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10/11/13 arquitextos 148.00 brasil/portugal: Arquitecturas e cidades devoradas entre Portugal e o Brasil | vitruvius www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.148/4501 1/22 Arquitecturas e cidades devoradas entre Portugal e o Brasil Paula Andr é Raul Lino (1879-1974) Em abril de 1935, o jornal brasileiro A Noite anuncia que o arquiteto português Raul Lino estava a “caminho do Brasil, atendendo ao honroso convite do colega brasileiro Sr. Morales de los Rios, em nome do Instituto Central dos Architectos do Brasil, da Sociedade Brasileira de Bellas Artes, do Instituto Paulista de Architectos e do Instituto Histórico de Ouro Preto” (1). Na entrevista concedida no seu atelier de Lisboa, Raul Lino refere que pensa permanecer no Brasil cerca de dois meses e meio, fazendo algumas conferências acerca dos problemas da arquitetura. Raul Lino que considerava que a arquitetura deveria ser expressão da cultura de um povo, salienta que à vista de exemplos teceria algumas considerações sobre o assunto e diria qual a orientação que a arquitetura deveria tomar, considerando que essa orientação era particularmente interessante no caso do Brasil. Indagado sobre os temas dessas conferências destaca: “A que me interessa mais levou annos e annos a preparar. De há muito estava latente no meu espirito, e vou procurar dar-lhe forma. Eu vejo as coisas plasticamente. E o meu trabalho consiste em procurar torna-las comunicáveis. O thema della é: O espirito da arquitetura. A segunda é sobre As casas portuguesas do séc. XVIII , tema que deve interessar muito ao Brasil, por ser essa justamente a época em que ali floresceu mais a architectura histórica. A terceira será muito diferente, mas interessa-me muito, por eu ter estado em contacto com os respectivos serviços oficiais: As casas económicas”. O jornal A Noite, que dias antes já tinha publicado uma notícia dessa futura visita de Raul Lino (2) considerando a obra de Raul Lino “simultaneamente clássica e moderna” e “tendo a melhor expressão espiritual do bom gosto”, irá de forma sistemática, ao longo da sua estadia no Brasil,divulgar o seu percurso e enunciando as suas conferencias. A 17 de maio era comunicada a passagem de

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    Arquitecturas e cidades devoradas entre

    Portugal e o Brasil

    Paula Andr

    Raul Lino (1879-1974)

    Em abril de 1935, o jornal brasileiro A Noite anuncia que o arquiteto portugus

    Raul Lino estava a caminho do Brasil, atendendo ao honroso convite do colega

    brasileiro Sr. Morales de los Rios, em nome do Instituto Central dos Architectos

    do Brasil, da Sociedade Brasileira de Bellas Artes, do Instituto Paulista de

    Architectos e do Instituto Histrico de Ouro Preto (1). Na entrevista concedida

    no seu atelier de Lisboa, Raul Lino refere que pensa permanecer no Brasil cerca

    de dois meses e meio, fazendo algumas conferncias acerca dos problemas da

    arquitetura.

    Raul Lino que considerava que a arquitetura deveria ser expresso da cultura de

    um povo, salienta que vista de exemplos teceria algumas consideraes sobre o

    assunto e diria qual a orientao que a arquitetura deveria tomar, considerando

    que essa orientao era particularmente interessante no caso do Brasil.

    Indagado sobre os temas dessas conferncias destaca: A que me interessa mais

    levou annos e annos a preparar. De h muito estava latente no meu espirito, e

    vou procurar dar-lhe forma. Eu vejo as coisas plasticamente. E o meu trabalho

    consiste em procurar torna-las comunicveis. O thema della : O espirito da

    arquitetura. A segunda sobre As casas portuguesas do sc. XVIII, tema que deve

    interessar muito ao Brasil, por ser essa justamente a poca em que ali floresceu

    mais a architectura histrica. A terceira ser muito diferente, mas interessa-me

    muito, por eu ter estado em contacto com os respectivos servios oficiais: As

    casas econmicas.

    O jornal A Noite, que dias antes j tinha publicado uma notcia dessa futura

    visita de Raul Lino (2) considerando a obra de Raul Lino simultaneamente

    clssica e moderna e tendo a melhor expresso espiritual do bom gosto, ir

    de forma sistemtica, ao longo da sua estadia no Brasil,divulgar o seu percurso e

    enunciando as suas conferencias. A 17 de maio era comunicada a passagem de

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    Raul Lino pelo Recife a bordo do Cuyab e anunciada a sua conferncia sobre o

    seu interesse pelo Brasil e sobre o movimento artstico de Portugal. Segundo

    Raul Lino, grandes obras estavam sendo realizadas. Salientando que o governo

    tem provocado forte desenvolvimento dos meios artsticos, sobretudo nos

    domnios da architectura, escultura, pintura e decorao, nos grandes edifcios

    pblicos. A situao geral do paiz satisfatria e, conquanto o estado preconize

    sob o regime totalitrio o nacionalismo das artes, os artistas conservam,

    todavia, a liberdade de concepo (3). A 20 de maio noticiada a sua chegada

    ao porto da Bahia e o seu percurso pela cidade (4) e a 21 de maio a chegada ao

    Rio de Janeiro, num desembarque muito concorrido, mostrando-se Raul Lino

    encantado com os panoramas da Guanabara (5).

    A notcia da sua chegada ao Rio de Janeiro tambm publicada no jornal

    portugus Dirio de Lisboa, com fotografia da chegada do casal, sendo descrito

    no artigo o itinerrio previsto e as palestras que tencionava proferir (6). No Rio

    de Janeiro, Raul Lino realiza, a 30 de maio, na Escola de Bellas Artes, a

    conferncia O espirito na architectura (7). Segundo A Noite, o professor Raul

    Lino de modo brilhante e interessantssimo prendeu a ateno dos presentes

    durante duas horas, finalizando a palestra discorrendo sobre a architectura do

    Brasil, que pela natureza incomparvel e pelo seu passado glorioso, era uma

    fonte inexorvel de bellas inspiraes para conduzir nos seus moldes uma nova

    escola de arte architectonica original prpria e genuinamente original (8).

    Em junho, A Noite dava notcia da conferncia Casas Portuguezas do Sc. XVIII

    (9) no Gabinete Portugus de Leitura (10) e do seu passeio martimo na Bahia da

    Guanabara terminando com a visita s instalaes da hospedaria de Imigrantes

    da Ilha das Flores do Departamento Nacional de Povoamento (11). Raul Lino

    partiria dias depois para So Paulo onde realizaria trs conferncias, no

    intervalo das quais realizaria visitas e excurses (12). No final da sua estadia em

    So Paulo, regressaria ao Rio de Janeiro e depois de alguns dias de repouso,

    partiria para Minas Gerais. Raul Lino seria esperado em Belo Horizonte

    procedente de Juiz de Fora a 14 de julho, sendo considerado pelo prefeito Sr.

