Arquitetura de Interiores Concepção de Espaços

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  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 1

    Notas de Aula: Arquitetura de Interiores

    Joo Ademar de Andrade Lima

    [email protected] www.joaoademar.com

    Histria do Mobilirio (Baseado em "Mobiliario", Enciclopedia Encarta, on line, 2005, es.encarta.msn.com, com imagens do Google)

    Materiais e Design

    Historicamente, o material mais usado para fabricar

    mveis a madeira, ainda que tambm se utilize outros, co-mo o metal e a pedra e, mais recentemente, at o plstico! Seu design vem sempre se refinando e se adaptando ao esti-lo de cada poca, desde a antiguidade at os nossos dias.

    Os requisitos bsicos do design de mobilirio so complexos. A aparncia (ou esttica) do mvel tem sido to importante quanto a funcionalidade e a tendncia geral tem sido de projetar o mobilirio como complemento da arquite-tura de interiores; algumas formas tm sido concebidas a partir da arquitetura, como, por exemplo, ps em forma de coluna.

    Os desenhos podem ser simples ou muito elabora-dos, dependendo do uso a que esto destinados e da poca em que foram realizados. Os documentos mais antigos, como alguns escritos da Mesopotmia, descrevem interiores deco-rados com telas de ouro e mveis dourados. Alguns exem-plos do antigo Egito so muito elaborados e, originalmente, estavam revestidos de metais preciosos, ainda que se encontre, tambm, muitas peas com design mais simples. Contudo, os estudos de mobilirios histricos acabaram focando as peas mais luxuosas, criadas para a realeza, a nobreza e a classe alta, especialmente porque, de uma maneira geral, so mais bem conservadas.

    O mobilirio artstico, com seus desenhos elabora-dos, tambm revela muito sobre a poca em que se realizou, porque reflete, com clareza, as mudanas e a evoluo dos gostos da sociedade que o utilizou. Por outro lado, os m-veis mais simples, direcionados para o grande pblico, tendi-am a ser puramente funcionais e, portanto, atemporais; me-sas e cadeiras utilizadas pela classe trabalhadora no ano de 1800 a.C. so surpreendentemente similares s mesas e ca-deiras utilizadas em algumas sociedades rurais no ano de 1800 d.C.; pinturas holandesas do sculo XVII e americanas do incio do sculo XIX, muitas vezes, representam interiores rurais extraordinariamente parecidos.

    Dados Histricos do Mobilirio

    Os mveis existem pelo menos desde o perodo

    neoltico (7000 a.C.). Todavia, a histria do mobilirio advm da observao de peas tecnicamente mais recentes, que resistiram at os nossos dias: as das IV e V Dinastias do an-tigo Egito (2680 2407 aC).

    Mobilirio Egpcio

    O clima seco do Egito e seus elaborados ritos fu-

    nerrios contriburam para a conservao das referncias ao seu mobilirio, que englobava tamboretes, mesas, cadeiras e bancos. As pinturas em murais do uma idia do desenho e da utilizao do mobilirio na vida da aristocracia egpcia. Os mtodos utilizados no Egito antigo continuam sendo utilizados hoje, tanto no design quanto na construo.

    Um tamborete egpcio ilustrado em um painel de madeira da tumba de Hesire tem duas patas de animal que servem de suporte, no se diferindo de uma outra cadei-ra encontrada na tumba de Tut Anj Amn.

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    Pesquisadores reconstruram cadeiras, mesas, bancos e encostos com restos originais encontrados na tum-ba da rainha Heteferes.

    A cadeira tem patas de animal, um encosto e bra-os com painis entalhados com desenhos em forma de pa-piro. A cama tem cabeceira e p. As decoraes em relevo mostram smbolos que remetam a deuses e a cenas religio-sas.

    O design de outras mesas e tamboretes que se tm conservado so mais simples, com ps lisos, mas muito bem trabalhados.

    Pode-se deduzir que os ornamentos se aplicaram originalmente em forma de revestimentos metlicos estam-pados. Contudo, os murais mais antigos ilustram peas feitas em tapearia.

    Os exemplos e as ilustraes existentes sugerem que a decorao era muito variada. Aplicavam-se lminas de ouro nos ps das cadeiras e mesas, e se utilizavam incrusta-es de marfim e de outros materiais. A utilizao de ele-mentos formais como ps antropomorfos e mveis para guardar objetos que imitavam edifcios em miniatura foi muito popular no Egito antigo e nas culturas que se seguiram.

    Mobilirio da Mesopotmia

    Mesmo no se tendo conservado qualquer exem-

    plar do mobilirio da Mesopotmia, possvel se ter uma i-dia do aspecto de mesas, tamboretes e tronos, graas s representaes vistas nos relevos e ilustraes do perodo compreendido entre 3000 a.C e 800 a.C.. Uma gravura em pedra, do ano de 2300 a.C., representa um trono sem encosto que parece ter sido elegantemente talhado, mas com ps retos e simples. O mobilirio que se pode ver em um mural de Assurnasirpal II e sua rainha mais elaborado, com mesas e tronos apoiados em ps com forma de a-nimais e trombetas, com relevos adornados.

    Mobilirio de Creta e Mecenas Os mveis remanescentes da civilizao Micnica,

    da Grcia continental, e da Minica, das ilhas do Egeu, so tambm escassos. Representaes em relevo dos anis minicos e de pequenas peas em bronze e cermica so praticamente os nicos e-xemplos.

    Uma excelente expresso o salo do trono de Knsos, cuja configurao sugere que se utilizava uma deco-rao muito bem elaborada.

    Mobilirio Grego

    Poucos exemplares de mveis gregos resistiram

    at o nosso tempo, de modo que os conhecemos melhor graas s pinturas e s esculturas da poca. Seus aspectos gerais podem ser reconstitudos a partir de detalhes de jar-ros pintados, caixas funerrias e outras esculturas em relevo, como as encontradas no Prtenon.

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    Tambm se conserva um pequeno nmero de tro-nos de mrmore e elementos de madeira isolados, proveni-entes de distintas peas.

    Na Grcia, assim como no Egito, havia uma tendn-cia de se basear a ornamentao do mobilirio em elementos arquitetnicos, com o uso, por exemplo, da simetria e da re-gularidade do desenho.

    Por outro lado, a cama grega, chamada de klin, era bastante diferente, especialmente no que se refere sua funcionalidade, comparando-se ao equivalente egpcio.

    O Grego a utilizava para comer e descansar, e dispunha de uma parte horizontal para reclinar-se altura da mesa, no lugar de estar altura do solo. O apoio para a cabea era, geralmente, curvo e no se utilizavam apoios para os ps.

    Mveis funcionais e simples conviviam com outros mais elaborados. A inovao mais significativa dos projetistas gregos foi a cadeira conhecida como klismos. Confortvel e muito popular, ela foi bastante utilizada principalmente nos perodos arcaico e clssico.

    O klismos basicamente liso, como ps curvados para fora desde o assento e um espaldar que se constitua em uma simples tbua retangular curvada desde os lados at o centro.

    As mesas representadas nas pinturas eram, geral-mente, pequenas e, na maioria das vezes, retangulares. As mesas redondas de origem grega surgiram no perodo hele-nstico.

    Mobilirio Romano primeira vista, o desenho dos mveis romanos

    parece estar baseado nos prottipos gregos. No primeiro sculo da era crist, o opulento desenho roma-no revelava-se numa forte influncia grega. As runas de Pompia e Herculano proporcionam uma clara documentao da bela decorao do-mstica e mostram os lugares em que se encontravam os mveis.

    Os grafismos de Pompia ilustram a utilizao de mveis e sugeriam a existncia de uma grande variedade de peas. Os exemplos existentes indicam que, na poca roma-na, se utilizava mais o bronze e o mrmore no mobilirio que na poca grega. Os desenhos eram mais complexos, ainda que utilizassem a mesma ornamentao. Alm das pequenas mesas comuns na Grcia se utilizavam mesas retangula-

    res maiores e outras redondas, de diversos tamanhos. Tambm se comeou a criar desenhos mais prticos, como mesas que se podia mover e outras com bases do-brveis.

    Mobilirio Bizantino e da baixa Idade M dia Apesar da conservao de muitas peas do princ-

    pio da era crist e do perodo bizantino, existem poucos mo-bilirios, tanto do oriente como do ocidente. A arte bizantina tem sido muito admirada; a riqueza das igrejas imperiais, como as de Istambul, indicam que existiu um luxo paralelo no mobilirio dos palcios e das famlias poderosas. Os mosaicos de Bizncio sugerem que a ornamentao clssica ainda era utilizada.

    O chamado trono de Dagoberto I, obra de bronze retorcido, com patas de animais, semelhantes aos mveis romanos, mas com uma forma mais audaz, um verdadeiro monumento bizantino, assim como o trono do bispo Maximiliano, com relevos de marfim completos por um marco

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    de madeira, desenhados para uso eclesistico, revelando a rica e estilizada ornamentao do perodo e dando uma idia de como se concebia o desenho do mobilirio comum da -poca.

    O perodo compreendido entre os sculos XI e XII, que esteticamente se associa o romantismo, se destaca pelo soerguimento da espiritualidade crist e pelo grande nmero de igrejas construdas na Europa ocidental; contudo, prati-camente no se tm registros histricos sobre o mobilirio que, em geral, era muito rudimentar. As peas mais comuns eram arcas ou cofres e bancos de pedra ou madeira.

    Mobilirio Gtico

    A arquitetura gtica inseriu novos conceitos de es-

    pao graas utilizao de arcos pontiagudos e outras ino-vaes construtivas, contudo, o desenho do sculo XII no estava sendo influenciado pelo novo estilo. As catedrais eram a manifestao da opulncia, mas os interiores eram limita-dos a mveis de carvalho, simples e funcional, revestidos com tapearia.

    Os elementos decorativos do gtico no se transfe-riam para os desenhos dos mveis, pelo menos at o sculo XV, quando foram introduzidas novas formas.

    Uma delas foi um tipo de aparador, com uma pe-quena zona para guardar objetos, sustentado por dois ps laterais altos; tinha espao para guardar peas sobre a parte fechada assim como uma estante na parte inferior, fechada, para guardar objetos. Outro importante mvel era o armrio, com portas grandes, que fechavam um espao de 1,5 a 2 metros. Junto com motivos arquitetnicos como arcos, colunas e desenhos foliados, tambm se utilizavam talhas decorativas.

