Arte e realidade imitação e representação.doc

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A ARTE COMO IMITAO (TERCEIRA LIO LIES DE ESTTICA FILOSFICA)

Arte e realidade: imitao e representaoIntroduo

Os gregos afirmavam que existia uma beleza em si. Eles interpretavam o belo e a arte como imitao (mimeses) do eterno na natureza. Em Plato, por exemplo, h uma concepo positiva e outra negativa dessa imitao da natureza. Ele critica a poesia, por exemplo, porque suscita paixes.

A postura de Aristteles bem menos ambgua. Ele tambm atribui uma funo moral arte no rompe com a vinculao platnica entre arte e educao (vrios outros pensadores diro o mesmo). Mas Aristteles no tem problemas em legitimar a representao artstica. Ele diz que todas as artes consistem em imitaes. elas se diferenciam pela maneira de imitar e pelas coisas imitadas. Por exemplo, os danarinos imitam as paixes humanas...

O aspecto da arte mais trabalhado por Aristteles a tragdia: Ela faz melhores os homens; a comdia os faz piores. Um aspecto interessante na tragdia, segundo o filsofo, que ele aponta a fbula trata de problemas universais. Por isso, gera empatia no pblico (dor, tristeza, paixes etc). Faz-nos compartilhar a atitude do heri. Segundo ele, isso purifica o pblico, porque fazemos isso de forma distanciada, acalmando nossas paixes.

Vai dizer ainda que cada uma reproduz aspectos parciais. Ainda assim, Aristteles diz que a arte no plagia o que est dado, mas reflete de forma criadora (imaginativa) aquilo que os homens so. O conceito aristotlico de imitao esclarecido igualmente atravs da idia do verossmil. A obra artstica representaria no as coisas como elas so, mas como deveriam ser.

No conceito positivo de imitao... Trata-se de uma imitao tambm dos movimentos da alma humana e da alma csmica (msica, por exemplo idia do mundo sensvel). O defensor da teoria mimtica vai dizer que a msica reproduz certos sons naturais e d expresso aos sentimentos do homem, que um ser natural.

evidente que o conceito de imitao torna-se mais plausvel em uns gneros que em outros. A escultura toma como modelo imagens naturais.

Durante a Idade Mdia no desaparece a idia de imitao. O que acontece agora que a forma originria se situa na mente transcendente de Deus. A arte desse perodo vai reproduzir a realidade social da poca a nobreza, a cavalaria e o cristianismo.

O renascimento vai resgatar a antiguidade grego-romana (Neoclassicismo). A beleza volta ser a meta a que aspira a arte em geral. Tambm estabelece a mimeses como princpio esttico fundamental. O mundo exterior valorizado agora como fonte de inspirao e estmulo de pensamento.

A concepo da arte como reproduo (imitao) da realidade, proclamou-se enfaticamente no Realismo do sculo X. Mas esse conceito vai comear a mostrar-se em conflito. Porque h uma tenso/conflito entre a subjetividade e a objetividade de uma imitao. Ento, a partir do Renascimento se tomar cada vez mais conscincia de que a produo artstica uma criao subjetiva e no uma mera reproduo da natureza. nesse perodo que surgem tericos renascentistas importantes como Cenini, Alberti, Da Vinci... Da Vinci, por exemplo vai dizer que a pintura se funda na perspectiva, que no consiste seno no exato conhecimento dos mecanismos da viso. No teremos a impresso fiel da natureza, mas a elaborao da imagem artstica com base no conhecimento prvio dos modelos naturais. Uma mulher bela, por exemplo, no recorre apenas a uma; mas aos padres gerais que as tornam belas. Movimentos como o Surrealismo e o Impressionismo ganham fora Com essa valorizao do inconsciente humano. O Romantismo tambm rompe com a fria racionalidade do Neoclassicismo, mas coincide com o ele ao interpretar a natureza a partir do sujeito (um sujeito que tem sentimento). Schelling, expoente da esttica romntica, vai dizer que o gozo esttico se deve identidade encontrada na obra de arte entre o consciente e o inconsciente, o real e o ideal, o objetivo e o subjetivo. sabido que o marxismo simpatiza com a concepo realista da arte. Marx compartilha a reao contra o idealismo e no a favor da arte como um reino ideal ou abstrato. Lukacs vai sustentar que o autor literrio tem de defender uma tese tese esta que represente a realidade. medida que avana a era industrial, retrocedeu simultaneamente tanto o poder do belo como o da natureza. o poder do natural (e da beleza) d lugar, pouco a pouco, ao histrica do homem. Isso indica, primeira vista, que a arte se desliga da idia de imitao. Isso no significa que desapareceu totalmente a mimeses. Mas esta mimeses reproduz cada vez mais a obra histrica da humanidade.

Concluso

...A arte representa ou expressa sensivelmente a natureza (subjetiva objetiva) num certo grau de universalidade. (...) Inclusive quando o artista representa uma figura exterior, deixa nela o selo de sentimentos e atitudes interiores. PAGE 1