    Negro de Lima, hspede da Municipalidade, a permanecendo cinco dias e

    proferindo trs conferncias, seguindo depois para a cidades de Sabar,

    Marianna e Ouro Preto, onde igualmente sua palavra seria ouvida (13). O jornal

    Diario Portugues publicaria ainda imagens da conferncia Casas Econmicas que

    Raul Lino proferiu no Gabinete Portugus de Leitura no dia em que partiria para

    Lisboa, destacando, no artigo, a distinta assistncia, presidida pelo Sr. Consul

    Geral de Portugal, Dr. Francisco de Paula Brito, o Presidente do Conselho

    Federal de Engenharia e Arquitetura, prof. Morales de los Rios; e o Presidente do

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    Instituto de Arquitetos do Brasil (14). De acordo com o articulista, Raul Lino

    tinha manifestado a sua grande satisfao por poder contribuir para o

    embelezamento da vida dos modestos obreiros na nossa civilizao havendo

    sido chamado como arquiteto consultor para a Repartio da Construo de

    Casas Econmicas (15).

    Raul Lino, Alado do Pavilho do Brasil, 1939, Exposio do Mundo Portugus

    (1940), Belm, Lisboa

    Coleco Digitalizada, Raul Lino, RLDA 417.11 [FCG, Biblioteca de Arte, Esplio

    de Arquitectura]

    Finalmente, a 20 de agosto, A Noite anunciava que o governo brasileiro tinha

    conferido a Raul Lino o oficialato da Ordem Nacional do Cruzeiro (16) e que o

    arquiteto regressaria a Lisboa no vila Star (17). J em Lisboa, Raul Lino

    concedeu uma entrevista revista Bandarra e interrogado acerca das

    influncias que sofreu a architettura brasileira, refere que notava trs

    influncias: a modernista colonial, a portugueza antiga e a norte americana.

    Esta ltima, segundo Lino, inspira-se nos arquitetos da California e do Novo

    Mxico que souberam explorar a tradio espanhola deste paiz. Os brasileiros

    deixaram-se levar por esta corrente mas limitam-se de preferncia a seguir-lhes

    o exemplo. A primeira influencia do modernismo internacional. No tem no

    Brasil nenhum carter especial. Alm destas trs correntes principais preciso

    reconhecer que os brasileiros imitam as casas mexicanas e italianas, sobretudo

    em So Paulo. No encontraram ainda um estylo brasileiro (18). Considerando

    ainda que os arquitetos brasileiros no tinham necessidade de adoptar motivos

    portugueses. Podiam inspirar-se nas florestas, que tm o carcter do paiz. Em

    janeiro de 1938, o Jornal A Noite d notcia que Raul Lino tinha publicado

    Auriverde Jornada (19) com o registro minucioso e cativante da viagem ao

    Brasil (20). Nesta obra publicada a comunicao lida por Raul Lino Academia

    Nacional de Bellas Artes de Lisboa, depois do regresso do Brasil, com o ttulo

    Primeiras Impresses, onde d particular destaque influncia no Brasil da

    portentosa Natureza que se reflecte em muitas revelaes da actividade

    nacional lembrando que no fundo do bandeirismo est o serto,

    sublinhando a atraco incessante que ele exercia nos colonos de S. Paulo de

    Piratininga ou nos do litoral e salientando que na Histria do Brasil o serto

    era assim um tanto como foi para o nosso passado de descobridores a

    imensidade do mar (21). Referindo que a maioria dos templos e conventos que

    existem no Brasil data do sc. XVIII, considerava que eram todos tam nossos no

    estilo e na matria, que em muito pouco se distinguiam da obra

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    metropolitana, no deixando de chamar a ateno que no houve no Brasil o

    que se deu na colonizao portuguesa da ndia, onde a existncia de uma antiga

    civilizao com sua arquitetura distinta, influenciou de maneira interessante a

    obra dos nossos construtores e decoradores (22).

    Raul Lino, Perspectiva do Pavilho do Brasil, 1939, Exposio do Mundo

    Portugus (1940), Belm, Lisboa

    Coleco Digitalizada, Raul Lino, RLA 417 [FCG, Biblioteca de Arte, Esplio de

    Arquitectura]

    Ainda nestas Primeiras Impresses refere que, objetivamente, Ouro Preto dava a

    impresso de qualquer grande povoado da regio portuguesa da Beira Baixa que

    houvesse nascido no sculo XVIII e que nas terras de Minas Gerais o que

    predominava por muito era a maneira genuinamente portuguesa, na

    arquitetura; na decorao interior; nos azulejos (23). Comentando o panorama

    arquitetnico do gnero funcional, utilitrio, materialista, cosmopolita,

    interrogava-se como se poderia harmonizar no Brasil sem cuidada e trabalhosa

    adaptao, o estilo gerado numa Europa ferida pela mais sangrenta das guerras e

    que se debate na agrura de variadas e gravssimas questes sociais! (24).

    Afirma-se curioso por conhecer o arquiteto Lcio Costa (25), declarando que o

    procedimento moderno de Lcio Costa para alguns era tido por acto de

    apostasia, para outros como lgica transfigurao dos seus ideais (26) e que

    este colega brasileiro: no quer ouvir falar de tradio; isto parece querer

    confundir tradio morfolgica na obra dos arquitetos com tradio espiritual na

    obra dos homens, e observa que ns europeus estaramos fartos de uma herana

    que nos oprime () No que eu no concordava por fim era com o conformismo

    do meu esclarecido colega quanto evoluo da tcnica construtiva, sombra

    da evoluo social, ambas condicionadas pela mquina () Ficamos secos de

    tanto racionalismo! (27). Raul Lino tem uma relao e um entendimento

    conciliador dos conceitos de tradio e modernismo: No existe hoje lugar

    para a estilstica. Actualmente em Arquitetura s h verdadeiramente dois

    estilos bem extremados o que procura a continuidade, ou tradicional, e o que

    cultiva a descontinuidade e se diz modernista. () continuidade ou maneira

    tradicional no significa sujeio a qualquer estilo histrico ou sequer

    reminiscente de passadas pocas. () o tradicional, que tambm pode e devia

    ser sempre moderno, o que se ajusta espontnea e instintivamente a certas

    noes, menos raciocinadas que sentimentais, fundadas ou inspiradas na

    Natureza e que esto na base de toda a actividade artstica (28).No devemos

    esquecer, tal como bem chama a ateno William Bittar, que nos incios do sc.

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    XX, nas Amricas, "ser moderno era ser nacionalista, ou por mais paradoxal que

    parea, ser moderno era ser tradicional" (29).