    As poltronas eram rgidas, contudo almofadadas. As camas eram amplas. As mesas eram muito simples, na maioria das vezes limitadas a uma tbua sobre dois ou mais cavaletes, o que lhes conferiam maior mobilidade.

    Esse estilo, no princpio um

    fenmeno caracterstico do norte da Europa, seguiu presente nos desenhos de mobilirios at o incio do sculo XVI.

    Mobilirio Renascentista

    1 Renascen a Italiana Ao contrrio da magnfica tcnica e da inventividade

    presente nas pinturas, nas esculturas e na arquitetura da It-lia renascentista, o desenho do mobilirio italiano do sculo XV tendia simplicidade e funcionalidade.

    A primeira inovao nos mveis do renascimento italiano foi a arca de madeira decorada, muito elaborada, denominada cassone, baseada em prottipos clssicos, cuja forma, em parte, era inspirada nos sarcfagos romanos.

    A rica marchetaria, a talha figurativa e a utilizao da madeira de nogueira no lugar do carvalho (que era o ma-terial mais usado nos primeiros trabalhos desse perodo) ca-racterizaram-se como as mais importantes inovaes da -poca, quando se comeou a se utilizar uma maior variedade de formas, assim como ornamentos mais bem elaborados.

    Voltaram a surgir as cadeiras dobrveis com assen-tos em tapearia ou couro e se criaram outras com laterais macias, encostos talhados e, em lugar de ps, tbuas tam-bm talhadas. Comeou-se tambm a se expandir o uso do armrio.

    2 Renascen a Francesa

    No mobilirio francs do sculo XVI se utilizava uma decorao mais rica, que refletia a influncia renascentista, cujas inovaes plsticas advieram de artistas italianos que traba-lhavam na corte de Francisco I e de seu filho, Enrique II. No reinado desse ltimo, se adaptaram, ao mobilirio, os

    desenhos do arquiteto Jacques Androuet du Cerceau. Suas complexas justaposies de motivos clssicas foram usadas para decorar os mveis segundo um novo esti-lo da renascena.

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    Outro nome importante foi Hugues Sambin, cujos projetos tiveram uma grande influncia, com trabalhos talha-dos muito bem elaborados; alguns desses revelando uma compreenso bsica do novo classicismo.

    O entusiasmo dos projetistas do sculo XVI prolon-gou-se at o sculo seguinte. Na primeira dcada do sculo XVII, as mudanas no design das peas comearam a ser observadas, porm de modo ainda sutil.

    3 Renascen a Inglesa O design do renascimento ingls foi mais simples

    que o francs. Os detalhes eram menos elegantes, a decora-o e as partes torneadas eram mais simples e planas, e os motivos foliados mais estilizados. O carvalho foi a madeira mais usada.

    Assim como na Frana, o interesse pelo desenho renascentista perdurou at o sculo XVII.

    4 Renascen a Holandesa Dois livros de projeto publicados em Amsterd, por

    Jan Vredeman de Vries e Crispin Van de Passe, tiveram uma grande influncia no mobilirio holands feito na primeira metade do sculo XVII, mveis esses que se pareciam mais com os ingleses, que com os franceses. Seu conservadoris-mo fez com que o estilo renascentista permanecesse popular at depois de 1650.

    5 Renascen a Espanhola A Espanha recebeu influncias as mais variadas,

    tanto pelas novas idias renascentistas como por uma gran-de tradio rabe. Devido ao constante intercmbio que a Espanha fazia diretamente com o Isl, os delicados desenhos em azulejos e couros e a combinao de madeira e metal,

    continuaram bastante populares durante os sculos XVI e XVII. Durante o sculo XVI, a principal contribuio espanhola histria do mobilirio foi a criao de um tipo de mvel chamado bargueo, composto por uma arca de tampa frontal com vrias gavetas sustentadas por um armao.

    Mobilirio Chin s da Dinastia Ming

    O sculo XVII foi um perodo de cres-cente cosmopolitismo. As rotas comerciais abertas no sculo anterior se converteram numa fonte de novas idias e novos materiais. A descoberta do mobilirio chins, pelo ocidente, se deu durante a dinastia Ming, quando se alcanou o seu mximo esplendor. Armrios altos, mesas, cadeiras e

    bancos elegantes, com desenhos muito sutis, foram elemen-tos tpicos desse perodo. Os ps retos das mesas e cadeiras se rematavam, freqentemente, em curva.

    A decorao oriental se tornou bastante conhecida no sculo XVII e teve uma importante influncia no design o-cidental posterior.

    Mobilirio Barroco

    O desenho de

    estilo barroco mais evidente no mobilirio do final do sculo XVII, vrias dcadas depois de os arquitetos italianos Gian Lorenzo Bernini e Francesco Borromini introduzirem suas inovaes em Roma. Durante a primeira parte do sculo, o novo estilo influenciou basicamente s a superfcie, mas no as formas; j no ltimo quarto, comeou-se a produzir vrias novidades,

    entre elas uma maior utilizao da figura humana esculpida, empregada em forma de coluna, como suporte, junto com ps torneados em espiral. Em fins do sculo XVII, deu-se incio a utilizao de detalhes frontais, em peas

    grandes, como armrios e cmodas. As cadeiras surgiram com a moda de entalhes elaborados e encostos altos; tanto no continente como na Inglaterra, os assentos e encostos passaram a utilizar telas como alternativa tapearia.

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    Mobilirio Rococ O estilo barroco perdurou muitos anos, at que a

    moda comeasse a mudar; primeiro em Paris e depois no resto do mundo ocidental. O estilo que tomou o seu lugar foi o rococ, que buscava uma maior delicadeza na escala e nos objetos, e uma conexo mais ntima entre os mveis e as pessoas. Os ornamentos arquitetnicos tinham menos impor-tncia e os mveis passaram a ser constitudos com base no gosto e na comodidade das pessoas, e no na habitao.

    1 Rococ Franc s O rococ comeou na Frana a

    partir do reinado de Luiz XIV e teve seu pice no de Luis XV. A verso francesa desse estilo abarcava ambiciosos proje-tos com grande variedade de materiais, que requeriam grande habilidade de seus construtores. Se caracterizava por formas complexas e sinuosas que se curvavam em todas as direes. Os ps das mesas e cadeiras, em forma de coluna, foram substitudas por formas de animais, com grande variedade de curvaturas.

    2 Rococ Ingl s

    O rococ ingls foi muito mais sbrio. As in-crustaes eram bem menos utilizadas de-

    vido preferncia por madeiras fi-nas, como a nogueira. Os projetis-tas ingleses, e seus seguidores, introduziram ps em forma de S, com ps de garra e bola, para as mesas, cadeiras e

    cmodas, cuja inspirao adveio de peas de bronze chinesas, denotando a

    popularizao do design oriental.

    Mobilirio Neoclssico O neoclassicismo surge como reao aos excessos

    da arte rococ e como volta da esttica clssica, exatamente quando o rococ atingia o seu mximo esplendor.

    Seus projetistas trouxeram de volta as fontes cls-sicas gregas e romanas, em oposio aos padres renascen-tistas.

    Esse estilo pode ser considerado como o primeiro esforo consciente de reviver um padro esttico de uma forma coerente, em lugar de, simplesmente, se usar elemen-tos de uma escola anterior como inspirao para desenhos novos.

    1 Neoclassicismo Franc s Na Frana, a primeira fase do neoclassicismo se

    denominou de estilo Luiz XVI, apesar dessa corrente esttica ter surgido ainda antes de seu reinado. Seu estilo se mani-festou dentro de um completo repertrio de motivos deriva-dos de fontes greco-romanas, ainda que as formas globais tambm tivessem sido refletidas nessa nova plstica.

    As formas dos mveis eram simples e geomtricas; desenhos retangulares, circulares e ovais descansavam so-bre ps retos que se estreitavam.

    2 Neoclassicismo Ingl s Na Inglaterra se fez muito

    popular o mobilirio pintado e reviveu-se o interesse pela decorao in-crustada, que praticamente havia desaparecido no perodo rococ.

    Ecletismo

    Da mesma forma que o clssico se reinventou

    no sculo XVIII, com o neoclassicismo, na primeira metade do sculo XIX, outros estilos foram ressurgidos: o neogtico, o neo-rococ e o neo-renascimento.

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    Movimento Artes e Ofcio Para reproduzir os mveis de estilo histrico, os

    fabricantes do sculo XIX utilizaram vrios mtodos: chapa-dos que encobriam madeira barata, talhados e estampas de baixa qualidade aplicados em mveis de baixo preo e cons-trudos com pouco cuidado etc..

    Como reao supresso da originalidade e de-gradao da qualidade que a produo em massa

    provocou, foi criado, no incio da dcada de 1860, o chamado movimento Arts & Crafts (ou, simplesmente, artes e ofcio), com a inteno se buscar um retorno s

    tradies artesanais da Idade Mdia. Em 1890, o

    movimento j tinha se expandido pela Europa e Amrica do Norte. As idias de William Morris, seu precursor, e

    de seus seguidores so consideradas como a fonte do design de mobilirio moderno.

    Mobilirio Art Nouveau

    O art nouveau um estilo diretamente derivado do

    artes e ofcio, que floresceu entre as dcadas de 1890 e 1910, afetando tanto a arte como o design. um estilo or-gnico, derivado de formas naturais, que transmite uma sen-sao de movimento.

    Outros elementos tpicos so as madeiras de car-valho pintadas de branco com elegantes estampas e as pe-as de metal e vidro, com formas de vegetais abstratas e curvilneas.

    Na Espanha esse movimento, chamado de moder-nismo, tem como destaque o arquiteto Antoni Gaud, de modo especial no projeto de cadeiras, com destaque para o banco batll.

    Mobilirio do S culo XX A revoluo nas

    artes, que tambm afetou os desenhos dos mveis, marcou o passo do ltimo sculo. Nesse perodo, mveis com formas cbicas ganharam mer-cado, num contraste absolutamente radical se comparados s formas curvilneas do art nouveau. Os ngu-los retos eram utilizados de forma constante, com detalhes evidentes.

