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Trabalho de Comclusão de Curso de Diógenes Batista Ângelo - UFAL - 2011
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DIÓGENES BATISTA ÂNGELO
ARQUITETURA SAGRADA:
TEMPLO CATÓLICO EM GARANHUNS
Produto Final do Trabalho Final de
Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela
Universidade Federal de Alagoas e
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
Orientador: Prof. Dr. Augusto Aragão
Maceió – Alagoas
2011
3
Aos meus pais e irmãos
por todo seu amor.
4
AGRADECIMENTO
Quero agradecer primeiramente a Deus, por está comigo em todos os meus
passos. Agradecer também a minha mãe, Carmelita, meu pai José Batista e irmãos,
Eustáquio, Cleudo, Socorro e Ângela (in memorian), por toda fé, amor e confiança.
Agradeço a Imyra, por todo o apoio e amor no desenvolvimento desse trabalho.
Agradeço a Universidade Federal de Alagoas pelo apoio didático. Agradeço a
experiência acadêmica do PET Arquitetura e ao professor Flávio Miranda, como
exemplo de profissional e educador.
Agradeço ao Bispo de Garanhuns, Dom Fernando Guimarães, ao padre da
paróquia do Sagrado Coração de Jesus, Padre Jeová e ao professor Augusto
Aragão por sua amizade e por ter acreditado no tema e apoiado em todos os
momentos dessa pesquisa.
5
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo desenvolver um anteprojeto de um
templo Católico na cidade de Garanhuns, Pernambuco. Para tanto, foi necessário
uma pesquisa sobre a arquitetura simbólica e a arquitetura religiosa, seguida de uma
análise de repertório e também da área de intervenção. Com a pesquisa e os dados
levantados pelas análises citadas, foi construído o programa de necessidades, para
então ser desenvolvida a proposta arquitetônica de um Templo Católico.
Palavras chaves: Arquitetura religiosa, Arquitetura simbólica, Templo Católico.
6
LISTA DE IMAGENS
Figura 1: altar mor da Igreja Nossa ........................................................................... 14
Figura 2: Villa Sovaye na França .............................................................................. 14
Figura 3: Palácio Gustavo Capanema - MEC - Rio de Janeiro – RJ ......................... 15
Figura 4: Ponto de ônibus tubular na cidade de Curitiba. .......................................... 16
Figura 5: Esquema das Residências usado para Culto dos primeiros Cristãos ........ 17
Figura 6: Interior da Basílica de São Paulo, Roma. Iniciada em 386. ....................... 18
Figura 7: Cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. ........................................................ 20
Figura 8: Capela Notre Dame du Haut de Ronchamp, construida em 1955 e
projetada por Le Corbusier ........................................................................................ 21
Figura 9: Interior da Catedral de Brasília. .................................................................. 24
Figura 10: Desenho esquematico da planta da Catedral de Brasília. ........................ 24
Figura 11: Catedral de Brasilia em primeiro plano a culpula do batisterio. ................ 25
Figura 12: Batistério da Catedral de Brasília. ............................................................ 25
Figura 13: Mosteiro de São Bento em Garanhuns. ................................................... 26
Figura 14: Interios da capela do Mosterio de São Bento. .......................................... 26
Figura 15: Igreja de Dom Bosco, Brasília-DF ............................................................ 27
Figura 16: Interior do templo, como os vitrais e o lustre em seu centro. ................... 28
Figura 17: Fachada Principal do Santuário de Nossa Senhora de Fátima. ............... 28
Figura 18: Capela do Santíssimo e Presbitério. ........................................................ 29
Figura 19: Fachda Principal da Igreja do Jubileu em Roma Itália. ............................ 30
Figura 20: imagem da esquerda, altar da nave principal e a direita, fachada posterior
com destaque ao setor profano. ................................................................................ 30
Figura 21: Planta esquemática do templo: ................................................................ 31
Figura 22: Mapa de Pernambuco localizando a cidade de Garanhuns. .................... 32
Figura 23: Templo atual, com vista externa............................................................... 33
Figura 24: Foto da antiga Estação Ferroviária de Garanhuns, hoje abriga o Centro
Cultural ...................................................................................................................... 34
Figura 25 Foto aérea do município de Garanhuns-PE nos dias atuais - Fonte:
Garanhuns................................................................................................................. 35
7
Figura 26 Templo Presbiteriano no Centro de Garanhuns ........................................ 35
Figura 27: Atual Catedral de Santo Antônio de Garanhuns. Foto: Vicente A. Queiroz.
.................................................................................................................................. 36
Figura 28: Esquema da planta baixa da Catedral de Garanhuns. ............................. 37
Figura 29: Capela do Santuário da Mãe Rainha em Garanhuns. .............................. 37
Figura 30: Esquema mostrando as duas formas de parcelamento do solo. .............. 38
Figura 31: Principais acessos para o local do projeto ............................................... 39
Figura 32: Rota e ponto de parada dos ônibus Urbanos. .......................................... 39
Figura 33: Localização do terreno no bairro e edificações existentes. ...................... 40
Figura 34: Corte esquemático mostrando o perfil do entorno imediato do terreno do
projeto. ...................................................................................................................... 40
Figura 35: Mapa de uso e ocupação do solo atual. ................................................... 41
Figura 36: Esquema mostrando a localização de Garanhuns em relação o Oceano e
o Sertão. .................................................................................................................... 42
Figura 37: Mapa referente às áreas com zona bioclimática 5. .................................. 43
Figura 38: Igreja do Sagrado Coração de Jesus - Munique - Alemanha. .................. 45
Figura 39: Batisterio da The Chapel of the Assumption, Paris - França .................... 46
Figura 40: Imagem de Nossa Senhora na Igreja Notre Dame do Rosário em Les
Lilas - França. ............................................................................................................ 47
Figura 41: Fluxograma dos espaços da Paróquia. .................................................... 49
Figura 42: Diagrama de Bolha. .................................................................................. 50
Figura 43: Diagrama de Bolha no terreno do projeto ................................................ 50
Figura 44: Altar local central do edifício igreja. .......................................................... 51
Figura 45: Esquema do sítio em que localiza-se o projeto. ....................................... 51
Figura 46: Zoneamento do projeto. ........................................................................... 52
Figura 47: Perspectiva ilustrativa, mostrando o templo, a praça e o centro paroquial
como moldura do conjunto. ....................................................................................... 52
Figura 48: Perspectiva interna do templo. ................................................................. 53
Figura 49: Fachada Principal e a torre. ..................................................................... 53
Figura 50: Esquema representando o Centro Paroquial e o Templo. ....................... 54
Figura 51: Planta baixa do templo católico. ............................................................... 55
Figura 52: Perspectiva da fachada do centro paroquial. ........................................... 55
Figura 53: Conjunto Paroquial. .................................................................................. 56
Figura 54: Planta de cobertura vegetal. Fonte: LOPES apus Ângelo, julho 2011. .... 56
Figura 55: Altar do projeto. ........................................................................................ 57
8
Figura 56: Ambão. ..................................................................................................... 58
Figura 57: Sédia. ....................................................................................................... 58
Figura 58: Pia batismal. ............................................................................................. 59
9
SUMÁRIO
LISTA DE IMAGENS .................................................................................................. 6
SUMÁRIO ................................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
1. ARQUITETURA E OS SÍMBOLOS .................................................................. 13
1.1 ARQUITETURA RELIGIOSA .................................................................... 17
2. ANALISE DE REPERTÓRIO ........................................................................... 23
2.1 CATEDRAL DE BRASÍLIA ........................................................................... 23
2.2 CAPELA DO MOSTEIRO DE SÃO BENTO DE GARANHUNS ................ 25
2.3 IGREJA DE DOM BOSCO ........................................................................ 27
2.4 SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FATÍMA ................................... 28
2.5 IGREJA DO JUBILEU ............................................................................... 29
3. ÁREA DE INTERVENÇÃO .............................................................................. 32
3.1 HISTÓRIA .................................................................................................... 34
3.2 RELIGIÃO ................................................................................................. 35
3.3 SÍTIO......................................................................................................... 38
3.4 CONDICIONANTES AMBIENTAIS ........................................................... 42
4. PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................. 44
4.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ......................................................................... 48
5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ............................................................ 51
5.1 FUNCIONALIDADE...................................................................................... 54
5.2 PEÇAS LITÚRGICAS ............................................................................... 57
5.3 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS MATERIAIS .................................. 59
CONCLUSÃO ........................................................................................................ 63
10
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 64
11
INTRODUÇÃO
O Espaço Sagrado é um tema decorrente da História da Arquitetura. Desde
as Pirâmides do Egito até as Igrejas Barrocas do mestre Aleijadinho, em Minas
Gerais, tais prédios não só encantam por sua beleza ou pelo valor artístico, mas
principalmente por seu significado simbólico presente nos objetos e pinturas
presente nessas construções.
Em muitas religiões, para a comunhão de fé é necessária a união da
comunidade em um único espaço, a exemplo dos Judeus, que se encontram nas
Sinagogas, dos Mulçumanos em suas Mesquitas, e os Cristãos, que celebram sua fé
nos templos.
Este trabalho tem como objetivo elaborar um anteprojeto arquitetônico de um
Templo Católico na cidade de Garanhuns, no estado de Pernambuco, que enfatize a
dimensão simbólica da arquitetura de espaços sagrados. Tendo como objetivo
específico a compreensão do espaço do Templo Católico na contemporaneidade.
