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Aes premiadas
no 19o
ConcursoInovao na Gesto
Pblica Federal
2014
Flavio Schettini Pereira e
Pedro Junqueira Vilela
(organizadores)
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Escola Nacional de Administrao Pblica (ENAP)
PresidenteGleisson Cardoso Rubin
Diretora de Formao ProfissionalMaria Stela Reis
Diretor de Desenvolvimento GerencialPaulo Marques
Diretor de Comunicao e PesquisaPedro Luiz Costa Cavalcante
Diretor de Gesto Interna
Cassiano de Sousa Alves
Editor: Pedro Luiz Costa Cavalcante Coordenadora-Geral de Pesquisa: Marizaura
Reis de Souza Cames Coordenador-Geral de Comunicao e Editorao: LuisFernando de Lara Resende Reviso: Renata F. Mouro; Roberto Carlos R. Arajo eSimonne Maria de A. Fernandes Reviso grfica: Ana Carla G. Cardoso Projetogrfico; Arte da capa: Alice Prina Editorao eletrnica: Maria Marta da R.Vasconcelos Catalogao na fonte: Biblioteca Graciliano Ramos.
Equipe Pesquisa ENAP:Coordenadora-Geral de Pesquisa:Marizaura Reis de Souza Cames Pesquisadores: Alessandro de Oliveira Gouveia Freire; Carolina da Cunha Rocha; FlavioSchettini Pereira; Joselene Pereira Lemos; Mrcia Nascimento Henriques Knop; MuriloMarques; Pedro Lucas de Moura Palotti; Pedro Junqueira Vilela; Rafael Rocha Viana;Samantha Albano Amorim Cardoso Estagirio: Victor Nascimento.
Tiragem: 1.000 exemplares
A 253a Aes premiadas no 19o Concurso Inovao na Gesto Pblica Federal/ 2014 organizadores: Flavio Schettini Pereira e Pedro Junqueira Vilela
Braslia: ENAP, 2014.
208p.
ISBN 978-85-256-0074-5
1. Administrao Pblica. 2. Inovao. 3. Concurso. 4. Atendimento ao Cidado. 5. Polticas Pblicas. 6. Gesto da Informao. I. Ttulo.
CDU 35:005.591.6
@ ENAP, 2015
Distribuio:Fundao Escola Nacional de Administrao Pblica (ENAP)SAIS rea 2-A70610-900 Braslia - DF Telefones: (61) 2020 3096 2020 3102 Fax: (61) 2020 3178Site: www.enap.gov.br
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Sumrio
Apresentao 5
Introduo 7
Arranjos institucionais para coordenao
e implementao de polticas pblicas 19
A Bolsa-Formao do Pronatec 21
Programa InovAtiva Brasil 41
Atendimento ao cidado 63
Servio de Logstica Reversa em Agncia dos Correios 65
Avaliao e monitoramento de polticas pblicas 79
Integrao de dados do Programa Brasil Quilombola (PBQ) 81
Gesto da informao 103
Inovao na prospeco de clientes 105
Sistema de acompanhamento de contratos de repasse (SIACOR) 129
Melhoria dos processos de trabalho 147
Aquisio de equipamentos mdicos de grande porte no modelo
Turnkey 149
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Programa de reduo de litgios e de aperfeioamento
da Defesa Judicial da Unio 167
Resoluo extrajudicial de conflitos entre consumidores eoperadoras de Planos de Sade 181
Veculo de diagnstico de rodovias (VDR) 197
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Apresentao
O setor pblico desempenha um papel-chave na economia, como
regulador, prestador de servios e empregador, sendo responsvel
pelo emprego de mais de 6 milhes de pessoas e por uma parte
significativa da atividade econmica brasileira. Um setor pblico
eficiente e produtivo um forte indutor do crescimento econmico,
principalmente no contexto atual, em que os governos precisam
garantir o crescimento, a competitividade e o emprego, ao mesmo
tempo em que enfrentam severas restries financeiras.
Nesse cenrio, inovaes que possibilitem ganhos de eficincia,
melhor governana, entregas mais rpidas, maior participao dos
usurios e transparncia nas aes e servios pblicos so essenciais.
Alinhadamente a essa necessidade, em quase vinte anos de existncia,
o Concurso Inovao na Gesto Pblica Federal premiou 351
experincias inovadoras implementadas no mbito da Administrao
Pblica Federal brasileira, trazendo reconhecimento e promovendo a
disseminao das prticas em nvel nacional.
Por fim, a Escola agradece as parcerias com o Ministrio do
Planejamento, Oramento e Gesto (MP) e com a Embaixada da Frana,
a Embaixada Real da Noruega e a Embaixada do Canad, que
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enriquecem o Concurso oferecendo misses tcnicas aos premiados. Agradece
ainda o empenho do Comit Julgador, do Comit Tcnico e dos servidores que
viabilizaram todo o processo.
Gleisson Rubin
Presidente da ENAP
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Introduo
Esta publicao apresenta os relatos das experincias vencedoras
da 19 edio do Concurso Inovao, agrupados de acordo com a
rea temtica, com o objetivo de disseminar as prticas premiadas e
incentivar a adoo de iniciativas inovadoras com resultados
comprovados por outras organizaes que enfrentam desafiossemelhantes. Ao todo, so dez iniciativas premiadas, que se somam
ao rol de prticas inovadoras de gesto premiadas anteriormente.
Assim, apresentaremos um breve histrico do Concurso Inovao
em seus 19 anos de existncia para, em seguida, descrever o processo
de avaliao e os resultados da 19 edio, incluindo a apresentao
dos relatos premiados, organizados de acordo com a rea temtica.
Histrico
O Concurso Inovao na Gesto Pblica Federal foi institudo em
1996, pelo ento Ministrio da Administrao e Reforma do Estado
(Mare), e, desde ento, realizado anualmente pela Escola Nacional
de Administrao Pblica (Enap), com o apoio do Ministrio do
Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG).
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Nesse perodo, o Concurso passou por diversas mudanas, em sintonia
com os pressupostos dos modelos de gesto vigentes. Ainda, a partir de
estudos desenvolvidos pela Coordenao-Geral de Pesquisa da Enap, suametodologia vem sendo revisada ao longo dos anos, o que resultou na incluso
de novos temas, no aperfeioamento dos relatos e na clarificao dos
conceitos e critrios de seleo.
A premissa subjacente ao Concurso que o reconhecimento e a
disseminao do trabalho de servidores e equipes que colocam em prtica
novas ideias melhoram a gesto das organizaes e polticas pblicas,
contribuindo para o aumento da qualidade dos servios prestados populao. Em sintonia com essa premissa, a 19 edio do Concurso
Inovao foi realizada com os seguintes objetivos:
estimular a implementao de iniciativas inovadoras em organizaes
do Governo Federal, que contribuam efetivamente para a melhoria dos
servios pblicos;
disseminar solues inovadoras que sirvam de inspirao ou referncia
para outras iniciativas e colaborem para o avano da capacidade de governo; e
valorizar servidores pblicos que atuem de forma criativa e proativa em
suas atividades, em benefcio do interesse pblico.
Em dezenove anos de existncia, o Concurso recebeu 1.832 inscries e
premiou 351 experincias inovadoras. Entre os participantes, destacam-se
os Ministrios da Educao, da Sade e da Previdncia Social, responsveis
por boa parte do nmero de iniciativas inscritas e premiadas. Os grficos aseguir apresentam, respectivamente, a evoluo do nmero de inscries ao
longo dos anos (Figura 1) e a distribuio das iniciativas e das premiaes
entre os ministrios participantes (Figura 2)1.
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Figura 1: Evoluo do nmero de inscries, por edio e acumulado(1996-2014)
Fonte: Elaborao prpria.
Figura 2: Nmero de inscries e premiaes por rgo superior (1996-2014)
Fonte: Elaborao prpria
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A inovao um fenmeno complexo, que invariavelmente abrange mais
de uma das reas temticas do Concurso. Todavia, essa categorizao
importante, pois permite evidenciar algumas tendncias da gesto realizadano mbito governamental. Assim, em relao distribuio das iniciativas
por rea temtica (Figura 3), observamos que quase a quarta parte das
inscries so realizadas na categoria melhoria dos processos de trabalho.
No entanto, proporcionalmente ao nmero de inscries, a rea temtica
mais premiada atendimento ao cidado, seguida por planejamento,
oramento, gesto e desempenho institucional, refletindo e reconhecendo o
valor das iniciativas que produzem resultados concretos e que impactam
mais diretamente a vida dos cidados.
Figura 3: Distribuio percentual de iniciativas inscritas e premiadas, por reatemtica (1996-2014)
Fonte: Elaborao prpria.
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A 19 edio do Concurso Inovao
Ao longo do ano de 2014, foram percorridas vrias etapas visando
definio das melhores inovaes entre as inscritas no Concurso. importante
registrar que o processo de avaliao resultado de um aperfeioamento
contnuo e permanente. Assim, diversas mudanas metodolgicas foram
realizadas ao longo dos anos, principalmente para fomentar o debate e a
circulao das informaes entre os membros do Comit Julgador.
Inscries
A 19 edio do Concurso Inovao recebeu ao todo 184 inscries, que
foram inicialmente submetidas a um processo de triagem interna, para
verificao do cumprimento dos requisitos definidos no regulamento do
Concurso2. Ao final dessa etapa, restaram 136 inscries vlidas, distribudas
de acordo com os grficos a seguir (Figuras 4 e 5).
Figura 4: Distribuio percentual de iniciativas inscritas por rea temtica(2014)
Fonte: Elaborao prpria
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Avaliao
As 136 inscries vlidas foram objeto da avaliao do Comit Julgador
em dois momentos distintos. Na etapa de avaliao preliminar, em umambiente virtual, o Comit Julgador leu e avaliou os relatos inscritos, de
acordo com os seguintes critrios:
Grau de introduo de mudanas em relao a prticas anteriores (novos
elementos e processos).
