23
Vol. 9. N." 16 / Dezembro 2 011 / ISSN: 164 5-9911 TEKH NE / Rev is ta de Estudo s Politecnicos / Pol ytech nical Stu dies Revi ew ARELEVANCIA DAS DESPESAS DE INSTALACA.O E DOS INTANGIVEIS: 0 CASO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS , / Franci sco Jose M cndes Leorct. Rui Mnn ue ] So bml Riw t / t Dep urt umen to de Cnniebilidcdc c -E scolo Superior de Cicn ci as I Empresuri uis do Institute Polit e cnice de Se nih ol RE SUMO o o bjcc tivo centra l desre lra huJho co nsiste nu da rc levdnci u das des pesus de e dos intunqiv ei s' no p ro cessu de criuoio de vaior de UBW um ost ru de empresas port ug ue s(l s no pe riod o de 2005 a 2007. A r cJevii nci a desta r es u ltn , no ca so portug ucs, pclo menos arc ao perio do de 2009, do s de sp e so s de que uma cmprcsa suporto u pam poder desenvolver a sua ccti vi du de serem r econ hec id ns coma cctivo, porern a sua clnssifi c oc do nd o te rn si do con sens ua l em term os de dout rina, nem de no rrnru i vos co ntn hi listicos. A pcrtir dc 20 I 0 foi u do pt ndo 0 Si st ema de Normulizuc do Contubilisticu, atfQves do q ua l esras de sp e sos pas saram a ser rccon heci das coma ga sro no momen to em que ocorrem. Ass irn, impo rta clarific or a f orm a co mo CS t( IS ruhri cnsi nfi ucn cin m a criuc io de vaJo r pam qu e se pos sa id entificu ra meiho r de rec onh eci rn ent o contu bi listlco dusmesmcs, pu rlicularmen te , co mo gu sto ou como ac livo. o estudo empirico anali sa 0 de s vnridvcis de spesas de cd es envolvim ento, propr i edad e industrial e lrcspussc/ good will corn os resultcdos du s empr csas nao Iinon c eiros a o pemr em Portugal. Os re suitcd os d emonsrrurn qu e (I S de sp e s(l s de n fi oc on trlbuern para de vol or, de vend o deste modo ser rcgi stadas co mo gusto do exercicio, Contrnricmente, as d csp e sa s de I &Dea propri edade ind us triol co ntrib uem na de bcncfici os economic os futuros. Re kr ri vn m em e (10 H ood wilJ , es te upr esent« u rn resul tu do contrdrio ao cs pera do dud o se ter oh tido cont rih uicdo I Acxprcssao intangivel significa algo qu e nfio podc scr toca do, isto e, algo que nfio tern cor po fisi co, logo incorporco, No ambito do novo Sistc ma de Norrn alizaci o Co ruab ilistica. urn active inta ng ivcl c UIn recurso ui o monctario. id cnuficivc l, sc m su bstfinc ia Iisica , co ntro lado por uma cnti dad c CO IllO resu ltado de aconte cime uto s passados e do qual se es pera qlle f1u am be ne fic ios ecoll( ' 1Il1icos futuros para a entidade. (NCRF 6, §8). 0 Pian o O lic ial Co utahl lida dc Ilao aprest'1l 1aYa uma para ac tive incorpo reo, co mudo, ano ia ex plicauva acoma +3-llll oh iliza<,: (jes iucorporeas enunciava qu e "integraos imobi lizado s intangivels, cngloha ndo, no me ada mc ntc, dire itos e despesas de co nstit uicao , arra nq ue e expansio ". /

ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vol. 9. N." 16 / Dezem bro 2011 / ISSN: 164 5-9911TEKHNE / Rev ista d e Estudos Politecnicos / Polytechn ical Studies Revi ew

ARELEVANCIA DAS DESPESAS DE INSTALACA.O EDOSINTANGIVEIS: 0 CASO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS

,/ Franci sco Jose Mcndes Leorct. Rui Mnn ue] Sobml Riwt

/ t Depurtumen to de Cnniebilidcdc c F i r1(J n~us - Escolo Superior de CicnciasI

Empresuriuis do Institute Politecnice de Senihol

RE SUMOo objcctivo centra l desre lra huJho consiste nu cJ (lrific a~ao da rclevdnci u dasdespesus de i nslala ~iio e dos intunqiveis' no processu de criuoio de vaior de UBW

umostru de empresas port ugues(ls no periodo de 2005 a 2007. A rcJeviinciadesta cJa rifica ~iio resultn , no caso portugucs,pclo menos arc ao periodo de 2009,

dos despesos de jnswla~ao que uma cmprcsa suportou pam poder desenvolver asua cctividude serem reconhecidns coma cctivo, porern a sua clnssifi cocdo ndo

tern sidoconsensua l em termos dedoutrina, nem denorrnru ivos contnhi listicos.Apcrtir dc 20 I 0 foi udoptndo 0 Sistema de Normulizucdo Contubilisticu,atfQvesdo qual esras despesos passaram a ser rcconhecidas coma gasro no momento emqueocorrem.Assirn, importa clarificor a forma como CSt(IS ruhri cns infiucncinm

a criuci o de vaJor pam que se possa identificu r a meihor op~ao de reconhecirnentocontubilistlco dus mesmcs,purlicularmente, como gusto ou como aclivo.o estudo empirico analisa 0 relo~ao des vnridvcis despesas de inStaJcl ~aO,

i nvcs li ga ~ao c desenvolvimento, propriedade industrial e lrcspussc/ goodwill cornos resultcdos dus emprcsas nao Iinonceiros a opemr em Portugal.Os resuitcdos demonsrrurn que (ISdespes(ls de instola ~ao nfio contrlbuern para

cr i u~ao de volor, devendo deste modo ser rcgistadas como gusto do exercicio,Contrnricmente, as dcspesas de I&D e a propriedade indus triol contribuemna gem~ao de bcncficios economicos futuros. Rekr rivnmeme (10 HoodwilJ , esteupresent« urn resultudo contrdrio ao csperado dudo se ter ohtido contrihuicdo

I Acxprcssao intangivel sign ifica algo que nfio podc scr tocado, isto e,algo que nfio tern corpo fisico,logo incorporco, No ambito d o novo Sistcma de Norrn alizaci o Co ruabilistica . urn ac tive in tangivcl cUIn recurso ui o mon ctar io. idcnuficivcl, sc m su bstfinc ia Iisica , con tro lado p o r u m a cn tidad c CO IllO

resultado de acontecimeutos passad os e d o q ua l se espera qlle f1uam be ne ficios ecoll( '1Il1icos fut urospara a entidade . (NCRF 6, §8). 0 Pian o O lic ial Co utahl lida dc Ilao aprest'1l1aYa um a d e fill i ~'jo par aactive incorporeo, co mudo, anoia ex plicauva aco m a +3-llllohiliza<,:(jes iuco r po reas en unciava qu e"integraos imobi lizados in tangivels , cng lo hando, no meada mcn tc, d ire itos e desp esas d e co nstituicao,arranque e expansio". /

Page 2: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911TEKHNE/ Revista de Estudos Pollte cnicos / Polytechnical Studies Review

ncgll!i va no crio~a o de vnior das empresas porruquesos

PAlAVRAS-CHAVEDespeses de i ns tala~ ii o . intunqivcis, vulor.ABSTRACTThe aim of this study is to exuminc the relevance of the stun- up costs, in

particular, and intcnqiblcs assets on the value creat ion process from 200S to2007 in a somple of Portuguese companies. Thus, it is intended, to contribute

to the durilication of the occounting process. The relevcnce of this cla rification

results in Portugal, the expenses thot a company sus tuins in order to develop its

activities wus recognized os on usscr (I! least up to 2009. But its clnssiiicrnion isnot consensus in terms of neither doctrine nor occounting stnndurds, seeing that

the"Sisrcmu de Norrnulizcoio Contuhi listicu" wus adopted from 20 10, through

which these costs were recognized os expense when they occur.

This cmpirical study exumines the reluuonsltip of the following variahles with

the non-financial firms operating in Portugul: start-up costs, resea rch und

development, imellectucl property and goodWi ll.

The results show that the start-up costs do not contri bute to vcluc erection und

must therefore he recognized as exercise expenses. In contrust, expenditure on R

& D and indus trial property contribute to the gencration of future economic

benefits. Goodwill showed unexpected outcome.According to the results ohrnined,

Goodwi l1 hns a negative con tribution in creating val ue for Portuguese Cornpunies.

KEYWORDSStart-up costs, intangible, value.

1.INTRODUCA,O.Tern surgido diversos estudos no s >11 t iC!O d e [us rificar a necess idadc de

ampliacao do con ju n to d e inforrnacao di vulgaclo pelas cm presas , de fC)fJ11a

a ultrapassar 0 clifere ncia l entre 0 scu valor con tabilis tico e valor de mercado

(Martins, 200 7) . A dificuldade apresentada p los norrnativos conrabilisticos no

reconhecim cnto dos intan givei s tern sido apon tada C0l110 um dos principai s

factores do decl inio da rclevan cia da inform aciio financc ira . Porcm , enq uan to

a problcmati ca do traiamento da infonnacao so hre os intanglveis c relevance

para os profissionais financciros e da co n tab iliclacle, c pa ra os in vest idores . a sua

divulgacao pode ser uma q uestao co m pl xa im portance pa ra a gcslao, uma vez

qu c os intangiveis sac tidos coma os pri ucipais responsavcis pcla criacio de valor

e difer cnciacao en tr as cm pres as na econo m ia act ual (Sonn ier Cl al, 2007) .

;I

/ 68!

Page 3: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

/ A RELEVANCIA DASDESPESAS DE INSTALAc;:Ao E DOS INTANGIVEIS: 0 CASO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS/ Fran cisco Jose Mendes Leote , Rui Ma nuel Sobral Rita

As despesas de instalacao z'consri tu icao (gasto ' l de arranq ue) san dispendios

de car.ictcr legal ou adrn inistrativo s incorridos na criacio de urn a entidad e legal,

na criaci o ou cxpansao de insialacocs c ncgocios. Em Portugal as dcspcsas de

insialacao eram classificadas co mo active (ale ao excrcicio d e 2009) .AclUalmcnlc,

essas despesas sao rcconhc cidas como gasto do exerc icio cm que ocorrem, 0

que tern ge rado alguma .on troversia em termo s de doutr ina, hem com o 0

r co n hecimento d e o utros actives intangiveis cu jo tratarnento con tabilistico

diferia do exposto nas Norrn as Internacionais de Contabilidadc c do rccenrcSistem a de No rrnal izacao Co n tabilistica \ (SNC) .

Nes te sen tido , 0 o bjectivo deste estudo assen ta na analise da relevancia das

des pesas de in stalacao e dos in rangiveis na criacao de valor das em presas em

Port ugal , pret en dend o ser urn con trihu to pa ra 0 rccon h .cirn en to dos in ta llgi veis.

Desta form a, este trabalho enco n tra -se es tr ut urado em m ais seis seccoes, alern

des ta introducao. Na seccao dois apresenra-sc a pro blem ati ca norm ativa c

doutri nar ia dos ac tivos intangfvci s, cm gera l. Neste co ntcx to, apresenia-se

a parucu laridade das despesas de instalacao na seccao tres. Na seccao quatro

aprese n ta-se as referencias rclativas as dcspesas de investi gacao e dcscnvolvirn cnto ,

propricd ad c industr ial e goodwill. Na seccao cinc o pre ced e-se aid en tifi cacao da

metodologia e amostra adoptadas na prossecucao dos o bjectives. Na seccio seis

analisa-sc os rcsultados obtidos nos modelos estim ados . Por fim, este trabalho

termina corn a co nc lusao.

