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Aula 04 Noções de Arquivologia p/ DPU - Agente Administrativo Professor: Felipe Petrachini

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    Noes de Arquivologia p/ DPU - Agente AdministrativoProfessor: Felipe Petrachini

  • Arquivologia para Agente Administrativo da Defensoria Pblica da Unio Teoria e exerccios comentados

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    AULA 04 Legislao Arquivstica

    SUMRIO PGINA

    Sumrio

    5. Legislao Aplicvel aos Arquivos Pblicos ................................................ 1

    5.1. Constituio Federal ............................................................................. 2

    5.2. Lei 8.159/1991 ...................................................................................... 3

    5.4 Decreto 4.073/2002 (Executivo Federal).............................................. 11 5.3. Decreto 4.915/2003 (Executivo Federal) ............................................. 18 5.5. Lei 5.433/1968, Decreto Federal 1.799/1996 e Resoluo CONARQ n

    10/1999 ................................................................................................................. 22

    5.6. Decreto 4553/2002 ............................................................................. 31

    5.7. Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso Informao) ................................... 31 5.8. Lei 12.682/2012 .................................................................................. 38

    Despedida .................................................................................................. 41

    Questes Comentadas Resolues CONARQ........................................... 42

    5. Legislao Arquivstica

    Esta aula um compndio dos principais diplomas legais e dos principais artigos que costumam ser exigidos em prova.

    Como voc ver logo frente, no falaremos nem mesmo de todos os artigos dos diplomas que sero estudados em aula. Assim o sendo, embora o contedo desta aula seja suficiente para fazer uma excelente prova, caso voc tenha um tempo extra em sua agenda, leia diretamente os respectivos diplomas, pois o examinador sempre pode pescar um artigo insosso para fazer uma questo.

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    Voc tambm vai reparar que j falamos de tudo que est sendo estudado aqui. Sabe por qu? Porque o curso todo foi baseado em legislao e doutrina. Neste ponto dos seus estudos, voc j conhece a legislao voltada aos arquivos.

    Resta apenas conhecer a fonte de onde tirei os dados.

    5.1. Constituio Federal

    Sim meus caros, nossa vasta e quase interminvel Carta Magna disse uma palavrinha ou duas que o estudante de arquivologia deve tambm ouvir falar.

    J aviso logo que no foi exatamente dos arquivos que a Constituio Federal falou em seu texto, mas de algo muito caro s Democracias: a informao.

    Informao, como quero acreditar que os Senhores ainda se recordam , a parte intangvel do documento. a ideia fixada em suporte.

    E quais artigos devemos conhecer? Eu ficaria com estes aqui:

    Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:

    [...]

    XXXIII - todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado.

    Olha o lendrio artigo 5 aqui, diretamente das suas aulas de Direito Constitucional.

    De uma s vez, esta nao deixa claro que todos tm direito a receber informaes dos rgos pblicos, mas tambm qualifica algumas informaes que, por sua importncia, no devem ser franqueadas a este mesmo pblico. Neste segundo caso, est presente a ideia de sigilo, j conhecida por vocs.

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    Caso seu professor de Constitucional no tenha sido suficientemente enftico (porque tenho certeza de que ele falou o que direi agora), o direito informao diz respeito ao seu prprio nariz, ou quilo que for da conta de todo mundo .

    Voc tem direito de obter informaes que digam respeito a voc, e quelas que digam respeito ao interesse coletivo ou geral. A princpio, voc NO tem direito a informaes de interesses de terceiros, Salvo casos especficos, que no dizem respeito ao nosso estudo aqui.

    O segundo artigo que considero importante est perdido quase l no fim da Constituio Federal, e mesmo assim, no todo ele que nos interessa:

    Art. 216. Constituem patrimnio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referncia identidade, ao, memria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

    [...]

    2 - Cabem administrao pblica, na forma da lei, a gesto da documentao governamental e as providncias para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

    Fui obrigado a transcrever o artigo 216, mas o que realmente nos importa aqui o pargrafo 2 daquele artigo. Nesta parte, a Constituio prev a criao de um diploma legal que discipline a gesto de documentos dentro dos rgospblicos.

    Com esta deixa, passamos ao captulo seguinte, que possui a lei e o decreto mais importante do nosso curso.

    5.2. Lei 8.159/1991

    Meu caro, se seu tempo estiver curto e voc s puder ler uma lei, leia a Lei 8.159/1991.

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    Ela , de longe, a lei mais importante do curso, sendo o alfa e o mega de tudo, tudo, tudo mesmo que aprendemos sobre arquivologia e arquivstica ao longo do curso.

    A verso completa da lei tem 28 artigos, dos quais trs deles encontram-se revogados pela Lei 12.527/2011 (artigos 22 a 24).

    O link dela est aqui: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm

    Fiquei aqui pensando em como passar o contedo sem ser maante. Cheguei a duas concluses: no vou reproduzir integralmente a legislao, para no tornar o PDF cansativo, e, como recebi inmeras crticas positivas quanto ao uso e DEXVRGDSDOKHWDGHFRUHVGR0LFURVRIW:RUGYRXFRORULUDOHJLVODomRQDVSDUWHVem que vocs devem ter mais ateno.

    Olha s como no difcil.

    Conforme o prprio prembulo da lei, esta Dispe sobre a poltica nacional de arquivos pblicos e privados e d outras providncias.

    A razo de estarmos aqui portanto .

    Vamos aos principais artigos:

    Art. 2 - Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de documentosproduzidos e recebidos porrgos pblicos, instituies de carter pblico e entidades privadas, em decorrncia do exerccio de atividades especficas, bem como por pessoa fsica, qualquer que seja o suporte da informao ou a natureza dos documentos.

    Olha s meu filho, tudo que eu venho repetindo, constantemente, aula aps aula. Seu querido professor no infernizou voc este tempo todo inutilmente. O artigo 2 define, em todo seu esplendor e glria, o que um arquivo.

    E o prximo artigo ainda melhor:

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    Art. 3 Considera-se gesto de documentos o conjunto de procedimentos e operaes tcnicasreferentes sua produo, tramitao, uso, avaliaoe arquivamento emfase corrente e intermediria, visando a sua eliminao ou recolhimento para guarda permanente.

    O tio no s j comentou esse artigo, como escreveu um captulo inteiro sobre ele. Pode conferir as aulas passadas que ir encontra-lo, com as mesmas cores e detalhes. E cai em prova. DIRETO!

    Seguindo. Lembra-se do nosso artigo 5, inciso XXXIII?

    Embora ele tenha sido j bastante enftico, a Lei 8159/1991 no perdeu a oportunidade de reproduzi-lo. A informao do artigo 4 desta lei corresponde mesma ideia daquele inciso. Veja s:

    Art. 4 - Todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujos sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado, bem como inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.

    Novidade: A Lei trata de documentos, e assim sendo, normal que adequasse a redao do inciso ao objeto que busca regulamentar. Tambm especificou as hipteses de sigilo com um pouco mais de detalhamento, mas, de resto, a mesma coisa .

    Depois deste, temos alguns artigos menos nobres, que dispensarei a reproduo .

    Seguindo em frente.

    Art. 7 - Os arquivos pblicos so os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exerccio de suas atividades, por rgos pblicos de mbito federal, estadual, do Distrito Federal

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    e municipal em decorrncia de suas funes administrativas, legislativas e judicirias.

    1 - So tambm pblicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituies de carter pblico, por entidades privadas encarregadas da gesto de servios pblicos no exerccio de suas atividades.

    2 - A cessao de atividadesde instituies pblicas e de carter pblico implicao recolhimento de sua documentao instituio arquivstica pblicaou a sua transferncia instituio sucessora.

    O artigo 7, de novo, a consagrao de todo o nosso curso.

    Arquivo, qualquer que seja, o conjunto de documentos produzidos e recebidos no exerccio das atividades de determinada entidade.

    Assim sendo, arquivo pblico o conjunto de documentos produzidos e recebidos por rgos pblicos. Simples assim .

    O pargrafo 1 chama a ateno a uma particularidade j cobrada em prova: documentos de instituies privadas podem tambm compor o que se chama de arquivo pblico, nas hipteses nele previstas.

    E o pargrafo 2 tambm j foi cobrado em prova. Ele trata de uma situao especfica de encerramento de atividades de determinada instituio pblica.

    S para ficar bem claro:

    A cessao de atividadesde instituies pblicas e de carter pblico

    Implica

    recolhimento de sua documentao instituio arquivstica pblica

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    ou

    sua transferncia instituio sucessora

    E como saberemos qual dos dois procedimentos tomar? A existncia de uma instituio sucessora, que venha a exercer as atividades da entidade original.

