Armas Do Fetichismo

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Presentação ABA 2005

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Chapter 6

De armas do fetichismo a patrimnio cultural.

Tranformaes do valor museogrfico do Candombl em Salvador de Bahia no sculo XX.I. Um dos projetos estrela de Gilberto Gil, como ministro de Cultura do governo do PT, crear uma seire de Museus Nacionais, entre os quais, um Museu AforBrasileiro. Salvador de Bahia e um dos locais onde mais provavelmente vai ser ubicado tal museu- si alguma vez chega a ser realizado. De fato, ja na poca da dictadura militar se projectou um Museu Afro-brasileiro em Salvador, que deveria reunir todas as coleoes do pais. O resultado foi muito mas modesto: mas o antigo projeto da ditadura poderia ser finalmente realizado pelo PT. Baixando no nivel da fofoca o fato de Gilbero Gil ser soteropolitano, antigo conselheiro de cultura da cidade, e oga do Ile Ax Opo Afonja, so reforca essa hipotesi.Mais ainda sem contar com essa hipotesi fofoqueira do favor pessoal do ministro, no nivel publico Salvador de Bahia sente-se como a capital natural da cultura Afro-Brasileira, a Roma negra como dizia Mae Aninha. O Candombl e os seus objetos so, e sempre foram, uma parte central da vida da cidade. Claro que em um tempo essa centralidade foi dissimulada, escondida, e perseguida, e agora e predicada com orgulho, exhibida, alardeada. Esse processo, do recalque a publicidade, no pode ser simplismente, explicado como o triumfo final de uma cultura resistente sobre a opresso da cultura dominante. A historia e bem mas complexa, involvendo trocas e negociacoes entre diversos grupos sociais, que culminam com a formao da Cultura Afro-Brasileira de Salvador. Quando falo de formaco, no esto questionando a Cultura Afrobrasileira como uma tradico inventada o uma comunidade imaginaria. Pelo contrario, estou afirmando a presencia inegavel, no Brasil atual, de uma realidade social formada historicamente, uma instituco social, no sentido mas amplo, com os seus espacos, discursos, sujetos e objetos.

Nesse artigo, vou temtar explicar essa formaco historica desde a prespetiva dos objetos e nos espacos da formaco da cultura afro-brasileira em Salvador essencialmente a traves dos objetos e espacos museograficos. O ponto que eu acho central nesse processo de museificao da cultura afro-brasileira em Salvador o famomento da incorporao, por parte de uma elite de casas de Candombl, dos valores e das instituies da cultura e os museus. Isto: essa elite de casa de Candombl aprendeu a se definir em termos de cultura e como instituio cultural, e negociar o seu lugar na sociedade brasileira a travs das instituies da cultura. Os museus so, e sempre foram de fato, escenarios e areias da construio dessa relao entre o Candombl e o mundo da cultura oficial, tanto no nivel nacional como internacional. Nesse sentido, eu gostaria de extender a proposta de James Clifford de ver os museus como Zonas de contato, nas quais museografos e os assim chamados nativos negociam a sua relao. Indo mas pra la, eu acho que os museus no so so escenarios de negociao entre culturas, mas forums, oficinas onde construimos os valores da cultura mesmo, a cultura como instituio a traves da cual definimos o valor do prpio e do alhio II. Entrando em material, eu vou descrever muito rapidamente os diferentes momentos e instituioes a traves dos quais o Candomble foi representado museograficamente. E importante assinalar que o Candombl sempre foi parted as colecoes museograficas nessa cidade, desde os seus inicios. Um dos primeiros museus da Bahia, a colecco do Instituto Historico e Goegrafico da Bahia, recolhia ja objetos de Candombl. A maxima do Instituto Historico e Goegrafico do Brasil, como lembra Lilia Moritz (1993:137) e Colletar para bem guardar. Guardar para bem servir Coleccionar documentos, e objetos, construir archivos e museus, era um dos objetivos pricipais dos Institutos. Manter um registro do passado era tembem uma forma de manter e legitimar os direitos de propiedade e a propia verso da historia das elites locais. Asim, o Instituto Historico e Geografico da Bahia e fundado em 1894 relativamente tarde respeito de outros- com a clara funco de ser um centro de encontro da aristocracia local dos bachareis, e de escrever uma historia local que priorizase o rol dessa aristocracia e a importancia da provincial dentro do Brasil inteiro.