    1 Bauhaus

    A escola de artes e arquitetura Staatliche

    Bauhaus, fundada na Alemanha, chegou a ser uma das mais influentes expresses do sculo

    XX. Seu objetivo inicial era treinar artistas para o trabalho ligado

    indstria. Com o uso de modernos materiais industriais,

    reduzidos a seus elementos bsicos e desprovidos de adornos ou decoraes, os

    designers na Bauhaus procuravam fabricar produtos que evitassem referncias histricas, de aparncia esttica agradvel e para a produo em srie.

    2 Art D co

    A art dco surgiu na primeira dcada do sculo XX, com denominao derivada da Exposio Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas de Paris, em 1925, fundamentando-se a partir do uso de figuras geomtricas ni-tidamente definidas e com influncia da Bauhaus, especial-mente no uso de novos materiais.

    Esse estilo perdurou at fins da dcada de 1930, ressurgindo, inclusive com imitaes, nas dcadas de 1970 e 1980, desvalorizando-se, a parir da, com muita rapidez, es-pecialmente devido a verses de baixa qualidade que passa-ram a ser produzidas em srie.

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    O mvel brasileiro (Baseado em A histria do mobilirio brasileiro e da cadeira, evo-luo de um mvel, Revista Negcios, on line, edio 67, www.revistanegocios.com.br, acesso em 23/11/05, com imagens do Google)

    O mvel brasileiro tem origem no sculo XVI, com influncia marcante a cultura indgena, com elementos como a rede e o jirau presentes j nas primeiras casas constru-das. Os bancos variam desde os simples toros de madeira, aos trabalhados com decorao geomtrica. Em algumas tri-bos, como os Omgua, os bancos eram pintados e enverni-zados, para uso exclusivo dos homens s mulheres, cabia a utilizao do catre de dormir (um tipo de cama dobrvel).

    Junto com os portugueses, vieram os primeiros mveis e utenslios, inclusive materiais luxuosos, j que a maioria dos colonizadores j havia estado na ndia e, l, ad-quirido o gosto pela riqueza da decorao oriental. Entre os mveis rsticos executados no Brasil nesta poca tm-se os bas, feitos de madeira e couro mobilirio rudimentar que vai perdurar durante todo o perodo das entradas e fixao dos colonizadores e ainda hoje usado no interior do Brasil, sob a forma de mala de madeira, coberta de pele de bezer-ro.

    Com o desenvolvimento dos engenhos de acar e das fazendas de gado, e conseqente enriquecimento de seus proprietrios, comeou-se a aparecer outros tipos de mveis nas casas dos colonizadores europeus e seus des-cendentes. Assim, a partir da segunda metade do sculo XVI, desenvolve-se o chamado mobilirio quinhentista brasileiro que, em geral, era uma mera cpia dos raros mveis vindos de Portugal, executados em cedro, canela, vinhtico e outras madeiras de lei aqui encontradas.

    Estes mveis, em sua maioria, eram reproduzidos em madeira mais grossa e em propores mais rsticas do que em seus modelos originais. Apresentavam

    detalhes e ornamentos em couro, com desenhos originrios de Portugal, e eram executados sem pressa nem, tampouco, com fins mercantis, sendo motivado apenas pelo prazer de fazer bem feito, na maioria das vezes, com ajuda de escra-vos.

    At meados do sculo XVII, de acordo com invent-rios paulistas da poca, a rede ainda era comumente empre-gada como cama e, nesta poca surgem os tamboretes. As caixas continuam sendo um mvel para todas as utilidades, empregadas para armazenar mantimentos, guardar roupas e valores.

    Com a instalao de diversas ordens religiosas no Brasil, durante os sculos XVII e XVIII, e o desempenho para a construo de igrejas, os mveis com utilidades religiosas (a exemplos dos oratrios) foram desenvolvidos, inspirados nos estilos da Pennsula Ibrica, sendo peas slidas e ricas.

    Apesar da presena de mestres em vrios ofcios marceneiros, carpinteiros, entalhadores que se dedicaram execuo de mveis no Brasil, j desde os primeiros pero-dos da colonizao, o estudo do mvel brasileiro do sculo XVII torna-se difcil, devido falta de exemplares, provocada, principalmente, pelo hbito da renovao e troca de mveis velhos durante o sculo XIX, o que provocou o desapareci-mento dos mveis antigos.

    O banco, uma pea rara nos inventrios paulistas seiscentistas, seu primeiro registro data de 1596, aparecen-do como banco de mesa ou banco comprido. A partir da primeira metade do sculo XVIII surge um verdadeiro estilo, o banco mineiro, que, em princpio, tinha uma tbua por encosto, suportada por duas ou mais colunas de madeira e, s vezes, braos.

    O arquibanco (que deu origem expresso arqui-bancada) um termo pouco usado nestes documentos, mas devido s suas grandes propores, acredita-se que seja mais usado em conventos. O banco com caixa ou arca-banco pea tpica do mobilirio seiscentista mineiro-goiano. So mveis que surgiram da evoluo da caixa como assen-to.

    A cadeira rasa, assento individual, sem braos, sem espaldar e de estrutura retilnea, foi uma das primeiras peas utilizadas no mobilirio colonial, sendo citada desde fins do sculo XVI. Durante o sculo XVII, caracteriza-se pelas

    pernas de corte quadrangular, com suas amarraes em planos diferentes, de duas em duas. O as-sento de forma retangular, pode ser de couro curtido e la-vrado, de couro cru ou, ainda, madeira. J no sculo XVIII es-te tipo de mvel, torneado ou entalhado, aparece sempre ci-

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    tado como tamborete raso ou mocho, ficando a denominao cadeira rara nesta poca.

    Durante o sculo XVII, no Brasil, a cadeira um mvel simples, dentro da estrutura retilnea das cadeiras e tamboretes portugueses seiscentistas, de espaldar baixo ou sem espaldar, confeccionadas de madeira e

    couro ou sola. Somente no final deste mesmo sculo que aparecem nas cadeiras o espaldar ligeiramente inclinado para trs, como nas cadeiras portuguesas. Quando possuam braos, as cadeiras desta poca eram chamadas cadeiras de espaldar,

    quando sem braos, aparecem designadas por tamboretes. Na primeira metade do sculo XVIII, o

    mobilirio brasileiro, da mesma forma que o portugus, passa por um perodo de transio, conservando-se a estrutura do estilo nacional portugus e acrescentando-se um novo elemento, a perna encurta e contracurva ou perna de cabriola, de joelheira volumosa, com sada brusca sob o assento ou caixa do mvel, que anuncia o aparecimento do estilo de influncia inglesa, denominada D. Joo V. Em meados do sculo, so encontradas, tambm, reprodues de mveis portugueses no estilo barroco, s vezes com dourado.

    Nesta poca, os mveis aqui confeccionados eram a interpretao brasileira dos estilos portugueses da poca e que receberam a denominao de luso-brasileiro.

    O mobilirio do sculo XVIII no Brasil, assim como o de Portugal, sofre as influncias inglesas e francesas. Neste perodo, as nossas cadeiras vo se assemelhar bastante s do estilo Rainha Ana, com o aparecimento do espaldar alto e de tabela recortada que desce at o assento, com predom-nio das formas de balastres ou de vaso. Aparece em segui-da, no mesmo tipo de cadeira, o assento em palhinha.

    Em meados do sculo XVIII, os mveis rsticos e regionais brasileiros continuam a se inspirar nos seus simila-res portugueses, embora, adquirissem caractersticas espec-ficas, criando um estilo prprio como o caso do mobilirio mineiro-goiano. A talha rasa predomina na decorao do mobilirio feito no Brasil, sendo a rocalha desdobrada, os fu-sos em C ou S e, mais adiante, elementos vegetais pe-quenas folhagens e flores, em guirlandas ou isoladas as principais formas utilizadas.

    A influncia francesa vai se fazer notar principal-mente nos espaldares das cadeiras, que passaram a apre-sentar a forma de violo, com assentos estofados em tecido.

    No final do sculo XVIII, e princpios de XIX, o mobi-lirio brasileiro passa a apresentar elementos novos, sendo raro o mvel de pernas retas, afinando para baixo. Nesse

    perodo aparecem cadeiras de encosto oval, de influncia francesa, com a parte inferior e decorao no estilo D. Jos I.

    Houve, tambm, um perodo em que o moderno vi-rou mania, o que transformou o conceito de moderno em modernoso. A funcionalidade um termo que marca a mo-dernidade e a idia do mvel funcional ganha fora a partir das dcadas de 1920 e 1930, iniciando uma reviravolta no conceito mobilirio. Foi tirado o verniz da cadeira e substitu-do pelo metal cromado da racionalidade alem da Bauhaus.

    Saram os exemplares eternizados da sensualidade moderna do belo, aliado ao funcional. Depois do POP, da d-cada de 60, a cadeira abandonou os conceitos modernos e descambou para a diverso.

    Os anos 70 e 80 assistem ao triunfo e a consolida-o do ps-moderno em todos os setores do design utilitrio de ponta, da arquitetura escova de dentes, passando no-vamente pela cadeira.

    Refer ncias do design de mobilirio brasileiro

    O design, no Brasil, se desenvolveu a partir dos

    anos 50, ou seja, duas dcadas aps as primeiras obras ar-quitetnicas modernistas e alguns anos antes da instalao da indstria automobilstica. Sua origem est ligada a euro-peus que trouxeram o racionalismo para o pas e o introduzi-ram no curso organizado por P.M. Bardi, no Museu de Arte de So Paulo. Durante um bom tempo, a Faculdade de Arqui-tetura e Urbanismo da Universidade de So Paulo foi o gran-de ncleo de Desenho Industrial e Comunicao Visual, at o surgimento da ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial), no Rio de Janeiro, base para criao dos demais curso do pas.

    Carlos Motta, Lina Bo Bardi, Irmos Campana (Fer-nando e Humberto), Srgio Rodrigues, Joaquim Tenreiro e outros, so algumas das grandes referncias (especificada-mente em relao ao mobilirio) do design no Brasil.

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    Notas de Aula: Arquitetura de Interiores

    Joo Ademar de Andrade Lima

    [email protected] www.joaoademar.com

    Elementos construtivos (Baseado em Mirian Gurgel, Projetando espaos; guia de arquite-tura de interiores para reas residenciais, 2004, Editora SE-NAC/SP, com imagens do Google) Paredes

    As paredes so elementos estruturais ou de veda-

    o, delimitadores de reas, que ajudam tanto no isolamento trmico como no acstico, como tambm servem para garan-tir privacidade.