Impacto dos resultados da iniciativa em relao a: 1) resoluo da
situao-problema, 2) atendimento demanda do pblico-alvo ou 3)
atendimento aos direitos dos cidados.
Grau de envolvimento e participao dos servidores na mudana.
Grau de integrao com outras iniciativas internas, externas ou
parcerias.
Grau de eficincia na utilizao dos recursos.
Grau de promoo de mecanismo de transparncia, participao ou
controle social.
Figura 5: Distribuio percentual de iniciativas inscritas por rgo superior(2014)
Fonte: Elaborao prpria
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Como resultado da avaliao preliminar, as 20 iniciativas mais bem
avaliadas passaram para a prxima fase do Concurso. Esse grupo de
iniciativas recebeu, ento, a visita do Comit Tcnico, que entrevistou osresponsveis, aprofundou e verificou a acuidade das informaes e
esclareceu as questes formuladas pelo Comit Julgador na etapa anterior.
As visitas deram origem a relatrios tcnicos, disponibilizados para os
membros do Comit Julgador antes da avaliao final do Concurso.
A definio das iniciativas premiadas ocorreu em dezembro de 2014, na
Enap, durante a Reunio de Avaliao Final, com a presena do Comit Julgador
e do Comit Tcnico do Concurso. Cumpre registrar que o papel do ComitTcnico na reunio foi restrito resposta das dvidas e pedidos de
esclarecimento dos membros do Comit Julgador. Assim, aps intenso debate e
troca de informaes sobre as caractersticas e qualidades das inovaes, o
Comit Julgador definiu as 10 iniciativas vencedoras da 19 edio.
Relao das iniciativas premiadas
1 lugar: Veculo de Diagnstico de Rodovias, do Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes (DNIT);
2 lugar: Programa de Reduo de Litgios e de Aperfeioamento da
Defesa Judicial da Unio, da Advocacia-Geral da Unio (AGU);
3 lugar: Sistema de Acompanhamento de Contratos de Repasse (Siacor),
do Ministrio do Turismo (MTUR);
4 lugar: Resoluo extrajudicial de conflitos entre consumidores e
operadoras de planos de sade, da Agncia Nacional de Sade Suplementar
(ANS);
5 lugar: InovAtiva Brasil, do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria
e Comrcio Exterior (MDIC);
6 lugar: Inovao na prospeco de clientes, da Empresa Brasileira de
Correios e Telgrafos (ECT);
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7 lugar: Aquisio de equipamentos mdicos de grande porte no Modelo
Turnkey, do Instituto Nacional de Cncer (Inca);
8 lugar: Bolsa-Formao do Pronatec, do Ministrio da Educao (MEC); 9 lugar: Servio de logstica reversa em agncia dos Correios, da Empresa
Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT);
10 lugar: Projeto de integrao de dados do Programa Brasil
Quilombola, da Secretaria de Polticas de Promoo da Igualdade Racial
(Seppir).
Premiao
O 19 Concurso Inovao contou com o apoio da Embaixada da Frana,
da Embaixada Real da Noruega e da Embaixada do Canad para oferta de
visitas tcnicas a organizaes congneres de outros pases. Os responsveis
pelas iniciativas primeiras colocadas na 19 edio do Concurso recebero
os seguintes prmios:
visitas tcnicas em organizaes pblicas da Frana; visitas tcnicas em organizaes pblicas da Noruega;
visitas tcnicas em organizaes pblicas do Canad.
A atribuio dos prmios aos cinco primeiros colocados feita por um
comit especfico, com representantes da Enap, do Comit Julgador do
Concurso e das instituies internacionais apoiadoras, garantindo o
alinhamento entre as temticas das iniciativas premiadas e as reas
prioritrias das cooperaes internacionais.
As demais iniciativas premiadas recebem a assinatura da Revista do Servio
Pblico(RSP) por um ano, publicaes da Enap, certificados para os integrantes
das equipes e o livro com os relatos das iniciativas. Alm disso, as dez
iniciativas vencedoras so divulgadas no Banco de Solues, disponvel no
sitedo Concurso (http://inovacao.enap.gov.br), e recebem o Selo Inovao,
para ser utilizado nos materiais de divulgao da iniciativa.
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Composio do Comit Julgador
Composto por profissionais com notria especializao em gesto de
polticas pblicas e atuao destacada em atividades correlatas, o Comit
Julgador foi responsvel pela avaliao das iniciativas inovadoras, definindo
as vencedoras do Concurso. O Comit Julgador da 19 edio do Concurso
Inovao foi composto pelos seguintes membros:
Aleksandra Santos, Coordenadora-Geral de Recursos Humanos do
Ministrio da Justia (MJ);
Andr de Oliveira Bucar, Chefe de Gabinete do Ministrio do Planejamento,
Oramento e Gesto (MPOG);
Antnio Semeraro Cardoso Rito, Diretor-Presidente da Fundao de
Previdncia Complementar dos Empregados ou Servidores da Finep, Ipea,
CNPq, Inpe e Inpa (FIPECq);
Caio Marini, Diretor do Instituto Publix para o Desenvolvimento da
Gesto Pblica;
Ciro Campos Christo Fernandes, Assessor da Escola Nacional deAdministrao Pblica (Enap);
Cleyton Domingues de Moura, Assessor da Secretaria-Executiva do
Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG);
Daniel Annenberg, Coordenador do Departamento Estadual de Trnsito
de So Paulo (Detran/SP);
Flvio Jos Rodrigues de Castro, Assessor de Planejamento da Reitoria
do Centro Universitrio de Sete Lagoas;
Jackson De Toni, Gerente de Planejamento da Agncia Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI);
Maria Jlia Pantoja de Britto, Professora Adjunta da Universidade de
Braslia (UnB);
Maristela Marques Baioni, Representante Residente Assistente do
Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD);
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Paulo Marques, Diretor de Desenvolvimento Gerencial da Escola
Nacional de Administrao Pblica (Enap);
Pedro Antonio Bertone Atade, Gerente de Projeto do Ministrio daIntegrao Nacional (MI);
Ricardo Antnio de Souza Karam, Chefe de Gabinete Adjunto da
Presidncia da Repblica (PR);
Ricardo Corra Gomes, Professor da Universidade de Braslia (UnB);
Ronaldo Alves Nogueira, Assessor Especial de Controle Interno do
Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG);
Suely Mara Vaz Guimares de Arajo, Consultora Legislativa da Cmara
dos Deputados;
Valria Porto, Assessora da Escola Nacional de Administrao Pblica
(Enap);
Valria Rezende de Oliveira, Assessora da Casa Civil da Presidncia da
Repblica.
Composio do Comit Tcnico
O Comit Tcnico foi responsvel pelas visitas in locodas 20 experincias
finalistas do Concurso, subsidiando com informaes a tomada de deciso
do Comit Julgador. De carter investigativo e pautado pela neutralidade, o
Comit Tcnico do 19 Concurso Inovao foi composto pelos seguintes
profissionais:
Carlos Henrique Rodrigues, Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel);
Clarice Gomes de Oliveira, Secretaria da Micro e Pequena Empresa da
Presidncia da Repblica (SMPE/PR);
Daienne Amaral Machado, Casa Civil da Presidncia da Repblica (CC/PR);
Daniel de Oliveira Piza, Fundao Nacional do ndio (Funai);
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Fabiana Petrocelli Bezerra Paes e Teixeira, Agncia Nacional de Vigilncia
Sanitria (Anvisa);
Flvia de Holanda Schmidt Squeff, Instituto de Pesquisa EconmicaAplicada (Ipea);
Jos Aparecido Carlos Ribeiro, Secretaria de Desenvolvimento Econmico
e Social da Presidncia da Repblica (SDES/PR);
Natlia Latino Antezano, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
(CFEA);
Wandemberg Venceslau Rosendo dos Santos, Secretaria Geral da
Presidncia da Repblica (SGPR);
Yana de Faria, Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG).
Notas
1 Para a elaborao dessa classificao, foram consideradas as inscriesfeitas diretamente pelo ministrio e pelos rgos e entidadesdiretamente vinculados.
2 De acordo com o regulamento, sero desclassificadas do Concurso asiniciativas que no cumprem qualquer um dos seguintes critrios:
implementao em rgo do Poder Executivo federal; vigente h pelo menos
1 (um) ano; no ter sido premiada em outras edies do Concurso; e inscrio
preenchida por completo, em conformidade com as instrues do Manual
do Candidato.
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rea temtica
Arranjos institucionais paracoordenao e implementaode polticas pblicas
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A Bolsa-Formao do Pronatec
Ministrio da Educao (MEC)
A iniciativa Bolsa-Formao uma das aes do Pronatec desenvolvidas
com o objetivo de ampliar as oportunidades educacionais, interiorizando e
democratizando o acesso a cursos tcnicos de nvel mdio e a cursos de
formao inicial e continuada que gerem oportunidades ocupacionais. A
Bolsa-Formao consiste na oferta gratuita de cursos tcnicos e cursos deformao inicial e continuada, presenciais, custeados com recursos
repassados pelo MEC a instituies de ensino das diversas redes de educao
profissional do Pas. Os recursos recebidos pelas instituies ofertantes do
Pronatec/Bolsa-Formao abrangem todas as despesas de custeio das vagas,
incluindo o fornecimento de alimentao, de transporte e de material didtico
aos estudantes. Desde 2011, j foram realizadas mais de 3 milhes de
matrculas em cursos de educao profissional, alcanando mais de 4 mil
municpios em todos os estados da Federao.
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Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas
Caracterizao da situao anterior e identificao do problema
Em 2011, por meio da Lei n 12.513, de 26 de outubro de 2011, o governobrasileiro lanou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e
Emprego (Pronatec) em resposta demanda da sociedade pela ampliao
das oportunidades de formao profissional. O Pronatec representa uma
poltica pblica criada com o objetivo de expandir, interiorizar e
democratizar a oferta de cursos de educao profissional, contribuindo
para a melhoria da qualidade do ensino mdio e das oportunidades
educacionais. Por um lado, essa poltica visa incluso produtiva dos
jovens e trabalhadores que necessitam de formao profissional para
obterem melhores oportunidades ocupacionais e, por outro, ela visa
melhoria da produtividade e da competitividade do Pas, por meio da
formao profissional em larga escala, atravs de redes de ensino
reconhecidas e estruturadas.