    Raul Lino, pormenor do Pavilho do Brasil, 1940, Exposio do Mundo Portugus

    (1940), Belm, Lisboa

    Coleco Digitalizada, Raul Lino, RLDA 417.22 [FCG, Biblioteca de Arte, Esplio

    de Arquitectura]

    Em novembro de 1939, o jornal A Noite anuncia a representao brasileira na

    exposio dos centenrios portugueses, publicando o projecto do pavilho do

    Brasil da lavra de Raul Lino (30). Este arquiteto realiza o Pavilho do Brasil para

    a Exposio do Mundo Portugus em 1940 em colaborao com Roberto Lacombe,

    que desenhara os interiores, feitos no Rio de Janeiro, e Flvio Barbosa, como

    arquiteto-adjunto, considerado por Margarida Acciaiuoli um dos melhores

    trabalhos de equipa de toda a Exposio. No seu interior os visitantes podiam

    observar um diorama luminoso do Rio de Janeiro que dava uma ideia da

    grandiosidade da cidade, talvez relembrando a construo na Praa XV de

    Novembro do Rio de Janeiro, da rotunda do Pintor Victor Meireles, que exibia o

    Panorama de 360 do Rio de Janeiro destinado Exposio de Bruxelas de 1888.

    Na inaugurao do Pavilho do Brasil da Exposio do Mundo Portugus de 1940

    (31), o comissrio brasileiro alude ao "adro de uma igreja barroca" sublinhando

    que "o grande momento indestrutvel que a civilizao ocidental erguera a

    Portugal, (era) o prprio Brasil vivo, que (continuava), em essncia, a ser

    portugus" (32). O pavilho de Raul Lino revela "um notvel trabalho de

    estilizao decorativa cujas sugestes, de enormes troncos de palmeiras

    sulcados de ns, imprimiam uma evidente originalidade, sem perder o lado

    monumental que a ocasio suscitava" (33), e que consideramos assumir a

    expresso de uma arquitetura moderna enraizada na tradio.

    Lcio Costa (1902-1998)

    Em 1923, o jornal A Noite dava notcia que o Instituto Brasileiro de Architectos

    sob suggesto do Sr. Jos Marianno Filho tinha aberto um concurso com o fito

    de estimular o interesse pela architectura da poca colonial acrescentado que

    o concurso oferecia dous prmios aquele que apresentasse o melhor sof para

    jardim em estylo verdadeiramente a sc. XVIII, e aquele que fizesse dentro das

    regras e dos gostos da architectura colonial, um porto de casa nobre (34). O

    jornal informava que Lucio Costa tinha tirado os dous prmios (primeiro

    premio do sof e segundo premio do porto) tendo apresentado trabalhos

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    cheios de gosto artstico, sem perder porm o cunho caracterstico dos trabalhos

    coloniaes e elogiando o cuidado nos materiaes que eles empregavam, como

    calcareos de Lioz, ferro batido, telhas de canal, azulejos, objectos de cermica,

    etc (35).

    Jos Marianno Filho, defensor acrrimo da Arte Brasileira e professor de Lcio

    Costa, na sua luta contra os estilos de conserva do academismo francs,

    apelava a uma arquitetura materna (36) e procurava agitar a opinio pblica

    em favor do velho estilo brasileiro (37). Em defesa de uma arquitetura de cunho

    tradicional, invocava a reposio do esprito arquitetnico do passado dentro

    do ambiente social (38) no tempo em que vivia, promovendo, atravs do

    Instituto Central de Arquitetos e da Sociedade Brasileira de Belas-Artes, da qual era

    presidente, uma srie de concursos em torno do tema da casa brasileira, que

    contribuiriam para a sua nomeao de Director da Escola de Belas Artes (39).

    Marianno Filho considerava que os primeiros concursos que tinha promovido

    tinham demonstrado sociedade que os artistas brasileiros ignoravam,

    naquela poca, os fatos elementares da evoluo arquitetnica nacional (40).

    Marianno Filho, lamentando a inexistncia de uma cadeira de cultura artstica

    e histrica dedicada arte nacional (41) e constatando a ignorncia dos

    arquitetos sados da Escola de Belas-Artes em matria de arte nacional, e ainda

    interrogando-se de como se poderiam os alunos informar, se na prpria escola

    no existia uma cadeira de cultura artstica e histrica dedicada arte

    nacional (42), ir promover uma srie de viagens de documentao s cidades

    histricas de Minas Gerais (43). O principal objetivo dessas viagens era constituir

    um dossi sobre a arquitetura brasileira, um catlogo confivel com o qual os

    arquitetos brasileiros pudessem contar na elaborao de seus projetos (44).

    Para Ouro-Preto enviado Nestor Figueiredo, Nero de Sampaio faz

    levantamentos em So Joo DelRey e Congonhas do Campo, e Lcio Costa parte

    para Diamantina. Ser o prprio Marianno Filho a referir que tinha quebrado a

    calmaria reinante nos arraiais arquitetnicos, ao ter comeado a agitar a

    opinio pblica em favor do velho estilo brasileiro, uma vez que os prprios

    arquitetos sados da Escola de Belas Artes, entorpecidos pelos estilos de

    conserva do academismo francs, no sabiam como responder ao seu apelo. Por

    outro lado, apelava igualmente, para a adequao da arquitetura ao clima. Essa

    chamada de ateno para a adequao ao clima, fica claramente evidenciada na

    crtica feroz que Marianno Filho elaborou aos projectos de Escolas do arquiteto

    Enas Silva, que adjectivava de estilo arquitetnico caixa dgua(45). Mas se

    Marianno Filho, nesse envio dos alunos para Minas Gerais, buscava a

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    sistematizao do repertrio da arquitetura neocolonial, a verdade que foi na

    viagem por Minas que Lcio Costa encontrou os fundamentos da arquitetura

    moderna.

