ARTES PLÁSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    1/15

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    2/15

    242 ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997

    ao cdigo europeu ou norte-americano branco, os artistas do Nordeste continu-aram a desenvolver sua prpria cultura visual, rejeitando ou assimilando as cor-rentes internacionais com autonomia pessoal e no por induo, construindouma trama de diversidade visual incomum, com qualidade, apontando para umps-colonialismo muito mais definido que nas regies dominadoras do pas.

    Francisco Brennand (Recife, PE1927) So Sebastio, 1974cermica vitrificada, 125x 113 col. do artista

    Vicente do Rego Monteiro (Recife, PE, 1899-1970) Deposio, c.1966leo sobre tela, 109x 134 col. MAC-USP

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    3/15

    ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997 243

    No caso de Pernambuco, a ao deduas brilhantes cabeas pensantes por sor-te, divergentes entre si , Ariano Suassunae Jomard Muniz de Britto, foi muito ben-fica. De um lado, temos Ariano Suassuna,dramaturgo famoso no Sul e no exteriorque, como professor de Esttica de vriasgeraes de estudantes da UniversidadeFederal de Pernambuco, defendia umaabordagem cultural voltada para a visua-lidade do meio circundante, para a mitolo-gia da terra e para uma narrativa imaginante,que veio a constituir o que ele denominouMovimento Armorial. Do outro lado,

    Jomard Muniz de Britto, tambm comenorme influncia na formao da mentali-dade da juventude da Paraba, de Pernam-buco e do Rio Grande do Norte, encarre-gou-se da divulgao crtica das teorias daps-modernidade. Como artista, seusvdeos e suasperformancestm chamado aateno dos estudantes para a existncia deuma linguagem internacional, enquantoAriano os desperta para verem ao seu re-dor. neste jogo dialgico, no espao

    intercultural dessas duas posies, no trn-sito entre elas que hoje esto sendo defini-das as singularidades da Arte, at no Pri-meiro Mundo.

    As linhas que demarcam as diferen-as culturais podem ser estabelecidas peloconsenso ou pelo conflito, mas, em ambosos casos, a discusso aberta que voltou a serpraticada no Recife graas, principalmen-te, a esses dois intelectuais tem buscadoaclarar as definies de tradio e ps-modernidade, realinhando os limites entre

    Arte Popular e Arte Erudita, entre opblicoe oprivadoe, principalmente, desa-fiando as noes de desenvolvimento e progresso.

    Ariano e Jomard vm operando para a gerao atual o que duas outrasescolaspernambucanas operaram para a minha gerao. Uma foi a escolade umhomem s, Abelardo Rodrigues, que no apenas como colecionador didata mas,principalmente, como formador de opinio da juventude, construiu uma visosincrtica entre barroco e Modernismo, antecipadora da contemporaneidade. Aoutra escolainformal de Arte e Esttica foi o Grfico Amador, felizmente j estu-

    Thereza Carmem Duarte (Recife, PE, 1931),Olinda e Recife, 1965 xilogravura, 115x 58col. particular

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    4/15

    244 ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997

    dado na tese de Guilherme Cunha Lima, defendida na Inglaterra. No GrficoAmador, especialmente Alosio Magalhes, Orlando da Costa Ferreira, Gastode Holanda e Jos Laurnio de Melo foram os introdutores de minha gerao sambigidades do Modernismo no que se refere s relaes entre Arte e Design.A aprendizagem assistemtica, prazerosa, realizada atravs da prxis que associa-va o ver, o fazer e discusses acaloradas que as duas escolasofereciam, veio a sersistematizada em termos de mtodos e concepes sobre Ensino da Arte naEscolinha de Arte do Recife, da qual Noemia Varela, em parte motivada peloinconsciente coletivo modernista da poca, com alguma dose de influncia deAugusto Rodrigues, a quem, em contrapartida, influenciou mais tarde, e princi-palmente por sua invulgar cultura educacional e sensibilidade, comandou a mo-dernizao do ensino da Arte no Nordeste com enorme abertura para a pluralidadede expresso.

