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ARTIGO REVISTA PANORAMA edição on line v. 5, n. 1, jan/dez. 2015 ISSN 2237-1087 ARTIGO ACADÊMICO RESUMO A intenção deste trabalho é investigar o uso das plataformas digitais, especificamente nas mídias sociais,por instituições religiosas. A partir da observação e análise crítica de fanpages no site de relacionamentos Face- book.com, pretendeu-se verificar de que forma as instituições religiosas adequaram-se ao novo recurso e se o novo modo de disseminar o discurso religioso tem sido eficaz. PALAVRAS-CHAVE: Religião, Facebook, Redes sociais, Fanpage, Igreja. RELIGIÃO E MÍDIAS SOCIAIS: A DISSEMINAÇÃO DO DISCURSO RELIGIOSO NO FACEBOOK Por Cristiomar da SILVA Pontifícia Universidade Católica de Goiás Lauro Eugênio Guimarães NALINI Pontifícia Universidade Católica de Goiás INTRODUÇÃO H istoricamente, a igreja sempre ocupou uma posição impor- tante na vida dos indivíduos. Essa mentalidade começou a mudar quando a igreja sofreu a separação do Estado e modificou-se radicalmen- te durante o século das luzes, com o privilégio da razão. Em todo o mundo, a religião passou a exercer um papel secundário na vida social. No Brasil, a história não poderia ser diferente. Apesar das fortes bases cristãs no país e da presença de símbolos re- ligiosos em instituições públicas, a igreja estava a parte, mesmo que ain- da à procura de voltar ao antigo sta- tus. Nesta busca sem fim, as institui- ções religiosas aliaram-se a uma outra forma de poder simbólico, os meios de comunicação. Seja no rádio ou na televisão, a presença de instituições religiosas é notória. Logo, era de se esperar que a igreja também migras- se para o novo media que surgiria ainda na década de 1950, a Internet e por consequência as mídias sociais. RELIGIÃO E COMUNICAÇÃO Em todo o mundo, as religiões ocu- pam posição relevante na estrutu- ra social e política da humanidade. Basta olhar para a história mundial para se perceber a influência das manifestações religiosas na forma- ção cultural dos indivíduos, bem como nas bases dos sistemas de leis e costumes que regem as socieda- des civis. Esta aproximação íntima com as questões da vida social acar- retou uma série de problemas de in- tolerância e tirania, testemunhados pelo mundo em vários episódios da história antiga e recente. Devido a isto, muitos povos conheceram ape- nas o Estado teocrático 1 que, inva- riavelmente, acabava por conduzir o povo a um constante extremismo que culminava em ações de opres- são a povos cujos sistemas sociais diferenciavam-se daqueles próprios. A igreja tem exercido poder econômico, político, jurídico e social, ou seja, sua influência se fazia presente em todas a áreas.Assim sendo, opiniões 65

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ARTIGO ACADÊMICO

REVISTA PANORAMAedição on line v. 5, n. 1, jan/dez. 2015ISSN 2237-1087

ARTIGO ACADÊMICO

RESUMOA intenção deste trabalho é investigar o uso das plataformas digitais, especificamente nas mídias sociais,por instituições religiosas. A partir da observação e análise crítica de fanpages no site de relacionamentos Face-book.com, pretendeu-se verificar de que forma as instituições religiosas adequaram-se ao novo recurso e se o novo modo de disseminar o discurso religioso tem sido eficaz.

PALAVRAS-CHAVE: Religião, Facebook, Redes sociais, Fanpage, Igreja.

RELIGIÃO E MÍDIAS SOCIAIS: A DISSEMINAÇÃO DO DISCURSO RELIGIOSO NO FACEBOOK

Por Cristiomar da SILVAPontifícia Universidade Católica de Goiás

Lauro Eugênio Guimarães NALINIPontifícia Universidade Católica de Goiás

INTRODUÇÃO

Historicamente, a igreja sempre ocupou uma posição impor-tante na vida dos indivíduos.