A colecco do IHGB e essencialmente um gabinete de curiosidades. Muitos dos objetos da coleco esto agora perdidos, mas podemos achar referencia a eles no Jornal do Intituto, que faz referencia as donaoes recibidas. Essas donaoes incluem medalhas comemorativas, colechoes de armas, selhos, pinturas, lembrancas de guerra, minerais, bandeiras, restos da aristocracia dos fazendeiros da provincia; e do lado, objetos identificados com os indios como arcos e frechas, e coisas do Candomble. Todos esses objetos foram acumulados progressivamente, e sem uma inteno didatica precisa; so o resultado de historias particulares e eventos, souvenirs e raridades. Entre essas raridades, encontram-se os objetos do Candomble. O origem da majoria desses objetos e incerto, ainda si temos algumas provas que varios so resultado de colheitas policiais nas relacoes de donacoes ao IHGB constam os nomes da oficiais da policia, de policiais recolhendo e nos jornais da epoca, varias noticias fazem referencia a expedicoes policiais que deixam os as arsenais de feiticeria os apertrechos belicos do Candombl no IHGB. O objetivo dessas perseguicoes, aparentemente, era perseguir os candombles baixo a acusao de praticar a falsa medicina:era acabar com as traas do fetichismo negro para permitir o deselvolvimento de uma socideda moderna. Mas os objetos recolhidos pela policia no sempre correspondem ao que poderiamos considerar como provas de falsa medicina como remedios o hervas mas so outro tipo de objetos. Por exemplo a cadeira do pai de santo Jubiaba, que ainda se encontra la: a traves dos jornais da epoca, sabemos que o 5 de Outubro de 1921 , a policia entrou no terreiro de Jubiaba na companhia de um jornalista. A invaso foi claramente preparada para dar uma lico no ento famoso pai de santo. O jornalista explica graficamente como os policiais requisaram a cadeira de Jubiaba, justo no momento que ele ia caer em transe sentado na cadeira, rodeiado dos seus Acolitos . E interessante apontar a importancia que os policiais do a cadeira. E normal requisar a cadeira de um criminal? E verdade que Jubiaba foi acusado de praticar falsa medicina- e portanto e logico pensar que seriam requisadas folhas e objetos de corandeirismo- mais porque a cadeira? A cadeira, de fato, tem uma importancia propia no Candombl: pode ser litaralmente um assento do poder (Axe) do pai de santo. Podemos suspeitar que os policiais, de fato, tinham familiaridade com o Candomble e suas praticas- e reconhecem os elementos centrais do ritual com facilidade- ainda si nesse reconhecimento, eles contradizem os principios supostamente racionais da colheita de mostras do crime. So as armas misticas da feitcaria, e no as provas da falsa medicina, o que eles procuram. Essas armas so atabaques, contas, e otas ( pedras)- elementos sem duvida centrais no Candomble, mas que dificilmente seriam identificados como armas por persoas que no estivessem familiarizadas com o culto. Isso e normal dado que os policiais vinham das mismas camadas sociais que os praticantes de Candomble: algums inclusive eram iniciados(Luhning 1996).