    Antonio Bandeira (Fortaleza, CE, 1922- Paris, Frana, 1967)Flora noturana, 1959 leo sobre tela162x96 colMAC-USP

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    5/15

    ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997 245

    O mesmo olhar plural tem presidido as atividades da melhor escola con-tempornea de artistas do Nordeste, a Oficina Guaianazes, que espero continueplural agora que foi incorporada Universidade Federal de Pernambuco. Emtermos de pluralismo, a Oficina Guaianazescorresponde, para o Nordeste, aoque significou para o Sul dos Estados Unidos o Grupo Tamarind, hoje funcio-nando tambm em uma Universidade, a de New Mexico, em Albuquerque.

    Nem nos piores momentos polticos os artistas nordestinos se submete-ram ditadura do Sul, que por anos vem valorizando quase que exclusivamentea genealogia minimalista, abolindo o figurativo das exposies, e condenado aopecado qualquer adequao da imagem ao referente, isto nos dias de hoje quan-do, como diz Graig Owens (1), os artistas j no pem entre aspas o referente,mas trabalham no sentido de p-lo em atividade, problematizando-o.

    Mesmo nos tempos hericos de Luiza Erundina na Prefeitura de So Pau-

    lo, que foi to eficiente e plural no que concerne s polticas de sade, de educa-o, de moradia e de bibliotecas, o Centro Cultural So Paulo, da Secretaria deCultura do Municpio, na rea de Artes Plsticas, s exibia o que a crtica moder-nistagreenbergiana j um pouco atrasada considerava vanguarda, abolindocompletamente o figurativo.

    verdade que a produo concreta, neoconcreta, abstrata e conceitualdeu ao Brasil muito do que h de melhor em Artes Plsticas at agora. No Nor-deste, podemos nos referir ao trabalho de Srvulo Esmeraldo, Montez Magno,Paulo Bruscky, Jos de Barros, e h muitos mais.

    Srvulo Esmeraldo (Crato, CE, 1929) Quadrados, 1981ao pintado, 139x101 x 62 col. MAC-USP

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    6/15

    246 ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997

    Entretanto, a obsesso minimalista com a pura opticalidade que dominaos poderosos exclui outras tendncias, tornando-se uma espcie deconservadorismo da vanguarda, impedindo que outras manifestaes floresam.

    Os crticos guardies da absoluta autonomia da Arte decretaram pelaintransigncia sua submisso a uma nica tendncia e poucas variveis prximas,o que podemos chamar, parodiando Graig Owens, de minimalismo degenerativo.Aos poucos, tornaram-se incapazes de avaliar o figurativo e suas muitas contesta-es do real, fecharam-se mais ainda em grupos e usam de todas as armas, inclu-sive a violncia da excluso, para defenderem seus direitos de proprietrios deuma corrente esttica e de alguns artistas.

    A multiculturalidade doNordeste muito beneficiar-se-iacom a ampliao de espao crti-co e de vises alternativas, to ur-gente necessrias nas Artes Pls-ticas no Brasil. Os crticos de Artebatem nos ombros uns dos ou-tros, num acordo tcito de siln-cio ou sinal de convnio elogio.Os ricos debates que explodemaqui e ali na rea da Literatura notm eco nas Artes Plsticas, em-bora a Teoria da Arte esteja to-mando a Teoria Literria de em-

    prstimo j h bastante tempo. Oltimo constru- to terico espe-cfico das Artes Plsticas foi aIconografiade Panofsky. De lpara c, descons- trucionismo,neoestruturalismo, multicul-turalidade, esttica da recepo,esttica antropolgica, esttica ci-berntica etc., assimilados de ou-tras reas, tm buscado significa-o no domnio visual, forman-

    do no um melting pot, como acusam os puristas, mas uma colcha de retalhosterica bem recortada e definida, garantindo a pluralidade de valores. A crticade Arte e as instituies no Brasil necessitam de uma redefinio cultural paraserem capazes de avaliar as diferenas. O novo Centro de Arte Contemporneada Universidade de Pernambuco est dando exemplo de poltica cultural pluralistae muito se espera dele no Recife. Tambm aberto s diferenas tem atuado oNcleo de Arte Contempornea da Universidade da Paraba. Tm havido acusa-es ditadura do minimalismo no sentido de haver transformado a Arte emnosso pas numa mera cpia dos padres europeus e norte-americanos, atestando

    Paulo Bruscky (Recife, PE, 1949) Estudo I, 1988heliografia s/papel, 68x 50 col. MAC-USP

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    7/15

    ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997 247

    a condio perifrica do Brasil(2). Isso, para mim, no tem a menor importncia.Para a contemporaneidade, transformao, apropriao, hibridismo,tradutibilidade, canibalizao so a norma.

