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[Digite texto] Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Departamento de Engenharia de Materiais e Construção Diretrizes para a elaboração de projetos arquitetônicos: Sustentabilidade das edificações Autora: Andréa Juliana de Oliveira Sá Orientadora: Prof.ª Adriana Guerra Gumieri Belo Horizonte 2008

arquitetura sustentável

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Arquitetura sustentável

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Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia

Departamento de Engenharia de Materiais e Construção

Diretrizes para a elaboração de projetos arquitetônicos:

Sustentabilidade das edificações

Autora: Andréa Juliana de Oliveira Sá

Orientadora: Prof.ª Adriana Guerra Gumieri

Belo Horizonte

2008

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ANDRÉA JULIANA DE OLIVEIRA SÁ

Diretrizes para a elaboração de projetos arquitetônicos:

Sustentabilidade das edificações

Monografia apresentada no curso de Pós-Graduação

em Construção Civil da Escola de Engenharia da

Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito

parcial para obtenção do título de especialista em

Construção Civil.

Ênfase: Tecnologia e produtividade das construções

Orientadora: Prof.ª Adriana Guerra Gumieri

Belo Horizonte

2008

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“A arquitetura é a mais importante das artes-ofício. Enquanto

arte, seu objetivo primordial é transmitir o sentido da criação e do belo

por meio da estrutura erguida, à semelhança das esculturas, e

também atuar sobre os espaços, gerando a sensação de conforto e

harmonia... na condição de ofício, nada supera a Arquitetura na tarefa

indispensável de planejar e projetar o uso e aproveitamento dos

espaços, de forma a atender as necessidades de proteção, moradia,

tráfego, convivência e trabalho das pessoas”.

Márcio Augusto Araujo

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DEDICATÓRIA

A minha mãe, pela dedicação e incentivo;

Ao meu pai, pelo carinho;

Ao marido pelo apoio;

Aos meus filhos, por serem a razão de tudo.

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AGRADECIMENTOS

À orientadora professora Adriana Guerra Gumieri,

à coordenação, professores e funcionários

do curso de especialização em Construção Civil

do Departamento de Engenharia de Materiais e Construção.

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO 13

2 – OBJETIVO 14

3 – DESENVOLVIMENTO 15

3.1 - Breve histórico 15

3.2 – Principais sistemas de avaliações ambientais 16

3.2.1 - BREEAM 17

3.2.2 – BEPAC 19

3.2.3 – HQE 20

3.2.4 – GBC 23

3.2.5 – LEED 24

3.2.6 – CASBEE 26

3.3 – Procedimentos para certificação de uma obra 29

3.4 – O papel do arquiteto na sustentabilidade 30

3.5 – Diretrizes para uma construção sustentável 32

3.5.1– Concepção 32

3.5.2 – Planejamento / Projeto 34

3.5.2.1 – Conservação da energia 35

3.5.2.2 – Conforto térmico e acústico 37

3.5.2.3 – Conservação da água 43

3.5.2.4 – Seleção de materiais 49

3.5.3 – Construção / Implantação 54

3.5.4 – Uso / Ocupação 56

3.5.5 – Requalificação / Desconstrução / Demolição 56

4 – CONCLUSÃO 58

5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 59

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RESUMO

A análise das principais metodologias e sistemas para a avaliação ambiental de edificações

evidenciou que existe variações de um país para outro, devido às práticas construtivas e de

projeto, clima e regulamentações, mas todos partilham o objetivo de obter um nível superior

de desempenho ambiental no ramo da construção civil.

A concepção do projeto arquitetônico e do ambiente construído ganha destaque e

importância quanto à sustentabilidade das edificações. O arquiteto passa a ser um

coordenador do processo de planejamento do empreendimento, fazendo um inter-

relacionamento entre todos os projetos, etapas e especificações de uma obra.

O projeto sustentável parte de três conceitos básicos: Ambiental, econômico e social.

A construção civil com foco na sustentabilidade estuda todo o ciclo de vida da edificação,

tratando de todas as etapas ligadas ao produto final, desde a extração de suas matérias-

primas até sua disposição final. Este ciclo de vida pode ser dividido em cinco fases:

Concepção; Planejamento/Projeto; Construção/Implantação; Uso e Ocupação;

Requalificação/Desconstrução/Demolição, que foram abordadas neste trabalho enfatizando

as fases de concepção e planejamento, com o objetivo de estabelecer as diretrizes para a

elaboração de projetos arquitetônicos na busca de obras mais sustentáveis contribuindo

para a diminuição dos impactos ambientais.

Palavras chave: Desenvolvimento sustentável; avaliação ambiental de edificações; diretrizes

de projeto arquitetônico.

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ABSTRACT

The analysis of the main methods and systems for environmental assessment of buildings

showed that there is variation from one country to another, due to practical and constructive

project, climate and regulations, but all share the goal of obtaining a higher level of

environmental performance in class the building.

The project's architectural design and the built environment gained prominence and

importance as to the sustainability of buildings. The architect becomes a coordinator of the

planning process of the venture, making an inter-relationship between all projects,

milestones and specifications of a work.

The project development from three basic concepts: environmental, economic and social.

The building industry with a focus on sustainability study the entire lifecycle of the building,

dealing with all steps related to the final product, since the extraction of its raw materials until

their final disposal. This life cycle can be divided into five phases: Design, Planning / Design,

Construction / Deployment, Use and Occupation; requalification / Deconstruction /

Demolition, which were addressed in this paper emphasizing the stages of design and

planning, aiming to establish the guidelines for the development of architectural projects in

search of work more sustainable contribution to reducing environmental impacts.

Key words: Sustainable development; environmental assessment of edifications; guidelines

for architectural project.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1: Papel do arquiteto 31

Figura 3.2: Diagrama de conforto humano 38

Figura 3.3: Esquema de instalação de sistema de aquecimento de água por energia solar 42

Figura 3.4: Programa de conservação de água em edificações novas 43

Figura 3.5: Esquema ilustrativo de um sistema de reuso de água 46

Figura 3.6: Esquema ilustrativo de um sistema de aproveitamento de água de chuva 49

10

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 3.1: Distribuição dos créditos ambientais dos principais sistemas de certificação 28

Gráfico 3.2: BEN – Balanço Energético Nacional, 2008 36

Gráfico 3.3: Gráfico de temperatura máxima 38

Gráfico 3.4: Gráfico de umidade relativa do ar 39

Gráfico 3.5: Carta bioclimática original e suas estratégias de condicionamento térmico 39

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1: Classificação dos parâmetros de qualidade da água segundo os reusos previstos 45

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACV Análise do Ciclo de Vida

AQUA Alta Qualidade Ambiental

BEN Balanço Energético Nacional

BEPAC Building Environmental Performance Assessment Criteria

BREEAM Building Research Establishmnet Environmental Assessment Method

CMMAD Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CREA-MG Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agrônomia de Minas Gerais

ECO92 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

EIA Estudo de Impactos Ambientais

ELETROBRÁS Centrais Elétricas Brasileiras S. A.

FIEMG Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

GBC Green Building Challenge (GBTool)

HQE Haute Qualité Environnementale

IDHEA Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica

INMET Instituto Nacional de Meteorologia

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas

ISO International Organization for Standardization

LEED Leadership in Energy and Environmental Design

OIE Oferta Interna de Energia

ONU Organização das Nações Unidas

PBQP-H Programa de Conservação de Água

PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

RIMA Relatório de Impacto Ambiental

SEMAD Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

SiMaC Sistema de Qualificação de Materiais Componentes e Sistemas Construtivos

13

1 INTRODUÇÃO

A construção civil é uma das fontes de maior impacto ambiental. O ciclo – construção,

operação / uso e demolição – promove a degradação do meio ambiente, pois consome os

recursos naturais - 14 a 50% dos recursos naturais extraídos são destinados a indústria da

construção civil (SOUZA e DEANA, 2007) e geram resíduos - 50% dos resíduos sólidos

urbanos são provenientes de construções e demolições, sendo o terceiro maior responsável

pela emissão de gases do efeito estufa à atmosfera. (CARDOSO e ARAÚJO, 2007)

A arquitetura tem como princípio planejar e projetar o uso e o aproveitamento dos espaços,

de forma a atender as necessidades de proteção, convivência e trabalho das pessoas. O

projeto arquitetônico é de fundamental importância para o desempenho ambiental de uma

edificação, sabendo-se que nesta etapa, que é o ponto de partida de um empreendimento,

são definidos a maior parte dos custos de uma obra e espera-se que neste momento surjam

soluções minimizadoras de impactos ambientais.

Elaborar um projeto de arquitetura que considere o uso eficiente de energia, da água, de

materiais certificados e renováveis, o aproveitamento das condições naturais locais, a

qualidade ambiental interna e externa da edificação, são parte de um processo que deve ser

monitorado, visando uma melhoria contínua, pois materiais, tecnologias e usos sofrem

renovações constantes, com uma infinidade de variáveis, de modo que existem diferentes

soluções para cada obra. Portanto, é impossível montar uma “receita” básica de um projeto

arquitetônico sustentável, e também sabemos que não há como construir sem causar

impacto, mais é possível traçar diretrizes que possam nortear arquitetos, engenheiros e

construtores a minimizar os danos e contribuir para um futuro melhor.