Essa mentalidade começou a mudar quando a igreja sofreu a separação do Estado e modificou-se radicalmen-te durante o século das luzes, com o privilégio da razão. Em todo o mundo, a religião passou a exercer um papel secundário na vida social. No Brasil, a história não poderia ser diferente. Apesar das fortes bases cristãs no país e da presença de símbolos re-ligiosos em instituições públicas, a igreja estava a parte, mesmo que ain-da à procura de voltar ao antigo sta-tus. Nesta busca sem fim, as institui-ções religiosas aliaram-se a uma outra forma de poder simbólico, os meios de comunicação. Seja no rádio ou na televisão, a presença de instituições religiosas é notória. Logo, era de se esperar que a igreja também migras-se para o novo media que surgiria ainda na década de 1950, a Internet e por consequência as mídias sociais.

RELIGIÃO E COMUNICAÇÃOEm todo o mundo, as religiões ocu-pam posição relevante na estrutu-ra social e política da humanidade. Basta olhar para a história mundial para se perceber a influência das manifestações religiosas na forma-ção cultural dos indivíduos, bem como nas bases dos sistemas de leis e costumes que regem as socieda-des civis. Esta aproximação íntima com as questões da vida social acar-retou uma série de problemas de in-tolerância e tirania, testemunhados pelo mundo em vários episódios da história antiga e recente. Devido a isto, muitos povos conheceram ape-nas o Estado teocrático1 que, inva-riavelmente, acabava por conduzir o povo a um constante extremismo que culminava em ações de opres-são a povos cujos sistemas sociais diferenciavam-se daqueles próprios.

A igreja tem exercido poder econômico, político, jurídico e social, ou seja, sua influência se fazia presente em todas a áreas.Assim sendo, opiniões

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contrárias aos ensinamentos da Igreja eram punidas e per-seguidas. O Tribunal do Santo Ofício, no século XIII, demons-trou o poder de repressão da Igreja Católica àqueles que ou-savam defender um posiciona-mento contrário aos seus dog-mas. (FEITOSA, 2013, p. 208).

Foi apenas com o advento da razão que esta estrutura social tão conhe-cida em todas as partes do globo co-meçou a modificar-se. Outro fator que influenciou diretamente nesta perda, foram as 95 teses de Martinho Lu-tero2, cuja publicação tornou o livro sagrado propriedade do povo e não mais de um clero esclarecido. Esta transformação, que está longe de ser completa, viu-se ainda mais real com a alteração das formas de governo, com a ascensão da democracia que, por definição, pressupõe um Estado de direitos e deveres, mas acima de tudo de liberdade civil.

Diante disto, a Igreja3 viu seu poder sobre as instituições políticas ruir e, com isso, também a influência sobre os indivíduos, que a cada dia tornar--se-iam mais e mais independentes das crenças e dogmas religiosos.Com isso a mídia assumiu esse po-der da igreja.

Trata-se tão-somente de poder, é claro. No fim. O poder que mídia tem de estabelecer uma agenda. O poder que ela tem de destruir alguém. O poder que tem de influenciar e mudar o processo político. O poder de capacitar, animar. O poder de enganar. O poder de mudar o equilíbrio de forças: entre Esta-do e cidadão; entre país e país; entre produtor e consumidor. E o poder que lhe é negado: pelo Estado, pelo mercado e pela audiência, cidadão, consumidor opositores ou resistentes. (...) Trata-se do poder da mídia de criar e sustentar significados; de persuadir, endossar, reforçar. O poder de minar e reassegurar. Trata-se de alcance. E de repre-sentação: a habilidade de apre-

sentar, revelar, explicar; assim como a habilidade de conceder acesso e participação. Trata-se do poder de escutar e do poder de falar e ser ouvido. Do poder de incitar e guiar reflexão e re-flexividade. O poder de contar contos e articular lembranças (SILVERSTONE, 2002, p. 263).

Diante deste cenário, as instituições religiosas viram-se em uma situação de busca permanente de alternativas que culminassem em atrair de volta seus membros e também em ganhar novos adeptos. Esta procura contínua ocorre ainda na era pós-moderna pois, com o avanço tecnológico as igrejas tiveram de se render a evolução dos meios de comunicação, buscando no-vas formas de se aproximar dos fiéis para difundir o discurso religioso.