2. ACTIVO INTANGIVELA pcrccp cao de qu e a gestio, hoj e em dia , ecada VCl. mais a gestao de rccursos

intangiveis esra a crcsccr en tre os aca demicos e os ges to res de em pres as (Bras,

200 3) .A conv iccao de que os actives intangiveis tornaram -se os principais motores

do dcsernpcnbo cconom ico tern lcvad o urn nurncro crcsccn te dos responsavcis

de em p resas a sali en tar as m eclidas dos actives Inranyivels co rn o mais-valia s no

processo de tomada d e decisao e corn efeitos no sistem a d e co ntrolo in terno

(Ittner, 2 0 08) . Nao obstan rc os in tan gfveis screm tcrna fortcmen tc cs tudado na

liierat ura financcira "porece ndo haver consenso qucn tn cl su« nuturezn econornica, cl sua ddini~iio

2 Apcsar dcste irabalho incidir so brc um pcri od o on dc ainda se aplicava 0 Piano Olicial deContahilidade (POC) , optou -sc no tcxto par ado piar 0 icrmo gasto em vez de cusio c1ado 0 mcsuio tcrsido descnvolvido c di vulgado nurn pcr iodo de aplicacio do Sistcma de Nonuahzacao Co utabilistica- S '

3 Aprovado pclo Dccrcio -l.ci 11." 158/ 2009 de 13 de [ul ho , cuja cntrada cm vigor acontccc II U

prim ciro exercicio eco no m ico qll l' Sl' in iciu cm nil apos I el l' [ane iro de I OI O. 69

Page 4: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vo!. 9. N.o16 / Dezembro 2011 / ISSN: 1645-9911TEKHNE / Revista de Estu dos Politecnicos / Polytech nica l Studies Review

c c1(fssifica ~ao, cl formn CO l110 o[ccl<J 0 VO!Of Jacmpresa DU (fOScri terios quedcvcrium sa adoptodos pom

os reronhecer, mcdir e umort izar" (Bra s, 2003).

/

//

" /./

70

2.1. CLASSIFICA<;:AOEgra nde a con trovers ia no seio da com un idad c academica sobre a fo rma

coma a conrabi lidadc dcve rclatar os Imangiveis nas dernonstracoes financciras

da s em presas. A di scussao assenta sobre questocs como a dcfin icao , a classificacao

e a mensuracao dos in tangivcis. Q uando dcvern scr capilalizados Oll registados

CO lllO gaslo no cxcrcicio cm q L1 C ocorrem, como devem ser amorrizados, C on de

nas dcmonstracoes fiuauceiras devem ser d ivu lgadas as informacocs sobre os

inrangiv eis (Ca iiiban o et al, 2000) san questoes qu e tern su scitado diferentes

pontes de vista. Scg u ndo Baruch Lev (2005) um ac tivo intangivel , como qualq ucr

outro acti ve, C uma Io nte de beneficios futures mas , cm con traste co rn os act ivos

tang iveis, os inrangivcis carcce rn de su bs tancia fisica . Assim, deveria ler () mesmo

tratarn en to que os actives tangiv is (Lev e Zarowin, 19 9 9).

Porcrn, ha quem argumenle que cxistcrn difcrcncas significati vas en tre os

acti vos intang iveis c os rangivcis scndo necessarie s diferentes cr ite rios sobretudo

para 0 reconhccimcnto e a m ensuracao dos intangiveis , A principal difer mea

resid e n o facto dos actives intangiveis nao screm sus ccptivcts de uso alternativo,

nein se m pre se rcrn scparavcis (na maioria dos casos so tern valor quando em

combinacio co rn outros act ives) e a sua recuperacao est ar su jeit a a urn elcvado

gral1 de incerteza (Caii iban o el al., 1999) . Os bcn eficios futuros ge rados pelos

intang iveis (por cxern p lo , cash flow s o bt idos a partir da Iase de dcseuvol vim ento

de UJl1 m cdi camcnto ou os be nelicio s fu tures de u m prograrna d e for rna cao

de trabal hadores) sao diliceis de avalia r (Lcv, 2005) , dific ult ando a tomada de

dec isao dos var ios "stakeholders" .

As dcm onstracoes finan cci ras es rao a perder poder explicative da rcalidadc

qu e prcrendcm in lorrn ar, dado que as prcmissas cm que asse n tam os cr ite rios

para a rnedicfio c valo r izacao dos in tangivci s deixa ram d e responder ascaractcristicas da cco uo m ia actual (Lev e Zarow in, J99 9 ; Rodrigues c O liveira ,

200 I; [oseph, 200 I) . Sao excm plos de acti ve s in tangfvcis de elevado valor, as

pa ten tes da Pfize r's c a marca Co ca-C ola, que possibilitam aos seus propr ictarios

gcrar rcccitas su hstanciais e abler res uliados durante u rn longo pcriodo de

tempo (1. 'v, 200S) . Quando se trata de bens intan giveis, so bretudo , os gerados

intcrnamcn te nas em presas , a co ntabilidade tern apresen tado gran de dificuldadc

no seu rcco nh cci mcn to e m ens uracao. Os ac tivos intangivci s dife rem dos act ives

tang iveis e Iinanceiros em dois aspectos m ui to im port ant es - na valorizacao e

na sua di vulgacao - mas c rcco nhc cido que a interaccao entre os intangiveis

e os lan giveis C, nos te mpos aClua is, UIl1 po tencial de cr ia<,:ao de valar pa ra as

em presas.

Page 5: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

I A RELEVANCIA DAS DESPESAS DE INSTALA<;:Ao E DOS INTANGIVEIS:0 CASO DAS EMPRESAS PORTUGUESASI Francisco Jose Mendes Leote, Rui Manuel Sobral Rita

"Segundo Brennan (1992) 0 nao reconhecimento do "capital invis ivcl "

rc f ere urna ccrta miopia asscnte em tres causas: as norrnas contabilisricas forarn

desen vol vidas para in d ustr ias tradiciona is: as prcocupaco cs com responsabilidades

face a terceiros : a perspectiva de qu e existe l1I1J pro blerna de meclida, 'nl ao c.preferfvcl ncn h um a medida ao risco de crro n a medicao.:" (Rodrigues e O livcira ,

2 00 I ) .

2.2. OS INTANGIVEIS NA PERSPECTIVA DOS NORMATIVOSCONTABILISTICOS

No normativo n acioual, ate ao periodo de 2009, es tc tipo d e acti vo cncou trava­

se classificado na "Closse 4- - Imobi1iza~ocs " e somcntc definia qu e "cstu dusse inclui os

bens detidos corn continuidudc ou permunenciu c que ruio se destincm Cl ser vendidos DU tmnsformudos

no decurso normul dus opcm~ocs du empresu, quer sejum de suo propriedcde, qua eSlejum em reg imede loca~ao fmnnccim." Encon travamos refercncia aos intangiveis na nota a conta 43

- Imobilizacoes incorporeas cl o PO q ue enunciava q ue csra con ta : "integm os

imobilizados inrunqiveis, englobando, nomeudumente, direitos e despesus de constituioio, urmnque e

exponsdo" .

Na "Estr utura Conceptual das Dernonstracoes Fina ncciras'L'do It\SB ' "Urn

uctivo curn recurso controlado por uma empresa como resuhcdo de «contecimentos pussudos e doqual se espemm que flu(IJll beneficios economicos futures p(l m (J cmpresu," Relativamcn te aorecon h ecim en to do s active s nas d ernonstracoes financeiras, "urn uctivo creconhecidono holan ~o quando for provQvel que os beneflcios econornicos Iuturos f1uam pum (I empresu c 0 uctivo

tenhu um valor que possa scrquunrifimdo corn fiab iJidade".De acordo co in a lAS 38 h no se u paragrafo 8 define que "Urn nctivo i: urn

recurso controlado por uma entidude como resultudo deecontecimentos pcssudos e do qual seespem que

Ilucm beneficios economicos futures para a entidadc" . Segundo 0 lASE sfio tres as condicoes

que definem u rn active intang ivel: a identificacao. 0 con rro lo e a producao debcn eficios economicos futuros (Rodrigues e Menezes , 20 0 I). Na defin icdo do

IASB , UI11 active intangiv ,I cuni active nao monctario idcn nficavcl sern substancia

fisica, se for se paravel, isto e, capaz de ser se parado o u c1 ividid o da en tidade e

vcndi do, transferido , licenciado, alugad o O ll trocado (Ide nuficab llida de) : se aent idade tiver 0 pod er de obter bencfic ios cconom icos future s que fluam dorecurso su bjaceute, que podem j ncluir redl tos da venda de prod II tos ou serv icos,

4 " Fram ewo rk fi ,l' the pre par atio n and prcsc utatio n 01" financial state me nts" IASB ( I 'J!:l 'J) .

.~ "Interuatio nal Accoun ting Sta nda rd Board " o rgan responsavcl pc la publ icacao das I1\S c IFRS.Anteriorm ' 11Il' dt·si gna<!o por [ASe.

(, [AS (Int ernational Acco unting Standard) e rn port ugu cs Norma ln tcrnacion al de Con tabilidadc38 - "Act ive s [llIan gi veis", jlu hlicado no Jornal Oric ial da Un iao Europt'i a ( 9/ 111200X) . 71

II/

./

Page 6: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vol.9. N.o16 / Dezem bro 2011 / ISSN: 164 5-9911TEKHNE/ Revista de Estudos Politecnicos / Polytech nical Studies Review

poupan <;as de custos , UlI o utros bcncficios rcsultant es clo uso do acti vo pcla

c ntidade (p ro d uc ao d e bcncficios) c pudcr restr ingir 0 acesso de o utros a esses

bcn cficios (co ruro lo ) .

Mu lto se tern comentado q ue os relaror ios fina nceiros nao re tratarn a realidadedas elll p resas (Lcv e Zarowin, 19 99 , c; Cafiibano et al. 19 9 9) sugerindo, po r vczes,

uma falha da con tahilidade cm lidar co rn os nova s valorcs da socicdade (Marlin s,

20(7).0 reconhecimen to c a valorizacao dos ac tives in langiveis reves tem-sc de

eno rme importan cia, nao so na opt ica do iuves ridor, mas tam bcm na pcrspcct iva

dos fin anciarn cntos cxre ruos, norneadamcnre, os bancarios, que ainda asscntam

em aval iacocs realizadas corn base em ind icado rcs fina nceiros que nao agregam

os a .tivos uuan gi vcis. Porcm, sera nee -ssar ia a aposta por parte dos organismos

rcsponsavcis pcla no rrnal izacfio con tabilist ica na elirn inacao da assi metr ia da

inforrnacao associada ao s actives intangiveis atraves de po liticas e principios q ue

pcrrnitam rcconhcccr, m cnsurar c d ivulgar melhor estes direitos. 0 que podera

ser rclevante para as cm presas nao so ao nivel da cn acao de valor mas tan ibem. na

capacida de cl e Iinanclamcnto, dado a literatu ra financeira e num erar uma relacao

ncgativa en tre 0 financiarncn io c 0 inves ti rne n to em in taugivcis.

