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V Filosofia política Os prisioneiros de Van Gogh

Aristóteles e Locke (2)

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Origem do estado

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V Filosofia política

Os prisioneiros de Van Gogh

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Filosofia política : disciplina filosófica que estuda a maneira como devemos viver em sociedade, nomeadamente as formas corretas de organização social.

Direito: conjunto de leis que existem para regular a convivência social dentro de um estado.

PODER POLÍTICO:

procura resolver os conflitos sociais, preveni-los, esclarecê-los, resolvê-los pelo uso da Lei e não da força. A lei tem legitimidade porque exprime a vontade de quem detém o poder (na democracia – o povo). O poder político surge para fazer cumprir as Leis.

Estado: Corresponde a uma sociedade politicamente organizada. Implica a existência de um povo fixo num território com um dado poder político

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ESTADO DE DIREITO: o estado que cumpre o Direito e a ele se submete (não pode ser um estado totalitário sobre o qual não há controlo jurídico).

O estado de direito é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um é submetido ao respeito do direito.

O estado de direito está assim ligado ao respeito da hierarquia das normas, da separação dos poderes e dos direitos fundamentais.

Mas PROMOVER ESTADOS DE DIREITO implica obedecer a uma ética e tal promoção está inseparável dos regimes democráticos. O estado de Direito obedece a Princípios éticos. A promulgação de leis não pode ser só legais mas também justas. Só assim serão legítimas. A justiça pressupõe o Direito e sem Direito não há Justiça.

ESTADO DE JUSTIÇAÉ através da ética que o Estado define o que é a justiça. O estado de justiça tem como base normas éticas.O Estado de Justiça é aquele que para além de ser um estado de direito procura leis que sejam justas.

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TEORIAS SOBRE A ORIGEM DO ESTADO

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Problema: Qual a origem do estado?O que legitima e justifica a autoridade do estado?O que levou os homens a viverem de forma politicamente organizada, a aceitar uma autoridade e obedecer a um poder e normas que são exteriores a si?

Resposta de: Aristóteles Resposta de: John Locke

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Aristóteles: conceção naturalista do Estado

Nasce em Estagira em 384-83a.c.Com dezassete anos entra na escola de Platão onde permaneceu até à morte do mestre. Em 342a.c Filipe rei da Macedónia encarrega-o da educação de Alexandre seu filho. Regressa a Atenas e fundou a sua escola, o Liceu.Morre (322-21).

Dos seus escritos destacamos A Política, em

oito livros

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Aristóteles: Cada cidade é uma comunidade política estabelecida em ordem a um

bem.

O estado é a finalidade natural do homem.

Mas porquê ? (ler texto p.157 manual até à décima linha responde às duas primeiras questões. )

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Aristóteles: O fim de todas as actividade humanas é a felicidade.

“A razão pela qual o homem, mais do que uma abelha ou um animal gregário, é um ser vivo político em sentido pleno , é óbvia.

A função específica do homem é a racional. A missão própria do homem não é a vida vegetativa que ele tem em comum com as plantas, nem a vida dos sentidos que tem em comum com os animais, mas a vida da razão. Ele possui a palavra, o discurso que lhe permite o debate de ideias .Assim o homem só é feliz se viver de acordo com a razão. A virtude e a maldade só dependem do homem.

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Aristóteles: Os homens são diferentes em termos de potencialidades.

Só dentro da cidade-estado (polis), na organização política, o homem desenvolve as suas capacidades físicas e morais. O homem não se basta a si mesmo. O homem não pode, por si só, prover as suas necessidades (reprodução, autopreservação) e não pode, fora da disciplina imposta pelas leis e pela educação, alcançar a felicidade. Como ser racional, age e visa o maior bem, mas é incompleto procura a sua completude.A distinção entre escravo e homem livre é como a distinção macho e fêmea, jovem e velho, natural.

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Aristóteles: O homem foi feito para a sociedade política, por isso lhe foi dada a razão.

A cidade -estado é uma comunidade de cidadãos (ler p.155 do manual, último parágrafo) que visa o maior bem de todos, como o homem é um ser racional age e visa o maior bem.A cidade - estado é uma comunidade que se basta a si própria, é o melhor e mais completo dos bens. Ela é o todo, e por isso, anterior ao indivíduo, é a única maneira de o homem se realizar.As pessoas associam-se primeiro em famílias, depois em aldeias, combinação de várias famílias, por fim em cidades ou estado, associação de várias aldeias. (ver o quadro p. 156 manual)

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Aristóteles: O que legitima a autoridade do estado é a natureza intrinsecamente política

do homem

A origem do estado é a troca de serviços, a sua unidade vem das dissemelhanças entre os indivíduos porque a natureza lhes deu capacidade diferentes. Um estado bom e justo é aquele onde cada um ocupa o lugar que a natureza lhe reservou. Se há homens incapazes de pensar, esses serão escravos, os outros os senhores.A finalidade do estado é a formação plena (intelectual e moral) a realização da vida boa.

Ler a p.157 (manual)2º parágrafo ,e o resto texto respondendo às últimas questões.