A construção civil sustentável é hoje definida como “um sistema construtivo que promove

alterações conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades de habitação do

homem moderno, preservando o meio ambiente e os recursos naturais, garantindo

qualidade de vida para as gerações atuais e futuras” (IDHEA - Instituto para o

Desenvolvimento da Habitação Ecológica).

14

2 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é realizar uma análise sintética dos principais critérios de

avaliações utilizados para certificar edificações, com a finalidade de evidenciar quais as

principais características adotadas em outros países e quais poderão ser adotadas para

alcançar a sustentabilidade nas edificações no Brasil.

E como resultado apresentar diretrizes para a elaboração de projetos arquitetônicos que

visem à sustentabilidade das edificações em todo o processo da construção civil – etapas de

planejamento, implantação, uso, manutenção e demolição e medidas a serem adotadas

para a melhoria do desempenho da edificação de forma a agredir ao mínimo o meio

ambiente antes, durante e após a construção.

15

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 - Breve histórico

Na Roma Antiga já havia uma preocupação do papel do sol e do vento como norteadores

para implantação e traçado de cidades e edifícios. Com a Revolução Industrial – séc.XIX -

houve uma quebra nos ciclos naturais e disseminou o uso do carvão mineral, do ferro, do

aço, do gás e do petróleo. Já no século XX houve uma multiplicação da iluminação elétrica,

dos sistemas artificiais de climatização, multiplicando-se os custos energéticos das

edificações. Na década de 70, com a crise do petróleo, houve um retorno pela busca de

sistemas passivos com o aproveitamento do clima e da natureza. Surge a arquitetura solar

com o objetivo de economia de energia.

A Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em 1972

em Estolcomo, foi um marco para o desenvolvimento sustentável. Em 1980 a ONU

(Organização das Nações Unidas), através da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD), iniciou estudos sobre as questões ambientais e em 1987, foi

publicado o documento NOSSO FUTURO COMUM ou RELATÓRIO DE BRUNDTLAND,

que divulgou a sustentabilidade como sendo “suprir as necessidades da geração presente

sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas próprias necessidades”.

Neste relatório estavam relacionadas medidas a serem tomadas a fim de promover um

desenvolvimento sustentável, tais como, limitação do crescimento populacional; garantia de

recursos básicos (água, alimento, energia); preservação da biodiversidade e dos

ecossistemas; diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com

uso de fontes de energia renováveis; controle da urbanização desordenada e atendimento

das necessidades básicas (saúde, moradia, educação); e a nível internacional salientavam

se a adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pela ONU e proteção dos

ecossistemas supranacionais (Antártica, Amazonas, oceanos, etc.,).

16

Estes conceitos foram incorporados como princípios durante a Conferência das Nações

Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento na ECO92, no Rio de Janeiro, onde foi

discutida a busca pela proteção e conservação ambiental em equilíbrio com o

desenvolvimento econômico e foi base para a obtenção da Agenda 21, onde 179 países se

comprometeram com metas para assegurar o desenvolvimento sustentável mundial a partir

do século 21, através de uma ação global, desdobrada em planos locais e setoriais.

Devemos ressaltar para o setor da construção civil a “Agenda do Habitat II”, a “CIB Agenda

21 on Sustainable Construction” e a CIB/UNEP “Agenda 21 for Sustaninable Construction in

Developinp Contries”, onde a indústria da construção civil e o ambiente construído são

fundamentais para o desenvolvimento sustentável da sociedade. (VILHENA, 2007)

A partir da década de 90, com os conceitos de projetos ecológicos (Green Design) e

construções verdes (Green Building), surge à arquitetura Eco-Eficiente, com o uso de fontes

alternativas de energia e conforto ambiental, e logo após, a arquitetura sustentável, iniciando

assim as primeiras metodologias de avaliações ambientais de edificações. A aplicação de

sistemas de avaliação tornou-se uma prática em diversos países com o objetivo de

quantificar e qualificar o ciclo produtivo da construção civil. No Brasil ainda não existem

instituições certificadoras.

3.2 – Principais sistemas de avaliações ambientais

As principais metodologias e sistemas para a avaliação ambiental de edificações são:

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3.2.1 - BREEAM – Building Research Establishmnet Environmental Assessment Method (Método de Avaliação Ambiental de Edifícios - Investigação e Fundamentação)

Ano 1990

País (Região) Reino Unido

Atualização / Edição atual A cada 3 – 5 anos / Terceira versão – BREEAM 98

Tipologias de Edifícios Comerciais

Casas

Unidades industriais

Supermercados

Outros

Etapas do

Empreendimento

Projeto de novos edifícios

Execução de novos edifícios

Edifícios existentes em uso e desocupados

Objetivos • Sensibilização de projetistas para a questão

sustentável;

• Especificação de desempenho;

• Mensuração de desempenho;

• Melhorar a qualidade ambiental interior e saúde dos

ocupantes;

• Alertar a existência de edifícios com grande impacto

ambiental;

Estrutura/ Características • Programa de avaliação voluntária;

• Avaliação orientada para o mercado, realizada por

auditores independentes treinados;

• Classificação em índice de desempenho vinculado à

certificação (Quatro níveis: Aprovado, Bom, Muito

bom e Excelente);

• Baseado em categorias:

a) Gestão: Aspectos globais de política e

procedimentos ambientais;

b) Saúde/Conforto: Ambiente interno e externo ao

edifício;

c) Uso de energia: Energia operacional e emissão de

CO2 (Dióxido de carbono);

18

d) Transporte: Localização do edifício e emissão de

CO2 relacionada ao transporte;

e) Uso de água: Consumo e vazamentos;

f) Uso de materiais: Implicações ambientais da

seleção de materiais;

g) Uso do solo: Direcionamento de crescimento

urbano;

h) Ecologia local: Valor ecológico do sitio;

i) Poluição: da água e do ar, excluindo CO2 (já

tratado).

• A pontuação é feita segundo escala de gradação

permitindo comparação relativa com benchmarks

(processo de comparação do desempenho entre dois

ou mais sistemas) certificados pelo sistema;

• O índice de desempenho obtido relaciona à

certificação em uma das classes previstas;

• Edifícios existentes avaliados segundo práticas de

gestão e operação.

• Utilização de fatores de ponderação para as

categorias créditos ambientais para alcançar um

índice de desempenho ambiental (EPI).

Uso racional da água • Elaboração de manuais de uso dos equipamentos.

• Prever sistema de armazenamento de água pluvial.

• Sistema de medição individualizado com medidor em

local acessível ou com sistema de leitura remota.

• Sistemas de detecção de vazamento pelo menos nos

principais pontos de consumo.

• Uso de equipamentos economizadores.

Particularidades Foi o pioneiro e serve de base para diversos sistemas como

o LEED e o CASBEE. Maior aceitação internacional.

19

3.2.2 - BEPAC – Building Environmental Performance Assessment Criteria (Construção de Critérios de Avaliação do Desempenho Ambiental)

Ano 1993

País (Região) Canadá

Tipologias de Edifícios Comerciais

Etapas do

Empreendimento

Projeto de novos edifícios

Execução de novos edifícios

Edifícios existentes

Objetivos • Avaliar impactos ambientais em função do uso de

energia;

• Avaliar a conservação de recursos e proteção da

camada de ozônio;

• Avaliar a qualidade do ar interior;

• Avaliar as relações do edifício com o sítio e o entorno;

• Avaliar impactos relativos ao transporte.

Estrutura/ Características • Programa de avaliação voluntária;

• Avaliação orientada para pesquisa, realizada por

auditores treinados pelo BEPAC ou que demonstrem

conhecimento em todos os campos avaliados;

• Pode ter avaliação interna;

• Classificação de desempenho vinculada a um

certificado que relaciona créditos obtidos em relação

a um valor máximo;

• Desempenho definido pelo conjunto de desempenho

potencial e práticas de gestão de operação;

• Definição de um edifício-base, segundo o qual, o

objeto de estudo será comparado;

• Categorias de impacto incluindo critérios globais,

locais e do ambiente interior;

• Conjunto de critérios de avaliação, divididos em

essenciais, importantes ou suplementares e recebem

pontuação de 1 a 10;

• Pontuação com ponderação dentro de cada

categoria;

20

• O certificado é concedido em função do número de

créditos obtidos por categoria, em comparação com o

valor máximo possível.

Particularidades Orientado à pesquisa metodológica. Desenvolvido a partir do

BREEAM e foi o início para o projeto Green Building

Challenge.