3. DESPESAS DEINSTALACAO.As c1 espesas de iustaiacao Zconst ituicao sao di sp cn di os q ue q ualquer em presa

tcra que supor tar para poder desenvolver a sua actividadc, norncadamente,

corn pianos e projecros , bol etins e titulos, pu blicacao de anuncios e programas,

escritu ra norari al, registo comcrcial, impo stos, houorarios de advogados e

economistas , cvcn tualmcn te com issoes bancarias. ent re outros (Goncal ves cia

Silva et al . 2006). Em bora. na coustit u icfio de cmpresas , os e ncargos corn os ac tos

juridi cos se jam hoje m enos sign incativos , os gas lo s que em conjunto rcspc itam acriacao (c, postcr iormcntc, ex pansao) sao div ersos c, em geral, m ais sign in cat ivos,

part icu larmcntc e m sociedades d e rnaior dimcnsao ( Fer reira , 2005) . Deste m odo,

haqu em dcten da a sua co ntabi lizacao C0 l110 gasto do excrcicio e tam bem quell!

advogLl c 0 sell rcgisto corno acti vo.

3.1. ASPECTOS CONTABILISTICOSNo ambito da Uniao liuropeia atraves do ex posto pcla Q uarta Diree tiva de

25 de )11 1ho ck 1978 j as despesas d e m stala cao (c1espesas d e es tabeleci rneuto)

"tol C01110 suo de/initlas pda l egj slo~iio nocional c desde (I ue est« nutorize a sua inscrioi o no activo. ;\

72 7 (ar tigos l) " (' 10").

Page 7: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

/ A RELEVANCIA DAS DESPESAS DE INSTALAc,:Ao EDOS INTANGiVEIS: 0 CASO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS/ Francisco Jose Mend es Leote, Rui Manuel Sobral Rit a

Jcg is l o~iio nncinnul podc iquelmrntc prcvcr II inscrioic dos dC.<;PCSllSdc csrchelccimcnro como primeim

rubri cn cm "lmobili zll~'iics incorpereos",

A aprcsen tacfio de possibilidades alternativas i contab ilizacio das dcspcsas de

instalacao, como activo figllrando no ba lance co rno " irnohilizodo" o u como "custos

diferidos", 011 ainda fi gllrando na d emon stracao dos resu liados como 1I111 "custo

reconhecido no exercicio" em q ue ocorreu, inviabiliza desde logo urn dos objectives

da normalizacao contabi listica, 0 da corn pa rabi lidadc (Quires c Afonso, 2( 0 7) ,

D fo rm a semelharue cl. conra hilizacao das des pesas de insta lacao em Portugal,

a leg islac,:ao con tabillsuca na Grecia req ucr a capitalizacao c a subscquc ntc

amortizacfio, norrnalmcn tc num prazo m axi mo de cinco anos (Hevas, 2(05),

E1T l "Espanua, as despesas (le uistaiacao rarnuern sao reconucciuas corno LUll

act ive , porem nao sao con tab iliza das como urn "imohi lizado incorperco" mas como

urn gasto difc rrdo (Ginc r, Mona c Ancc; 19 9 9 :79, citado par Q uires c Afonso,

2007) . No Rcino U nido , es tas despcsas devem ser co u tabilizadas de forma

coerente coin os gastos sirni lares incorridos co m o parte in tcgrantc de urn act ivo.

No casu de in cxistcncia d e gastos simi larcs c easo nao satisfacam os cr i rcr ios

de rcconh eci men io coino ac tivo de acordo C0111 as normas con tabilisucas, as

despesas de iustalacfio devern ser rcgl stad as co rn o gasto do cxcrc icio ".

Em Portuga l, os rcgi stos contabilisucos c a di vll lga c;:ao da informacao

financeira das em presas'ral11 inllueuciados, ate 20 09 , pelo Plano Oficial de

Con tabilidade (POe) e Dircctrizcs Co n tab ilis ticas (DC), d irc ito fiscal, Dircctivas

da Unifio Euro pcia c pclas II\S/ IFRS 9.TaJ CO!11 0 acontece ern muitos outros paises,

o Estad o Portugues, alccta fo rtemente a producao dos relatorios Iinanceiro s, em

muitos aspecros, nomeadamcnic: (I'crreira et al, 200 I)

• pcla aprovacao d os n orm at ivo s cout ab i listi cos (csiabclcccnd o regras

sobre as inlorrnacoes q ue as empresas d evern divulgar no rc latorio, e os

principios c as reg ras para a claboracao dcssa in forrnacao):

pclo cstabclecimc nto de re gras fiscals (q ue inclucm alg lllllas praticasco n tabilisticas) ;

rcgulando as caracteristicas das em p rcsas que devcm scr audiradas, bc m

co m o a profissao de aud itoria e conrahilidadc.

De acordo corn 0 normativo nacional vig ente em Portugal (POe) , ale ao

periodo de 2009 , as despesas de instalacao cor rcspon d iam as dcspcsas co rn a

constitu icao e organizacao da em pre sa , assim CO !110 as re lat ivas cl. sua expansao ,

desiglladame llte despesas com aurn ento de capital , es tlidos e proj ecto s , pdo

I, ",.:8 Abstract 2+ " Accounting for sta rt-up cos ts" do Acco un ting Stan da rds Board (ASH),

9 Inter nau on al Acco unt ing Standa rds / Internatiunal Financial Rep oning Standards cmitidos pcloInterna tional Accu ulll ing Stand ards Board (lASH) , 73

/!I

,I

Page 8: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vol. 9 , N.? 16 / Dezembro 2011 / ISSN: 1645-9911TEKHNE / Revista de Estudo s Polit ecnicos / Polytech n ical Studies Revi ew

que devcri arn ser co utabilizadas na con ta "4 3 I - Desp esas de lustalaci o". No

P0nL O 5.4 .7 . do POC as .de spesas de instalacao , bern coma as de invcstigacao

e de desenvolvimcnto , dcveri arn ser amortizadas no prazo maximo de cinco

anos, Ja scgundo a lei f-iscal I II as despes as de instalacao dever iam sel' amortizadas

scg undo a taxa de 33 ,33 % anual, Tam be m, encon travarn os a rccomcn da cao de

cap italizacio des tas desp esas no pan to n° 6 , da DC 8, quando cnumerava que

a conta "698 - Ou tros custos e perdas cx trao rdinarlos" devia incluir, as perdas

re lacio nados co rn a reestr u turacao da cm presa, desde que na o cnvolva a expansao

para novas act ividades em p resar iais (caso em q ue devcria de utilizar a conta 43 1

- Despcsas de insralacao) .Em 2002 a Uniao Euro pc ia adop tou as no rrnas con tabilis ticas do IASB atraves

do Regulamento N." 1606 / 20 02 11. Pelo ar t." 4 veio ex igir que em relacao a

cada cxcrc icio eco nomico com inicio em ou depois de 1 de Janeiro de 2005,

as sociedades regidas pela legislac;:ao de urn Estado-Mem bro cu jos tit ulos sao

ncgoc iados publicamentc, devern nas condicoes, actualm cntc, deten ninadas

pclo Regulam ento N." 1 126/ 200 8 l2 adoptar as norrnas in ternacionais de

co ntabilidade (IAS ) 13 na elabo racao das suas contas consolidadas.

Deste m odo, a con tabilizacao das despesas de instalaci o cm alguns Estados

da Uniao Euro pc ia sofrem altcracoes , nomcadamcnte em Portugal, em vir tudc

do .xposto na IAS 38 , 0 disp cn dio com actividades de arranqu e (i.e.,gastos de

arranq uc) , a nao scr q ue este dispendio esteja incluido no custo de um item de

activo fixo tangivel de aco rdo cam alAS 16 sao reconhecid os com a gastos no

periodo em q ue in correm. "Os custos de lIrr<ml/ue podem consislir em custos de estabelecimen to

tais coma os custos Icga is all de secreturi ndo incorridos no. estahclecimento de uma entidude legal,

dispendios pam «brir novas inslaJa~6es ou negocio (i.e., custos prc-obertur«) Oil dispendios pam iniciarnovas unidudes opcmcionais ou lcnccr novos produtos ou processos (i.e., custos pre-operucionuis)"

(§69a) sac rcconhccidos co mo gastos no periodo em qu e ocorr em .

No caso port ug ues , a "Estr utura Conceptual" cl o recen iemente aprovado

Sistema de Norrn alizacfio Con tabilistica (SNC) j.J 1segue de m uito per to ,a " Estru tura

10 Art" 17. n" 2. ali nca a) do Dccrcto Rcg ulan lentar n." 2/90 .

11 Reg ulalllc lllO N." I60612 002 do Parlam euto Furopeu c do Co nsclho de 19 de [u lho de 2002(re lative it aplicac io das normas uucrnaclonals de cuntabilidadc).

12 Reg ulall1cn to N." 1 126/200 8 da Co rn issao de 3 d e Novembro de 2008 que adopra deteruuuad asuo rmas intcrnaciona is dl" co ru ah ilidadc 1l0 S rer m os do Regulall1etllo (CE) n" 160 (,/ 200 2 doParlam ento Europ cu c do Co nse lho.

13 Internat ional Accounting Standards .

I/I

", .

74I.J. Aprovado polo Dccrc to -Lci 11." 158 / 20 09 d e 13 de [u lho , cu ja en trada cm vigor acorucce 110

pr im eiro excrcicio cco no m lco qu \' SI' in icic em ou apos I de Janeiro de 20 I O.

Page 9: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

/ A RELEVANCIA DAS DESPESAS DE INSTALA<;:Ao E DOS INTANGiVEIS: 0 CASO DASEMPRESAS PORTUGUESAS/ Francisco Jose Mendes Leote, Rui Manuel Sobra l Rita

Conceptual de preparacio c apres n tacao das Dernonstracocs Financciras" do

rASB, assum ida c puhlicada pcla Uniao Euro peia. 0 SNC ede aplicacao obriga toria

as organizacoes industrials e comerciais (nao fina nc eiras) para os exercicios

iniciad os a p art ir de r de Janeiro de 20 I O. Esta nova normali zacao ira int rocluz ir

alteracoc s substanciais no r con hecime nto clas desp esas d il1 sta lac,:ao ' dos

in tan giveis em Portug al. A Norma Con tabilistica e de Relato Fin anceiro 6 do SNC

no § 68 a) , tal como acontece na IAS 38 do IASB, cxclui do co nce ito de act ive

intangivel os dispendios in corridos pelas organizac;:6 es no sell esta belecimento ,

tais como os custos legais o u de secretariado, os disp cndios para ahr ir novas

instalaco es O Ll negocio 0 1.1 dispcndios para iniciar novas un idades opcracionais

ou lancar novos produtos ou processe s. Esta fo r ma de rccon heciui euto das

despesas de instalacao o poern-se na plenitude ao que se encontrava exposto n o

POC, isto e, as dc spesas de instalacao deixam de scr reconhecidas como act ives

na com a de irnobilizacocs incorporeas e passam a s r rcco uh ecldos co rn o gastos

nos exercicios em q ue ocorrem.

Como e possivcl constatar a forma de contabilizar as despcsas de instalacao

nao cpacifica, variando de pai s para pais a forma de encarar estes iten s imateriais

para efeiios de balance , tal como na o ecoincidente a doutrin a sobrc ° assunto

(Goncalves da Silva et al, 2006) .