    O que me incomoda na crtica hegemnica do Rio de Janeiro e de SoPaulo a ausncia de olhar plural. Projetos que poderiam ter se tornado influen-tes em termos de Brasil terminam limitados pela falta de capacidade analticapara a diversidade, embora se espalhem geograficamente. o caso do Centro

    Montez Magno (Timbaba, PE, 1934) Sem ttulo, 1973gauche e crayon s/papelo, 24x28 col. MAC-USP

    Gilvan Samico (Recife, PE, 1928) Primeira homenagem ao cometa, 1985xilogravura, 54x 90 col. do artista

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    8/15

    248 ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997

    Cultural Ita e do projeto Antarctica-Fo-lha. Este ltimo, muito promissor no senti-do do reconhecimento do outro, operou po-sitivamente em vrias reas do Brasil, masno Nordeste histricofoi tmido. Na sele-o dominou a poltica de confirmao doreconhecimento. Faltou o olhar que v ondeos outros ainda no viram. Dos trs escolhi-dos, Efraim Almeida mora no Rio e expsno MAM-SP, no Pao Imperial e na GaleriaCamargo Vilaa; Jos Rufino, que j haviasido premiado em So Paulo e participadode exposies at no exterior, era conside-rado artista do primeiro time da regio an-

    tes de ser descobertopelo Projeto Antarctica-Folha, que tanto alardeou sua misso de res-gate dos jovens desconhe-cidos, a ser feitaatravs da mega-exposio organizada em

    So Paulo durante a Bienal 96, uma espcie deApertonacional.

    Talvez o vis da pr-seleo tenha limitado a ao da curadora, a inteligen-te e articulada Lisette Lagnado, que produziu uma exposio sobre o new ready

    made em 1993, premiadacomo a melhor daquele ano.Conta-se em Recife, onde ne-nhum artista foi escolhido(Patrcia Azevedo nasceu emRecife, mas vive e trabalha emMinas Gerais), a piada de queo auxiliar de curadoria, que lfoi para fazer a primeira sele-o dos artistas, estava preo-cupado em encontrar umequivalente a Arthur Bispo doRosrio no Nordeste. Este simfoi descoberto por Frede-rico Moraes, um dos poucos

    crticos no Brasil capaz de nos descobrir Bispo, mas tam-bm de avaliar o figurativo.

    O que ocorreu com oNordeste, todavia, no conta-mina todo o projeto, que tevemuitos pontos positivos. Umdeles foi mostrar aopoder cen-

    Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922- SoPaulo, SP, 1991) Emblema IV, 1989 serigrafiaa cores s/papel, 100x70 col. MAC-USP

    Roberto Lcio de Oliveira (Joo Pessoa, PB, 1941)Tapumo XIV, 1992 acrlico s/tela, 150x120col. do artista

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    9/15

    ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997 249

    tralas condies mais que precrias nas quais trabalham os jovens artistas dooutroBrasil.

    Um dos curadores escreveu um artigo na Folha de S. Paulocontando ocaso de um candidato exposio Antarctica-Folha a quem pediu para ver al-guns outros trabalhos; o artista respondeu pedindo tempo, pois os outros traba-lhos estavam em casa de uma tia e ele no tinha dinheiro para pagar o nibus afim de ir peg-los. Este curador foi capaz de ver, reconhecer e registrar as dife-renas de contexto, a at de se comover com elas (4).