No primeiro capítulo, ira discorrer sobre a Arquitetura e seu significado
simbólico, mostrando sua importância e como que na história e culturas seus valores
são simbolizados por meio de seus prédios. Nesse mesmo capitulo também
trataremos dos seus significados nos templos religiosos, assim como sua evolução e
tipologias.
No segundo capítulo trará a analise de repertório, na qual possibilitará um
entendimento maior do funcionamento e expressões simbólicas presentes nos
templos Católicos. Para em seguida tratar sobre a cidade de Garanhuns, local no
qual será desenvolvido o produto dessa pesquisa, falando de suas características
sócio-econômicas e religiosas.
12
Com a primeira parte da pesquisa, foi possível dar base para a construção da
proposta de um templo Católico em Garanhuns. Inicialmente foram feitos estudos de
condicionantes ambientais no sítio da intervenção e depois a construção do
programa de necessidades.
No último capítulo mostra como foi desenvolvido o produto dessa pesquisa
com o partido arquitetônico tomado, estudos funcionais e espaciais, que resultam
em um Estudo Preliminar.
13
1. ARQUITETURA E OS SÍMBOLOS
A Arquitetura é um conjunto de elementos que vai além da construção. Ela dá
forma a uma sociedade, ela comunica e significa. E dentre as várias formas que a
mesma revela, o seu sentido simbólico tem grande importância principalmente na
Arquitetura Religiosa, sendo esta, o foco dessa pesquisa, que terá como produto
final o Anteprojeto de um Templo Católico.
Uma vez que o simbolismo é um dos aspectos mais relevantes para
Arquitetura Religiosa, é necessário entender o seu significado. Partindo do dicionário
Aurélio o símbolo é “aquilo que, por sua forma ou sua natureza, evoca, representa
ou substitui, num determinado contexto, algo abstrato ou ausente...”. Mesmo o
dicionário não tendo uma definição primordialmente cientifica, tal significado traz
conceitos relevantes nessa definição, tais como “forma”, “representa”, “substitui” e
“abstrato”, que são palavras relevantes e utilizadas quando nos referimos a espaços
onde exista uma carga simbólica muito forte, como nos locais sagrados destinados a
rituais praticados pelas religiões.
Umberto Eco, para explicar o símbolo, utiliza como exemplo o trono do Rei “...
servir de assento é somente uma das funções do trono – e somente um de seus
significados, o primeiro, mas não o mais importante” (ECO, 1971). O símbolo vai
além do visível: ele comunica e expressa valores atribuídos ou mesmo adquiridos
por seu uso ou aquele que o usa, como no exemplo anterior que Aurélio utiliza as
palavras “representa ou substitui...”. Nesse caso a cadeira representa o poder, na
arquitetura Religiosa encontramos a cadeira ou Sédia, local destinado ao Deus e
que simboliza o trono, no entanto substituído pelo celebrante.
Dessa forma a arquitetura sempre tem e traz significados que mesmo que não
sejam entendidos por todos, faz com que nosso comportamento mude diante de tal
espaço. O exemplo da Igreja Barroca, que independente da crença ou fé, ele
modifica, de alguma forma, aquele que entra nesse espaço com suas pinturas e
esplendor artístico (Figura01).
14
Figura 1: altar mor da Igreja Nossa
Fonte: www.vitruvius.com
Outro exemplo são os modernistas, que deixaram de utilizar os ornamentos
neoclássicos e outros elementos arquitetônicos usados até início do século XX.
Modificando a arquitetura não só na funcionalidade e espacialidade. Criaram uma
teoria e princípios, que resultaram em prédios que se tornaram símbolos de uma
geração, como o edifício do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro, a
Villa Sovaye de Le Corbusier ou o conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Brasília
onde Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, transformaram em símbolo da arquitetura
moderna no Brasil e no exterior.
Figura 2: Villa Sovaye na França
Fonte: http://lcvillasavoye.blogspot.com/2010_05_01_archive.html - Acesso: Março de 2011
15
Figura 3: Palácio Gustavo Capanema - MEC - Rio de Janeiro – RJ
Fonte: http://www.panoramio.com/photo/11996965 - Acesso: Março de 2011
No entanto, como os símbolos são construídos na arquitetura? Muitas são as
maneiras de compreender, uma delas seria por meios dos estilos arquitetônicos. No
Gótico, por exemplo, por ser predominante em certo tempo da história, ganhou uma
conotação religiosa, por se tornar o símbolo do poder da fé Católica daquele tempo.
No Renascimento as cúpulas das Igrejas eram símbolos da centralidade do homem,
onde essas associações são importantes para o estudo dos movimentos
arquitetônicos, como também o Classicismo, Maneirismo, romantismo, e outros
movimentos, que podem nos apontar como esses símbolos são construídos na
história.
Outra maneira de entender a simbologia é o papel que ela exerce como meio
de comunicação. Essa é uma das formas de uso dos símbolos na arquitetura: ele
comunica e informa ao receptor algo que vai além das funções programáticas
destinadas a esse elemento arquitetônico.
Essa importância simbólica em alguns momentos pode ser secundária, mas
em outros ela tem papel primário. Como os pontos de ônibus visto na cidade de
Curitiba, desde sua forma até o que eles representam como segurança e
pontualidade no serviço de transporte coletivo da cidade. Mesmo sabendo que muito
desses significados são atribuídos de acordo com outros serviços e funções que
16
sejam ligados a ele, aquele simples abrigo simboliza e comunica muito mais que sua
função primária de arquitetura.
Figura 4: Ponto de ônibus tubular na cidade de Curitiba.
Fonte: LOPES, Imyra - Dezembro 2010
Esse é apenas um exemplo entre tantos outros que mostram como os
símbolos presentes na arquitetura têm significados próprios e vão além dos
propostos pelo projetista. Eles significam fatos que não ficam restritos ao lote em
que ele está inserido, eles se comunicam com sua vizinhança, com o bairro e com a
cidade.
Quando observamos a cidade como elemento simbólico, percebemos como
sua estrutura é dividida em partes. Os prédios públicos têm características próprias,
assim como os templos religiosos e as residências. Cada um desses tem um papel
funcional e simbólico dentro de uma cidade.
Os prédios públicos são os locais onde as decisões políticas, econômicas
acontecem, assim como os templos, que tem a função de reunir as pessoas para
celebrar suas crenças e as residências locais de recolhimento populacional, para
Aldo Rossi (2001) essa idéia de partes da cidade é importante para sua
caracterização.
A cidade é constituída por partes; cada uma dessas partes é caracterizada; ela tem, além disso, elementos primários em torno dos quais se agregam edifícios. Os monumentos são pontos de referência da dinâmica urbana; são mais fortes que as leis econômicas... (ROSSI, 2001)
Como nas cidades ou nas edificações que lhe compõem, o elemento
simbólico é parte fundamental da composição arquitetônica. Mesmo em uma simples
17
residência, ou nos palácios, o caráter simbólico tem seu papel de comunicar ou
representar as crenças e poder dos que a constroem.
1.1 ARQUITETURA RELIGIOSA
O homem sempre atribui significado aos objetos e fenômenos da natureza.
Dentre as experiências vividas por ele na história, a dimensão espiritual se destaca,
por ser nela onde o homem atribui relação com forças superiores e invisíveis a si
mesmo.1 Por isso temos que compreender como os elementos simbólicos são
utilizados na Arquitetura Religiosa e como eles se modificaram no decorrer da
história2.
Os primeiros cristãos não tinham um local especifico para celebrar os rituais
que surgiu após a morte e ressurreição de Jesus3. Eles usavam as residências dos
fiéis mais abastados para celebrar as cerimônias religiosas (JANSON,2001, P. 291).
E de maneira simples o espaço era dividido em três partes: o pátio central, uma sala
onde ocorriam os cultos e uma sala batismal. Como visto na figura abaixo.
(SCOTTÁ, 2010, P. 19)
Figura 5: Esquema das Residências usado para Culto dos primeiros Cristãos
Fonte: SCOTTÁ e adaptado pelo autor
Quando os cristãos chegaram à antiga Roma, eram perseguidos por não
seguir a religião do Império, com isso se reuniam nos subsolos das cidades. No
entanto no ano de 313 eles puderam sair da marginalidade e praticar a sua fé
1 Não pretendemos aprofundar nas questões de espiritualidades e o homem, por serem complexas e variar no decorrer da história e culturas. 2 Não iremos nos aprofundar na história da arquitetura religiosa, vamos nos delimitar no Cristianismo, o seu surgimento, suas marcantes fases e focar-se na arquitetura religiosa do século XX e XXI, pois a finalidade desse trabalho é desenvolver o projeto de um templo nos dias atuais. 3 Pretendemos focar no desenvolvimento da arquitetura religiosa nos templos católicos na atualidade, pois será fundamental no desenvolvimento do templo.
18
livremente, nesse ano o Imperador Constantino concede a liberdade de culto aos
cristãos pelo Édito de Milão. Com o seu reconhecimento ela tinha que se tornar
visível, com isso surgiu à necessidade de espaços para os cultos dos cristãos, com
isso foram construídos um grande número de Igrejas em Roma (Figura 06), na Terra
Santa, Constantinopla e em outros lugares (JANSON, 2001).