Para cumprir a sua finalidade, o Pronatec criou novas iniciativas ereadequou um conjunto de aes anteriores que vinham sendo desenvolvidas
para a expanso da oferta de cursos de educao profissional no Brasil.
Entre as novas iniciativas est a Bolsa-Formao1, que consiste na
oferta, em larga escala, gratuita de cursos tcnicos e cursos de formao
inicial e continuada, presenciais, custeados com recursos repassados
pelo MEC a instituies de ensino das diversas redes de educao
profissional do Pas. Os recursos recebidos pelas instituies ofertantes
do Pronatec/Bolsa-Formao abrangem todas as despesas de custeio das
vagas, incluindo aquelas com os profissionais envolvidos nas atividades,
com o fornecimento de alimentao, de transporte e de material didtico
aos estudantes.
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A Bolsa-Formao do Pronatec
Descrio da iniciativa e da inovao
A expanso da educao profissional, no contexto da Bolsa-Formao,
est sendo conduzida pelo Ministrio da Educao, com a participao ativa
de parceiros demandantes e ofertantes de cursos profissionalizantes.
O papel de parceiro demandante desempenhado pelos ministrios e
secretarias estaduais de educao que so responsveis por: i) mapear e
caracterizar a demanda existente; ii) identificar o perfil de formao e a
quantidade de profissionais necessrios em cada municpio do Pas; iii)
realizar os processos de mobilizao e de seleo do pblico a ser capacitado;iv) monitorar a execuo dos cursos; e v) articular para que os egressos dos
cursos tenham como buscar as oportunidades ocupacionais identificadas
no mapeamento da demanda2.
Por outro lado, as diversas redes de educao profissional e tecnolgica
reconhecidas no Pas desempenham o papel de parceiro ofertante. So
parceiros ofertantes do Pronatec/Bolsa-Formao: Rede Federal de Educao
Profissional e Tecnolgica (institutos federais e escolas tcnicas vinculadas
a universidades federais), Redes Estaduais de Educao, Sistema S (Senai,
Senac, Senar e Senat) e Redes Privadas (escolas tcnicas de nvel mdio e
instituies de ensino superior).
Os demandantes nacionais possuem pontos de atendimento presenciais
distribudos nos municpios do Pas, denominadas de unidades
demandantes. Como exemplo de unidade demandante do Pronatec, podemos
citar os Centros de Referncia de Assistncia Social (CRAS) ligados ao
Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS) e as unidades
do Sistema Nacional de Emprego (Sine) vinculadas ao Ministrio do Trabalho
e Emprego (MTE).
Nessas unidades, so realizadas as pr-matrculas em turmas do pblico
mobilizado pelos demandantes, que deve pertencer ao pblico prioritrio do
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programa. Aps a pr-matrcula numa turma, um interessado tem at sete
dias para comparecer unidade de ensino na qual foi pr-matriculado e
apresentar a documentao exigida para que a matrcula seja confirmada.Aps esse prazo, a pr-matrcula perde a validade e as vagas remanescentes
nas turmas so disponibilizadas na Internet, por meio do endereo eletrnico
http://pronatec.mec.gov.br, para que outros cidados que desejem se capacitar
possam ocup-las.
As vagas abertas pelo ofertante, para que o demandante pr-matricule
seu pblico, precisam ser autorizadas previamente pelo Ministrio da
Educao, que atua como articulador entre demandantes e ofertantes
nacionais, num processo denominado de pactuao de vagas.
Na pactuao, as demandas por formao profissional so registradas
pelos demandantes que indicam curso, quantidade de vagas e municpio
, de forma que a demanda por formao profissional venha a induzir a oferta
nas unidades de ensino das redes ofertantes. Esse processo de pactuao
tem como objetivo induzir o planejamento da oferta em mbito nacional e,principalmente, possibilitar que o pblico atendido realize cursos que gerem
maiores oportunidades ocupacionais.
No mbito do Pronatec/Bolsa-Formao, so oferecidos cursos de
formao inicial e continuada ou de qualificao profissional, denominados
cursos FIC, e cursos tcnicos de nvel mdio nas formas articulada (integrado
e concomitante) e subsequente. Os cursos tcnicos subsequentes so ofertados
exclusivamente por meio do Sistema de Seleo Unificado da Educao
Profissional e Tecnolgica (Sisutec), que o mecanismo que prioriza a
ocupao das vagas em funo da nota obtida pelos estudantes no Enem.
O modelo de pactuao de vagas supracitado no se aplica ao Sisutec,
que possui metodologia e critrios prprios para aprovao de cursos e
vagas. Como a oferta de cursos tcnicos na forma subsequente, pelo Sisutec,
Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas
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a nica alternativa para participao de instituies privadas no Pronatec/
Bolsa-Formao, cerca de 70% dessas vagas, na modalidade subsequente,
vm sendo ofertadas por essas instituies.Ao estabelecer critrios de aprovao que determinam prioridades e
limitaes para oferta de cursos e vagas, possvel estimular a interiorizao
da oferta de vagas, com aumento do nmero de municpios com presena do
setor privado. Analogamente, a limitao do nmero de oferta de vagas por
curso, por unidade, e a excluso da oferta de cursos selecionados, estimula
a criao de estrutura fsica e de pessoal para atendimento a novos cursos e
eixos tecnolgicos, aumentando as alternativas de escolha dos estudantes e
trabalhadores. Dessa forma, a ao do Pronatec/Bolsa-Formao atua como
indutor de oferta de cursos tcnicos nas instituies privadas.
Concepo da inovao e trabalho em equipe
Uma poltica pblica da dimenso do Pronatec no se constitui sem a
realizao de parcerias para a sua execuo. Desde o incio do programa,
vrios avanos foram obtidos a partir do trabalho realizado pelas equipes
da Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica (Setec/MEC) com equipes
de parceiros externos.
Um primeiro trabalho que merece destaque pelo seu ineditismo foi o
mapeamento realizado em parceria com o MTE entre as ocupaes da
Classificao Brasileira de Ocupaes (CBO) e os cursos ofertados no mbito
do Pronatec. No mapeamento realizado, foram utilizadas as cercas de 2.500
ocupaes da CBO, os 644 cursos FIC do Guia Pronatec de Cursos FIC e os 220
cursos do Catlogo Nacional de Cursos Tcnicos. O mapeamento realizado
constar nas prximas edies dos catlogos.
Ter o mapeamento entre formao e ocupao foi fundamental para
possibilitar o cruzamento da base de dados sobre cursos tcnicos disponveis
A Bolsa-Formao do Pronatec
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no MEC com a base de dados da Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS)
do MTE, com o objetivo de analisar a trajetria socioprofissional e
educacional dos estudantes que concluram cursos tcnicos e FIC. Essetrabalho de avaliao dos egressos do Pronatec est sendo realizado pelo
Instituto de Pesquisa Econmica e Aplicada (Ipea) em cooperao com o
MEC, com previso de trmino para dezembro de 2014.
Outra parceria foi firmada pelo MEC com o Centro de Gesto de Estudos
Estratgicos (CGEE) para elaborar o mapa da educao profissional e
tecnolgica (Mapa da EPT). A proposta elaborar o Mapa da EPT a partir de
dados disponveis sobre a formao de pessoal em cursos de educao
profissional nas redes de ensino pblicas e privadas e no mercado de trabalho
para tcnicos e profissionais especializados, incluindo uma anlise
prospectiva da dinmica das economias regionais, com destaque para os
principais investimentos pblicos em setores estratgicos. Quando estiver
finalizado, esse mapa ser mais um insumo a ser utilizado no processo de
pactuao de vagas do Pronatec/Bolsa-Formao para um maior alinhamentoentre demanda e oferta.
Alm dessas parcerias, a Setec/MEC conta periodicamente com
profissionais da Rede Federal de EPT, que participam de comisses para
aes diversas no mbito do Pronatec. Uma dessas comisses foi constituda
para realizar o mapeamento dos cursos tcnicos que podiam ser ofertados
por instituies de ensino superior no mbito do Pronatec, a partir dos cursos
superiores ofertados por essas instituies. Esse estudo resultou na tabela
de mapeamento publicada na Portaria n 20, de 27 de junho de 2013.
A Setec tambm est trabalhando em parceria com o Instituto Nacional de
Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep) para possibilitar a
consolidao dos dados da educao profissional, visto que os dados hoje
existentes no Censo da Educao Bsica do Inep no contemplam os cursos
de formao inicial e continuada ofertados no Pronatec. Esse trabalho
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resultar num documento com um resumo tcnico sobre a educao
profissional no Pas, contemplando as matrculas em cursos tcnicos, cursos
FIC e em cursos superiores de tecnologia. Esse trabalho permitir uma visoconsolidada da forte expanso da educao profissional do Pas nos ltimos
anos, evidenciando os impactos gerados pela implantao do Pronatec.
Objetivos da iniciativa
A iniciativa Bolsa-Formao uma das aes do Pronatec desenvolvidas
com o objetivo de ampliar as oportunidades educacionais, induzindo a ofertaem funo da demanda por formao profissional, interiorizando e
democratizando o acesso a cursos tcnicos de nvel mdio e a cursos de formao
inicial e continuada, de forma a contribuir efetivamente com o processo de
incluso produtiva e a melhoria da produtividade e competitividade do Pas.
Pblico-alvo da iniciativa
O programa nasceu para atender, prioritariamente, aos estudantes do
ensino mdio da rede pblica, inclusive da educao de jovens e adultos, aos
trabalhadores e aos beneficirios dos programas federais de transferncia
de renda.
Cabe salientar que os beneficirios supracitados caracterizam-se como
prioritrios, mas no exclusivos. As vagas que permanecerem disponveis, aps
o atendimento prioritrio a esses beneficirios, podero ser ocupadas por outros
pblicos, respeitados os requisitos especficos previstos para acesso aos cursos.