    Podem ser de diferentes materiais (tijolos de barro e vidro, blocos de cimento, pedras, elementos vazados, ma-deira ou gesso), a serem escolhidos de acordo com a funo que desempenharo.

    As paredes podem ter a altura do p-direito (para vedao completa), como tambm serem meias paredes (en-tre 160 e 180 cm), ou ainda paredes baixas (entre 80 e 100 cm) utilizadas apenas como divisrias, sem, necessariamente comprometerem o espao.

    Materiais

    Tijolo vista Acrescenta textura ao ambiente,

    tornando-o, dependendo do uso, mais descontrado e infor-mal, ou mais rstico. Pode ser pintado, impermeabilizado, ou ao natural. Deve ser usado com cuidado e bem dosado, pois pode tornar o ambiente pesado, sobrecarregando o espao.

    Pedra Pode acrescentar um diferenciador, dei-xando o clima mais informal e dando um carter pessoal e particular ao ambiente, mas deve ser usada com moderao, sendo mais apropriada para um painel ao fundo.

    Madeira Pode tanto ser usada tanto como pa-

    rede divisria, como tambm como revestimento. Aconchega e d requinte ao ambiente, caso o tratamento e o estilo escolhido sejam mais formais; ao contrrio, deixa o ambiente mais rstico.

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    Elementos Vazados Limitam espaos, mas com pouca, ou nenhuma, privacidade. Acrescentam movimento e diferencial ao projeto, sendo muito teis para ambientes que necessitam de maior ventilao.

    Gesso Assim como a madeira, pode ser usado

    tanto como parede divisria, como tambm como revesti-mento. rpido de ser erguido e, se necessrio, de ser reti-rado, podendo receber diferentes acabamentos e apresen-tando boas propriedades acsticas.

    Tijolo de vidro Por sua versatilidade, pode ser

    usado em meias paredes, paredes inteiras ou como revesti-mento em paredes de alvenaria ou gesso. Podem ser vaza-dos, lisos ou foscos, permitindo diferentes passagens de lu-minosidade e, se necessrio, de ventilao.

    Existem vrias texturas disponveis no mercado:

    Pode criar uma atmosfera bem sofisticada, sendo ideal para ambientes onde preciso dividir sem a diminuio de luminosidade, especialmente aqueles de face sul, permi-tindo-se a passagem de luz em grande quantidade.

    Pisos

    Os pisos representam parte fundamental na com-

    posio espacial dos ambientes e, por isso mesmo, devem ser observados com ateno.

    Podem ser compostos uniformemente na habitao ou com diferenciaes quanto ao modelo, textura, cor e altura. Dependendo do uso, aumentam ou diminuem a sen-sao de amplitude do ambiente.

    O clima tambm um fator importante na escolha do piso: madeira, laminado e carpete para climas frios; mr-more, granito, pedra, refratrio e cermica para climas quen-tes.

    Materiais

    Assoalho de madeira Em tacos ou tbuas, pos-

    sibilita infindveis variaes, assentados de forma diagonal, longitudinal, transversal, em espinha-de-peixe, tabuleiro e vrias outras combinaes e desenhos. Do aconchego e a-judam a aquecer o visual.

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    Carpete de madeira Apesar de no ser to re-sistente quanto o assoalho, de mais fcil aplicao, poden-do, inclusive, j ser adquirido com verniz. Deve ser usado em reas secas e onde o fluxo de movimento seja baixo.

    Laminado Resistente e prtico, aquece o visual

    e de fcil instalao. Pode ser encontrado em diferentes tamanhos, cores e padres, podendo ser aplicados em qual-quer ambiente, exceo daqueles que recebem umidade.

    Marmoleum/Linoleum

    Produzido com materiais naturais, encontrado com diferentes cores, lisas ou com texturas. Tem grande durabi-lidade, sendo de fcil manuten-o. um revestimento caro e exige mo de obra especializada (qualquer imperfeio no contra-piso torna-se evidente aps a aplicao).

    Emborrachado Ideal para quartos de crianas,

    salas de ginstica, escritrios informais ou quaisquer outros ambientes descontrados. encontrado em diferentes cores e pode ser aplicado formando desenhos. de fcil aplicao e ajuda a reduzir rudos.

    Carpete Bom para locais que necessitam de um

    tratamento acstico mais apropriado, aquecendo o ambiente (fsica e visualmente). Desaconselhado para pessoas alrgi-cas ( exceo dos carpetes antialrgicos, preferencialmente de espessura fina). Podem ser lisos ou estampados e, de-pendendo do uso, tornam o ambiente sofisticado.

    Mrmore Encontrado em v-

    rios padres e cores, frio e pode pesar o ambiente (se usados em demasia). Pode ser adquirido em placas quadradas (ge-

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    ralmente de 30 ou 40cm) ou cortado conforme necessidade do projeto. Pela composio, pode criar figuras de mosaico de infindveis variaes, sofisticando os ambientes, em es-pecial as grandes reas livres.

    Por poder receber diferentes acabamentos, pode ter a sua superfcie mais ou menos derrapante, sendo usado, assim, para diferentes finalidades, do hall de entrada ao ba-nheiro.

    Granito Tem textura mais pesada e menos po-

    rosa que o mrmore, sendo, assim, mais indicado para ban-cadas de cozinhas e respectivas reas molhadas, o que no impede o seu uso em qualquer outro ambiente (mido ou no).

    Granilite verstil

    e resistente. Foi muito utilizado nas dcadas de 1950 e 1960. Pode ser usado em qualquer rea, inclusive de muita circula-o, contudo deve ser usado com cuidado, pois esfria (fsica e visualmente) o ambiente. Possui diferentes variaes cromticas, podendo ser apli-cado formando figuras.

    Pedra Recomendada para ambientes mais rs-ticos e informais, deixando-os mais aconchegantes e acolhe-dores. Pode ter acabamento de resina (para evitar man-chas), sendo desaconselhado o uso de acabamentos brilho-sos.

    Cimento queimado Verstil e informal, d mar-

    gem a inmeras possibilidades de composio. Requer mo de obra especializada para se evitar futuras trincas.

    Cermica seguramen-te o material mais usa-do para o revestimento de pisos, sendo a opo ideal para climas quentes. encontrado em diferen-tes padres de textura e cores e em vrios tama-nhos. Porcelanato Apresen-ta custo mais alto que a cermica, contudo mais durvel e mais bem aca-bado.

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    Pastilhas e mosaicos de vidro Deixam o ambien-te com atmosfera mais jovial, informal e moderna, podendo ser composto com diferentes desenhos e formas, graas grande variedade de cores.

    Tetos e forros

    A rea do teto exerce grande influncia no modo

    como percebemos o ambiente. Um teto pintado de cor mais clara que as paredes, por exemplo, aumenta, visualmente, a altura do p-direito, assim como se a iluminao for indireta (jogada toda para cima).

    A escolha do material e do tipo de acabamento determinante na percepo e no estilo empregado no ambi-ente como um todo.

    Materiais

    Gesso Opo verstil, que possibilita variaes

    na altura e projetos de iluminao exclusivos (com maior gama de criaes).

    Alm do forro em si, o gesso pode ser aplicado em detalhes isolados, como elemento puramente decorativo, a exemplo das sancas.

    Madeira Aconchegan-te, ajuda a abaixar visu-almente o p-direito. Po-de deixar o ambiente de requintado rstico, de-pendendo do acabamen-to.

    Com telhado aparente Deixa o ambiente mais

    informal e, na maioria das vezes, mais rstico.

    Vidro Ideal para incorporar jardins e varandas a

    reas internas, dando requinte e estilo ao ambiente.

    Laje de concreto aparente Boa soluo para es-

    tilos mais informais e rsticos, contudo, deve ser utilizado com cautela para no desvalorizar o ambiente.

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    Portas Item indispensvel e fundamental, as portas deter-

    minam os trajetos internos numa habitao, facilitando e or-ganizando o acesso aos diferentes cmodos.

    Alm da funo bvia de permitir entrada e sada de um ambiente, podem desempenhar vrias outras funes, como: ser um elemento decorativo, possibilitar maior ilumi-nao e/ou ventilao, permitir privacidade, garantir segu-rana, interligar ambientes e, at, proteger contra incndio.

    Variam de dimenso, dependendo do uso, contudo, de uma maneira geral, tm 210 cm de altura e 90 cm de lar-gura, para reas de entrada, ou 80 cm, para escritrios, dormitrios, salas de TV, cozinhas, lavanderias..., ou 70, pa-ra banheiros, lavabos, dispensas.

    So inmeros os modelos de portas existentes no mercado, contudo, basicamente todos so variaes de tipos padres: lisas ou trabalhadas, com ou sem venezianas, e com ou sem vidros.

    Modelos

    De abrir o modelo padro, com uma ou duas folhas. Podem ser do tipo baia, aquelas divididas ao meio, em que a parte de cima fun-ciona como uma janela.

    Vaivm Variao da porta de abrir,

    com engrenagens que facilitam a abertura para ambos os lados. Tornou-se muito popular com os filmes de bang-bang. bastante usada em entradas de cozinhas e salas de jantar, contudo, no recomendada para residncias

    com crianas.

    Giratria Praticamente usada apenas em projetos comerciais. Requer um maior espao para instalao.

    De correr Muito boa para dar uma maior integra-o entre ambientes, podendo correr internamente ou externa-mente parede. Recomendada para reas de circulao limita-da, por requerer menos espao.

    Pivotante Gira em torno de um eixo (central ou deslocado do centro). Mais despojada e com mais estilo que os modelos tradicionais.

    Sanfonada Corre

    em trilhos, guias ou livremente. indicada para ambientes pe-quenos, por permitir um maior aproveitamento do espao, prin-cipalmente quando no se possvel a instalao de uma porta de correr.

    Materiais

    Madeira Ideal para todas as atmosferas, tanto

    pela versatilidade como por permitir vrios tipos de acaba-mento, entre eles a pintura ou laqueao, o verniz ou sela-dora, o laminado (frmica) e as chapas de ferro ou alumnio.

    Ferro Permite uma estrutura mais esquia que a

    madeira, com variaes formais igualmente versteis, das mais simples s mais complexas, inclusive com o uso de vi-dro.