Também foram utilizadas as basílicas romanas, que tinha diversas funções,
de mercado, e sala de justiça e localizava-se próximo a praça do mercado. Sendo
esse tipo arquitetônico base dos templos desenvolvidos pelos cristãos nos séculos
seguintes, ele era composto por uma grande sala dividida por coluna, nave
longitudinal, altar (que antes era dedicado à deusa da justiça, Minerva) e foi
acrescida uma sala para os batismos no exterior do Templo (SCOTTÁ, 2010, P. 19).
Figura 6: Interior da Basílica de São Paulo, Roma. Iniciada em 386.
Fonte: www.flickr.com - Foto: Francisco Aragão.
Essa tipologia foi utilizada até o século V, quando se começou a utilizar a
cúpula e planta retangular com presbitério em forma de trevo. Muitas experiências
foram feitas até que por volta do século XI apareceram templos com planta em
forma de Cruz.
Durante esse momento de crescimento e firmação do Cristianismo, a doutrina
não era unitária. Por isso, durante os primeiro séculos existiram os Concílios
Ecumênicos, que eram as reuniões dos bispos, nas quais se fixaram normas e
19
costumes pelos quais a Igreja seria regida. Nesse período a Igreja se organizou e
Roma tornou-se a sede mais importante do cristianismo, no entanto rivalizava com
outras sedes do Oriente.
A divisão do Império Romano no século IV, entre Oriente e Ocidente, levou
também a um cisma religioso. Divergência entre o patriarca de Constantinopla e o
bispo de Roma, cuja autoridade derivava de São Pedro, o papa, nas quais tinha
diferenças na doutrinaria e política, enquanto os cristãos de Roma mantiveram sua
independência do poder político, já os Orientais se fundavam na união espiritual e
política (JANSON, 2001).
Havendo assim no século XI a primeira ruptura do Cristianismo entre os
Católicos, palavra que vem do grego e que significa “universal” e para os Ortodoxos,
também do grego, “que segue a crença correta”.
O segundo grande cisma do cristianismo foi por volta de 1517, quando um
teólogo Alemão chamado Martinho Lutero, revoltou-se contra algumas práticas da
Igreja Católica, como a venda de indulgência e o poder centralizador do Papa,
começando assim a não reconhecer a autoridade papal, negando o culto aos santos
e o celibato dos padres e religiosos. Tal movimento denominou-se Reforma
Protestante, na qual de origem a Igreja Reformada.
Os templos da chamada Igreja reformada eram simples construções, com
poucos ornamentos e a celebração tinha como foco o sermão. Com isso o símbolo
máximo da teologia Protestante é o ambão ou púlpito que simboliza a leitura bíblica,
diferentemente do Catolicismo, onde o altar tem destaque principal na celebração.
(DE MELLO, p.157)
O Movimento da Contra Reforma foi à reação da Igreja Católica diante a
Reforma Protestante. Muitas mudanças ocorreram na liturgia e doutrina católica, nas
quais foram traçadas no Concílio de Trento (1545 a 1563). Nele definiram-se
orientações que foram seguidas também na construção dos novos templos, com
planta em forma de cruz latina, a nave única, diferentemente dos templos
Renascentistas, alongando-se a nave para os fiéis e separando-a do coro, reservado
para o clero. O altar ficou isolado e elevado, onde passaram a ser destacados os
sacramentos existentes na Igreja Católica, definindo-se o local para o Sacrário, local
onde ficam as hóstias consagradas, ganhando destaque central no retábulo junto às
imagens dos santos e elementos artísticos.
20
Para Janson a tipologia Barroca, não pode ser expressa como a
demonstração da Contra-Reforma, pois ele exprime o resultado de vários
acontecimentos na Europa no século XVII, como a religião, política, com o
Absolutismo, governado por um imperador com poderes ilimitados e a ciência que
nesse período era complexo, abstrato e sistemático.
Os príncipes da Igreja que deram apoio ao crescimento da arte barroca foram conhecidos mais pelo esplendor mundano do que pelo fervor religioso. Além disso, o novo estilo penetrou tão rapidamente no Norte protestante que devemos evitar o destaque excessivo de seu aspecto anti-reformista. (JANSON, 2001, p.716)
No Brasil o Barroco foi fundamental na formação cultural e política do Período
Colonial. A Igreja Católica teve papel importantíssimo na formação das cidades, na
educação e na presença do Império, já que nessa época o papel da Igreja era
subordinado ao Estado.
Ordens religiosas como franciscanos, os carmelitas e beneditinos,
construíram edifícios que marcam o horizonte de muitas cidades brasileiras, tais
prédios financiados por doações generosas de um povo temente a Deus. Foi
fundamental a arte brasileira de acordo com Tirapeli (2005), “visto pelos conceitos
da estética, esses homens temerosos cumpriram o papel de mecenas
inconscientes.” Exemplo dessa arquitetura e urbanismo Barroco, pode encontrar na
região Sudeste e Nordeste, como as cidades Históricas de Minas Gerais.
Figura 7: Cidade de Ouro Preto, Minas Gerais.
Fonte: www.flickr.com - Foto: Hitlodeu.
21
O Barroco até hoje é marco de uma tipologia de Igreja. No entanto com a
chegada da Família Real ao Brasil e anos antes a expulsão dos jesuítas e o espírito
burguês, novos estilos foram trazidos, o rococó e depois o neoclassicismo e neo-
góticos. Presente ainda em diversos tipos de prédios das cidades brasileiras. Na
Arquitetura Religiosa, voltam-se o uso de três naves, não característicos dos
templos Barrocos.
Já no século XX as cidades mudaram, e o pensamento modernista começou
a transformar a paisagem urbana. Com isso os templos religiosos também modificar-
se, e as cidades começam a adquirir novas características e formas, de acordo com
Scottá (apud COLIINS):
Assim como os horizontes das cidades modernas são dominada pelos prédios comerciais, na Europa Medieval as catedrais e igrejas eram os edifícios maiores e mais imponentes. A catedral era um símbolo da cidade.(2000, p.111)
Os templos nesse momento não precisavam exercer o papel na cidade que
tinha anteriormente, e uma nova maneira de pensar o templo cristão começou a ser
desenvolvida no início do século XX. Na Europa templos foram construídos com
matérias e técnicas modernas e projetos que traziam o pensamento modernista.
Igreja como Notre Dame em Rounchamp (Figura 08), na França uma das últimas
obras de Le Corbusier. Diferentemente de outras obras dele, Notre Dame traz
planos irracionais e um jogo de curva
Figura 8: Capela Notre Dame du Haut de Ronchamp, construida em 1955 e projetada por Le Corbusier
Fonte: http://whatsnewlili.wordpress.com/2010/01/13/igrejas-incomuns/ - Acesso em Abril de 2011
No entanto a principal transformação ocorrida na Igreja Católica foi o Concílio
Vaticano II (1962 a 1965), que fez uma renovação na Liturgia implantando-se o uso
das línguas locais nos ofícios, o ecumenismo, a defesa da liberdade religiosa. Na
22
arquitetura, também ocorreram modificações na construção e concepção dos novos
templos, segundo Sartorelli:
O Concilio Vaticano II é um marco dentro da renovação litúrgica, em razão de que sendo a liturgia fator determinante do uso do espaço da igreja, ele também implicou em modificações das normas de sua concepção arquitetônica.(2005. P.75)
Com todas as transformações ocorridas, o espaço do culto cristão se
modificou para que cada sociedade em seu momento histórico pudesse aproximar
os fiéis de Deus. Com isso, nos dias atuais os templos reduziram o número de
imagens dos santos, tornando-se um espaço mais “limpo” e simples.
Dos primeiros Cristãos até os dias atuais, por meio da arte e arquitetura
podemos entender como se deram as dinâmicas sociais e políticas ocorridas nesses
mais de 2000 anos de cristianismo. Sua influência na sociedade brasileira e a
importância de seus prédios na História da Arquitetura.
23
2. ANALISE DE REPERTÓRIO
Para entender como são dadas as modificações dos templos Católicos pós o
Concilio Vaticano II, foi procurado estabelecer alguns critérios na escolha dos
templos, tais como: a utilização das diretrizes do Concilio Vaticano II e seu
significado simbólico, pelos elementos religiosos e sua arquitetura, a nível mundial,
nacional e regional.
Para essa analise foram escolhidos cinco edifícios igreja, quatro no Brasil, a
Catedral de Brasília, Capela do Mosteiro de São Bento em Garanhuns, Igreja de
Com Bosco em Brasília e o Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Maceió. E no
exterior a Igreja do Jubileu na Itália.
2.1 CATEDRAL DE BRASÍLIA
A Catedral Metropolitana de Brasília, projetada em 1958, anos antes do
Concilio vaticano II de 1969, pelo arquiteto Oscar Niemeyer é um ícone da
Arquitetura Moderna, além de templo, sua concepção possui caráter monumental é
um marco para a cidade de Brasília. Sua nave central é formada por uma coberta de
16 elementos parabólicos em forma de coroa. A nave é localizada em um nível
subterrâneo à rua principal, e seu acesso se dá por uma galeria escura conduzindo
o visitante até uma igreja iluminada, recoberta por vitrais da artista plástica Marianne
Peretti4.
Liturgicamente o templo utiliza das reformas de 1969, como o pequeno
número de imagens, que são: os três anjos pendurados do teto do artista Alfredo
Ceschiatti e a Via Sacra do artista Di Cavalcanti. No presbitério destaca o grande
crucifixo próximo o altar, contando apenas e uma pequena imagem de Nossa
Senhora Aparecida, a qual o templo é dedicado. (figura 09)
4 Marianne Peretti nasceu na França, filha de mãe francesa e pai pernambucano, é artista plástica e já ilustrou livros, trabalhou com Oscar Niemeyer em varias de suas obras e com outros arquitetos. Fonte: http://www.marianneperetti.com.br/
24
Figura 9: Interior da Catedral de Brasília.