Aes e etapas da implementao
Tendo em vista a necessidade de se estabelecer um processo de
acompanhamento da oferta de cursos, cuja carga horria deveria ser de no
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mnimo 160 horas, o MEC convidou representantes dos Servios Nacionais
de Aprendizagem e da Rede Federal de EPT para discutirem a elaborao de
uma primeira verso de um guia de cursos FIC, at ento no existente, quecontemplasse os cursos que poderiam ser ofertados pelo Pronatec. Dessa
ao, nasceu o Guia Pronatec de Cursos FIC 1aedio a ser utilizado como
mecanismo de estruturao da oferta de cursos do Pronatec.
Nos anos de 2011 e 2012, o principal esforo foi realizado na direo da
necessidade de articulao entre os representantes das instituies de ensino
e os representantes dos demandantes em mbito municipal ou estadual.
Essa ao elevou enormemente a complexidade na estruturao das ofertas
de cursos, pois os representantes das unidades de ensino e das unidades
demandantes no costumavam dialogar para alinhar os cursos a serem
ofertados. Alm disso, o processo de articulao tinha um desdobramento
operacional por meio do Sistema Nacional de Informaes da Educao
Profissional (Sistec), o qual, alm de manter informaes sobre todas as
instituies de ensino e seus cursos, exigia um processo de pr-matrculados estudantes, via CPF, por parte das unidades demandantes e a efetivao
da matrcula pelas unidades de ensino, que deveriam tambm acompanhar e
registrar a frequncia de cada estudante periodicamente.
Entretanto, verificou-se que o objetivo de se induzir a oferta em funo da
demanda no estava avanando como desejado. As instituies de ensino
ofertantes continuavam propondo os seus cursos de prateleira, ou seja, cursos
j previamente existentes, numa lgica de oferta em grande escala, ainda que
a demanda ocupacional pudesse caminhar em outras direes.
Por essa razo, os esforos foram envidados na definio de um modelo
de pactuao que se tornou uma questo central do Pronatec e passou por
diversas alteraes, sempre buscando fortalecer o demandante frente s
instituies ofertantes.
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Durante o ano de 2013, o Pronatec recebeu a adeso de diversos novos
demandantes, e tambm de alguns novos ofertantes, cabendo destaque adeso
do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) e doMinistrio do Trabalho e Emprego (MTE), cujo perfil de participao agrega ao
programa dados sobre perspectivas ocupacionais. Alm disso, a adeso dos
municpios ao Pronatec estava crescendo muito a cada semestre, chegando,
em 2013, marca de 3.200 municpios atendidos. Diante dessa realidade, a
realizao do processo seguinte de pactuao de vagas requeria a elaborao
prvia de um mapa de demandas identificadas, ou seja, demandas relacionadas
a vagas de emprego mapeadas junto ao setores produtivos, bem como em
setores no relacionados estritamente ao emprego formal.
Esse processo levou a uma inverso na forma de articulao entre unidades
demandantes e ofertantes, visto que a demanda j seria previamente
identificada, requerendo o seu atendimento pelos ofertantes. Como tal
processo teria grande impacto na pactuao, a deciso foi realiz-lo por
etapas para no colocar em risco todas as tratativas que haviam sido
realizadas previamente.
Dessa forma, na pactuao seguinte realizada para 2014.13 , a
necessidade de refinamento dos critrios ficou evidente quando os
demandantes ofertantes propuseram cerca de 2,5 milhes de novas vagas,
para uma meta anual planejada para 1,1 milho de vagas. Naquele momento,
como o mapa de demandas identificadas no foi colocado no Sistec, o MEC
estabeleceu um mtodo arbitrrio para priorizar a aprovao de vagas eforam aprovadas todas as propostas de ofertas de cursos que apresentaram
crescimento da demanda profissional, ou seja, cursos associados a
ocupaes CBO em crescimento no mercado de trabalho.
Para calcular esse crescimento de demanda, utilizaram-se como insumo
as tabelas Rais e Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados),
fornecidas pelo MTE, que mostram dados relativos ao mercado de trabalho
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formal. A Rais mostra o estoque de vagas anual e o Caged apresenta a variao
mensal de admisses e demisses no mercado de trabalho.
Esse modelo de priorizao de vagas utilizado para a Pactuao 2014.1indicou a necessidade de aprimorar os critrios utilizados, de forma a
considerar outras variveis identificadas posteriormente, tais como:
contemplar o mercado de trabalho informal e maximizar a interiorizao
das ofertas de cursos, conforme prev a Lei n 12.513/2011.
Para a Pactuao 2014.2, o modelo de mapa da demanda identificada foi
implementado e o processo de pactuao foi dividido em duas fases distintas.
Na primeira fase, os demandantes nacionais enviam para a Setec/MEC suas
demandas identificadas junto aos seus diversos parceiros de trabalho. Essas
demandas so consolidadas em um mapa de demandas identificadas, que
contm uma lista de cursos por municpio e suas respectivas quantidades de
vagas necessrias. Esse mapa disponibilizado para as unidades de ensino
e todas as propostas que nele constem so aceitas.
Na segunda fase, realizada para possibilitar o atendimento de demandas
locais no sistematizadas pelos demandantes nacionais, os ofertantes em
articulao com os demandantes locais apresentam suas propostas, que
so aprovadas em funo do nmero de vagas restantes da fase 1.
Esses aprimoramentos do modelo de pactuao utilizado no Pronatec/
Bolsa-Formao esto sendo realizados em articulao com os demandantes
e ofertantes, distanciando-se cada vez mais da chamada lgica ofertista, eutilizando critrios que permitam uma aproximao cada vez maior entre a
formao e a ocupao do indivduo no mundo do trabalho.
Descrio dos recursos financeiros, humanos, materiais e tecnolgicos
Os recursos financeiros necessrios ao desenvolvimento da Bolsa-
Formao foram calculados tomando-se como base a meta de vagas
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estabelecida pelo Governo Federal para essa iniciativa, tendo sido publicados
nas leis oramentrias anuais de 2011 a 2014 e totalizando cerca de 14
bilhes de reais destinados ao atendimento das matrculas realizadas emtodas as iniciativas que compem o Pronatec.
A gesto da Pronatec/Bolsa-Formao feita por cerca de 15 profissionais
lotados em uma das diretorias da Setec/MEC. Para lidar com a grande dimenso
da iniciativa, a equipe precisa fazer uso de instrumentos de divulgao de
informaes que tenham alcance imediato a todos os envolvidos. Para isso,
so utilizadas listas de discusso, publicao peridica de notas informativas,
manuteno de websites e reunies rotineiras com representantes dos
demandantes e ofertantes, que so elementos fundamentais no processo de
capacitao e de disseminao de suas respectivas redes de atuao.
Todas as atividades do Pronatec so registradas no Sistema de Informaes
da Educao Profissional (Sistec), que foi construdo em 2008 com o objetivo
de consolidar as informaes de oferta de cursos na educao profissional
do Pas. Em 2011, o Sistec foi redimensionado para atender tambm snecessidades do Pronatec, registrando o CPF de estudante matriculado nas
turmas ofertadas. A utilizao do Sistec viabilizou uma rpida implantao
do Pronatec, visto que utilizou o cadastro pr-existente das unidades de
ensino e dos cursos de educao profissional.
Alm da equipe responsvel pela gesto, a Setec/MEC dispe de uma equipe
terceirizada com cerca de 50 postos de atendimento s demandas recebidas
por meio do telefone 0 800 616161 e do atendimento eletrnico http://
pronatec.mec.gov.br/fale-conosco.
Por que considera que houve utilizao eficiente dos recursos na iniciativa?
Enquanto poltica pblica para a educao profissional, um dos grandes
diferenciais do Pronatec a centralizao da gesto da oferta de cursos de
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educao profissional, que possibilita a participao de praticamente todos
os ministrios que possuem demanda por formao profissional. Essa
centralizao, realizada no Ministrio da Educao (MEC), especificamentena Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica (Setec), permitiu um
avano na direo do alinhamento entre a demanda e a oferta, possibilitando
ainda a identificao e atendimento s reas que no estavam sendo
assistidas devidamente. O modelo anteriormente aplicado induzia que os
ministrios, que tinham demandas por formao profissional, buscassem
atend-las a partir de necessidades especficas de cada um, levando a possvel
sobreposio de aes e tornando difcil a mensurao dos resultados
alcanados, uma vez que no havia uma gesto centralizada dos cursos
ofertados.
O acompanhamento das matrculas realizadas por CPF do indivduo
permite a aferio precisa dos resultados alcanados, incluindo o
acompanhamento de sua trajetria profissional para avaliar o impacto do
curso realizado no mbito do Pronatec e para identificao imediata dosbeneficiados com a ao. A utilizao de catlogos e guias de cursos
profissionalizantes pelo MEC tambm possibilitou um processo de disciplina
nas ofertas e a integrao com a CBO gerenciada pelo MTE.
No foi preciso desenvolver novos sistemas computacionais para
execuo da iniciativa. Os sistemas foram reutilizados a partir de aes pr-
existentes, como no caso do Sistec, ou a partir da adoo de softwareslivres,
como no caso da utilizao do Redmine para gesto dos monitoramentos
realizados. Assim, tornou-se possvel manter um controle individualizado de
cada matrcula e de cada cidado que ingressou nos cursos do Pronatec, ao
mesmo tempo que possibilitou que cada parceiro demandante tivesse o
atendimento das ofertas de cursos e do seu pblico dentro da sua
especificidade.
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Monitoramento e avaliao da iniciativa
As primeiras turmas no mbito do Pronatec/Bolsa-Formao comearam
a ser abertas em novembro de 2011. Em junho de 2012, pouco mais de seis
meses aps as primeiras ofertas, a Setec/MEC iniciou as visitas de
monitoramento do programa.