3.2.3 - HQE – Haute Qualité Environnementale (Alta Qualidade Ambiental)

Ano 1993

País (Região) França

Atualização / Edição atual

Tipologias de Edifícios Comerciais

Escolares

Casas

Administrativos

(todo tipo de edifícios)

Etapas do

Empreendimento

Programação

Planejamento

Projeto de novos edifícios

Execução de novos edifícios

Projetos de Reabilitação

Objetivos • Apoiar a decisão de projetos para a escolha integrada

de técnicas ambientalmente amigáveis;

• Definir parâmetros de desempenho ambiental

(concursos de projetos);

• Relacionar o projeto físico ao meio ambiente;

• Integrar a questão energética e ambiental desde o

início do projeto, gerenciando o consumo energético

do projeto e dos custos ambientais;

• Preservar os recursos naturais mediante a otimização

de seu uso;

21

• Garantir a qualidade do ar interior, para garantir um

ambiente saudável para os usuários;

• Controlar o impacto sobre o entorno exterior do

edifício.

Estrutura/ Características • Programa de avaliação voluntária, podendo ser

obrigatória em caso de concursos;

• Integra aspectos: ambiental, social e econômico;

• Recomendações para projeto e / ou certificação HQE;

• Associação de aspectos arquitetônicos a 14 objetivos

(alvos) ambientais para as edificações agrupadas em

quatro temas e duas famílias:

1) Controle dos impactos sobre o ambiente exterior:

Eco-construção:

- Integração do edifício à vizinhança;

-Escolha integrada dos produtos, sistemas e -

processos de construção;

- Canteiro de obras com baixo impacto ambiental.

Eco-gestão:

- Gestão de energia;

- Gestão da água;

- Gestão dos rejeitos;

- Gestão da limpeza e manutenção.

2) Criação de um ambiente interior satisfatório:

Conforto:

- Conforto hidrotérmico;

- Conforto acústico;

- Conforto visual;

- Conforto olfativo.

Saúde:

- Qualidade sanitária dos ambientes;

- Qualidade sanitária do ar;

- Qualidade sanitária da água.

• Considera critérios e indicadores;

• Trabalha no cruzamento dos aspectos arquitetônicos

com os alvos ambientais, gerando recomendações.

• Trabalha com a gestão (ambiental) de operação.

22

• Auditorias realizadas nas fases de planejamento,

concepção e realização.

Uso racional da água • Projetar buscando simplicidade na execução e

possibilitando fácil acesso para manutenção visando

manter o desempenho do sistema.

• Selecionar produtos de fácil manutenção.

• Escolha de produtos certificados.

• Incentiva o uso de sistemas de infiltração de água.

• Prever sistema de armazenamento de água pluvial.

• Tratar águas superficiais de escoamento antes do

descarte.

• Utilização de água não potável para atividades com

usos menos nobres.

• Uso de equipamentos economizadores e redutores de

pressão.

Particularidades Os pontos destacados no HQE são:

• Planejamento: Fase na qual o empreendimento está

sendo concebido, onde são realizados os estudos de

viabilidade física, econômica e financeira, são

desenvolvidos os projetos (arquitetônicos e

complementares) e especificações, devendo ser

elaborado um programa de desenvolvimento das

atividades construtivas.

• Implantação: Fase da construção (produção) do

edifício.

• Uso: Fase de ocupação do edifício pelos usuários.

• Manutenção: Fase de reposição e manutenção de

equipamentos e sistemas, correção de falhas na

execução e de patologias, modernização e

adequação de usos.

• Demolição: Fase onde o edifício é inutilizado e ocorre

o desmonte.

O HQE é uma referência (não universal) mais

amplamente divulgada.

23

3.2.4 - GBC – Green Building Challenge (GBTool) (Desafio da Construção Verde)

Ano 1996

País (Região) Consórcio Internacional – Iniciado pelo Canadá

Tipologias de Edifícios Comerciais

Escolares

Residenciais

Etapas do

Empreendimento

Projeto de novos edifícios

Execução de novos edifícios

Objetivos • Pressionar para cima o desempenho dos edifícios;

• Criar benchmarks de desempenho;

• Promover uma troca de informações, idéias e

tecnologias entre os diversos países envolvidos;

• Estimular o desenvolvimento de avaliações com

características locais – diferentes prioridades,

tecnologias, tradições construtivas e valores culturais

de diferentes países ou regiões em um mesmo país.

Estrutura/ Características • Programa de avaliação voluntária;

• Avaliação orientada para pesquisa;

• Não dirigido à certificação, mas a perfil de

desempenho, incluindo pontuação e indicadores de

desempenho comparados com benchmarks;

• Caracteriza-se por ciclos sucessivos de pesquisa e

difusão de resultados;

• Comparação de valores de referência, segundo uma

lista de indicadores de sustentabilidade ambiental;

• Avaliação através de acesso a informações técnicas,

econômicas e de manutenção do edifício e avaliação

de como o edifício está se comportando, frente a uma

série de critérios;

• Comparação de maneira absoluta o desempenho de

um edifício com benchmarks com características e

condições ambientais semelhantes;

• Pontuação segundo escala de gradação de -2 a +5,

em comparação com benchmarks (considerado na

24

escala 0);

• Ponderação entre categorias, sendo elas:

- Uso de recursos: Energia, água, solo e materiais.

- Cargas ambientais: Emissões, efluentes e resíduos

sólidos.

- Qualidade do ambiente interno: Qualidade do ar,

ventilação, conforto e poluição eletromagnética.

- Qualidade dos serviços: Flexível, adaptável,

controlável pelo usuário, espaços externos e impactos

nas propriedades adjacentes.

- Aspectos econômicos.

- Gestão pré-ocupação: Planejamento do processo de

construção, verificação pré-entrega e planejamento

da operação.

Particularidades Orientado à pesquisa metodológica com critérios científicos,

divulgados em conferências internacionais; tem com principal

diferencial avaliar as diferentes prioridades tecnológicas,

tradições construtivas e valores culturais de diferentes países

ou regiões em um mesmo país.

3.2.5 - LEED – Leadership in Energy and Environmental Design (Liderança em Energia e Design Ambiental)

Ano 1999

País (Região) Estados Unidos

Atualização / Edição atual A cada 3 – 5 anos /

Tipologias de Edifícios LEED NC – Novas construções e projetos de renovação;

LEED EB – Edifícios existentes;

LEED CI – Projetos de interiores em edifícios comerciais;

LEED CS – Projetos de envoltória e parte central do edifício;

LEED Schools – Escolas;

LEED ND – Desenvolvimento de bairro (localidades) – Piloto;

LEED Home – Não utilizado no Brasil;

LEED Retail – Lojas e Hospitais – Em desenvolvimento.

Objetivos • Ser uma ferramenta simples que apóie prática de

25

projeto e construção ambientalmente responsáveis;

• Incentivar outros segmentos da indústria da

construção a desenvolver produtos e serviços de

maior qualidade ambiental;

• Dimensões avaliadas: Localização / Sustentabilidade

do sítio, Eficiência no uso de água, Energia e

Atmosfera, Qualidade ambiental Interna, Materiais e

Recursos, Inovação e Processo.

Estrutura/ Características • Programa de avaliação voluntária;

• Avaliação orientada para o mercado;

• Baseia-se em certificação (Quatro níveis: LEED

Certified/Certificado; Silver/Prata; Gold/Ouro;

Platinum/Platina) valida por cinco anos;

• Trabalha com pré-requisitos mínimos a serem

atendidos pelo projeto para ser pontuado;

• Pontuação varia de acordo com a categoria a ser

atendida;

• Classifica o desempenho ambiental dos edifícios de

forma global, através de pontuações, considerando os

preceitos do “Green Building”;

• É considerado o de mais fácil incorporação à prática

profissional;

• Tem como referência princípios ambiental e de uso

de energia consolidados em normas e

recomendações de instituições de credibilidade

reconhecida, tais como, ASHRAE (American Society

of Heating, Refrigerating and Air-conditionning

Engineers); a ASTM (American Society for Testing

and Materials); a EPA (U. S. Environmental Protection

Agency) e o DOE (U.S. Department of Energy).

Uso racional da água • Paisagismo: Desenvolvimento de projetos e execução

de jardins que minimizem a demanda por água. Item

obrigatório: Instalação de válvula automática e

medidor para sistema de irrigação.

• Promover medidas que minimizem a erosão e

escoamento superficial – 65% da área não edificada

26

devem ser tratadas com material permeável.

• Medidas opcionais:

- Projetar e instalar sistema de aproveitamento da

água pluvial e para águas servidas da máquina de

lavar roupas para irrigação.

- Instalar tecnologias economizadoras nos

equipamentos e em aparelhos sanitários.

3.2.6 - CASBEE – Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency (Sistema Global de Avaliação para a Construção de Eficiência Ambiental)

Ano 2002

País (Região) Japão

Tipologias de Edifícios Comerciais

Escolares

Multi-residenciais

Etapas do

Empreendimento

Projeto de novos edifícios

Execução de novos edifícios

Pós-projeto

Edifícios existentes

Objetivos • Definir limites do sistema analisado (edifícios);

• Realizar o levantamento e balanço entre impactos

positivos e negativos ao longo do ciclo de vida do

edifício.