Fonte: Foto do autor- Abril de 2011.
O próprio Oscar Niemeyer defende a concepção dessa Catedral explicando
de maneira simbólica alguns partidos tomados na sua concepção, tais como o
acesso e a luz que invade o templo:
"Na Catedral, por exemplo, evitei as soluções usuais das velhas catedrais escuras, lembrando o pecado. E, ao contrário, fiz escura a galeria de acesso à nave e esta toda iluminada, colorida, voltada com seus belos vitrais transparentes para os espaços infinitos."
Sua planta é formada pela nave principal, com o coro na lateral, santuário e
embaixo dele a cripta, que serve de capela do Santíssimo, em uma das laterais fica
o batistério, exteriormente, representada por uma cúpula (figura 11) e do outro lado
a sacristia, banheiros e salas (Figura 10).
Figura 10: Desenho esquematico da planta da Catedral de Brasília.
Fonte: Lopes, Imyra, julho 2011.
25
Figura 11: Catedral de Brasilia em primeiro plano a culpula do batisterio.
Fonte: http://www.ideasposa.com.br
O batistério, localizado no subsolo e com acesso pela nave através de uma
galeria subterrânea, é uma pequena capela com a pia batismal ao centro e cadeiras
no entorno da mesma. (figura 12)
Figura 12: Batistério da Catedral de Brasília.
Fonte: LOPES, Imyra. Abril de 2011
2.2 CAPELA DO MOSTEIRO DE SÃO BENTO DE GARANHUNS
26
O mosteiro de São Bento de Garanhuns foi Inaugurado na década de 1940
pelos monges beneditinos, funciona como escola de formação de monges, fabrica
de hóstias e pousada (Figura 13).
Figura 13: Mosteiro de São Bento em Garanhuns.
Fonte: Próprio autor – setembro de 2010
No início da década de 1990, foi construído uma segundo capela. Essa foi
projetada pelo arquiteto e artista plástico Cláudio Pasto. Nesse templo pode ser visto
características próprias de um templo monástico, a nave voltada para um grande
presbitério, no qual contas com espaço nas laterais para acomodar os monges
(Figura 14).
Figura 14: Interios da capela do Mosterio de São Bento.
Fonte: Próprio autor – setembro de 2010
No templo não contem esculturas ou imagens, mas conta com um grande
painel no presbitério com desenhos representando Cristo.
27
2.3 IGREJA DE DOM BOSCO
Outro templo analisado foi a Igreja de Dom Bosco em Brasília. Projetada pelo
arquiteto Carlos Alberto Naves, tem formato de um prisma e tem 80 colunas que se
fecham nas extremidades em formato de arco ogival (Figura15).
Figura 15: Igreja de Dom Bosco, Brasília-DF
Fonte: Foto Próprio autor – Abril de 2011.
A simplicidade formal de seu volume exterior se transforma dentro do templo,
pois entre as colunas foram dispostos vitrais em tons de azul. Nas laterais do
quadrilátero estão localizadas em cada extremidade da estrutura do Santuário, uma
coluna com vitrais rósea (Figura 16).
A iluminação do Templo fica pro conta de um imenso lustre, com 3,5 metros
de altura e 5 metros de diâmetro, formado 7400 peças de vidro e sustentado por seis
cabos de aço, e simboliza Jesus, a luz do mundo.
28
Figura 16: Interior do templo, como os vitrais e o lustre em seu centro.
Fonte: Foto próprio autor. - Abril de 2011
No subsolo da Igreja de Dom Bosco ficam a sacristia, arquivo paroquial,
escritório e três grandes salões que funcionam separadamente ou interligados. O
santuário de Dom Bosco é um local encantador desde sua forma até as sensações
vividas quando se esta dentro os vitrais produzem um belíssimo efeito luminoso.
2.4 SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FATÍMA
O santuário de Nossa Senhora de Fátima, localizada no bairro da Pajuçara na
cidade de Maceió, inaugurada em 2008, conta com vitrais que contam a história da
Via Sacra e a aparição de Nossa Senhora de Fátima (Figura 17 e 18).
Figura 17: Fachada Principal do Santuário de Nossa Senhora de Fátima.
Fonte: Próprio autor.
29
O seu interior a nave acomoda 400 fiéis sentados, outro destaque é a capela
do Santíssimo localizado em um nicho a esquerda da nave (figura 18). O presbitério
tem pouco espaço, mas nele contem o altar, ambão e sédia.
Figura 18: Capela do Santíssimo e Presbitério.
Fonte: LOPES, Imyra - junho 2011
2.5 IGREJA DO JUBILEU
A Igreja do Jubileu, localizada na periferia de Roma, foi pensada inicialmente
para ser a Igreja do Milênio, porém só foi inaugurada em 2003, por conta do atraso
da construção, prevista inicialmente para o ano 2000. (Figuras 19 e 20).
Teve nome inicial de Igreja do Milênio, modificado após comemoração do
jubileu do pontificado do Papa João Paulo II, ocorrido no ano da inauguração.
Projetada pelo arquiteto norte-americano Richard Meier, vencedor de um concurso
realizado pelo Vaticano em 1996.
30
Figura 19: Fachda Principal da Igreja do Jubileu em Roma Itália.
Fonte: http://www.architetturaeviaggi.it
Figura 20: imagem da esquerda, altar da nave principal e a direita, fachada posterior com destaque ao setor profano.
Fonte: http://www.architetturaeviaggi.it
A nave principal, capela e confessionário se localizam no lado sul, destacado
por ter três elementos curvos que simbolizam a Santíssima Trindade, segundo o
próprio arquiteto. Na ala norte, localizam-se o centro comunitário e a casa do
pároco, que possui formas retas (Figura 21). O centro paroquial é composto sala de
catequese, escritório, auditório e casa paroquial.
31
Figura 21: Planta esquemática do templo:
Fonte: http://www.arcoweb.com.br
Os Templos escolhidos nessa analise de repertório, independente de suas
realidades e regiões que estão inseridos, são exemplos de que a própria Igreja
Católica coloca quando fala das artes: “... a Igreja não cessa de solicitar a nobre
contribuição das artes e admite as expressões artísticas de todos os povos e
regiões.(...) também procurar promover formas novas que se adaptem à índole de
cada época.”. (Introdução ao Missal Romano n.289). Por isso não existe um estilo ou
mesmo forma de projetar um templo Católico, o que deve é levar em consideração
suas exigências litúrgicas e seu significado simbólico.
32
3. ÁREA DE INTERVENÇÃO
Para o desenvolvimento do projeto foi escolhida a cidade de Garanhuns,
localizada no estado de Pernambuco, uma vez que a mesma é a cidade natal do
autor, e o mesmo haver percebido a importância que a religião na cidade e a
devoção de grande parte da população.
Figura 22: Mapa de Pernambuco localizando a cidade de Garanhuns.
Fonte: http://pt.wikipedia.org, modificado pelo autor.
Com isso foi procurado entender as necessidades da Diocese, e realizada
uma entrevista com o Bispo de Garanhuns Dom Fernando Guimarães5. Além de
falar sobre a Diocese e como ela é formada, foi colocada a situação das paróquias
de Garanhuns, com isso o Bispo falou da realidade dos templos e como eles
funcionam.
Quando questionado sobre a possível construção de um novo templo para
Diocese na cidade de Garanhuns, foi levantada a questão de uma das paróquias,
que possuía uma pequena capela, mas necessitava de um novo templo, a Igreja
Matriz da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Com isso Dom Fernando
Guimarães pediu para entrar em contato com o pároco local para obter maiores
informações das reais necessidades de tal localidade.
Em contato com pároco local Pe. Jeová Ribeiro, no qual foi apresentada a
idéia do projeto acadêmico sem pretensões da construção do projeto, o mesmo falou
das dificuldades da comunidade e a necessidade real de construir um novo templo,
maior e com melhor estrutura para que a comunidade, também pretendendo tornar o
5 Entrevista realizada no dia 28 de Dezembro de 2010 na Cúria da Diocese de Garanhuns.
33
edifício um elemento marcante no bairro, pois, segundo o Padre, o bairro é carente
de elementos de destaque arquitetônico.
A capela da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, foi criada em 2008, por
conta do grande número de fiéis do bairro Francisco Figueira e região próxima. O
atual templo foi construído a mais de vinte anos e antes as celebrações ocorriam
somente aos domingos.
O prédio atual tem uma arquitetura popular, sem nenhuma erudição. No
pavimento térreo fica um salão com a nave com bancos para 200 lugares, e um
pequeno presbitério, No pavimento inferior localiza-se uma pequena sala que serve
para atendimento, sacristia e sala de apoio. No conjunto da paróquia localiza-se
outro prédio que abriga o salão paroquial, onde acontecem algumas reuniões de
grupos da Igreja e da Associação dos Moradores do Bairro.
Figura 23: Templo atual, com vista externa
Fonte: Próprio autor - março de 2011
Muitas são as carências e necessidades desse templo, que vão desde sua
organização espacial, e a utilização dos elementos simbólicos e litúrgicos, até a
demanda da construção de um novo espaço.