As visitas so realizadas por duplas de avaliadores integrantes de um
banco de especialistas em educao profissional constitudo pela Setec/
MEC. De incio, como estratgia para uma capacitao mais rpida e menos
onerosa aos cofres pblicos, a Setec/MEC capacitou de forma presencial
cerca de 30 avaliadores docentes da Rede Federal de Educao Profissional
e Tecnolgica. Em seguida, esses avaliadores realizaram novos eventos de
capacitao em suas instituies, atuando como multiplicadores da
capacitao recebida em Braslia. Para esses eventos realizados em dezenas
de institutos federais no Pas , foram convidados os demais docentes da
instituio que integravam o banco de avaliadores. Dessa forma, depois de
pouco mais de um ms, a Setec/MEC contava com cerca de 300 avaliadores
capacitados.
Os avaliadores capacitados vo sendo contatados para a realizao de
visitas na medida em que so planejadas novas etapas de avaliao. A Setec/
MEC forma comisses com dois avaliadores de diferentes instituies, que so
alocados para visitas em estados diferentes de seus locais de origem. Com o
objetivo de maximizar a produtividade e minimizar os custos com emisso depassagens, as comisses de avaliao passam cinco dias teis em cada
municpio, realizando visitas em at trs unidades de ensino diferentes.
Durante as visitas, os avaliadores coletam informaes para responder
aos questionamentos do instrumento de avaliao, que contempla desde
aspectos pedaggicos at os requisitos normativos do programa. As unidades
de ensino visitadas devem disponibilizar aos avaliadores toda a
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documentao solicitada quando da notificao da visita, tais como: projetos
pedaggicos dos cursos, dirios de classe, etc. Adicionalmente so feitas
entrevistas com estudantes, docentes, gestores e demais profissionaisenvolvidos com a execuo do programa na instituio para auxiliar os
avaliadores na consolidao do relatrio do monitoramento.
O instrumento de monitoramento de cada unidade de ensino visitada
preenchido no sistema eletrnico de Monitoramento e Avaliao de Programas
(MAP), disponvel em http://map.mec.gov.br. O MAP foi customizado a partir
de um software livre disponvel para gesto de projetos de software,
denominado Redmine, e instalado em um dos servidores da infraestrutura de
rede do MEC. Essa customizao foi realizada por profissionais da prpria
Setec/MEC, reduzindo a zero o custo com aquisio de um softwareespecfico
para gerenciar o monitoramento do Pronatec, e tendo sua disponibilizao
quase que imediata.
Alm do instrumento de monitoramento, os avaliadores inserem tambm
no MAP: fotos, cpias de documentos de registros de matrculas dos alunos,
listas de assinaturas dos estudantes e profissionais entrevistados, entre
outros documentos coletados na unidade de ensino.
Para selecionar os municpios que recebero comisses de avaliao do
Pronatec, o primeiro passo definir quantos municpios sero visitados a
cada etapa planejada. Em seguida, realizado um sorteio probabilstico dos
municpios que sero visitados, utilizando o mtodo de Probabilidade
Proporcional ao Tamanho (PPT), com a quantidade de matrculas realizadasno municpio sendo tomada como base para tal seleo. A utilizao de um
mtodo para seleo das unidades a serem avaliadas fundamental, pois,
ao alcanar j o programa mais de 4 mil municpios, tornou-se invivel, num
primeiro momento, realizar visita a todos eles.
Usando esse mtodo de trabalho, at o momento 680 unidades de ensino
receberam comisses de avaliao in locodo Pronatec/Bolsa-Formao.
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Dessas, cerca de 400 j receberam parecer da Setec/MEC com o resultado do
monitoramento realizado.
Alm dos monitoramentos in loco, a Setec/MEC acompanha a execuo doprograma por meio dos dados registrados no Sistec. Os resultados do
monitoramento in loco esto sendo sistematizados em um relatrio geral
com dados estatsticos gerados a partir das visitas.
Resultados quantitativos e qualitativos concretamente mensurados
Nessa iniciativa, j foram realizadas mais de 3 milhes de matrculas,superando a meta prevista at o final de 2014, detalhada no quadro a
seguir.
As matrculas realizadas no mbito do Pronatec/Bolsa-Formao esto
distribudas em mais de 4 mil municpios, representando mais de 70% do
total, em todas as unidades da Federao.
Existem cerca de 15 mil unidades de ensino locais de oferta de cursos e
mais de 18 mil unidades demandantes pontos de atendimento onde os
interessados comparecem para processo seletivo e realizao de suas pr-
matrculas.
Obstculos encontrados e solues adotadas
No incio da implantao do programa, havia baixa ocupao das vagas
ofertadas e, conforme prev o modelo, as unidades de ensino no podiam ocupar
as vagas remanescentes, realizando matrculas de outros candidatos
interessados. A matrcula s realizada para candidatos pr-matriculados pelos
demandantes, devido ao modelo estabelecido para evitar a lgica ofertista.
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Essa baixa ocupao foi resolvida com a disponibilizao de inscries
tambm pelo sitedo Pronatec. Nesse novo cenrio, as vagas no ocupadas
pelos demandantes so encaminhadas para o sitedo Pronatec sete dias antesdo incio da turma. A partir da publicao das vagas, os interessados realizam,
no site, a inscrio nos cursos de interesse e tm dois dias para comparecer
respectiva unidade de ensino, a fim de confirmar matrcula. Caso no
comparea nesse intervalo, a inscrio expira e a vaga retorna ao sitepara
novas inscries. A implantao dessa soluo maximizou a ocupao das
turmas, tendo sido responsvel por cerca de 40% das vagas ocupadas at o
momento.
Outra problemtica surgida diz respeito visibilidade das turmas. At
meados de 2013, todas as turmas oferecidas eram compartilhadas. Isso
significava que, uma vez que uma turma estivesse publicada, todos os
demandantes daquele municpio poderiam pr-matricular interessados nela.
Com a adeso de mais ministrios ao longo de 2013, algumas necessidades de
restries de visibilidade de turmas se tornaram mais evidentes. Foi necessrio,ento, criar e implementar no Sistec o conceito de tipo de oferta, indicando
quais unidades demandantes poderiam visualiz-las para efetuar as pr-
matrculas. Os tipos de turma criados foram: exclusivo, preferencial ou
compartilhado.
Outra dificuldade superada diz respeito comunicao com os parcei-
ros. Para lidar com os constantes ajustes, prprios de um programa em
implantao, a Setec/MEC instituiu a publicao de notas informativas como
mecanismo de comunicao formal com as instituies. As notas informati-
vas so enviadas pelas listas de e-mail mantidas pela Setec/MEC e
disponibilizadas no sitehttp://map.mec.gov.br. Com isso, foi possvel fazer a
informao chegar de forma rpida a todos os parceiros.
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Fatores crticos de sucesso
Entre os principais fatores que contriburam com os resultados alcanados
pelo Pronatec/Bolsa-Formao, podemos citar:
a criao do Guia Pronatec de Cursos FIC como forma de disciplinar os
cursos a serem ofertados no mbito do programa e o seu posterior alinhamento
com as ocupaes da Classificao Brasileira de Ocupaes (CBO) do MTE;
a articulao entre os entes federados, envolvendo representantes da
Unio, dos Estados e dos Municpios, como fator primordial para o processo
de interiorizao da oferta de educao profissional, contando com a adesode mais de 70% dos municpios brasileiros;
a previso legal do pagamento de assistncia estudantil no mbito do
Pronatec/Bolsa-Formao, para custeio de alimentao e transporte dos
estudantes matriculados, como forma de contribuir com a reduo do
abandono de uma parcela significativa do pblico;
a integrao com outras polticas pblicas desenvolvidas pelo Governo
Federal, tais como: Brasil Sem Misria (MDS), Viver Sem Limites (SDH), Plano
Brasil Maior (MDIC), Seguro-Desemprego (MTE), Pronacampo (MDA), entre outras;
valorizao da educao profissional, inclusive com a oferta de cursos
tcnicos por instituies de ensino superior.
Por que a iniciativa pode ser considerada uma inovao em gesto?
Enquanto poltica pblica para a educao profissional, um dos grandes
diferenciais do Pronatec a centralizao da gesto da oferta de cursos de
educao profissional. Essa centralizao, realizada no Ministrio da
Educao (MEC), especificamente na Secretaria de Educao Profissional e
Tecnolgica (Setec), permitiu um avano na direo do alinhamento entre a
demanda e a oferta, possibilitando ainda a identificao e atendimento
reas que no estavam sendo assistidas devidamente.
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O modelo anteriormente aplicado induzia que os ministrios, que tinham
demandas por formao profissional, buscassem atend-las a partir de
necessidades especficas de cada um, levando a possvel sobreposio deaes e tornando difcil a mensurao dos resultados alcanados, uma vez
que no havia uma gesto centralizada dos cursos ofertados.
Outro ponto de destaque dessa iniciativa a participao efetiva dos
ministrios parceiros na identificao das demandas, no nvel de municpio
e curso, e o atendimento das demandas pelas unidades de ensino sem
intermedirios.
Em essncia, o principal diferencial do programa se deu na articulao
das redes estruturadas de educao profissional no Pas, de forma a atender
s necessidades de formao especficas dos diversos pblicos atendidos
pelos parceiros demandantes do programa, contemplando com vagas em
cursos de educao profissional mais de 70% dos municpios do Pas.