    Alumnio Tem versatilidades e aplicaes simila-

    res s de ferro, contudo, possui uma estrutura mais leve. Vidro Leve, permite uma total integrao do in-

    terior com o exterior da habitao. Pode ser de diversas tex-turas e nveis de translucidade. Compe o ambiente com re-quinte e elegncia, contudo exige um maior cuidado com re-lao limpeza.

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    Janelas Praticamente as mesmas regras de distribuio e

    escolha de estilos empregadas s portas podem ser segui-das na distribuio das janelas.

    As janelas desempenham vrias funes, como: permitir a entrada de sol e claridade ( aconselhado prote-ger e sombrear as de face norte e oeste), permitir ventila-o, favorecer as vistas, e como elemento de composio e decorao.

    Variam de dimenso, dependendo do uso e do mo-delo; com relao altura do peitoril, essas podem variar de acordo com a atividade desempenhada junto dela, ou seja, entre 90 e 100 cm nos dormitrios, escritrios ou outras -reas em que as aes sejam feitas em p ou sentado, entre 120 e 140 cm por sobre pias ou em trabalhos executados apenas em p, ou 160 cm para o boxe do chuveiro.

    As janelas podem ser fixas, permitindo iluminao mas sem a possibilidade de ventilao, ou mveis, permitin-do iluminao e ventilao, graas a sua versatilidade, com combinao com vidro, veneziana, tela ou grade.

    Modelos

    De abrir De uma ou

    mais folhas, um modelo que permite at 100% de rea de-sobstruda. Geralmente as folhas das venezianas abrem para fora e as de vidro para dentro.

    Guilhotina Caracterstica da arquitetura colonial, uma soluo charmosa, permitindo diferentes dese-nhos e solues. Permite apenas cerca de 50% de rea desobstruda.

    De correr Modelo similar guilhotina, s que com deslize horizontal. Pode in-corporar vrios modelos e tamanhos, contudo, na maioria dos casos abre a-penas cerca de 50% do vo.

    Mxi-ar ou oscilo-batentes

    Usada em banheiros, cozinhas ou quaisquer outros ambientes em que, via de regra, seja instalada com peitoril alto.

    Vitr basculante seguro e permite boa ventilao. Muito usada em ba-nheiros, cozinhas e reas de servio.

    Pivotante Gira em torno de um

    eixo. Possibilita praticamente 100% de rea desobstruda. Bay-window Soluo extremamente

    charmosa e com estilo prprio. Alm de bonita, serve para aumentar a rea de captao do sol no ambiente.

    Materiais

    Madeira Ideal para todas as atmosferas, tanto

    pela versatilidade como por permitir vrios tipos de acaba-mento, entre eles a pintura ou laqueao, o verniz ou sela-dora (verniz nutico para acabamento mais opaco e seladora para mais acetinado).

    Alumnio Tem versatilidade e leveza. O acaba-

    mento mais comum a adonizao, especialmente em es-quadrias.

    Ferro Permite uma estrutura mais esquia que a

    madeira, com variaes formais igualmente versteis, das mais simples s mais complexas, inclusive com o uso de vi-dro.

    Vidro Leve, permite uma total integrao do in-

    terior com o exterior da habitao. Pode ser de diversas tex-turas e nveis de translucidade. Quando temperado, diminui a incidncia de raios ultravioleta.

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    Notas de Aula: Arquitetura de Interiores

    Joo Ademar de Andrade Lima

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    Objetos complementares (Com imagens do Google)

    Na concepo de um ambiente, alm do compo-

    nente estrutural em si (advindo de seus elementos construti-vos), do mobilirio enquanto funo, do arranjo fsico desse mobilirio e dos aspectos culturais e subjetivos presentes no usurio que o habitar, o projeto de interiores demanda, do executor, uma sensibilidade no que tange escolha dos chamados objetos complementares, que comporo o ambi-ente; ou seja, no basta entender as necessidades do usu-rio e preparar o ambiente do ponto de vista estrutural (suas paredes, seu teto, seu piso, suas portas e janelas), nem tampouco distribuir, apenas, espacialmente cada mobilirio. fundamental entender os desejos do cliente! O que ele quer com cada espao e com cada item nele presente.

    Os chamados objetos complementares aparecem, assim, no apenas como detalhes, mas como elementos de-finidores ou reforadores de estilos.

    So objetos complementares: Mobilirio

    Eletrodomsticos

    Eletro-eletrnicos

    Louas e metais

    Sanitrios

    Interruptores

  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 2

    Lustres e luminrias

    Adornos

    A est tica dos objetos (Baseado em Adolfo Sanchez Vazquez, Convite esttica, 1999, Editora Civilizao Brasileira, com imagens do Google)

    A esttica , antes de tudo, uma fi-losofia da arte (ainda que esta seja

    uma definio limitadora), mesmo que o objeto da anlise (cientificamente chamado de objeto esttico) no seja uma obra artstica. Em outros tem-pos, por exemplo, as esttuas gticas eram vistas apenas como meios de in-vocar uma divindade; no eram vistas como obra de arte, embora tivessem,

    ainda que no propositadamente, um valor esttico, ou, no mnimo, um despertar de manifestao esttica do observa-dor (cientificamente chamado de sujeito esttico), mesmo que inconscientemente.

    Dessa forma, a apropriao do sentido esttico passa a se vincular subjetividade, cultura e ao momento do sujeito esttico. Dessa forma que Vazquez vem dizer que a esttica a cincia de um modo de apropriao da re-alidade, vinculada a outras formas de apropriao humana do mundo e com as condies histricas, sociais e culturais em que essas ocorrem.

    Na tentativa de se quantificar o valor esttico de uma obra, ou, em nosso contexto, de um produto e, mais a-diante, de um ambiente (como base terica para a chamada avaliao esttica), pode-se identificar trs categorias de-terminadoras:

    Uma corrente objetiva, que define a natureza do valor esttico como uma qualidade geral das ca-ractersticas de um objeto (ou de um ambiente), sob o ponto de vista estrutural (proporcionali-dade, simetria, harmonia, unidade etc.);

    Uma corrente subjetiva, que define o valor est-tico por meio apenas do sentimento do sujeito esttico (daquilo que ele sente diante do objeto esttico); e

    Uma corrente mista, onde a essncia do valor esttico segue uma dialtica das duas interpre-taes acima.

    O objeto apresenta-se como uma unidade entre contedo (portador de diferentes valores utilitrios, ticos etc.) e forma (expresso do contedo). Assim, a avaliao esttica de um objeto (como tambm de um ambiente como um todo) depende do relacionamento entre contedo e for-ma. Alm disso, num processo de avaliao, h ainda duas relaes que devem ser consideradas: entre o indivduo e a sociedade e entre o real e o ideal.

    Nos processos de avaliao esttica, o gosto e a norma se misturam, de modo que nenhuma avaliao subje-tiva poder se isentar de normas (ou padres) estticas do passado ou do presente. Contudo, uma norma, por ser o re-sultado de uma mera conveno ou legitimao social, no permanente, nem tampouco universal. Pode (e deve) ser sempre testada, especialmente com a propositura do novo: o novo produto, a nova composio visual, o novo ambiente!

    O gosto depende da histria do indivduo (sujeito esttico), de suas aptides, suas paixes, suas alegrias, su-as tristezas etc..

    A relao real e ideal determina o resultado da ava-liao esttica. O ideal a situao utpica que determina o valor desejvel de um objeto, ou ambiente, ao qual con-frontado o valor real. Se o valor real prximo do valor ideal, ento o resultado da avaliao positivo e vice-versa.

    A relao esttica do homem com o ambiente classificada pelas chamadas categorias estticas: o belo, o

    feio, o sublime, o trgico, o cmico e o grotesco. O conceito de belo eminentemente histri-co, j que cada poca e cada cultura tm os

    seus padres de beleza prprios. Classica-mente, o belo advm de grandezas como a ordem, a simetria e o limite e associa-se s noes de gosto, de equilbrio, de harmonia e de per-feio. De qualquer modo, o belo

  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 3

    (assim como as demais categorias) sempre sensao sub-jetiva e desinteressada, no sendo determinado por nenhu-ma predisposio particular do sujeito esttico; o belo julga-se por si mesmo, agrada sem conceito.

    J o objeto feio talvez seja bem mais fcil de ser classificado que o belo, inclusive por estarmos cercados de milhares de itens desenvolvidos com fins eminentemente fun-cionais. Todavia um objeto feio necessariamente no um produto mal concebido, isto , um feio no um belo que no deu certo. Feio no o no belo.

    Os juzos sobre o belo e o feio so potencialmente arbitrrios. Se um objeto considerado feio porque no possui aquilo que se julga ser belo, mas como tal considera-o sempre subjetiva, o que feio para uns pode ser at sublime para outros e vice-versa.

    O sublime no apenas o belo elevado ao seu mais alto grau; exige a condio de ilimitado, ou seja: su-blime o que nos escapa do juzo imediato do belo. O sublime aquilo que a imaginao no consegue apreender; o belo passvel de apreenso pela imaginao e encontra-se num objeto finito. J o trgico, do ponto de vista esttico, incorpo-ra no s critrios de dramaticidade, mas tambm um certo prazer no sujeito esttico, por mais antagnico que sejam esses sentimentos.

    Objetos cmicos so aqueles que apresentam, como o prprio

    nome diz, um grau de comicidade superior ao comum. Isto , por sua

    forma, provocam risos no sujeito esttico. A comicidade no est presente to s

    nos objetos ldicos, nem tampouco naqueles que tm este requisito como sendo obrigatrio. Um produto pode ser cmico de uma forma des-pretensiosa e nem por isso obstar os risos das pessoas que o apreciam.

    Alm dos risos, a mudana formal de um objeto pode gerar outros tipos de

    sentimentos, inclusive a repulsa e a rejeio. Esta alterao conceitual, quando realizada de uma forma abrupta, pode dar um aspecto disforme a

    alguns produtos, tornando-os esteticamente classificados como

    grotesco, categoria caracteriza pela presena predominante do estranho, do fantstico e do irreal ou antinatural, que po-dem ocorrer, por sua vez, em cenrios distintos. O estranho e o fantstico podem ser de natureza diversa, constituindo-se na tendncia de unir seres diferentes e objetos reais a outros realizados ou deslocados de seu con-texto natural.