    Igreja no Porto, norte de Portugal

    Foto Abilio Guerra

    Lcio Costa de regresso do seu itinerrio revelador por Minas Gerais, de regresso

    da lio da arquitetura pela prpria arquitetura que recebera em Diamantina,

    Sabar, Ouro-Preto e Mariana, relata que encontrou um estilo inteiramente

    diverso desse colonial de estufa, colonial de laboratrio que, nesses ltimos

    anos, surgiu e ao qual, infelizmente, j est habituado o povo, aponto de

    classificar o verdadeiro colonial de inovao. Em relao aos telhados descreve

    os beirais fortemente balanceados, tratados em madeira com caibros aparentes

    e perfilados, considerando que esses detalhes convenientemente

    documentados, muito concorreriam para melhor definir a arquitetura brasileira

    (46). Para Lcio Costa era necessrio conciliar os vestgios de uma poca

    passada com o raffinement da vida moderna, sendo essa, na sua opinio a

    principal tarefa do arquiteto (47). Respondendo insistente procura de um

    estilo nacional, Lcio Costa salientava que no devia existir a preocupao de

    se fazer um estilo nacional, por considerar que o estilo viria por si, alertando

    para a importncia da simplicidade e da sinceridade, em pequenas frases

    panfletrias: Sejamos simples. Sejamos sinceros. Evitemos a mentira (48). A

    denncia da insinceridade construtiva como causa da decadncia da arquitetura

    era evidente ao relembrar que o Parthenon, Reims, Sta. Sophia era tudo

    construo, era tudo honesto, onde as colunas efectivamente suportavam, os

    arcos realmente trabalhavam, isto , nada mentia (49), considerando, em

    contraponto, que a arquitetura brasileira estava transformada em mera

    cenografia. Lcio Costa considerava por isso que os alunos da Escola Nacional de

    Belas Artes deviam conhecer perfeitamente a arquitetura brasileira da poca

    colonial aprendendo as boas lies que essa arquitetura podia dar, lies de

    simplicidade perfeita, e lies de adaptao ao meio e funo (50).

    A reviso no suposto estilo neocolonial passava precisamente por um olhar

    renovado sobre a arquitetura vernacular, que ultrapassaria a superficialidade e a

    falsidade dos historicismos e construiria os fundamentos da arquitetura

    moderna como uma arquitetura verdadeira. Para tal seria necessrio dar uma

    particular ateno s condies climatricas, ao uso racional dos materiais e

    lgica dos sistemas construtivos, condies essncias para a produo de uma

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    arquitetura verdadeira. A resposta contempornea encontrava-se afinal na lio

    da tradio, encontrava-se enraizada nas invariantes da arquitetura popular,

    traduzida numa srie de desenhos que Lcio Costa registrava nas suas viagens.

    Lcio Costa, em Documentao necessria (1937), considerava que a arquitetura

    popular apresentava em Portugal interesse maior que a erudita. Segundo o

    arquiteto, era nas aldeias portuguesas, nas construes rurais que se encontrava

    a justeza das propores, no deixando de referir que na viagem da prpria

    arquitetura para o Brasil e na sua implantao feita pelos antigos mestres e

    pedreiros incultos na sua adaptao ao meio, essa arquitetura foi perdendo

    um pouco daquela carrure tipicamente portuguesa, o que por outro lado foi

    compensado em contexto brasileiro, com a diminuio ou mesmo eliminao de

    certos maneirismos preciosos e um tanto arrebitados que se encontravam na

    metrpole (51).

    Segundo Lcio Costa, o estudo da arquitetura popular portuguesa permitiria aos

    arquitetos modernos brasileiros usarem-no como material de novas pesquisas

    e como lio de uma experincia de mais de trezentos anos (52). Esse estudo

    que consideramos ser um apelo realizao de um inqurito arquitetura

    portuguesa, devia segundo Lcio Costa recuar aos vestgios da habitao (erudita

    e popular) do sc. XVII, sem esquecer por fim, a casa mnima, como dizemos

    agora, a do colono, de todas elas a nica que ainda continua viva em todo o

    pas (53). No podemos deixar de relacionar esta chamada de ateno de Lcio

    Costa para a necessidade de realizar um estudo que documentasse a arquitetura

    popular portuguesa, intitulada Documentao necessria, com o artigo Uma

    iniciativa necessria do arquiteto portugus Keil do Amaral, publicado em 1947

    na revista Arquitetura, em que apelava realizao de um inqurito cientfico

    arquitetura regional portuguesa, destacando a necessidade de efetuar uma

    recolha e classificao de elementos peculiares arquitetura portuguesa nas

    diferentes regies do Pas com vista publicao de um livro, larga e

    criteriosamente documentado (54).

    Em 1955, Keil do Amaral viria a coordenar o Inqurito Arquitetura Regional

    Portuguesa (55), publicado em 1961 com o ttulo Arquitetura Popular em Portugal

    (56). Lcio Costa considerava que nessa pesquisa arquitetura popular

    portuguesa, alm dos sistemas e modos de construo, deveriam ser tambm

    estudadas as diferentes solues de planta e como variavam de uma regio a

    outra (57), procurando assim a lgica construtiva subjacente a cada regio.

    Alfred Agache (1875-1959)

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    Em 1928, o jornal Dirio de Notcias anunciava que o Rio de Janeiro ia mudar a

    sua fisionomia, referindo a visita do Presidente Washington Lus ao atelier do

    urbanista francs Alfred Agache para examinar os planos de remodelao do Rio

    de Janeiro (58). Em 1933, em Portugal, sob a alada do Presidente do Conselho

    Oliveira Salazar, o ministro das Obras Pblicas eng Duarte Pacheco,

    considerando que o Plano de Urbanizao e expanso da Cidade de Lisboa era o

    mais importante de todos os problemas citadinos, convida o arquiteto urbanista

    francs Donat-Alfred Agache a elaborar um plano de urbanizao desde o

    Terreiro do Pao at Cascais (59), que resultaria no Plano de Expanso da Regio

    Oeste de Lisboa. Duarte Pacheco toma conhecimento do trabalho de Agache para

    o Rio de Janeiro, particularmente com o Plano para cidade do Rio de Janeiro

    elaborado entre 1928 e 1930. Este Plano vai tornar-se objeto de ateno

    particular, saindo da esfera dos especialistas e claramente entrando no domnio

    pblico.

    O reconhecimento da importncia do trabalho de Alfred Agache no Rio de

    Janeiro surge tambm expresso numa notcia publicada no Dirio de Lisboa, em

    que este apresentado como o famoso criador da moderna Rio de Janeiro (60).

    O articulista solicitava a Agache que revelasse um pouco do seu parecer acerca

    das possibilidades de construir uma grande via de automobilismo dando eco da

    querena turstica de alguns portugueses amigos da maior valorizao

    lisbonense (61). Na entrevista Agache refere que passava por Lisboa nas suas

    idas ao Brasil, aproveitando para visitar a capital. Desta vez demorava-se um

    pouco mais com o fim de examinar a parte que existe entre Lisboa e Cascais

    (62). Tendo percorrido a regio, considerava que era difcil encarar o caso da

    extenso, pura e simplesmente sem considerar o trecho da cidade em que ela

    principia e que era mesmo na ligao da linda cidade-satlite com a capital

    que residiam os principais factores da obra a planear e a harmonizar (63).