Responsvel
Marcelo Machado Feres
Diretor de Integrao das Redes de Educao Profissional e Tecnolgica
Endereo
Esplanada dos Ministrios, Bloco L, 4 Andar Gabinete
Braslia/DF, CEP: 70047-900Telefone: (61) 2022 8557
Data do incio da implementao da iniciativa
Outubro de 2011
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Notas
1 Regulamentada pela Portaria MEC n 168, de 7 de maro de 2013.2 So parceiros demandantes do Pronatec/Bolsa-Formao: Ministrioda Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa), Ministrio dasComunicaes (MC), Ministrio da Defesa (MD), Ministrio doDesenvolvimento Agrrio (MDA), Ministrio do Desenvolvimento, Indstriae Comrcio Exterior (MDIC), Ministrio do Desenvolvimento Social eCombate Fome (MDS), Ministrio da Integrao Nacional (MI), Ministrioda Cultura (MINC), Ministrio da Justia (MJ), Ministrio da Pesca eAquicultura (MPA), Ministrio da Previdncia Social (MPS), Ministrio doTrabalho e Emprego (MTE), Ministrio do Turismo (MTUR), Secretaria deDireitos Humanos (SDH), Secretaria Nacional de Juventude (SNJ),Ministrio do Meio Ambiente (MMA) e todas as Secretarias Estaduais deEducao.3 Pactuao para as vagas as serem oferecidas no primeiro semestre de2014. Nos primeiros anos, a pactuao era feita anualmente. A partir daPactuao 2014, comeou a ser semestralmente.
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Programa InovAtiva Brasil
Ministrio da Indstria, Comrcio e Desenvolvimento Exterior (MDIC)
O Programa InovAtiva Brasil, do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria
e Comrcio Exterior (MDIC), um programa de capacitao e mentoria em
larga escala para startupsde negcios inovadores em desenvolvimento ou
nos primeiros anos de vida. Os empreendedores interessados podem acessar
todo o contedo de capacitao e submeter projetos. Os melhores projetosso selecionados para participar das fases semi-presenciais do programa,
com mentoria e atendimento individualizado de consultores e executivos,
com os objetivos de preparar a empresa para estruturao do modelo de
negcios, apresent-la a investidores e viabilizar o acesso a instrumentos
pblicos de fomento. At o momento so mais de 6.000 empreendedores
utilizando a plataforma, mais de 2.500 projetos de startupsrecebidos, 210
mil visitas ao site, 2 mil pessoas presentes em eventos presenciais e umarede constituda com mais de 300 mentores.
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Caracterizao da situao anterior e identificao do problema
Contexto
Os crescentes investimentos do Governo em inovao nos ltimos anos
esto gerando e iro gerar cada vez mais tecnologias nas universidades e
centros de pesquisa. Essa tendncia, aliada a uma disposio cada vez maior
da populao mais jovem para o empreendedorismo, abre uma janela de
oportunidades nica para o Brasil desenvolver empresas de base tecnolgica
e com alto potencial de impacto (startups). Fundos de investimento, grandes
empresas e investidores individuais, nacionais e internacionais, jperceberam essa oportunidade e esto buscando, avidamente, boas empresas
para investir. Para isso se concretizar, as empresas necessitaro de
capacitao especfica para se enquadrarem no nvel esperado.
No entanto, o grande problema que ainda falta capacidade para
transformar pesquisas cientficas ou boas ideias em empresas reais, bem
preparadas para lidarem com investidores, entrarem em cadeias de valor de
grandes empresas e crescerem rapidamente, gerando emprego e renda.
Para piorar a situao, o desenvolvimento de uma empresa inovadora e
de alta tecnologia exige habilidades especficas, diferentes daquelas
necessrias administrao de um negcio tradicional, como uma confeco
ou um restaurante. O seu produto, servio ou modelo de negcios inovador,
sendo possvel que o mercado alvo nem sequer exista ainda, de modo que,
quanto maior a inovao do negcio, maior a incerteza quanto ao seu sucesso.
Diagnstico
Ao analisar a situao identificou-se que a maior parte dos potenciais
empreendedores tinha pouco ou nenhum conhecimento em negcios, sendo a
maior parte pessoas com amplo conhecimento tcnico/cientfico do tema. Alm
da falta de capacitao, existia outro grande problema: os empreendedores de
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alta tecnologia tinham poucos contatos com outros empresrios, especialistas
que atuavam em seus mercados ou investidores. A falta de conhecimento em
negcios e a falta de vnculos com empresrios mais experientes que poderiamajud-los so as piores deficincias dos empresrios de alta tecnologia.
Alm dos problemas do prprio empreendedor, os mecanismos de apoio
para esse tipo de negcio ainda so incipientes e pouco eficientes. Iniciativas
como o Sebrae, incubadoras de universidades, entre outras, no so
especficas para negcios de alta tecnologia, servindo muito bem para
negcios tradicionais da economia. As poucas iniciativas de sucesso
existentes no pas para esse pblico ainda esto concentradas em poucas
cidades e atendem um nmero muito pequeno de empreendedores inovadores.
Gravidade do problema
O problema atingia diretamente o setor pblico, o setor privado e a
comunidade de empreendedores.
O setor pblico era impactado, pois estava investindo bilhes de reaisem pesquisa nas universidades, mas as tecnologias geradas no estavam
sendo levadas para o mercado, ou seja, no estava gerando novas empresas
que criariam novos empregos e promoveriam o desenvolvimento econmico.
O Governo Federal tambm havia lanado diversos programas de fomento
por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES)
e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e as duas instituies tinham
dificuldades de encontrar bons projetos para financiar, pois encontravam
boas tecnologias, mas pssimos empreendedores.
Do ponto de vista privado, havia investidores e fundos de investimento
nacionais e internacionais com grande volume de recursos para investir em
novas empresas de tecnologia. No entanto, no encontravam muitas empresas
e, quando encontravam, elas no estavam preparadas do ponto de vista de
gesto empresarial.
Programa InovAtiva Brasil
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Finalmente, milhares de empreendedores com ideias brilhantes e inspirados
em casos de sucesso como Facebook, Google e Twitter estavam abrindo suas
empresas, mas fechando as portas rapidamente, com grandes dificuldades deencontrar investidores ou obter apoio do governo. O grande problema que
tanto o apoio pblico quanto o privado estavam disponveis, mas o
empreendedor no tinha preparo nenhum em gerir um negcio de alta tecnologia.
O problema de gesto
O desafio a ser enfrentado era como capacitar milhares de empreendedores
inovadores, em um tema ainda novo no Pas, com poucas pessoas experientes
e com raros casos de sucesso nacional para se inspirar. Alm disso, como
fazer algo do gnero com poucos recursos oramentrios, que pudesse atingir
grande escala sem necessariamente exigir grandes investimentos posteriores.
A soluo foi desenvolver uma iniciativa que capacitasse milhares de
empreendedores, com contedo especfico para negcios inovadores, de forma
gratuita, disponvel em qualquer lugar, com orientao dos melhoresexecutivos brasileiros e conectando os bons negcios com investidores e
grandes empresas. Surgia ento o Programa InovAtiva Brasil.
Descrio da iniciativa e da inovao
A iniciativa inovadora
O Programa InovAtiva Brasil, do Ministrio do Desenvolvimento,Indstria e Comrcio Exterior (MDIC), um programa de capacitao e
mentoria em larga escala para startups negcios inovadores em
desenvolvimento ou nos primeiros anos de vida. O programa gratuito e
rene material em vdeos e textos objetivos focados nas melhores e mais
modernas prticas empresariais encontradas no mundo. O acesso feito
pela internet na modalidade de cursos MOOC (massive online open courses).
Arranjos institucionais para coordenao e implementao de polticas pblicas
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Os empreendedores interessados podem acessar todo o contedo de
capacitao e submeter projetos, sendo os melhores selecionados para
participar das fases semipresenciais do programa, com mentoria eatendimento individualizado com consultores e executivos para preparar a
empresa para estruturao do modelo de negcios, apresentao a
investidores e acesso a instrumentos pblicos de fomento.
O uso intensivo de tecnologia permite que o contedo de capacitao
seja replicado gratuitamente para qualquer pessoa com acesso internet. A
tecnologia permite tambm oferecer mentores de alto nvel (empreendedores
de sucesso, executivos de grandes empresas, investidores e consultores) para
os empreendedores, pois com uso de internet eles podem estar em qualquer
lugar do mundo e utilizar Skype, Google Hangout ou qualquer outra ferramenta
de contato.
Os mtodos
A principal inovao presente no Programa InovAtiva foi a articulaoinstitucional desenvolvida para a viabilizao do projeto. Para que a ideia
se concretizasse na forma idealizada, a equipe do MDIC se articulou com
instituies pblicas e privadas, rgos do terceiro setor e entidades de
apoio ao empreendedorismo e inovao.
Para fazer a articulao precisvamos desenvolver algo que fosse to
inovador e atrativo que o setor privado poderia se interessar e fazer parte do
programa, inclusive pagando por ele. Inverteu-se a lgica: o setor pblico
iria criar algo to bom que o setor privado iria se envolver profundamente.
A partir da definio do projeto o prximo passo foi encontrar quem teria
condies de fazer parceria para executar a complexa ideia, que segundo
apuramos, era indita no mundo. Para isso acontecer, era necessrio buscar
as melhores instituies que estariam dispostas a desenvolver um programa
de alto risco, mas globalmente inovador.
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Devido ao baixo oramento disponvel na Secretaria de Inovao do MDIC,
conversas foram iniciadas com possveis apoiadores do novo programa, que
j realizam aes parecidas, mas muito incipientes e com baixo alcance. Aessa altura, j se sabia que a tarefa seria difcil e que seria necessrio inovar
nessa articulao para a implementao da iniciativa. Dessa forma, o Instituto
Endeavor e a Consultoria McKinsey entraram no programa e ajudaram, de
forma fundamental, na sua concepo inicial, sempre pensando no melhor
uso da tecnologia para encurtar distncias e diminuir custos.
Foi realizado um convnio com o Instituto Endeavor Brasil, a organizao
mais importante de promoo da cultura empreendedora no mundo, e que entrou
no InovAtiva como executora (convenente) do programa, sob a coordenao do
MDIC. A Endeavor trouxe ao programa sua experincia em desenvolver negcios
de alto impacto, mas, principalmente, sua valiosa rede de mentores composta
pelos maiores empresrios do pas e uma ampla rede internacional.
