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Armadilhas no diagnóstico da Hiperprolactinemia Julia Appel - Endocrinologista

Armadilhas no diagnóstico da Hiperprolactinemiaendoville.com.br/site/images/Aula Clube hipofise...macroadenoma é portanto, altamente indicativa de pseudo-prolactinoma. N Engl J Med

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  • Armadilhas no diagnóstico da Hiperprolactinemia

    Julia Appel - Endocrinologista

  • Introdução

    A hiperprolactinemia é a alteração endócrina mais

    comum do eixo hipotálamo-hipofisário.

    Indicações dosagem: Alterações mentruais,

    amenorréia, infertilidade, disfunção erétil e

    galactorréia

    Preciso estar atendo a algumas armadilhas no

    diagnóstica da hiperprolactinemia

    Diagnóstico Incorreto Manuseio inadequado

  • Introdução

    A hiperprolactinemia é a alteração endócrina mais

    comum do eixo hipotálamo-hipofisário.

    Indicações dosagem: Alterações mentruais,

    amenorréia, infertilidade, disfunção erétl e

    galactorréia

    Preciso estar atendo a algumas armadilhas no

    diagnóstica da hiperprolactinemia

    Diagnóstico Incorreto Manuseio inadequado

  • Introdução

    A hiperprolactinemia é a alteração endócrina mais

    comum do eixo hipotálamo-hipofisário.

    Indicações dosagem: Alterações mentruais,

    amenorréia, infertilidade, disfunção erétl e

    galactorréia

    Preciso estar atendo a algumas armadilhas no

    diagnóstica da hiperprolactinemia

    Diagnóstico Incorreto Manuseio inadequado

  • Caso Clínico 1

    Paciente feminina, 32 anos, procurou atendimento

    devido há irregularidade menstrual há 2 anos, mas

    há 3 meses sem menstruar. Referia também

    galactorréia à expressão mamária bilateral. Nega

    cefaléia ou alteração de campo visual. Nega

    fogachos.

  • Caso Clínico 1

    B- HCG: negativo

    Estrogênio: 18pg/ml

    FSH 3,7U/l

    LH 8u/l

    Prolactina: 112 ng/ml/ 104ng/ml

  • Caso Clínico 1

    Iniciou bromocriptina 5mg/dia

  • Transtorno Bipolar: Paroxetina e Risperidona

  • Hiperprolactinemia farmacológica

    Hiperprolactinemia por droga, causa não

    fisiológica mais comum

    Geralmente níveis 25-100 ng/ml

    Relatos de >200 ng/ml

    40-90% dos anti-psicóticos

    Mecanismos:

    Aumento transcrição do gene da dopamina

    Antagonismo ao receptor da dopamina

    Depleção de dopamina

    Inibição da produção central de dopamina

    J Clin Endocrinol Metab 96: 273–288, 2011)

  • Lista

    Droga

    Antipsicóticos:

    Haloperidol, risperidona,

    clorpromazina

    Procinético: Metoclopramida,

    domperidona

    Antidepressivos Triciclicos:

    Amitriptilina, imipramina

    Anti-hipertensivos:

    Verapamil, reserpina, metildopa,

    atenolol

    Inibidores Serotonina

    Fluoxetina, Paroxetina, Sertralina

    Narcóticos

    Heroína,morfina, cocaína

    Anticonvulsivante:

    Fenitoína

    Outros:

    estrogênio,isoniazida,metadona,

    maconha, anfetamina

  • Conduta Prolactinoma X droga

    Sintomático diante da suspeita de ser droga

    induzida:

    Suspensaão droga- nova coleta em 3 dias

    Se a droga não puder ser suspensa- troca

    Se não puder suspender ou modificar e os sintomas não

    coincidem com inicio do tto- RNM de sela

  • Hiperprolactinemia farmacológica

    Sintomático diante da suspeita de ser droga

    induzida:

    Suspensaão droga- nova coleta em 3 dias

    Se a droga não puder ser suspensa- troca

    Se não puder suspender ou modificar e os sintomas não

    conicidem com inicio do tto- RNM de sela

    Menos interferem com a PRL:

    Antipsicóticos: Clozapina, Quetiapina,

    Ziprazidona, Olanzapina

    Antidepressivos: Bupropiona, Venlafaxina,

    Trazodona

    J Clin Endocrinol Metab 96: 273–288, 2011)

  • Anamnese e exame físico

    Inquérito detalhado de drogas

    Excluir causas fisiológicas,

    medicamentosas e sistêmicas

    Lista medicamentos – drogas ilícitas

    B-HCG, Função renal e hepática, TSH

  • Caso Clínico 2

    Homem de 40 anos, vinha apresentando nos

    últimos 4 meses cefaléia progressiva . Referia

    também queixa de redução da libido e disfunção

    erétil recente. Negava galactorréia. Nega uso de

    medicações ou drogas ilícitas.

  • Caso Clínico 2

    Realizados exames:

    Prolactina: 72ng/ml

    Testosterona 128ng/dl

    LH e FSH normais-baixos

    TSH: 3,2

    Função renal normal

    TGO/TGP: normal

  • Caso Clínico 2

    Realizados exames:

    Prolactina: 72ng/ml

    Testosterona 128ng/dl

    LH e FSH normais-baixos

    TSH: 3,2

    Função renal normal

    TGO/TGP: normal

  • Caso Clínico 2

    Encaminhado para cirurgia transesfenoidal -

    Macroadenoma não funcionante com discreta

    hiperprolactinemia por desvio haste.

  • Caso Clínico 2

    Encaminhado para cirurgia transesfenoidal -

    Macroadenoma não funcionante com discreta

    hiperprolactinemia por desvio haste.

    AP: imunohistoquímica: PRL

    COMO EXPLICAR UM MACROPROLACTINOMA COM

    NIVEIS RELATIVAMENTE BAIXOS DE PROLACTINA?

  • Caso Clínico 2

    Encaminhado para cirurgia transesfenoidal -

    Macroadenoma não funcionante com discreta

    hiperprolactinemia por desvio haste.

    AP: imunohistoquímica: PRL

    COMO EXPLICAR UM MACROPROLACTINOMA COM

    NIVEIS RELATIVAMENTE BAIXOS DE PROLACTINA?

    PRL:

    < 100ng/ml = não tumorais,

    não funcionantes

    100-250ng/ml=

    microprolactinomas

    > 250ng/ml=

    macroprolactinomas

  • Efeito Gancho

  • Efeito Gancho

    Artefato do exame

    “Desmascarado” – diluição soro 1:100

    Real frequência?

    6-17% dos macroprolactinomas

    Caso- 155ng/dl 4.200ng/ml

    Literatura: 164,5 26.000ng/ml (Friez )

    Tu áreas císticas

    Um vez excluída a possibilidade de efeito gancho,

    a detecção de PRL

  • Discrepância entre o tamanho do tumor e o nível de

    elevação da prolactina

    Efeito Gancho

  • Discrepância entre o tamanho do tumor e o nível de

    elevação da prolactina

    Efeito Gancho

  • Discrepância entre o tamanho do tumor e o nível de

    elevação da prolactina

    Efeito Gancho

    Solicitar diluição da amostra 1:100 para pesquisa de efeito

    gancho

  • Caso Clínico 3

    Paciente feminina 28 anos realizou exame de RNM de crânio

    devido quadro de cefaléia frequente. Identificado pequeno

    microadenoma de 0,7 cm. Paciente negava sintomas na

    esfera sexual, negava galactorréia e mentruava

    regularmente sem uso de anticoncepcional oral. Negava uso

    de medicações ou drogas. Consultou com endocrinologista

    que solicitou avaliação dos basais hipofisários:

    TSH 2,8, T4 livre: 1,10

    Cortisol das 8h: 18 mcg/dl

    LH e FSH normais

    IGF-1 208 (normal para sexo e idade)