    Segundo notcia publicada no Dirio de Lisboa, Agache refere que j tinha

    passado por Lisboa pelo menos 18 vezes nas suas idas ao Brasil; e cada uma das

    demoras do paquete, no porto, aproveitava para visitar a capital, como turista

    (64). Interrogado sobre o valor urbanstico da margem direita do Tejo em

    comparao com o da famosa Avenida marginal do Rio de Janeiro, Agache

    salienta: Actualmente estamos ainda longe de poder estabelecer bem esse

    paralelo. Devo porm declarar-lhe que h possibilidades de conseguir aqui

    resultados anlogos aos que se obtiveram na primeira cidade brasileira. A futura

    avenida portuguesa, sem ser semelhante do Rio, adaptar-se- perfeitamente

    grandiosidade da Costa do Sol, mesmo com certas particularidades valiosas que

    na fluminense no existem. Basta reparar-se em que a extenso da de c - 30 Km

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    uma condio maravilhosa. O que motivava Agache nesta sua travessia do

    Atlntico, era estudar, de visu, os elementos para a criao de uma cidade de

    repouso e de prazer, a 8 Km de distncia do centro de So Paulo (65).

    Poucos dias depois desta notcia, o mesmo jornal divulgava a futura ao de

    Agache na construo do bairro satlite de Santo Amaro, em So Paulo. Agache

    refere que tinha assistido s necessidades de Minas Gerais, Portalegre,

    Pernambuco e Rio de Janeiro. Ultimamente em Setembro de 1932 fui

    chamado a So Paulo para estudar o arranjo nos arrabaldes do seu sector oeste,

    de uma zona particular, sita ao longo do lago artificial construdo pela Sociedade

    Light and Power. A urbanizao da nova Santo-Amaro, a Cidade-Satlite de

    So Paulo divide-se em 4 partes. Quando efectuar a minha conferncia sobre

    urbanismo em geral, na Sociedade Nacional de Belas Artes, terei ocasio de

    mostrar algumas fotografias da regio do lago, junto do qual surgir a planeada

    cidade-satlite (66).

    Da sua conferncia na Sociedade Nacional de Belas Artes, onde tinha tambm a

    sua sede o Sindicato Nacional dos Arquitetos Portugueses, no temos notcia,

    mas mais uma vez a ao de Agache no Rio de Janeiro surge como argumento

    decisivo para a necessria reforma de Lisboa: Era agora uma ocasio nica de

    enterrar de vez o fantasma do mau gosto, entregando Lisboa a esse homem, que

    fez do Rio de Janeiro colonial e imperial uma cidade do sculo XX, cheia de cor,

    de graa, de luz e de movimento onde o estrangeiro se refastela regalado,

    cercado de todas as comodidades que um homem civilizado pode reclamar.

    Alfredo Agache, no Rio, como em muitas outras urbes de aqum e de alm

    Atlntico, ps mo em tudo, mo sbia e experiente: viao, roteiro, esgotos,

    arborizao e jardinagem, obras de saneamento, construes pblicas e

    privadas, docas e portos que sei eu? Por isso o Brasil o requere de novo, para

    orientar e dirigir a construo dessa cidade maravilhosa, foco de recreio e prazer,

    que vai ser a Santo Amaro paulistana(67).

    Wladimir Alves de Souza (1908-1994)

    No mbito de uma viagem de estudo Europa, em 1949, o arquiteto Wladimir

    Alves de Sousa, que acompanhava um grupo de estudantes brasileiros, finalistas

    da Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, realizou uma

    conferncia sobre Arquitetura Brasileira em Lisboa no Instituto Superior

    Tcnico. Seria igualmente inaugurada uma exposio de arquitetura brasileira

    no salo nobre do mesmo Instituto, em que se apresentou a arquitetura

    moderna brasileira atravs de fotografias, desenhos e maquetas, num conjunto

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    de 85 trabalhos, dos quais cerca de 80% estavam construdos ou em vias de

    construo. Completava-se essa mostra com a colocao disposio do pblico

    de uma coleo de revistas e publicaes para consulta.

    O Jornal O Primeiro de Janeiro de Fevereiro de 1949 informava que o Professor

    Wladimir Alves de Sousa partiu depois para a cidade do Porto, onde proferiu, no

    salo nobre da Escola de Belas Artes dessa cidade, uma comunicao

    subordinada ao tema: A Arquitetura Brasileira em face das Arquiteturas

    Contemporneas. Estiveram presentes para alm do director da Escola de Belas

    Artes do Porto Professor Joaquim Lopes, o sr. Cnsul do Brasil no Porto e o

    Presidente da Cmara da cidade, para alm de muitos arquitetos, engenheiros e

    estudantes. De acordo com a notcia de O Primeiro de Janeiro orador fluente e

    experimentado preleccionador, expondo com clareza e argumentando

    criteriosamente o professor Wladimir Alves de Sousa valorizou a sua preleco

    com uma vasta projeco luminosa de diapositivos de um vasto conjunto de

    obras, de modo a permitir caracterizar a moderna arquitetura brasileira,

    particularizando determinados pormenores. Tudo de modo a fundamentar a

    afirmao que a Arquitetura , essencialmente, uma arte destinada a definir

    margem de qualquer improvisao, uma expresso fidedigna e sempre oportuna

    do meio social duma determinada poca, integrada nos seus ambientes

    topogrfico, climtico e social (68), e que uma das razes fundamentais da

    arquitetura brasileira era tipicamente portuguesa. De modo surpreendente, o

    arquiteto Alves de Sousa estabeleceu ainda um caprichoso mas elucidativo

    confronto entre os estilos do mosteiro de Alcobaa e do edifcio do Ministrio da

    Educao, no Rio de Janeiro, considerando que ambos nas respectivas pocas de

    construo obedeceram a rigorosas exigncias funcionais.

    Segundo Wladimir Alves de Sousa os arquitetos contemporneos so

    intransigentes defensores da tradio em arte, buscando apenas actualiza-la,

    num harmonioso e til equilbrio do passado e do presente, conforme as

    exigncias do meio e o condicionalismo dum progresso sempre renovador,

    chegando mesmo a desenhar o perfil arquitetnico duma antiga residncia

    colonial brasileira, de traa bem portuguesa, considerando que, de acordo com

    os cnones da arquitetura contempornea, se poderia integrar num ambiente

    moderno, sem curiosamente perder o seu bsico sentido original.

    Seguidamente exibiu um documentrio das projees luminosas de diversos

    edifcios da moderna arquitetura brasileira, nomeadamente das cidades do Rio

    de Janeiro, So Paulo e Belo Horizonte, referindo-se em particular a Lcio

    Costa, Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx, Vilanova Artigas e Jorge Machado

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    Moreira. Particularmente interessante foi o destaque que o arquiteto Wladimir

    Alves de Sousa deu prestantssima colaborao de modernos pintores e

    escultores que tm valorizado muitas dessas obras, no seu aspecto decorativo e

    artstico dispensando particulares louvores a Portinari que como pintor de

    fecunda inspirao e de assombroso talento, se dedicou tambm ao culto

    tradicional dos paneaux de artsticos azulejos, como os que decoram o edifcio

    carioca do Ministrio da Educao e o escandaloso monumento arquitetnico

    da igreja matriz da Pampulha, em Belo Horizonte (69). Os estudantes

    visitariam a praia de Ofir e as cidades de Viana do Castelo, Braga e Guimares.