    Alis, este caso particularmente curioso. De acordo com o princpio da provenincia, dois fundos de arquivo diferentes no podem ser misturados, e este o princpio mais importante da arquivstica. Ainda assim, em caso de sucesso, pode ser que a instituio sucessora se veja servida agora dos documentos do fundo que sucedeu, e com o seu acervo prprio.

    O que fazer? Vou dizer a vocs o que NO FAZER: estes fundos no devem ser misturados. So dois fundos de arquivo totalmente independentes, que devero ser mantidos pela instituio exatamente desta forma.

    Olha outro artigo j amplamente estudado na Aula 02:

    Art. 8 - Os documentos pblicos so identificados como correntes, intermediriose permanentes.

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    1 - Consideram-se documentos correntesaqueles em curso ou que, mesmo sem movimentao, constituam objeto de consultas freqentes.

    2 - Consideram-se documentos intermediriosaqueles que, no sendo de uso corrente nos rgos produtores, por razes de interesse administrativo, aguardam a sua eliminao ou recolhimento para guarda permanente.

    3 - Consideram-se permanentesos conjuntos de documentos de valor histrico, probatrio e informativo que devem ser definitivamente preservados.

    No preciso repetir o que foi dito em aula n? Espero que no Mas se tiver dvida sobre este trecho, conversa l comigo no frum que a gente esclarece tudo :D.

    Passando adiante, temos o querido artigo 9 e 10:

    Art. 9 - A eliminao de documentos produzidos por instituies pblicas e de carter pblico ser realizada mediante autorizao da instituio arquivstica pblica, na sua especfica esfera de competncia.

    Art. 10 - Os documentos de valor permanenteso inalienveise imprescritveis.

    Todos termos familiares ao Direito Civil. Lembre-se de que os documentos de valor permanente jamais perdem esta caracterstica.

    Ns j conversamos sobreisto, e caso voc no se lembre:

    07. CESPE 2012 ANATEL - Os documentos de valor permanente, consoante legislao, no devem ser eliminados ou alienados.

    Comentrios: Item correto. Os documentos permanentes nunca podem ser eliminados, nem alienados (vendidos). o que nos diz o art. 10 da lei art. 8.159/91:

    Art. 10 - Os documentos de valor permanente so inalienveis e imprescritveis.

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    Lembre-se que os documentos permanentes possuem valor histrico, no VHQGR PDLV SURSULHGDGH WHFQLFDPHQWH QmR HVWmR PDLV VRE D FXVWyGLD GDinstituio de origem, constituindo patrimnio histrico da nao.

    O artigo 12 bom que vocs apenas conheam, pois fonte inesgotvel de cascas de banana para concurseiros incautos:

    Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Pblico como de interesse pblico e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a histria e desenvolvimento cientfico nacional.

    5HSDUH QR pode Existe sim a possibilidade de um arquivo privado ser identificado como de interesse pblico e social, basta apenas que sejam atendidos os requisitos de relevncia histrica e cientifica do conjunto de documentos custodiados por esse arquivo.

    Estes arquivos se submetem a algumas regras especficas da Lei 8.159/1991. Vale a pena dar uma lida:

    Art. 13 - Os arquivos privados identificados como de interesse pblico e social no podero ser alienados com disperso ou perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior.

    Pargrafo nico - Na alienao desses arquivos o Poder Pblico exercer preferncia na aquisio.

    Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de interesse pblico e social poder ser franqueado mediante autorizao de seu proprietrio ou possuidor.

    Art. 15 - Os arquivos privados identificados como de interesse pblico e social podero ser depositados a ttulo

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    revogvel, ou doados a instituies arquivsticas pblicas.

    Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos anteriormente vigncia do Cdigo Civil ficam identificados como de interesse pblico e social.

    Pois bem, vamos em frente:

    Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gesto e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a poltica nacional de arquivos.

    Pargrafo nico - Para o pleno exerccio de suas funes, o Arquivo Nacional poder criar unidades regionais.

    Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gesto e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal no exerccio das suas funes, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.

    Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judicirio Federal a gesto e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Judicirio Federal no exerccio de suas funes, tramitados em juzo e oriundos de cartrios e secretarias, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.

    Preste ateno!!! (nunca se sabe quando poder ser cobrado ): o Executivo Federal possui um rgo prprio para cuidar dos documentos por ele produzidos e recebidos no desempenho de suas atividades: o Arquivo Nacional.

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    Isto to importante que algumas bancas simplesmente desconsideram o fato de a prova ser aplicada para concursos de outras esferas e outros poderes da Repblica! Significa que, mesmo que voc se veja diante de uma prova do Legislativo Municipal, Judicirio Estadual, e o quaisquer outras combinaes possveis, vai encontrar utilidade neste artigo e no Decreto que se seguir .

    Quanto aos demais poderes, a lei cuida apenas de conceder-lhes competncia para gerir seus documentos da maneira que melhor lhes aprouver.

    Pois bem, o prximo passo da aula seria falar dos artigos 23, 24 e 25. Felizmente, seu professor, como o bacharel em direito e aspirante a advogado, recusado pela OAB, em virtude do artigo 28, inciso VII da Lei 8906 de 1994 (fique tranquilo pois esse artigo trata sobre a incompatibilidade de determinadas atividades com o exerccio da advocacia. ), sabe que estes artigos foram revogados.

    A parte interessante deles tratava sobre sigilo de documentos. Tudo isso ser visto quando falarmos da Lei 12.527 de 2011, na parte que nos interessar.

    E para terminar

    Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), rgo vinculado ao Arquivo Nacional, que definir a poltica nacional de arquivos, como rgo central de um Sistema Nacional de Arquivos (SINAR).

    O CONARQ est inserido dentro de um sistema maior, chamado SINAR. Cabe ao SINAR implementar a racionalizao das atividades arquivsticas, de forma a garantir a integridade do ciclo documental, sendo o CONARQ seu rgo central.

    5.4 Decreto 4.073/2002 (Executivo Federal)

    O Decreto 4.073/2002 trata tanto do CONARQ como do SINAR. Como seu edital no pediu especificamente o decreto, no precisaremos estuda-lo profundamente, mas apenas conhecer os principais artigos que costumam cair na prova.

    Comecemos pelo CONARQ:

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    Art. 1o O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, rgo colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, tem por finalidade definir a poltica nacional de arquivos pblicos e privados, bem como exercer orientao normativa visando gesto documental e proteo especial aos documentos de arquivo.

    O CONARQ o rgo que organiza o funcionamento dos arquivos pblicos e privados no Brasil. Todos os temas que vimos ao longo das aulas fruto no s do trabalho de doutrinadores na disciplina, mas da regulamentao promovida pelo Conselho Nacional de Arquivos.

    Voc no precisar conhecer todo o Decreto 4.073/2000, mas convm conhecer os prximos artigos. O primeiro que mostrarei trata das competncias do CONARQ:

    Art. 2o Compete ao CONARQ:

    I - estabelecer diretrizes para o funcionamentodoSistema Nacional de Arquivos - SINAR, visando gesto, preservao e ao acesso aos documentos de arquivos;

    II - promover o inter-relacionamento de arquivos pblicos e privados com vistas ao intercmbio e integrao sistmica das atividades arquivsticas;

    II - propor ao Ministro de Estado da Justia normas legais necessrias ao aperfeioamento e implementao da poltica nacional de arquivos pblicos e privados; (Redao dada pelo Decreto n 7.430, de 2011) Vigncia

    IV - zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e legais que norteiam o funcionamento e o acesso aos arquivos pblicos;

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    V - estimular programas de gesto e de preservao de documentospblicos de mbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, produzidos ou recebidos em decorrncia das funes executiva, legislativa e judiciria;

    VI - subsidiar a elaborao de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo metas e prioridades da poltica nacional de arquivos pblicos e privados;

    VII - estimular a implantao de sistemas de arquivosnos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e nos Poderes Executivo e Legislativo dos Municpios;

    VIII - estimular a integrao e modernizao dos arquivos pblicos e privados;

    IX - identificar os arquivos privados de interesse pblico e social, nos termos do art. 12 da Lei no 8.159, de 1991;

    X - propor ao Presidente da Repblica, por intermdio do Ministro de Estado da Justia, a declarao de interesse pblico e social de arquivos privados;

    XI - estimular a capacitao tcnica dos recursos humanosque desenvolvam atividades de arquivo nas instituies integrantes do SINAR;

    XII - recomendar providncias para a apurao e a reparao de atos lesivos poltica nacional de arquivos pblicos e privados;

    XIII - promover a elaborao do cadastro nacional de arquivos pblicos e privados, bem como desenvolver atividades censitrias referentes a arquivos;

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    XIV - manter intercmbio com outros conselhos e instituies, cujas finalidadessejam relacionadas ou complementaress suas, para prover e receber elementos de informao e juzo, conjugar esforos e encadear aes;

    XV - articular-se com outros rgos do Poder Pblico formuladores de polticas nacionais nas reas de educao, cultura, cincia, tecnologia, informao e informtica.

