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    Aes premiadas

    no 19o

    ConcursoInovao na Gesto

    Pblica Federal

    2014

    Flavio Schettini Pereira e

    Pedro Junqueira Vilela

    (organizadores)

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    Escola Nacional de Administrao Pblica (ENAP)

    PresidenteGleisson Cardoso Rubin

    Diretora de Formao ProfissionalMaria Stela Reis

    Diretor de Desenvolvimento GerencialPaulo Marques

    Diretor de Comunicao e PesquisaPedro Luiz Costa Cavalcante

    Diretor de Gesto Interna

    Cassiano de Sousa Alves

    Editor: Pedro Luiz Costa Cavalcante Coordenadora-Geral de Pesquisa: Marizaura

    Reis de Souza Cames Coordenador-Geral de Comunicao e Editorao: LuisFernando de Lara Resende Reviso: Renata F. Mouro; Roberto Carlos R. Arajo eSimonne Maria de A. Fernandes Reviso grfica: Ana Carla G. Cardoso Projetogrfico; Arte da capa: Alice Prina Editorao eletrnica: Maria Marta da R.Vasconcelos Catalogao na fonte: Biblioteca Graciliano Ramos.

    Equipe Pesquisa ENAP:Coordenadora-Geral de Pesquisa:Marizaura Reis de Souza Cames Pesquisadores: Alessandro de Oliveira Gouveia Freire; Carolina da Cunha Rocha; FlavioSchettini Pereira; Joselene Pereira Lemos; Mrcia Nascimento Henriques Knop; MuriloMarques; Pedro Lucas de Moura Palotti; Pedro Junqueira Vilela; Rafael Rocha Viana;Samantha Albano Amorim Cardoso Estagirio: Victor Nascimento.

    Tiragem: 1.000 exemplares

    A 253a Aes premiadas no 19o Concurso Inovao na Gesto Pblica Federal/ 2014 organizadores: Flavio Schettini Pereira e Pedro Junqueira Vilela

    Braslia: ENAP, 2014.

    208p.

    ISBN 978-85-256-0074-5

    1. Administrao Pblica. 2. Inovao. 3. Concurso. 4. Atendimento ao Cidado. 5. Polticas Pblicas. 6. Gesto da Informao. I. Ttulo.

    CDU 35:005.591.6

    @ ENAP, 2015

    Distribuio:Fundao Escola Nacional de Administrao Pblica (ENAP)SAIS rea 2-A70610-900 Braslia - DF Telefones: (61) 2020 3096 2020 3102 Fax: (61) 2020 3178Site: www.enap.gov.br

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    Sumrio

    Apresentao 5

    Introduo 7

    Arranjos institucionais para coordenao

    e implementao de polticas pblicas 19

    A Bolsa-Formao do Pronatec 21

    Programa InovAtiva Brasil 41

    Atendimento ao cidado 63

    Servio de Logstica Reversa em Agncia dos Correios 65

    Avaliao e monitoramento de polticas pblicas 79

    Integrao de dados do Programa Brasil Quilombola (PBQ) 81

    Gesto da informao 103

    Inovao na prospeco de clientes 105

    Sistema de acompanhamento de contratos de repasse (SIACOR) 129

    Melhoria dos processos de trabalho 147

    Aquisio de equipamentos mdicos de grande porte no modelo

    Turnkey 149

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    Programa de reduo de litgios e de aperfeioamento

    da Defesa Judicial da Unio 167

    Resoluo extrajudicial de conflitos entre consumidores eoperadoras de Planos de Sade 181

    Veculo de diagnstico de rodovias (VDR) 197

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    Apresentao

    O setor pblico desempenha um papel-chave na economia, como

    regulador, prestador de servios e empregador, sendo responsvel

    pelo emprego de mais de 6 milhes de pessoas e por uma parte

    significativa da atividade econmica brasileira. Um setor pblico

    eficiente e produtivo um forte indutor do crescimento econmico,

    principalmente no contexto atual, em que os governos precisam

    garantir o crescimento, a competitividade e o emprego, ao mesmo

    tempo em que enfrentam severas restries financeiras.

    Nesse cenrio, inovaes que possibilitem ganhos de eficincia,

    melhor governana, entregas mais rpidas, maior participao dos

    usurios e transparncia nas aes e servios pblicos so essenciais.

    Alinhadamente a essa necessidade, em quase vinte anos de existncia,

    o Concurso Inovao na Gesto Pblica Federal premiou 351

    experincias inovadoras implementadas no mbito da Administrao

    Pblica Federal brasileira, trazendo reconhecimento e promovendo a

    disseminao das prticas em nvel nacional.

    Por fim, a Escola agradece as parcerias com o Ministrio do

    Planejamento, Oramento e Gesto (MP) e com a Embaixada da Frana,

    a Embaixada Real da Noruega e a Embaixada do Canad, que

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    enriquecem o Concurso oferecendo misses tcnicas aos premiados. Agradece

    ainda o empenho do Comit Julgador, do Comit Tcnico e dos servidores que

    viabilizaram todo o processo.

    Gleisson Rubin

    Presidente da ENAP

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    Introduo

    Esta publicao apresenta os relatos das experincias vencedoras

    da 19 edio do Concurso Inovao, agrupados de acordo com a

    rea temtica, com o objetivo de disseminar as prticas premiadas e

    incentivar a adoo de iniciativas inovadoras com resultados

    comprovados por outras organizaes que enfrentam desafiossemelhantes. Ao todo, so dez iniciativas premiadas, que se somam

    ao rol de prticas inovadoras de gesto premiadas anteriormente.

    Assim, apresentaremos um breve histrico do Concurso Inovao

    em seus 19 anos de existncia para, em seguida, descrever o processo

    de avaliao e os resultados da 19 edio, incluindo a apresentao

    dos relatos premiados, organizados de acordo com a rea temtica.

    Histrico

    O Concurso Inovao na Gesto Pblica Federal foi institudo em

    1996, pelo ento Ministrio da Administrao e Reforma do Estado

    (Mare), e, desde ento, realizado anualmente pela Escola Nacional

    de Administrao Pblica (Enap), com o apoio do Ministrio do

    Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG).

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    Nesse perodo, o Concurso passou por diversas mudanas, em sintonia

    com os pressupostos dos modelos de gesto vigentes. Ainda, a partir de

    estudos desenvolvidos pela Coordenao-Geral de Pesquisa da Enap, suametodologia vem sendo revisada ao longo dos anos, o que resultou na incluso

    de novos temas, no aperfeioamento dos relatos e na clarificao dos

    conceitos e critrios de seleo.

    A premissa subjacente ao Concurso que o reconhecimento e a

    disseminao do trabalho de servidores e equipes que colocam em prtica

    novas ideias melhoram a gesto das organizaes e polticas pblicas,

    contribuindo para o aumento da qualidade dos servios prestados populao. Em sintonia com essa premissa, a 19 edio do Concurso

    Inovao foi realizada com os seguintes objetivos:

    estimular a implementao de iniciativas inovadoras em organizaes

    do Governo Federal, que contribuam efetivamente para a melhoria dos

    servios pblicos;

    disseminar solues inovadoras que sirvam de inspirao ou referncia

    para outras iniciativas e colaborem para o avano da capacidade de governo; e

    valorizar servidores pblicos que atuem de forma criativa e proativa em

    suas atividades, em benefcio do interesse pblico.

    Em dezenove anos de existncia, o Concurso recebeu 1.832 inscries e

    premiou 351 experincias inovadoras. Entre os participantes, destacam-se

    os Ministrios da Educao, da Sade e da Previdncia Social, responsveis

    por boa parte do nmero de iniciativas inscritas e premiadas. Os grficos aseguir apresentam, respectivamente, a evoluo do nmero de inscries ao

    longo dos anos (Figura 1) e a distribuio das iniciativas e das premiaes

    entre os ministrios participantes (Figura 2)1.

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    Figura 1: Evoluo do nmero de inscries, por edio e acumulado(1996-2014)

    Fonte: Elaborao prpria.

    Figura 2: Nmero de inscries e premiaes por rgo superior (1996-2014)

    Fonte: Elaborao prpria

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    A inovao um fenmeno complexo, que invariavelmente abrange mais

    de uma das reas temticas do Concurso. Todavia, essa categorizao

    importante, pois permite evidenciar algumas tendncias da gesto realizadano mbito governamental. Assim, em relao distribuio das iniciativas

    por rea temtica (Figura 3), observamos que quase a quarta parte das

    inscries so realizadas na categoria melhoria dos processos de trabalho.

    No entanto, proporcionalmente ao nmero de inscries, a rea temtica

    mais premiada atendimento ao cidado, seguida por planejamento,

    oramento, gesto e desempenho institucional, refletindo e reconhecendo o

    valor das iniciativas que produzem resultados concretos e que impactam

    mais diretamente a vida dos cidados.

    Figura 3: Distribuio percentual de iniciativas inscritas e premiadas, por reatemtica (1996-2014)

    Fonte: Elaborao prpria.

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    A 19 edio do Concurso Inovao

    Ao longo do ano de 2014, foram percorridas vrias etapas visando

    definio das melhores inovaes entre as inscritas no Concurso. importante

    registrar que o processo de avaliao resultado de um aperfeioamento

    contnuo e permanente. Assim, diversas mudanas metodolgicas foram

    realizadas ao longo dos anos, principalmente para fomentar o debate e a

    circulao das informaes entre os membros do Comit Julgador.

    Inscries

    A 19 edio do Concurso Inovao recebeu ao todo 184 inscries, que

    foram inicialmente submetidas a um processo de triagem interna, para

    verificao do cumprimento dos requisitos definidos no regulamento do

    Concurso2. Ao final dessa etapa, restaram 136 inscries vlidas, distribudas

    de acordo com os grficos a seguir (Figuras 4 e 5).

    Figura 4: Distribuio percentual de iniciativas inscritas por rea temtica(2014)

    Fonte: Elaborao prpria

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    Avaliao

    As 136 inscries vlidas foram objeto da avaliao do Comit Julgador

    em dois momentos distintos. Na etapa de avaliao preliminar, em umambiente virtual, o Comit Julgador leu e avaliou os relatos inscritos, de

    acordo com os seguintes critrios:

    Grau de introduo de mudanas em relao a prticas anteriores (novos

    elementos e processos).

    Impacto dos resultados da iniciativa em relao a: 1) resoluo da

    situao-problema, 2) atendimento demanda do pblico-alvo ou 3)

    atendimento aos direitos dos cidados.