Estrutura/ Características • Programa de avaliação voluntária;

• Avaliação orientada para o mercado;

• Baseia-se em certificação (5 níveis);

• Introduzir o conceito de Eficiência Ambiental do

Edifício;

• Trabalha com as quatro ferramentas: de avaliação

pré-projeto e de projeto para ambiente – para projetos

novos e de certificação ambiental e de avaliação pós-

projeto para edifícios existentes;

• Trabalha com categorias de:

27

- Qualidade Ambiental (qualidade e desempenho

ambiental do edifício):

Q1: Ambiente interno: Ruído e acústica, Conforto

Térmico, Iluminação e Qualidade do ar.

Q2: Qualidade dos serviços: Durabilidade,

flexibilidade e adaptabilidade.

Q3: Ambiente externo (ao edifício) no lote:

Manutenção e criação de ecossistemas, Paisagem,

características locais e culturais.

- Cargas Ambientais (impactos negativos que se

estendem para fora do espaço hipotético):

L1: Energia: Carga térmica do edifício, uso de energia

natural, eficiência dos sistemas prediais e operação

eficiente.

L2: Recursos e materiais: água e eco-materiais.

L3: Ambiente fora do terreno: Poluição do ar, Ruídos

e Odores, Acesso à ventilação e iluminação, efeitos

de ilhas de calor e carga de infraestrutura local.

• Trabalha com pontuação ponderada dentro das

categorias;

• Classifica o desempenho ambiental em cinco níveis,

desde positivos ate negativos.

Uso racional da água • Facilitar a substituição de tubulações.

• Promover eficiência do sistema de água quente.

• Incentiva o uso de sistemas de infiltração de água.

• Prever sistema de armazenamento de água pluvial.

• Prever sistema de tratamento do esgoto gerado.

• Sistema de medição individualizado com medidor em

local acessível ou com sistema de leitura remota.

• Uso de equipamentos economizadores.

• Apresentar sistema de reuso de água cinza.

28

Gráfico 3.1: Distribuição dos créditos ambientais dos principais sistemas de certificação.

Fonte: SILVA, 2007

A análise do desenvolvimento das metodologias de avaliação ressalta que as origens e

intenções de cada sistema variam e que nem todos os métodos cobrem todos os pontos

potenciais de aplicação (Gráfico 3.1). As metodologias são diferentes, variando de um país

para outro, devido às práticas construtivas e de projeto, clima e regulamentações, entre

outros. Todos partilham o objetivo de encorajar o mercado para um nível superior de

desempenho ambiental. Conclui que não basta escolher um método estrangeiro e aplicá-lo

no contexto brasileiro. É possível aprender com as experiências adotadas por outros países

em avaliação ambiental e introduzir no Brasil a avaliação da sustentabilidade dos edifícios,

considerando também os aspectos sociais e econômicos na produção, operação e

modificação do ambiente construído. (SILVA, 2007)

No Brasil existem iniciativas de adequação de certificações. O Green Building Council Brasil

esta adaptando o LEED, e a associação HQE iniciou o processo AQUA (Alta Qualidade

Ambiental) que será uma adaptação do sistema HQE para o Brasil.

O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) está desenvolvendo um atestado de referência

ambiental, que deverá considerar acréscimos ou adoções de áreas verdes e impactos sobre

29

o trânsito. A ELETROBRÁS (Centrais Elétricas Brasileiras S. A.) lançou o PROCEL EDIFICA

(Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica em Edificações) para difundir o

conceito de eficiência energética em edificações com o objetivo de incentivar ações que

reduzam o desperdício de energia elétrica.

3.3 – Procedimentos para certificação de uma obra

O processo de certificação do LEED – Leadership in Energy and Environmental Design (Liderança em Energia e Design Ambiental) é da seguinte forma:

- Registro do projeto através de dois documentos, memorial descritivo do empreendimento

(descrição) e diretrizes para contratação de projetos hidráulicos e tratamento de esgoto;

- Coleta de informações com a equipe de projetistas;

- Cálculos e preparação de memoriais detalhados e plantas;

- Envio da primeira fase - PROJETOS;

- Coleta e preparação de documentos da segunda fase;

- Envio da segunda fase - CONSTRUÇÃO FINAL;

- Treinamento para uso e ocupação do imóvel;

- Pré-operação e pós-entrega;

- Análise para certificação – Auditorias – aproximadamente 06 (seis) meses.

No Brasil existem 03 (três) obras certificadas, que são: Banco Real – Agência Granja Viana

em São Paulo, certificada em junho de 2007; Delboni Auriemo Luiz Dumont Villares em São

Paulo, certificada em junho de 2008; Nova Sede do SERASA em São Paulo, certificada em

agosto de 2008 e 72 (setenta e duas) obras em certificação, todas pelo sistema LEED.

(GBC, 2008)

30

3.4 – O papel do Arquiteto na Sustentabilidade

Pesquisa realizada pela AUTODESK (Carbono Brasil, 2008)(1) e pelo Instituto Americano de

Arquitetos mostrou que menos da metade dos arquitetos adotavam práticas sustentáveis em

seus projetos, nos últimos 5 (cinco) anos, mas estima-se que 90% dos arquitetos passem a

incorporar elementos sustentáveis, o que demonstra um crescimento do interesse destes

profissionais por este setor. Este aumento vem em primeiro momento devido a uma

demanda da própria clientela, que vem em busca de custos operacionais mais baixos que

podem ser alcançados através de construções “verdes”. Mais de 50% dos entrevistados

acreditam que os arquitetos são responsáveis pelo desenvolvimento e implementação de

soluções para a sustentabilidade. (Carbono Brasil, 2008)

Desde a década de 70, o arquiteto norte americano Michael Reynolds (IDHEA, 2008) vem

trabalhando em edificações de casas ecológicas elaboradas a partir de rejeitos (lixos),

conhecidas como “Earthships” (barco terrestre, navio de terra, eco casa), elaboradas

completamente de materiais recicláveis, baseado em quatro elementos:

1- Orientação da casa para o sul (Observação: No hemisfério sul – Brasil – a orientação

deve ser para o norte), pois permite melhor captação de luz e do calor solar.

2- Latas usadas, colocadas em posição horizontal (posição de tijolo), recheadas com

terra compactada, formando uma parede estável, com benefícios térmicos que

permitem manter dentro da habitação temperatura média entre 15 e 20 °C.

3- Utilização de energia solar eólica para o consumo doméstico.

4- Instalação de sistemas de captação e armazenagem de água e tratamento de águas

residuais. (IDHEA - Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica, 2008)

Estes conceitos estão sendo abordados em todos os sistemas de avaliações (cada um de

sua maneira), sabemos então que esta preocupação de arquitetos com o meio ambiente já

ocorre a mais de 30 anos.

(1) – CARBONO BRASIL – Pesquisa com arquitetos aponta que demanda por “construções verdes” vem dos clientes – 20/12/2007

Fonte: Edelman do Brasil – Disponível em: <HTTP://www.carbono.isnet.com.br> Acesso em: 18 de dezembro de 2008.

31

Uma parte considerável da arquitetura sustentável esta baseada nas disciplinas de conforto

ambiental, que são ministradas nos cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, que

ensinam a considerar aspectos como insolação, ventos dominantes, características do

entorno, posicionamento do edifício no terreno para especificação de espessuras de

paredes e/ou materiais que serão empregados.

Na elaboração de projetos sustentáveis o arquiteto não é apenas o elaborador do projeto

arquitetônico, ele passa a ser um coordenador do processo de planejamento do

empreendimento, fazendo um inter-relacionamento entre todos os projetos e especificações.

(Figura 3.1)

Figura 3.1: Papel do Arquiteto.

Fonte: LAMBERTS, 1997.

Projetar passa a ser um processo integrado com todas as áreas envolvidas na realização de

um empreendimento da construção civil. A coordenação do projeto de arquitetura

compatibilizando com os demais projetos de instalações hidráulicas, elétricas e sistemas de

condicionamento de ar e aquecimento de água é muito importante, pois garante a eficiência

de cada um deles e que será detectado nas etapas de implantação, uso e manutenção. A

concepção do projeto arquitetônico e do ambiente construído ganha destaque e importância

quanto à sustentabilidade das edificações.

32

3.5 – Diretrizes para uma construção sustentável

Devemos partir de três conceitos básicos para definir um projeto sustentável: Ambiental,

Econômico e Social. O item “materiais” é um fator que interfere no custo do produto final

(econômico), as construções demandam um volume grande de recursos naturais

(ambiental) e a produção de materiais e as obras geram um volume significativo de

empregos (social).

A construção deve partir do conceito de ciclo de vida da edificação, ou seja, tratar de todas

as etapas ligadas ao produto final, desde a extração de suas matérias-primas até sua

disposição final. Este ciclo de vida, conforme o Guia de Sustentabilidade na Construção, da

Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG (Câmara da Indústria da

Construção, 2008), é dividido em 05 (cinco) fases: Concepção; Planejamento e Projeto;

Construção e Implantação; Uso e Ocupação; Requalificação, Desconstrução e Demolição.

Todas as etapas serão abordadas neste trabalho enfatizando as fases de concepção e

planejamento, que são as principais para estabelecer as diretrizes para a elaboração de

projetos arquitetônicos na busca de obras mais sustentáveis contribuindo para a diminuição

dos impactos ambientais gerados pela construção civil.