    Vou apresentar a composio do CONARQ um pouco mais tarde, pois far mais sentido quando voc conhecer o SINAR.

    Muito bem, falemos do SINAR agora. O SINAR o nosso Sistema Nacional de Arquivos. E o que ele faz?

    Art. 10. O SINAR tem por finalidade implementar a poltica nacional de arquivos pblicos e privados, visando gesto, preservao e ao acesso aos documentos de arquivo.

    O CONARQ concebe, o SINAR torna realidade . Por esta razo, voc ver que as competncias do SINAR consistem em aes, ao passo que as do CONARQ podem ser associadas ao planejamento de todo o sistema de arquivos.

    Veja voc mesmo:

    Art. 13. Compete aos integrantes do SINAR:

    I - promover a gesto, a preservao e o acesso s informaese aos documentos na sua esfera de competncia, em conformidade com as diretrizes e normas emanadas do rgo central;

    II - disseminar, em sua rea de atuao, as diretrizes e normas estabelecidas pelo rgo central, zelando pelo seu cumprimento;

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    III - implementar a racionalizao das atividades arquivsticas, de forma a garantir a integridade do ciclo documental;

    IV - garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor permanente;

    V - apresentar sugestes ao CONARQ para o aprimoramento do SINAR;

    VI - prestar informaes sobre suas atividades ao CONARQ;

    VII - apresentar subsdios ao CONARQ para a elaborao de dispositivos legais necessrios ao aperfeioamento e implementao da poltica nacional de arquivos pblicos e privados;

    VIII - promover a integrao e a modernizao dos arquivos em sua esfera de atuao;

    IX - propor ao CONARQ os arquivos privados que possam ser considerados de interesse pblico e social;

    X - comunicar ao CONARQ, para as devidas providncias, atos lesivos ao patrimnio arquivstico nacional;

    XI - colaborar na elaborao de cadastro nacional de arquivos pblicos e privados, bem como no desenvolvimento de atividades censitrias referentes a arquivos;

    XII - possibilitar a participao de especialistas nas cmaras tcnicas, cmaras setoriais e comisses especiais constitudas pelo CONARQ;

    XIII - proporcionar aperfeioamento e reciclagem aos tcnicos da rea de arquivo, garantindo constante atualizao.

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    Tudo aquilo que est colorido merece uma ateno especial, mas como eu disse, sem pnico (eu disse neura, mas voc entendeu a ideia). Estou apenas apresentando as estruturas que compem o maravilhoso mundo da gesto de documentos na Administrao Pblica Federal. Voc no precisa conhec-las a fundo, apenas ter cincia de seu papel no grande quadro.

    Seguindo uma ordem um pouco diferente daquela proposta pela legislao, vou falar agora dos integrantes do CONARQ e do SINAR (se fosse seguir a ordem do Decreto, j teramos falado dos integrantes do CONARQ bem antes ).

    Comecemos pelo SINAR:

    Art. 12. Integram o SINAR:

    I - o Arquivo Nacional;

    II - os arquivos do Poder Executivo Federal;

    III - os arquivos do Poder Legislativo Federal;

    IV - os arquivos do Poder Judicirio Federal;

    V - os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio;

    VI - os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio;

    VII - os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo.

    1o Os arquivos referidos nos incisos II a VII, quando organizados sistemicamente, passam a integrar o SINAR por intermdio de seus rgos centrais.

    2o As pessoas fsicas e jurdicas de direito privado, detentoras de arquivos, podem integrar o SINAR mediante acordo ou ajuste com o rgo central.

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    Basicamente: o SINAR abrange todos os arquivos de todas as pessoas jurdicas de Direito Pblico do pas, e ainda deixa abertura para que pessoas fsicas e jurdicas de direito privado possam tambm integrar o sistema.

    E porque eu escolhi falar do SINAR antes? Primeiro porque o SINAR composto por rgos, ao passo que o CONARQ composto por representantes, em grande parte oriundos daqueles rgos que compem o CONARQ.

    Assim, agora que voc j conhece os rgos que compem o SINAR, ser mais fcil de identificar os membros do CONARQ, oriundos desses mesmos rgos.

    Veja s:

    Art. 3o So membros conselheiros do CONARQ:

    I - o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o presidir;

    II - dois representantes do Poder Executivo Federal;

    III - dois representantes do Poder Judicirio Federal;

    IV - dois representantes do Poder Legislativo Federal;

    V - umrepresentante do Arquivo Nacional;

    VI - dois representantes dos Arquivos Pblicos Estaduais e do Distrito Federal;

    VII - dois representantes dos Arquivos Pblicos Municipais;

    E agora vem o pessoal que voc no conhece:

    VIII - um representante das instituies mantenedoras de curso superior de arquivologia;

    IX - umrepresentante de associaes de arquivistas;

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    X - trs representantes de instituies que congreguem profissionais que atuem nas reas de ensino, pesquisa, preservao ou acesso a fontes documentais.

    1o Cada Conselheiro ter um suplente.

    2o Os membros referidos nos incisos III e IV e respectivos suplentes sero designados pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e pelos Presidentes da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente.

    3o Os conselheiros e suplentes referidos nos inciso II e V a X sero designados pelo Presidente da Repblica, a partir de listas apresentadas pelo Ministro de Estado da Justia, mediante indicaes dos dirigentes dos rgos e entidades representados. (Redao dada pelo Decreto n 7.430, de 2011)

    4o O mandato dos Conselheiros ser de dois anos, permitida uma reconduo.

    5o O Presidente do CONARQ, em suas faltas e impedimentos, ser substitudo por seu substituto legal no Arquivo Nacional.

    Agora voc conhece os rgos que fazem os arquivos pblicos e privados funcionarem no pas, de tal forma que os principais aspectos deste Decreto j foram superados!

    Se tiver um tempo, d uma lida no Decreto. So apenas 30 artigos e nunca se sabe quando o examinador vai resolver inovar .

    Voc pode ir em frente .

    5.3. Decreto 4.915/2003 (Executivo Federal)

    Meu amigo, este Decreto tambm se refere ao Executivo Federal. E como todos os Decretos estudados nesta aula, so to importantes que so cobrados

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    inclusive em provas de concursos que no tem absolutamente nada a ver com o Executivo Federal.

    Posso dizer, por experincia prpria, que este o poder que mais adora editar decretos, instrues normativas e ordens de servio interpretando e regulamentando a legislao existente.

    Atravs do Decreto 4915/2003, conforme seu prprio prembulo, buscou-se UHJXODPHQWDU R disposto no art. 30 doDecreto-Lei 200/1967, no art. 18 da Lei 8.159/1991, e no Decreto no 4.073/2002, de 3 de janeiro de 2002

    Pela ordem:

    - O Decreto-Lei 200/1967 dispe sobre a Administrao Pblica Federal e existe desde os tempos em que o tio Hely Lopes Meireles ainda era vivo. frequentemente estudado em Direito Administrativo e Administrao Pblica, e s apareceu no texto da lei porque uma lei que dispe sobre procedimentos a serem adotados dentro do Executivo Federal.

    O Decreto 4.073/2002trata especificamente do CONARQ. J falamos dele, e falaremos do Decreto em breve.

    E por fim, o artigo 18 da Lei 8.159/1991, trata da Gesto de Documentos dentro do Executivo Federal, e de certo modo, a principal razo de ser do Decreto.

    O que voc precisa saber? Acompanhe:

    Art. 1o Ficam organizadas sob a forma de sistema, com a denominao de Sistema de Gesto de Documentos de Arquivo- SIGA, as atividades de gesto de documentos no mbito dos rgos e entidades da administrao pblica federal.

    O SIGA um sistema dedicado Gesto de Documentos na Administrao Pblica Federal. Ele no exatamente uma entidade, mas composto por diversos rgos, entre os quais, velhos conhecidos, como o CONARQ. J chegaremos l.

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    O SIGA, como tudo que criado no servio pblico, seja um rgo, entidade, ou mesmo um simples sistema, existe para atender a uma finalidade:

    Art. 2o O SIGA tem por finalidade:

    I - garantir ao cidado e aos rgos e entidades da administrao pblica federal, de forma gil e segura, o acesso aos documentos de arquivo e s informaes neles contidas, resguardados os aspectos de sigilo e as restries administrativas ou legais;

    II - integrar e coordenar as atividades de gesto de documentosde arquivo desenvolvidas pelos rgos setoriais e seccionais que o integram;

    III - disseminar normasrelativas gesto de documentos de arquivo;

    IV - racionalizar a produo da documentao arquivstica pblica;

    V - racionalizar e reduzir os custos operacionais e de armazenagemda documentao arquivstica pblica;

    VI - preservaro patrimnio documental arquivstico da administrao pblica federal;

    VII - articular-se com os demais sistemasque atuam direta ou indiretamente na gesto da informao pblica federal.