    Partiriam depois para Madrid e seguiriam em misso de estudo para Roma e para

    Paris onde exibiriam tambm o documentrio da exposio de Arquitetura que

    tinham apresentado em Lisboa.

    Consideraes finais

    Os jornais dirios no especializados em arquitetura so fonte profcua sobre o

    conhecimento das viagens de arquitetos, sobre os itinerrios do olhar dos

    arquitetos que devoram arquiteturas e cidades portuguesas a brasileiras e sobre

    os elos de continuidade e/ou ruptura com a tradio e a modernidade. Ao longo

    da histria da arquitetura encontramos momentos em que a cultura

    arquitetnica elimina o suprfluo, elimina as formas artificiais, apoiando-se

    numa arquitetura cuja expresso advm da qualidade dos materiais, da perfeita

    execuo e da razo funcional/estrutural, que adota a soluo mais simples/mais

    sensata. H uma fundamentao arquitetnica da arquitetura, uma esttica que

    determina e coloca em evidncia a verdade ou a sinceridade construtiva. No

    confronto histrico, construo versus decorao, a arquitetura cisterciense

    revela-se como primeira superao das ordens arquitetnicas e afirma a

    construo como paradigma, por isso, uma lio atemporal, susceptvel de ser

    comparada com a arquitetura moderna.

    notas

    NE

    Este artigo faz parte do nmero especial da revista Arquitextos, comemorativo do

    Ano de Portugal no Brasil e do Ano do Brasil em Portugal, conforme

    Resoluo do Conselho de Ministros n. 7/2012, que menciona que Portugal e

    o Brasil acordaram, por ocasio da X Cimeira, na realizao, em 2012, em

    conjunto e simultneo, do Ano de Portugal no Brasil e do Ano do Brasil em

    Portugal, iniciativas concebidas como oportunidades para actualizar as imagens

    recprocas, promover as culturas e as economias de ambos os pases e estreitar

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    os vnculos entre as sociedades civis. Dirio da Repblica, 1 srie, n 10, 13

    jan. 2012, p. 133 .

    1

    Acrescentando que lhe seriam prestadas diversas homenagens pelo Conselho

    Federal de Engenharia e Architectura, pelo Conselho Regional de Engenharia e

    Architectura e pela Escola de Bellas Artes. In Expresso da cultura de um povo.

    Raul Lino em entrevista Noite analysa o significado da architectura histrica.

    Vem ao Brasil o grande architecto de Portugal. A Noite, 12 abr. 1935.

    2

    Um grande artista portuguez. O architecto Raul Lino visitar o Brasil. A Noite, 02

    abr. 1934.

    3

    Raul Lino no Brasil. O notvel architecto portuguez fala Noite em Recife. Seu

    interesse pelo nosso paiz. Impresses sobre o movimento artstico em Portugal.

    A Noite, 17 maio 1935.

    4

    Raul Lino na Bahia, Recepo feita ao grande architecto portuguez. A Noite, 20

    maio 1935.

    5Chegou Raul Lino. O conhecido architecto portuguez teve um desembarque

    concorrido. A Noite, 21 maio 1935.

    6Noticias do Brasil. Raul Lino foi recebido no Rio com as mais inequvocas

    manifestaes de apreo. Dirio de Lisboa, 14 jun. 1935. J em abril o mesmo

    jornal anunciava que Raul Lino iria ao Brasil, publicando uma entrevista com o

    arquiteto: Um grande artista portugus. O arquiteto Raul Lino fala-nos da sua

    viagem ao Brasil onde vai fazer algumas conferencias. Dirio de Lisboa, 08 abr.

    1935.

    7

    O espirito na architectura. este o thema da conferencia de Raul Lino. A Noite,

    30 maio 1935.

    8

    A conferencia de Raul Lino. Alcanou grande xito a dissertao do conhecido

    architecto portuguez. A Noite, 31 maio 1935.

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    9

    Casas portuguezas do sc. XVIII. A nova conferencia de Raul Lino. A Noite, 05

    jun. 1935.

    10

    Raul Lino falar amanh no Gabinete Portugus de Leitura. A Noite, 03 jun.

    1935.

    11

    Raul Lino. Percorreu os lindos recantos da Guanabara e visitou a ilha das Flores.

    A Noite, 10/06/1935.

    12

    Dia 27 ir a Santos e far uma conferencia sobre Solares de Portugal. Dia 28

    tero lugar as visitas a So Vicente e Guaraj. Dia 29 dar-se- a volta para So

    Paulo e dessa cidade para o Rio. In Segue hoje para So Paulo o architecto

    portuguez Raul Lino. A Noite, 19 jun. 1935.

    13

    Cames ser perpetuado no corao de Minas. Raul Lino o artista que talhar o

    bronze, esperado nesta capital. A Noite, 12 jul. 1935.

    14

    Prof. Ral Lino. O ilustre arquiteto dissertou sbre Casas Econmicas. Como o

    Estado portugus resolveu o problema. Dirio Portugues, 31 ago. 1935.

    15

    Idem, ibidem.

    16

    Regressou a Lisboa o ilustre architecto portuguez Raul Lino. O Governo

    Brasileiro conferiu-lhe o oficialato da Ordem Nacional do Cruzeiro. A Noite, 20

    ago. 1935, 5 edio.

    17

    Raul Lino. O ilustre architecto portuguez regressa hoje a Lisboa pelo vila Star.

    A Noite, 20 ago. 1935.

    18

    As tendncias da architectura no Brasil. Raul Lino faz a respeito declaraes em

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    Lisboa. A Noite, 07 out. 1935.

    19

    LINO, Raul. Auriverde jornada recordaes de uma viagem ao Brasil. Lisboa, Ed.

    Valentim de Carvalho, 1937.

    20

    Auri-verde jornada. A Noite, 15 jan. 1938.

    21

    LINO, Raul. Op. cit., p. 131-132.

    22

    Idem, ibidem, p. 138.

    23

    Idem, ibidem, p. 146.

    24

    Idem, ibidem, p. 152.

    25

    O seu amigo Jos Cortez organizaria um almoo no Jockey Club do Rio de

    Janeiro, para lhe apresentar dois colegas brasileiros, ngelo Bruhns e Lcio

    Costa. A respeito do seu colega Lcio Costa diz Raul Lino: Tem na sua calma

    sorridente qualquer coisa de um filsofo ingls, a-pesar-do seu tipo meridional.