3.2 . ACTIVO OU GASTO? - OS ARGUMENTOS DAS CORRENTES DEOPINIAO

Tern sid o assum ido qu e 0 recon hecim ento dos actives intangivcis pelos

norrna tivos con tabllisticos foi determinado pela rclacao ent re a relevincia c

a fiabi lidade (conservadorismo / prudcncia), e a forma como eles afectam a

qua lidade informativa dos relato rios e co n tas (Stolowy e Ien y-Cazavan , 200 I ) .

Perante este pressuposto irem os abordar as doutrinas pro c con tra acapiralizacao

das despesas de instalacao.

Os gastos de implantacao de uma nova em presa, os gastos iniciais de

publicidade, ou os gastos associados com a abertura de uma nova loja dcvcm

ser capitalizados e amortizados em varios periodos. A razfio geralmen te

aprcsentada ass nta em qu e sac gastos su bstanciais qu e tenderi am a distorcer os

resultados dos primeiros anos se na o Iossern assim tratad os (Hcndriksen et Van

Breda, 1999). Por ou tro lado, sfio desp esas csscnciais para qu e a em presa possa

desenvo lver a sua actividade e que vao ter 0 seu efeito por um periodo superior

ao exercicio eco nornico, devendo des te modo scr rcgis tadas nas dcmonstracocs

dos resultados de forma gradual, nom cadam cnt c, atraves das amortlzacoes

(Ferreira . 20 05 e Hevas, 2005). Ede salien tar q ue a cons tituicao de em presas,

sobretudo as de maior dimensao, envolve divcrsos gastos, tais com o , service s

de assessoria juridica, eco nomica, arnbicntal, de eng enharia e outros services 75

" ,

/

" ,,: '1,"

/

Page 10: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

II

//

Vol. 9. N.o 16 / Dezem bro 2011 / ISSN : 1645-9911TEKHNE / Revista de Est udos Politecnicos / Polytechnica l Stud ies Review

tccni cos, cm ge ral signiflcalivos (Fcrreira . 20 05) c qll ' sao indisp .nsaveis acriacio e desenvolvimcnto das actividadcs. VIlla vez q ue as despesas de instalacao

sfio gastos corn cfciros durante a vida da empresa, indispensavcis asua ex isrcnc ia

lega l c ao iuicio das suas ac tiv ida dcs, sfio cncara das como activo (Goncalvcs cia

Silva et al, 2006). Apesar de ser pratica, nao cxiste fundaruentacio teo rica para

tal, 0 que por vexes Cargumentado cq ue nos prime iros anos Cl cm presa nao gc ra

rendim entos corn os quais se possa ba lancear cstes gastos (Hendriksen e Van

Breda, 1999). Mas cs te tratam cn to co n ta bilistico nao s() pc r rn itc q ue as emprcsas

aprescntcrn nos SC ll S re lator ios urn resultado maior, mas tambcm ben efic ia 0

fisco po is o reud imento tribu tavcl tambc m aumcn ta (Hevas , 2005).

o entend imento do POC era q ue estas despcsas dever iam ser considcradas

como act ive. Porcm, se ana lisa rrnos a dcfin icao de acti ve imobilizado aprcsentada

pclo PO ' co rn o bens, releria-se a estcs como algo quc rcprcs niam l llll di reito

so bre terceiros e que sao tra nsm issiveis (Q uiros e Alonso. 2007) , deste modo,

pod emos constarar ClU as des pesas de ins talacao nfio cumpr m n nhu m doscl ois req uisites . 0 reco nhecimen to das despcsas de instalacao no active avoluma

o valor dos capitais proprios da cmpresa (Q uiros e Afonso , 200 7), corn "dirci tos"

que nao aprcsc ntam valo r de realizacao, contrariando () concc ito c Influenciandoind icadores Iinanceiros (ta is como, rcndibilidadc dos activos , liqu idez e

a u to no m ia Iinan ccira) .

Por out ro lado, 0 balancearnen to ent re os gastos c rendirne n tos rclacionacl os

" urn dos proh lemas . pela dificuldadc na dc t .rrn inacao da cxteusao dos per iodos

em que, even tualmcntc. san gcrados os rcndi meutos . 0 que Ira difi cultar a

avaliacao do dcscm pcnho das em presas e a cornparabilidadc das dcm onstracocs

finan ceiras, mesmo deutro do mcs mo sector de actividade (Q uiros e Afonso,

2007).

Contudo , s 'gllndo Wrig ley, (2008) "os bulencos n(io precisom de reHectir 0 justo velor

dus opcrw;oes PClnl que os (Jfiu!istcls e os outros utilizodores d<l inlorm(J ~<io Iinonceiru retirem conclusries

vcilid<ls quondo consulturcm urn conjunto de conrus. 0 lmponunteeque se entendn 0 funcionnrnen ro dns

opemfoes c que se permit« identiliorr os lucros verdudeirumcnte uufcridos".

Em teoria, tendo cm conta a outra corrc ntc de opi niao, nao cesperado que

as cl spes. s de instalacao prod uzam bc nellcios economicos fururos, deste modo ,

deverao ser consideradas coma gastos dos excrc1cios cm qu e ocorrem . "Em re1a~iio

c1s despesus dc cOllStilui~(io c instn!<lfao 0 lASHnoo (cm ,!uaJquer JuviJu cm alirmur que tais despes<lssc re<lliwm com 0 objectivo de (Hrihuir cl empresa bcncficios cconomicos fut uros.Tod(wia, etCllllhcm seu

enlcndilllcnto '!UC (IS mesmas 1100 geram Ilcnhum intnngivcJ que su t isfu~(1 u dclini~oo de uctivo e, por isso,

devcnio ser registadas como custo do cxercicio (I quc respei tal1l , u 1100 ser quep(Jssem u fuzer purte de UI11

activo intangivcJ." (Rodrig llcs e Men ezes, 200 1) . Pois, em hora possam ser atri huidos

h 'ncfi 'ios eC()J]('ll1l icus I'utllros as dcspcsas de instalac;ao, a dificuldade prende-se

na idellliflcac;ao do rc torno (ftuxos de caixa) ge rados exclusivam ente por estas

Page 11: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

/ A RELEVA.NCIADASDESPESAS DE INSTALAc;:Ao E DOS INTANGIVEIS: 0 CASO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS/ Francisco Jose Mendes Leote, Rui Manu el Sobral Rita

despesas, nao satislazendo 0 criteri o ci a separabilidad e.

4. DESPESAS DEINVESTIGA<;AO EDESENVOLVIMENTO,PROPRIEDADEINDUSTRIAL ETRESPASSE/GOODWILL

As aciiv idad es d e investi gacao e de scnvolvimcn to (I&D) tern vindo a

assu rn ir uma im portancia crcscen te no scio das organiza co cs ernpresar iais. As

actividade s de investigacao e descn vo lvirn ento sao realizadas COI11 0 o bjecti ve de

gcrar ln fo rrn acao Cl ue perrnita produzi r novos pro d utos o u serv ice s, melhorar

o utro s ja ex lstcn rcs o u ainda de rcd uzir gasto s, cspcranc!o -sc q ue ben cficiem

tam hern exe rcicios fu tu ros, islo e, q ue a em presa adq uira novas inlo rmacoes

qu e the perrnita tirar van tagens com petitivas e ge rar valor, Co ntudo , a dccisfio

de capitalizar ou de considerar co rn o gasto do cxcrcicio cm que oc orrc m as

desp esas de I&D e endo ge na e esia assoc iad a a Iactores que alcctam a rclacao

ent re 0 retorno act ual e os lucros fut uros (Osw ald e Zarowin , 200 7) .

Os prin cipals prohlcmas su bjaccntcs aco ntabilizacao das d espesas de I&D co mo

1I111 activo e em gera l de to dos os intangiveis (bens sern substan cia fisica) gerad os

in ternam ente prendem-se prin cipalmente, quanto ao se u rcconh ccimcnto como

rccurso gerador de bcn eficios econ om icos futures c quan to cl possibilidad c da

sua m eusu racao co rn fiabilida dc. Assim, importa observar 0 no rmat ivo vig en te

em Portugal no tratamen to contabilis tico das dcspesas de I&D (tabela 1) .

A rubrica "Propri eda de Industrial"!' dc signa urn co njunto de di rcitos en tre

os qua is figuram as patentes de inven cao , os modelos de utilidad e, as marcas d e

fibrica , de comercio ou de services , os descnhos e modclos ind ustr iais, nom es

e insignias de estabclccimenro. Iogot ip os, denominacocs d e or igcm c indi cacocs

geograficas . recom pensas, q ue visam:

Asseg u rar a em presa 0 pleno exercicio dos seus meios industrials c

com erciais, c:

- Garanti- lo contra as in tro rn issoes de ter cei ros atraves de usurpa<;ao e

comportamentos ilicitos .

De acordo corn 0 normative con rabi lisnco em Portugal (at e an ano de 20( 9)

o co njun to de d ireitos an teriorme nte referenciados deveriam ser reglstados ua

con ta "433 - Propri edade industrial e outros direitos" , que co ns tit uindo um

activo fixo devcriarn ser arnortizados a LIma taxa d crcrminad a cm funcao cl o

periodo de tempo em q ue tiver lugar a ut ilizacao exclusiva."

I r, e- m hllp:l lwww.iaplll ei. pt ( ViSlO en: 03 / 08 12(09) .

77

Page 12: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vol. 9. N .o 16 I Dezembro 20 11 I ISSN: 1645-9911TEKHNE I Revist a de Estudos Politecnicos I Polytechnical Studies Review

Tabela 1 - Normat ivo Contabilistico - Despesas de [ & D

POC DC7 IAS 38 e NCRF 6 Outros

o....'Q)

~ou

. "lis despcsas com inves t i9a~ao sdo as despesas re/ativas a Ilnl processo de pesquisaoriginal c plancada com 0 objecti ve de obter /lOVOScOrlllecimentos cientificos ou tecnicos,1'; as de spesas de deserlvo/vime nto coma as Cl ue resultam do apli cacdo tecnoloqicadosilescobertus anteriores <i[use deprodu~iia".

. 0 POC nao sepa ra os doi s concer tos.

(ate 2009) Art? 31do CIRC(2009) e 0 art" 18 do OR 2190apresentam urn concertoident ico aOC7.(201O) Art ° 32 do CIRCea rt017 OR 2S/09 = NCRF 6

o....I::QJ

,§UQJ

~ouQJ

P::

"a custo de wluisirii oe o custo del'rodu~[)o do:elementos do activoimobilizada devem

I~ serdeterminadas~. de acordo cum as,~ dejinjriies adoptadasCil para as ex;stc'rlcias".... (pl o S.4.2)'~u

Principio gera l = custo docxorcicio.Desp. desenvolv lmentopodern ser capltalizadasdesde que;I) haja viabilidad e tecnicado produto ou processo r2)a ernprcsa ten ha intencaode produztr , 'lender ou usaro act ivo; 3) se verifique aex istencla .de u rn mer cadopara que possa ser vcn did o,ou de ut ilidad c para serusado internamen te. 4) hujacapacidade financeira paracompleiar 0 projecto.Porern, dei xa aconsid eracaodo con tabllist a.D. Invest iga cao poderao sercapi ta lizadas se se vcrificarqu e produziriia bcn eflciosfutures.