    No tem muito segredo aqui. Tudo que o SIGA busca fazer aquilo que vimos durante a aula, objetivos a serem alcanados pelo gestor do arquivo. H tanto preocupao com a disseminao da informao (mandamento de ordem FRQVWLWXFLRQDO FRPR SUHRFXSDo}HV PDLV PXQGDQDV FRPR D WHQWDWLYD GHracionalizao da produo de documentos e custos.

    Art. 3o Integram o SIGA:

    I - como rgo central, o Arquivo Nacional;

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    II - como rgos setoriais, as unidades responsveis pela coordenao das atividades de gesto de documentos de arquivo nos Ministrios e rgosequivalentes;

    III - como rgos seccionais, as unidades vinculadasaos Ministrios e rgos equivalentes.

    Vamos ver se d para facilitar a visualizao:

    No seu caso, a unidade dentro do seu rgo responsvel pela gesto de documentos o rgo Setorial, e voc provavelmente trabalhar em um dos inmeros rgos Seccionais (que seriam as outras unidades dentro da entidade).

    D uma lida descompromissada nos artigos 4 a 7 do Decreto.

    Voc precisa memorizar? NO!!!

    Mas tenha em mente uma coisa antes de comear: Quanto mais alto na hierarquia, menos trabalho braal e mais atribuies de superviso e orientao. Quem carrega caixa na repartio voc, no seu chefe . Ele quem diz onde a caixa deve ser posta, e o chefe dele tem o conhecimento do porqu a caixa deve ser posta onde foi posta .

    Arquivo Nacional

    rgos Setoriais (Ministrios)

    rgo Seccional rgo Seccional

    rgos Setoriais

    (rgos Equivalentes)

    rgo Seccional

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    Com este exemplo esdrxulo e ligeiramente confuso, acredito que voc pescar a ideia. Se tiver dvidas, escreva para mim no frum!

    Uma ltima particularidade, um tanto bvia, mas que seria a cara do CESPE cobrar na sua prova:

    Art. 9o Os rgos setoriais do SIGA vinculam-se ao rgo central para os estritos efeitos do disposto neste Decreto, sem prejuzo da subordinao ou vinculao administrativa decorrente de sua posio na estrutura organizacional dos rgos e entidades da administrao pblica federal.

    Em outras palavras, a estrutura administrativa de todos os rgos da Administrao Pblica Federal continua a mesma, mas, em matria de gesto de documentos, o Arquivo Nacional quem deve dar a ltima palavra. Assim sendo, a hierarquia existente tendo o Arquivo Nacional no pice s vlida quando o assunto for gesto de documentos, e mais nada!

    Qualquer afirmao que tenda a dizer o contrrio est incorreta.

    5.5. Lei 5.433/1968, Decreto Federal 1.799/1996 e Resoluo CONARQ n 10/1999

    Os diplomas legais acima tratam do suporte de microfilme, em um nvel de detalhamento que nos deixaria debruados durante horas estudando o tema.

    E vou ser bem honesto com vocs: a Lei 5.433/1968 um poucovaga . At a tudo bem, mas o verdadeiro ponto do argumento que o que vocs precisam, mesmo, saber para a prova est no Decreto Federal que regulamenta esta lei, no caso, o Decreto Federal 1.799/1996.

    Este sim precisa ser estudado com cuidado. Recomendao do seu professor: leia a Lei 5.433/1968 sem stress, apenas para no derrapar em pegadinhas bvias, e v com sangue nos olhos quando for ler o Decreto Federal.

    Veja uma pegadinha bvia, que a mera leitura descompromissada da Lei 5.433/1968 j te garantiria o ponto:

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    2 Os documentos microfilmados podero, a critrio da autoridade competente, ser eliminados por incinerao, destruio mecnica ou por outro processo adequado que assegure a sua desintegrao.

    Isso mesmo meu caro!Podemos mandar documentos para a grande fornalha, desde que tenham sido microfilmados anteriormente,EXCETO:

    Art 2 Os documentos de valor histrico no devero ser eliminados, podendo ser arquivados em local diverso da repartio detentora dos mesmos.

    Tudo isso s batendo o olho na legislao.

    Veja alguns artigos interessantes da Lei 5433/1968 (tem artigo do tempo que termo tinha circunflexo ):

    3 A incinerao dos documentos microfilmados ou sua transferncia para outro local far-se- mediante lavratura de trmo, por autoridade competente, em livro prprio.

    4 Os filmes negativos resultantes de microfilmagem ficaro arquivados na repartio detentora do arquivo, vedada sua sada sob qualquer pretexto.

    5 A eliminao ou transferncia para outro local dos documentos microfilmados far-se- mediante lavratura de trmo em livro prprio pela autoridade competente.

    6 Os originais dos documentos ainda em trnsito, microfilmados no podero ser eliminados antes de seu arquivamento.

    7 Quando houver convenincia, ou por medida de segurana, podero excepcionalmente ser microfilmados documentos ainda no arquivados, desde que autorizados por autoridade competente.

    Passando ao Decreto.Vamos direto ao ponto:

    Art. 3 Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto, o resultado do processo de reproduo em filme, de documentos,

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    dados e imagens, por meios fotogrficos ou eletrnicos, em diferentes graus de reduo.

    J vimos em aula este artigo, estou apenas refrescando sua memria.

    Existem alguns procedimentos especficos para a realizao da microfilmagem, previstos nos artigos 4 a 6 do Decreto. Convm uma breve leitura, nem tanto por sua grande chance de carem em prova, mas para que se entenda como funciona microfilmagem:

    Art. 5 A microfilmagem, de qualquer espcie, ser feita sempre em filme original, com o mnimo de 180 linhas por milmetro de definio, garantida a segurana e a qualidade de imagem e de reproduo.

    1 Ser obrigatria, para efeito de segurana, a extrao de filme cpia do filme original.

    simplesmente uma cpia de segurana. Com este procedimento, caso nossa cpia microfilmada seja destruda, teremos condies de recuperar a informao atravs do filme cpia.

    2 Fica vedada a utilizao de filmes atualizveis, de qualquer tipo, tanto para a confeco do original, como para a extrao de cpias.

    Filme atualizvel um filme cujo contedo pode ser alterado posteriormente, atravs de um novo processo de reproduo. A utilizao deste filme retira a certeza de que o documento microfilmado fiel ao seu original, razo h vedao em seu uso.

    3 O armazenamento do filme original dever ser feito em local diferente do seu filme cpia.

    Nunca deixe todos os ovos na mesma cesta. Imagine um grande incndio no local onde est guardado o filme original e o filme cpia, e l se foi a informao embora .

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    Art. 6 Na microfilmagem poder ser utilizado qualquer grau de reduo, garantida a legibilidade e a qualidade de reproduo.

    Pargrafo nico. Quando se tratar de original cujo tamanho ultrapasse a dimenso mxima do campo fotogrfico do equipamento em uso, a microfilmagem poder ser feita por etapas, sendo obrigatria a repetio de uma parte da imagem anterior na imagem subseqente, de modo que se possa identificar, por superposio, a continuidade entre as sees adjacentes microfilmadas.

    Tranquilinho at aqui, mas a partir de agora o negcio vai ficar pesado:

    Art. 7 Na microfilmagem de documentos, cada srie ser precedida de imagem de abertura, com os seguintes elementos:

    I - identificaodo detentor dos documentos, a serem microfilmados;

    II - nmero do microfilme, se for o caso;

    III - local e data da microfilmagem;

    IV - registro no Ministrio da Justia;

    V - ordenao, identificao e resumo da srie de documentos a serem microfilmados;

    VI - meno, quando for o caso, de que a srie de documentos a serem microfilmados continuao da srie contida em microfilme anterior;

    VII - identificao do equipamento utilizado, da unidade filmadora e do grau de reduo;

    VIII - nome por extenso, qualificao funcional, se for o caso, e assinatura do detentor dos documentos a serem microfilmados;

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    IX - nome por extenso, qualificao funcional e assinatura do responsvel pela unidade, cartrio ou empresa executora da microfilmagem.

    Art. 8 No final da microfilmagem de cada srie,ser reproduzida a imagem de encerramento, imediatamente aps o ltimo documento, com os seguintes elementos:

    I - identificaodo detentor dos documentosmicrofilmados;

    II - informaes complementares relativas ao inciso V do artigo anterior;

    III - termo de encerramentoatestando a fiel observncia s disposies deste Decreto;

    IV - meno, quando for o caso, de que a srie de documentos microfilmados continua em microfilme posterior;

    V - nome por extenso, qualificao funcional e assinatura do responsvel pela unidade, cartrio ou empresa executora da microfilmagem.