O resultado, paradoxal, e que perseguindo as praticas da feiticaria os policiasi reconhecem os eu valor; no o negam- no vem a feiticaria como uma forma de falsa consciencia, mas como uma tecnica efetiva (Maggie 1992). Nesse sentido, a luta pelo progresso e a modernidadecontinha notaveis ambiguidades.III, Contra essas ambiguidades- essas corruoes do projeto de modernidade, e que lutava Raymundo Nina Rodrigues, medico legista, etnografo pionieiro, e fundador de uma outra coleco, que devira ser, com o tempo, o museu de medicina legal da Bahia. Rodrigues combatia a represso policial do Candomble, argumentando que os negros, como raa inferior, noa podiam ser sujeitos do codigo penal como os brancos. Nina Rodrigues defendia que o Candomble era uma expresso da doenca mental, e portanto, eram os medicos, e no a policia, quem tinha que controla-los(Rodrigues 1906). Assim, Nina Rodrigues e o primeiro que ve o Candomble como objeto de pesquisa cientifica, e os objetos do Candomble como sintomas de doena e degenerao racial, no como armas do crime. O que importante sublinhar tambem e que Nina Rodrigues ve o Candomble como uma subsistencia africana, como uma prtica que vem de fora do Brasil, inagurando assim a escola de Estudos Afro-Brasileiros na Bahia, que procuraram traar na Africa o origem das praticas religiosas que a partir dele seram definidas como Afro-Brasileiras.

Entre outras atividades, Rodrigues formou uma coleco de Medicina Legal, na qual se exhibiam objetos de Candomble classificados como objetos de Antorpologia cultural, do lado de objetos de Anatomia patologica e Antropologia Medica. Do lado dos objetos de Candomble, tinha objetos de interes para especialistas em autopsia, como uma coleco de moscas necrofilas, e objetos de analise frenilogica- incluindo as cabecas de criminais famosos, como o profeta Antonio Conselheiro. (Lima 1979).

Depois da morte de Nina Rodrigues, os seus discipulos continuaram e ampliaram a colecco. A partir de 1926 Estacio de Lima dirigiu o museu de Medicina Legal. Ele acrecentou a colecco com objetos criminologicos- como armas homicidas, fetos humanos deformes, e objetos de crime como drogas. Alem disso, tambem mostrou as cabeas dos famosos cangaeiros Lampio e a sua banda. Tambem foram acolhidos objetos de Candomble, algums comprados por Estacio da Lima, outros provavelmente da colheita da policia- ainda se isso e objeto de discusso.

Um grupo de casa de inteletuais associados a casas de Candomble, constituidos em Sociedades de Prtoeio e Defensa dos Cultos Afro-brasileiros denunciou a o museu de Medicina legal en 1996 por amenhaca a moral pblica , arguindo que obras de arte sacra negra no deberiam ser mostrados como objetos de interese criminologico e patologico num discurso racista e perverso. Eles argumentavam, alias que a majoria desses objetos foram recolhidos em epoca de represso policial. Eles pediam que esses objetos fossem mostrados com dignidade, como arte sacra negra. A Sociedade e o museu chegaram a um acordo parcial, e agora a coleco afro-brasileira do Museum de Medicina Legal se encontra no Museu da Cidade.

O interessante do caso e que o coletivo de defesa da cultura negra no pede o retorno das peas de Candomble as casas de onde eles vem- entre outras razoes porque no tem constancia nenhuma de origem das peas. Mas alem disso, eles concordam na legitimidade da instituio museogrfica como um lugar onde essas peas podem ser mostradas. Eles so no comcordam no tipo de museu: eles no vem essas peas como objetos de analise mdica-legal, mas como obras de arte sacra negra- a ser mostradas num museu de arte, de forma condigna. Os valores do museu, a arte, e a cultura, valores perfeitamente modernos, occidentais, foram assumidos pelos membros do Candomble como legitimos.