    Grau de envolvimento e participao dos servidores na mudana.

    Grau de integrao com outras iniciativas internas, externas ou

    parcerias.

    Grau de eficincia na utilizao dos recursos.

    Grau de promoo de mecanismo de transparncia, participao ou

    controle social.

    Figura 5: Distribuio percentual de iniciativas inscritas por rgo superior(2014)

    Fonte: Elaborao prpria

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    Como resultado da avaliao preliminar, as 20 iniciativas mais bem

    avaliadas passaram para a prxima fase do Concurso. Esse grupo de

    iniciativas recebeu, ento, a visita do Comit Tcnico, que entrevistou osresponsveis, aprofundou e verificou a acuidade das informaes e

    esclareceu as questes formuladas pelo Comit Julgador na etapa anterior.

    As visitas deram origem a relatrios tcnicos, disponibilizados para os

    membros do Comit Julgador antes da avaliao final do Concurso.

    A definio das iniciativas premiadas ocorreu em dezembro de 2014, na

    Enap, durante a Reunio de Avaliao Final, com a presena do Comit Julgador

    e do Comit Tcnico do Concurso. Cumpre registrar que o papel do ComitTcnico na reunio foi restrito resposta das dvidas e pedidos de

    esclarecimento dos membros do Comit Julgador. Assim, aps intenso debate e

    troca de informaes sobre as caractersticas e qualidades das inovaes, o

    Comit Julgador definiu as 10 iniciativas vencedoras da 19 edio.

    Relao das iniciativas premiadas

    1 lugar: Veculo de Diagnstico de Rodovias, do Departamento Nacional

    de Infraestrutura de Transportes (DNIT);

    2 lugar: Programa de Reduo de Litgios e de Aperfeioamento da

    Defesa Judicial da Unio, da Advocacia-Geral da Unio (AGU);

    3 lugar: Sistema de Acompanhamento de Contratos de Repasse (Siacor),

    do Ministrio do Turismo (MTUR);

    4 lugar: Resoluo extrajudicial de conflitos entre consumidores e

    operadoras de planos de sade, da Agncia Nacional de Sade Suplementar

    (ANS);

    5 lugar: InovAtiva Brasil, do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria

    e Comrcio Exterior (MDIC);

    6 lugar: Inovao na prospeco de clientes, da Empresa Brasileira de

    Correios e Telgrafos (ECT);

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    7 lugar: Aquisio de equipamentos mdicos de grande porte no Modelo

    Turnkey, do Instituto Nacional de Cncer (Inca);

    8 lugar: Bolsa-Formao do Pronatec, do Ministrio da Educao (MEC); 9 lugar: Servio de logstica reversa em agncia dos Correios, da Empresa

    Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT);

    10 lugar: Projeto de integrao de dados do Programa Brasil

    Quilombola, da Secretaria de Polticas de Promoo da Igualdade Racial

    (Seppir).

    Premiao

    O 19 Concurso Inovao contou com o apoio da Embaixada da Frana,

    da Embaixada Real da Noruega e da Embaixada do Canad para oferta de

    visitas tcnicas a organizaes congneres de outros pases. Os responsveis

    pelas iniciativas primeiras colocadas na 19 edio do Concurso recebero

    os seguintes prmios:

    visitas tcnicas em organizaes pblicas da Frana; visitas tcnicas em organizaes pblicas da Noruega;

    visitas tcnicas em organizaes pblicas do Canad.

    A atribuio dos prmios aos cinco primeiros colocados feita por um

    comit especfico, com representantes da Enap, do Comit Julgador do

    Concurso e das instituies internacionais apoiadoras, garantindo o

    alinhamento entre as temticas das iniciativas premiadas e as reas

    prioritrias das cooperaes internacionais.

    As demais iniciativas premiadas recebem a assinatura da Revista do Servio

    Pblico(RSP) por um ano, publicaes da Enap, certificados para os integrantes

    das equipes e o livro com os relatos das iniciativas. Alm disso, as dez

    iniciativas vencedoras so divulgadas no Banco de Solues, disponvel no

    sitedo Concurso (http://inovacao.enap.gov.br), e recebem o Selo Inovao,

    para ser utilizado nos materiais de divulgao da iniciativa.

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    Composio do Comit Julgador

    Composto por profissionais com notria especializao em gesto de

    polticas pblicas e atuao destacada em atividades correlatas, o Comit

    Julgador foi responsvel pela avaliao das iniciativas inovadoras, definindo

    as vencedoras do Concurso. O Comit Julgador da 19 edio do Concurso

    Inovao foi composto pelos seguintes membros:

    Aleksandra Santos, Coordenadora-Geral de Recursos Humanos do

    Ministrio da Justia (MJ);

    Andr de Oliveira Bucar, Chefe de Gabinete do Ministrio do Planejamento,

    Oramento e Gesto (MPOG);

    Antnio Semeraro Cardoso Rito, Diretor-Presidente da Fundao de

    Previdncia Complementar dos Empregados ou Servidores da Finep, Ipea,

    CNPq, Inpe e Inpa (FIPECq);

    Caio Marini, Diretor do Instituto Publix para o Desenvolvimento da

    Gesto Pblica;

    Ciro Campos Christo Fernandes, Assessor da Escola Nacional deAdministrao Pblica (Enap);

    Cleyton Domingues de Moura, Assessor da Secretaria-Executiva do

    Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG);

    Daniel Annenberg, Coordenador do Departamento Estadual de Trnsito

    de So Paulo (Detran/SP);

    Flvio Jos Rodrigues de Castro, Assessor de Planejamento da Reitoria

    do Centro Universitrio de Sete Lagoas;

    Jackson De Toni, Gerente de Planejamento da Agncia Brasileira de

    Desenvolvimento Industrial (ABDI);

    Maria Jlia Pantoja de Britto, Professora Adjunta da Universidade de

    Braslia (UnB);

    Maristela Marques Baioni, Representante Residente Assistente do

    Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD);

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    Paulo Marques, Diretor de Desenvolvimento Gerencial da Escola

    Nacional de Administrao Pblica (Enap);

    Pedro Antonio Bertone Atade, Gerente de Projeto do Ministrio daIntegrao Nacional (MI);

    Ricardo Antnio de Souza Karam, Chefe de Gabinete Adjunto da

    Presidncia da Repblica (PR);

    Ricardo Corra Gomes, Professor da Universidade de Braslia (UnB);

    Ronaldo Alves Nogueira, Assessor Especial de Controle Interno do

    Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG);

    Suely Mara Vaz Guimares de Arajo, Consultora Legislativa da Cmara

    dos Deputados;

    Valria Porto, Assessora da Escola Nacional de Administrao Pblica

    (Enap);

    Valria Rezende de Oliveira, Assessora da Casa Civil da Presidncia da

    Repblica.

    Composio do Comit Tcnico

    O Comit Tcnico foi responsvel pelas visitas in locodas 20 experincias

    finalistas do Concurso, subsidiando com informaes a tomada de deciso

    do Comit Julgador. De carter investigativo e pautado pela neutralidade, o

    Comit Tcnico do 19 Concurso Inovao foi composto pelos seguintes

    profissionais:

    Carlos Henrique Rodrigues, Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel);

    Clarice Gomes de Oliveira, Secretaria da Micro e Pequena Empresa da

    Presidncia da Repblica (SMPE/PR);

    Daienne Amaral Machado, Casa Civil da Presidncia da Repblica (CC/PR);

    Daniel de Oliveira Piza, Fundao Nacional do ndio (Funai);

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    Fabiana Petrocelli Bezerra Paes e Teixeira, Agncia Nacional de Vigilncia

    Sanitria (Anvisa);

    Flvia de Holanda Schmidt Squeff, Instituto de Pesquisa EconmicaAplicada (Ipea);

    Jos Aparecido Carlos Ribeiro, Secretaria de Desenvolvimento Econmico

    e Social da Presidncia da Repblica (SDES/PR);

    Natlia Latino Antezano, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia

    (CFEA);

    Wandemberg Venceslau Rosendo dos Santos, Secretaria Geral da

    Presidncia da Repblica (SGPR);

    Yana de Faria, Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG).

    Notas

    1 Para a elaborao dessa classificao, foram consideradas as inscriesfeitas diretamente pelo ministrio e pelos rgos e entidadesdiretamente vinculados.

    2 De acordo com o regulamento, sero desclassificadas do Concurso asiniciativas que no cumprem qualquer um dos seguintes critrios:

    implementao em rgo do Poder Executivo federal; vigente h pelo menos

    1 (um) ano; no ter sido premiada em outras edies do Concurso; e inscrio

    preenchida por completo, em conformidade com as instrues do Manual

    do Candidato.

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    rea temtica

    Arranjos institucionais paracoordenao e implementaode polticas pblicas

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    A Bolsa-Formao do Pronatec

    Ministrio da Educao (MEC)

    A iniciativa Bolsa-Formao uma das aes do Pronatec desenvolvidas

    com o objetivo de ampliar as oportunidades educacionais, interiorizando e

    democratizando o acesso a cursos tcnicos de nvel mdio e a cursos de

    formao inicial e continuada que gerem oportunidades ocupacionais. A

    Bolsa-Formao consiste na oferta gratuita de cursos tcnicos e cursos deformao inicial e continuada, presenciais, custeados com recursos

    repassados pelo MEC a instituies de ensino das diversas redes de educao

    profissional do Pas. Os recursos recebidos pelas instituies ofertantes do

    Pronatec/Bolsa-Formao abrangem todas as despesas de custeio das vagas,

    incluindo o fornecimento de alimentao, de transporte e de material didtico

    aos estudantes. Desde 2011, j foram realizadas mais de 3 milhes de

    matrculas em cursos de educao profissional, alcanando mais de 4 mil

    municpios em todos os estados da Federao.

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    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

    Caracterizao da situao anterior e identificao do problema

    Em 2011, por meio da Lei n 12.513, de 26 de outubro de 2011, o governobrasileiro lanou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e

    Emprego (Pronatec) em resposta demanda da sociedade pela ampliao

    das oportunidades de formao profissional. O Pronatec representa uma

    poltica pblica criada com o objetivo de expandir, interiorizar e

    democratizar a oferta de cursos de educao profissional, contribuindo

    para a melhoria da qualidade do ensino mdio e das oportunidades

    educacionais. Por um lado, essa poltica visa incluso produtiva dos

    jovens e trabalhadores que necessitam de formao profissional para

    obterem melhores oportunidades ocupacionais e, por outro, ela visa

    melhoria da produtividade e da competitividade do Pas, por meio da

    formao profissional em larga escala, atravs de redes de ensino

    reconhecidas e estruturadas.