    Os artigos acima discriminam tudo que deve conter as imagens de abertura e encerramento de um microfilme.

    Se voc tentar memorizar isto, vai enlouquecer. Vamos tentar outro caminho. Seu querido professor, nos tempos em que era Assistente Tcnico l na Receita Federal (hoje dou aulas ), a fim de complementar sua renda, fazia edies de vdeo de casamento para poder levar a namorada ao cinema .

    No que isso em si seja importante, mas o mtodo que eu utilizava para identificar as fitas o mesmo que voc v em alguns rolos de filme antigos. necessrio, logo no comeo da fita (ou no nosso caso, microfilme), identificar que negcio aquele.

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    Agora pense um pouco: o que voc gostaria de ver logo de cara que te ajudasse a identificar o que exatamente aquele microfilme?

    O que isto:I - identificaodo detentor dos documentos, a serem microfilmados; II - nmero do microfilme, se for o caso; IV - registro no Ministrio da Justia;

    Onde e quando foi feito isto: III - local e data da microfilmagem;

    Quem ser que fez isto: VIII - nome por extenso, qualificao funcional, se for o caso, e assinatura do detentor dos documentos a serem microfilmados; IX - nome por extenso, qualificao funcional e assinatura do responsvel pela unidade, cartrio ou empresa executora da microfilmagem.

    Como isto foi feito: VII - identificao do equipamento utilizado, da unidade filmadora e do grau de reduo;

    E o meu favorito, quando as edies de vdeo continham mais de uma fita:

    Onde raios isso comea? V - ordenao, identificao e resumo da srie de documentos a serem microfilmados; VI - meno, quando for o caso, de que a srie de documentos a serem microfilmados continuao da srie contida em microfilme anterior;

    E quando o microfilme termina, quase a mesma coisa, s que no precisamos de tantos detalhes, embora algumas informaes devam ser repetidas:

    O que isto?: I - identificaodo detentor dos documentosmicrofilmados;

    Isto foi feito certo? III - termo de encerramentoatestando a fiel observncia s disposies deste Decreto;

    Quem ser que fez isto: V - nome por extenso, qualificao funcional e assinatura do responsvel pela unidade, cartrio ou empresa executora da microfilmagem.

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    E ser que isto terminou? II - informaes complementares relativas ao inciso V do artigo anterior; IV - meno, quando for o caso, de que a srie de documentos microfilmados continua em microfilme posterior;

    Quer ver algo legal agora? Olha s:

    Art 1 autorizada, em todo o territrio nacional, a microfilmagem de documentos particulares e oficiais arquivados, stes de rgos federais, estaduais e municipais.

    1 Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as certides, os traslados e as cpias fotogrficas obtidas diretamente dos filmes produziro os mesmos efeitos legais dos documentos originais em juzo ou fora dle.

    Significa que um documento microfilmado tem o mesmo valor legal que o documento que tenha servido de base sua confeco. Agora, que fique bem claro: o mesmo valor legal. Nada mais que isto!

    V olhar para sua coleo de figurinhas. Veja aquela figurinha brilhante do Ronaldo nos tempos em que ele conseguia correr de uma ponto a outra do campo sem ofegar.

    Caso eu microfilmasse sua coleo de figurinhas, voc iria aceitar a ideia que eu as incinerasse logo em seguida, j que, basicamente, toda a informao contida na figurinha est no microfilme?

    Quero eu acreditar que no .

    Por qu? Porque embora o microfilme tenha valor legal, ele no tem o mesmo valor histrico que o documento original.

    Pensando nisso, temos o artigo 13:

    Art. 13. Os documentos oficiais ou pblicos, com valor de guarda permanente, no podero ser eliminados aps a microfilmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo pblico de sua esfera de atuao ou preservados pelo prprio rgo detentor.

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    Viu como tudo se encaixa com perfeio?

    Tem mais um artigo que j foi cobrado em prova, legal pacas:

    Art. 18. Os microfilmes originais e os filmes cpias resultantes de microfilmagem de documentos sujeitos fiscalizao, ou necessrios prestao de contas, devero ser mantidos pelos prazos de prescrio a que estariam sujeitos os seus respectivos originais.

    Aqui ajuda bastante pensar: o microfilme tem valor de documento original. Apresentar o documento microfilmado quase como se fosse apresentar o original mesmo. Assim, j que ele est ali, representando tal como se fosse o documento que buscvamos, ele deve ser armazenado pelo mesmo tempo e pelos mesmos motivos pelos quais armazenaramos os originais. Simples assim.

    At aqui estava tudo indo bem. Mas no falei ainda da Resoluo 10 do CONARQ. Pelo amor de Deus, no se desespere.

    Primeiro passo:

    http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/media/legisla/anexos_da_resoluo_n_10.pdf

    Este link direcionar voc resoluo. Estou apontando por curiosidade apenas, e caso voc tenha tempo de ler, poder passar o olho por l.

    O que voc deve memorizar: desenhos . Veja aqui:

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    (VWHV GHVHQKRV VmR R TXH FKDPDPRV GH VLQDOpWLFDV &RQVLVWHP HPsmbolos de significado padronizado. Quem v estes desenhos sabe, de pronto, o que eles significam, razo pela qual seu conhecimento necessrio em algumas questes sobre microfilmagem.

    Meu caro, aqui no tem segredo. Essa imagem saiu direto da resoluo. Voc ter de aprender a fazer relaes entre o desenho e o significado (Alis, os desenhos foram criados justamente para facilitar essa assimilao).

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    5.6. Decreto 4553/2002

    REVOGADO!!!!!.

    Se o material de vocs for um pouco mais antigo, apenas pule esta parte.

    Conforme artigo 60 do Decreto 7845 de 2012

    Art. 60. Ficam revogados:

    I - o Decreto no 4.553, de 27 de dezembro de 2002; e

    II - o Decreto no 5.301, de 9 de dezembro de 2004.

    ESQUEA!

    5.7. Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso Informao)

    Tambm conhecida como o mais recente recurso de pesquisa UHPXQHUDomRGRVVHUYLGRUHVGHWRGRR%UDVLORXHQWmRSDUWHGRSURJUDPDTXDQWRJDQKDRPHXSURIHVVRU"6ySUDFRQVWDUFDVRDOgum v procurar nos sistemas do Estado de So Paulo, aquele o BRUTO!!!! )

    A despeito da minha opinio sobre o referido diploma, fato que tal lei veio regulamentar o inciso XXXIII do artigo 5 da Constituio Federal, bem como pargrafo 2 do artigo 213RUDFDVRDPERVMiIRUDPYLVWRVQHVWDDXOD

    Veja o artigo 1:

    Art. 1o Esta Lei dispe sobre os procedimentos a serem observados pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, com o fim de garantir o acesso a informaes previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do 3 do art. 37 e no 2 do art. 216 da Constituio Federal.

    Assim o sendo, coloque em sua cabea que este diploma tem um nico tema em todos os seus artigos: permitir o acesso a informaes que se encontrem em poder da Administrao Pblica.

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    A Lei 12527 de 2011 no um diploma que trata especificamente sobre regras de arquivologia, documentos ou qualquer outra coisa que possam te dizer nos enunciados, mas trata de informaes.

    E o que voc, caro aluno, tem com isso? A Lei 12527 alterou toda a disciplina referente ao sigilo de documentos, que antes era estudada no Decreto 4533/2002.

    Ento, fora recomendar que voc leia a lei de maneira atenta, mas no paranoica, reproduzirei os dois artigos que reputo interessantes para o seu estudo:

    Art. 23. So consideradas imprescindveis segurana da sociedade ou do Estado e, portanto, passveis de classificao as informaes cuja divulgao ou acesso irrestrito possam: I - pr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do territrio nacional; II - prejudicar ou pr em risco a conduo de negociaes ou as relaes internacionais do Pas, ou as que tenham sido fornecidas em carter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - pr em risco a vida, a segurana ou a sade da populao; IV - oferecer elevado risco estabilidade financeira, econmica ou monetria do Pas; V - prejudicar ou causar risco a planos ou operaes estratgicos das Foras Armadas; VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento cientfico ou tecnolgico, assim como a sistemas, bens, instalaes ou reas de interesse estratgico nacional; VII - pr em risco a segurana de instituies ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou

    VIII - comprometer atividades de inteligncia, bem como de investigao ou fiscalizao em andamento, relacionadas com a preveno ou represso de infraes.

    Queria dizer a vocs que estes verbos fazem alguma diferena, mas, francamente, duvido que alguma questo do CESPE Yi WURFDU SRU HP ULVFR SRUSUHMXGLFDU QDV TXHVW}HV( PHVPR TXH IDoD LVVR YRFr YDL YHU TXH D DOWHUQDWLYDfica esquisita. Em todo caso, as disposies so propositalmente vagas, a fim de

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    permitir autoridade que classificar a informao certa dose de discricionariedade na avaliao desta.