    Curadores comeam a deixar de ser anjos de pureza(5) e a desenvolver umalinguagem quefala comem lu-gar de uma linguagem quefala

    para. A ps-modernidade dacuradoria reside na comunica-o autntica e plural e no maisno discurso unilateral, unvocoe individual do colonialismointerno. No quero dar a im-presso errada de que sou

    regionalista ou localista, recla-

    mando dos internacionalistas.

    Seria uma mistificao, inclusi-

    ve por estar escrevendo este ar-

    tigo enquanto ensino numa uni-

    versidade norte-americana, que

    se pretende internacional(6).

    Entretanto, para ser in-ternacional necessrio noapenas estar amplamente infor-mado pela Internetmas, prin-cipalmente, ter flexibilidadepara perceber o outroembebi-do em seus prprios valores e no previsualizado ou prejulgado por um nicocdigo, muito menos pelo cdigo hegemnico do poder.

    A pluralidade entre os jovens artistas do Recife, que conheo melhor que

    outras cidades do Nordeste, vem sendo nutrida pela pluralidade de seus mestres:Joo Cmara, Francisco Brennand, Jos Cludio, Montez Magno, Paulo Bruscky,Gilvan Samico, Reynaldo Fonseca, Abelardo da Hora.

    As relaes entre o figurativo e o real, por exemplo, so pouco amadurecidasna atualidade no eixo Rio-So Paulo em virtude da ditadura da neovanguarda(7). No Nordeste, metamorfoseiam-se e diferenciam-se de artista para artista. Ofigurativo como representao no Nordeste distancia-se das preocupaes dacrtica modernista, que se ateve a consideraes acerca do realismo visual, para

    Joo Cmara (Joo Pessoa, PB, 1944)O espelho da memria, 1992leo s/tela, 160x140 col. do artista

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    10/15

    250 ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997

    traduzir as inquietaes da crtica contempornea com as mltiplas manifesta-es do realismo perceptual. Trata-se de um figurativismo que desacredita o realcom a mesma fora que o abstracionismo, embora menos literalmente.

    Comecemos por Reynaldo Fonseca que, como Balthus, um ctico dorealismo, pois reduz a figura a um esquema visual sempre presente em sua obrae ressalta a narrativa. Ele ficcionaliza a representao, enquanto Joo Cmaraficcionaliza a objetividade do real. Cmara trabalha o reverso cultural da ima-gem, o ato de pintar permanecendo como mediador entre o observador e oassunto. Sua pintura protege o tema contra o olhar objetivo. em virtude dadiversidade, associada alta qualidade da construo simblica dos mestres, quese pode ter hoje no Recife jovens artistas que, afirmando sua linguagem pessoal,permanecem fora do circuito dafranchisecrtica que decide as artes no pas.

    Gil Vicente um exemplo. Seu ponto alto o metaretrato da Arte emPernambuco atravs da representao dos artistas, seus amigos e influenciadores,

    Gil Vicente (Recife, PE, 1958) Homem com as mos azuis, 1996leo s/tela, 130x80 col. do artista

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    11/15

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    12/15

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    13/15

    ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997 253

    O trabalho extremamente srio e inovador de artistas mulheres est sendoreconhecido, como o caso de Viga Gordilho e Norma Couto (Bahia), AliceVinagre (Paraba), Oriana Duarte, Bete Gouveia, Cristina Machado, AngelaPoluzi, Virginia Colares, Clementina Duarte e Cristina Ribeiro (Pernambuco),Regina Guedes (Rio Grande do Norte), Dodora (Cear). As mulheres no Nor-deste esto impondo sua condio ao mundo das Artes, e no apenas criandonos termos estabelecidos pelos homens e pelo Primeiro Mundo das Artes noBrasil.

    Estranho que no Nordeste a fotografia tem sido pouco explorada. Trata-se de um meio cuja gramtica visual se coaduna com o realismo codificado, aimanncia fenomenolgica e o estranhamento psicolgico que vem designandoa Arte contempornea. A ltima Bienal do Whitney Museumde New York foidominada pela fotografia, e nela que se realiza um dos maiores artistas brasilei-

    ros atuais: Sebastio Salgado. Ressalto no Nordeste a obra fotogrfica de MarioCravo Neto e a fotografia pictrica de Ana Mariani, embora tenha procuradoneste artigo evitar falar dos nordestinos de So Paulo ou do Rio de Janeiro,mesmo daqueles resistentes assimilao pelo cdigo hegemnico.

