonas), Ponta-Por (desmembrado do Mato Grosso) e Iguau

    (desmembrado de Paran). Em 1946, os dois ltimos territrios foram reincorporados aos

    estados do Paran e Mato Grosso, respectivamente. Em 1960, com a transferncia do Distrito

    Federal para Braslia, foi criado o Estado da Guanabara que, em 1975, foi extinto e

    incorporado ao Estado do Rio de Janeiro. Em 1962, o Acre foi elevado condio de estado

    da Federao. Em 1975, foi criado o estado do Mato Grosso do Sul (desmembrado de Mato

    Grosso). Em 1988, Fernando de Noronha foi incorporado a Pernambuco; Rondnia e Amap

    foram elevados condio de estado da Federao; e, por fim, foi criado o estado de

    Tocantins (desmembrado de Gois).

    Essas alteraes acarretam transferncias de municpios entre estados ou territrios que

    colocam problemas para comparaes intercensitrias, mesmo em nvel estadual. Assim, entre

    1872 e 1920, os municpios de Independncia e Prncipe Imperial foram transferidos do Piau

    para o Cear. Entre 1920 e 1940, municpios do Amazonas e do Mato Grosso se

    desmembraram para formar o Territrio de Guapor. Entre 1940 e 1960, municpios do

    Amazonas se desmembraram para formar o estado de Roraima. Em 1975, outros municpios

    do Mato Grosso se desmembraram para formar os municpios que deram origem ao Mato

    Grosso do Sul. Por fim, Tocantins originou-se do antigo Estado de Gois. Devido a isso,

    mesmo baseando-se em dados municipais, s conseguimos recompor imperfeitamente o

    traado desses estados a partir de 1872 e, algumas vezes, a criao de unidades geogrficas

    fictcias inevitvel para que possamos compar-los no tempo e represent-los

    cartograficamente.

    Em nvel municipal, as comparaes so enormemente dificultadas pelo aumento do nmero

    de municpios e as conseqentes mudanas de reas e limites geogrficos dos mesmos.

    O Grfico 1 mostra que, entre os anos censitrios de 1872 a 2000, o nmero de municpios

    brasileiros recenseados aumentou de 642 para 5507 e no necessariamente coincidem com o

    nmero de municpios instalados (segundo o prprio IBGE).

  • 5Grfico 1

    Brasil: Nmero de municpios recenseados (e instalados) nos anos de Censos Demogrficos e

    Econmicos, 1872-2000

    Em termos relativos, os aumentos mais significativos ocorreram nas duas primeiras dcadas

    do perodo republicano, na Segunda Repblica e aps a Constituio de 1988. Essa cronologia

    sugere que alm dos estmulos propiciados pela expanso das fronteiras econmica e

    demogrfica, a criao de novos municpios foi provavelmente induzida pela descentralizao

    poltico-administrativa que caracteriza os perodos de liberalizao poltica. Nesse sentido,

    deve ser observado que o aumento excepcional entre 1960 e 1970 ocorreu em grande parte

    antes do governo militar que, inclusive, anulou a criao de vrios novos municpios ao

    assumir o poder em 1964 (IBGE, 2003).

    Para construir o painel de dados censitrios em nvel municipal para o perodo 1872-2000,

    necessrio compatibilizar as divises poltico-administrativas utilizadas nos diferentes censos.

    Isso porque as alteraes dos contornos e reas geogrficas dos municpios devidas criao

    de novos municpios impedem comparaes intertemporais consistentes das variveis

    demogrficas, econmicas e sociais em nvel municipal.

    Como para a grande maioria das variveis impossvel obter informaes econmicas ou

    mesmo os contornos geogrficos em nvel mais desagregado do que o municipal, as reas

    mnimas comparveis so geradas por meio da unio ou juno das reas dos municpios

    alterados ou criados. No caso de municpios que se originam de mais de um municpio, isso

    Brasil: nmero de municpios recenseados (e instalados) nos censos econmicos de 1872 a 2000

    6421024 1121

    13041574

    1890

    2766

    3952 3951 3991 41074491

    49745507

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    1872 1890 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1975 1980 1985 1991 1995 2000

    Recenseados Instalados

    CorsairHighlight

  • 6implica agregar as reas de todos os municpios de origem. As reas mnimas comparveis

    (AMC) no se referem, portanto, a uma diviso poltica ou administrativa, mas simplesmente

    rea agregada do menor nmero de municpios necessrios para que as comparaes

    intertemporais sejam geograficamente consistentes. Naturalmente, o nmero de AMC e dos

    municpios que as compem variar dependendo do perodo temporal (intercensitrio)

    relevante para a anlise.