    Entretanto, existem algumas informaes que no podem ter seu acesso restrito, por mais que a autoridade classificadora assim desejasse . D uma olhada no artigo 21:

    Art. 21. No poder ser negado acesso informao necessria tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.

    Pargrafo nico. As informaes ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violao dos direitos humanos praticada por agentes pblicos ou a mando de autoridades pblicas no podero ser objeto de restrio de acesso.

    Art. 22. O disposto nesta Lei no exclui as demais hipteses legais de sigilo e de segredo de justia nem as hipteses de segredo industrial decorrentes da explorao direta de atividade econmica pelo Estado ou por pessoa fsica ou entidade privada que tenha qualquer vnculo com o poder pblico.

    Feitas as devidas ressalvas, vamos ao que mais nos interessa na Lei 12.527/2011: as classificaes de sigilo.

    Art. 24. A informao em poder dos rgos e entidades pblicas, observado o seu teor e em razo de sua imprescindibilidade segurana da sociedade ou do Estado, poder ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada.

    1o Os prazos mximos de restrio de acesso informao, conforme a classificao prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produo e so os seguintes:

    I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;

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    II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. 2o As informaes que puderem colocar em risco a segurana do Presidente e Vice-Presidente da Repblica e respectivos cnjuges e filhos(as) sero classificadas como reservadas e ficaro sob sigilo at o trmino do mandato em exerccio ou do ltimo mandato, em caso de reeleio.

    3o Alternativamente aos prazos previstos no 1o, poder ser estabelecida como termo final de restrio de acesso a ocorrncia de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo mximo de classificao.

    4o Transcorrido o prazo de classificao ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informao tornar-se-, automaticamente, de acesso pblico.

    5o Para a classificao da informao em determinado grau de sigilo, dever ser observado o interesse pblico da informao e utilizado o critrio menos restritivo possvel, considerados:

    I - a gravidade do risco ou dano segurana da sociedade e do Estado; e

    II - o prazo mximo de restrio de acesso ou o evento que defina seu termo final.

    Se voc puxar bem na memria, vai lembrar que elaborei uma tabela na Aula 01 simplificando tudo isto. Foi daqui que eu tirei as informaes.

    Por fim, quem esta autoridade com poderes para classificar determinada informao como sigilosa? Bom, vai depender de cada esfera e de cada nvel da federao que resolvamos abordar. Mas as bancas nem sempre prestam muita ateno se voc est fazendo um concurso do executivo federal ou do legislativo municipal, ou mesmo do judicirio estadual. Acabam cobrando a lei sem qualquer raciocnio sobre o fato de se aplicar a voc .

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    Por esta razo, mesmo quando o concurso no for de um cargo do executivo federal, costumo recomendar aos alunos a leitura do artigo 27 da Lei 12.527/2011:

    Art. 27. A classificao do sigilo de informaes no mbito da administrao pblica federal de competncia:

    I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:

    a) Presidente da Repblica; b) Vice-Presidente da Repblica; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;

    d) Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica; e e) Chefes de Misses Diplomticas e Consulares permanentes no exterior;

    II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titulares de autarquias, fundaes ou empresas pblicas e sociedades de economia mista; e

    III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e das que exeram funes de direo, comando ou chefia, nvel DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direo e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regulamentao especfica de cada rgo ou entidade, observado o disposto nesta Lei.

    S para voc no ficar to perdido, o Executivo Federal dispe de seis nveis de funo DAS (a sigla reservada a cargos em comisso) que vo do 101.1 ao 101.6. necessrio ocupar uma funo de nvel 5 ou superior apenas para classificar determinada informao como reservada.

    Repare o quanto nossa legislao detesta a imposio de sigilo a determinado dado. Por esta razo, tal procedimento exceo, e poucas pessoas esto autorizadas a faz-lo.

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    1o A competncia prevista nos incisos I e II, no que se refere classificao como ultrassecreta e secreta, poder ser delegada pela autoridade responsvel a agente pblico, inclusive em misso no exterior, vedada a subdelegao.

    2o A classificao de informao no grau de sigilo ultrassecreto pelas DXWRULGDGHVSUHYLVWDVQDVDOtQHDVGHH do inciso I dever ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento.

    Ou seja, se um Comandante da Marinha, Exrcito ou Aeronutica ou um Chefe de Misso Diplomtica ou Consular Permanente entender que determinada informao deve ser classificada como ultrassecreta, necessrio que o Ministro da Defesa (no caso dos Comandantes) ou o Ministro das Relaes Exteriores (no caso do Chefe de Misso Diplomtica ou Consular Permanente) ratifique o ato, expressando sua concordncia com a classificao adotada.

    Isto s se aplica classificao no grau ultrassecreto!

    3o A autoridade ou outro agente pblico que classificar informao como ultrassecreta dever encaminhar a deciso de que trata o art. 28 Comisso Mista de Reavaliao de Informaes, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento.

    Momento flashback (ns j estudamos a Comisso Mista em outro momento do curso):

    Art. 35 (VETADO) 1o instituda a Comisso Mista de Reavaliao de Informaes, que decidir, no mbito da administrao pblica federal, sobre o tratamento e a classificao de informaes sigilosas e ter competncia para:

    Pois bem, a Comisso Mista de Reavaliao de Informaes vai receber todas as decises que digam respeito classificao de um documento no grau

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    ultrassecreto. Isto j te d uma pista sobre como um documento classificado: atravs de uma deciso.

    Art. 28. A classificao de informao em qualquer grau de sigilo dever ser formalizada em deciso que conter, no mnimo, os seguintes elementos:

    I - assunto sobre o qual versa a informao;

    II - fundamento da classificao, observados os critrios estabelecidos no art. 24;

    III - indicao do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. 24; e

    IV - identificao da autoridade que a classificou.

    Mas de nada adiantaria a informao ser classificada se a deciso, com todos os fundamentos que a justificaram, inclusive fazendo referncia a seu contedo e outros detalhes, fosse pblica.

    Por isto temos a disposio do pargrafo nico:

    Pargrafo nico. A deciso referida no caput ser mantida no mesmo grau de sigilo da informao classificada.

    Por fim, recomendo uma rpida leitura do artigo 29:

    Art. 29. A classificao das informaes ser reavaliada pela autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante provocao ou de ofcio, nos termos e prazos previstos em regulamento, com vistas sua desclassificao ou reduo do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. (Regulamento) 1o O regulamento a que se refere o caput dever considerar as peculiaridades das informaes produzidas no exterior por autoridades ou agentes pblicos.

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    2o Na reavaliao a que se refere o caput, devero ser examinadas a permanncia dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgao da informao.

    3o Na hiptese de reduo do prazo de sigilo da informao, o novo prazo de restrio manter como termo inicial a data da sua produo

    Pois bem, de Lei 12.527/2011, voc est muito bem servido!

    Contudo, quando tiver um tempo, a leitura da Lei 12.527/2011, bem como de seu decreto regulamentador (Decreto 7.845/2012) bastante til razo pela qual a recomendo.

    Dificilmente sero exigidos detalhes de cada diploma, mas quando o examinador pesca algum artigo, a galera desaba . Se tiver um tempinho, leia, pois vai ser um ponto que s voc vai contabilizar (e no h nada mais legal que isto!)

    5.8. Lei 12.682/2012

    Esta uma lei curta, mas merece meno no curso. Nem tanto por aquilo que ela diz (pois so apenas 8 artigos, dos quais 3 foram vetados e o 8 no nos diz respeito ), mas por aquilo que ela representa.

    At sua publicao, os documentos digitalizados eram relegados ao segundo plano do mundo arquivstico. Como no havia lei que lhes conferisse valor legal idntico ao original (como ocorre no caso dos microfilmes), nenhum documento digitalizado poderia ser eliminado com base no nico argumento de que j existe uma cpia digital do mesmo. O original continuava a ser armazenado, pois era ele quem possua o valor de documento original.

    A Lei 12.682/2012 pretendia ser mais arrojada, prevendo a possibilidade de destruio dos documentos originais, uma vez concludo o processo de digitalizao. Contudo, o respectivo artigo foi vetado e outro, mais conservador, tomou o seu lugar.

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    Isso quer dizer que estamos na mesma? No! Quer dizer que avanamos um pouco e agora, um documento digitalizado, desde de que atenda aos requisitos da lei, poder ser tratado como um documento com o mesmo valor legal de seu original.

    Como so poucos artigos, vale a pena dar uma olhada:

    Art. 1o A digitalizao, o armazenamento em meio eletrnico, ptico ou equivalente e a reproduo de documentos pblicos e privados sero regulados pelo disposto nesta Lei.