Torna-se, então, a mídia a ins-tituição por excelência de pro-dução e reprodução do poder simbólico, no lugar onde antes operaram sozinhas a igreja e a escola. Aliás, ambas estas ins-tituições reagiram de maneira diferente a esta transformação estrutural do poder simbólico e, portanto, dos modos de legiti-mação que fizeram surgir os sis-temas de comunicação na mo-dernidade: a igreja, por adesão; e a escola, por rejeição (SIGNA-TES, 2011, p. 86).

No Brasil, onde a pluralidade religio-sa é uma realidade, as várias insti-tuições buscam nestas novidades in-formacionais suas ferramentas para divulgar crenças e atrair adeptos. O rádio foi o primeiro grande media a ser adaptado às necessidades reli-giosas, mas não demorou para que a televisão também fosse incluída nos planos das instituições.

As entidades cristãs, particularmen-te, passaram a ocupar vários espaços da grade da televisão aberta, quando não possuíam também suas próprias emissoras. Um dos casos mais famo-sos é do bispo Edir Macedo, funda-dor da Igreja Universal do Reino de

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Deus, que montou um império, a par-tir da Rede Record de Televisão e da Rede Família. Entre outros pastores como R.R. Soares, Silas Malafaia, Rob-son Rodovalho e Valdemiro Santiago também adentram a mídia eletrônica, com seus programas evangélicos.

Essa manifestação religiosa que vemos pipocar nos fenôme-nos comunicativos e midiáticos (inclusive da teleparticipação) seria não apenas um resíduo ou ressurgimento de formas reli-giosas arcaicas, mas a busca ou a invenção de outro plano de realidade, no qual os conteúdos arcaicos se imiscuíram sem se-rem convidados. (CONTRERA, 2005, p.4).

É neste ensejo que a religião cristã--evangélica, principalmente, viu seu crescimento ocorrer de forma vertigi-nosa nos últimos anos no Brasil. De acordo com a pesquisa Novo Mapa das Religiões, realizada pela Funda-ção Getúlio Vargas, o número de indi-víduos que se autodenominam evan-gélicos saltou de menos de 1% da população na década de 1990, para 20,2% em 2009.

O próximo passo foi migrar para o novo media, a Internet. Criada em meados da década de 1950 com fins militares, a rede mundial de compu-tadores é hoje parte da realidade de mais de 30% da população mundial4, permitindo o acesso de mais de 2 bi-lhões de usuários à informação. Ape-sar de os motores de busca terem sido o carro chefe do boom da Inter-net, na década de 1990, em todo o globo, atualmente, as mídias sociais tornaram-se um dos grandes arreba-nhadores de usuários.

Como afirma Telles (2010) houve uma revolução na forma de se relacionar, alterando de forma significativa o modo como são produzidas as infor-mações e outras diversas representa-ções do mundo físico e social, afetan-do diretamente o comportamento dos seres humanos. A partir dessa revolu-

ção é inegável o impactona socieda-de, trazendo consigo novos valores e um amplo fluxo de informações, mo-dificando a cultura, o modo comovi-vemos e interagimos com o mundo e isso inclui o mundo religioso, efeitos essas da cibercultura5.

MÍDIAS SOCIAIS Várias pessoas confundem os termos “mídias sociais” com “redes sociais”, e as difundem de forma confusa. Para Telles (2010) essa confusão realmen-te existe, mas um domínio faz parte do outro, sendo que as redes sociais estão dentro das mídias sociais, con-forme visualizado na Figura 1.

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Recuero (2010), também percebe essa diferença entre rede e mídia social. Para ela a principal característica para diferenciar uma da outra...

...são as dinâmicas de criação de conteúdo, difusão de informação e trocas dentro dos grupos sociais estabelecidos nas plataformas online (como sites de rede social). (...) São as ações que emergem dentro das redes sociais, pela in-teração entre as pessoas, (...) que vão iniciar movimentos de difu-são de informações, construção e compartilhamento de conteúdo, mobilização e ação social. (RE-CUERO, 2010, s.p.)

Figura 1: Mídia Social x Rede SocialFonte: (FELIX, 2010, s.p.)

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O conceito de rede social, segundo Leite (2010), existe desde que o ho-mem começa a se relacionar e criar grupos sociais de seu interesse, sen-do esses transferidos posteriormente para a internet. Um exemplo dessas redesde interesses coletivos são os grupos do facebook, listas do twitter, salas de bate papo, os fóruns de de-bate, entre outros.