34
3.1 HISTÓRIA
A cidade de Garanhuns, localizada no Agreste Meridional do estado de
Pernambuco, possui uma população de 130 mil habitantes segundo (IBGE 2010).
Nos últimos anos a cidade tem se desenvolvido economicamente, por conta do
turismo, comércio e Educação. A cidade foi emancipada em quatro de fevereiro de
1879 e nessa época contava apenas com quatro ruas. No entanto com a chegada
do trem em 1887, que vinha de Recife, a cidade se modificou completamente, foram
construídos prédios, como o da estação ferroviária, que hoje funciona como Centro
Cultural (figura 24). Além de investimentos no urbanismo e economia da cidade, com
a cultura do café e algodão (CAVALCANTI, 1968)6.
Figura 24: Foto da antiga Estação Ferroviária de Garanhuns, hoje abriga o Centro Cultural
Fonte: Domínio Público.
Em 1958 a revista o Cruzeiro, destacou Garanhuns como uma das 10 cidades
de mais progresso do país. Porém no final da década de 1960 com a queda da
produção cafeeira e o fechamento da estrada de ferro sua economia entrou em
decadência.
Depois de vinte anos de decadência, hoje a cidade tem outra dinâmica e
mudanças acontecem no seu cenário econômico, principalmente com a cultura e
turismo, promovendo eventos como o Festival de Inverno de Garanhuns, o Festival
de Jazz durante o carnaval e festivais de música e teatro que estão transformando a
sociedade, além do turismo religioso.
6 Alfredo Leite Cavalcante além de escrever o Livro “História de Garanhuns”, foi empresário e defensor da história e cultura de Garanhuns
35
Figura 25 Foto aérea do município de Garanhuns-PE nos dias atuais - Fonte: Garanhuns
Fotos – Flickr - http://www.flickr.com/photos/garanhunsfotos/4371141548/sizes/z/in/photostream/ – Acesso Fevereiro de 2011
3.2 RELIGIÃO
Outro marca importante na cidade é a religião. No inicio do século XX,
existiam na cidade escolas Católicas e Protestantes, como o Colégio Santa Sofia e o
XV de Novembro (foi fundado como uma escola Luterana, hoje pertence aos
Presbiterianos). Esse registro é marcado com templos localizados nas principais
avenidas e ruas de Garanhuns, na Avenida Santo Antônio, no centro da cidade
encontra-se de um lado a Catedral e do outro a Igreja Presbiteriana (Figura 26). A
arquitetura desses templos revela a diversidade cultural da cidade.
Figura 26 Templo Presbiteriano no Centro de Garanhuns
Fonte: http://www.panoramio.com/photo/3960613 - acesso: fevereiro de 2011
36
Dentro da evolução que Garanhuns tinha no início de século XX foi criada em
1918 a Diocese de Garanhuns7, sendo desmembrada da Arquidiocese de Recife e
Olinda em 2 de Agosto de 1918 pelo Papa Bento XV. Além da de Garanhuns Foram
criadas as Dioceses de Pesqueira no sertão do estado e Nazaré da Mata na Zona
da Mata, no seu início ela era formada por quinze paróquias, sendo a sede
Garanhuns.
Localizado no Centro Sul do estado de Pernambuco, atualmente a diocese de
Garanhuns conta com trinta e três paróquias em vinte e seis municípios, distribuído
na Zona da Mata e Agreste. E também fazendo Fronteira com as Dioceses de
Pesqueira, Caruaru, Palmeira dos índios e a Arquidiocese de Maceió.
O principal templo de toda Diocese, a Catedral de Garanhuns, foi a primeira
igreja de da cidade e representa o seu marco zero (figura 27). Em 1742, no mesmo
local da atual Catedral foi construída uma pequena Igreja. Durante muitos anos
foram realizada varias reconstruções, até que em 1872 foi construída a nova matriz,
com melhoramento de estilo e uma nova fachada, semelhante à atual8. Já na
década de 1990 foi realizada uma grande reforma em seu interior, na qual houve
grandes modificações.
Figura 27: Atual Catedral de Santo Antônio de Garanhuns. Foto: Vicente A. Queiroz.
Fonte: http://www.panoramio.com/photo/28842775
Com a última reforma a planta da Catedral ficou dividida com uma única nave
(figura 28), presbitério bem mais alto que a nave, do lado direito a capela do
7 História da Diocese de Garanhuns no site: http://www.diocesegaranhuns.org 8 CAVALCANTE – História de Garanhuns.
37
santíssimo e do esquerdo a sacristia com a sala de apoio a celebração, na entrada
fica o batistério à esquerda e à direita a cripta da igreja.
Figura 28: Esquema da planta baixa da Catedral de Garanhuns.
Fonte: Próprio autor.
Figura 29: Capela do Santuário da Mãe Rainha em Garanhuns.
Fonte: http://www.diocesegaranhuns.org- Acesso - Junho de 2010
Garanhuns também conta com o Mosteiro de São Bento. Criado em 1940
pelos beneditinos, ela funciona como escola de formação de monges e fabrica de
hóstias. Outra instituição é o Santuário da Mãe Rainha inaugurado em 2004, que
hoje é local de peregrinação de fiéis.
38
3.3 SÍTIO
Localizado no bairro Francisco Figueira, que tem como origem um conjunto
habitacional, criado no ano de 19839 como parte de um programa de habitação, a
COHAB - Companhia de Habitação, hoje ele se tornou um bairro consolidado. No
entanto conta com graves problemas de infra-estrutura, falta de escolas e áreas de
lazer coletivo. Na imagem abaixo podemos observar a distinção do desenho urbano,
do loteamento do conjunto habitacional na cor amarela e a formação urbana mais
recente na cor laranja.
Figura 30: Esquema mostrando as duas formas de parcelamento do solo.
Fonte: Com base na imagem do Google.
Os principais acessos para o bairro são pela Av. São Miguel, que dá acesso
ao Centro da cidade, a BR 424 a outros bairros, e a PE 218, uma das saídas da
cidade. No bairro, o acesso ao terreno se dá pela Rua Zumbi, onde passam os
ônibus urbanos, como visto na Figura 30 e 31.
9 Informação levantada por meio de entrevistas com os moradores locais, referente o ano da inauguração do conjunto habitacional, pois não foram encontrados dados com a data do início de sua construção.
39
Figura 31: Principais acessos para o local do projeto
Fonte: Google Earth, modificado pelo autor.
Outro acesso para o bairro é por meio de ônibus urbano que saem do centro
da cidade via COAHB II10, ou por meio do circular que passa por vários bairros, no
mapa abaixo poderá ser visto os pontos de ônibus próximo do terreno e o percurso
feito pelo mesmo.
Figura 32: Rota e ponto de parada dos ônibus Urbanos.
Fonte: Fonte: Google Earth, modificado pelo autor.
O terreno com área de 2614m² tem forma de quadrilátero irregular com quatro
testadas, três delas voltada para as principais ruas de acesso: ao norte para Rua
10 Mesmo o bairro tendo nome oficial Francisco Figueira, a maioria da população e os ônibus urbanos usam o nome do antigo conjunto COHAB II.
40
Napoleão Almeida, a leste para Avenida Florêncio Rodrigues e a Sudoeste a Rua
Álvaro Agobar. No terreno, além da Capela atual, também existem outros dois
prédios: Centro Paroquial e a casa paroquial.
Figura 33: Localização do terreno no bairro e edificações existentes.
Fonte: Google Earth, modificado pelo autor.
Todo o antigo Loteamento e o terreno do projeto localizam-se em declive. A
figura 34 representa um corte esquemático das casas duas quadras acima da Igreja
e uma quadra abaixo, tomando como base o nível zero a Rua Zumbi a fachada
frontal do templo atual fica a cinco metros e duas quadras acima do terreno do
projeto ficando a mais de onze metros.
Figura 34: Corte esquemático mostrando o perfil do entorno imediato do terreno do projeto.
Fonte: Google Earth, modificado pelo autor
Segundo o Plano Diretor do Município de Garanhuns de 2008, o bairro
localiza-se no (ZAD) Zona de Alta Densidade, que se refere “às áreas das últimas
fases de expansão urbana, predominantemente ocupadas por padrões médios e
populares de parcelamento e edificação residencial.” (Plano Diretor de Garanhuns).
No quadro de Parcelamento Urbanístico a região apresenta uma Taxa de ocupação
máxima de 60% e outros parâmetros para ocupação urbana na região, (Tabela 01).
41
Tabela 01:Parâmetros Urbanístico - Plano Diretor de Garanhuns – 2008
O Plano Diretor de Garanhuns define o gabarito da zona seja de dois
andares, térreo mais um pavimento (T+1), a taxa de ocupação nessa zona é de 60%
do terreno e afastamentos mínimos de 5 metros na testada frontal, 1,5 nas laterais e
3 metros no fundo do lote.
O uso do solo é predominantemente residencial, no entanto existem alguns os
equipamentos destinados a serviços e comércio. Localizam-se principalmente às
margens da Rua Zumbi, por essa ser o principal acesso ao bairro. A figura 35 ilustra
como é a ocupação no entorno do terreno do projeto.
Figura 35: Mapa de uso e ocupação do solo atual.
Fonte: Base da Prefeitura de Garanhuns, modificado pelo autor.