IV. O enfrentamento entre o Museu e um colectivo casas de Candomble e inteletuais- dentre eles varios antroplogos- uma mostra de um conflito mas generalizado, que tem tido lugar na Bahia nos ultimos cinquenta anos, entre uma velha casta de inteletuais e homes de ciencia que saem da escola de medicina, e uma nova cultura que emerge da aliana de artistas, cientistas sociais e elites do Candomble Bahiano nas ultimas decadas. Essa nova cultura- o que poderiamos chamar, a cultura Afro-brasileira de Salvador, originou nos anos setenta outro museu, o Museu Afro-brasileiro, que tambem foi objeto de grandes confrontacoes.

O Museu Afro-Brasileiro foi projetado no inicio dos anos setenta dentro do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA. O CEAO foi creado nos anos cincuenta no so como um centro de pesquisa, mas tambem como um instromento politico de relacoes internacionals, nacionais, e ate locais(Santos 2000). O objetivo era construir uma rede de trocas entre a comunidade universitaria local, a internacional e o povo de santo de Salvador . No inicio dos anos setenta foi projetado um Museu Afro-Brasileiro composto de colees de natureza etnolgica e artstica sobre as culturas africanas e sobre os principais setores de influncia africana na vida e na cultura do Brasil. Alem disso, o museu deveria incentivar O incentivo criao artstica de temtica Afro-Brasileira, mediante subvenoes ou concursos de natureza, literaria, musical, teatro e dana

Um dos inteletuais mas implicados no projeto foi o fotografo e etnologo Pierre Verger. Verger foi comissionado pelo Itamaraty para comprar peas para o museu no Benin em 1975. Ele voltou com 241 pecas, que iam constituir a maior parte da colecco do museu. No projeto inicial, se esperava poder incorporar pecas afro brasileiras de coleccoes de todo o pais, mas finalmente isso no foi feito. Alem dos problemas em concretizar a colecco, o novo museu gerou outros conflitos. O museu tinha que ocupar o antigo predio da Faculdade de Medicina, no terreiro de Jesus, na epoca em estado de ruina. Essa ocupaco foi imediatamente rejeitada pela classe medica, Raymundo de Almeida Gouveia representante do IBHM, declarou que "Considero que haver verdadeira profanao sobretudo se amanh, como ser possvel, o Museu do Negro servir de abrigo s prticas do Candombl, hoje j sofisticado e adulterado por aproveitadores e improvisados etnlogos

A Escola de Medicina procurou reocupar a antiga sede, gerando un coflito que demorou cinco anos a inagurao do museu. FInalmente, quando foi inagurado em 1980, praticamnte so contava com as coleccoes aportadas por Verger. O Museu Afro-Brasileiro era eminentemente, um museu africano, como criticou Jorge Amado

Mas e interessante assinalar tambem que o Museu contou com muitas donacoes de mais e pais de santo. Por exemplo, , Me Cacho de Muritiba, donou as roupas de Ogum so seu pai de santo, dizendo: torna-se pblica a cultura afrobrasileira que estava oculta e que de hoje en diante precisa ser conhecida. Quanto aos orixs expostos na entrada do Museu, esto enteiramente integrados nos principios religiosos. Ns doamos uma das ltimas roupas do Ogum do meu pai- Ogum Mereg- Manoel Cerqueira Amorim

E interessante esse reconhecimento do valor da cultura como um tornar-se publico. Tudas as mais de santo que deram roupas especificara a quem pertenheciam e a sua genealogia espiritual. Esse e um punto importante para entender a formao de Memoriais nos terreiros.

Nos anos noventa, comenaram a ser projetados memorias nas casas de Candomble mas aristocrticas de Salvador, como a Gantois e o Opo Afonj. O Memorial de Me Menininha do Gantois, mostra as suas roupas, contas, fotos de Menininha com pessoas importantes, ate o basto dela, mais duas imagens de So Jorge e Santa Escolastica. O memorial fica no espaco onde ela morou. Muitas pessoas importantes da cultura e a politica bahiana incluindo Antonio Carlos Magalhes, que sempre teve uma otima relao com o Gantois.