A ideia de rede social começou a ser usada há cerca de um sé-culo para designar um conjun-to complexo de relações entre membros de um sistema social a diferentes dimensões. A par-tir do século XXl, surgiram as redes sociais na internet, e, do ponto de vista sociológico, per-manecem os mesmos conceitos. A revolução das mídias sociais aconteceu sem se derramar uma gota de sangue, diferentemente da revolução francesa. (TELLES, 2010, pg. 7).

Essa revolução das mídias sociais já descrita pelo autor desencadeou pesso-as mais ativas, “falantes” e conectadas, capazes de curtir, comentar e comparti-lhar informações, transformando-se ati-vamente em provedores de conteúdo.

Redes sociais tornaram-se a nova mídia, em cima da qual informa-ção circula, é filtrada e repassada; conectada à conversação, onde é debatida, discutida e, assim, gera a possibilidade de novas formas de organização social baseadas em interesses das coletividades. (RECUERO, 2010, pg. 15).

Já o termo “mídias sociais” ou “new media” (novas mídias) refere-se às pla-taformas utilizadas para gerar e com-partilhar conteúdo na internet.

A mídia social [...] é um formato de Comunicação Mediada por Computador (CMC) que permi-te a criação, compartilhamento, comentário, avaliação, classifi-cação, recomendação e dissemi-nação de conteúdos digitais de relevância social de forma des-centralizada, colaborativa e autô-noma tecnologicamente. (LIMA JUNIOR 2009, p. 97).

Outro conceito vem de Kaplan e Ha-enlein, (2010), que consideram mídias sociais como “um grupo de aplica-ções para Internet construídas com base nos fundamentos ideológicos e tecnológicos da Web 2.0, e que per-mitem a criação e troca de Conteúdo Gerado pelo Utilizador (UCG)”.

Já para Gabriel (2010, p. 202) “Orkut, Facebook, Twitter entre outras não são redes sociais nem mídias sociais, elas são as plataformas utilizadas para compartilhamento de conteúdo pelas pessoas, sendo estas as verda-deiras redes sociais.”

Para Gilles Lipovetsky (1994, p. 79): “As relações virtuais não ameaçam as relações pessoais, as completam ou ampliam.

Os contatos diários, fora da rede, per-manecem”. A simulação de compor-tamentos que são semelhantes aos da realidade exterior permanecem, porém no ciberespaço6, sendo este o que abriu caminho para a cibercultu-ra, na qual a comunicação antes feita apenas em sentido único (one-way7) agora tende a ser uma via de mão dupla (two-way10). Sendo assim, fo-ram as mídias sociais que proporcio-naram não apenas um emissor, mas vários participantes que possuem, igualmente, função decisiva no pro-cesso de comunicação.

Como afirma Ramalho (2010, p.7) “as redes sociais estão alterando, de forma irreversível, as relações entre as empre-sas e os consumidores. ” Por esse mo-tivo, as empresas estão voltando seus esforços a fim de se adaptar às carac-terísticas dessa nova mídia. De acordo com Porto (2013), as organizações ain-da têm um longo caminho pela frente, quando se trata da presença efetiva no mundo virtual.“As empresas estão nas redes sociais, mas as redes sociais não estão nas empresas” (PORTO, 2013, p.9). As redes sociais tornaram-se algo maior do que um mero canal de relacio-namentos ultrapassando essa barreira e se tornando fontes inesgotáveis de pesquisa e notícias, nas quais o leitor busca a informação, mas pode também produzir e difundi-la.

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FACEBOOK®

Quando se pensa em mídias sociais, o site de relacionamentos Facebook® ocupa lugar de destaque. Seu lança-mento ocorreu em janeiro de 2004 sob a alcunha thefacebook® que, mais tarde, veio a se tornar Facebook®.

Figura 2:Primeiro layout do Thefacebook®Fonte: Google (2014)

A empresa fundada pelo então pro-gramador e estudante da Universida-de Harvard Mark Zuckerberg tornou--se um fenômeno de interação, vendas e até mesmo oportunidade para reali-zar negócios.Com mais de 72 milhões de indivíduos cadastrados no Brasil9, a rede social tornou-se o centro das atenções de usuários e marcas. Nem todos ainda conseguiram visualizar seu potencial, entretanto.