    Para cumprir a sua finalidade, o Pronatec criou novas iniciativas ereadequou um conjunto de aes anteriores que vinham sendo desenvolvidas

    para a expanso da oferta de cursos de educao profissional no Brasil.

    Entre as novas iniciativas est a Bolsa-Formao1, que consiste na

    oferta, em larga escala, gratuita de cursos tcnicos e cursos de formao

    inicial e continuada, presenciais, custeados com recursos repassados

    pelo MEC a instituies de ensino das diversas redes de educao

    profissional do Pas. Os recursos recebidos pelas instituies ofertantes

    do Pronatec/Bolsa-Formao abrangem todas as despesas de custeio das

    vagas, incluindo aquelas com os profissionais envolvidos nas atividades,

    com o fornecimento de alimentao, de transporte e de material didtico

    aos estudantes.

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    A Bolsa-Formao do Pronatec

    Descrio da iniciativa e da inovao

    A expanso da educao profissional, no contexto da Bolsa-Formao,

    est sendo conduzida pelo Ministrio da Educao, com a participao ativa

    de parceiros demandantes e ofertantes de cursos profissionalizantes.

    O papel de parceiro demandante desempenhado pelos ministrios e

    secretarias estaduais de educao que so responsveis por: i) mapear e

    caracterizar a demanda existente; ii) identificar o perfil de formao e a

    quantidade de profissionais necessrios em cada municpio do Pas; iii)

    realizar os processos de mobilizao e de seleo do pblico a ser capacitado;iv) monitorar a execuo dos cursos; e v) articular para que os egressos dos

    cursos tenham como buscar as oportunidades ocupacionais identificadas

    no mapeamento da demanda2.

    Por outro lado, as diversas redes de educao profissional e tecnolgica

    reconhecidas no Pas desempenham o papel de parceiro ofertante. So

    parceiros ofertantes do Pronatec/Bolsa-Formao: Rede Federal de Educao

    Profissional e Tecnolgica (institutos federais e escolas tcnicas vinculadas

    a universidades federais), Redes Estaduais de Educao, Sistema S (Senai,

    Senac, Senar e Senat) e Redes Privadas (escolas tcnicas de nvel mdio e

    instituies de ensino superior).

    Os demandantes nacionais possuem pontos de atendimento presenciais

    distribudos nos municpios do Pas, denominadas de unidades

    demandantes. Como exemplo de unidade demandante do Pronatec, podemos

    citar os Centros de Referncia de Assistncia Social (CRAS) ligados ao

    Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS) e as unidades

    do Sistema Nacional de Emprego (Sine) vinculadas ao Ministrio do Trabalho

    e Emprego (MTE).

    Nessas unidades, so realizadas as pr-matrculas em turmas do pblico

    mobilizado pelos demandantes, que deve pertencer ao pblico prioritrio do

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    programa. Aps a pr-matrcula numa turma, um interessado tem at sete

    dias para comparecer unidade de ensino na qual foi pr-matriculado e

    apresentar a documentao exigida para que a matrcula seja confirmada.Aps esse prazo, a pr-matrcula perde a validade e as vagas remanescentes

    nas turmas so disponibilizadas na Internet, por meio do endereo eletrnico

    http://pronatec.mec.gov.br, para que outros cidados que desejem se capacitar

    possam ocup-las.

    As vagas abertas pelo ofertante, para que o demandante pr-matricule

    seu pblico, precisam ser autorizadas previamente pelo Ministrio da

    Educao, que atua como articulador entre demandantes e ofertantes

    nacionais, num processo denominado de pactuao de vagas.

    Na pactuao, as demandas por formao profissional so registradas

    pelos demandantes que indicam curso, quantidade de vagas e municpio

    , de forma que a demanda por formao profissional venha a induzir a oferta

    nas unidades de ensino das redes ofertantes. Esse processo de pactuao

    tem como objetivo induzir o planejamento da oferta em mbito nacional e,principalmente, possibilitar que o pblico atendido realize cursos que gerem

    maiores oportunidades ocupacionais.

    No mbito do Pronatec/Bolsa-Formao, so oferecidos cursos de

    formao inicial e continuada ou de qualificao profissional, denominados

    cursos FIC, e cursos tcnicos de nvel mdio nas formas articulada (integrado

    e concomitante) e subsequente. Os cursos tcnicos subsequentes so ofertados

    exclusivamente por meio do Sistema de Seleo Unificado da Educao

    Profissional e Tecnolgica (Sisutec), que o mecanismo que prioriza a

    ocupao das vagas em funo da nota obtida pelos estudantes no Enem.

    O modelo de pactuao de vagas supracitado no se aplica ao Sisutec,

    que possui metodologia e critrios prprios para aprovao de cursos e

    vagas. Como a oferta de cursos tcnicos na forma subsequente, pelo Sisutec,

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    a nica alternativa para participao de instituies privadas no Pronatec/

    Bolsa-Formao, cerca de 70% dessas vagas, na modalidade subsequente,

    vm sendo ofertadas por essas instituies.Ao estabelecer critrios de aprovao que determinam prioridades e

    limitaes para oferta de cursos e vagas, possvel estimular a interiorizao

    da oferta de vagas, com aumento do nmero de municpios com presena do

    setor privado. Analogamente, a limitao do nmero de oferta de vagas por

    curso, por unidade, e a excluso da oferta de cursos selecionados, estimula

    a criao de estrutura fsica e de pessoal para atendimento a novos cursos e

    eixos tecnolgicos, aumentando as alternativas de escolha dos estudantes e

    trabalhadores. Dessa forma, a ao do Pronatec/Bolsa-Formao atua como

    indutor de oferta de cursos tcnicos nas instituies privadas.

    Concepo da inovao e trabalho em equipe

    Uma poltica pblica da dimenso do Pronatec no se constitui sem a

    realizao de parcerias para a sua execuo. Desde o incio do programa,

    vrios avanos foram obtidos a partir do trabalho realizado pelas equipes

    da Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica (Setec/MEC) com equipes

    de parceiros externos.

    Um primeiro trabalho que merece destaque pelo seu ineditismo foi o

    mapeamento realizado em parceria com o MTE entre as ocupaes da

    Classificao Brasileira de Ocupaes (CBO) e os cursos ofertados no mbito

    do Pronatec. No mapeamento realizado, foram utilizadas as cercas de 2.500

    ocupaes da CBO, os 644 cursos FIC do Guia Pronatec de Cursos FIC e os 220

    cursos do Catlogo Nacional de Cursos Tcnicos. O mapeamento realizado

    constar nas prximas edies dos catlogos.

    Ter o mapeamento entre formao e ocupao foi fundamental para

    possibilitar o cruzamento da base de dados sobre cursos tcnicos disponveis

    A Bolsa-Formao do Pronatec

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    no MEC com a base de dados da Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS)

    do MTE, com o objetivo de analisar a trajetria socioprofissional e

    educacional dos estudantes que concluram cursos tcnicos e FIC. Essetrabalho de avaliao dos egressos do Pronatec est sendo realizado pelo

    Instituto de Pesquisa Econmica e Aplicada (Ipea) em cooperao com o

    MEC, com previso de trmino para dezembro de 2014.

    Outra parceria foi firmada pelo MEC com o Centro de Gesto de Estudos

    Estratgicos (CGEE) para elaborar o mapa da educao profissional e

    tecnolgica (Mapa da EPT). A proposta elaborar o Mapa da EPT a partir de

    dados disponveis sobre a formao de pessoal em cursos de educao

    profissional nas redes de ensino pblicas e privadas e no mercado de trabalho

    para tcnicos e profissionais especializados, incluindo uma anlise

    prospectiva da dinmica das economias regionais, com destaque para os

    principais investimentos pblicos em setores estratgicos. Quando estiver

    finalizado, esse mapa ser mais um insumo a ser utilizado no processo de

    pactuao de vagas do Pronatec/Bolsa-Formao para um maior alinhamentoentre demanda e oferta.

    Alm dessas parcerias, a Setec/MEC conta periodicamente com

    profissionais da Rede Federal de EPT, que participam de comisses para

    aes diversas no mbito do Pronatec. Uma dessas comisses foi constituda

    para realizar o mapeamento dos cursos tcnicos que podiam ser ofertados

    por instituies de ensino superior no mbito do Pronatec, a partir dos cursos

    superiores ofertados por essas instituies. Esse estudo resultou na tabela

    de mapeamento publicada na Portaria n 20, de 27 de junho de 2013.

    A Setec tambm est trabalhando em parceria com o Instituto Nacional de

    Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep) para possibilitar a

    consolidao dos dados da educao profissional, visto que os dados hoje

    existentes no Censo da Educao Bsica do Inep no contemplam os cursos

    de formao inicial e continuada ofertados no Pronatec. Esse trabalho

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    resultar num documento com um resumo tcnico sobre a educao

    profissional no Pas, contemplando as matrculas em cursos tcnicos, cursos

    FIC e em cursos superiores de tecnologia. Esse trabalho permitir uma visoconsolidada da forte expanso da educao profissional do Pas nos ltimos

    anos, evidenciando os impactos gerados pela implantao do Pronatec.

    Objetivos da iniciativa

    A iniciativa Bolsa-Formao uma das aes do Pronatec desenvolvidas

    com o objetivo de ampliar as oportunidades educacionais, induzindo a ofertaem funo da demanda por formao profissional, interiorizando e

    democratizando o acesso a cursos tcnicos de nvel mdio e a cursos de formao

    inicial e continuada, de forma a contribuir efetivamente com o processo de

    incluso produtiva e a melhoria da produtividade e competitividade do Pas.

    Pblico-alvo da iniciativa

    O programa nasceu para atender, prioritariamente, aos estudantes do

    ensino mdio da rede pblica, inclusive da educao de jovens e adultos, aos

    trabalhadores e aos beneficirios dos programas federais de transferncia

    de renda.

    Cabe salientar que os beneficirios supracitados caracterizam-se como

    prioritrios, mas no exclusivos. As vagas que permanecerem disponveis, aps

    o atendimento prioritrio a esses beneficirios, podero ser ocupadas por outros

    pblicos, respeitados os requisitos especficos previstos para acesso aos cursos.