Acho que a identificao do Gantois com a mae de santo, e importante. Podemos ver tambm a identificao da historia da casa com as maes de santo no museu do Ile Axe Opo Afonj, o Ile Ohum Lailai, a Casa das cosas antigas en Ioruba. Esse Museu foi projeta por Mae Stella quando voltou da Africa, com o fim de dotar essa comunidade de uma dimenso historico- cultural explicitada e continuada no trabalho das geraoes

O museu do Opo Afonj apresenta esse terreiro como o local da cultura Africana no Brasil, onde a immanencias so preservadas. Essas essencias, so explicadas a traves da vida e trajetoria individual das maes de santo da casa. Os objetos, apertrechos, roupas das mais de santo so o elemento central da exposico. O espao central da casa esta dedicado a mai de santo atual, louvando os principais logros do reinado dela. O principal, a rejeio do sincretismo, mostrada graficamente com a exhibio dos santos que antigamente eram objeto de culto, agora mostradas so como lembrana dos tempos antigos .

Em definitiva, o museo do Opo Afonja explica a cultura Yoruba pura como a historia de uma linhagem arsitocratica de maes de santo. Mostrando lembranas e reliquias das rainhas do Candombl. E mais parecido a um museu de familias reais europeias que a um museu de arte ou etnografia. Aqui, as cadeiras, os tronos, so muito importantes. Nos termos de Anette Weiner(1991), se trata de Possessoes inalienaveis, objetos que seguram a historia e a continuidade objetificada de um valor. Mais ainda assim, o que e realmente valioso do terreiro, os assentos onde reside o axe da casa, no mostrado- por que ele no pode ser mostrado. O que mostrado pelo outro lado tem a ver com as maes de santo, que so a ligao, a mediao entre o valor secreto dos assentos e o valor pblico da Civilizao Afro-Brasileira.

De alguma forma, voltamos no incio: como as coleoes do Instituto Historico e Geografico, esse museu e um quarto dos trofeus e as lembranas de uma certa auto-designada aristocracia. Dessa vez, porem, essa aristocracia no esta formada pelos bachareis, filhos dos senhores de engenho, mas as mais de santo, as sacerdotissas negras. Acho que essa analogia no e de fato forada. A cultura do Candombl, e a politica do Candomble em Salvador, nasce no ocaso do sistema escravista no Brasil. O nascimento do Candoble de fato e perfetamente contemporaneo a apario dos Institutos Historicos . O bacharel e a me de santo aparecem no mesmo tempo, no ocaso do senhor de engenho. Podemos ver, as duas instituicoes como tentativas de renegociar os discursos sobre o poder e a autoridade, as praticas de reproduco do valor, de trasmisso de possessoes inalienaveis na Bahia- tentativas inevitavelmente marcadas pelo aristocratismo e paternalismo da sociedade tradicional Bahiana. Acho que no seria excessivo declarar a modernidade de as duas- ainda se radicalmente diferentes (Palmie 2003). No fim, parece que a modernidade do Candombl na Bahia triumfou encima dos Insitutos Historicos, as coleccoes dos quais caem no olvido, enquanto politicos, inteletuais e artistas de o munto inteiro rendem homenagem as rainhas da cultura Afro-Brasileira. Clifford 1997Luhning1996Maggie 1992

Moritz 1993Santos 2000

Palmie 2003

Campos 1999Rodrigues 1906 As in the colonial examples evoked by Pratt, negotiations of borders and centres are historically structured in dominance. To the extent that museums understand themselves to be interacting with specific communities across such borders, rather than simply educating and edifying a public, they begin to operate consciously and at times self-critically in contact histories ( Clifford 1997:204)