Segundo pesquisa do instituto E.Life12, dados de 2013 mostram que o Facebook® é hoje a preferência na-cional, sendo a rede social com maior percentual de cadastros e maior utili-zação. Dos entrevistados, 81,6% apon-tam a rede como aquela que mais uti-lizam. Ainda de acordo com o estudo, 93,3% curtem páginas de empresas, produtos ou serviços no Facebook® com o objetivo de ficar por dentro das novidades sobre a organização e/ou dar apoio às marcas que admira.

O Facebook® oferece diversas for-mas de interação com fãs e clien-tes, como comentar, compartilhar e curtir. É a partir desse engajamento que a instituição será vista, reco-mendada e querida por seus fãs. De

acordo com o próprio Facebook®11, dados de 2012 mostram que, dia-riamente, são feitos 3,2 bilhões de comentários e opções curtir na rede social em todo o mundo.

Todos estes fatores demonstram que o Facebook® é, atualmente, uma das redes sociais mais utiliza-das por usuários e empresas, obten-do uma média 655 milhões de usuá-rios diários, sendo 79% dos usuários diários do Facebook® de fora dos EUA e Canadá, e em março de 2013 batendo a incrível marca de 1.11 bi-lhões de usuários mensais12.

RELIGIOSOS EM REDEDiversos grupos religiosos, especial-mente os neopentecostais, em mea-dos da década de 1980, inspirados pelos programas dos pastores Pat Ro-bertson, Billy Graham, RexHumbard, entre outros, perceberam na mídia eletrônica um excelente canal para difundir seus princípios. De acordo com BORELLI (2010) isso acorreu porque as igrejas neopentecostais foram criadas nessa era das mídias, diferentemente das tradicionais, ou como são chamadas: “igrejas histó-ricas”, que agora estão tendo uma percepção de como os processos mi-diáticos ocorrem e como podem ser favoráveis.

As instituições religiosas e, em especial as neopentecos-tais têm mudado suas lógicas e regras de atuação em fun-ção dos processos midiáticos gerados pela ambiência da midiatização. Os templos são transformados para que os cul-tos possam ser televisionados e enquadrados para as mídias digitais. Passa-se a pensar em comunicação e estratégias mi-diáticas submetendo-se às lógi-cas e linguagens da mídia. Nes-se sentido, o discurso religioso é adaptado para um discurso mais midiático, com mais visu-alidade, mais coloquialidade e menos aprofundamento (BO-RELLI, 2010, p.1).

Seguindo pela vertente da midiati-zação13, as instituições neopentecos-tais estão novamente com seu olhar

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voltado para um cenário fértil, mas especificamente nas mídias sociais, buscando atrair o público jovem ou mesmo presente em tais mídias, uma vez que como acena Borelli (2010) o processo é acentuado, onde “o dis-curso religioso é adaptado para um discurso mais midiático, com mais visualidade, mais coloquialidade e menos aprofundamento”.

Para Miklos(2010), o que na verdade surgeé uma migração da experiência religiosa para o ciberespaço, onde por consequência surge a ciber-religião, que ele descreve como sendo um:

Ambiente virtual das comuni-dades religiosas, ambiente que se estabeleceu historicamente a partir de um sacrifício: ocorpo e do espaço concretos. Esses ele-mentos excluídos reaparecem, às vezes, sem ser convidados, com todo excluídos reaparecem, às vezes, sem ser convidados, com todo excluído da cultura.(MIKLOS 2012; p. 12).

Essa ciber-religião descrita pelo au-tor é afonte motora para a pesqui-sa do presente trabalho, buscando identificar como os discursos e as experiências são repassadas para esse ciberespaço.

Buscou-se averiguar quais são os processos comunicacionais desen-volvidos por essas igrejas e como é sua presença no âmbito das mídias sociais através de suas fanpages, analisando como são feitos os posts, se existe interação e de que forma os discursos e princípios das insti-tuições são repassados e percebidos pelos seus seguidores.

Para fins desta análise, optou-se por selecionar como modelo as pági-nas de cinco igrejas, sendo quatro neopentecostais: Igreja Universal do Reino de Deus (IURD; Figura 3), Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (SNT; Figura 4), Igreja Mun-dial do Poder de Deus (IMPD; Figura 5), e Igreja Bola de Neve (BOLA; Fi-gura 6) e uma tradicional, ou histó-rica: Igreja Batista de Água Branca (IBAB; Figura 7).