    Aes e etapas da implementao

    Tendo em vista a necessidade de se estabelecer um processo de

    acompanhamento da oferta de cursos, cuja carga horria deveria ser de no

    A Bolsa-Formao do Pronatec

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    mnimo 160 horas, o MEC convidou representantes dos Servios Nacionais

    de Aprendizagem e da Rede Federal de EPT para discutirem a elaborao de

    uma primeira verso de um guia de cursos FIC, at ento no existente, quecontemplasse os cursos que poderiam ser ofertados pelo Pronatec. Dessa

    ao, nasceu o Guia Pronatec de Cursos FIC 1aedio a ser utilizado como

    mecanismo de estruturao da oferta de cursos do Pronatec.

    Nos anos de 2011 e 2012, o principal esforo foi realizado na direo da

    necessidade de articulao entre os representantes das instituies de ensino

    e os representantes dos demandantes em mbito municipal ou estadual.

    Essa ao elevou enormemente a complexidade na estruturao das ofertas

    de cursos, pois os representantes das unidades de ensino e das unidades

    demandantes no costumavam dialogar para alinhar os cursos a serem

    ofertados. Alm disso, o processo de articulao tinha um desdobramento

    operacional por meio do Sistema Nacional de Informaes da Educao

    Profissional (Sistec), o qual, alm de manter informaes sobre todas as

    instituies de ensino e seus cursos, exigia um processo de pr-matrculados estudantes, via CPF, por parte das unidades demandantes e a efetivao

    da matrcula pelas unidades de ensino, que deveriam tambm acompanhar e

    registrar a frequncia de cada estudante periodicamente.

    Entretanto, verificou-se que o objetivo de se induzir a oferta em funo da

    demanda no estava avanando como desejado. As instituies de ensino

    ofertantes continuavam propondo os seus cursos de prateleira, ou seja, cursos

    j previamente existentes, numa lgica de oferta em grande escala, ainda que

    a demanda ocupacional pudesse caminhar em outras direes.

    Por essa razo, os esforos foram envidados na definio de um modelo

    de pactuao que se tornou uma questo central do Pronatec e passou por

    diversas alteraes, sempre buscando fortalecer o demandante frente s

    instituies ofertantes.

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    Durante o ano de 2013, o Pronatec recebeu a adeso de diversos novos

    demandantes, e tambm de alguns novos ofertantes, cabendo destaque adeso

    do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) e doMinistrio do Trabalho e Emprego (MTE), cujo perfil de participao agrega ao

    programa dados sobre perspectivas ocupacionais. Alm disso, a adeso dos

    municpios ao Pronatec estava crescendo muito a cada semestre, chegando,

    em 2013, marca de 3.200 municpios atendidos. Diante dessa realidade, a

    realizao do processo seguinte de pactuao de vagas requeria a elaborao

    prvia de um mapa de demandas identificadas, ou seja, demandas relacionadas

    a vagas de emprego mapeadas junto ao setores produtivos, bem como em

    setores no relacionados estritamente ao emprego formal.

    Esse processo levou a uma inverso na forma de articulao entre unidades

    demandantes e ofertantes, visto que a demanda j seria previamente

    identificada, requerendo o seu atendimento pelos ofertantes. Como tal

    processo teria grande impacto na pactuao, a deciso foi realiz-lo por

    etapas para no colocar em risco todas as tratativas que haviam sido

    realizadas previamente.

    Dessa forma, na pactuao seguinte realizada para 2014.13 , a

    necessidade de refinamento dos critrios ficou evidente quando os

    demandantes ofertantes propuseram cerca de 2,5 milhes de novas vagas,

    para uma meta anual planejada para 1,1 milho de vagas. Naquele momento,

    como o mapa de demandas identificadas no foi colocado no Sistec, o MEC

    estabeleceu um mtodo arbitrrio para priorizar a aprovao de vagas eforam aprovadas todas as propostas de ofertas de cursos que apresentaram

    crescimento da demanda profissional, ou seja, cursos associados a

    ocupaes CBO em crescimento no mercado de trabalho.

    Para calcular esse crescimento de demanda, utilizaram-se como insumo

    as tabelas Rais e Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados),

    fornecidas pelo MTE, que mostram dados relativos ao mercado de trabalho

    A Bolsa-Formao do Pronatec

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    formal. A Rais mostra o estoque de vagas anual e o Caged apresenta a variao

    mensal de admisses e demisses no mercado de trabalho.

    Esse modelo de priorizao de vagas utilizado para a Pactuao 2014.1indicou a necessidade de aprimorar os critrios utilizados, de forma a

    considerar outras variveis identificadas posteriormente, tais como:

    contemplar o mercado de trabalho informal e maximizar a interiorizao

    das ofertas de cursos, conforme prev a Lei n 12.513/2011.

    Para a Pactuao 2014.2, o modelo de mapa da demanda identificada foi

    implementado e o processo de pactuao foi dividido em duas fases distintas.

    Na primeira fase, os demandantes nacionais enviam para a Setec/MEC suas

    demandas identificadas junto aos seus diversos parceiros de trabalho. Essas

    demandas so consolidadas em um mapa de demandas identificadas, que

    contm uma lista de cursos por municpio e suas respectivas quantidades de

    vagas necessrias. Esse mapa disponibilizado para as unidades de ensino

    e todas as propostas que nele constem so aceitas.

    Na segunda fase, realizada para possibilitar o atendimento de demandas

    locais no sistematizadas pelos demandantes nacionais, os ofertantes em

    articulao com os demandantes locais apresentam suas propostas, que

    so aprovadas em funo do nmero de vagas restantes da fase 1.

    Esses aprimoramentos do modelo de pactuao utilizado no Pronatec/

    Bolsa-Formao esto sendo realizados em articulao com os demandantes

    e ofertantes, distanciando-se cada vez mais da chamada lgica ofertista, eutilizando critrios que permitam uma aproximao cada vez maior entre a

    formao e a ocupao do indivduo no mundo do trabalho.

    Descrio dos recursos financeiros, humanos, materiais e tecnolgicos

    Os recursos financeiros necessrios ao desenvolvimento da Bolsa-

    Formao foram calculados tomando-se como base a meta de vagas

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    estabelecida pelo Governo Federal para essa iniciativa, tendo sido publicados

    nas leis oramentrias anuais de 2011 a 2014 e totalizando cerca de 14

    bilhes de reais destinados ao atendimento das matrculas realizadas emtodas as iniciativas que compem o Pronatec.

    A gesto da Pronatec/Bolsa-Formao feita por cerca de 15 profissionais

    lotados em uma das diretorias da Setec/MEC. Para lidar com a grande dimenso

    da iniciativa, a equipe precisa fazer uso de instrumentos de divulgao de

    informaes que tenham alcance imediato a todos os envolvidos. Para isso,

    so utilizadas listas de discusso, publicao peridica de notas informativas,

    manuteno de websites e reunies rotineiras com representantes dos

    demandantes e ofertantes, que so elementos fundamentais no processo de

    capacitao e de disseminao de suas respectivas redes de atuao.

    Todas as atividades do Pronatec so registradas no Sistema de Informaes

    da Educao Profissional (Sistec), que foi construdo em 2008 com o objetivo

    de consolidar as informaes de oferta de cursos na educao profissional

    do Pas. Em 2011, o Sistec foi redimensionado para atender tambm snecessidades do Pronatec, registrando o CPF de estudante matriculado nas

    turmas ofertadas. A utilizao do Sistec viabilizou uma rpida implantao

    do Pronatec, visto que utilizou o cadastro pr-existente das unidades de

    ensino e dos cursos de educao profissional.

    Alm da equipe responsvel pela gesto, a Setec/MEC dispe de uma equipe

    terceirizada com cerca de 50 postos de atendimento s demandas recebidas

    por meio do telefone 0 800 616161 e do atendimento eletrnico http://

    pronatec.mec.gov.br/fale-conosco.

    Por que considera que houve utilizao eficiente dos recursos na iniciativa?

    Enquanto poltica pblica para a educao profissional, um dos grandes

    diferenciais do Pronatec a centralizao da gesto da oferta de cursos de

    A Bolsa-Formao do Pronatec

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    educao profissional, que possibilita a participao de praticamente todos

    os ministrios que possuem demanda por formao profissional. Essa

    centralizao, realizada no Ministrio da Educao (MEC), especificamentena Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica (Setec), permitiu um

    avano na direo do alinhamento entre a demanda e a oferta, possibilitando

    ainda a identificao e atendimento s reas que no estavam sendo

    assistidas devidamente. O modelo anteriormente aplicado induzia que os

    ministrios, que tinham demandas por formao profissional, buscassem

    atend-las a partir de necessidades especficas de cada um, levando a possvel

    sobreposio de aes e tornando difcil a mensurao dos resultados

    alcanados, uma vez que no havia uma gesto centralizada dos cursos

    ofertados.

    O acompanhamento das matrculas realizadas por CPF do indivduo

    permite a aferio precisa dos resultados alcanados, incluindo o

    acompanhamento de sua trajetria profissional para avaliar o impacto do

    curso realizado no mbito do Pronatec e para identificao imediata dosbeneficiados com a ao. A utilizao de catlogos e guias de cursos

    profissionalizantes pelo MEC tambm possibilitou um processo de disciplina

    nas ofertas e a integrao com a CBO gerenciada pelo MTE.

    No foi preciso desenvolver novos sistemas computacionais para

    execuo da iniciativa. Os sistemas foram reutilizados a partir de aes pr-

    existentes, como no caso do Sistec, ou a partir da adoo de softwareslivres,

    como no caso da utilizao do Redmine para gesto dos monitoramentos

    realizados. Assim, tornou-se possvel manter um controle individualizado de

    cada matrcula e de cada cidado que ingressou nos cursos do Pronatec, ao

    mesmo tempo que possibilitou que cada parceiro demandante tivesse o

    atendimento das ofertas de cursos e do seu pblico dentro da sua

    especificidade.

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    Monitoramento e avaliao da iniciativa

    As primeiras turmas no mbito do Pronatec/Bolsa-Formao comearam

    a ser abertas em novembro de 2011. Em junho de 2012, pouco mais de seis

    meses aps as primeiras ofertas, a Setec/MEC iniciou as visitas de

    monitoramento do programa.