O. Invcs l iga,ao e se m prereconhecido coma custo,

Sem pre qu e se verifiqu cmas condicoes dercconhcctmento comaac tlvo in langivd, noca so das desp esas dede senvolvim ento, est asserao obngatonamenteca pitaliza das .

o ClIStOsera 0 sornatoriodo s di sp endios inc orridosdc sdc a dat a em que estesatlsfaca os cri terlo s derecon hecime nto, q ueincorpara: 1)Os custos do smate riais I' servicos usadosou cons urnldos na producaodo active Inta ngivc l: 2)Custos corn bcn eficlos doe m prcgado qu e surgemna cria , iio do in la ngi vel;3) Taxa s para regi sta r u rndireito lega l: 4) Amornzacaode pat en tes e licencas q uesao usad as para produz ir 0act ive in tangivel.

(a te 200 9) Art" 31 do CIRCaart.18 OR2/go= pod er op ca o,(2010) Art" 32 do ClRC I' artl7OR2S/09 = "podc r op cao ,"

QJ

~QJ

g.QJrJ>

'§rJ>

o1nlu·nl,~...o

~

o1nlu·nlOIl

]t:\

Amo rtizadas no prazomaxima de 5 anos,

No ta S do AIlDR- In fo u uacaoqualificada e: Nota10 ~ inforrnacaoquanti ficad a sobrc aconta 432"Despesasde 1&0 "

Am orlizada s numa ba sesisterna t ica du rante urnperiodo qu e nao devenorrnaJrnente exceder os Sanos (pto 6).

lntcrpretacao Tecnicn nOs .A qu an t ia a divul gar Incluiratod as os gas tos por naturezaqu e se jarn, face ao seudest ino , classifica veis ca moga sto de I&D.

Mod elo do custo ­a mortizaca o siste ma ticapara os que possuern vidauti l limttada I' eventualrcconhccimento deimpan dadc.Modelo de rcva lori zacao .justo val ar adat a darevalorizacfio dedu zido da samorti zacoe s e das pcrdasde impandade acurnul adas.

Define urn conj untode clem ento s a scrcrnpublicados sobre osinta nglveis.Valar das de spesa s de 1&0reconhecidas coma custa.

DR2S/09 (Fiscal) - ca m basenuma taxa anual de 33.33%.(ma nteve-sc a ta xa deam ort izacao maxima)

C.S.C" .(art.66 I' 50S -c) sabrerelatorio de gestiio exigein formacao q ualificada,

I!II

/. /

Fonte : i\dal' lado de I.eot c e Im a, 2007.. Ccidip,o dasSociedades COlllcrcia is

Page 13: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

/ A RELEVANCIA DASDESPESAS DE INSTALAC;:AO E DOS INTANGIvEIS: 0 CASO DASEMPRESAS PORTUGUESAS/ Franci sco Jose Mendes Leote, Rui Manu el Sobral Rita

De acordo co rn 0 POC a rubrica "Trespasses" destinava-se a regislar

cxclusivame ute a difercnca rcferida no nurncro 3 .2 .5 da DC n ." I -"Tratam en Lo

contab ilistico de conceu tracoes de ac tividades e rn presar iais". 0 trcs passe/

goodw i11 ocorrc "se 0 justo ralor dos uctivos e pussivos idenlificul'cis for inferior (/0 custo de

(Iquisifoo, (J diferenca deve ser reconhccidn e amorrizada numu nase sistemdtico, num periodo que ndo

excedu 5 anos, u menos que vide uti] muis extenso possa ser justilicac!a nos dernonstrucies finunceims,

ndo excedendo porern 20 anos.nu Relativarncnte aam ortizacio do trcspassez'goodwill

o exposLo na JIlRS 3 11\ nao permitc a arn or tizacao do goodwill , d cvcndo cstc

se r submetido period icamente a test es de im parida de, tra tam ento igllalllle nle

rcfcrcnc iado na NCRF 14 do SNC.

5.METODOLOGIA EAMOSTRAo objec tive central deste trabalho consist na clarificacao da re levancia das

despcsas de instalacao e dos intan giveis na criacao de valor numa amostra de

em presas po rtugu esas pro curando co rnprovar qual a m elhor opcio de div ulgac ao

dcstas despesas , coma active (conlorme 0 preconizado 11 0 PO ) a ll, cm

alternativa, corno gasto (0 prccomzado no SNC) . Este objec tive sera conc re tizado

atraves da u tilizacao do rn od elo proposto por Lcv c Soug iannis ( 1996) c tarn hem

utilizado por Rajgopal et al (2 003) e Amir et a1 (2 007). Nes te modelo , a criacao

de valor pclas 'mpresas cmedida pclo atri buto resultado opcracional. Os autores ,

an teriormentc refer idos, co nsideram a vari avel rcsultados operacionais urna boa

medida para avaliar 0 impacto dos benefic ios dos inr angiveis no pro cesso de

crl acao de valo r das cm prcsas. A variavcl resultados e rclcvantc para efei tos de

avaliacao, ou dito de ou tro modo, os investidorcs vccm na variavc] resultados

uma valiosa fonte de inforrn acao para aferirem 0 valor da ern presa (Gama,

20(6) . Segundo Pitclis c Vasilaros (20 I0), pcrrn ancce na Iiteratu ra financeira

uma lacuna ao nivel da investigacao so bre os dctcrrninan tcs da cn acao de

valor ao nivcl das empresas. Con tudo, os autores, baseando-se na literatu ra da

organ izacao in dustr ial e da ges tao cst ra tegica idcn tificam q uatro deterrnin antes

prin cip als: rec ursos human os, inovacao ' tcc nologla, produ tivid ad c c in fra­

cs tru turas e estratcgia da ernpresa. Para Amir et al (200 7), quer 0 investimen to

em activos intangiveis, quer cm actives tangiveis, sac cruci ais para fom entar ()

cresclmen to e cri acao de valo r. Assirn , s gunclo cstcs autores , as info rrn acocs

17 Directriz Con tabilistica n'' 12 - "Concei to co nrab ilistico de trespasse", CNC.

18 Ior rn a Int cr naci oual d e Rclato (inan celro 3 - "Co nccn tracoe« de Activida dcs Emprcsar ials" ,lornal Oficial da Uniao Europeia , de 29/ 1112 008. 79

/ ,,;'1:.I ' "/ . :

//

Page 14: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vol. 9. N.O16 / Dezem bro 2 011 / ISSN: 1645-99 11TEKHNE / Revista de Estudos Polit ecni cos / PolytechnicaI Studies Review

sobrc 0 invest imento em activos tangiveis c in tangivcis sao re levantcs para avaliar

a rendibilidadc fu tura da er:npresa.

Estas rcfcrcncias da lit era tu ra financeira levaram a co ncrc rizacao do obj ect ive

destc estudo de procurar analisar a re lcvancia das despcsas de insta lacao e dos

int angiveis na cr iacao de valor nas cm presas por tugues as, atraves do m ode lo

rcfcrido no in icio d esia secc ao. Este parte da definicao inicial que os resul tados

(RO) das em presas sao uma fu ncao dos actives tangiveis (AT) c in tangiveis (lA)

de aco rdo com a seguinte cxpressao ( I) :

(I)

1

I80I

I1

,'f ./, 'I

A eventual relevancia das despcsas corn intangiveis corno deterrn inantc no

processo de cri acao de valo r da empresa faz emergir a importan cia da discussao

so brc a forma com o csta ru brica deve ser reconhecida nas dcmonstracoes

fi nanceiras. A decisao de capitalizar o u contabilizar como gastos do periodo em

que incor rcm as dc spesas com intangivcis eend6gena e esra associada a factores

que afcctam a relacao entre os retorn os actuais e os ganhos fu turos (Osw ald e

Zarowin, 2007) .

Para tcstar a relacio entre os actives int ang iveis, mais csp ecificamen tc, as

despcsas de instalacao e os resultados uso u-se uma adaptacao do mod elo

proposio po r Lev e Sougiannis ( 1996) . Os au torcs, para med ir os beneficios

dos intangiveis sobrc 0 proccsso de cr iacao de valor, ajustaram a variavel

rcs ultados operacionais da seg uin te forma : ao resu ltado opc racional ohtido da

demoustracao dos resul tados adi cionararn os gastos relativos as des pesas corn as

act ividades de 1&0 1') c reti ram 0 valor corresponde nce as amortizacoes do valar

da 1&0 como se este tivesse sido capitalizado. Este processo permite a apl icacao

deste modelo ao caso portugucs, dado expurgar do rcsul rado operacio nal das

em prcsas que adoptarn a metodologia de registar estas despesas como gastos do

pcriodo, tra ns fo rrnando-o Bum resultado o peracional ana logo ao ohtid o pelas

ern prcsas q uc adop tarn 0 processo de capitalizacao como ocorre em Port ugal.

Postcriorrncntc, os autorcs adicionaram a este resultado aju stado, todos os

gastos corn am ortizacoes e de preciacoes. 0 rnesm o ocorre neste traba lho onde

os resultados (RO) sao calcu lados ant es das depreciacoes e arnor uzacoes do

exercicio . Este proced imcnto de deterrn inacao do valor criado pela actividadc

da em presa tem sido adoptado por diversos investigadorcs, como Sa G exe m plo ,

Rajan e Zingales ( 199 5) , Jordan et al ( 1998) , Shyam-Sunder e Myers (1 999) e

19 De acordo co rn ,1 Starcmc nt of Fiuan cial Acco unt ing Standards 11 ."2 as despcsas co rn il1vest iga<,:aoc dcscnvolvime nto dcvem sc r regislad as CO IllO gastos nos pcr iodos em qu e oco rrem.

Page 15: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

/ A RELEVANCIA DAS DESPESAS DE INSTALAc;:Ao E DOS INTANGiVEIs: 0 CASO DASEMPRESAS PORTUGUESAS/ Fran cisco Jose Mendes Leot e, Ru i Manuel Sobral Rit a

Bevan c Danhol t (2 00 I) , e ntre o u tros.

Na cs iunacfio do m odelo (expressao 2) usou-se 0 m eiodo de regre ssao lin ea r

m ulti pla co rn dados cm paincl . no q ual to das as var iavc is fo rarn di vididas pclo

valo r liq u ido das vendas anua is po r forma rcduzir a hct eroscedasricid ade do

eleito de escala associado as var iave is, co nfo rm e procedim ento ado ptado pur Lev

c So ugi an n is ( 1996) .

(RO/V) "=a ,, +a ,(AT /V ),,_,+a/D1/VL_,+a/OA1/ Vt I +e" (2)

• RO =rcs u lrados opcracio nais anua is, an tes dos " cu stos" de am o ruzacocs,

da eiu presa i no ana t,

V =vcndas anuais,

• AT = imobilizados co rpo rcos, i nvesti m en tos fi nanceiros e ex istencias ,

medidos aos valores do inicio do auo !O ,

DI = valo r liquido das dcspcsas de inst alacao no inicio do pcriodo

cconorm co ,

• OAI = o utros activos intangiveis mensurados n o inicio do pcriodo.