A opção por analisar as fanpages des-sas igrejas neopentecostais se deu pelo fato, como já comentado, delas terem nascido nesse momento de mi-diatização, onde se utilizam dessa mí-dia para optando por mais esse canal de comunicação, interaçãoe arreben-tamento de fiéis.

Em contrapartida a igreja IBAB foi escolhida por estar vinculada a con-venção batista brasileira14, sendo essa parte das igrejas tradicionais ou históricas, como também já mencio-nadas, e que agora estão repensan-do sua postura, percebendo como as mídias sociais podem ser de grande utilidade para difundir assuntos que antes não saiam dos gabinetes pas-torais ou das reuniões convencionais.

Figura 3:Fanpage da Igreja Universal do Reino de Deus(oficial).Fonte:Facebook® (2014)

Figura 4:Fanpage da Sara Nossa Terra (oficial).Fonte:Facebook® (2014).

Figura 5:Fanpage da IBAB (oficial).Fonte:Facebook® (2014).

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De forma geral, ao se analisar as pági-nas das instituições selecionadas, logo pode-se verificar que os dados encon-trados correspondem não apenas de forma equivalente ao tamanho das ins-tituições, mas também ao nível de atu-ação e interação no ambiente virtual.

Esta diferenciação torna-se visível quando se compara a quantidade de membros e templos de cada denomi-nação, com o número de curtidas e demais índices de engajamento nas páginas, tal como o número de com-

partilhamentos das postagens (ver tabelas 1 e 2).

Enquanto, as igrejas IURD, IMPD e SNT mostram números que podem ser considerados, de forma geral, equivalentes à presença das mesmas no território nacional, IBAB e BOLA, instituições que possuem menor quantidade de membros e templos espalhados pelo Brasil e pelo mun-do, ultrapassam a relação de correspondência, atingindo não apenas àqueles indivíduos diretamente ligados às denominações, mas também a públicos diversos.

Tabela 1: Instituições religiosas no Facebook®.

Figura 6:Fanpage Bola de Neve Church (oficial).Fonte:Facebook® (2014).

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Tabela 2: Instituições religiosas no Brasil e no mundo

Esta diferenciação nos dados de cada instituição acima relacionada, demonstra não apenas a relevância de cada denominação junto a seus membros, mas também a forma como cada organização elegeu para lidar com os públicos na Internet. No conteúdo proposto pela Igreja Universal do Reino de Deus em sua fanpage, por exemplo, percebe-se uma variedade de temas e produ-ções, que vão além das notícias e informações acerca da própria insti-tuição, e alcançam assuntos do co-tidiano da população, em geral, tais como segurança pública e saúde.

Outra abordagem utilizada pela ins-tituição é a aproximação do público com as figuras identificadas com a própria IURD, como é o caso do senador Marcelo Crivella, bispo li-cenciado da instituição (Figura 9). A postagem em questão destaca e reforça a participação do político na saúde pública, e é seguida por co-mentários que mostram o apoio e incentivo dos fieis à carreira públi-ca do bispo.

Outro fator que chama a atenção é o novo posicionamento proposto e difundido pela denominação sob a orientação do slogan: “Eu sou a Universal”. Nesta mesma postagem, percebe-se o efeito da campanha, nos comentários que classificam Crivella como “a Universal”.

Figura 9:Senador Marcelo Crivella em destaque da fanpageda IURDFonte:Facebook (2014)

Figura 10: Mensagens compartilhadas pela fanpage da IBABFonte:Facebook (2014)

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Em contrapartida, a maior parte do conteúdoveiculado pela IBAB em sua fanpage (Figura 10), corres-ponde a mensagens que tem como objetivo o compartilhamento e a di-vulgação entre seus fiéis nas redes sociais. São citações dos líderes da instituição, compartilhadas pelos seguidores, com intuito de divulgar os conceitos da instituição e disse-minar para outros que possam ser simpatizantesao conteúdo.