42
3.4 CONDICIONANTES AMBIENTAIS
A cidade de Garanhuns é localizada geograficamente no Agreste Meridional
do estado de Pernambuco, faz parte do Planalto da Borborema, que vai do sul do
estado de Alagoas até o estado do Rio Grande do Norte, formado por um maciço
rochoso e relevo movimentado com altitudes que variam entre 600 à 1000m de
altitude.
Na qual constitui uma área de transição entre a Mata Atlântica e a caatinga
(figura 36), servindo de barreira natural dos ventos que vem do Oceano Atlântico
que vão em direção do sertão, a cidade tem altitude média de 842 metros ao nível
do mar e chegando aos 1.030m no alto do Magano.
Figura 36: Esquema mostrando a localização de Garanhuns em relação o Oceano e o Sertão.
Fonte: Próprio autor.
A cidade tem os ventos predominantes leste e sudeste, segundo dados da
estação climatológica de Garanhuns, pertencente ao Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET), com temperatura média anual de 20,5ºC. A cidade não passa
do 30ºC no verão e durante o inverno sua temperatura mínima é de 15ºC.
Ainda observando os condicionantes climáticos na zona bioclimática na qual a
cidade se insere, segundo a NBR 15220, ao qual estabelece um Zoneamento
bioclimático Brasileiro, são feitas recomendações estratégias construtivas para cada
zona
O zoneamento bioclimático no Brasil compreende oito diferentes zonas. Para
estabelecer as estratégias de cada zona, foram considerados os parâmetros e
condições, do tamanho das aberturas para ventilação e sua proteção, vedação
externa e estratégia de condicionamentos térmicos (NBR 15220).
Garanhuns localiza-se na zona bioclimática cinco (Figura 37). Na qual as
estratégias de condicionamento térmico no verão é ventilação cruzada e no inverno
43
vedações interna pesadas. E as aberturas para ventilação é média e sombreamento
da aberturas.
Figura 37: Mapa referente às áreas com zona bioclimática 5.
Fonte: NBR 15220
44
4. PROGRAMA DE NECESSIDADES
Primeiramente para compreender o funcionamento do edifício Igreja é
necessário entender como se desenvolvem as ações nesse espaço. Utilizando a
simbologia na arquitetura para comunicar e representar culturas, preceitos, idéias e
formas.
O programa de necessidades de um templo vai além de uma lista de espaços
funcionais. Deve contemplar também elementos simbólicos, por esse tipo de edifício
ter que transmitir sacralidade, um local onde possa agregar e integrar a comunidade.
Para a definição do programa de necessidades para o Templo do Sagrado
Coração de Jesus em Garanhuns, foi considerado às características locais e a
Liturgia Católica.
• Santuário ou presbitério;
Espaço amplo na qual se encontra o altar, ambão, sédia e a imagem do Cristo
crucificado. Esse espaço representa um dos elementos mais simbólicos, que
compõem esse tipo de edificação. Por isso esse espaço deve se localizar em uma
posição de destaque no templo, para que possa ser visto por todos (MISSAL
ROMANO, p. 178).
Altar: peça fundamental em um templo católico, ele simboliza o sacrifício de
Cristo na cruz, de origem judaica, quando o cordeiro era posto em uma mesa para
ser sacrificado e também representa a mesa da refeição, lembrando a última ceia de
Cristo.
Ele pode ser feito de pedra maciça ou de folhas de pedra ou outro material
que seja sólido e firme. Segundo a tradição essa mesa do altar deve ser fixa, em
formato retangular ou quadrado com tamanho máximo 0,8 x 1,70 e com 2,5m livre
no seu entorno. Nos templos construídos após o Concilio Vaticano II, definiu-se que
seja feito um único altar, para simbolizar um só Deus e uma só Eucaristia da Igreja.
Ambão: local onde acontece a liturgia eucarística, na primeira parte da missa.
Nele são lidas as leituras Bíblicas, o salmo e pode ser proferida a homilia. Ele é uma
45
extensão do altar, um local sagrado, onde se anuncia e testemunha Cristo. Cada
templo só possui um ambão, simbolizando que só existe uma palavra de Deus, Por
isso é feita do mesmo material do altar.
Sédia do presidente ou cátedra do bispo: pertence a um único celebrante,
Cristo, podendo ser usado pelo bispo ou padre, no entanto se recomenda que ela
fique vazia. A sédia utiliza o mesmo material do Altar e Ambão e recomenda-se que
seja construída da maneira mais simples possível.
• Nave;
Espaço, na igreja, desde a entrada até o santuário, nele estão dispostos
bancos simples, que ficam no entorno do Santuário. Segundo a tradição Cristã o
centro da celebração é Cristo, que está sentado no Trono (Sédia). Por isso, o melhor
lugar pertence a Ele. Com a Contra-Reforma esses bancos ganharam genuflexórios.
Recomenda-se que os bancos sejam dispostos de maneira que os fiéis possam sem
dificuldade ouvir, ver o sacerdote, diácono e leitores, como se posicionar sem
dificuldades para comunhão.
Figura 38: Igreja do Sagrado Coração de Jesus - Munique - Alemanha.
Fonte: http://www.snpcultura.org, acesso abril 2011.
• Capela do Santíssimo;
Uma pequena capela à parte, onde fica o sacrário ou tabernáculo, é uma
caixa fechada e feita de material sólido, onde são guardadas as hóstias, É um
espaço de oração pessoal. As hóstias ficavam guardadas na sacristia, entretanto,
com a Contra-Reforma foram colocados no presbitério junto o altar. Com o Concilio
46
Vaticano II, o sacrário foi retirado do presbitério, ficando em um espaço separado,
para destacar a mesa do Altar, o local de destaque do Templo.
• Batistério;
Pequena capela que pode localizar-se
próximo ao altar ou na entrada do Templo. Nesse
local celebra-se o Sacramento de entrada na vida
Cristã.O próprio Jesus foi Batizado pelas águas e
colocou mandou os Apóstolos repetiram esse ato,
“Ide e ensinai por todas as nações, batizando-as
em nome do Pai do Filho e Espírito Santo.” (Bíblia,
Mateus 28, 18-20)
O batistério pode ser uma peça que possa
depositar a água e permita a aspersão ou imersão
do batizado ou podendo ser também uma piscina
com uma fonte em um local onde todos possam
participar desse sacramento.
• Imagens ou Esculturas
São elementos utilizados desde a Igreja Primitiva, com pintura e mosaicos de
Cristo como o Bom Pastor, e tal tradição continua até hoje com a representação do
próprio Cristo, Maria e dos Santos como elemento de veneração. No entanto, nos
templos construídos após o Concilio Vaticano II (1961 – 1965), não aparecem
imagens ou pintura de Santos ou de Maria no Presbitério, pois na tradição cristã o
centro da celebração é o próprio Cristo. Por isso próximo o altar deve ter apenas
uma cruz com a imagem do Cristo crucificado. As demais imagem dedicadas em
honra a algum santo sejam dispostas de maneiro que “conduzam os fiéis ao mistério
da fé”(INSTRUÇÃO DO MISSAL ROMANO, n.318, p.189), e que o número não seja
grande e que exista uma única imagem de cada santo.
Figura 39: Batisterio da The Chapel of the Assumption, Paris - França
Fonte: http://www.dezeen.com
47
Figura 40: Imagem de Nossa Senhora na Igreja Notre Dame do Rosário em Les Lilas - França.
Fonte: www.dezeen.com
• Torre
Antigamente a torre marcava a paisagem das cidades e simbolizava a presença
da Igreja Católica e a fé do povo que ali morava. No entanto com a verticalização e
crescimento dos centros urbanos, o seu significado simbólico ainda continua, como
sua função de conter os sinos para chamar os fiéis para as celebrações e servindo
também como meio de comunicação, em muitos locais avisa sobre o nascimento ou
morte de alguém daquela comunidade.
• Átrio
Espaço amplo de frente a Igreja onde os fiéis e visitantes do templo podem ter
contato com a comunidade. Tal espaço também é destinado para que o prédio não
fique próximo às vias públicas e para a realização de cultos fora do templo quando o
número de fiéis é grande.
Cada espaço de um templo Católico é repleto de significados e símbolos que traz
em uma tradição e história. Por isso, seu programa de necessidades tem que
atender além do elemento funcional, de conforto e acústica, tem que expressar a
dimensão simbólica de todos os espaços que compõem o edifício-igreja.
Cada um dos espaços e elementos citados é característico de todos os templos
Católicos construídos atualmente. No entanto existem outros espaços que
dependem do tipo de igreja ou mesmo do local em que ela se localiza.
48
Outro elemento programático fundamental para tal projeto é o fato do templo
ser dedicado a um santo ou devoção, nesse caso a devoção do Sagrado Coração
de Jesus.
No entanto, além de um novo templo, são necessários anexos que
acompanham o edifício Igreja, Em entrevista com o Padre Jeová, atual pároco
responsável pelo templo, o mesmo relatou como é o funcionamento do espaço a ser
projetado. Onde hoje funciona da seguinte maneira: com missas nas quintas-feiras,
sextas-feiras, sábado e três celebrações aos domingos, além de servir de espaço
para encontro dos grupos ligado a Igreja da comunidade, tais como, Renovação
Carismática, Terço dos Homens, Praesidium da Legião de Maria e outros grupos.
Para que a paróquia tenha um bom funcionamento e que os grupos possam
se reunir confortavelmente, terão que ser projetadas: salas para reuniões e
catequese, sacristia, arquivo, sala de som e equipamentos, banheiros, sala de
atendimento do pároco e um salão paroquial que possa ter múltiplo uso, podendo
ser utilizado para encontros ou festas de casamentos.