    O primeiro mrito desta lei foi traar o conceito legal de digitalizao:

    Pargrafo nico. Entende-se por digitalizao a converso da fiel imagem de um documento para cdigo digital.

    Art. 2o (VETADO). Mas a jia da coroa o artigo 3. atravs dele que a legislao traou o

    caminho adequado para que um documento fsico possa ser digitalizado e ainda assim manter o seu valor legal:

    Art. 3o O processo de digitalizao dever ser realizado de forma a manter a integridade, a autenticidade e, se necessrio, a confidencialidade do documento digital, com o emprego de certificado digital emitido no mbito da Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP - Brasil.

    atravs de certificados digitais que podemos garantir a autenticidade, integridade e confidencialidade de um documento. Quando comecei a dar aula aqui no Estratgia, eu nem falava de certificados digitais, a menos que o edital tivesse cobrado o tema especificamente. Isto se dava principalmente pelo fato de que os documentos digitais no tinham a mesma importncia quando comecei os cursos aqui.

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    Agora, meu caro, esse assunto est comeando a cair . Em todo caso, relembre-se do captulo de certificao digital visto na aula passada e voc estar tranquilo!

    Pargrafo nico. Os meios de armazenamento dos documentos digitais devero proteg-los de acesso, uso, alterao, reproduo e destruio no autorizados.

    Quer um bom exemplo? Eu no estou autorizado nem mesmo a plugar um pen drive no computador do servio sem antes fazer uma solicitao ao departamento de informtica do rgo no qual trabalho.

    Alis, eu s posso acessar o computador utilizando um certificado digital, e existem sistemas que eu, soldado raso da instituio (ainda no estou nem perto de "ser algum" por l ) no posso acessar, e quando posso, no so todas as informaes que posso ver.

    Tudo isto ocorre em atendimento ao pargrafo nico acima estudado. Se vamos trabalhar com os recursos da informtica (que, por sua natureza, so mais versteis), devemos nos certificar que sua versatilidade no acabe desvirtuando o objetivo para o qual o documento foi criado.

    Art. 4o As empresas privadas ou os rgos da Administrao Pblica direta ou indireta que utilizarem procedimentos de armazenamento de documentos em meio eletrnico, ptico ou equivalente devero adotar sistema de indexao que possibilite a sua precisa localizao, permitindo a posterior conferncia da regularidade das etapas do processo adotado.

    Para quem no se recorda:

    Indexao: Processo pelo qual documentos ou informaes so representados por termos, palavras chave ou descritores, propiciando a recuperao da informao.

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    Uma das grandes vantagens propiciadas pela digitalizao dos documentos uso de descritores. Podemos atrelar determinadas palavras a um documento, de forma a facilitar sua pesquisa, e melhor ainda, podemos utilizar palavras dentro do prprio documento para fazer este trabalho.

    Se tenho uma certido de tempo de servio minha, digitalizada, posso adicionar os descritores "Felipe Cepkauskas Petrachini", "Certido", "Registro Funcional XXXXXXX" e mais tantos outros, conforme a necessidade do rgo.

    Alis, para o pessoal mais novo (estou falando de vocs, galera do twitter), o por vezes exagerado uso do hashtag (#) no mais do que a adio de um descritor dentro da mensagem, que permitir sua localizao posterior atravs do mesmo critrio de pesquisa.

    Assim, quando voc posta sua foto no Facebook e acrescenta na legenda #vaiarquivologia, #atepassar, ou, um dos meus favoritos, #sessaodatarde com a foto de um livro para concursos, voc est simplesmente indexando o documento digital "sua foto" para que outras pessoas possam pesquis-lo atravs do indexador.

    E voc achando que essas crianas no aprendem nada na internet .

    Art. 5o (VETADO). Art. 6o Os registros pblicos originais, ainda que digitalizados, devero ser preservados de acordo com o disposto na legislao pertinente.

    Foi aqui que eu disse que a lei pretendia ser mais arrojada, mas a Presidente optou pelo caminho mais prudente de manter os documentos originais conservados, ainda que digitalizados. Mas j foi um grande avano!

    Muito bem meu caro, daquilo que diz respeito arquivologia, acredito que o que vimos aqui baste.

    Despedida

    Bom meus caros, era isso que eu acreditava ser til para a sua prova. Podem ir em paz, tranquilos, sabendo que a matria dada corresponde matria cobrada

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    (s vezes, at um pouquinho mais, pois precisava ter certeza de que vocs entenderam o fundamento de algumas ferramentas).

    Estarei com vocs at o dia da prova para tirar dvidas, e espero, sinceramente, que este curso tenha sido til no seu aprendizado, e venha a ser til na sua aprovao.

    Fica minha ltima dica: faa questes, muitas questes. Primeiro, pois mesmo que eu tenha dado toda a matria, sua mente ainda no percebeu todas as informaes. As questes vo forar seu crebro a fixar os conceitos.

    E nem precisa ser comigo. Pegue as provas diretamente dos ltimos concursos da banca e veja o que voc j sabe fazer.

    Vo l e me deixem orgulhoso.

    Grande abrao

    Felipe

    Questes Comentadas Resolues CONARQ Diferentemente das questes de outras aulas, estas aqui tem intuito terico, e

    no de treino. Significa que estas questes fazem parte da nossa aula terica .

    A maior parte delas versar sobre resolues do CONARQ, que pela infinidade de assuntos tratados por elas, tornou impossvel sua colocao em um nico captulo da aula. Disponibilizo o link ao lado de cada resoluo, para quem se interessar em l-las por inteiro (no se assuste, que no so documentos muito longos).

    Mos a obra

    1 - CESPE ABIN 2010 - Os documentos passveis de recolhimento s instituies arquivsticas pblicas devem ser higienizados e acondicionados.

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    Comentrio: D graas aos cus quando seu examinador te der um presente destes. A alternativa cpia descarada do disposto no artigo 1 da Resoluo 2 do CONARQ:

    (http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=53&sid=46):

    Art. 1 Os acervos documentais a serem transferidos ou recolhidos s instituies arquivsticas pblicas, pelos rgos e entidades do Poder Pblico, devero estar organizados, avaliados, higienizados, acondicionados e acompanhados de instrumento descritivo que permita sua identificao e controle.

    E faz todo o sentido. Imagine voc, servidor pblico responsvel pela gesto do arquivo, receber um documento todo desmontado e infestado de traas. Parece razovel? Lgico que no, razo pela qual a Resoluo do CONARQ simplesmente reproduz o bom senso.

    2 - CESPE ABIN 2010 Na transferncia ou no recolhimento, os acervos devem ser acompanhados de um instrumento descritivo que permita sua identificao e controle.

    Comentrios: A questo foi dada!!!!

    Novamente, uma cpia fiel e deslavada, sem qualquer trao de rubor nas faces de seu examinador, do artigo 1 da Resoluo 2 do CONARQ de 1998 (http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=53&sid=46):

    Art. 1 Os acervos documentais a serem transferidos ou recolhidos s instituies arquivsticas pblicas, pelos rgos e entidades do Poder Pblico, devero estar organizados, avaliados, higienizados, acondicionados e acompanhados de instrumento descritivo que permita sua identificao e controle.

    3 - CESPE ABIN 2010 Os rgos que no tenham elaborado suas prprias tabelas de temporalidade podem eliminar documentos desde que

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    constituam comisses de avaliao e submetam a proposta instituio arquivstica pblica.

    Comentrios: Esta questo utiliza uma resoluo um pouco menos conhecida do CONARQ. Mas ainda bem que voc est aqui comigo :D.

    Veja o que diz o artigo 5 da Resoluo 7 do CONARQ (http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=58&sid=46):

    Art. 5 Os rgos e entidades que ainda no elaboraram suas tabelas de temporalidade e pretendem proceder eliminao de documentos devero constituir suas Comisses Permanentes de Avaliao, responsveis pela anlise dos documentos e pelo encaminhamento das propostas instituio arquivstica pblica, na sua especfica esfera de competncia, para aprovao.

    Voc talvez se incomode com o verbo "podem" no enunciado, enquanto o artigo 5 utiliza o verbo "devero". Mas a ideia bem simples: qualquer rgo que pretenda eliminar documentos e no tenha produzido uma tabela de temporalidade dever constituir uma Comisso Permanente de Avaliao. A partir da existncia dessa comisso, este mesmo rgo passa a ter a faculdade de eliminar os documentos que desejar, desde que passem pelo crivo da comisso.

    4 - CESPE ABIN 2010 Considerando o cdigo de classificao e a tabela de temporalidade de documentos das atividades-fim e atividades-meio a serem adotados como modelo para os arquivos dos rgos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Arquivos, julgue o item a seguir.