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Locke: Origem contratual do EstadoO estado não existe naturalmente, pelo contrário é uma construção humana. O que justifica então o seu aparecimento?

Nasce a 29 de Agosto de 1632, no seio de uma família burguesa de comerciantes.Estudou medicina, ocupou-se de problemas económicos e políticos e Entrou na política militante aos 35 anos como secretário, foi elevado a chanceler e participou ativamente da vida política. A sua autoridade tornou-se então extraordinária: ele era o representante intelectual e o defensor filosófico do novo regime liberal.” Morre a 28 de outubro de 1704

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Locke: Os limites do homem são os da própria razão que tem que contar com a experiência.

A justificação filosófica para o aparecimento do estado (Ver p.161, ler as 6 primeiras linhas do texto 4 responder `a 1º questão)

Inicialmente os homens viviam em estado natural, governado pela lei da natureza que liga todos como seres racionais. Perante ela somos todos iguais e independentes, ninguém deve prejudicar os outros na saúde, liberdade e propriedade. Eu sou proprietário do meu corpo por isso sou livre.

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Locke: O estado e o poder político nascem de um pacto entre os homens. (ler da sexta linha à nona, responder à 2º questão.P.161)

Nascemos livres na mesma medida que nascemos racionais. O estado de natureza garante a sobrevivência de todos, porém o ser humano quer sempre mais. O estado de natureza tem o defeito da não imparcialidade. No estado de natureza o limite é a necessidade. A minha necessidade não é superior à das outras pessoas. Existe incerteza e ameaça.

Para evitar o estado de guerra os homens formam a sociedade civil. O estado é criado recorrendo a um contrato social, em que os homens entregam a um governo os seus direitos, para se assegurarem de que a lei natural é levada à prática. Entregam a um poder legislativo o direito de fazer leis tendo em vista o bem comum e a um poder executivo o direito de executar estas leis.

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Locke: Se criamos regras é porque a sua criação permite melhorias. (ler da linha 9 ,à 16, responder à 3º questão.P.161)

A constituição de um poder civil não tira aos homens o direito de que gozavam no estado de natureza, excepto o de fazerem justiça por si próprios, pelo contrário, a justificação do poder consiste na sua eficácia para garantir aos homens, pacificamente, tais direitos.

A liberdade do homem na sociedade consiste “ em não se sujeitar a outro poder legislativo senão o estabelecido pelo consenso nem ao domínio de outra vontade ou limitação de outra lei do que aquela que este poder legislativo estabelecerá conformemente à confiança depositada nele

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Locke: A noção fundamental é a de trabalho, pois o trabalho legitima a propriedade. Corresponde a uma necessidade a que temos direito.

O estado protege todos, mas o interesse fundamental é dos que possuem bens. A desigualdade social resulta do desenvolvimento dos bens de cada um. O estado protege com leis os bens, imitando as leis naturais. As leis criadas pelo estado não ferem a igualdade porque têm o consentimento tácito. (Ver p. 160 contrato social)

O consentimento à lei é dado porque garante as vantagens do seu constrangimento. A vantagem da criação do estado é a imparcialidade garantindo os direitos de qualquer um, o estado é necessário. Distingue direito:Natural: de todos os seres humanos.Positivo: normas leis que se impõe ao cidadão

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Locke: O Estado tem a função de defender a propriedade. (ler o resto do texto responder às últimas questões.P.161)

A sociedade civil (ver p.160) só se distingue da sociedade natural pelo facto de existir estado. A sociedade é assim uma república de proprietários que o estado defende pelo direito positivo (leis e normas) e protege retirando o direito natural (pertencente a todo o homem) de fazer justiça pelas próprias mãos.

O estado é uma sociedade de homens constituída para conservar e promover apenas os bens civis, entendendo por «bens civis» a vida, a liberdade a integridade do corpo, a sua imunidade à dor, a posse das coisa externas. Esta tarefa do estado estabelece os limites da sua soberania; e a salvação da alma está claramente fora destes limites.

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Locke: exerceu a mais profunda influencia sobre o pensamento ocidental. As suas teses encontram-se na base das democracias liberais.

Só o consenso estabelece o direito desta comunidade sobre os seus membros; mas este consenso, como é um acto de liberdade, isto é, de escolha, visa garantir ou manter esta liberdade mesma e não pode legitimar a sujeição do homem à inconstante, incerta e arbitrária vontade de um outro homem.

As leis promulgadas são iguais para todos, visando só o bem do povo.

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Locke: Todos nascemos iguais pois todos temos a propriedade do nosso corpo. A capacidade de trabalho varia de homem para homem. Aqueles que conseguem mais riqueza é porque são mais capazes, logo são eles que têm que governar, pois são aptos para gerir, já que o demonstraram em relação aos seus próprios bens.

O poder político tem o poder legislativo (fazer leis), o poder executivo( execução das leis), e judicial (decidir contendas) existe, segundo Locke, o poder federativo cuja tarefa é representar a comunidade frente a outras comunidades. O povo conserva o supremo poder de remover ou alterar o poder legislativo.