    A informao bsica para a construo das AMC so as genealogias municipais publicadas

    pelo IBGE e por outras fontes nos perodos anteriores a 1939. Para os perodos

    intercensitrios de 1940 a 1960 e 1960 a 1980, informaes para a gerao de reas mnimas

    comparveis encontram-se documentadas nas publicaes do IBGE (IBGE 1968; IBGE

    1984). As AMC para 1970 a 2000 encontram-se nas tabulaes preparadas pelo Projeto

    Desenvolvimento Humano do Brasil (BRA/97/007) (PNUD-IPEA-FJP-IBGE 1998) com

    base nas informaes sobre a diviso territorial do Brasil disponvel no IBGE.

    Para o perodo de 1920 a 1940, as AMC foram construdas pelo Ipeadata com base em

    diversas publicaes do IBGE e em informaes territoriais e administrativas disponveis em

    rgos de estatsticas estaduais e outras fontes (MTIC 1913; MTIC 1933; IBGE 1940; IBGE

    1948-53; IBGE 1950; IBGE 1950; IBGE 1950; IBGE 1950; IBGE 1950; Globo 1970; ICG-

    SP 1995; ICG-SP 1995; FEE-RGS 1998; Bassanezi 1999; SC 2002). As AMC 1920-2000

    resultantes, bem como os dados censitrios municipais para todos os censos do perodo 1872 a

    2000 nessa agregao podem ser encontrados na pgina regional de www.ipeadata.gov.br.

    Para perodos intercensitrios anteriores a 1920, ou seja, 1872-1890, 1890-1920 e 1872-1920,

    devido carncia de registros sistematizados e de bases cartogrficas confiveis, a construo

    das AMC foi feita baseando-se em informaes sobre genealogias municipais compiladas por

    vrias fontes (Puntoni 2003; Freire 1925; Assis 1941; IBGE 1948-53; Borges Fortes 1963;

    Braga 1967; Honorato 1976; Aguiar 1979; Pizza 1983; Barbosa 1995; ICG-SP 1995; ICG-SP

    1995; FEE-RGS 1998; Bassanezi 1999; IBGE 2000; Ferreira 2001; SC 2002; GO-SEPLAN

    2003; Oliveira e Paiva 2003). Em IBGE (1948-53), encontram-se as datas de criao e os

    municpios de origem para os municpios de 1950 em todas as Unidades da Federao exceto

    RS, SC, SP, SE e GO para os quais as informaes necessrias foram obtidas nas demais

    publicaes acima referidas alm de pginas vrias da internet.

    A Tabela 1 apresenta o nmero de municpios brasileiros recenseados de 1872 a 2000 e

    tambm de reas mnimas comparveis (AMC) para os perodos intercensitrios que se

    estendem dos respectivos anos censitrios at 2000. Em termos mais rigorosos, o ano final das

    CorsairHighlight

  • 7comparaes refere-se malha municipal de 1997 que foi aquela utilizada no Censo de 2000.

    Devido a isso, algumas vezes faz-se referncia ao ano de 1997 ao invs de 2000.

    Tabela 1 Brasil: Nmero de municpios nos Censos e AMC nos perodos intercensitrios,

    1872-2000 Anos

    censitrios Nmero de municpios

    Perodo intercensitrio

    Nmero de AMC

    1872 643 1872-2000 432 1920 1305 1920-2000 952 1940 1575 1940-2000 1275 1950 1891 1950-2000 n.d. 1960 2768 1960-2000 2407 1970 3974 1970-2000 3659 1980 3991 1980-2000 3692 1991 4491 1991-2000 4267 2000 5507 - -

    Fonte: IBGE e IPEA. Obs.: O Censo de 200 utilizou a malha municipal de 1997.

    A comparao das duas cifras mostra que, em termos percentuais, a perda no nmero de

    observaes quando passamos de municpios para AMC pouco mais de 30 por cento no caso

    do Censo de 1872, sendo progressivamente menor para os demais anos censitrios.

    No Anexo I, a Tabela 1.1 apresenta o nmero de municpios para diversos anos censitrios

    por Unidades da Federao A Tabela 1.2 apresenta o nmero de AMC para diversos sub-

    perodos intercensitrios de 1872 a 2000.. A Tabela 1.3 apresenta o nmero de municpios

    que, ao longo desse perodo, no sofreram alterao territorial, informao essa que pode

    interessar s anlises para as quais a continuidade de uma unidade poltica-administrativa

    relevante.