    A partir do cmico e do grotesco se chega ao concei-

    to de kitsch, termo utilizado para caracterizar qualquer ma-nifestao plstica que seja

    considerada uma "cpia" de qua-lidade inferior a um estilo estabelecido. Em termos mais am-plos, a palavra refere-se tambm ao gosto artstico e decora-tivo considerado pretensioso e de mau gosto, associado ao brega, ao tosco, ao ridculo, ao cafona... o que no impede o seu uso, mas, ao contrrio, se bem dosado, pode refletir numa composio visual interessante e bem recebida, dando ao ambiente uma gra-a inesperada. Um bom exemplo o famige-rado pingim de geladeira.

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    Estilos de ambientes (Baseado em Paulo Terra e Iesa Rodrigues, Decorao na medida certa, 2000, Editora SENAC/RJ, com imagens do Google)

    Os objetos complementares, nas suas mais varia-das conotaes estticas, de acordo com a sua composio com o ambiente, ditam o estilo de uma decorao, ou seja, a maneira de ambientar, por exemplo:

    Estilo High-tech Estilo onde as novidades ele-trnicas predominam. O mobilirio, em geral, tem aspecto metlico fosco, das cozinhas aos home-theaters.

    Estilo Rstico Inclui desde os mveis countries at moveis patinados e envelhecidos. simples, contudo a-conchegante, pois tem um ar artesanal, com sofisticao.

    Estilo Oriental Pode ser despojado e leve, com camas sem estrado e mesas baixas, no estilo japons, ou sinuoso e colo-rido, com almofadas estampadas e abajures de porcelana, num estilo chins.

    Estilo Kitsch Estilo despojado, quase cafona ou brega, decorado com os chamados bibels banais, mas sem muito radicalismo.

    Estilo Tropical A depender da composio, pode ser leve ou pesado. Leva persianas de madeira ou cortinas estampadas, com plantas e fibras naturais.

    Estilo Clean Segue a teoria minimalista do menos mais. Usa poucos mveis e grandes espaos, com um mnimo de cores.

    Estilo Palaciano Decorao repleta de materiais nobres, com deta-lhes dourados e tecidos si-nuosos, e com mveis e quadros de poca.

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    Notas de Aula: Arquitetura de Interiores

    Joo Ademar de Andrade Lima

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    Iluminao

    (Baseado em Eduardo Leonelo, possvel obter con-forto e bem-estar com iluminao planejada, Revista Lumire, on line, www.edlumiere.com.br, acesso em 14/01/06)

    O conforto de uma pessoa num ambiente direta-

    mente influenciado pela qualidade da iluminao a ele pro-porcionado, de modo que a percepo visual, agente desse conforto, necessariamente passa pela quantidade e qualida-de de luz nele presente. Uma lmpada no ilumina por si s; necessrio uma superfcie que a reflita, de tal modo que di-ferentes superfcies, com diferentes materiais, texturas e co-res respondero tambm diferentemente iluminao gera-da.

    A quantidade de luz deve ser adequada a cada es-pao, de acordo com as atividades desenvolvidas no local, uma vez que pode aumentar ou diminuir a disposio das pessoas para as tarefas dirias, assim como a motivao e o rendimento. A segurana e a sade so fatores tambm re-lacionados correta luminosidade, pois auxiliam na preven-o de acidentes.

    Nesse sentido, como unir conforto, eficincia e e-conomia quando se trata de iluminao? Resposta: planeja-mento!

    Quanto funo, a iluminao pode ser: geral, de fundo, ou de ambiente; de efeito; de tarefa; ou decorativa.

    aconselhvel definir quantos pontos de luz so necessrios e que tipo de lmpada mais apropriada. Em espaos que pedem mais claridade, como, por exemplo, em ambientes de leitura, uma luz focada e prxima mais efici-ente. Nas salas de TV, a luz pode ser mais amena em har-monia com a imagem da televiso.

    O planejamento tambm ajuda na economia de e-nergia eltrica. Em casa, uma das maneiras mais apropriadas de conter os gastos substituir as lmpadas incandescentes por fluorescentes (compactas ou tubulares), pois elas so at 80% mais econmicas que as incandescentes comuns, tornando-se uma excelente ferramenta contra o desperdcio.

    A cor, ou tonalidade, da lmpada tambm influencia no conforto. J se encontram no mercado lmpadas fluores-centes, por exemplo, nas tonalidades amareladas (com re-sultado visual muito prximo da incandescente), azuladas ou neutras.

    A branca-amarela indicada para quartos e salas, j que remetem a conforto e aconchego e passam a sensa-o de tranqilidade; a branca-azulada indicada para ba-nheiros e cozinhas, pois passam uma sensao de limpeza e frescor e mantm as pessoas mais ativas; e a branca-neutra torna os ambientes claros sem interferir nas atividades exer-cidas no local.

    Contudo, uma dica, que sempre vale, o uso da luz natural, no s pela economia, mas tambm pelos benefcios subjetivos que ela traz. Quanto mais luz natural no ambiente, mas favorvel ser a sua atmosfera, especialmente naqueles de face sul, que tm bastante claridade durante todo o dia.

    Tipos de lmpadas mais utilizadas (Baseado em Mirian Gurgel, Projetando espaos; guia de arquite-tura de interiores para reas residenciais, 2004, Editora SE-NAC/SP, com imagens do Google)

    Incandescente Tem custo baixo e boa re-produo de cor; pode ser transparente ou lei-tosa; a cor bsica que emite a

    amarela. As mais comuns so as de 20, 40, 60, 75 e 100W. As lmpadas do tipo PAR so ideais para banheiros e jardins, pois so seladas e ideais para ambientes midos.

    Halgena Utiliza o gs halognio; sua

    durabilidade maior e emite luz branca; ideal para iluminao de efeito. As lmpadas do tipo

    dicrica, refletem a parte visvel da radiao e absorvem a parte infravermelha; embutidas em forros ou similares, reduzem a emisso

    de calor para o ambiente iluminado.

    Fluorescente No gera calor como a incandes-cente; pode distorcer as cores e deixar o ambiente frio; deve ser evitado prximo a mquinas que

    oscilam, para evitar o efeito estroboscpico.

    Efeitos de luz (Baseado em Mirian Gurgel, Projetando espaos; guia de arquite-tura de interiores para reas residenciais, 2004, Editora SE-NAC/SP, com imagens do Google)

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    Segundo a orientao do facho, a luz pode ser: Direta, quando orientada para alguma superfcie

    em forma de facho aberto, gerando sombra; Direta de efeito, quando se usa fachos fechados

    e concentrados, realando a textura, o volume e a cor das superfcies focadas;

    Indireta, quando a iluminao se d por meio do reflexo da luz nas paredes ou no teto;

    Bult-in (indireta embutida), quando vem de spots embutidos ou incorporados arquitetura, a exemplo de sancas, ou a peas de mobilirio;

    Difusa, quando a luz se espalha uniformemente no ambiente;

    Wall-washing, quando se ilumina apenas a pare-de, deixando pouca sombra.

    Conforme a luminria, a luz pode ser: Difusa geral, quando distribuda de forma ho-

    mognea em todas as direes; Direta-Indireta, quando se vale de um facho pa-

    ra cima e outro para baixo, ambos de mesma in-tensidade;

    Semidireta, quando emite um facho de intensi-dade aproximada de 10 a 40% para cima e o restante para baixo;

    Semi-Indireta, quando emite um facho de inten-sidade aproximada de 60 a 90% para cima e o restante para baixo;

    Indireta, quando joga praticamente toda luz pa-ra cima;

    Direta, quando facho dirigido totalmente para baixo.

    Dicas de ilumina o para diferentes ambientes (Baseado em Denise Furcolin, Iluminao inteligente proporciona conforto visual e beleza, Revista SIM, on line, www.revistasim. com.br, acesso em 17/12/05, com imagens do Google)

    Sala de estar Coloca-se uma luz central para ilumi-nar todo o ambiente; inte-ressante tambm se com-plementar com luzes pontu-ais para o espao ficar mais aconchegante e para dar efeito nas paredes e nos quadros e objetos. Se tiver TV na sala, use luz baixa, para no refletir luminosi-dade no aparelho.

    Sala de jantar Coloca-se uma luz pendente so-

    bre a mesa (uma distncia de 70 cm evita sombras); inte-

    ressante, tambm, o uso de luzes pontuais para qua-dros ou aparadores.

    Cozinha Deve-se usar luz fria que, inclusive, mais econmica, nas reas de trabalho, para que tudo fique bem visvel. interes-sante, tambm, o uso de luminrias, como arandelas, se o p-direito for alto e ou-tras tipo spot nos armrios.

    Quarto Coloca-se uma iluminao central (direta ou indireta) e tambm luzes perifricas, como abajures, para dar um ar aconche-gante e de penumbra.

    Quarto de crian-

    as ou adolescentes Podem ser usados plafons ou luminrias suspensas que deixam a iluminao di-fusa e agradvel, assim co-mo uma luminria para leitura ao lado da cama ou na rea de trabalho.

  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 3

    Banheiro De-ve-se usar luzes em cada lado do espelho (spots aci-ma provocam sombra e a-trapalham na hora de bar-bear ou maquiar). Em geral, os banheiros possuem jane-las pequenas, por isso importante que o local seja bem iluminado.

    Hall de entrada e

    corredores Embora se-jam reas de passagem, merecem iluminao dife-renciada; pode-se fazer isso utilizando trilhos. Se houver quadros na parede, pode-se direcionar spots para uma iluminao de efeito.

    Escritrio Em uma residncia, o escritrio deve

    ter uma iluminao direta sobre a rea de trabalho; lmpa-das frias para evitar o aquecimento e luminrias de mesa e de p para a leitura.

    Cor (Baseado em Mirian Gurgel, Projetando espaos; guia de arquite-tura de interiores para reas residenciais, 2004, Editora SE-NAC/SP)

    As cores, presentes em tudo o que nos rodeia, es-

    timulam a nossa percepo e nossas reaes intuitivas, mesmo sem percebermos, podendo encorajar o relaxamento, o trabalho, o divertimento ou o movimento.

    Podem ser usadas para ressaltar detalhes ou, at mesmo, disfarar imperfeies estruturais, como por exem-plo, tetos muito altos, pilares indesejveis ou vigas aparen-tes.