É possível observar ainda, que a fanpa-ge da IBAB oferece ao usuário da pá-gina uma estrutura mais organizada, fornecendo links que a interligamaos demais perfis da instituição em outras redes sociais, tais como Twitter, You-tube, Instagram, Vimeo, Livestream e o site oficial da igreja.Percebe-se, também, que algumas postagens são produzidas durante os cultos, o que proporciona aos seguidores a comodi-dade de acompanhar os acontecimen-tos relacionados à organização em tempo real, característica original da Internet. Outro fator que deve ser res-saltado é a presença de comentários que demonstram relacionamento tan-to dos que não foram ao culto como daqueles que participaram e no outro dia deixam seus comentários.

A igreja Sara Nossa Terra também possui conteúdo voltado para o ins-titucional, mostrando fotos de even-tos, artistas de sua gravadora, cultos, mensagens, dentre outros. Um dos conteúdos mais divulgados, curtidos e compartilhados pelos seguidores da página são os posts de frases (Figu-ra 11), que em muito se assemelham àqueles veiculados pela IBAB, fazen-do uso dos mesmos recursos de links

Figura 12:Exemplo de comentários que varia

entre os teores crítico e elogioso.Fonte:Facebook® (2014)

Figura 11:Exemplo de mensagem compartilhada na fanpage da SNT.Fonte:Facebook® (2014)

direcionado para outras redes sociais. Um ponto negativo a ser considerado é o fato de o endereço da fanpage não corresponder ao nome da instituição,já que a mesma tem como seu ID: @Sara-OnlineSuaIgrejaVirtual.

O fato de a SNT não adotar o nome real em sua página não fica claro na página. Além disso, a busca por nome também torna-se dificultada. Durante a pesquisa, encontrou-se dificuldade na localização da fanpa-ge, uma vez que esta não pôde ser localizada por meio da digitação do nome próprio da igreja, mas apenas por sua identificação virtual.

Com isso, fez-se necessário buscar a fanpage por meio de outros meios, neste caso o link do perfil no site oficial da igreja. Também não foi percebida interação da página com seus seguidores, bem como a ausên-cia de respostas aos comentários re-alizados nas postagens.

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No exemplo acima (Figura 12), ve-mos um comentário irônico seguido por um elogio. Como em outros ca-nais de comunicação a instituição não está livre de críticas decorrentes à sua ideologia e forma de conduzir suas igrejas. No exemplo da IMPD, percebemos que o comentário não foi excluído, uma das opções do ge-renciador da página, tendo em vista que isso possa gerar várias outras críticas e desencadear em uma crise na página da instituição.

Em contrapeso à crítica, o próximo comentário é sobre como o líder da instituição tem feito diferença e está mudando a vida de muitas pessoas, incluindo ao próprio usuário como um dos beneficiados. Os próximos comentários reforçam a força do lí-der e da igreja na vida dos segui-dores, demostrando que o discurso emitido no púlpito está sendo absor-vido e difundido pelos fiéis da insti-tuição e que a crítica em forma de ironia se mostrou um fato isolado no contexto geral da página.

No exemplo acima (Figura 13), vê-se uma postagem na fanpageda BOLA. Percebe-seuma interação entre pági-na e seguidores, tanto pelo fato dos compartilhamentos e curtidas, bem como pela resposta apresentada pela página, que respondeu de forma di-recionada a um dos usuários sobre a intenção da igreja com o evento mencionado. Nas outras páginas não foi percebida a utilização desse recur-so, não ficando claro o motivo. Logo abaixo,percebe-se ainda citações de pessoas que estiveram presentes no evento e outras apoiando e incenti-vando, o que aumenta o índice de engajamento na página e contribui para a disseminação do conteúdoa outros usuários que não estejam co-nectados de forma direta, mas que, indiretamente, acabam por ter aces-so ao conteúdo devido aos vínculos com usuários que assinem o canal.

CONCLUSÃOEste trabalho buscou responder à se-guinte questão-problema: como se dá a disseminação do discurso religioso no Facebook®. Percebeu-se, com a análise das fanpages selecionadas que as instituições religiosas, bem como as marcas e organizações, em geral, tem se aventurado no mundo virtual, crian-do perfis em mídias sociais. O propó-sito, a grosso modo, pode ser consi-derado a intenção de interação com seus públicos e a conquista de outros novos, bem como a necessidade de se fazer presente, também, neste media. No entanto, poucas tem alcançado, efetivamente, tais objetivos, uma vez que o índice de engajamento é, rela-tivamente, inferior àqueles públicos que as próprias instituições compor-tam em seus espaços físicos. Ao se considerar a proporção de 30% da po-pulação mundial que usa a Internet, percebe-se que as igrejas estão longe de alcançar o público prioritário, que é formado pelos próprios membros, e ainda mais quando isso diz respeito a novos públicos.