    O Grfico 2 compara o nmero de municpios no Censo de 1872 e o nmero de AMC

    resultantes no perodo 1920-2000. Em termos numricos destacam-se So Paulo, Minas

    Gerais e Bahia. Nota-se tambm que, em termos relativos, a perda no nmero de observaes

    na agregao dos municpios em AMC no significativamente diferente na grande maioria

    das Unidades da Federao, excetuando-se talvez o Rio Grande do Sul e Paran.

  • 8Fi gur a 2Br a si l : N me r o de muni c pi os no Ce nso de 18 7 2 e nme r o de AM C no pe r odo 18 7 2 - 2 0 0 0 pa r a a s Uni da de s da

    Fe de r a o

    18

    2

    11

    2 4

    6

    3 7

    162 0

    3 3

    9

    19

    4 5

    10

    2 9

    5 6

    7 2

    8 8 6

    15

    2 1

    3 0

    6

    3 7

    2 0 2 0

    4 8

    2 22 4

    4 0

    192 4

    7 2

    13

    3 4

    7 2

    8 9

    1611

    2 8

    0

    10

    2 0

    3 0

    4 0

    5 0

    6 0

    7 0

    8 0

    9 0

    10 0

    AM R = A M +M T+M S +RO

    18 7 2 - 2 0 0 0 18 7 2

    As Figuras 3.1 e 3.2 so mapas das AMC nos perodos 1872-2000 e 1920-2000

    respectivamente, distinguindo-se por meio de cores (quando possvel) as Unidades da

    Federao atuais. Pode-se ver que para os estados das regies Centro-Oeste e Norte, onde

    ocorreu grande nmero de criaes e desmembramentos de municpios no perodo de 1872 a

    2000, a agregao para AMC implica perda de algumas observaes em nvel estadual, alm

    de um nmero significativo de observaes municipais.

    Assim, na Figura 3.1. onde se representa as AMC no perodo 1872-2000, os estados do

    Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondnia so agregados em um nico estado

    fictcio que denominamos AMT; o estado de Roraima tambm fictcio, incorporando alguns

    municpios do atual estado do Amazonas; por fim, o estado do Cear incorpora ficticiamente

    um municpio que, na verdade, era parte da rea do estado do Piau em 1872.

    Na Figura 3.2. onde se representa a AMC 1920-2000, todos os municpios do estado de

    Rondnia so agregados em uma nica AMC e o mesmo ocorre com grande parte dos

    municpios que compunham o antigo estado do Mato Grosso. Como j observado, com as

    AMC para o perodo 1920-2000 impossvel recompor os estados do Mato Grosso (atual) e

    do Mato Grosso do Sul. Os nicos municpios do estado de Mato Grosso do Sul passveis de

    recomposio so os mais antigos fundados na rota das mones no Sculo XVIII.

    Finalmente, observao mais rigorosa permite ver que a recomposio dos estados de Gois e

    Tocantins imperfeita.

  • 9Nas regies Nordeste e Centro-Sul onde o processo de ocupao e criao de municpios

    relativamente antigo, houve pouca criao e desmembramento de municpios no sculo XX e,

    portanto, a agregao para AMC no perodo 1940-2000 implica nmero pouco significativo

    de perdas de observaes Para o Sul, existem perdas significativas de observaes nas reas

    da fronteira oeste cuja ocupao se deu no decorrer da primeira metade do Sculo XX.

    A Figura 4.1. apresenta (em linhas fortes) as AMC para o perodo 1920-2000, comparando-as

    com a malha municipal utilizada no Censo de 2000 (em linhas esmaecidas). Seguem-se as

    Figuras 4.2. a 4.5. que mostram as AMC 1940-2000, 1960-2000, 1970-2000 e 1991-2000. Por

    fim, a Figura 5 compara com cores diferentes as AMC para esses diferentes perodos

    intercensitrios. O arquivo IPEADATA_Municipios_X_AMCs apresenta a correspondncia

    entre os cdigos de municpios em 1997 e das diversas AMC no perodo 1872-2000.

    CorsairHighlight

  • 10

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    e Estatstica. IBGE (1950). Vocabulrio geogrfico do Santa Catarina, Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatstica. IBGE (1950). Vocabulrio geogrfico do So Paulo, Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatstica.

  • 11

    IBGE (1950). Vocabulrio geogrfico do So Paulo, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica.