    Quis homenagear a resistncia em permanecer geogrfica e institucional-mente na periferia do poder e, principalmente, a flexibilidade dos intelectuais eartistas que vivem no Nordeste em coexistir com diferentes cdigos culturais eestticos e serem capazes de avaliar e julgar cada um dos cdigos, respeitando osvalores enunciados no prprio cdigo e no seu contexto.

    A Arte hoje, cuja autonomia vem sendo relativizada pelos estudos cultu-

    rais, demitiu a onipotncia dos modelos modernistas europeu e norte-americanobranco e clama por diversidade, por uma poltica da diferena. Respeito dife-rena instrumento de conscincia esttica no Nordeste.

    Notas

    1Graig Owens. Beyond recognition: representation, power and culture, Berkeley Universityof California Press, 1992. Editado por Scott Bryson, Barbara Kruger, Lynne Tillmanand Jane Weinstock, depois da prematura morte do autor.

    2 A expresso foi tirada do ttulo do artigo de Marcelo Coelho sobre a Bienal Brasileira:

    Bienal atesta condio perifrica do Brasil: toda a arte brasileira parece imitao delinguagens estrangeiras, o que no diminuiu a qualidade do que se faz aqui. Folha deS. Paulo, 13 maio 1994, caderno 5, p.8.

    3 Histrico Nordeste compreende Cear, Rio Grande do Norte, Paraba, Pernambuco,Alagoas e Sergipe. Bahia e Maranho tornaram-se Nordeste por determinao daSudene.

    4 Omito o nome do curador porque no tenho condies de consultar o artigo e noquero compromet-lo caso a minha informao no esteja bem precisa.

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    14/15

    254 ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997

    5Apropriao de termos usados por Vicent Kaufman em Angels of purity, revista October,n.79, p. 50, Winter 1997.

    6 Contudo, sobre Arte no Brasil s encontrei na biblioteca velhos catlogos, o Dicion-rio de Artes Plsticasde Roberto Pontual e poucas referncias nos muitos livros sobreArte latino-americana que tm sido publicados nos Estados Unidos nos ltimos dezanos.

    7 Sobre neovanguarda, ver a revistaArt Criticism, v.11, n.1, 1996, p.90-110, que traz oresumo de um seminrio organizado em outubro de 1995 pela Universidade deCambridge para discutir o livro The cult of the avant-garde artist, de Donald Kuspit. Atnica da discusso foi a diferena entre a vanguarda modernista, movida pelo breakwith tradition ou search for the new, comemorados por Clement Greenberg e HaroldRosenberg, e o artista da neovanguarda, ironicamente conformista, usando Arte nos para se tornar parte do stablishmentmas como um fetiche vazio, uma commodity

    negocivel. Concluso dos debates: para o artista da neovanguarda, Arte uma carrei-ra cnica em lugar de desesperada e incerta, como a dos modernistas.

    8 Moshe Barasch (1996), Visual syncretism: a case study, em S. Budick e W. Iser, Thetranslatability of cultures, Stanford, Stanford University Press, 1996.

    9 Lucy Lippard, The pink glass swan, New York, The New Press, 1995, p.58.

    Ana Mae Barbosa coordenadora do Ncleo de Cultura e Extenso em Promoo daArte na Educao ECA-USP, presidente daANPAP, professora visitante da Ohio StateUniversity/USA

    A autora agradece a Claudia Toni e Rejane Coutinho pelo trabalho de checar algumasinformaes contidas neste artigo e de selecionar as obras reproduzidas. Sem a ajudadas duas, privada das fontes de referncia, e contando apenas com a minha memria,seria impossvel escrever este artigo.

  • 7/31/2019 ARTES PLSTIAS NO NORDESTE - BY ALANA BRAUN

    15/15

    ESTUDOSAVANADOS 11 (29), 1997 255

    Ccero Dias (Recife, PE, 1928) Cortejo, 1930 nanquim e aquarela s/papel, 47x30 col. IEB-USP