    De mediana estatura, so bem brasileiros seus olhos profundos e a sua tez

    morena; mas a cabeleira escorrida e o pequeno bigode rolio parecem falar-nos

    de uma disciplina adquirida nas brumas do Norte. In LINO, Raul. Op. cit., p. 91.

    O seu amigo Edwin Hime organizaria tambm no Jockey Club um encontro de

    Lino com os seus antigos companheiros do colgio em Inglaterra: Cox, Lynch e

    Morrissy. Nessa estadia no Rio de Janeiro Lino revela que num encontro casual

    com Paulo Prado no Palace Hotel e trocando impresses sobre Ea de Queiroz,

    este lhe teria comunicado que existia em S. Paulo um quadrinho pintado pelo

    autor do Primo Baslio.

    26

    LINO, Raul. Op. cit., 1937, p. 91.

    27

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    Idem, ibidem, p. 95-97.

    28

    LINO, Raul. Afinidades e analogias. Dirio de Notcias, 12 jan. 1953.

    29

    BITTAR, William. Formao da arquitetura moderna no Brasil (1920-1940).

    Moderno e Nacional. 6 Seminrio DOCOMOMO Brasil. Niteri, Novembro, 2005

    .

    30

    A representao brasileira na exposio dos centenrios portugueses. Projecto

    Pavilho Brasileiro no futuro grandioso certmen. A Noite, 21 nov. 1939.

    31

    A partir da ideia lanada em 1929 pelo embaixador Alberto de Oliveira em 1938

    publicada na primeira pgina no jornal Dirio de Notcias a Nota Oficiosa da

    Presidncia do Conselho anunciando as festas nacionais grandiosas e de

    repercusso internacional comemorativas do duplo centenrio da Fundao e

    Restaurao de Portugal. Cottinelli Telmo seria o arquiteto-chefe da Exposio

    do Mundo Portugus realizada em 1940 na Zona Marginal de Belm.

    32

    ACCIAIUOLI, Margarida. Exposies do Estado Novo 1934-1940. Lisboa, Livros

    Horizonte, 1998, p. 184-188.

    33

    Idem, ibidem, p. 187.

    34

    Os Premios do Concurso da Sociedade Brasileira de Architectos. A Noite, 27 fev.

    1923.

    35

    Idem, ibidem.

    36

    Este era um dos pontos do Declogo do arquiteto brasileiro, de 1923.

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    37

    MARIANNO FILHO, Jos. margem do problema arquitetnico nacional. Rio de

    Janeiro, Grfica C. Mendes Jnior, 1943, p. 7.

    38

    SANTOS, Paulo. Presena de Lucio Costa arquitetura contempornea do Brasil.

    Manuscrito indito, Arquivo Paulo Santos, Pao Imperial do Rio de Janeiro,

    1962, p. 12.

    39

    Jos Marianno Filho proporia criar novas disciplinas tais como Estaturia,

    Histria da Arte Brasileira e Filosofia da Arte, no vindo no entanto a ser

    aprovada a sua proposta, e o seu mandato terminaria em maio de 1927.

    40

    MARIANNO FILHO, Jos. Op. cit.,p. 7.

    41

    PINHEIRO, Maria Lcia Bressan. A Histria da Arquitetura Brasileira e a

    Preservao do Patrimnio Cultural, Revista CPC, So Paulo, v.1, n.1, nov.

    2005/abr. 2006, p. 59-60.

    42

    MARIANNO FILHO, Jos. Op. cit., p. 7.

    43

    Na Escola Politcnica de So Paulo o engenheiro-arquiteto Alexandre

    Albuquerque, professor das cadeiras de Histria da Arquitetura, Esttica e Estilos,

    entre 1921 e 1925 promove excurses tcnicas com os seus alunos, destinadas

    a cidades como Itanham, Ouro Preto, Tiradentes e Congonhas do Campo,

    sempre que permitiram as verbas destinadas a exerccios prticos em nossos

    escassos oramentos escolares. Nas excurses, os alunos eram incentivados a

    fazer desenhos e levantamentos in loco de edifcios importantes, parte dos quais

    foi mais tarde publicado no Boletim do Instituto de Engenharia (n. 63, agosto

    1930, p. 59-62), in PINHEIRO, Maria Lcia Bressan. A histria da arquitetura

    brasileira e a preservao do patrimnio cultural, Revista CPC, So Paulo, v. 1, n.

    1, nov. 2005/abr. 2006, p.57. Segundo Alexandre Albuquerque para estimar o

    colonial preciso conhec-lo. necessrio viajar e longamente meditar em

    frente de cada monumento. Quem j viajou pelas nossas cidades coloniais,

    quem conhece Ouro Preto, Mariana, Congonhas, So Joo del Rey, Tiradentes,

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    para citar apenas algumas, sabe distinguir a arte portuguesa aclimatada, da que

    floresceu no velho mundo, in ALBUQUERQUE, Alexandre. Aleijadinho e arte

    colonial. Boletim do Instituto de Engenharia, n. 63, ago. 1930, p. 59-61. Em 1926

    o jornal O Estado de So Paulo realiza um inqurito arquitetura colonial e

    publica entrevistas realizadas a defensores do movimento neocolonial.

    44

    Em Portugal partindo da ideia inicial do Presidente da Academia Nacional de

    Belas Artes o Ministrio da Educao cria em 1936 as Misses Estticas de Frias

    que eram organizadas pela Academia Nacional de Belas Artes. No prembulo do

    diploma da sua criao so definidos os objetivos: integrar a Arte num unitrio

    e activo programa de educao nacional () dotar a formao dos artistas e

    estudantes portugueses de Artes Plsticas [Pintura, Escultura e Arquitetura] com

    o conhecimento esttico da Nao, nos seus valores naturais e monumentais, de

    que so to ricas as nossas provncias, ao mesmo tempo que se contribuir para

    a realizao do respectivo cadastro, inventrio e classificao, in Decreto-Lei n

    26 957, do Ministrio da Educao, Dirio do Governo, I Srie, n 202 de 28 de

    agosto, p.1039. Para alm do trabalho de atelier os estagirios/estudantes

    realizavam visitas de estudo, elaboravam registros e eram organizadas

    conferncias; em novembro e dezembro era realizada a exposio final dos

    trabalhos acompanhada da publicao de um catlogo.

    MARIANNO FILHO, Jos. Op. cit.,p. 83.

    46

    Consideraes sobre o nosso gosto e estilo. A Noite, 18 jun. 1924.

    47

    Idem, ibidem.

    48

    Idem, ibidem.

    49

    O novo diretor da Escola de Belas Artes e as directrizes de uma reforma. O Globo,

    29 dez. 1930.