Parcerias
Durante a concepo do programa, a McKinsey & Company resolveu apoiar
a iniciativa, sem custos, disponibilizando consultores experientes para garantir
a qualidade de todo o contedo disponibilizado na plataforma e auxiliar na
avaliao de projetos submetidos. Vale lembrar que a McKinsey & Company
considerada uma das melhores consultorias estratgicas do mundo e atuou
gratuitamente devido ao carter altamente inovador do programa e tambm
ao fato de que no se dispunha de recursos para sua contratao.
A partir da, temos um processo inovador. O InovAtiva surge, assim, desenhado
a trs mos, com recursos extremamente escassos e consegue mostrar sua
relevncia e seus ideais a outras instituies, tanto privadas quanto pblicas,
que futuramente vieram a apoiar sua segunda edio, em 2014.
Atrados pelo ousado programa, outros atores importantes entraram como
parceiros, como por exemplo, o Senai/CNI, a Associao Brasileira de Venture
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Capital e Private Equity, a Associao Brasileira de Investidores Anjo, a
Fundao Getulio Vargas, a Agncia Brasileira de Promoo de Exportaes e
Atrao de Investimentos (Apex), a Agncia Brasileira de DesenvolvimentoIndustrial (ABDI), Associao Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das
Empresas Inovadoras (Anpei), entre outros.
No caso do Senai/CNI, eles escolheram o programa InovAtiva Brasil para
ser o brao de empreendedorismo dos mais de 80 Centros de Inovao e
Tecnologia lanados por todo o Pas. Ao invs de criar um programa prprio,
eles preferiam utilizar o InovAtiva Brasil para fazer isso. A Apex fornece todo
o suporte no exterior (jurdico, comercial, contatos) para empresas do
programa que forem para os Estados Unidos e outros pases em que a Agncia
mantenha escritrio. A Anpei acertou parceria com o programa para recrutar,
treinar e inserir executivos das maiores empresas do pas como mentores.
Em 2013, foi realizada uma edio piloto e, com seu grande sucesso, est
em andamento a segunda edio do programa. Em 2014, o programa foi
escalado e ter um incremento em todas as suas reas (capacitao, mentoria,plataforma, contato com investidores, nmero de usurios, etc.), podendo
direcionar um nmero ainda maior de finalistas para as fases seguintes.
Em mdio prazo, com a maior visibilidade do programa e, consequentemente,
com outros apoios, parcerias e patrocnios privados, o InovAtiva pretende
continuar inovando e buscar ser um programa autossuficiente. Dessa forma,
os recursos pblicos empregados no programa sero reduzidos drasticamente
e a qualidade das atividades ser ainda maior. A ideia que as instituies
privadas financiem a plataforma e possam, tambm, usufruir de suas
funcionalidades para lanar desafios prprios com solues voltadas para
sua prpria realidade. Assim, a expanso do programa passar,
automaticamente, a ser uma realidade e a ambio de ser o maior programa de
empreendedorismo, capacitao, acelerao e inovao da Amrica Latina
estar a apenas um passo de se concretizar.
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Concepo da inovao e trabalho em equipe
A ideia do Programa InovAtiva Brasil surgiu aps a descoberta da janela deoportunidade para o empreendedorismo inovador brasileiro, mencionada
anteriormente, e a constatao de que havia uma grande escassez de projetos
inovadores passveis de investimentos e com planos de negcios bem estruturados.
A inspirao para o programa foi o funcionamento de um fundo de venture
capital(fundos que fazem investimentos em empresas inovadoras que esto
nascendo para que elas cresam muito mais rpido que as concorrentes e
vendendo a participao depois), que tem um papel importante no surgimento
das maiores empresas de tecnologia do mundo, como Google, Facebook, Intel,
Microsoft, etc. Esses fundos, alm do dinheiro investido, agregam muito s
empresas iniciantes: a) capacitao de alto nvel em gesto empresarial, b)
mentoria dos scios e c) conexo a investidores e clientes que fazem parte de
sua rede de relacionamento.
A grande inovao surgiu a partir de uma proposta ousada: replicar opreparo de um fundo de investimento para capacitar e conectar milhares de
empreendedores.
A partir do desafio descrito e com recursos humanos e oramentrios
limitados, a equipe resolveu utilizar a ferramenta do prprio pblico alvo:
tecnologia. A nica maneira de atingir milhes de pessoas, de forma gratuita e
sem restrio geogrfica, era utilizar a tecnologia de informao e comunicao
a favor do projeto. Em outras palavras, promover capacitao, mentoria e
conexo a investidores e potenciais clientes a qualquer hora e em qualquer
lugar por meio da internet, bastando apenas ter um computador ou um celular.
A concepo do programa envolveu um amplo estudo de experincias
nacionais e internacionais, com anlises de iniciativas e visitas aos Estados
Unidos para conhecer experincias que esto sendo desenvolvidas em
Harvard, Massachusetts Institute of Technology (MIT), Stanforde pelo prprio
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governo americano. Tambm foram pesquisadas e discutidas experincias
similares no Reino Unido e Israel.
Ao analisar as experincias internacionais, identificou-se programas quefocavam na capacitao de empreendedores inovadores, alguns especficos
para mentoria e outros poucos em conectar negcios com investidores e
grandes empresas. O InovAtiva Brasil o nico programa do mundo que
oferece e integra capacitao, mentoria e conexo em um nico programa e
para milhares de pessoas.
Dessa forma, o diretor da Secretaria de Inovao do MDIC comeou a
idealizar um programa de capacitao, em larga escala e gratuito para que
empreendedores inovadores conseguissem adquirir conhecimentos
necessrios para a estruturao estratgica de seus novos negcios.
Com a ajuda inicial de dois servidores de carreira com grande interesse
no assunto, iniciou-se todo o desenvolvimento e operacionalizao do
programa. Atualmente, a equipe aumentou, com designao de responsveis
por reas especficas: a) contedo; b) plataforma tecnolgica; c) mentoria; d)parcerias nacionais e internacionais; e) novos projetos com setor privado; e
f) eventos presenciais.
Para manter a equipe atualizada e buscar novas ideias, os servidores so
enviados constantemente para diversos centros de conhecimento no Brasil e no
mundo (Estados Unidos, Israel, Reino Unido e Qatar), alm de videoconferncias
constantes com especialistas mundiais convidados para discutir o tema.
Objetivos da iniciativa
Os objetivos do Programa InovAtiva Brasil, em ordem de prioridade, so:
capacitar e acelerar, em larga escala, empreendedores de negcios de
alto impacto, com a maior qualidade possvel, gratuitamente, onde quer que
eles estejam;
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fortalecer a conexo dos melhores projetos com outras iniciativas
pblicas e privadas de fomento ao empreendedorismo inovador;
formar uma rede de mentores em nvel nacional e internacional,disponibilizada, tambm, para outras iniciativas do governo;
conectar todos os atores (usurios, empreendedores, mentores,
investidores) numa rede virtual perene e ativa;
tornar-se um programa autossuficiente, utilizando minimamente os
recursos pblicos e contando com o apoio da iniciativa privada para realizar
desafios paralelos;
ser o maior programa de empreendedorismo, capacitao, acelerao e
inovao da Amrica Latina.
Pblico-alvo da iniciativa
O pblico-alvo direto do programa so os empreendedores inovadores.
Para eles preparado contedo de treinamento, oferecida mentoria comespecialistas, conexo com investidores, empresas, rgos de governo e ainda
so levados os melhores para captar investimentos no exterior.
O pblico-alvo indireto do programa so os investidores, grandes
empresas e instituies pblicas.
Os investidores so beneficiados, pois recebem empresas mais preparadas
para receber investimentos, poupando recursos na busca de oportunidades
e rapidez nas negociaes com os empreendedores.
As grandes empresas so beneficiadas diretamente, pois elas acessam
outras empresas altamente inovadoras que podem atuar como fornecedores,
parceiras no desenvolvimento de produtos ou at aquisies dessas empresas.
O Governo se beneficia principalmente porque cria um fluxo de novas
empresas que podem acessar fundos e financiamento do BNDES e Finep, alm
de potencialmente exportarem ou internacionalizarem com o apoio da Apex.
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Programa InovAtiva Brasil
Quadro 1: Aes e etapas da implementao do Programa InovAtiva Brasil
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Concepo da ideia de umprograma de capacitaodiferenciado dos demais
Incio da viabilizao de umprograma inovador
Busca por parceiros
Execuo do convnio com aEndeavor
Criao e execuo doInovAtiva Brasil 2013
Avaliao da edio 2013
Incio da preparao doInovAtiva 2014
Busca por novos parceiros
Contratao de consultoresespecializados, via Unesco
Execuo do convnio com oWenovate
Execuo do InovAtiva Brasil2014
Estudos tcnicos sobre o atual contextobrasileiro e sobre a janela de oportunidadeque o empreendedorismo inovador brasileirotem presenciado.
Conversas internas no MDIC na tentativa derealizar a gesto dos recursos mnimos para aexecuo de um programa piloto.
Incio da gesto de parcerias. Conversas comEndeavor e McKinsey para buscar apoioespecializado.
Coordenao e o monitoramento contnuo doMDIC em relao ao seu convenente.
Implementao de um programa inovador noformato piloto, para testar sua eficincia.
Gesto dos resultados obtidos e anlise detodos os indicativos relativos ao alcance e efetividade da plataforma.
Gesto dos novos recursos disponveis para aampliao do programa.
O sucesso da edio anterior chamou aateno de outras entidades para acolaborao com o programa. Inicia-se, ento,uma nova gesto de parcerias.
Utilizao de verba do projeto de cooperaotcnica entre o governo brasileiro e a Unesco,como parte da gesto de recursos do
programa.O novo executor do programa (convenente)ser monitorado e coordenado continua-mente para o pleno uso dos recursos ecumprimento do plano de trabalho.
Ampliao da edio anterior, com maisusurios, contedo aperfeioado e umaplataforma mais estruturada.