3.5.1- Concepção

A fase de concepção é de extrema importância, pois nesta etapa é possível minimizar

custos e aumentar o desempenho sócio-ambiental do empreendimento.

Deve ser considerado:

• Estudos de viabilidade econômica;

• Aproveitamento máximo das condições locais;

• Verificação das necessidades dos usuários das edificações / empreendimentos;

• Definir utilização final: residência, comércio, etc.;

33

• Viabilidade ambiental: antes da aquisição da área / terrenos devem ser realizados

estudos de:

- Verificação de áreas contaminadas, histórico das atividades realizadas no local e

nas mediações;

- Verificação do entorno: verificar possibilidade de contratação de mão de obra local.

Divulgar o que será construído no local, horários de funcionamento do canteiro de

obras, benefícios e transtornos previstos;

- Analisar estágio de desenvolvimento urbano da região, da proximidade de infra-

estrutura, acessibilidade (transporte público), acessos existentes, redes de

abastecimento e serviços urbanos disponíveis.

Avaliação das características físicas do terreno:

- Topografia, natureza do solo, hidrologia, presença de lençóis subterrâneos.

- Preferência por terrenos que não sejam vulneráveis a inundações e distantes de

cursos de água para evitar contaminação.

Avaliação e aproveitamento dos aspectos naturais:

- Levantamento dos aspectos naturais que possam atuar diretamente sobre a obra,

para obter uma melhor iluminação, melhor conforto acústico e térmico e climatização

naturais:

* Clima;

* Carta solar;

* Vegetação;

* Orientação do terreno;

* Ventos dominantes;

* Índices pluviométricos.

34

Avaliação das leis específicas:

* Plano diretor;

* Lei de uso e ocupação do solo;

* Código de obras;

* Código de posturas.

E conforme o porte do empreendimento (tamanho, complexidade e localização) devem ser

verificadas as exigências da Secretaria Municipal de Transporte (impacto no trânsito, vagas,

acessibilidade ao empreendimento) e obter na Secretaria do Estado do Meio Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) as informações sobre a necessidade de Avaliações

de Impactos Ambientais (AIA).

3.5.2 - Planejamento / Projeto

A fase de elaboração dos projetos deve ser vista como um produto de uma ação preventiva,

pois a maior parte das decisões serão definidas nesta etapa tendo efeitos a médio e longo

prazo. Nesta fase deve ser selecionado o sistema construtivo, assim como materiais,

acabamentos e equipamentos que serão utilizados no empreendimento.

Todos os projetos desenvolvidos: arquitetônico; instalações prediais (elétrico e hidráulico);

vedação; etc., contribuem para a sustentabilidade no empreendimento. Este deverá ter

condições de acessibilidade, ou seja, permitir “o acesso e a utilização de ambientes e

equipamentos com igualdade, autonomia e segurança” (Guia de Acessibilidade Urbana –

CREA-MG). Portanto os projetos devem estar conforme as normas técnicas da ABNT e a

legislação em vigor.

35

O aproveitamento das condições locais, a utilização técnicas que permitam uma construção

mais econômica, menos poluente e que impacte de formas menos agressiva o meio

ambiente; evitar ao máximo a impermeabilidade do solo; evitar danos a fauna e flora, eco-

sistema local e ao meio ambiente; planejar a obra procurando minimizar a geração de lixos e

resíduos; projetar locais para utilização de coleta seletiva do lixo e evitar grandes

movimentos de terra são aspectos que devem ser analisados para a elaboração do

empreendimento.

Na elaboração de projetos arquitetônicos devem ser avaliados o conforto térmico e acústico

da edificação, assim como os parâmetros para a conservação da energia e da água, a

seleção dos materiais e a qualidade do empreendimento.

3.5.2.1 - Conservação da energia

A demanda crescente de energia no Brasil se deve ao aumento da população e a inversão

da vida rural pela vida urbana. O Brasil apresenta auto-eficiência devido à indústria de

energia que produz 91,5% do consumo nacional, conforme dados do BEN – Balanço

Energético Nacional de 2008, sendo os 8,5% restantes importados (Gráfico 3.2). O Brasil

apresenta matriz energética baseada em recursos renováveis que gera 45,1% da Oferta

Interna de Energia (OIE).

36

Gráfico 3.2: BEN – Balanço Energético Nacional – 2008 – Resultados Preliminares – ano base 2007.

Fonte: GOVERNO FEDERAL - Ministério de Minas e Energia, 2008.

A busca pela conservação, redução e economia do consumo de energia, tendo em vista à

demanda crescente de gasto de energia no país, e o incentivo a formas alternativas de

geração de energia, tais como a solar, eólica (de acordo com as condições locais), a gás

devem ser salientadas no período da concepção do projeto, além do controle do calor

gerado no ambiente e no seu entorno.

Deve ser constante a busca por soluções que evitem ou minimizem o uso de ar

condicionado, ventilação e exaustão forçada e iluminação artificial através de estudos

luminotécnicos dos ambientes, setorização de luminárias, implementando e otimizando a

iluminação natural. No mercado já existe o selo do Programa Nacional de Conservação de

Energia Elétrica, denominado selo PROCEL de eficiência energética, que etiqueta os

equipamentos que possuem alto rendimento e baixo consumo.

37

3.5.2.2 - Conforto térmico e acústico

O conforto térmico e acústico tem como objetivo promover sensação de bem estar físico e

psíquico quanto à temperatura e sonoridade, através de recursos naturais, elementos de

projeto, elementos de vedação, paisagismo, climatização e dispositivos eletrônicos e

artificiais de baixo impacto ambiental.

“A arquitetura sustentável é a continuidade mais natural da Bioclimática, considerando

também a integração do edifício à totalidade do meio ambiente, de forma a torná-lo parte de

um conjunto maior. É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da

qualidade de vida do ser humano, integrando as características da vida e do clima locais,

consumindo a menor quantidade de energia compatível com o conforto ambiental, para

legar um mundo menos poluído para as próximas gerações”. (CORBELLA e YANNAS,

2003)

O projeto bioclimático realiza um estudo do clima e o aplica na arquitetura através de

estratégias no projeto que assegurem o desempenho térmico da edificação, o conforto

ambiental, a ventilação natural e a iluminação natural e eficiente.

O clima é definido pelas variações médias das condições atmosféricas de uma região em

um período de tempo. Os dados climáticos para diferentes cidades brasileiras estão

disponíveis no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), e através do Diagrama de

Conforto Humano (Figura 3.2) e a análise dos gráficos de temperatura (Gráfico 3.3) e

umidade (Gráfico 3.4), que são atualizados periodicamente, é possível fazer uma leitura das

características climáticas da área que irá receber o empreendimento e como o projeto pode

gerar conforto térmico aos usuários.

38

Figura 3.2: Diagrama de Conforto Humano.

Fonte: INMET – Instituto Nacional de Meteorologia - 2008.

Gráfico 3.3: Gráfico de Temperatura Máxima.

Fonte: INMET – Instituto Nacional de Meteorologia - 2008.

39

Gráfico 3.4: Gráfico de Umidade Relativa do Ar.

Fonte: INMET – Instituto Nacional de Meteorologia - 2008.

As Cartas Bioclimáticas (Gráfico 3.5) são ferramentas utilizadas para o desenvolvimento de

projetos, e no Brasil utiliza-se a desenvolvida por Givoni (RORIZ, 2001), que trabalha com

as variáveis de temperatura média e a umidade relativa do ar. Nesta carta é possível definir

a zona de conforto e as zonas com as estratégias bioclimáticas a serem usadas para um

projeto.

Gráfico 3.5: Carta Bioclimática Original e suas Estratégias de Condicionamento Térmico.

Fonte: RORIZ, 2001.

40

O estudo da trajetória aparente do sol no céu, que possui uma inclinação constante,

possibilita conhecer as sombras projetadas por um edifício e a penetração solar por uma

janela. Mas os parâmetros básicos a serem seguidos em um projeto são a orientação do

lote e da edificação, sabendo que, sua maior dimensão, se possível, deve estar no eixo

leste-oeste, para favorecer a orientação norte-sul nos principais ambientes.

A ventilação natural contribui com a qualidade interna do ar, através da diminuição de

poluentes, melhora as condições de conforto térmico em ambientes fechados e reduz o

consumo de energia de edificações condicionadas mecanicamente.

A implantação de uma edificação tem grande influência na ventilação, devido às diferenças

de pressão geradas nas faces de incidência e do posicionamento das janelas, existindo

várias estratégias que podem otimizar um resfriamento passivo da edificação, tais como, a

ventilação cruzada, a ventilação através do efeito chaminé, a ventilação pela cobertura,

dentre outras.

A iluminação natural produz uma sensação de bem estar dentro da edificação e contribui

para a redução do consumo de energia elétrica. O projeto deve considerar a disposição dos

cômodos, o dimensionamento e a posição das aberturas, tipos de janelas e de vidro,

rugosidade e cor de paredes, tetos e pisos e a influência de interferências externas, tais

como, construções vizinhas. A carta solar ajuda a determinar as áreas de sombreamento e

de iluminação para cada abertura, que poderá influenciar nas estratégias de projeto para

obtenção de uma melhor iluminação no interior da edificação.