4.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO
A partir do programa de necessidades, foi elaborado um pré-
dimensionamento levando em conta as mínimas dimensões para cada ambiente. O
templo atual conta com 200 lugares. Com a ampliação e modernização, esse
número será elevado para 330 lugares. Serão incluídos outros espaços como salas
de reuniões e salas de catequese, cada espaço para 30 pessoas, além do salão
paroquial, que será um espaço multiuso, com um salão para reunião de até 200
pessoas, com copa e banheiro.
Na tabela abaixo seguem todos os espaços e dimensões utilizados no projeto:
Tabela 1: Programa de necessidades e pré-dimensionamento.
Ambientes Observações Área m²
Nave 330 lugares x 0,5m² + 20% de circulação 300
Átrio 150
Santuário 35
Capela do Santíssimo 15
49
Com o programa de necessidades, foi desenvolvido um fluxograma e um
diagrama de bolhas, onde cada círculo corresponde à área de cada ambiente.
O Fluxograma corresponde à relação dos diversos tipos de usuários com os
usos funcionais específicos, garantindo assim uma melhor orientação dos
freqüentadores e funcionários (Figura 41). Nesse projeto, foram definidos três
acessos: o do templo, do centro paroquial e salão paroquial, garantindo o
funcionamento independente de cada setor, havendo comunicação interna dos
setores.
Figura 41: Fluxograma dos espaços da Paróquia.
Com o entendimento dos fluxos e pré-dimensionamento dos espaços
projetados, foi desenvolvido um diagrama de bolhas, no qual cada bolha
corresponde à área de cada ambiente, assim possibilitou a relação dos espaços
entre si e com o terreno (Figura 42 e 43)
Batistério 15
Sacristia 20
Secretária 12
Sala de Som e Apoio 10
Sala de Confissões 12
Copa 10
Arquivo 10
Salão Paroquial 150
2 Sala de Reuniões 30 pessoas x 0,6m² 36 2 Salas de Catequese
20 pessoas x 0,6m² 24
6 Banheiros segundo a NBR 9050 15
Total 834
50
Figura 42: Diagrama de Bolha.
Figura 43: Diagrama de Bolha no terreno do projeto
51
5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
A proposta arquitetônica desse projeto nasceu antes mesmo dos primeiros
desenhos, pois foi necessário entender a função dos elementos litúrgicos presente
no espaço sagrado. No caso do templo Católico vimos que o altar é o elemento
principal, nele, são realizada as celebrações litúrgicas, tornando-se o coração desse
tipo de edifício (Figura 44).
Figura 44: Altar local central do edifício igreja.
Fonte: próprio autor. Julho 2011.
O partido arquitetônico tomado compreende a função principal do templo, a
celebração e oração e seu papel de marco na paisagem do bairro, no qual esta
inserida. Num sítio de em uma região de aclive, seu terreno é um quadrilátero, onde
existe um muro em um dos seus lados (Figura 45), e com diferentes cotas.
Figura 45: Esquema do sítio em que localiza-se o projeto.
Fonte: próprio autor. Julho 2011.
52
É proposto que o espaço do templo seja um elemento destaque do projeto,
propondo que ele seja um volume mais alto que os prédios de seu entorno e
também localizado na cota mais alta do terreno. E os demais espaços que compõem
a paróquia, localizada em um volume mais baixo e paralelo com o muro que divide o
terreno, tal volume servindo de moldura ao volume principal.
Com isso foi criado um grande espaço nas cotas mais baixas, servido de
praça, na qual se poderá ter uma melhor perspectiva do conjunto arquitetônico
(Figura 47), e servindo como um espaço de encontro da comunidade, no qual é
carente de ambientes coletivos de convívio no bairro. No zoneamento foram
definidas as aéreas de intervenção (Figura 46).
Figura 46: Zoneamento do projeto.
Fonte: Próprio autor, julho 2011.
Figura 47: Perspectiva ilustrativa, mostrando o templo, a praça e o centro paroquial como moldura do conjunto.
Fonte: próprio autor, julho 2011.
O acesso ao templo se dará na fachada principal que só conta com uma
abertura, uma grande e alta porta, que serve de passagem dos fiéis para o espaço
53
sagrado e tendo como perspectiva o altar ao centro. A luz que entra pelas grandes
aberturas laterais (Figura 48 e 49). Nessa mesma fachada foi colocada a torre, que
como nos templos antigos, marcava o horizonte das cidades, nesse caso além de
armazenar o sino, para avisar a comunidade dos horários das celebrações, também
servirá como elemento marcante do bairro, que tem predominância de edifícios
horizontal.
Figura 48: Perspectiva interna do templo.
Fonte: próprio autor, julho 2011.
Figura 49: Fachada Principal e a torre.
Fonte: próprio autor, julho 2011.
54
5.1 FUNCIONALIDADE
Construído o partido arquitetônico, os espaços foram divididos em três
setores: o do templo, do centro paroquial e a praça (Figura50).
Figura 50: Esquema representando o Centro Paroquial e o Templo.
Fonte: próprio autor, julho 2011.
.
O templo, que se refere ao volume mais alto e acessado pela Rua Florêncio
Rodrigues, com um recuo maior que o pedido no Código de Edificações de
Garanhuns, para que nele possa ter o átrio, proporcionando esse espaço que serve
para o convívio e encontro dos fiéis antes de depois das celebrações. O espaço
destinado ao templo conta com a nave, capela do santíssimo, presbitério e
batistério, além da sala de som que se localiza no volume da torre que fica
conectado ao templo. Na lateral direita estão espaços como os banheiros, sala de
apoio, sala de confissões e sacristia ligada diretamente ao presbitério, ligado
diretamente ao centro paroquial (Figura 51).
55
Figura 51: Planta baixa do templo católico.
Fonte: LOPES apud Ângelo, julho 2011.
O centro paroquial localizado perpendicular ao templo contém a secretária,
sala de atendimento do pároco, sala de reuniões e salas de catequese. O salão
Paroquial tem sua entrada principal dado pela grande praça localizada pela fachada
sudeste do templo, além de um acesso de serviço pela lateral oposta. (Figura 52),
Figura 52: Perspectiva da fachada do centro paroquial.
Fonte: Próprio autor, julho 2011.
56
O terceiro setor proposto é a praça, que no partido arquitetônico corresponde
à relação de perspectiva e de convívio para a comunidade. Nele foi feito um
agenciamento com volumes elevados do chão servindo de canteiro no contorno da
praça com vegetação alta, árvores de médio porte para proporcionar sombreamento.
E no centro da praça volumes em diferentes alturas acompanhando as cotas do
terreno, e servindo para vegetação arbustiva e de pequeno porte, esse espaço tem
como caráter ser um local de permanência ou passagem, para toda comunidade do
bairro.
Figura 53: Conjunto Paroquial.
Fonte: Próprio autor, julho 2011.
Figura 54: Planta de cobertura vegetal.
Fonte: LOPES apus Ângelo, julho 2011.
57
5.2 PEÇAS LITÚRGICAS
Peças como altar, batistério, ambão e sédia fazem parte do programa de
necessidades do templo. Tais objetos são elementos simbólicos importantíssimos no
edifício igreja, por isso, tem que ser projetados visando sua função, uso e significado
simbólico.
Para o projeto desenvolvido, tais peças foram projetadas em comunicação
com o projeto arquitetônico.
O altar foi projetado como um prisma de granito fixo, sem detalhes ou
adornos, para que ele destaque a simplicidade formal, localizado no centro do
presbitério (Figura 55).
Figura 55: Altar do projeto.
Fonte: Próprio autor, junho 2011
O ambão, local da liturgia da palavra, parte do altar, por isso a utilização do
mesmo material, tem forma em “L” e localiza-se nos degraus de acesso ao
presbitério, na lateral do altar (Figura 56).
58
Figura 56: Ambão.
Fonte: Próprio autor, julho 2011
Outra peça é a cadeira do celebrante, ou sédia, também projetada com o
mesmo material do altar e ambão. Nele é proposto um projeto de simplicidade nas
formas e sem detalhes. Mas caracterizando sua importância como local do
celebrante.
Figura 57: Sédia.
Fonte: Próprio autor, julho 2011
A última peça projetada é a pia batismal, nesse caso foi projetado em
comunicação com altar, esse objeto é um prisma com uma abertura na face
superior, na qual é colocada água para celebração do batismo.
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Figura 58: Pia batismal.
Fonte: Próprio autor, julho 2011
5.3 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS MATERIAIS
Tal especificação tem como objetivo mostrar os materiais aplicados no
projeto, como também para servir com parâmetro futuro para o orçamento da obra.
EXTERIOR
1. PISO / CALÇADAS
-Piso revestido com piso intertravado retangular de concreto, nas dimensões
10x20x06cm, nas cores terracota e natural.
2. PAREDES / FACHADAS
-Brise metálico,tipo Aeroscreen perfurado, espessura de 0,03 cm, ref.:
.HANTERDOUGLAS ou equivalente.
- Brise metálico, perfil tipo as de avião, com painel fixo, espessura 0,06 cm, Ref.:
HANTERDOUGLAS ou equivalente.
- Elemento vazado de argamassa de cimento, regular, 0,20 x 0,20cm.
3. COBERTA
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- Telha autoportante plana, constituída de telhas metálicas, cor alumínio natural, ref.:
TELAPORT ou equivalente.