Pret ende-se assim , tes tar a seg u inte hipotese: "As diferentes componentes dos

octivos tongiveis e intunq iveis nprcsentum umu reluoio positive C significativo corn os resultudos dos

emprcsus". Caso se confirrnc a hi potcsc para cada co rn po ncn tc , fiea justilicado 0

seu I' conhecimento co m o ac tivo. Case co n trar io , uu m a clada componente, ao

comprovar-se um a relacao negativa c estatisucamcntc signineativa. ju sti fica -se

() scu rcconh ccimcnto coma gasto . Em teori a, e cspcrado qu e 0 cocficicn tc cia

variavel DI seja negativo pelo que as despesas de iustalacao representam gas tos

(Hevas, 20 05 ), par n ao gera rem dir cctam cntc bcncficios cconomicos futures.Assirn, es tas despesas deverao ser cl iv u lgadas nas dcmons rra cocs dos rcsu ltad os c

nao como LII11 ac tive.

Para tcstarmos a hipotcsc rccorrc u-sc acx traccao de um a arnostra de emprcsas

ponugucsas da base de dados deno minada SA BI - Sistcma de Analiscs de Balances

Iberico s. Esta e desenvolvida pela empresa Bur ea u Van Di jk e co ns titu i a maior

base de inforrnacao financeira dedicada a emprcsas pOrlugucsas c cspanh olas.

Esta tern sido utilizada cm varies trahal hos do estudo d esta s duas rea lidades (por

exem plu , Blanco -Mazagaios ' l al 20 07, Lopcz-Garcia e San ch ez-Andujar, 2007,

20 Apesa r de os inveruar ios nao serern , de acordo ca m os normativos coma bilisticos. d ivulgadosCOIII O acu vos tangivcis, na Iiteratu ra fina nceira emerge come prau ca de algun s autorcs, a in clusdodo s invcntanos C0l110 atr ib uto da tang ibi lidadc dos active s. com a 5 500 cxc m plo , os trabalho s de Lcvc Soug ian nis ( j 9'.16 ), Al-Ajm i et al ('l 009) . Ramal ho c Silva (2 009) . Sm ith et 01 1 (20 I0) l ' Bo ugaicfc Chichti (2 0 I 0) . 81

I' " ,, ',: ""/ • , ' I

I '

!I

/.I

Page 16: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vol. 9, N.o16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911TEKHNE / Revista de Estudos Politecnicos / Polytechnical Studies Review

e Serrasqueiro et al, 20 10) . A cm presa ge sto ra desta base de dados garante uma

clevada rcprcscn tatividade do tecido cm prcsarial port ug ues , Para a exrraccao

da arn ostra, se leccion ou-sc as em presas nao financeiras que evidcnciasse rn

urn volume de neg{)cios positive para 0 periodo de 2005 a 2 00 7. Os dados

financeiros foram retirados das demonstracoes financeiras nao co nsolidada s. 0

o bjec tive cla aplicacao d esta condicio foi para gara n tir que as em prcsas co tadas

in seridas na amostra nao tcri am as suas con tas divulgadas seg undo as Norrnas

Internacionai s de Contabilidade de forma a p rmit ir a co m parabllidade com as

cm presas nao co iadas 2 1, Na tabela 2 apresentam-se as esta tisticas dcscrit ivas da

amostra.

Tabela 2 - Estatisticas Descritivas

ESTATisT ICASVARIAvEI S

med ia dc svio padrao P25 P5 0 P75 m in m ax

R. O p cracionais 0.115455 0,8731196 0,0448278 0,0874859 0,1532355 -2.135.391 9.073-318--- -

A. Tangiveis l.413·638 1.240.459 0.1997037 0,4° 29312 0,8046926 0 7.698.652

De sp. Instalacao 0.005 138 0.' 392055 ° 0 0,0000114 ° 1.420 .382- -- -- ------

O. A. Intangivcis 0,08 809'1 2 .19 2.22 1 0 0.0018185 0,018103'1 ° 2.385.795

Inv. & Desenv. 381 0.0362848 0 ° ° ° 2.255.116---- -----

Prop. Industrial 0,0 13829 0 ,4146544 0 0 0 ° 4.857.338-----

Trespa sse 0 .°3 6175 1.820·445 0 ° 0 0 2.385.795- - - - - - -

Activo Liq u ido 89369 67 83812341 419832,5 1320299 4074426 12379 4739249 6'14--- - -Vel. Ne g ocios 8610994 61567549 414014,5 1420108 4436'56 558 2650968835

Con tudo , scndo cacla vez mais reconhecida a importancia dos in tangiveis

na vida e gestao das ernprcsas, propusem o -nos a estudar 0 comportamemo

dos o uiros intan giveis (OAl) d forma individualizada na cr iacao de valo r

nas em prcs as portugll csas usando a m esma amostra. Assim, a variavel OAl foi

dc composta em tres novas variavcis:

1) desp esas de invcstigacao c desenvo lvimento (ID) ;

2) pro pricdadc industrial (PI) e;

3) trespass ' / goodwill adq ulr ido (TRESP) .

o Cl ue de ll origem ao m odclo 2 (ex p ressao 3) .

82

2 1 De aco rdo ca m () art igo 1·1" , do Dccreio - Lei n" 35 /200 5 . de 17 de Fcvcrc iro , "P.1I'a efe irosfiscais, nomcadamcnt c de apurall1en lo do lucro tributavc l, as cntidadcs q ue. nos termos do presentediploma, claborc m as co ntas ind ividua is cm co nforr n id adc co rn as norr n as in ter naciona is decoutabi lidadc san o hri gad'ls a maruer a co n tabi lidadc organ izada cl\' aco rdo co rn a uormalizacdoco niahilisl ica nacioual . . ;" . i\ pri ncipal fonrc de dados da SABI san as prestacoes de com as no am hiloda s o hriga.,:tJes Iiscals das em presas.

Page 17: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

/ A RELEV.A.NCIA DAS DESPESAS DEINSTALAc;:Ao E DOS INTANGiVEIS: 0 CASO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS/ Francisco Jose Mendes Leote, Rui Manuel Sobral Rita

(ROiV)"- IX". (i ,(ATiV>.. .. (dDl /\ft ,I a,(to tvv,.•<« ,(1'1/\f)" ,' ll ,Cn u ;;,',l' /V)" ,,('" (3)

••

RO = res ul tados operacionais anuais, an tes dos "custos" de amortizaco es,

da cm presa i n o ano t,

V =vendas annals,

AT = imobilizados corporeos, investim entos fi nanceiros e exist encias , 110

inicio do ano,

D1 = valor liqu id o das de spesas de ins talacao HO iniclo do periodo

cconomico ,ID = valor das desp esa s de I&D no inicio do p criodo ,

PI = propri edade industrial a valo res do inicio do per iodo economico ,

TRESP = valor do trespassc/ goodwill do inicio do ano.

Neste segunclo mocl elo pretende-se analisar 0 c0ll1 j10 rta ll1en to indiviclualizad o

das variaveis q ue corn poe rn 0 activo inrangivel na cr iacao d e valor das em prcsas

cm Portugal, no ,q ua l se espera q ue as despesas de invcsrigacao c dcscnvo lvimcn to

apresen tern um a relacao positiva corn os resultaclos c1as em presas (Leo te e Rita,

200 7) e que as d esp esas de instalacao manten ham a rclacao nega tiva co rn 0 valor,

6. RESULTADOS OBTIDOSPara testar a hi potese apre sen tada usou-se a m etodolo gia de regressao co m

dados cm pain el e 0 m odelo dos efeitos fixos, Pela aplicacao do teste de Hausman

testou-se a hipo tese "ccercc da nQO existfncin de correlooi o entre os rewcssorcs usndos c osefei tos individuais noo observodos, cuja rejci~ao sU9cre que 0 modclo de elci tos fixos devc ser oplicndo,

controlando apenos os efcitos individuais e os efcitos ternporois" (Rita , 2003) .

Considera ndo a literatu ra fina n ceira e a hipo tcse cstu da da corn base na s

em presas portuguesas o btiveram -se os resu ltad os ap resen tados (tabda 3) q ue

veio com provar os cfcitos cspcrados das variaveis DI e ID.

I "f ',,, I I I

I "

/ '

Page 18: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vol. 9, N.O16 I Dezembro 2011 I ISSN: 1645-9911TEKHNE I Revist a d e Estudo s Politecn icos I Polytechn ica l Studie s Review

Tabela 3 - Resultados

MOD ELO l MODEL0 2

AT 0,0058864 0,005716

(5,32 )' "

-0,4 35193

(-4,07)'"

-0 ,43° 898------ --- ----

{-4,03)'"- ------- _._------ - - - ----- -

DI

OAI -0,0 27373- ----------------

ID 0,7141352

(2,08) "

PI

TRESP

(2,71)*"

-0 ,017671

-- - - --Cons tant e 0,1125121 0 ,1078662--- - ------------- -----

(15,15)*" (14,29)*"

Test e F 16,41' " 10 ,76' "

Test e Hausman 52,12' " 95,25'"

Est atistica t (entre par entisis) =' 10%. " 5% e " ' 1% de significancia

Em ambos os m odelo s a var iavcl Dl apresenta uma relaci o negativa e

estatisticam cntc sig nincat iva CO Ill os res ultados da s cm prcsas, 0 q ue denota q ue

as dcspcsas de i nsralacao dcverao ser cons idc radas co mo gas to dos exercicios

em q ue oco rr em, dado q ue nao sao urn elem en to de cr iacao de valor para as

em presas. Dcstc modo, cs tas despesas nao deviarn ser rcco nhcc idas como ac iivo,

tal co rno .ra imposto pclo POe. Porem, com as altcracocs impostas pela recen ie

ap rova cao em Portugal do novo Sist cma d r- Norm ali zacio Co n tab ilis t ica , os

dispendios in corridos para proporcionar be ncficios econorn icos fut ures a uma

cn tida dc , que Il ao possam se r directarnentc irnputados a nen huui tipo de active ere .onhc .ido COlllO LUll gaslO quando for incor r id o, 0 qu e acontecc com os gastos

co m ac tividad es de arranq uc" .

Rclativam eutc, it variavel OAI (mo dclo I ) csta ap rcsen ta-se cstatis ticam c nte

rclcvante nias cum rclacfio negativa co rn a criacao de valo r, deste m odo to rnou-

;II

,/!/

'/ ,.., .I

1.2 Dcscrito 110 ~ (lH a) <I" N OI'II },I ('o l l l ah i l i slica l ' de Relate Fina ncciro (, - "Active», Trildllgi v(·is" <laCo m issiio de No r rn alizar.io Co utahilistica (ap rovado pelo Aviso n. u lS(lS S/ 2009 de 0 7 de Se-u-rnbro}.