    So funes das cores: Influenciar o nosso estado de esprito;

    Criar diferentes atmosferas; Alterar visualmente as propores de um ambi-

    ente; Corrigir imperfeies arquitetnicas; Aquecer ou esfriar, subjetivamente, o ambiente; Valorizar ou criar centros de interesse. A cor altera a percepo de distncia, volume e pe-

    so, por exemplo: Uma parede escura parece mais prxima; Um objeto branco parece maior; As cores escuras "diminuem" o volume; Um objeto branco parecer mais leve que um

    igual de cor escura; Tons neutros ou amarelos bem claros nas pare-

    des aumentam visualmente um ambiente; Um tom mais escuro no teto que nas paredes

    rebaixam visualmente o p-direito e vice-versa; Cores quentes deixam o ambiente mais acon-

    chegante. As cores atuam em nossa mente e em nosso fsico

    com diferentes formas de estmulo. A escolha de uma cor, especialmente num ambiente, deve ser cautelosa, para que se atinjam, plenamente, os objetivos alcanados.

    Cada cultura e, at, cada pessoa individualmente, percebe as cores, subjetivamente, de forma diferente, de modo que as sensaes podem variar (e indubitavelmente variam); contudo, de uma maneira geral, podemos seguir al-guns padres para a escolha das cores de acordo com o sentido psicolgico que elas transmitem:

    Azul transmite tranqilidade, harmonia, paz e devoo;

    Violeta e roxo representam sensibilidade, intu-io, espiritualidade; ajudam a desenvolver a percepo;

    Vermelho remete a vitalidade, emoo, pai-xo, energia, calor e agressividade; usado em demasia, pode deixar o ambiente pesado e opressivo, alm de diminu-lo visualmente;

    Laranja considerado a cor que mais estimula a socializao; em ambientes de estudo e traba-lho, aceleram o raciocnio; em refeitrios, esti-mula o apetite;

    Amarelo a cor da infncia; estimula a criati-vidade e o intelecto; ideal para banheiros e co-zinhas para pessoas que precisam de um est-mulo a mais pela manh;

    Verde sugere honestidade, estabilidade e con-fiabilidade; estimula o silncio; ideal para am-bientes onde se tomam grandes decises, por acentuar o equilbrio e no favorecer discus-ses;

  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 4

    Preto sbrio e impessoal; diminui o tama-nho dos objetos e aproxima as superfcies;

    Branco neutro na maioria das situaes; ambientes totalmente brancos podem causar monotonia e hostilidade e at depresso; au-menta o tamanho dos objetos a amplia os es-paos;

    Cinza est associado tanto sabedoria como ao estresse e fadiga; grandes reas de cinza podem ficar sem vida e tristes.

    Em sntese, cor , antes de tudo, sensao; a sua

    variao fsica tambm significa uma variao perceptual e emocional; veja esses exemplos abaixo, extrados do site www.suvinil.com.br.

    V-se, nas fotos, que um mesmo ambiente pode apresentar significativas variaes de sensaes, indo, por exemplo, da sobriedade descontrao, apenas com a mu-dana de suas cores (tanto as do ambiente em si, com as do mobilirio).

    Dicas de cor para diferentes ambientes (Baseado em Oficina de Cores, on line, Tintas Suvinil, www.suvinil. com.br, acesso em 14/01/06, com imagens do prprio site)

    Hall de entrada Por ser o primeiro lugar por onde passamos, deve buscar transmitir um pouco do mo-do de vida dos moradores, como uma afirmao do es-tilo da famlia. O amarelo

    pode ser associado ao intelecto. O verde-ma remete fa-mlia e s crianas. O rosa indica calor e afeto. O azul alude independncia e auto-suficincia. O vermelho, por ser muito quente, se associa ousadia; ideal para pessoas que gos-tam de ser notadas.

    Sala de estar Por ser onde se recebe as visitas (pessoas diferentes umas das outras), deve ter vrios estmulos visuais para man-ter a atmosfera e a conver-sa viva e diversificada.

    Cozinha Por ser um dos lugares mais importantes da casa, onde se rene to-da a famlia, deve ser um ambiente que estimule a descontrao e o convvio. O rosa e o pssego estimu-

    lam o afeto e a comunicao. Tons alaranjados estimulam o apetite e o interesse em servir melhor. O vermelho, por ser passional, estimula as emoes (tanto positivas como nega-tivas), por isso deve ser usado com cautela. O azul, por ser uma cor fria, pode causar um certo distanciamento. O amare-lo estimula a conversa durante as refeies, mas tambm a rapidez no ato de comer, por isso pode ser estressante.

    Banheiro Deve-se evitar o preto, a no ser em pe-quenos detalhes; o uso de cores escuras deve ser compensado, por exemplo, com vasos de plantas. O ro-sa ou pssego relaxa e traz

  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 5

    calor ao ambiente. O amarelo, por ser associado criativida-de, renova as idias durante o banho. O azul relaxa o ambi-ente se puxado para os tons esverdeados e avermelhados; os tons acinzentados de azul podem levar a introspeco e tristeza.

    Sala de Jantar Tpico ambiente onde se pode cri-ar vrias atmosferas, com diferentes usos das cores. O amarelo provoca conver-sas mais estimulantes, co-mo o convite s pessoas di-

    zerem mais o que pensam. O azul proporciona conversas mais srias e sbrias (ideal para jantares de negcios, por exemplo). O vermelho proporciona sensaes de intimidade e conversas mais pessoais.

    Quarto Deve ser pinta-do, preferencialmente, com uma cor fria e relaxante. Quando dormimos, absor-vemos mais rpido e inten-samente a energia do am-biente, da a importncia de

    uma cor que ajude a reduzir a atividade mental, propriedade das cores frias. O azul acalma as emoes. O verde tem fun-o antiestressante (combinada, cautelosamente, com cores quentes, pode dar um timo resultado visual).

    Quarto de criana Lugar dos tons pastis e das co-res mais fortes (aliadas, in-clusive a desenhos em meia parede ou nos armrios). At os 18 meses, aconse-lhado se evitar cores muito

    fortes, para no agitar o beb. Teto em azul claro, por e-xemplo, ajuda a criana a ter um sono repousante.

  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 1

    Notas de Aula: Arquitetura de Interiores

    Joo Ademar de Andrade Lima

    [email protected] www.joaoademar.com

    Metodologia de projeto de interiores (Baseado em Paulo Terra e Iesa Rodrigues, Decora o na medida certa, 2000, Editora SENAC/RJ e em Mirian Gurgel, Projetando espa os; guia de arquitetura de interiores para reas residenciais, 2004, Editora SENAC/SP, com imagens do Google) Roteiro Gen rico

    Um roteiro, antes de qualquer coisa, um instru-

    mento norteador, no absoluto contudo importante, que visa ditar uma seq ncia de a es factveis que decididamente ajudam a quem dele utilize. Num projeto de interiores ele tamb m se aplica nessas fun es, especialmente quando o arquiteto, ou designer de interiores, ainda no desenvolveu o seu pr prio estilo.

    A metodologia aqui exposta tentar dar essa se-q ncia passo a passo, de modo gen rico; obviamente, no caso concreto, outras a es podem ser inseridas, assim co-mo algumas etapas previstas se mostraro desnecessrias.

    O ponto de partida , notadamente, a solicita o do servi o. Cada etapa depende da anterior e s deve ser passada adiante depois de uma total aprova o (tanto pelo pr prio projetista, em si, como, principalmente, pelo cliente).

    Eis a ordem: Identifica o do problema e de seu contexto so-

    ciocultural, econ mico e psicol gico; Coleta de informa es e elabora o de um pro-

    grama de a es que orientem o raciocnio e di-recionem a cria o, tais como:

    Funcionalidade e tecnologia solicita-das;

    Equipamentos necessrios nos dife-rentes ambientes;

    Espa o que deve ser destinado a ca-da atividade;

    Carter e objetivo est tico; Caractersticas fsicas (dimensionais)

    do ambiente; Caractersticas dos usurios que vo

    habitar o ambiente. Estabelecimento de metas e crit rios para a so-

    lu o dos problemas (estrat gias iniciais);

    Escolha das hip teses e alternativas existentes, com base nas estrat gias tra adas no item an-terior;

    Escolha de uma dire o para o desenvolvimento do projeto;

    Desenvolvimento do projeto em si, com suas va-ria es. Aqui, o projetista, necessariamente, de-ve considerar uma outra seq ncia de a es:

    Levantamento m trico detalhado da rea, com comprimento, largura, p -direito, colunas, vigas, pontos de ele-tricidade etc., ou seja, tudo o que houver no ambiente;

    Levantamento fotogrfico do ambien-te e seus detalhes;

    Estudo da circula o e distribui o de mobilirio;

    Escolha adequada de acabamentos e revestimentos;

    Detalhamento de teto (rebaixos, san-cas e molduras) e piso;

    Escolha se for o caso de tecidos, objetos complementares e acess rios decorativos;

    Desenho de mobilirio e pe as espe-ciais se for o caso;

    Projeto paisagstico se for o caso. Detalhamento para verifica o e escolha de uma

    das varia es, fazendo parte desta etapa: Plantas (mesmo que em croquis e em

    escala reduzida), abordando a setori-za o, o estudo de fluxos internos e as primeiras inten es plsticas que encaminham para a defini o do am-biente;

    Croquis de perspectivas, cortes etc., respeitadas as reais propor es idea-lizadas, de prefer ncia com uso de cores.

    Avalia o da escolha e possveis altera es; Anteprojeto consistente e claro, fazendo parte

    dessa etapa elementos grficos mais apurados, em escalas adequadas ao nvel de informa o

  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 2

    necessria a perfeita compreenso pelo cliente, a saber:

    Planta humanizada com layout; Planta t cnica com cotas significati-

    vas, indicando paredes a permane-cer, a demolir e a construir;

    Pr -especifica o do mobilirio; Cortes de tudo o que for importante; Perspectivas de tudo o que for impor-

    tante; Detalhes pertinentes; Pr -especifica es de materiais e a-

    cabamentos. Sele o final; Projeto definitivo, contemplando:

    Planta de apresenta o humanizada com layout;

    Planta t cnica executiva, indicando paredes a permanecer, a demolir e a construir, com todas as cotas neces-srias;

    Cortes de tudo o que for necessrio, com especifica es de materiais e co-tas;

    Planta de piso com especifica o dos materiais do mesmo, rodap s e solei-ras, refer ncias de incio e sentido de assentamento e com cotas;

    Planta de forro se for o caso com especifica es necessrias e refer n-cias de cotas;

    Perspectivas dos ngulos que forem necessrios;

    Especifica o do mobilirio a ser comprado;

    Projeto do mobilirio a ser desenvol-vido sob encomenda se for o caso;

    Detalhes de tudo o que for necess-rio perfeita execu o da obra, em escalas adequadas.