    Estrogênio: 68pg/ml

    Prolactina: 84ng/ml

  • Caso Clínico 3

    Paciente feminina 28 anos realizou exame de RNM de crânio

    devido quadro de cefaléia frequente. Identificado pequeno

    microadenoma de 0,7 cm. Paciente negava sintomas na

    esfera sexual, negava galactorréia e mentruava

    regularmente sem uso de anticoncepcional oral. Consultou

    com endocrinologista que solicitou avaliação dos basais

    hipofisários:

    TSH 2,8, T4 livre: 1,10

    Cortisol das 8h: 18 mcg/dl

    LH e FSH normais

    IGF-1 208 (normal para sexo e idade)

    Estrogênio:

    Prolactina:84

    O que

    fazer?

  • Alerta quando paciente assintomática ou

    oligossintomática e aumento da PRL

    Pensar em Macroprolactinemia

  • Macroprolactinemia

    PRL monômero 23kDA- 90%

    Dímero- big prolactin e alto peso meolecular big,

    big prolactin = macroprolactina- 10%

    Consiste complexo antígeno-anticorpo de PRL

    monomérica e IgG

    Prevalência de 10-22%, pode chegar a 46%

    Ligação da PRL coma IgG altera suas

    propriedades funcionais tornando-a menos

    biodisponível para seu receptor.

    N Engl J Med 2010;362:1219-26.

  • Macroprolactinemia

    Método de triagem: precipitação em

    polietilenoglicol (PEG)

    Valor da Recuperacão Interpretação

    >60% Predomínio formas monoméricas (-)

    30-60% Indeterminado

  • Macroprolactinemia

    Método de triagem: precipitação em

    polietilenoglicol (PEG)

    Valor da Recuperacão Interpretação

    >60% Predomínio formas monoméricas (-)

    30-60% Indeterminado

  • Voltando ao caso

    Prolactina inicial: 84

    PEG:

    Prolactina = 21

    Recuperação de 25%

    Logo, pesquisa de macroprolactina positiva

  • Caso Clínico 4

    Paciente feminina, 46 anos, encaminhada ao

    endocrinologista devido diagnóstico de macro

    prolactinoma. Refereria amenorréia, dispaurenia,

    galactorréia, sudorese excessiva e artralgias difusas

    com inicio há 11 meses. HP: DM2 diagnosticado há

    4 meses. Usando Metformina XR 1g dia, Glimepirida

    2mg, paracetamol. Trouxe exames: PRL: 214 PRL

    226 TSH: 1,9, BHCG negativo, Cr: normal, Fígado

    :normal e RNM:

  • Caso Clínico 4

    Paciente feminina, 46 anos, encaminhada ao

    endocrinologista devido diagnóstico de macro

    prolactinoma. Refereria amenorréia, dispaurenia,

    galactorréia, sudorese excessiva e artralgias difusas

    com inicio há 11 meses. HP: DM2 diagnosticado há

    4 meses.Trouxe exames: PRL: 214 PRL 226 e RNM:

  • Caso Clínico 4

    Iniciado tratamento com cabergolina, com

    esquema de aumento de doses progressivos

    Ficou utilizando 2mg/semana

    Repetiu diversas vezes

    PRL – 102

    PRL -71

    PRL:43

    PRL 32 -41

  • Caso Clínico 4

    Iniciado tratamento com cabergolina, com

    esquema de aumento de doses progressivos

    Ficou utilizando 2mg/semana

    Repetiu diversas vezes

    PRL – 102

    PRL -71

    PRL:43

    PRL 32 -41

  • Sem redução

    tamanho

    Artralgias

    Hiperhidrose

    Diabetes

    IGF-1: 402 (normal até

    236)

  • Lembrar dos tumores Co-secretores

    Solicitar IGF-1, sobretudo nos

    macroadenomas

  • Lembrar dos tumores Co-secretores

    Solicitar IGF-1, sobretudo nos

    macroadenomas

    25% dos

    somatotropinom

    as são co-

    secretores

  • Obrigada

    www.endoville.com.br