Page 19: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

/ A RELEVANCIA DASDESPESAS DE INSTALAC;AO E DOS INTANGiVEIS: 0 CASODASEM PRESAS PORTUGUESAS/ Francisco Jose Mendes Leote, Rui Manuel Sobral Rita

se rclevan te a analisc da s difcrcn tcs cornponcntcs dcsta variavcl. pclo q ue foramana lisada s as variaveis ID, PI e TRESP d e forma ind iv id ualizada no mod ·10 2 . /\

var iave l ID apresenta Lima relacao posi tiva e signi[icaLiva em ter mos esiatis ticos

cam os resultados da s cm prcsas, 0 q ue vai d e encontro co rn os rcsulrados

o btidos pm Lcv e SOllgian nis (1996), Leote e Rita (2007) e Am ir, Gua n c Livn e,

(2 0 0 7) , () q ue ev idencia q ue as despesas de ln vestlgacao e descnvolvimcntodevem scr cap italizadas c nao scr con side radas co m a gasto , co m o 11111ira da s

vezcs su ccd c. Tal11bCl11, a variavel PI aprescnra uma relacao estatlsticame nte

po siti va . o q ue dernons tra q ue 0 eslo rco na iuovacao e no cs iabc lccim cnto

de ligac;:ao cam 0 rn crcado (atraves de m arcas c paten tes) e gerador de valor

para as organizacoes (Teh et al, 2( 08) . A variavel TRESP aprcscnia uma relacao

estat isticam me sig ni[icativa rnas negati va co rn a criacio de valor. Neste caso ,

seg undo 0 evidenciado pela Iitcratura finaneeira (Jifri e Citro n , 20 09 ; BlIgcja e

Gallery, 200 6 ; Churyk c 'hewning , 2 003 , Henning Cl a l, 2000 ; ]en l1 ings et al,

1996) , era esperado um a relacao positi va desta var iavel co in a criacao de valor,

Esta divergencia no res ultado podc, cvc n tualmcn tc, scr ju stifi cado co rn 0 facto

de cstc arributo / variavel nfi o apresen iar urn a CO lT .cta m edicfio ou id .nu fi cacao

do goodwill. Isto e, na definicao da arnostra usada nes tc cstudo procurou-se Lim a

elevada rcprcscntatividadc do tcci do em prcsanal ondc prcdo rnin a as cmprcsas de

m cn or di m ensao. Nestas , podc ocorr ' I' 0 probl ern a apo niado por Lam elas (20 07)

re leren te a nocao el l' tres passe versus goodwill. Segundo este autor, no co nceito

glo bal de lresp asse pede-se incluir, alcm do d irci to ao ar rcnd am cn to , dos hen s

do active im obilizad o e das ex istcncias, a car te ira el l' clie n tes c ale 0 goodwill do

n cg6cio que pode ser valorizado . Complemcntarmente, e referenciado en tre os

profi ssionais da co n tab ilidadc , a difi cu ldad c d e co ntahi lizacio do rrcsp assc cl0 11 goo(hvill, sobre tudo nas em presas de m en or dimensao , clac!os as escr ituras o u

os conira tos de tresp asse, par veze s, ufio fazerein qualqucr mcncio aos valo rcs

dos clcmentos do active e do pa ssivo do cs tabclcc irncnro, O utro aspccto q ue

pode ter alg uma influcn cia na rc lacao negariva clo goodwill o btida neste trabalho,

e os esiudo s an teriorrncmc refcridos, que cOlll p rovam urn a rclaci o posit iva

deste atribu to co m 0 valor, rccorrc rc m a urn a arn ostra ne empresas eotaclas c

co nsidcraram a rclacao corn 0 valo r de m er cado , 0 q ue nao oeorre na amostra

deste estudo.

I ,

! ':: ':,/ ' ,'.I!,

III

!

Page 20: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vo!. 9. N.o 16 / Dezembro 2011 / ISSN : 1645-9911TEKHNE / Revista de Estu dos Polit ecn icos / Polytechnical Studies Review

7. CONCLUSAOA contabilidadc C reconhecida pelo rigor que aplica a toda a inforrnacao

rclevada nas dcm onstracoes financeiras , contudo " 0 rigor nao deve significar

conservadorismo no scntido de oc ultar uma rea lidade que e cada vez mais

freq ucnte e detcrrninanrc do descmpenho das organ izacoes actuais " (Bras, 20 07) .

o facto do recon hecimento nas demonstracocs dos rcsultados de intangiveis

q ue contrib uem para a criacao de valor, c por o utro lado , do reconhecimen to

coma activo de dcsp esas so brc as quais nao e provado que gerem bcncficioseconomicos fut uro s assumern uma influencia deterrninante na avaliacao do

desempe nho das em presas.

Um objective destc es tudo, dado a controversia doutrinaria quanta aclass tficacao das dc spe sas de Instalacfio com o activo ou como gasto, preiendeu

analisar a relevancia des tas despesas na criacao de valor. Deste modo, os

resultados m ostrarn qu e a variavel DI apresenta urna relacao negativa co m os

lucros das em presas, 0 que permite indiciar que as desp esas de ins talacao nao

deverao ser co ntabiliz adas como activo mas sim, co mo gas to nos exercicios em

q ue ocorrem. Este res ultado vai de encon tro com os resultados obtidos par Hevas

(2005) e mm a posicao tomada, quer pclo IASB na concepcao da IAS 38 , quer

co rn a postura da (NC 23 na claboracao da NCRF 6 so bre a conr abilizacao dos

act ivos intangivcis. Dcsta form a, irnporta em futuros trabalhos de investigacao

avaliar as du as vertentes do reconhccim en to destas despcsas como custos/gastos.

Part icularm cnte, 0 seu rccon hccimento corno gas to do exercicio (de acordo

cam SNC) ou rcconh ccimcnto como gastos difer idos no memento cm que SaG

suportados e, posteriorruen te, a sua afectacao aos resul tados de di versos periodos.

A inovacio c apontada como 0 pr incipal (acto r de criacao de valo r e de

difercnciacao das cmpresas num m er cado cada vez mais global. As dcs pesas

de I&D SaG aponiadas na literatura financcira como gerador de valo r para as

em presas (Lev c Sougiannis , I9 96 ,Amir, Guan e Livne, 2007 , Leo te e Rita, 2007) .

Assim, foram anali sadas tam bcm as contrib uicoes das dcspesas de investigacao

c descnvolvimen to e da propricdade industri al na criacao de valor, as quais

apresentam uma relacao positiva com os lucros das empresas indiciando qu e

o rcconhecirnento destas des pesas com o act ivo e tid o como uti l na s iomadas

de de cisao , uma vcz que contrihuem na gera <;:ao de be ne fic ios econornicos

Iuturos. la 0 item trcspassc/goodwill registado como rcsultado das concen tracoes

cmprcsariais nao se apresenia como gerador de bcn eficios econoni icos fu turos

para as empresas portugu esas, contrariamentc ao apresentado pcla literatura

financcira . Desta forma , em Iu tu ros trabal hos de investigacao. no ambito das

I/

!//I

" , ', /

86 23 Clllll issao de No rrn alizacdo Contabilistica.

Page 21: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

/ A RELEVANCIA DAS DESPESAS DEINSTALAC;:AO E DOS INTANGIVEIS: 0 CASO DAS EM PRESAS PORTUGUESAS/ Francisco Jose Mendes Leote, Rui Manuel Sobral Rit a

em presas portuguesas, procurar-sc-a clarificar a rcla cao do goodwill corna criacao

de valo r. Parucularmen te, se os valores consicleraclos CO 111 0 goodwill rcprcscntam,

O Ll nao, activos intangivcis cfcc tivamente capazes de ge rar beneficios cconou iicos

fururos para as em prcsas portugucsas dada a dimcnsfio tipi ca das cm prcsas e a

problematica da avaliacao do HC>odwill .

8. BIBLIOGRAFIAAI-I\ jl11i, Iasiui. J lussain , Hamccda i\ . E Al-Salch, I ad hcm, (lOO\!) "J) .cisions on 'apital Str uc turein a Zakai cnvi ro nnu-nt wi th Proh i hi tiou of' l{iha " ,The jo ur na l of ' Risk Fina nce", I O(S), '160--1- 76.

Am ir, Ell. Gua n, Yanlin g c Livnc, Gilad (200 7). Th . Association of R&D and 'apital Expe nd it ures withSu bsequent Earni ng s Var iabil ity, Journal o f Business Finance & Acco unting. (3'1, 1 & I ) : 222-246 .

Bevan , A. A. e Danbolt, J., (20 0 2) , " Capi ta l Structu re and Its De te rm ina nts in t lu: UK - ADccornpositiona l Ana lysis". Applied Finan cia l Economics, 12, 159-1 70 .

Blanco-Mazagau», V.: pue nte -Saha le. J. M. c Qucvcdo-Puc nt c, E., (2 D1D). "F inance in Fam ily Fir m s:Gener ation Does Mau cr", Interuat ioua l Journa l of' Entrepreneursh ip and Small Bus iness , I1 (5) , 33R­3 52 .

Bougate( Khcmaics c Chichti, Iamclcddinc , (2D 10), " Equity Market Timing an d Cap ital Struc ture :Evid en ce from Tunisia and Fra nce" , Int e rn atio nal Journal of Business and Manag em ent, S( 10) , 167­177.

Bras, Filom ena An tun es (2007). Ncccssid adc e Dificuldades em Valorizar 0 Capi tal Humano, Rcvistade Estud os Politc cnicos , (vol. IV, n" 7): 29 1-3 19 ;

Bras, Maria Filorncna Preg ueiro An tunes (2 003), Pro po sta de Rela ta e Me di da do Goodwill GeradoIn tcr nam cnt c pclo Capital Hum ano Org aniz acion al, Tcsc de Dourorarnc nro, Univ ersidade do Min ho,Braga .

Bugcja , Mart in e Gallery, Natalie (2 006), " Is Ol de r Go odwi ll Value Reievant?" ,ACco ulll ing & Finance,4 6 , 5 19-535.

Cafi iliano, 1..; Ayuso , M. e RlIl,da , ]. A, (2000). Is Acco unting Int orrn arion Loosing Rele vance? Someanswe rs fro m Spa in, 23 " Co ng resso Anu al d a Euro pe n Acco unling Associatio n . Mu niq uc .

Cafiiha no . L.; Cova rsi, M. c Sanc hcz . M. ( 1999) , La Rclcvan cia el l' los In tangibles pa ra la ValoracionY la Ges ti('1I1 de Iimp resas : Revision de la Litc ratu ra, Rcv ista Espa iiola ell' Pina nciacion y Contabilidad ,n" 100 17-R8 .

Cazavan- Icny, Anne c lcan jcan , Thomas (200 6), Th e Negative Im pact of R&D Capitalizatio n: A ValueRelevan ce Approach , European Accounting Review, (vo l. 1S. n ." 1) :37-(, I .

huryk, N. e Che w n ing . E.. (2003), "Goodwi! and Amortizatio n : Are They Value Ri-k-va nt ?", Acad emyof Accounting and Financial Studi es Journal, (7(2), 5 7-69 .

Ferre ira. Rogcrio Fcrnandes (2 00 5) , Des pesas de o ustitui~'ao - custo do cx r-rc ici» ou activo ?,TOC ­Revista da amara dos Teen icos O ficia is d e ou tas, 11°6 8 : 50-5 1.

Fcrrci ra, Lco uor, Isid ro , Hc lcna c Alves , Paulo (Scicmbro 200 I) . Accounting Fram 'wo rk an dEnforcem eur Mec hanisms in Po rtugal: The Case of Research and Development (R&D) by thePortugu ese Listed u mpanles, Xl Co ng rl'so AECA, Mad rid .

Gama. Ana Pau la Bcr nardino Matias (20 06) , A Rcla<;ao entre Pcrd as e Valor no Co n texto d e urn Sectorlim crgcruc : 0 Caso das Fm prcsa s Am crica nas da Nova Eco nom ia. Tese ell' Do utoramcn to, ISCTE.

/

1 ", 'II: ', 1'1, ,

!I/

Page 22: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

Vo!. 9 , N.o 16 / Dezem bro 2011 / ISSN: 1645-9 911n1KHNE / Revist a de Est udos Politecnicos / Polytechnical Studies Review

Go ncalvcs da Si IV,l , F.V. ; Pcre ira , J.M. Estcvcs c Rodrigucs , Luc ia Lima (20 0 6) , .o mabilldad c da sSocicda dc s, Pl.irauo Ed itora , 12" cd icfio . Lisboa: 10 1- 10 2 .