Em 1919, o Dr. Alvaro Reis doo 1 pilo de Oxala, 1 santo Africano, 1 ich de Xang. O Coronel Arthur Athayde doou Aros, rosanas, talhas, moringas, feitios, pedras, roupas, enfeites de plumas de varias qualidades, oraes escriptas, etc. etc. (Revista do Instituto Geographico e Historico, n. 45, ano XVI, 1919: p.282). Em 1926, o Profesor Bernardino Madureira doou 3 Atabaques e Santos: Oxala, Oxum, Oled ), literally apprehended by the police( Revista do IGH, n.52 1926, p: 415) . Em 1927, o Dr. Aristides Mendes deu 3 atabaques e 1 Agogo ( Revista do IGH, n.53, 1927). Em 1934, o Dr. Federico Ferreira Bandeira deu 7 idolosdo pai de santo Severiano, da Fazenda Engenho Madruga, em So Francisco do Conde ( Revista do IGH, n.60, 1934: p.577). Em 1937, o Capito Hannequim Dantas deu atabaques procedentes do Candombl da Mata Escura (Revista do IGH, n.62, 1936).

Arsenais de feitiaria (A Tarde 20/5/1920)

Apertrechos blicos ( A Tarde 3/10/1922)

...dava vontade de rir. A multido que ali mal respirava, com a mayor contrio, inclinava as cabeas, ficando nessa incmoda posio at que o feticeiro solenemente tomou assento.(...)Nesse ponto, o subdelegado entrou na sala, fazendo valer a sua posio de autoridade e interrompendo a ridcula comdia. Un raio que tivesse caido na casa, no provocaria tamanho susto.(...)Jubiab estava assentado na sua cadeira dourada, rodeado dos seus aclitos paramentados como ele. Preparava-se, de olhos fechados fingindo-se possudo pelo esprito, a receitar as pessas doentes que, crdulamente, o procuravam. (...)A polica tratou de apreender a cadeira do explorador e as musangas e dolos de pau que formavam os deuses do culto, remetendo toda aquela extravagante coleo para o posto policial. ( A Tarde, 07.10.1921, quoted in Braga 1995)

amenhaa para a moral pblica Process n. 27007049-5, 9/10/96 In fact this was not the first attempt to segregate the collection: in 1988, the IPAC ( institute of Artistic and Cultural heritage of Bahia) had already claimed the return of these objects to Candombl houses. At that time, the president of the IPAC was an anthropologist that latter on was also related with the Candombl houses that made this denounce.

Termo de Convnio Ministrio das Relaes Exteriores/Ministrio da Educao/UFBa./Prefeitura Municipal de Salvador, Quoted by Santos 2000: p.128.

idem

IBHM conta instalao de Museu na ex Faculdade de Medicina, in Tribuna da Bahia, 08/08/1974.

Jorge Amado Breves Notas Sobre o Museu Afro-Brasileiro da Bahia. No esplendor da Corte de Oxala esto faltando os guerreiros de Zumbi e os Males do Alif Licut. Jan./Feb. 1982 Boletin do SPHAN 16

Memorial Mae Menininha do Gantois Fundao Cultural do Estado Rio de Janeiro 1992.

Em Setembro de 1980, em Lagos-Nigria, a ialOrix Maria Stella de Azevedo Santos sentiu a necessidade de preservar a cultura iorubana a travs de uma das suas dimenses bsicas: a religiosa. Pensou em criar um museu do Il Ax Op Afonj a fim de dotar essa comunidade de uma dimenso histrico-cultural explicitada e continuada no trabalho de geraes. Props em Outubro de 1980 sociedade Civil Cruz Santa do Ax Op Afonj a criao de uma commiso para estruturar o Museu, o que no ocorreu por diversos motivos.Campos 1999: 170

ressaltar a presena forte e ntegra da religio e da cultura yoruba nesta casa (...)como as immanncias, esencias preservadas e cuidadas trascendem as dimensoes contingentes, circumstanciais: perseguioes policiais, distoroes ambientais e intereses individuais. No um museu de Candombl(...) mas sim um depoimento, um museu do Il Ax Op Afonj, sobre a cultura e religio yoruba, da qual o Ax aqu no Brasil depositario e mantenedor ( Campos 1999: 171).