    As classes do Cdigo de Classificao de Documentos de Arquivo para a Administrao Pblica relativas s atividadesfim so as de nmero 100 a 800.

    Comentrios: Questozinha bastante especfica, criada a partir da Resoluo 14 do CONARQ.

    Alis, tecnicamente, a resposta pode ser encontrada diretamente no anexo da Resoluo, cujo link fica aqui registrado:

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    http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/Media/resolucao_14.pdf

    E nem tem muito o que inventar, o texto da Resoluo bem claro:

    "O Cdigo de classificao de documentos de arquivo para a administrao pblica: atividades-meio, possui duas classes comuns a todos os seus rgos: a classe 000, referente aos assuntos de ADMINISTRAO GERAL e a classe 900, correspondente a ASSUNTOS DIVERSOS. As demais classes (100 a 800) destinam-se aos assuntos relativos s atividades fim do rgo. Estas classes no so comuns, cabendo aos respectivos rgos sua elaborao, seguindo orientaes da instituio arquivstica na sua esfera especfica de competncia".

    5 - CESPE ABIN 2010 Considerando o cdigo de classificao e a tabela de temporalidade de documentos das atividades-fim e atividades-meio a serem adotados como modelo para os arquivos dos rgos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Arquivos, julgue o item a seguir.

    As adaptaes necessrias para a correta aplicao da tabela de temporalidade aos conjuntos documentais produzidos e recebidos nos rgos e entidades do Poder Executivo federal deve ser feita pelo rgo central do Sistema Nacional de Arquivos.

    Comentrios: Mais uma questo construda com base na Resoluo 14 do CONARQ. Mas esta poderia ser respondida sem nem mesmo conhecermos o assunto. Do incio, caro colega:

    Art. 2 Aprovar os prazos de guarda e a destinao dos documentos estabelecidos na verso revista e ampliada da Tabela Bsica de Temporalidade e Destinao de Documentos de Arquivos Relativos s Atividades-Meio da Administrao Pblica.

    1 Caber aos rgos e entidades que adotarem a Tabela proceder s adaptaes necessrias para sua correta aplicao aos conjuntos documentais produzidos e recebidos em decorrncia de suas atividades, mantendo-se os prazos de guarda e a destinao nela definidos.

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    Mas professor, como que eu poderia saber esta resposta sem conhecer o assunto?

    Bom, veja que a tarefa de adaptar um instrumento a usos especficos s faz sentido em um caso: aquele no qual um rgo com mais poder edita um instrumento geral, que precisa ser adaptado pelos destinatrios, a fim de que atenda s suas necessidades especficas. Por qual razo um rgo central deveria adaptar qualquer instrumento se justamenteo rgo central quem o cria, e assim,teria a chance mold-lo originalmente s suas necessidades?

    Viu? Nem precisava ter lido a Resoluo .

    6 - CESPE ABIN 2010 Considerando o cdigo de classificao e a tabela de temporalidade de documentos das atividades-fim e atividades-meio a serem adotados como modelo para os arquivos dos rgos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Arquivos, julgue o item a seguir.

    As classes do cdigo de classificao relacionadas s atividades-fim do rgo ou entidade do Poder Executivo federal devem ser aprovadas pelo Arquivo Nacional.

    Comentrios: Essa questo j bem mais interessante. No bastava memorizar os dispositivos legais, mas interpret-los em conjunto. Vejamos:

    Resoluo CONARQ 14:

    Art. 1 APROVAR a verso revista e ampliada do Cdigo de Classificao de Documentos de Arquivo para a Administrao Pblica : Atividades-Meio, como um modelo a ser adotado nos rgos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Arquivos - SINAR.

    1 Caber aos rgos e entidades que adotarem o Cdigo proceder ao desenvolvimento das classes relativas s suas atividades especficas ou atividades-fim, as quais devero ser aprovadas pela instituio arquivstica pblica na sua especfica esfera de competncia.

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    Ok, j sabemos que quem deve aprovar o Cdigo de Classificao a instituio especfica. E quem seria esta no caso do Executivo Federal? Hora de ver o artigo 18 da Lei 8.159/1991:

    Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gesto e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a poltica nacional de arquivos.

    Com estes dois dispositivos em conjunto, chegamos concluso de que o Arquivo Nacional, instituio arquivstica pblica na esfera do Poder Executivo Federal quem deve aprovar o Cdigo de Classificao relacionados s atividades-fim do rgo deste poder.Legal n?

    7 - CESPE CESPE ABIN 2010 Na listagem descritiva para transferncia ou recolhimento de documentos digitais de arquivo, dispensam-se as informaes relacionadas s eliminaes realizadas.

    Comentrios: Outro presente do CESPE, diretamente para voc. Vejamos o que nos diz a Resoluo CONARQ 24,

    http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=75&sid=46&tpl=printerview,

    responsvel justamente por estabelecer diretrizes para a transferncia e recolhimento de documentos arquivsticos digitais para instituies arquivsticas pblicas:

    ANEXO I

    Elementos essenciais para a elaborao da listagem descritiva para transferncia e recolhimento de documentos arquivsticos digitais

    [...]

    g) registro das eliminaes realizadas;

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    O ANEXO I da Resoluo CONARQ 24 claro quanto a necessidade deste elemento nas listagens.

    8- CESPE ABIN 2010 A presuno da autenticidade dos documentos digitais transferidos ou recolhidos instituio arquivstica pblica feita a partir de informaes, principalmente dos metadados relacionados aos documentos digitais, tais como: nome do autor, nome do destinatrio, assunto, data de produo, entre outros.

    Comentrios: Presuno de autenticidade diz respeito ao juzo que a instituio arquivstica pblica dever fazer no sentido de tomar aquele documento digital que lhe apresentado como autntico sem precisar que este fato lhe seja provado. Sempre bom lembrar o sentido que dado pela doutrina para este termo:

    Autenticidade Os documentos so produzidos, recebidos, armazenados e conservados de acordo com procedimentos regulares que podem ser comprovados. Um documento autntico aquele quepossui o mesmo contedo do documento original.

    Como esta presuno no demandar prova ( da natureza da presuno que no se exija prova daquele fato), importante que siga um rigoroso sistema procedimental, a fim de que se no se d f a um documento no autntico.

    Agora que no restam dvidas sobre aquilo que estamos falando, vejamos o que a Resoluo CONARQ 24 tem a dizer sobre o assunto:

    Art. 4 A instituio arquivstica pblica proceder presuno de autenticidade dos documentos arquivsticos digitais recolhidos com base nos metadados relacionados a esses documentos, conforme especificado no anexo II, e com base na listagem descritiva apresentada pelo rgo ou entidade responsvel pela transferncia ou pelo recolhimento.

    Ou seja, o anexo II da referida resoluo quem aponta os requisitos necessrios para que a presuno de autenticidade possa se aplicar ao caso. Vejamos o que ali consta:

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    ANEXO II

    Informaes para apoiar a presuno de autenticidade

    [...]

    I - Metadados

    Os metadados relacionados aos documentos arquivsticos digitais, que costumam estar registrados nos sistemas de gesto de documentos, devem acompanhar o documento digital no momento da transferncia ou recolhimento. So eles:

    a) nome do autor;

    b) nome do destinatrio;

    c) assunto;

    d) data de produo;

    Outros itens que tambm esto no Anexo II da Resoluo: e) data da transmisso; f) data do recebimento;g) data da captura ou arquivamento; h) cdigo de classificao; i) indicao de anexo; j) nome do setor responsvel pela execuo da ao contida no documento; k) indicao de anotao; l) registro das migraes e data em que ocorreram; e m) restrio de acesso.

    9 - CESPE ABIN 2010 O documento digital pode ser transferido ou recolhido em qualquer formato instituio arquivstica pblica.

    Comentrios: Acredito que voc consegue imaginar a zona que seria se a proposio do enunciado realmente fosse verdadeira. Formatos de documentos demandam programas especficos para serem abertos, e quanto mais formatos, mais programas sero necessrios. Outro problema est na (in)compatibilidade entre plataformas, que podem no ser completamente integrveis, gerando ineficincia nas operaes apontadas. S para simplificar este cenrio catico, tente abrir um documento de texto do BR Office no Microsoft Word e voc ter um mero vislumbe do que estou tentando dizer aqui .

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    Por estas razes, a Resoluo CONARQ 24 foi bem enftica ao tratar sobre a maneira pela qual os documentos digitais devero ser recolhidos ou transferidos:

    Art. 1 Os documentos arquivsticos digitais a serem transferidos ou recolhidos s instituies arquivsticas pblicas, devero:

    [...]

    f) estar no(s) formato(s) de arquivo digital previsto(s) pelas normas da instituio arquivstica responsvel pela sua custdia.