A incidência solar em alguns casos deve ser controlada para não aquecer a edificação. O

tratamento da cobertura das edificações com áreas verdes e pinturas reflexivas para

diminuir a absorção de calor para o edifício; utilização de acabamentos claros nas áreas de

maior incidência solar; e o uso de brise-soleil, venezianas e vidros especiais são opções

para evitar a incidência solar.

41

Principais diretrizes para projeto baseadas no conforto térmico e acústico:

• Considerar as características bioclimáticas do local para definir o posicionamento do

edifício no lote, as espessuras das paredes, dimensões e materiais das aberturas.

Fachadas e Coberturas:

• Posicionamento e dimensionamento das aberturas;

• Previsão de iluminação zenital;

• Adequação de envidraçamentos e especificação correta de vidros;

• Influência das construções vizinhas;

• Influência do formato, das cores dos materiais e componentes das fachadas e

coberturas;

• Utilização de brises ou bandejas de luz (brise horizontal fixado no caixilho que se

prolonga para o interior dos espaços, direcionando a luz para os pontos mais

afastados das janelas).

Ventilação Natural

• Prever ventilação que garanta qualidade do ar;

• Aperfeiçoar ventilação cruzada;

• Peitoris ventilados;

• Altura mínima do pé-direito de 2,70 m.

• Dimensionamento das aberturas deve considerar o volume do ambiente, a

quantidade de pessoas e a existência de equipamentos que sejam geradores de

calor.

Iluminação Natural

• Aproveitamento da luz exterior com janelas altas para melhor distribuição da luz;

• Previsão de brises que direcionem luz para pontos mais afastado das janelas.

Iluminação Artificial

• Adaptar sensores de presença;

• Especificação de lâmpadas e luminárias de alto desempenho.

42

Utilização da Incidência Solar para Aquecimento da Água

O aquecimento de água através da energia solar é uma alternativa simples, constituído pelo

coletor solar, reservatório e componentes, que são uma fonte auxiliar de energia e uma rede

de distribuição de água quente (Figura 3.3). A norma que estabelece os parâmetros para os

projetos e instalações deste dispositivo é a NBR 15.569 (ABNT, 2005) – Sistema de

aquecimento solar de água em circuito direto.

Figura 3.3: Esquema de Instalação de Sistema de Aquecimento de Água por Energia Solar

Fonte: PRADO et al., 2007.

O sistema pode ser subdividido em: Captação da energia solar, aquecimento da água pelo

coletor solar, transporte da água entre o reservatório e o coletor e armazenamento.

No projeto deve ser previsto local para os coletores solares e para o reservatório térmico de

água quente, que devem possuir o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial (INMETRO).

43

3.5.2.3 - Conservação da Água

Conservar, reduzir e controlar o consumo de água fornecido pela concessionária ou obtido

junto a fontes naturais (poços, poços artesianos, nascentes, outros,) traz benefícios

ambientais e econômicos.

O Programa de Conservação de Água (PCA) pode ser implantado como um conjunto de

ações para a gestão da oferta e da demanda de água em edificações novas, que poderá ser

utilizado na fase de projeto que deve considerar a otimização do consumo, a aplicação de

fontes alternativas de água nos usos menos nobres e medidores individualizados que

possibilitam um monitoramento do consumo. (Figura 3.4)

Figura 3.4: Programa de Conservação de Água em Edificações Novas

Fonte: FIESP, 2005.

44

Ações tecnológicas podem reduzir o consumo de água através da instalação de registros

reguladores de vazão nas prumadas das bacias sanitárias e lavatórios.

Não contaminar a água e corpos receptores, aproveitar as fontes disponíveis, tratar águas

cinza e negras e reaproveitá-las na edificação, reduzir a necessidade de tratamento de

efluentes pelo poder público, aproveitar parte da água pluvial disponível são itens que

devem ser considerados na fase de planejamento e projeto.

Principais diretrizes para projeto baseadas na conservação da água:

Consumo eficiente:

• Previsão de equipamentos e sistemas detectores de vazamento;

• Uso de restritores de vazão, bacias sanitárias de volume reduzido e arejadores;

• Tecnologias que controlem a vazão ou o tempo de uso ou a utilização de ambos.

• Utilização de bacias acopladas e válvulas especiais com o fluxo opcional.

• Utilização de torneiras com acionamento eletrônico ou temporizador.

• Sistema de medição individualizada de consumo.

Aproveitamento de águas servidas (águas que já foram utilizadas pela atividade

humana):

• Reutilização das águas dos equipamentos sanitários (chuveiros, lavatórios, tanques,

maquinas de lavar roupas e de banheiras denominadas de água cinza);

• Concepção de pequenas estações de tratamento e armazenamento de águas cinza

para utilização em locais que não exijam potabilidade, tais como, descargas em

bacias sanitárias, lavagem de áreas externas e pátios. A NBR 13960 (ABNT, 1997)

estabelece que todo o sistema de reuso deve ser sinalizado de forma clara e

inconfundível os pontos de utilização deste tipo de água (através de simbologia de

advertência e emprego de cores distintas nas tubulações);

45

• É de fundamental importância que os sistemas de tubulação não estejam interligados

e que seja verificada a impossibilidade de refluxo de água contaminada para o

sistema de água potável.

• O sistema exige precauções quanto a sua instalação, operação e manutenção,

devendo o projetista fornecer um manual contendo as especificações técnicas

quanto ao sistema de tratamento, reservação e distribuição.

• Deve ser realizado um monitoramento contínuo da qualidade da água de reuso, a fim

de verificar a eficiência do sistema de tratamento, inicialmente quinzenal e após o

equilíbrio dos padrões de qualidade poderá ser realizado trimestralmente.

• Possui um papel essencial no planejamento de edificações sustentáveis.

A tabela 3.1 a seguir tem a classificação dos parâmetros de qualidade da água a ser

reutilizada conforme as atividades de uso:

Tabela 3.1: Classificação dos parâmetros de qualidade da água segundo os reusos previstos na

NBR 13.969..

Classe Uso Previsto Nível de tratamento sugerido

Parâmetros de qualidade da água de reuso

Classe 1 Lavagem de carros e outros usos que requerem contato direto do usuário com a água com possível aspiração de aerossóis pelo operador incluindo chafarizes.

Tratamento aeróbio (filtro aeróbio submerso ou LAB) seguido por filtração convencional (areia e carvão ativado) e cloração

Turbidez < 5 NTU Coliformes

fecais < 200 NPM/ 100 ml

Sólidos dissolvidos

totais

< 200 mg/l

pH 6 a 8 Cloro residual 0,5 a 1,5 mg/l

Classe 2 Lavagem de pisos, calçadas e irrigação dos jardins, manutenção dos lagos e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes.

Tratamento biológico aeróbio (filtro aeróbio submerso ou LAB) seguido por filtração de areis e desinfecção.

Turbidez < 5NTU Coliformes

fecais < 500 NPM / 100 ml

Cloro residual > 0,5 mg/l

Classe 3 Reuso em descargas de bacias sanitárias – normalmente efluentes de enxágüe das máquinas de lavar roupas satisfazem aos padrões, sendo necessária apenas a cloração

Tratamento aeróbio seguido por filtração e desinfecção.

Turbidez < 10 NTU Coliformes

fecais < 500 NPM / 100 ml

Classe 4 Reuso nos pomares, forragens, pastos para gados e outros cultivos através de escoamento superficial ou sistema de irrigação pontual.

As aplicações devem ser interrompidas pelo menos 10 dias antes da colheita.

Coliformes fecais

< 500 NPM / 100 ml

Oxigênio dissolvido

>2,0 mg/l

Fonte: ABNT, 1997 – Adaptação.

46

Sistemas prediais de reuso de água:

- Sistema de coleta de esgoto sanitário: Através de dois sistemas independentes que

separam as águas cinza e as águas negras.

- Sistema de tratamento: As águas cinza são tratadas, é realizada uma remoção da carga

poluidora e a desinfecção para garantir os padrões de qualidade da água, evitando a

contaminação ambiental e a saúde dos usuários.

- Sistema de reservação: A água tratada fica em um reservatório de armazenamento de

onde será enviada para os pontos de utilização. Se for reservatório inferior será bombeada e

se for reservatório superior poderá ter sua distribuição por gravidade.

- Sistema de distribuição: Constituído de ramais e sub-ramais que levam a água de reuso

até os pontos onde será utilizado. Não pode existir a conexão cruzada em nenhum ponto

para evitar a contaminação da água potável. (Figura 3.5)

Figura 3.5: Esquema ilustrativo de um sistema de reuso de água.

Fonte: OLIVEIRA et al., 2007.