Etapas Aes de implementao
Fonte: Elaborado pelo autor
Aes e etapas da implementao
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Descrio dos recursos financeiros, humanos, materiais e tecnolgicos
Em 2013, no programa piloto, o custo total do InovAtiva Brasil foi de R$
1.239.000,00. Desse valor, o MDIC desembolsou, por meio de um convnio com
o Instituto Endeavor, o valor de R$ 941.000,00. Outra parte, de R$ 48.000,00, foi
obtida pela contrapartida do Instituto Endeavor e outros R$ 250.000,00 foram
coletados via patrocnio. Como foi a edio piloto do programa, podemos dizer
que todos os gastos referem-se a sua implementao.
Com relao aos recursos humanos, em 2013 o InovAtiva Brasil contava
com uma reduzida equipe de apenas trs pessoas no MDIC. Somado a isso,
mais um funcionrio foi cedido pela Endeavor para acompanhar a execuo
do programa, e um consultor cedido pela consultoria McKinsey, para garantir
a qualidade do material elaborado, auxiliar na avaliao dos projetos e,
ainda, mentorar determinados finalistas.
Na atual edio de 2014, o programa ainda no fechou todo o seu
oramento, j que apoios e patrocnios continuam sendo estudados. Noentanto, espera-se investir pelo menos o dobro dos recursos neste ano.
Sobre os recursos humanos nesta edio do programa, houve um aumento
considervel da fora de trabalho. No MDIC, existem agora cinco profissionais
e, pelo Wenovate (convenente), h outra equipe de cinco pessoas qualificadas.
Alm disso, a Endeavor continua cedendo um profissional, agora via contratao
Unesco e no via convnio e, ainda via Unesco, conta-se com mais trs
consultores especializados em temas extremamente importantes para a
estruturao do programa. Um consultor o Marcelo Nakagawa, maior
especialista do Brasil em empreendedorismo e responsvel pela gerao de
contedo para o programa. O segundo Leo Burd, pesquisador do Massachusetts
Institute of Technology/Media Lab, responsvel por toda a estratgia tecnolgica
do programa. O terceiro a empresa Everwise, do Vale do Silcio, considerada
a melhor empresa do mundo na estrutura de redes de mentoria.
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Com relao aos recursos materiais, tanto na edio de 2013 como na
atual, o principal patrimnio do Programa InovAtiva Brasil a sua plataforma
on-line (www.inovativabrasil.com.br), que vem sendo melhorada ao longodas edies e, atualmente, se tornou uma das melhores plataformas do seu
gnero no Brasil.
Em relao aos recursos intangveis (no materiais), podemos citar a
poderosa rede de mentores que est sendo criada, com executivos que esto
no Brasil e no exterior.
Por que considera que houve utilizao eficiente dos recursos na iniciativa?
Para a edio piloto do Programa InovAtiva, em 2013, os recursos para
sua implementao foram bem escassos, como j dito anteriormente. Isso
justifica, inclusive, a necessidade que se teve de inovar e articular outros
rgo e entidades, pblicas e privadas, para apoiar a iniciativa.
Dessa maneira, os gastos que o MDIC teve para a sua implementao, em
2013, somaram R$ 941.000,00. Os outros valores acrescidos a essa quantiaforam R$ 48.000,00 (contrapartida do convenente Endeavor) e R$ 250.000,00
(oriundos de patrocnio privado). Tais recursos foram integralmente
empenhados nas seguintes atividades:
desenvolvimento de plataforma tecnolgica;
desenvolvimento de contedo para as fases 1, 2 e 3;
aluguel de infraestrutura para eventos e workshops; desenvolvimento de estratgia de comunicao;
contratao de fornecedores;
transmisso on-linedos eventos;
custos com passagens e hospedagens para os participantes nas fases 2
e 3 (eventos presenciais), incluindo a viagem dos 20 finalistas para a
Califrnia (Vale do Silcio).
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Vale destacar que, para um programa inovador que partiu do zero e foi
desenvolvido em nvel nacional e gratuitamente, esses recursos foram
mnimos para que fosse implantado adequadamente, aliando qualidade,alcance e tecnologia. Graas s articulaes desenvolvidas com entidades
pblicas e privadas, rgos do terceiro setor e patrocnios, o programa foi
desenvolvido sem maiores custos. Os apoios foram fundamentais para o
desenvolvimento dos contedos de capacitao, avaliao de projetos,
mentores voluntrios e a divulgao do programa para o pblico-alvo. Se o
InovAtiva tivesse que arcar com todos esses custos, o programa seria
invivel financeiramente.
Um fato importante que justifica a utilizao eficiente dos recursos foi
a implantao, num primeiro momento, de uma edio piloto do programa.
Ou seja, o programa foi desenvolvido e executado numa escala menor para
que, depois de comprovada a sua utilidade, fosse ampliado, j com a
estruturao das aplicaes corretas de investimento baseadas na verso
anterior.
exatamente o que vem ocorrendo na atual edio do Programa InovAtiva
Brasil 2014. Os recursos que esto sendo aplicados esto rigorosamente
previstos num planejamento financeiro. Os novos patrocnios e parcerias
que continuam sendo propostos compem um leque de opes a mais para
ampliar o programa com novas atividades e eventos.
Apenas para exemplificar o impacto do InovAtiva, citamos o exemplo deapenas duas empresas finalistas da edio 2013, que conseguiram, graas
aos mentores e ao preparo que tiveram, levantar mais de R$ 5 milhes com
investidores em at seis meses aps sarem do programa. Outras tantas
empresas apoiadas pelo programa se encontram em negociaes similares
ou conseguiram novos clientes e parceiros devido s conexes que
proporcionadas.
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Monitoramento e avaliao da iniciativa
Neste momento, a segunda edio do programa InovAtiva est em plena
atividade. Mas, como foi realizada a avaliao do programa em 2013, j
existem alguns nmeros que garantem sua boa atuao at o momento.
Os dados coletados para a avaliao foram todos extrados da prpria
plataforma, com exceo, apenas, das pesquisas de opinio realizadas
durante os eventos presenciais com os finalistas da edio 2013. Assim, o
monitoramento do programa baseado em diversas mtricas:
nmero de empresas do programa que receberam investimentos de
fundos ou investidores;
novas receitas geradas a partir de conexes no programa;
empresas participantes do programa que acessaram instrumentos de
apoio do governo;
alcance do programa: medido pelos acessos e cadastros na plataforma.
Tambm verificada a origem de cada cadastro para levantamento do alcance
do programa no territrio nacional;
nmero de projetos inscritos no programa: registrado pela quantidade
de projetos que so, de fato, submetidos para avaliao, j que nem todos os
participantes chegam a enviar suas propostas;
qualidade dos projetos submetidos: avaliao detalhada de cada um
dos projetos submetidos, por especialistas parceiros do programa;
avaliao dos participantes: nas fases finais, os participantes avaliam
o programa em todos os aspectos (eficincia, relevncia, qualidade dos
contedos e das mentorias, ou seja, sua experincia como um todo); e
avaliao dos mentores: alm dos participantes, os mentores tambm
avaliam a sua experincia em participar do programa, analisando a eficincia
das atividades e a qualidade dos participantes mentorados.
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Resultados quantitativos e qualitativos concretamente mensurados
Com a proposta de capacitar e acelerar, em larga escala, empreendedores
de negcios inovadores, o InovAtiva buscou preparar novas empresas para a
oportunidade crescente de receberem investimentos de fundos especializados
em novos negcios inovadores.
E foi exatamente isso que o Programa InovAtiva Brasil fez. Em 2013, foi
realizada uma edio piloto, com os seguintes resultados obtidos:
mais de 3 mil participantes;
2 mil pessoas presentes em eventos de divulgao;
210 mil visitas plataforma do programa;
6,6 mil likes na pgina oficial do programa no Facebook;
inscries recebidas de 350 municpios em 24 estados;
1.635 projetos submetidos na primeira fase, 50 selecionados para a
segunda etapa e 20 para a terceira;
os 20 finalistas foram levados pelo MDIC em janeiro de 2014 para uma
semana de treinamento intensivo e contatos com investidores e aceleradoras
de empresas no Vale do Silcio (Estados Unidos);
95% dos participantes das fases 2 e 3 avaliaram o programa como
Muito bom ou Excelente.
A edio 2014 foi lanada, oficialmente, no dia 29 de maio em So Paulo e
contou com a presena do Ministro Mauro Borges. Atualmente, a edio de
2014 est no processo de avaliao dos projetos para seguirem para a segunda
fase. At 300 projetos sero selecionados para a segunda fase e 100 para a
terceira. At o momento, os nmeros registrados na plataforma so os seguintes:
703 projetos submetidos (agora com critrios mais exigentes e um
formulrio muito detalhista para que a submisso seja, efetivamente, aceita);
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6 mil usurios cadastrados; e
12 mil likes na pgina oficial do programa no Facebook.
O monitoramento do programa realizado extraindo-se os dados da
prpria plataforma, como os ndices mencionados anteriormente. Alm disso,
pesquisas com os participantes e com os mentores tambm so aplicadas ao
longo dos eventos presenciais para acompanhar a evoluo da eficcia das
atividades.
Alm disso, so feitas pesquisas semestrais com os participantes
anteriores para acompanhar sua evoluo e manter o envolvimento delescom o programa.
Desse modo, com os resultados da edio de 2013 e os obtidos, at o
momento, na edio 2014, j possvel afirmar que o Programa InovAtiva
Brasil est cumprindo seus objetivos e, assim, capacitando novas empresas
inovadoras a entrarem no mercado de forma sustentvel e duradoura, cientes
das possibilidades de financiamento pblico e privado e munidas de
conexes importantes.
Obstculos encontrados e solues adotadas
Podemos dizer que a primeira edio do InovAtiva, em 2013, foi a que
apresentou os maiores obstculos, logicamente, por se tratar da primeira
experincia do tipo a ser criada e executada. Nesse contexto, podemosidentificar os principais obstculos encontrados e a soluo elaborada para
super-los, a seguir:
Falta de recursos financeiros: com o limitado oramento disponvel na
Secretaria de Inovao para a implementao do programa, foi necessrio
articular, de forma inovadora, a atuao de outras instituies que pudessem
colaborar com o programa;
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