    50

    Idem, ibidem.

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    51

    COSTA, Lcio. Documentao necessria (1937). In XAVIER, Alberto; CANEZ,

    Anna Paula (org). Lcio Costa: sbre arquitetura. Porto Alegre, UniRitter, 2007, p.

    86-87.

    52

    Idem, ibidem.

    53

    COSTA, Lcio. Op. cit., 1937, p. 89.

    54

    AMARAL, Keildo. Uma iniciativa necessria. Arquitetura: Revista de Arte e

    Construo, Ano XX, 2. srie, n. 14, Lisboa, abr. 1947, p. 12-13.

    55

    O Decreto-lei n. 40.349 de 19 de Outubro do Ministrio das Obras Pblicas

    presidido por Arantes e Oliveira, estipula o subsdio at ao montante de

    500.000$00 destinado a cobrir os encargos com a investigao sistemtica dos

    elementos arquitetnicos tradicionais das diversas regies do pas; afirmando

    que a arquitetura popular contm em si uma lio viva e evidente valor prtico

    para o desejado aportuguesamento da arquitetura moderna no nosso pas; o

    pas dividido em 6 zonas, cada uma coberta por um chefe da equipa e por 2

    outros arquitetos mais jovens; zona 1: Fernando Tvora, Rui Pimentel e

    Antnio Meneres (Minho, Douro Litoral e Beira Litoral); zona 2: Lixa Filgueiras,

    Arnaldo Arajo e Carvalho Dias (Trs-os-Montes e o Alto Douro); zona 3: Keil

    do Amaral, Huertas Lobo e Joo Malato (as Beias); zona 4: Nuno Teotnio

    Pereira, Pinto de Freitas e Silva Dias (Estremadura, Ribatejo e Beira Litoral);

    zona 5: Frederico George, Azevedo Gomes e Mata Antunes (Alentejo); zona 6:

    Pires Martins, Celestino de Castro e Fernando Torres (Algarve e Alentejo

    Litoral). Em 1953 na Escola de Belas Artes do Porto, Fernando Tvora orienta o

    Ensaio de Inqurito s expresses e tcnicas tradicionais portuguesas no mbito da

    criao de um Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo na Escola de Belas

    Artes do Porto, in FERNANDES, Eduardo Jorge Cabral dos Santos. A escolha do

    Porto: contributos para a actualizao de uma ideia de Escola. Braga, Universidade

    do Minho, 2010. Tese de doutorado, p.185. Fernando Tvora, Octvio Lixa

    Filgueiras e Alfredo Viana de Lima participam no X CIAM dedicado ao tema do

    Habitat, realizado em Agosto de 1956 em Dubrovnik, apresentando um estudo-

    proposta de uma comunidade rural de Trs-os-Montes, com a comunicao

    Habitat Rural Nouvelle Communaut Agricole.

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    56

    Arquitetura Popular em Portugal. Lisboa, Associao dos Arquitetos Portugueses,

    1980, p. XX.

    57

    COSTA, Lcio. Op. cit., 1937, p. 90.

    58

    ainda referido que o espao do antigo Morro do Castelo ser aproveitado para

    a construo de grandes edifcios modernos e amplas praas ajardinadas, com

    iluminao adequada, que faa salientar, de noite, a perspectiva dos 'arranha-

    cus'. Na Ponta do Calabouo ser construdo um edifcio para Panteo

    Nacional, e completar-se- a beleza do local com jardins. O Saco da Glria

    ser terraplanado, para a construo duma praa monumental, que se chamar

    Entrada do Brasil e se destinar a recepo de hspedes ilustres, a paradas,

    etc, in O Rio de Janeiro vai mudar a sua fisionomia. Dirio de Notcias, 16 nov.

    1928.E o jornal O Sculo publicava-se: Rio de Janeiro, 13 esperado

    brevemente o arquiteto francs Alfredo Agache, que volta ao Rio para prosseguir

    a execuo dos planos de embelezamento da capital federal.Por um telegrama de

    Paris, sabe-se que o embaixador Dr. Sousa Dantas lhe ofereceu um almoo de

    despedida, in Pelo Brasil. O Embelezamento do Rio de Janeiro. O Sculo, 14

    ago. 1928.

    59

    Um Plano de realizaes. Todos os desempregados vo ter trabalho dentro de

    pouco tempo, diz-nos o ministro das obras pblicas. Dirio de Lisboa, 24 fev.

    1933.

    60

    Idem, ibidem.

    61Idem, ibidem.

    62Idem, ibidem.

    63Idem, ibidem.

    64Idem, ibidem.

    65Idem, ibidem.

  • 10/11/13 arquitextos 148.00 brasil/portugal: Arquitecturas e cidades devoradas entre Portugal e o Brasil | vitruvius

    www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.148/4501 21/22

    1. http://dre.pt/pdf1sdip/2012/01/01000/0013300135.pdf

    2. http://www.docomomo.org.br/seminario%206%20pdfs/William%20Bittar.pdf

    66

    Ideias modernas acerca de urbanismo. S. Paulo e a sua futura cidade satlite. O

    grande urbanista Agache fala-nos da sua nova criao. Dirio de Lisboa, 26 jul.

    1933, p. 7.

    67

    A visita de Agache. Podia aproveitar-se para pensar a srio na modernizao

    urbanstica de Lisboa. Dirio de Lisboa, 29 jul. 1933, p. 3.

    68

    Os estudantes brasileiros de arquitetura que visitam hoje Viana do Castelo,

    Braga e Guimares chegaram ontem a esta cidade, tendo o chefe dessa misso

    cultural proferido, na Escola de Belas Artes do Porto, uma preleco magistral. O

    Primeiro de Janeiro, 25 fev. 1949, p. 2.

    69

    Idem, ibidem.

    sobre a autora

    Paula Andr doutora em arquitetura e Urbanismo; Professora Auxiliar do

    Departamento de Arquitetura e Urbanismo do ISCTE-IUL; Docente no Mestrado

    Integrado em Arquitetura; Docente no Mestrado em Histria Moderna e

    Contempornea; especialidade em Cidades e Patrimnio; Docente no Mestrado

    em Gesto e Estudos da Cultura. Membro Efectivo do Centro de Estudos sobre a

    Mudana Socioeconmica e o Territrio (DINAMIA-CET); membro da equipa do

    Laboratrio de Habitao (LAB HAB; ISCTE-IUL); membro da Direco do Centro

    de Estudos Urbanos (CEURBAN); membro da Rede Portuguesa de Morfologia

    Urbana (PNUM), membro da Associao Portuguesa de Historiadores da Arte

    (APHA) e membro do International Council on Monuments and Sites (ICOMOS

    Portugal).

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    www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.148/4501 22/22