47

Os principais sistemas de tratamento disponíveis para instalações prediais de reuso de água

são: O filtro de múltiplas camadas, o clorador de água (granulado ou pastilha), os emissores

de raio UV, os ionizadores, o sistema “zona de raízes” (solos filtrantes ou Wetlands), as

estações de tratamento compactas (sistemas modulares fabricados industrialmente), o septo

difusor ou valas de infiltração (OLIVEIRA et al., 2007).

Aproveitamento de águas pluviais

A utilização das águas provenientes das chuvas para serem utilizadas em pontos de

consumo que não exijam potabilidade, como por exemplo, utilização em sistemas de

irrigação, limpeza e sistema de combate a incêndios e demais usos permitidos para água

não potável (devem ser sinalizados os pontos de utilização deste tipo de água) é uma

prática que pode minimizar o uso desnecessário da água potável.

É de fundamental importância que os sistemas de tubulação não estejam interligados para

evitar a contaminação.

Deve ser realizado um monitoramento contínuo da qualidade da água de reuso, a fim de

verificar a eficiência do sistema de tratamento, inicialmente quinzenal e após o equilíbrio dos

padrões de qualidade poderá ser realizado trimestralmente. Em regiões com longos

períodos de estiagem a avaliação deverá ser quinzenal e no início do período chuvoso

devido à maior quantidade de carga poluidora.

Atuam como redutores de vazão para os sistemas de drenagem urbana, minimizando

possíveis enchentes e gastos nas estações de tratamento de águas e esgotos.

48

Sistemas prediais de aproveitamento de água de chuva:

- Sistema de captação ou coleta: Áreas permeáveis que vão captar a água da chuva, como

telhados e lajes de cobertura.

- Sistema de transporte: Calhas e condutores verticais e horizontais que conduzem a água

da chuva.

- Sistema de descarte: Descarta o volume de água coletado nos primeiros minutos de chuva

devido à alta concentração de carga poluidora.

- Sistema de gradeamento: Elemento para reter material sólido, tais como, folhas, penas,

gravetos, papéis, etc.

- Sistema de reservação: Reservatórios para armazenar a água captada, devem ser de

plástico, fibra de vidro, polipropileno ou material similar devido à agressão da decomposição

de matéria orgânica

- Sistema de tratamento e desinfecção: Passa primeiro pelo filtro de múltiplas camadas ou

filtro de areia que reduzem o grau de contaminação microbiana, remove as partículas em

suspensão e a turbidez e depois é realizada a cloração, radiação ultravioleta, ionização ou

outro tratamento para a desinfecção.

- Sistema de recalque: Transporte do reservatório inferior através de bombas para o

reservatório superior de onde será distribuído por gravidade para os pontos de uso de água

não potável.

- Sistema de distribuição: Ramais que distribuem a água de chuva para utilização. Deverá

ser identificado e com acesso restrito / controlado.

- Sistema de sinalização e informação: Todo o sistema deverá conter avisos de alerta

quanto ao tipo de água não potável, para que não ocorra utilização inadequada. (Figura 3.5)

49

Figura 3.6: Esquema ilustrativo de um sistema de aproveitamento de água de chuva.

Fonte: OLIVEIRA et al., 2007.

A captação da água da chuva poderá ser feita através de pavimentos permeáveis, planos de

infiltração, trincheiras ou valas de infiltração, poços de infiltração e coberturas verdes (serve

também como isolante térmico) todos estes sistemas servem como áreas permeáveis e não

tem retorno financeiro é uma opção de sustentabilidade ambiental. Sua implantação é ideal

para áreas que se localizam abaixo do nível de descarga de água pluvial para o sistema

público.

3.5.2.4 - Seleção de Materiais

A seleção de materiais interligados ao desempenho do edifício ao longo de seu uso e

operação, ou seja, Análise do Ciclo de Vida (ACV) é a forma mais adequada para a

avaliação ambiental de um produto. A ACV considera todas as cargas ambientais do

50

produto de sua fabricação até sua pós-utilização, que é chamado de “do berço ao túmulo”

ou “do berço ao berço” quando existe alguma forma deste produto ser reutilizado ou

reciclado.

Deve ser priorizada a utilização de materiais locais que permitem reduzir a emissão e o

consumo de combustíveis pelo transporte e de materiais renováveis, como a madeira e as

fibras vegetais, pelo potencial de reciclagem e de renovação.

O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H (GOVERNO

FEDERAL, 2008), na busca de solucionar problemas específicos na área da qualidade da

construção civil, está estruturado em vários projetos, entre eles, o SiMaC (Sistema de

Qualificação de Materiais Componentes e Sistemas Construtivos) que tem como principal

objetivo o combate a não conformidade às normas técnicas na fabricação de materiais e

componentes onde é possível obter informações sobre as certificações dos produtos e

materiais construtivos.

Na etapa de concepção o consumo de materiais já deve ser previsto. Modulações geradas a

partir do material utilizado podem evitar a quebra de peças ao serem cortadas e a geração

de resíduos.

Deverá ser previsto o uso máximo de produtos e tecnologias amigas do meio ambiente que

atendam os seguintes pontos:

a) Ecologia – Aplicação de materiais cuja produção e uso causem menor impacto

sobre o meio ambiente e saúde humana, com preservação dos recursos naturais

para as gerações futuras; processos construtivos, produtos e tecnologias devem

considerar a gestão e o uso de matérias-primas, energia, água, emissão de

poluentes, normatização, cumprimento de leis vigentes, embalagens, transportes,

potencial de reuso e/ou reciclagem.

51

b) Saúde e Bem-Estar: Uso de materiais saudáveis, que não emitem compostos

orgânicos voláteis (VOC) e que não permitam a instalação e proliferação de

fungos, bactérias e microorganismos, e contribuam para o conforto termo-

acústico da edificação e para a sensação de bem estar do morador / usuário;

c) Economia: Redução de despesas, racionalização de processos construtivos,

menor perda e desperdícios na obra, contribuem para o desenvolvimento

sustentável da indústria da construção civil.

d) Responsabilidade Social: Utilização de materiais que atendam as normas

brasileiras e internacionais de qualidade e padronização, onde a população é

inserida na fabricação, gerando mercado de trabalho.

Avaliação dos Materiais de Construção

Existem alguns materiais que apresentam riscos para o meio ambiente e utilizam

inadequadamente os recursos naturais, tais como:

• Cimento: produzido a partir de calcário e argila, requer consumo excessivo de água e

energia na sua fabricação.

• Tijolo queimado (comum): Exige a retirada de madeira para obtenção de lenha,

destruindo e poluindo o meio ambiente.

• Telha de Amianto: Alto transmissor de calor.

• Tintas, impermeabilizantes, resinas, colas e solventes: produtos tóxicos, que emitem

odores e gases voláteis.

• Compensados: É utilizado colas à base de formaldeído na sua fabricação.

• Madeiras de reflorestamento tratadas por autoclaves: São imunizadas com veneno à

base de arsênico e cromo, cujos resíduos são contaminantes, degradam o solo, o

cromo (carcinógeno) pode ser absorvido pelo solo e plantas contaminando os

animais e o homem (através da alimentação).

• PVC (policloreto de vinil), amianto, chumbo e alumínio.

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Alguns materiais de construção sustentáveis:

• Madeira plástica: Fabricada a partir da reciclagem de embalagens de plástico, tais

como, polipropileno, polietileno e PET (politereftalato de etileno), atendendo as

normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) pode substituir o

produto original com a vantagem de imunidade a fungos e cupins e resistência à

umidade.

• Telha reciclada: Fabricada de fibras vegetais e minerais, transmite 40% a menos de

calor do que o telhado de amianto.

• A utilização do cimento tipo CP-III RS 32, nas fundações e estruturas, ao invés do

CP-II. O CP-III tem menor custo sua composição usa entre 35 a 70 % de escória, é

mais resistente à ação de substâncias ácidas, indicado para regiões litorâneas. A

sua fabricação permite economia no consumo de calcário e menor emissão de gás

CO2.

• Tijolo ecológico de solo-cimento: Não vai ao forno. Utiliza pequena quantidade de

cimento em sua composição, a matéria prima é o solo arenoso, pouco fértil; já vem

com orifícios para passagem de fiação elétrica e da rede hidráulica. Não sendo

possível a sua utilização devemos dar preferência aos tijolos de barro cozido, bloco

cerâmico e por último o de concreto.

• Devemos dar preferência às esquadrias de madeira, utilizando madeiras de

densidade alta ou média. Utiliza menos energia para sua fabricação em comparação

com as esquadrias de alumínio.

• Dar preferência a produtos à base de água – tintas, vernizes, colas, esmaltes

sintéticos e resinas. Para pisos e paredes dar preferência a cerâmicas certificadas

pela ISO 14001 (ISO, 2004).

• Utilizar telhas simples, de barro queimado, implica em uma aparência mais rústica.

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• Aços e Vidros: Possuem grande energia incorporada na fabricação do material, tem

o uso justificado devido serem materiais recicláveis. Devemos esclarecer que este

conceito é para o material puro, por exemplo, uma esquadria de alumínio puro pode

ser reciclada, mais painéis compostos de alumínio (ACM), consomem muita energia

e custo para serem reciclados o que os torna inviável financeiramente.