    Layout (Baseado em Cludia Tarpani, Distribui o do mobilirio, Deco-rador, on line, www.decoradoronline.com.br, acesso em 17/12/05 com imagens do pr prio site)

    Determinar a distribui o de m veis e objetos em

    espa os etapa quase sempre necessria num projeto de interiores (obrigat ria em se tratando de decora o). Seu estudo deve orientar o volume e tamanho das pe as que se-ro adquiridas ou projetadas. O desenho espacial e as medi-das do ambiente guiaro o planejamento e a adequa o do mobilirio sendo a simula o uma das formas mais prticas

    de exercitar as possibilidades antes de decidir-se pela me-lhor escolha.

    Uma excelente dica recortar, em cartolina, kraft, carto etc. desenhos de pe as nas medidas e formatos do mobilirio, em escala definida, e distribuir sobre uma planta para verificar o resultado e avaliar a melhor op o ( impor-tante trabalhar com escala, para que ambiente e mobilirio tenham a mesma medida e propor o, da a importncia de se medir corretamente o espa o).

    Feito isto, pode-se desenhar o mobilirio, tapetes e acess rios, sempre utilizando a mesma escala, recort-los e com isso, ir testando os arranjos possveis. Use pap is de di-ferentes cores para reproduzir diferentes pe as (tapetes, poltronas, sof, centros, estantes etc.).

    Abaixo algumas informa es que po-dem ser seguidas para conseguir o conforto e acerto das propor es:

    Nunca considere a compra de algum mobilirio sem checar com preciso as medidas dos espa- os;

    Em ambientes pequenos, podem ser necess-rios m veis sob medida, sendo importante que o

  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 3

    executor do projeto do mobilirio se no for o pr prio projetista do interior verifique as me-didas no local;

    Espa os grandes requerem muito planejamento visto que a maior distribui o de m veis pode comprometer a cria o de ambientes aconche-gantes e harm nicos;

    Deve-se pensar na fun o do ambiente e em como ele ser utilizado ponto de partida para decidir que m veis adquirir e como eles devem ser dispostos;

    Deve-se, impreterivelmente, considerar janelas, portas, tomadas e pontos de luz;

    Deve-se pensar em situa es futuras e procurar criar espa os versteis com m veis multiuso, pe as com rodzios ou ainda as que permitem criar composi es variadas e diferentes usos num mesmo ambiente;

    Deve-se considerar as distncias entre as pe- as, a fim de garantir a circula o adequada.

    Feng Shui Ainda no que tange distribui o do mobilirio, um

    m todo bastante usado, especialmente nos ltimos anos (quase que como modismo), a t cnica milenar do feng shui, que, ao p da letra, significa vento e gua, surgida na china com o objetivo maior de organizar espa os de modo atrair boas energias e a repelir as ms.

    O princpio simples: fazer com que a energia chi (pronuncia-se qui, tamb m conhecida como sheng chi ou respira o benigna") possa fluir no ambiente sem obstculos, atrav s de orienta es quanto disposi o dos m veis, e ao uso das cores, dos materiais e dos objetos complementares.

    Uma das formas de se colocar o feng shui em pr-tica atrav s da utiliza o do ba-gu, oct gono com cada lado representando uma subdiviso dos quatro pontos car-deais, que so identificados por um aspecto ou rea de inte-resse da vida da pessoa que o estuda. Essas reas remetem a aspira es individuais: educa o e espiritualidade, rela es e sade na famlia, relacionamentos e perspectivas de casa-mento, criatividade e sorte aos filhos, trabalho, prosperidade e reconhecimentos profissional e amigos; com ele possvel:

    Reconhecer os ambientes de sua casa que pre-cisam ser energizados e melhorados;

    Dividir o espa o de sua resid ncia e determinar para quais setores voc quer trazer maior sorte.

    O ba-gu utilizado sobre a planta da casa onde

    se quer praticar o feng shui. O seu norte deve coincidir com o norte da resid ncia. A t cnica aconselha que a parte que indica o trabalho fique sempre voltada para a porta de en-trada. Cada aspira o fica apontada para um lado/c modo da casa. Cada lado (ou kua) do ba-gu possui um comple-mento, que seu lado oposto por exemplo, o trabalho complementa o sucesso e o casamento e relacionamento complementam a educa o e a espiritualidade.

    Eis os passos: Posicione-se na regio mais central da casa; Fa a um esbo o da planta do local; Defina em quais pontos cardeais os c modos da

    casa esto localizados, incluindo seus ngulos correspondentes;

    Coloque a imagem do ba-gu sobre o esbo o ou planta da casa, coincidindo os nortes de cada um;

    Identifique as posi es de seus c modos com rela o aos ngulos correspondentes do ba-gu.

    Se, na identifica o dos ambientes, faltar algum ngulo do ba-gu, espe-cialmente pela forma da casa, esse poder ser inserido virtualmente, por exemplo, usando-se um espelho de parede para ampliar o ambiente naquele lugar.

    Se sua casa tiver mais de um andar, aplique as mesmas dire es e ngu-los em todos os nveis.

  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 4

    Distribua as fun es de cada ambiente de acor-do com o resultado, ativando-os energeticamen-te.

    Al m de aplicar o ba-gu, algumas dicas bsicas podem ser tomados para fazer circular o chi, quais sejam:

    Os espelhos so grandes aliados e podem ser usados na parede em frente de onde se costuma sentar e no final de escadas e corredores existem mo-

    delos, inclusive, em forma de ba-gu;

    Alguns objetos complementares, como prismas de vidro e difusores de cristal lapidado, so excelentes para captar e segurar a boa ener-gia;

    M veis e objetos desnecessrios e j no mais usados devem ser descar-tados;

    Objetos com quinas muito evidentes inclusive as pr prias paredes ajudam a proliferar energias negativas, dessa forma, para suavizar esse efeito, pode- se usar bolas de cristal, mensageiros

    do vento e vasos de plan-tas ( exce o da espa-

    da-de-so-jorge).

    Projeto de produto

    Para atua o ampla num projeto de interiores, a-l m do uso da metodologia a ele especfica [aqui esbo ada no chamado Roteiro Gen rico], o arquiteto deve estar apto a, tamb m, se dispor ao projeto dos mobilirios e/ou objetos complementares que comporo o ambiente, ou seja, no se limitando to s ao arranjo fsico, s especifica es constru-tivas de seus elementos ou ao estilo de decora o presente.

    Dessa forma, vital a aplica o de m todos e t c-nicas de projeto de produto, cujo desenvolvimento desdobra-

    se em tr s fases: o projeto conceitual; a configura o do produto; e o projeto detalhado.

    O projeto conceitual define o conjunto de princpios funcionais e de estilo para o produto como um todo, de mo-do que se satisfa am as especifica es da oportunidade e se atendam as necessidades dos consumidores, diferenciando-se dos produtos concorrentes [que, no caso dos interiores, podem ser reputados, inclusive, aos produtos j existentes, que concorrem diretamente com aqueles ditos sob enco-menda].

    A configura o do produto feita a partir do con-ceito selecionado, determinando como o mesmo ser cons-trudo. Aqui so definidas da arquitetura do produto e do projeto dos seus componentes aos materiais e processos de fabrica o. Nessa fase determinada a estrutura do produto como um todo, atendendo s fun es e aos seus estilos.

    O projeto detalhado produz um conjunto de docu-mentos t cnicos suficiente para a fabrica o. Nessa fase, transforma-se o projeto configurado em um produto industri-alizvel, destinado ao uso. Etapas do processo de desenvolvimento de pro-dutos

    O processo de projeto de produto se divide em cin-

    co etapas: problematiza o, pesquisa, anlise, desenvolvi-mento e implanta o.

    Todo projeto se inicia atrav s de um briefing [in-forma es e instru es concisas e objetivas sobre misso ou tarefa a ser executada], que tem o papel de reunir dados que procuram direcionar, nortear e selecionar o caminho do contedo do desenvolvimento de produto.

    Toda carga de informa o est com o demandante do projeto [ou seja, com o cliente!], o qual dever transmiti-las ao arquiteto para que este tome conhecimento do que dever ser feito, de prefer ncia em reuni es curtas e, at , se possvel, numa nica reunio, de modo a no vici-lo com in-forma es no necessrias ou prolixas.

    Do briefing, parte-se para pesquisa, com o levan-tamento e a anlise de dados, ou seja, com a fase informati-va do projeto, que visa subsidiar o arquiteto no anteprojeto, atrav s da sntese desses dados. Aqui, levantam-se todos os dados sobre problema e o produto, classificando-os, reali-zando anlises e sntese e fazendo o levantamento dos da-dos na medida em que as anlises come am a ser realiza-das.

    nessa fase que se realiza uma busca no que j existe no mercado [em outros ambientes j finalizados, in-clusive] em mat ria de produto/interior anlogo ao que se ir projetar, observando as tend ncias em revistas especiali-zadas, visitando lojas de mobilirio etc..

    aqui tamb m que se realizam outras anlises mais t cnicas, como anlises ergon micas, por exemplo.

  • Notas de Aula: Arquitetura de Interiores Joo Ademar de Andrade Lima 5

    A partir das conclus es obtidas com a pesquisa, define-se a estrat gia do projeto, isto , como atacar o pro-blema da melhor maneira possvel, buscando o melhor cami-nho a seguir. So as chamadas diretrizes do projeto.

    O desenvolvimento do projeto [tamb m chamada de fase projetiva] ir transformar informa es em um con-ceito de produto configurado e ir preparar todas as infor-ma es para transformar este em produto final, atrav s da gera o de id ias e seus detalhamentos.

    A implanta o a fase projetual final, consubstan-ciada pela entrega do produto acabado ao cliente, quer atra-

    v s do objeto em si, quer atrav s de desenhos finais do conceito desenvol-vido, maquetes reais ou virtuais, ou outros meios de representa o visual.

    Histria do MobilirioO Mvel Brasileiro

    Elementos ConstrutivosObjetos ComplementaresEstilos de Ambientes

    Iluminao & CorMetodologia de Projeto de Interiores