    As visitas so realizadas por duplas de avaliadores integrantes de um

    banco de especialistas em educao profissional constitudo pela Setec/

    MEC. De incio, como estratgia para uma capacitao mais rpida e menos

    onerosa aos cofres pblicos, a Setec/MEC capacitou de forma presencial

    cerca de 30 avaliadores docentes da Rede Federal de Educao Profissional

    e Tecnolgica. Em seguida, esses avaliadores realizaram novos eventos de

    capacitao em suas instituies, atuando como multiplicadores da

    capacitao recebida em Braslia. Para esses eventos realizados em dezenas

    de institutos federais no Pas , foram convidados os demais docentes da

    instituio que integravam o banco de avaliadores. Dessa forma, depois de

    pouco mais de um ms, a Setec/MEC contava com cerca de 300 avaliadores

    capacitados.

    Os avaliadores capacitados vo sendo contatados para a realizao de

    visitas na medida em que so planejadas novas etapas de avaliao. A Setec/

    MEC forma comisses com dois avaliadores de diferentes instituies, que so

    alocados para visitas em estados diferentes de seus locais de origem. Com o

    objetivo de maximizar a produtividade e minimizar os custos com emisso depassagens, as comisses de avaliao passam cinco dias teis em cada

    municpio, realizando visitas em at trs unidades de ensino diferentes.

    Durante as visitas, os avaliadores coletam informaes para responder

    aos questionamentos do instrumento de avaliao, que contempla desde

    aspectos pedaggicos at os requisitos normativos do programa. As unidades

    de ensino visitadas devem disponibilizar aos avaliadores toda a

    A Bolsa-Formao do Pronatec

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    documentao solicitada quando da notificao da visita, tais como: projetos

    pedaggicos dos cursos, dirios de classe, etc. Adicionalmente so feitas

    entrevistas com estudantes, docentes, gestores e demais profissionaisenvolvidos com a execuo do programa na instituio para auxiliar os

    avaliadores na consolidao do relatrio do monitoramento.

    O instrumento de monitoramento de cada unidade de ensino visitada

    preenchido no sistema eletrnico de Monitoramento e Avaliao de Programas

    (MAP), disponvel em http://map.mec.gov.br. O MAP foi customizado a partir

    de um software livre disponvel para gesto de projetos de software,

    denominado Redmine, e instalado em um dos servidores da infraestrutura de

    rede do MEC. Essa customizao foi realizada por profissionais da prpria

    Setec/MEC, reduzindo a zero o custo com aquisio de um softwareespecfico

    para gerenciar o monitoramento do Pronatec, e tendo sua disponibilizao

    quase que imediata.

    Alm do instrumento de monitoramento, os avaliadores inserem tambm

    no MAP: fotos, cpias de documentos de registros de matrculas dos alunos,

    listas de assinaturas dos estudantes e profissionais entrevistados, entre

    outros documentos coletados na unidade de ensino.

    Para selecionar os municpios que recebero comisses de avaliao do

    Pronatec, o primeiro passo definir quantos municpios sero visitados a

    cada etapa planejada. Em seguida, realizado um sorteio probabilstico dos

    municpios que sero visitados, utilizando o mtodo de Probabilidade

    Proporcional ao Tamanho (PPT), com a quantidade de matrculas realizadasno municpio sendo tomada como base para tal seleo. A utilizao de um

    mtodo para seleo das unidades a serem avaliadas fundamental, pois,

    ao alcanar j o programa mais de 4 mil municpios, tornou-se invivel, num

    primeiro momento, realizar visita a todos eles.

    Usando esse mtodo de trabalho, at o momento 680 unidades de ensino

    receberam comisses de avaliao in locodo Pronatec/Bolsa-Formao.

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    Dessas, cerca de 400 j receberam parecer da Setec/MEC com o resultado do

    monitoramento realizado.

    Alm dos monitoramentos in loco, a Setec/MEC acompanha a execuo doprograma por meio dos dados registrados no Sistec. Os resultados do

    monitoramento in loco esto sendo sistematizados em um relatrio geral

    com dados estatsticos gerados a partir das visitas.

    Resultados quantitativos e qualitativos concretamente mensurados

    Nessa iniciativa, j foram realizadas mais de 3 milhes de matrculas,superando a meta prevista at o final de 2014, detalhada no quadro a

    seguir.

    As matrculas realizadas no mbito do Pronatec/Bolsa-Formao esto

    distribudas em mais de 4 mil municpios, representando mais de 70% do

    total, em todas as unidades da Federao.

    Existem cerca de 15 mil unidades de ensino locais de oferta de cursos e

    mais de 18 mil unidades demandantes pontos de atendimento onde os

    interessados comparecem para processo seletivo e realizao de suas pr-

    matrculas.

    Obstculos encontrados e solues adotadas

    No incio da implantao do programa, havia baixa ocupao das vagas

    ofertadas e, conforme prev o modelo, as unidades de ensino no podiam ocupar

    as vagas remanescentes, realizando matrculas de outros candidatos

    interessados. A matrcula s realizada para candidatos pr-matriculados pelos

    demandantes, devido ao modelo estabelecido para evitar a lgica ofertista.

    A Bolsa-Formao do Pronatec

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    Essa baixa ocupao foi resolvida com a disponibilizao de inscries

    tambm pelo sitedo Pronatec. Nesse novo cenrio, as vagas no ocupadas

    pelos demandantes so encaminhadas para o sitedo Pronatec sete dias antesdo incio da turma. A partir da publicao das vagas, os interessados realizam,

    no site, a inscrio nos cursos de interesse e tm dois dias para comparecer

    respectiva unidade de ensino, a fim de confirmar matrcula. Caso no

    comparea nesse intervalo, a inscrio expira e a vaga retorna ao sitepara

    novas inscries. A implantao dessa soluo maximizou a ocupao das

    turmas, tendo sido responsvel por cerca de 40% das vagas ocupadas at o

    momento.

    Outra problemtica surgida diz respeito visibilidade das turmas. At

    meados de 2013, todas as turmas oferecidas eram compartilhadas. Isso

    significava que, uma vez que uma turma estivesse publicada, todos os

    demandantes daquele municpio poderiam pr-matricular interessados nela.

    Com a adeso de mais ministrios ao longo de 2013, algumas necessidades de

    restries de visibilidade de turmas se tornaram mais evidentes. Foi necessrio,ento, criar e implementar no Sistec o conceito de tipo de oferta, indicando

    quais unidades demandantes poderiam visualiz-las para efetuar as pr-

    matrculas. Os tipos de turma criados foram: exclusivo, preferencial ou

    compartilhado.

    Outra dificuldade superada diz respeito comunicao com os parcei-

    ros. Para lidar com os constantes ajustes, prprios de um programa em

    implantao, a Setec/MEC instituiu a publicao de notas informativas como

    mecanismo de comunicao formal com as instituies. As notas informati-

    vas so enviadas pelas listas de e-mail mantidas pela Setec/MEC e

    disponibilizadas no sitehttp://map.mec.gov.br. Com isso, foi possvel fazer a

    informao chegar de forma rpida a todos os parceiros.

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    Fatores crticos de sucesso

    Entre os principais fatores que contriburam com os resultados alcanados

    pelo Pronatec/Bolsa-Formao, podemos citar:

    a criao do Guia Pronatec de Cursos FIC como forma de disciplinar os

    cursos a serem ofertados no mbito do programa e o seu posterior alinhamento

    com as ocupaes da Classificao Brasileira de Ocupaes (CBO) do MTE;

    a articulao entre os entes federados, envolvendo representantes da

    Unio, dos Estados e dos Municpios, como fator primordial para o processo

    de interiorizao da oferta de educao profissional, contando com a adesode mais de 70% dos municpios brasileiros;

    a previso legal do pagamento de assistncia estudantil no mbito do

    Pronatec/Bolsa-Formao, para custeio de alimentao e transporte dos

    estudantes matriculados, como forma de contribuir com a reduo do

    abandono de uma parcela significativa do pblico;

    a integrao com outras polticas pblicas desenvolvidas pelo Governo

    Federal, tais como: Brasil Sem Misria (MDS), Viver Sem Limites (SDH), Plano

    Brasil Maior (MDIC), Seguro-Desemprego (MTE), Pronacampo (MDA), entre outras;

    valorizao da educao profissional, inclusive com a oferta de cursos

    tcnicos por instituies de ensino superior.

    Por que a iniciativa pode ser considerada uma inovao em gesto?

    Enquanto poltica pblica para a educao profissional, um dos grandes

    diferenciais do Pronatec a centralizao da gesto da oferta de cursos de

    educao profissional. Essa centralizao, realizada no Ministrio da

    Educao (MEC), especificamente na Secretaria de Educao Profissional e

    Tecnolgica (Setec), permitiu um avano na direo do alinhamento entre a

    demanda e a oferta, possibilitando ainda a identificao e atendimento

    reas que no estavam sendo assistidas devidamente.

    A Bolsa-Formao do Pronatec

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    O modelo anteriormente aplicado induzia que os ministrios, que tinham

    demandas por formao profissional, buscassem atend-las a partir de

    necessidades especficas de cada um, levando a possvel sobreposio deaes e tornando difcil a mensurao dos resultados alcanados, uma vez

    que no havia uma gesto centralizada dos cursos ofertados.

    Outro ponto de destaque dessa iniciativa a participao efetiva dos

    ministrios parceiros na identificao das demandas, no nvel de municpio

    e curso, e o atendimento das demandas pelas unidades de ensino sem

    intermedirios.

    Em essncia, o principal diferencial do programa se deu na articulao

    das redes estruturadas de educao profissional no Pas, de forma a atender

    s necessidades de formao especficas dos diversos pblicos atendidos

    pelos parceiros demandantes do programa, contemplando com vagas em

    cursos de educao profissional mais de 70% dos municpios do Pas.