• Sensores de presença, que apagam as luzes na ausência de pessoas, torneiras com

fechamento automático, lâmpadas e reatores de baixo consumo, bacia sanitária de

volume reduzido e sistema de descarga com dois tipos de acionamento – um para

dejetos líquidos que consome 3 litros de água e outro para dejetos sólidos que

consome os 6 litros (limite de consumo por acionamento em descargas – válvula ou

caixa acoplada com sistema de descarga dual); registro regulador de vazão e

arejador.

Principais diretrizes para projeto baseadas na seleção de materiais:

Procedência

• Preferência aos precedentes de fontes renováveis e que contenha componentes

reciclados ou reutilizados;

• Especificar produtos certificados ou que possuam referência técnica;

• Distância de transporte – Optar por materiais locais;

• Não utilizar madeiras que estejam na lista de espécies em extinção;

• Utilizar madeira de fontes manejadas, certificadas e em condições de reutilização.

Características do Material

• Dar preferência aos reutilizáveis, recicláveis e biodegradáveis;

• Analisar e ponderar a energia embutidas no material;

• Utilizar materiais com baixa toxidade;

• Evitar o uso de produtos cuja fabricação e uso acarretam problemas ao meio

ambiente ou que são suspeitos de afetar a saúde humana;

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• Considerar seleção de materiais e componentes, a forma de transporte, entrega,

armazenagem, aplicação, volume e geração de resíduos;

• Adotar sistemas construtivos de baixo consumo de água e energia, tais como,

sistemas construtivos modulares e de montagem, evitando assim perdas no

processo construtivo;

• Materiais, componentes e equipamentos especificados e empregados nas obras

devem estar em conformidade com as normas técnicas da ABNT.

3.5.3 - Construção / Implantação

A etapa de implantação de um empreendimento é responsável por uma parcela significativa

dos impactos causados pela construção civil. Incômodos visuais e sonoros para a

vizinhança, poluição da água, do solo e do ar, impactos no trânsito, erosão ou

assoreamentos são interferências causadas pelos canteiros de obras, além de impactos

econômicos e sociais.

Nos casos de grandes empreendimentos, considerados geradores de impactos, a legislação

(Resolução n.°: 001/1986 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente) obriga que

seja realizada uma avaliação do impacto através do Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e

o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) estes estudos envolvem todo o ciclo de vida do

empreendimento, além da etapa da construção. (BRAGA, 2002).

A infra-estrutura do canteiro de obras deve considerar a minimização dos impactos

causados pelas instalações provisórias e pelas atividades desenvolvidas durante toda a

execução da obra.

A empresa construtora é responsável por todos os impactos causados durante sua

atividade, portando, deverá prever e promover uma gestão sustentável através da

implementação de um sistema de redução dos impactos ambientais onde serão previstas:

- A remoção de edificações existentes gera um grande volume de resíduos que ao

ser retirado causa impactos nos aterros e no tráfego.

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- A retirada da vegetação gera um desequilíbrio no ecossistema, deixa o solo do

terreno em exposição e com possibilidade de erosão e desmoronamentos.

- Impermeabilização de superfícies causa diminuição da infiltração de água no solo e

aumento de volume na rede de drenagem local.

- Ocupação da via pública por caçambas ou pelo avanço de tapumes sobre a

calçada ocasiona problemas de tráfego nas vias locais. Causados também pelo recebimento

de materiais devendo ser previsto horários de menor fluxo no trânsito para a chegada e o

descarregamento dos materiais. O armazenamento deverá ser em local apropriado e

adequado para cada tipo de material, evitando perda de material e contaminação do solo.

O consumo de recursos naturais e manufaturados devem ser planejados com a intenção de

otimizar os gastos e não gerar desperdícios. Devem estar previstas:

- Consumo e desperdício de água.

- Consumo e desperdício de energia elétrica.

O manejo e a destinação dos resíduos gerados pela obra são abordados na Resolução n.°:

307/2002 do CONAMA, e devem ser previstos:

- O volume de entulho enviado aos aterros causa impacto pela necessidade de

geração de novos locais de destinação final, e quando este é descarregado em locais

impróprios pode ocasionar uma degradação ambiental.

- O manejo é uma das formas de gerenciamento do resíduo que possibilita o reuso e

a reciclagem. A destinação dos resíduos perigosos deve ser apropriada, pois causa

impactos na flora e fauna local, contaminação do solo, águas subterrâneas e superficiais

trazendo conseqüências para toda a comunidade.

- A queima de resíduos no canteiro de obra é proibida.

Durante o período de construção deve-se conhecer, controlar e reduzir os impactos ao meio

ambiente e à saúde gerados pela obra, através do uso de tecnologias e instrumentos

gerenciais.

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3.5.4 - Uso / Ocupação

A fase de uso e operação do empreendimento é a etapa em que o mesmo é ocupado por

seus usuários. O projeto arquitetônico deve prever durante a sua concepção expansões e

modernizações futuras que poderão ser realizadas durante esta etapa.

Facilitar a manutenção dos elementos construtivos e dos equipamentos através do uso de

shafts; garantir acessibilidade, prevendo espaços para instalações de equipamentos de

deslocamento vertical; prever instalações para gestão de resíduos e implantação de

sistemas de coleta seletiva no próprio empreendimento; criar áreas para disposição dos

resíduos gerados pelos próprios moradores / usuários, reduzir a geração de resíduos,

reduzir a emissão de resíduos orgânicos para processamento do Poder Público ou

concessionárias, incentivar os 3 R (Reciclar, Reutilizar e Reduzir os resíduos) e elaboração

do manual do usuário são algumas das possibilidades de garantir a utilização dentro dos

preceitos de sustentabilidade.

3.5.5 - Requalificação / Desconstrução / Demolição

Um projeto sustentável deve prever uma vida útil mínima de 50 (cinqüenta) anos para uma

edificação, podendo ser avaliadas as alternativas para a sua requalificação e para sua

desconstrução, desta forma gerando menor quantidade de resíduos na sua demolição.

A edificação entra na fase de manutenção quando surge a necessidade de reposição de

componentes que atingiram o prazo final de sua vida útil e a troca de equipamentos e

sistemas. Nesta fase ocorre a correção de falhas de execução e patologias. É de extrema

importância ter um acesso facilitado às instalações hidráulicas, elétricas e sistemas de

aquecimento de água e condicionamento de ar.

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As reabilitações tecnológicas, o chamado retrofit é uma opção de adaptação de um edifício

a um novo uso. Esta reabilitação deve prever o tratamento da estrutura, da envoltória, dos

espaços internos e dos sistemas prediais com o objetivo de melhorar a qualidade ambiental

interior, otimizar o consumo de energia e aumentar o valor econômico de um edifício

existente.

O projeto de adequação e reforma deve priorizar ações que não interfiram no entorno,

buscando principalmente a reabilitação da edificação e a durabilidade do empreendimento,

preservando o máximo o que já está edificado.

As reabilitações em edifícios degradados e/ou sub-aproveitados resultam em ganhos

ambientais e econômicos para o edifício, para a cidade e para os usuários, contribuindo

também para a revitalização de áreas urbanas.

A demolição é a etapa onde o edifício é inutilizado e vai ser desmontado a fim de dar outro

destino ao espaço antes ocupado. Existem diversas técnicas de demolição entre as quais

podemos citar: manual, mecanizada e por explosivos (implosão ou explosão). A demolição,

para ser realizada, deve seguir normas técnicas e de segurança a fim de evitar ocorrência

de acidentes, prejuízos ao patrimônio vizinho, à saude ou à vida das pessoas. Deverá ser

traçado um planejamento de desmonte consciente, contemplando todos os aspectos

ambientais que podem ser gerados nesta fase, tais como, ruídos, vibrações, emissões de

efluentes líquidos, emissão de material particulado, lançamento de fragmentos, remoção dos

resíduos e definição de materiais e componentes reaproveitáveis e com possibilidade de

reciclagem.

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4 CONCLUSÃO

A análise dos sistemas de avaliação e certificação de construção sustentável introduz

mudanças metodológicas, tecnológicas e práticas em todas as etapas de um

empreendimento da construção civil, principalmente na fase de concepção e planejamento

do projeto arquitetônico.

As metodologias aplicadas em outros países servem de base para a elaboração de uma

metodologia própria para o Brasil e servem como diretrizes para projetos mais sustentáveis.

O projeto de arquitetura atual deve apresentar soluções que considerem as condições

ambientais locais, tais como, temperatura, umidade, ventos radiação solar e qualidade do ar,

aliando estas condições a um bom aproveitamento da luz natural com o objetivo de causar o

menor impacto ambiental possível. Desta forma não há um modelo único para uma

arquitetura sustentável por mais que sejam estabelecidos critérios, não é possível delinear

um método universal de elaboração de um projeto.

O estudo das metodologias de avaliação e certificação serve para estabelecer as principais

diretrizes para nortear os arquitetos e os demais profissionais da construção civil com o

objetivo de diminuir os danos ambientais e contribuir para um futuro melhor.

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