INTERIOR
1. PISO
• Templo:
-Granito branco Itauna, Chapas de 1,5 X 1,50 X 2cm
• Piso demais áreas:
-Porcelanato polido bege, Dolmen 60x60 POL -linha Progetto, nas dimensões
60x60cm. Ref.: 93707E, PORTOBELLO ou equivalente.
• Piso Banheiro
-Porcelanato polido cinza, Trani 45 x 45 POL -linha Progetto, nas dimensões
45x45cm. Ref.: 877996, PORTOBELLO ou equivalente.
2. PAREDES
-Vidro laminado transparente refletivo, composto de 2 lâminas de vidro de
espessuras desiguais, de 6 e 8mm aderidas entre si por um filme de polivinil butiral -
PVB fumê -SAFLEX. Ref.: BLINDEX ou equivalente.
-Vitrais coloridos, desenvolvido por artista a ser escolhido.
-Rodapé em Granito branco Itauna, Chapas de 0,10 X 1,50 X 2cm.
• Revestimento das Paredes de todos os ambientes:
- Tinta Látex branca, para pintura de superfícies de alvenaria, concreto ou blocos de
cimentos. Ref.: CORALAR ou equivalente.
• Revestimentos Banheiros:
-Porcelanato polido cinza, Trani 45 x 45 POL -linha Progetto, nas dimensões
45x45cm. Ref.: 877996, PORTOBELLO ou equivalente.
BANHEIROS
• Louças:
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-Bacia Convencional modelo P5, na cor branca, Ref.: P5, com assento, na cor
branca, Ref.: AP-50, DECA ou equivalente.
-Lavatório pequeno com coluna suspensa, na cor branca, linha conforto. Ref.:
modelo L510 (lavatório) e C510 (coluna suspensa), DECA ou equivalente.
-Bacia vogue plus conforto com abertura frontal, na cor branca, linha conforto. Ref.:
P51, DECA ou equivalente.
-Bacia convencional, na cor branca, linha Studio Kids. Ref.: PI16, DECA ou
equivalente.
• Metais:
-Acabamento para válvula de descarga anti vandalismo, linha Docol System. Ref.:
01505006, DOCOL ou equivalente.
-Acabamento para válvula de descarga Pressmatic Benefit anti vandalismo, linha
Docolmatic Benefit. Ref.: 00184906, DOCOL ou equivalente.
-Barras de apoio em aço inox escovado para deficiente físico 80 cm, linha docol
matic. Ref.: 00446416 DOCOL ou equivalente.
-Barras de apoio em aço inox escovado para deficiente físico 40 cm (para porta),
linha docol matic. Ref.: 00446616, DOCOL ou equivalente.
-Barras de apoio em aço inox escovado para deficiente físico em “L” 80cm (para
chuveiro), linha docol matic. Ref.: 00489316, DOCOL ou equivalente.
-Barras de apoio em aço inox escovado para deficiente físico em “U” para pia, bitola
1” ½ chumbada na alvenaria.
-Barras de apoio em aço inox escovado para deficiente físico em “L” para pia, bitola
1” ½ chumbada na alvenaria.
-Chuveiro Bello Banho com dispositivo DR, cor branca. Ref.: LORENZETTI ou
equivalente.
-Cabide, linha acessórios Malta. Ref.: DOCOL ou equivalente.
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-Dispensador para sabonete / detergente, linha Docolmatic – complementos. Ref.:
17200006. Com fixador anti vandalismo para torneira de mesa. Ref.: 00511700,
DOCOL ou equivalente.
-Ducha higiênica com mangueira flexível metálica, registro e derivação, linha
trio. REF.: 00502506, DOCOL ou equivalente.
-Sifão para lavatório, linha básicos. Ref.: 00322606, DOCOL ou equivalente.
-Sifão para tanque. Ref.: S-1 1/4 x1/2 x 30, FABRIMAR ou equivalente.
• Acessórios:
-Porta toalha de papel interfolhada em plástico de alta resistência, na cor branca,
linha Kimberly-Clark. Ref.: 30180225, LALEKLA ou equivalente.
-Porta Papel Higiênico em plástico de alta resistência, na cor branca, linha Kimberly-
Clark. Ref.: 30175768, LALEKLA ou equivalente.
-Saboneteira Aitana Branca, AC: 70.000, linha clássica. Ref.: JOFEL ou equivalente.
-Lixeira em aço inox com tampa basculante, diâmetro 25cm. Ref.: 9452012,
TRAMONTINA ou equivalente.
-Espelho em cristal 4mm de espessura. Ref.: BLINDEX ou equivalente.
ALTAR, AMBÃO, SÉDIA E PIA BATISMAL
- Granito branco Nepal, padronizados e sob medida para cada peça.
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CONCLUSÃO
A arquitetura e o Urbanismo existem parâmetros que vão além do desenho do
projetista, algumas propostas trazem uma carga de elementos simbólicos e teóricos
que vão além do projetado, eles trazem influências políticas, sociais e religiosas da
sociedade que a constrói.
Todos os prédios têm um significado, assim como os edifícios destinados ao
culto, os templos trazem elementos que comunicam e expressam as crenças da
população que usam e à freqüentam. O cristianismo é um bom exemplo desse
caráter simbólico da arquitetura, suas imagens, objetos, trazem uma carga de signos
que são expressos e celebrados na liturgia.
Na História da arquitetura o edifício religioso, traz exemplos de prédios que
foram marcantes, no entanto, nos dias atuais, muitos templos são apenas prédios
construídos e depois decorados, levando como influência artística do barroco e do
ecletismo, convém entender que não existe um estilo ou tipologia definida para esse
tipo de edificação. A própria Igreja Católica fala que ele deve representar e
expressar o pensamento do tempo e região que ele é construído.
Com isso, é possível entender que a cultura de cada local influencia seu estilo
arquitetônico, e no partido tomado pelo arquiteto. Quanto ao sítio em que localizará
o projeto, também pode-se compreender algumas características físicas e sociais da
cidade de Garanhuns e mais especificamente do bairro onde o projeto foi proposto.
Com o exercício da proposta de um Templo Católico foi possível desenvolver
a capacidade de liberdade projetual, mesmo sendo necessário seguir parâmetros
litúrgicos e simbólicos para que o projeto seja caracterizado como um templo
católico, uma vez que existem documentos que determinam os espaços litúrgicos.
Ainda assim, foi possível unir na arquitetura do edifício templo a simbologia religiosa,
a forma projetual, e trabalhá-la como uma obra de arte.
64
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, Alfredo Leite. História de Garanhuns – Garanhuns 1968
DE MELLO, Ricardo Bianco. A cultura da Crença: Uma reflexão sobre o espaço simbólico e o simbolismo na arquitetura religiosa. São Paulo, 2007. Dissertação de Mestrado USP - FAU
ECO, Humberto. A estrutura ausente: introdução à pesquisa semiologia. São Paulo: Ed. USP, 1971
Enciclopédia do Estudante: Religião e Culturas – tradutores Yone Lima, Rafael Rodriges, Pedro Lima – Ed. Moderna, 2008
FRADE, Gabriel. Arquitetura Sagrada no Brasil. São Paulo: Edições Loyola, 2007
HOLANDA, Frederico. ARQUITETURA SOCIOLÓGICA. REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS URBANOS E REGIONAIS, Salvador, n. 9, p. 115 a 130, maio de 2007. Instrução Geral sobre o Missal Romano – Comentário de J. Adazábal; tradução Antonio Francisco Lelo – São Paulo: Pauliunas, 2007. JANSON, H. W. História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MACHADO, Regina Céli de Alburqueque. O local de celebração: Arquitetura e Liturgia. São Paulo: Paulinas, 2001.
MENEZES, Ivo Porto de. Arquitetura Sagrada – São Paulo: Edições Loyola 2006.
PASTRO, Cláudio. O Deus da Beleza: a educação através da Beleza. São Paulo: Paulinas, 2008.
PIACENZA, Mauro. RIFLESSIONE DI S.E. MONS. MAURO PIACENZA - PONTIFICIA COMMISSIONE PER I BENI CULTURALI DELLA CHIESA, 2005. Disponível em: http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_ commissions/pcchc/ documents/rc_ com_pcchc_20051005_eucarestia-architettura_it.html
ROSSI, Aldo. A Arquitetura da Cidade/ Aldo Rossi, Tradução Eduardo Brandão. – 2º Ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2001.
SARTORELLI, César Augusto. O espaço sagrado e o Religioso na obra de Claudio Pastro: Um estudo da produção arquitetônica e plástica de Claudio Pastro e da arquitetura religiosa católica brasileira no século XX. São Paulo, 2005.
65
Dissertação de Mestrado em Ciência da Religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
SCOTTÁ, Luciane. Arquitetura Sagrada de Oscar Niemeyer em Brasília. Brasília, 2010. Dissertação de Mestrado UNB.
STRICKALAND, Carol. Arte Comentada: da pré-história ao pós-modernismo: tradução: Angela Lobo. São Paulo: Ediouro, 2004
TIRAPELI, Percival Organizador. Arte Sacra: barroco memória viva. São Paulo: Imprenssa Oficial do Estado de São Paulo: editora UNESP, 2005
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ANEXOS
1. Planta de situação, Locação e Coberta, Planta baixa do pavimento inferior;
2. Planta baixa do pavimento térreo;
3. Cortes;
4. Fachadas e Corte;
5. Fachada e Detalhes