    Responsvel

    Marcelo Machado Feres

    Diretor de Integrao das Redes de Educao Profissional e Tecnolgica

    Endereo

    Esplanada dos Ministrios, Bloco L, 4 Andar Gabinete

    Braslia/DF, CEP: 70047-900Telefone: (61) 2022 8557

    [email protected]

    Data do incio da implementao da iniciativa

    Outubro de 2011

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    Notas

    1 Regulamentada pela Portaria MEC n 168, de 7 de maro de 2013.2 So parceiros demandantes do Pronatec/Bolsa-Formao: Ministrioda Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa), Ministrio dasComunicaes (MC), Ministrio da Defesa (MD), Ministrio doDesenvolvimento Agrrio (MDA), Ministrio do Desenvolvimento, Indstriae Comrcio Exterior (MDIC), Ministrio do Desenvolvimento Social eCombate Fome (MDS), Ministrio da Integrao Nacional (MI), Ministrioda Cultura (MINC), Ministrio da Justia (MJ), Ministrio da Pesca eAquicultura (MPA), Ministrio da Previdncia Social (MPS), Ministrio doTrabalho e Emprego (MTE), Ministrio do Turismo (MTUR), Secretaria deDireitos Humanos (SDH), Secretaria Nacional de Juventude (SNJ),Ministrio do Meio Ambiente (MMA) e todas as Secretarias Estaduais deEducao.3 Pactuao para as vagas as serem oferecidas no primeiro semestre de2014. Nos primeiros anos, a pactuao era feita anualmente. A partir daPactuao 2014, comeou a ser semestralmente.

    A Bolsa-Formao do Pronatec

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    Programa InovAtiva Brasil

    Ministrio da Indstria, Comrcio e Desenvolvimento Exterior (MDIC)

    O Programa InovAtiva Brasil, do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria

    e Comrcio Exterior (MDIC), um programa de capacitao e mentoria em

    larga escala para startupsde negcios inovadores em desenvolvimento ou

    nos primeiros anos de vida. Os empreendedores interessados podem acessar

    todo o contedo de capacitao e submeter projetos. Os melhores projetosso selecionados para participar das fases semi-presenciais do programa,

    com mentoria e atendimento individualizado de consultores e executivos,

    com os objetivos de preparar a empresa para estruturao do modelo de

    negcios, apresent-la a investidores e viabilizar o acesso a instrumentos

    pblicos de fomento. At o momento so mais de 6.000 empreendedores

    utilizando a plataforma, mais de 2.500 projetos de startupsrecebidos, 210

    mil visitas ao site, 2 mil pessoas presentes em eventos presenciais e umarede constituda com mais de 300 mentores.

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    Caracterizao da situao anterior e identificao do problema

    Contexto

    Os crescentes investimentos do Governo em inovao nos ltimos anos

    esto gerando e iro gerar cada vez mais tecnologias nas universidades e

    centros de pesquisa. Essa tendncia, aliada a uma disposio cada vez maior

    da populao mais jovem para o empreendedorismo, abre uma janela de

    oportunidades nica para o Brasil desenvolver empresas de base tecnolgica

    e com alto potencial de impacto (startups). Fundos de investimento, grandes

    empresas e investidores individuais, nacionais e internacionais, jperceberam essa oportunidade e esto buscando, avidamente, boas empresas

    para investir. Para isso se concretizar, as empresas necessitaro de

    capacitao especfica para se enquadrarem no nvel esperado.

    No entanto, o grande problema que ainda falta capacidade para

    transformar pesquisas cientficas ou boas ideias em empresas reais, bem

    preparadas para lidarem com investidores, entrarem em cadeias de valor de

    grandes empresas e crescerem rapidamente, gerando emprego e renda.

    Para piorar a situao, o desenvolvimento de uma empresa inovadora e

    de alta tecnologia exige habilidades especficas, diferentes daquelas

    necessrias administrao de um negcio tradicional, como uma confeco

    ou um restaurante. O seu produto, servio ou modelo de negcios inovador,

    sendo possvel que o mercado alvo nem sequer exista ainda, de modo que,

    quanto maior a inovao do negcio, maior a incerteza quanto ao seu sucesso.

    Diagnstico

    Ao analisar a situao identificou-se que a maior parte dos potenciais

    empreendedores tinha pouco ou nenhum conhecimento em negcios, sendo a

    maior parte pessoas com amplo conhecimento tcnico/cientfico do tema. Alm

    da falta de capacitao, existia outro grande problema: os empreendedores de

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    alta tecnologia tinham poucos contatos com outros empresrios, especialistas

    que atuavam em seus mercados ou investidores. A falta de conhecimento em

    negcios e a falta de vnculos com empresrios mais experientes que poderiamajud-los so as piores deficincias dos empresrios de alta tecnologia.

    Alm dos problemas do prprio empreendedor, os mecanismos de apoio

    para esse tipo de negcio ainda so incipientes e pouco eficientes. Iniciativas

    como o Sebrae, incubadoras de universidades, entre outras, no so

    especficas para negcios de alta tecnologia, servindo muito bem para

    negcios tradicionais da economia. As poucas iniciativas de sucesso

    existentes no pas para esse pblico ainda esto concentradas em poucas

    cidades e atendem um nmero muito pequeno de empreendedores inovadores.

    Gravidade do problema

    O problema atingia diretamente o setor pblico, o setor privado e a

    comunidade de empreendedores.

    O setor pblico era impactado, pois estava investindo bilhes de reaisem pesquisa nas universidades, mas as tecnologias geradas no estavam

    sendo levadas para o mercado, ou seja, no estava gerando novas empresas

    que criariam novos empregos e promoveriam o desenvolvimento econmico.

    O Governo Federal tambm havia lanado diversos programas de fomento

    por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES)

    e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e as duas instituies tinham

    dificuldades de encontrar bons projetos para financiar, pois encontravam

    boas tecnologias, mas pssimos empreendedores.

    Do ponto de vista privado, havia investidores e fundos de investimento

    nacionais e internacionais com grande volume de recursos para investir em

    novas empresas de tecnologia. No entanto, no encontravam muitas empresas

    e, quando encontravam, elas no estavam preparadas do ponto de vista de

    gesto empresarial.

    Programa InovAtiva Brasil

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    Finalmente, milhares de empreendedores com ideias brilhantes e inspirados

    em casos de sucesso como Facebook, Google e Twitter estavam abrindo suas

    empresas, mas fechando as portas rapidamente, com grandes dificuldades deencontrar investidores ou obter apoio do governo. O grande problema que

    tanto o apoio pblico quanto o privado estavam disponveis, mas o

    empreendedor no tinha preparo nenhum em gerir um negcio de alta tecnologia.

    O problema de gesto

    O desafio a ser enfrentado era como capacitar milhares de empreendedores

    inovadores, em um tema ainda novo no Pas, com poucas pessoas experientes

    e com raros casos de sucesso nacional para se inspirar. Alm disso, como

    fazer algo do gnero com poucos recursos oramentrios, que pudesse atingir

    grande escala sem necessariamente exigir grandes investimentos posteriores.

    A soluo foi desenvolver uma iniciativa que capacitasse milhares de

    empreendedores, com contedo especfico para negcios inovadores, de forma

    gratuita, disponvel em qualquer lugar, com orientao dos melhoresexecutivos brasileiros e conectando os bons negcios com investidores e

    grandes empresas. Surgia ento o Programa InovAtiva Brasil.

    Descrio da iniciativa e da inovao

    A iniciativa inovadora

    O Programa InovAtiva Brasil, do Ministrio do Desenvolvimento,Indstria e Comrcio Exterior (MDIC), um programa de capacitao e

    mentoria em larga escala para startups negcios inovadores em

    desenvolvimento ou nos primeiros anos de vida. O programa gratuito e

    rene material em vdeos e textos objetivos focados nas melhores e mais

    modernas prticas empresariais encontradas no mundo. O acesso feito

    pela internet na modalidade de cursos MOOC (massive online open courses).

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    Os empreendedores interessados podem acessar todo o contedo de

    capacitao e submeter projetos, sendo os melhores selecionados para

    participar das fases semipresenciais do programa, com mentoria eatendimento individualizado com consultores e executivos para preparar a

    empresa para estruturao do modelo de negcios, apresentao a

    investidores e acesso a instrumentos pblicos de fomento.

    O uso intensivo de tecnologia permite que o contedo de capacitao

    seja replicado gratuitamente para qualquer pessoa com acesso internet. A

    tecnologia permite tambm oferecer mentores de alto nvel (empreendedores

    de sucesso, executivos de grandes empresas, investidores e consultores) para

    os empreendedores, pois com uso de internet eles podem estar em qualquer

    lugar do mundo e utilizar Skype, Google Hangout ou qualquer outra ferramenta

    de contato.

    Os mtodos

    A principal inovao presente no Programa InovAtiva foi a articulaoinstitucional desenvolvida para a viabilizao do projeto. Para que a ideia

    se concretizasse na forma idealizada, a equipe do MDIC se articulou com

    instituies pblicas e privadas, rgos do terceiro setor e entidades de

    apoio ao empreendedorismo e inovao.

    Para fazer a articulao precisvamos desenvolver algo que fosse to

    inovador e atrativo que o setor privado poderia se interessar e fazer parte do

    programa, inclusive pagando por ele. Inverteu-se a lgica: o setor pblico

    iria criar algo to bom que o setor privado iria se envolver profundamente.

    A partir da definio do projeto o prximo passo foi encontrar quem teria

    condies de fazer parceria para executar a complexa ideia, que segundo

    apuramos, era indita no mundo. Para isso acontecer, era necessrio buscar

    as melhores instituies que estariam dispostas a desenvolver um programa

    de alto risco, mas globalmente inovador.

    Programa InovAtiva Brasil

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    Devido ao baixo oramento disponvel na Secretaria de Inovao do MDIC,

    conversas foram iniciadas com possveis apoiadores do novo programa, que

    j realizam aes parecidas, mas muito incipientes e com baixo alcance. Aessa altura, j se sabia que a tarefa seria difcil e que seria necessrio inovar

    nessa articulao para a implementao da iniciativa. Dessa forma, o Instituto

    Endeavor e a Consultoria McKinsey entraram no programa e ajudaram, de

    forma fundamental, na sua concepo inicial, sempre pensando no melhor

    uso da tecnologia para encurtar distncias e diminuir custos.

    Foi realizado um convnio com o Instituto Endeavor Brasil, a organizao

    mais importante de promoo da cultura empreendedora no mundo, e que entrou

    no InovAtiva como executora (convenente) do programa, sob a coordenao do

    MDIC. A Endeavor trouxe ao programa sua experincia em desenvolver negcios

    de alto impacto, mas, principalmente, sua valiosa rede de mentores composta

    pelos maiores empresrios do pas e uma ampla rede internacional.

    Parcerias

    Durante a concepo do programa, a McKinsey & Company resolveu apoiar

    a iniciativa, sem custos, disponibilizando consultores experientes para garantir

    a qualidade de todo o contedo disponibilizado na plataforma e auxiliar na

    avaliao de projetos submetidos. Vale lembrar que a McKinsey & Company

    considerada uma das melhores consultorias estratgicas do mundo e atuou

    gratuitamente devido ao carter altamente inovador do programa e tambm

    ao fato de que no se dispunha de recursos para sua contratao.