Esta realidade altera-se um pouco com relação aos perfis das igrejas IBAB e BOLA, cujos índices de engajamento são percentualmente maiores, e nos quais verifica-se a adoção de estraté-

Figura 13: Exemplo de interação com seguidores.Fonte:Facebook® (2014)

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gias de marketing digital e de marketing de relacionamento. Ambas apresentam--se como diferenciais em meio aos perfis institucionais das igrejas, em geral, uma vez que tem alcançado não só seus públicos prioritários, mas também tem conquistado usuários que não se relacionam de forma direta com as instituições físicas, mas que, devido a uma identificação ideológica no ambiente virtual, tor-nam-se seguidores das marcas. Observa-se que isto se deve ao fato de ambas as instituições dispenderem mais atenção às características inerentes à ferramenta, utilizando-as de forma a potencializar seus efeitos. Lembrando que IBAB é uma igreja tradicional, ou histórica, já a Bola de Neve pertence as neopentecostais, que deveriam ter um maior enfoque na parte midiática, mas como podemos com-provar mostrou-se igual ou inferior.

Outra observação a ser feita é quanto ao conteúdo das fanpages analisadas que, em sua totalidade, privilegiam temas institucionais, o que mostra que as igrejas não têm utilizado as redes sociais para disseminar conteúdo ideológico. Pelo con-trário, a maior parte das postagens cumpre o papel de divulgação e publicidade das denominações enquanto marcas em uma espécie de “mercado de igrejas”. Neste sentido, a questão da disseminação do discurso religioso, em si, não tem sido realizada da forma como buscou-se compreender nesta pesquisa.

Para tanto, recomenda-se que sejam feitos estudos futuros, trazendo novos enfo-ques, abordando as formas, contextos e as experiências de rituais(religiosos) es-tão sendo repassados para o ambiente virtual através da ciber-religião. Para bene-ficiar tal para a análise se mostra necessário o levantamento de outras métricas; benefícios que podem advir do levantamento de informações junto aos dirigentes e do pessoal de comunicação dessas instituições.

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NOTAS

1. Estado teocrático ocorre quando há uma mistura de Direito com Religião, em que o Líder do Estado é ao mesmo tempo um o líder religioso.2. http://www.monergismo.com/textos/credos/lutero_teses.htm3. Predominantemente, a Igreja Católica Apostólica Romana que, conjuntamente, aos estados monarquistas, perpetuava a concepção de um governo estabelecido por Deus e exercido por um homem divinamente escolhido e cuja linhagem seria encarregada de dar continuidade.4. De acordo com pesquisa da Internet World Stats, cujos dados foram recolhidos em 2013 e estão disponíveis em <http://www.internetworldstats.com/>.5. Terno criado pelo filosofo Pierre Lévy em síntese é a forma sociocultural que advém de uma relação de trocas entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias.6. Termo criado por Willian Gibson em seu romance de ficção científica Neuromante, é uma representação física e multidimensional do universo abstrato da ‘informação’. Um lugar para onde se vai com a mente, catapultada pela tecnologia, enquanto o corpo fica para trás.7. Termo em inglês que significa quando a informação é apenas em um sentido, entre duas partes.8. Termo em inglês que significa quando a informação flui nos dois sentidos, entre duas partes.9. Dados de junho de 2013 disponíveis no Gerenciador de Anúncios do Facebook.10. E. life é uma empresa de monitoração, análise da mídia e gestão de relacionamento em mídias sociais na América Latina e Portugal.11. https://www.facebook.com/business/power-of-advertising.12. http://newsroom.fb.com/Key-Facts13. É acompreensão da influência da mídia na cultura e na sociedade, o termo foi criado pelo pesquisador sueco da comunicação Kent Asp.14. http://pt.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%A3o_batista_brasileira.

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