Hendri ksen, E. S.; Van Brcda, M. F. ( 1999) - Teo ria dol Cont abi lidadc , Edi tora Atlas, Sio Paul o , Brasil.

He n u ing . Steve n ; Lew is . Bar ry c Shaw, Wayuc, (20 0 0) , "Valuatio n of th e Com pone nts o f Pur c hasedGoodwi ll" . Jo urnal ofAccounting Resea rc h . 38 (2 ) , 3 7.'>-386 .

H cvas , Dimosthc n ls I.. (200 5) , The Value Relevance of start Up Cos ts and O the r Balan ce She et Items:Sonu- Grci-k Evide-nce, Man ager ial Fina nce (3 1, 2) : 5.'> -6 ');

luncr, 'h r isto p hcr D. (2008) , Do es Measur ing In tag iblcs fo r Ma nagcm c u t p ur poses im proveper fo rmance?1\ Review o f'the Evid ence, Acco unt ing and Busin ess Resea rc h (vo l. 38 , n" 3) : 26 1- 27 2;

)c nn ing s. R.; Robinso n, J.; Tho J1lpson , R. e Duvall, 1.. , ( 1996) , "The Rela tion Betw een Acco unt in gGoodwill Nu m bers and Eq uity Values" . Jo urnal o f Business Fin an ce & Accounting , 23 (4-) , .'> I 3-533 .

[i fri , Khaled e Cu ro n , David , (2 00Y), "The Va lue-Relevance ol'Pi na ncial Statem en t Reco gni tion vers usNo te Disclo sure : Evide nce h orn Go odwill ACCllllllli llg" , Eu ropean Accou nt ing Review, 18 ( I) , 123­14-0.

!/!/

, /

," .. I

88

Jordan , J., LO\Vl' ). e Taylo r, P. , (1 99 8) , "Strategy and Fina ncial Poli cy ill UK Sma ll Firms", jou rn al o fBusi lll'SS Fina nce & Accoun ting , 25 (1 -2) , 1- 27 .

Io scph, George ( 200 I), An Increme ntal and Relati ve Analysi s o f the Valuation o f R&D In te nsi ve Firms,Acco unt in g Enq u ir ies (vol. l 0 . 11." 2) : 243 -273 .

Lam cla , Antoni o j . 0 ., (20 07) , "Good wi ll - Breves Reflexocs" in Gui m arfics, J. , Ma lhl'i ro , M. eGuimarfics - Socicdadc d e Rcviso rcs O fic iais de Com as , "Tem as d e Co ntabilidade, Fiscalid ade.Audi to r ia c Dircito das Soc icdades '' . Braga . http: / / w w w.jm msro c.pl /index.php ?optio ll= co m_co nt ent &lask= view&id = +(,+&ltem id = 60 . Ultimo accsso: 0 1-]un ho -20 I I.

Leo tc, Francisco Jose Mcn dcs c Rita, Ru i Mauuel Soh ral (200 7) , A Relaci o d os Actives ln tang ivcis COl l1

a Estr utu ra Fina nc clra dol Emprcsa , Revista Co nocim ien to , in n ovacion y cm prc ndedo res : ca m ino alfu turo, Edi tado por Ayala Calvo , J.c. y Gr up o d e Investi gacion FEDRA, Un ivcrsidad d e La Rioja.

Lev, Baru ch c Sougiann is. Theodore (Fcverciro 19 9(,) . The cap italization . amor tization , and value ­relevance of R&D, Jo urna l o f Account ing & Economics (2 1- 1): 10 7-1 3 9.

Lev, Bar uch e Zarowi11, Paul (Autumn 1999) , The Boundaries o f' Financial Repo rt ing and Ho w toEx u-nd The m , Jo urn al ofAcco u uu ng Researc h (37 - 2) : 3 53-3 8 5.

l.cv, Bar uch (200.'» : [lItan g ihle Assets: Concepts and Measu rem en ts . Encycl oped ia o f SocialMeasu rement (vo l. 7.) : 299-30 5 ;

Lopez-Gracia , j . c Sanch cz-Audu jar, S., (20 0 7) , "Financial Str ucture o f the Fam ily Business: Evidencefrom a Gro up of Small Spanish Firms" , Fami ly Business Review, 20 (' 1- ) ,269 -2 8 7.

Ma rt ins, Jose Luis Pc rc ira ( 200?) , Cap ital ln rc lcctual: U ma Analise Explorator ia - A Rca lid ad cPort ug uesa , Revista Conoc im icn ro , innovacio n ~. em pre ude do res : cam ino al fut uro, Ed iiad o po rAyala 'a lvo , [.C. y Gru po de InVI'Sligacit'lI l FEDRA, Univers ida d de La Rio]a.

O swa kl, Dvnu is R. c Zarowin , Pau l (2 007) , Cap italizatio n of'R&D and th e Informativen css of StockPrices, Eu ropean Account ing Review, ( 16 :+) :703-7 26 ;

Piic lis . Chr is ios N. e Vasila ro s , Vasil is, ( 20 I 0) , "The Determinants ofValue and Wealth Creatio n attill' Firm , [lld uslJ'}'. and Natio nal Levels : A Conceptua l f ramework a nd Evide nce" , Co n tr ib utions to

Po lit ic,11Ecollo my. 29 ( 1) , 33- 58 .

Q uiros , loaq u in Tci xc ira c AI' lIIso , San d ra Ma rga r id « vcn tu ra (20 ll7), Dcspcsas d t' lus ia lacfio:Activo, ' IISto do EXl'I'dc io o u Redll ~'ao do ap ita l Proprio , Rcvista o uo cimicu to . innovacio n ycm prc nd cdo rcs : r.u n iuo ,d fu tu ro, Hdiiado por Ayala Calvo , j.C, }' Gr upo de [1l\'est igaci(J!1 FEDRA.Un ivc rsidad d l' 1..1 Rio ja.

Rajan , R. c Zingalcs , 1.. , ( 199 5), "What Do 'Ne Know Abou t Cap ital Str uc ture? Some Evide nce fro mInt ernationa l Data", The Jo urn al o f'Fiuaucc. 50 , ]4·2 1- I1 60 .

Page 23: ARELEVANCIA DASDESPESAS DE EDOS … relevância... · Vol. g. N.D 16 / Dezembro 2011 / ISSN:1645-9911 TEKHNE/ Revista de Estudos Polltecnicos / Polytechnical Studies Review ncgll!i

/ A RELEVANCIA DAS DESPESAS DE INSTALAc;:Ao E DOS INTANGIVEIS:0 CASO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS/ Fra n cisco Jose Mendes Leote, Rui Manuel Sob ral Rit a

Rajgopal, Shivaram ,Vcnkatachalam . Moh an e K(nha, Sun-sh, (2003) "Th e Value-Relevance (If'Nc, tW( IrkAdvantages :The Case of E-Corru ncercc fir ms " , [o u rnal of ACCOllllti llg Resea rch , 4 I ( J ) , Li S- I (,2 .

Ramalho, j. j. e Silva .]. V , (2009), "ATwo -p art Praciion al Regress io ll Mo del fllr the Financial l.cveragcDecisions o f Micro , Small, Medium a nd Large PirIlIS" , Q ua nt irat ivc Fiua ucc, 9(5) , 62 1-63(>.

Rita, Ru i Mauucl So hra l (2 003), As Tco r ias (la Estr u tu ra de Cap ital s: A Evidcnc ia Empirica d asEmpresas Port llgl l\'SaS,Tes\' de Mcs trado, Un tvcrsid ad c de Evo ra.

Rodrigucs. Luc ia de Lima c Mcnezcs . arlos (Marco 200 1) , Trauuncnto conrahilistico dos act ivoslmang ivc is a na hsc omparativa, TO . -- Rcvista da ',ima ra dos Tccn icos O lic ia is de 'or uas, n" 12.

Rod rigues, Lucia Lima l' Olivi-ira , I.id ia (Sete m hro 2( 0 1) , A MC'did a C' Rel,1lo dos Illtallg iveis: 0 CasoPortugucs, XI Cong reso ARCA , Mad rid .

Serrasq ue iro , Z" NUIH's, P. c Silva , J. V , (20 I0), "Arc Capi tal St ru c ture Decisions of Fam ily-O wn edSMF's Differe n t? Em p lri cal Evidl ' ll\'e Iroru Port ug al " , 6th Port llgll esc Fin an ce Ne twork Co n fere nce .

Azores - 1 - 3 July,

Shyam-Sundcr, L. and Mycrs , S. '" ( 1999), "Testing Stauc TradcoffAgain st Pcckiug Order Mo del s ofCapital Struc ture " , j ournal of Financi al Eco nomlcs, r, I (2) , 2 19- 2+ 1-.

Smi th, David j., Chcn, Iiangua c Andc rso n, Harni sh D., (2 0 I0) , "The Relatio ns hi p Between CapitalStructure and Prod u ct Markets : Evide nce fro m New Zealand" , Review o f Quan titative Finance an dAcco un ting , 1-2+.

Sonnicr. B.; Carso n , K. e Carso n , P. ( 2007) , Accounting fIX Int ellectu al Cap ital : Th e Relatio nsh ipbetween Profitabi lity and Disclo sure, The journal of Ap plied Man age ment and Emrepren cu rslu p,(vol. IZ. n"2) : 3- 14 .

Stolowy, Herve e leny-Cazavan, Anne (200 I) , Iuteruatio nal Acc(lIlllt ing Disharm on y: The Case o rIntangi bles , Acco un ting , Audiung & Accountability Io urual, (vol. 14, issu e 4) :+77 -49 7.

Tch, Cha llg Chuau , Kayo, Ed ua rdo Kazun e Kirnu ra , H crbcr t (2 008 ) , Ma rcas , Patentes c Criaci o deValo r, RAM - Revisra d e Adm in istrarfio Mack e nzi e (vo l. 9 , 11.°1) :8 6-10 6.

Wri gley, led (2 008) , Discussion of ' W hat financial and non- financial in formatio n o n in tan g ib les isvalue - re levan t? A review o f the cvidc ncc ' iAcco unu ng an d Business Researc h , (voI.38 , n'' 3) :2 57 -2 60.

LEGISLAC;AoDircctr iz Co n tabilisuc a n ." 7 - Conrahilizaci o das Dcspcsas de ln vesu gac .io c de Dcsen vol virn ento ,

CNe.

Direet ri z Co ru abilisuca n." 12 -Concel to Co ntab ilisuc o de Trespasse, CNe.

lAS (In te rtl<1l io llal Acco untin g Standard) 3H -Activos In ran givcis. Io rual O licial da Unifio Europcia,

No rm a Co ntabilistica e de Relate Fin ancci ro 6 - Actives lu iang ivc is . Co m issfio de Normalizacfi«Co n tabilistica. (aprovado pclo Aviso n ." 15 65512009 de 07 de Scic m bro) .

Piano Oficia l de ' untab ilidade.

Regu lanwn to N." I 606 / 200 2 do Parlamcnto Europcu e do Consclho de 19 de Iulho de 2002 (rclativo,1 ap licar;ao das no rmas internacio nais d e co n tabilida dc) .

Regubmenlo N." 112 612 008 da Co m issao de 3 de Novern bro de 2008.

89

j"/,,