    A partir da, temos um processo inovador. O InovAtiva surge, assim, desenhado

    a trs mos, com recursos extremamente escassos e consegue mostrar sua

    relevncia e seus ideais a outras instituies, tanto privadas quanto pblicas,

    que futuramente vieram a apoiar sua segunda edio, em 2014.

    Atrados pelo ousado programa, outros atores importantes entraram como

    parceiros, como por exemplo, o Senai/CNI, a Associao Brasileira de Venture

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    Capital e Private Equity, a Associao Brasileira de Investidores Anjo, a

    Fundao Getulio Vargas, a Agncia Brasileira de Promoo de Exportaes e

    Atrao de Investimentos (Apex), a Agncia Brasileira de DesenvolvimentoIndustrial (ABDI), Associao Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das

    Empresas Inovadoras (Anpei), entre outros.

    No caso do Senai/CNI, eles escolheram o programa InovAtiva Brasil para

    ser o brao de empreendedorismo dos mais de 80 Centros de Inovao e

    Tecnologia lanados por todo o Pas. Ao invs de criar um programa prprio,

    eles preferiam utilizar o InovAtiva Brasil para fazer isso. A Apex fornece todo

    o suporte no exterior (jurdico, comercial, contatos) para empresas do

    programa que forem para os Estados Unidos e outros pases em que a Agncia

    mantenha escritrio. A Anpei acertou parceria com o programa para recrutar,

    treinar e inserir executivos das maiores empresas do pas como mentores.

    Em 2013, foi realizada uma edio piloto e, com seu grande sucesso, est

    em andamento a segunda edio do programa. Em 2014, o programa foi

    escalado e ter um incremento em todas as suas reas (capacitao, mentoria,plataforma, contato com investidores, nmero de usurios, etc.), podendo

    direcionar um nmero ainda maior de finalistas para as fases seguintes.

    Em mdio prazo, com a maior visibilidade do programa e, consequentemente,

    com outros apoios, parcerias e patrocnios privados, o InovAtiva pretende

    continuar inovando e buscar ser um programa autossuficiente. Dessa forma,

    os recursos pblicos empregados no programa sero reduzidos drasticamente

    e a qualidade das atividades ser ainda maior. A ideia que as instituies

    privadas financiem a plataforma e possam, tambm, usufruir de suas

    funcionalidades para lanar desafios prprios com solues voltadas para

    sua prpria realidade. Assim, a expanso do programa passar,

    automaticamente, a ser uma realidade e a ambio de ser o maior programa de

    empreendedorismo, capacitao, acelerao e inovao da Amrica Latina

    estar a apenas um passo de se concretizar.

    Programa InovAtiva Brasil

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    Concepo da inovao e trabalho em equipe

    A ideia do Programa InovAtiva Brasil surgiu aps a descoberta da janela deoportunidade para o empreendedorismo inovador brasileiro, mencionada

    anteriormente, e a constatao de que havia uma grande escassez de projetos

    inovadores passveis de investimentos e com planos de negcios bem estruturados.

    A inspirao para o programa foi o funcionamento de um fundo de venture

    capital(fundos que fazem investimentos em empresas inovadoras que esto

    nascendo para que elas cresam muito mais rpido que as concorrentes e

    vendendo a participao depois), que tem um papel importante no surgimento

    das maiores empresas de tecnologia do mundo, como Google, Facebook, Intel,

    Microsoft, etc. Esses fundos, alm do dinheiro investido, agregam muito s

    empresas iniciantes: a) capacitao de alto nvel em gesto empresarial, b)

    mentoria dos scios e c) conexo a investidores e clientes que fazem parte de

    sua rede de relacionamento.

    A grande inovao surgiu a partir de uma proposta ousada: replicar opreparo de um fundo de investimento para capacitar e conectar milhares de

    empreendedores.

    A partir do desafio descrito e com recursos humanos e oramentrios

    limitados, a equipe resolveu utilizar a ferramenta do prprio pblico alvo:

    tecnologia. A nica maneira de atingir milhes de pessoas, de forma gratuita e

    sem restrio geogrfica, era utilizar a tecnologia de informao e comunicao

    a favor do projeto. Em outras palavras, promover capacitao, mentoria e

    conexo a investidores e potenciais clientes a qualquer hora e em qualquer

    lugar por meio da internet, bastando apenas ter um computador ou um celular.

    A concepo do programa envolveu um amplo estudo de experincias

    nacionais e internacionais, com anlises de iniciativas e visitas aos Estados

    Unidos para conhecer experincias que esto sendo desenvolvidas em

    Harvard, Massachusetts Institute of Technology (MIT), Stanforde pelo prprio

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    governo americano. Tambm foram pesquisadas e discutidas experincias

    similares no Reino Unido e Israel.

    Ao analisar as experincias internacionais, identificou-se programas quefocavam na capacitao de empreendedores inovadores, alguns especficos

    para mentoria e outros poucos em conectar negcios com investidores e

    grandes empresas. O InovAtiva Brasil o nico programa do mundo que

    oferece e integra capacitao, mentoria e conexo em um nico programa e

    para milhares de pessoas.

    Dessa forma, o diretor da Secretaria de Inovao do MDIC comeou a

    idealizar um programa de capacitao, em larga escala e gratuito para que

    empreendedores inovadores conseguissem adquirir conhecimentos

    necessrios para a estruturao estratgica de seus novos negcios.

    Com a ajuda inicial de dois servidores de carreira com grande interesse

    no assunto, iniciou-se todo o desenvolvimento e operacionalizao do

    programa. Atualmente, a equipe aumentou, com designao de responsveis

    por reas especficas: a) contedo; b) plataforma tecnolgica; c) mentoria; d)parcerias nacionais e internacionais; e) novos projetos com setor privado; e

    f) eventos presenciais.

    Para manter a equipe atualizada e buscar novas ideias, os servidores so

    enviados constantemente para diversos centros de conhecimento no Brasil e no

    mundo (Estados Unidos, Israel, Reino Unido e Qatar), alm de videoconferncias

    constantes com especialistas mundiais convidados para discutir o tema.

    Objetivos da iniciativa

    Os objetivos do Programa InovAtiva Brasil, em ordem de prioridade, so:

    capacitar e acelerar, em larga escala, empreendedores de negcios de

    alto impacto, com a maior qualidade possvel, gratuitamente, onde quer que

    eles estejam;

    Programa InovAtiva Brasil

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    fortalecer a conexo dos melhores projetos com outras iniciativas

    pblicas e privadas de fomento ao empreendedorismo inovador;

    formar uma rede de mentores em nvel nacional e internacional,disponibilizada, tambm, para outras iniciativas do governo;

    conectar todos os atores (usurios, empreendedores, mentores,

    investidores) numa rede virtual perene e ativa;

    tornar-se um programa autossuficiente, utilizando minimamente os

    recursos pblicos e contando com o apoio da iniciativa privada para realizar

    desafios paralelos;

    ser o maior programa de empreendedorismo, capacitao, acelerao e

    inovao da Amrica Latina.

    Pblico-alvo da iniciativa

    O pblico-alvo direto do programa so os empreendedores inovadores.

    Para eles preparado contedo de treinamento, oferecida mentoria comespecialistas, conexo com investidores, empresas, rgos de governo e ainda

    so levados os melhores para captar investimentos no exterior.

    O pblico-alvo indireto do programa so os investidores, grandes

    empresas e instituies pblicas.

    Os investidores so beneficiados, pois recebem empresas mais preparadas

    para receber investimentos, poupando recursos na busca de oportunidades

    e rapidez nas negociaes com os empreendedores.

    As grandes empresas so beneficiadas diretamente, pois elas acessam

    outras empresas altamente inovadoras que podem atuar como fornecedores,

    parceiras no desenvolvimento de produtos ou at aquisies dessas empresas.

    O Governo se beneficia principalmente porque cria um fluxo de novas

    empresas que podem acessar fundos e financiamento do BNDES e Finep, alm

    de potencialmente exportarem ou internacionalizarem com o apoio da Apex.

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    Programa InovAtiva Brasil

    Quadro 1: Aes e etapas da implementao do Programa InovAtiva Brasil

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    Concepo da ideia de umprograma de capacitaodiferenciado dos demais

    Incio da viabilizao de umprograma inovador

    Busca por parceiros

    Execuo do convnio com aEndeavor

    Criao e execuo doInovAtiva Brasil 2013

    Avaliao da edio 2013

    Incio da preparao doInovAtiva 2014

    Busca por novos parceiros

    Contratao de consultoresespecializados, via Unesco

    Execuo do convnio com oWenovate

    Execuo do InovAtiva Brasil2014

    Estudos tcnicos sobre o atual contextobrasileiro e sobre a janela de oportunidadeque o empreendedorismo inovador brasileirotem presenciado.

    Conversas internas no MDIC na tentativa derealizar a gesto dos recursos mnimos para aexecuo de um programa piloto.

    Incio da gesto de parcerias. Conversas comEndeavor e McKinsey para buscar apoioespecializado.

    Coordenao e o monitoramento contnuo doMDIC em relao ao seu convenente.

    Implementao de um programa inovador noformato piloto, para testar sua eficincia.

    Gesto dos resultados obtidos e anlise detodos os indicativos relativos ao alcance e efetividade da plataforma.

    Gesto dos novos recursos disponveis para aampliao do programa.

    O sucesso da edio anterior chamou aateno de outras entidades para acolaborao com o programa. Inicia-se, ento,uma nova gesto de parcerias.

    Utilizao de verba do projeto de cooperaotcnica entre o governo brasileiro e a Unesco,como parte da gesto de recursos do

    programa.O novo executor do programa (convenente)ser monitorado e coordenado continua-mente para o pleno uso dos recursos ecumprimento do plano de trabalho.

    Ampliao da edio anterior, com maisusurios, contedo aperfeioado e umaplataforma mais estruturada.