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  • 12

    Figura 3.1.

    Brasil: reas Mnimas Comparveis, 1872-2000

  • 13

    Figura 3.2.

    Brasil: reas Mnimas Comparveis, 1920-2000

  • 14

    Figura 4.1.

    Brasil: reas mnimas comparveis, 1920-2000 (linhas fortes) e

    rea dos municpios em 2000 (linhas esmaecidas)

    Elaborao: IPEA/DIMAC utilizando a Malha Municipal Digital do Brasil 1997

    (IBGE/DGC/DECAR)

  • 15

    Figura 4.2.

    Brasil: reas mnimas comparveis, 1940-2000.

  • 16

    Figura 4.3.

    Brasil: reas mnimas comparveis, 1960-2000.

  • 17

    Figura 4.4.

    Brasil: reas mnimas comparveis, 1970-2000.

  • 18

    Figura 4.5.

    Brasil: reas mnimas comparveis, 1991-2000.

  • 19

    Figura 5

    Brasil: reas mnimas comparveis nos perodos intercensitrios

    1920-2000, 1940-2000, 1960-2000, 1970-2000, 1991-2000

    Elaborao: IPEA/DIMAC utilizando a Malha Municipal Digital do Brasil 1997

    (IBGE/DGC/DECAR)

  • 20

    Apndice I

    Tabela 1.1 Brasil: Nmero de municpios nos anos censitrios por Unidade da Federao, 1872-2000

    Unidade da Federao

    1872 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000

    Acre . 5 7 7 7 7 12 12 22 Alagoas 19 35 33 37 69 94 94 97 101 Amap 2 3 3 4 5 5 5 9 16 Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondnia

    15 45 52 60 107 127 158 249 314

    Bahia 72 136 150 150 194 336 336 415 415 Cear 48 86 79 79 142 142 141 178 184 Esprito Santo 13 31 32 33 37 53 53 67 77 Gois 20 39 43 64 147 172 174 216 252 Maranho 37 64 65 72 91 130 130 136 217 Minas Gerais 72 178 288 388 483 722 722 723 853 Par 30 53 50 59 60 83 83 105 143 Paraba 24 39 41 41 88 171 171 171 223 Paran 16 49 49 80 162 288 290 323 399 Pernambuco 40 60 86 91 103 165 165 168 185 Piau 20 39 47 49 72 114 114 118 221 Rio de Janeiro 34 49 51 57 62 86 64 70 91 Rio Grande do Norte 22 37 42 48 83 150 150 152 166 Rio Grande do Sul 28 71 88 92 150 232 232 333 467 Roraima 1 4 4 4 5 5 5 11 18 Santa Catarina 11 34 44 52 102 197 197 217 293

    So Paulo 89 204 270 369 504 571 571 572 645 Sergipe 24 34 42 42 62 74 74 74 75 Tocantins 6 10 9 13 33 50 50 75 130 Brasil 643 1305 1575 1891 2768 3974 3991 4491 5507

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  • 22

    Tabela 1.3 Brasil: Nmero de municpios que no modificaram nos perodos intercensitrios por

    Unidade da Federao, 1872-2000 Unidade da Federao

    1872-1920

    1872-2000

    1920-2000

    1940-2000

    1960-2000

    1970-2000

    1991-2000

    Acre 1 1 1 3 Alagoas 5 1 4 4 41 81 91 Amap 1 2 2 5 Amazonas 4 4 21 21 62 Bahia 27 4 18 33 70 264 415 Cear 22 3 13 19 109 109 172 Distrito Federal 1 1 1 Esprito Santo 6 3 12 14 17 34 57 Gois 8 3 4 84 113 182 Maranho 18 2 11 12 29 62 67 Mato Grosso 2 1 2 4 9 13 58 Mato Grosso do Sul 11 26 66 Minas Gerais 19 25 70 282 633 635 Par 7 1 11 12 21 51 71 Paraba 8 28 129 129 Paran 6 1 7 12 68 213 259 Pernambuco 21 5 8 22 42 146 153 Piau 7 3 3 12 36 38 Rio de Janeiro 22 9 23 27 38 41 50 Rio Grande do Norte 13 1 1 2 31 133 138 Rio Grande do Sul 7 1 10 12 24 71 192 Rondnia 7 Roraima 1 Santa Catarina 1 2 3 24 129 155 So Paulo 41 19 70 111 386 503 505 Sergipe 15 8 12 14 47 73 73 Tocantins 3 7 30 Brasil 259 59 239 383 1398 2892 3615