    Etapas Aes de implementao

    Fonte: Elaborado pelo autor

    Aes e etapas da implementao

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    Descrio dos recursos financeiros, humanos, materiais e tecnolgicos

    Em 2013, no programa piloto, o custo total do InovAtiva Brasil foi de R$

    1.239.000,00. Desse valor, o MDIC desembolsou, por meio de um convnio com

    o Instituto Endeavor, o valor de R$ 941.000,00. Outra parte, de R$ 48.000,00, foi

    obtida pela contrapartida do Instituto Endeavor e outros R$ 250.000,00 foram

    coletados via patrocnio. Como foi a edio piloto do programa, podemos dizer

    que todos os gastos referem-se a sua implementao.

    Com relao aos recursos humanos, em 2013 o InovAtiva Brasil contava

    com uma reduzida equipe de apenas trs pessoas no MDIC. Somado a isso,

    mais um funcionrio foi cedido pela Endeavor para acompanhar a execuo

    do programa, e um consultor cedido pela consultoria McKinsey, para garantir

    a qualidade do material elaborado, auxiliar na avaliao dos projetos e,

    ainda, mentorar determinados finalistas.

    Na atual edio de 2014, o programa ainda no fechou todo o seu

    oramento, j que apoios e patrocnios continuam sendo estudados. Noentanto, espera-se investir pelo menos o dobro dos recursos neste ano.

    Sobre os recursos humanos nesta edio do programa, houve um aumento

    considervel da fora de trabalho. No MDIC, existem agora cinco profissionais

    e, pelo Wenovate (convenente), h outra equipe de cinco pessoas qualificadas.

    Alm disso, a Endeavor continua cedendo um profissional, agora via contratao

    Unesco e no via convnio e, ainda via Unesco, conta-se com mais trs

    consultores especializados em temas extremamente importantes para a

    estruturao do programa. Um consultor o Marcelo Nakagawa, maior

    especialista do Brasil em empreendedorismo e responsvel pela gerao de

    contedo para o programa. O segundo Leo Burd, pesquisador do Massachusetts

    Institute of Technology/Media Lab, responsvel por toda a estratgia tecnolgica

    do programa. O terceiro a empresa Everwise, do Vale do Silcio, considerada

    a melhor empresa do mundo na estrutura de redes de mentoria.

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    Com relao aos recursos materiais, tanto na edio de 2013 como na

    atual, o principal patrimnio do Programa InovAtiva Brasil a sua plataforma

    on-line (www.inovativabrasil.com.br), que vem sendo melhorada ao longodas edies e, atualmente, se tornou uma das melhores plataformas do seu

    gnero no Brasil.

    Em relao aos recursos intangveis (no materiais), podemos citar a

    poderosa rede de mentores que est sendo criada, com executivos que esto

    no Brasil e no exterior.

    Por que considera que houve utilizao eficiente dos recursos na iniciativa?

    Para a edio piloto do Programa InovAtiva, em 2013, os recursos para

    sua implementao foram bem escassos, como j dito anteriormente. Isso

    justifica, inclusive, a necessidade que se teve de inovar e articular outros

    rgo e entidades, pblicas e privadas, para apoiar a iniciativa.

    Dessa maneira, os gastos que o MDIC teve para a sua implementao, em

    2013, somaram R$ 941.000,00. Os outros valores acrescidos a essa quantiaforam R$ 48.000,00 (contrapartida do convenente Endeavor) e R$ 250.000,00

    (oriundos de patrocnio privado). Tais recursos foram integralmente

    empenhados nas seguintes atividades:

    desenvolvimento de plataforma tecnolgica;

    desenvolvimento de contedo para as fases 1, 2 e 3;

    aluguel de infraestrutura para eventos e workshops; desenvolvimento de estratgia de comunicao;

    contratao de fornecedores;

    transmisso on-linedos eventos;

    custos com passagens e hospedagens para os participantes nas fases 2

    e 3 (eventos presenciais), incluindo a viagem dos 20 finalistas para a

    Califrnia (Vale do Silcio).

    Programa InovAtiva Brasil

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    Vale destacar que, para um programa inovador que partiu do zero e foi

    desenvolvido em nvel nacional e gratuitamente, esses recursos foram

    mnimos para que fosse implantado adequadamente, aliando qualidade,alcance e tecnologia. Graas s articulaes desenvolvidas com entidades

    pblicas e privadas, rgos do terceiro setor e patrocnios, o programa foi

    desenvolvido sem maiores custos. Os apoios foram fundamentais para o

    desenvolvimento dos contedos de capacitao, avaliao de projetos,

    mentores voluntrios e a divulgao do programa para o pblico-alvo. Se o

    InovAtiva tivesse que arcar com todos esses custos, o programa seria

    invivel financeiramente.

    Um fato importante que justifica a utilizao eficiente dos recursos foi

    a implantao, num primeiro momento, de uma edio piloto do programa.

    Ou seja, o programa foi desenvolvido e executado numa escala menor para

    que, depois de comprovada a sua utilidade, fosse ampliado, j com a

    estruturao das aplicaes corretas de investimento baseadas na verso

    anterior.

    exatamente o que vem ocorrendo na atual edio do Programa InovAtiva

    Brasil 2014. Os recursos que esto sendo aplicados esto rigorosamente

    previstos num planejamento financeiro. Os novos patrocnios e parcerias

    que continuam sendo propostos compem um leque de opes a mais para

    ampliar o programa com novas atividades e eventos.

    Apenas para exemplificar o impacto do InovAtiva, citamos o exemplo deapenas duas empresas finalistas da edio 2013, que conseguiram, graas

    aos mentores e ao preparo que tiveram, levantar mais de R$ 5 milhes com

    investidores em at seis meses aps sarem do programa. Outras tantas

    empresas apoiadas pelo programa se encontram em negociaes similares

    ou conseguiram novos clientes e parceiros devido s conexes que

    proporcionadas.

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    Monitoramento e avaliao da iniciativa

    Neste momento, a segunda edio do programa InovAtiva est em plena

    atividade. Mas, como foi realizada a avaliao do programa em 2013, j

    existem alguns nmeros que garantem sua boa atuao at o momento.

    Os dados coletados para a avaliao foram todos extrados da prpria

    plataforma, com exceo, apenas, das pesquisas de opinio realizadas

    durante os eventos presenciais com os finalistas da edio 2013. Assim, o

    monitoramento do programa baseado em diversas mtricas:

    nmero de empresas do programa que receberam investimentos de

    fundos ou investidores;

    novas receitas geradas a partir de conexes no programa;

    empresas participantes do programa que acessaram instrumentos de

    apoio do governo;

    alcance do programa: medido pelos acessos e cadastros na plataforma.

    Tambm verificada a origem de cada cadastro para levantamento do alcance

    do programa no territrio nacional;

    nmero de projetos inscritos no programa: registrado pela quantidade

    de projetos que so, de fato, submetidos para avaliao, j que nem todos os

    participantes chegam a enviar suas propostas;

    qualidade dos projetos submetidos: avaliao detalhada de cada um

    dos projetos submetidos, por especialistas parceiros do programa;

    avaliao dos participantes: nas fases finais, os participantes avaliam

    o programa em todos os aspectos (eficincia, relevncia, qualidade dos

    contedos e das mentorias, ou seja, sua experincia como um todo); e

    avaliao dos mentores: alm dos participantes, os mentores tambm

    avaliam a sua experincia em participar do programa, analisando a eficincia

    das atividades e a qualidade dos participantes mentorados.

    Programa InovAtiva Brasil

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    Resultados quantitativos e qualitativos concretamente mensurados

    Com a proposta de capacitar e acelerar, em larga escala, empreendedores

    de negcios inovadores, o InovAtiva buscou preparar novas empresas para a

    oportunidade crescente de receberem investimentos de fundos especializados

    em novos negcios inovadores.

    E foi exatamente isso que o Programa InovAtiva Brasil fez. Em 2013, foi

    realizada uma edio piloto, com os seguintes resultados obtidos:

    mais de 3 mil participantes;

    2 mil pessoas presentes em eventos de divulgao;

    210 mil visitas plataforma do programa;

    6,6 mil likes na pgina oficial do programa no Facebook;

    inscries recebidas de 350 municpios em 24 estados;

    1.635 projetos submetidos na primeira fase, 50 selecionados para a

    segunda etapa e 20 para a terceira;

    os 20 finalistas foram levados pelo MDIC em janeiro de 2014 para uma

    semana de treinamento intensivo e contatos com investidores e aceleradoras

    de empresas no Vale do Silcio (Estados Unidos);

    95% dos participantes das fases 2 e 3 avaliaram o programa como

    Muito bom ou Excelente.

    A edio 2014 foi lanada, oficialmente, no dia 29 de maio em So Paulo e

    contou com a presena do Ministro Mauro Borges. Atualmente, a edio de

    2014 est no processo de avaliao dos projetos para seguirem para a segunda

    fase. At 300 projetos sero selecionados para a segunda fase e 100 para a

    terceira. At o momento, os nmeros registrados na plataforma so os seguintes:

    703 projetos submetidos (agora com critrios mais exigentes e um

    formulrio muito detalhista para que a submisso seja, efetivamente, aceita);

    Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas

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    6 mil usurios cadastrados; e

    12 mil likes na pgina oficial do programa no Facebook.

    O monitoramento do programa realizado extraindo-se os dados da

    prpria plataforma, como os ndices mencionados anteriormente. Alm disso,

    pesquisas com os participantes e com os mentores tambm so aplicadas ao

    longo dos eventos presenciais para acompanhar a evoluo da eficcia das

    atividades.

    Alm disso, so feitas pesquisas semestrais com os participantes

    anteriores para acompanhar sua evoluo e manter o envolvimento delescom o programa.

    Desse modo, com os resultados da edio de 2013 e os obtidos, at o

    momento, na edio 2014, j possvel afirmar que o Programa InovAtiva

    Brasil est cumprindo seus objetivos e, assim, capacitando novas empresas

    inovadoras a entrarem no mercado de forma sustentvel e duradoura, cientes

    das possibilidades de financiamento pblico e privado e munidas de

    conexes importantes.

    Obstculos encontrados e solues adotadas

    Podemos dizer que a primeira edio do InovAtiva, em 2013, foi a que

    apresentou os maiores obstculos, logicamente, por se tratar da primeira

    experincia do tipo a ser criada e executada. Nesse contexto, podemosidentificar os principais obstculos encontrados e a soluo elaborada para

    super-los, a seguir:

    Falta de recursos financeiros: com o limitado oramento disponvel na

    Secretaria de Inovao para a implementao do programa, foi necessrio

    articular, de forma inovadora, a atuao de outras instituies que pudessem

    colaborar com o programa;

    Programa InovAtiva Brasil

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