Artigo Desenvolvimento Regional Sustentavel e Os Combustiveis Renovaveis

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    O DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL E OS COMBUSTÍVEISRENOVÁVEIS: UM ESTUDO EM UMA EMPRESA BRASILEIRA DEBIODIESEL

    Ângela Rozane de Souza LindstaedtPesquisadora/bolsista CAPES

    Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)Mestranda em Ciências Contábeis UNISINOS

    e-mail: [email protected]

    Genossi Rauch MiottoProfessora do Complexo de Ensino Superior de Cachoeirinha

    Mestranda em Ciências Contábeis UNISINOS.e-mail: [email protected]

    Mirna MuraroProfessora da Universidade de Passo Fundo (UPF)

    Mestranda em Ciências Contábeis UNISINOS.e-mail: [email protected]; [email protected]

    RESUMO

    O desenvolvimento regional sustentável (DRS) requer iniciativas integradas, tanto

     públicas quanto privadas, aos níveis político, econômico, social e ambiental. Inseridasnessa temática tem-se uma discussão crescente em torno da mudança do modelo de

    energia fóssil por um sistema energético renovável, destacando-se, nesse contexto, a

    busca por alternativas de produção e uso de combustíveis renováveis. Sob esse enfoque,

    este artigo busca, num primeiro momento, contribuir para essa discussão através de

    uma abordagem conceitual relativa ao DRS, a Emissão Zero e aos combustíveis

    renováveis. Em um segundo momento apresenta um projeto de produção de

    combustíveis renováveis por meio de um estudo de caso em uma empresa de biodiesel,

    avaliando-o sob os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Os resultados do estudo

    indicam como viável e fundamental a implantação da empresa de biodiesel no Rio

    Grande do Sul, devido à importância que terá no desenvolvimento regional sob todos

    os aspectos estudados.

     Palavras-chave:  sustentabilidade, combustíveis renováveis, biodiesel.

    1.  INTRODUÇÃO

    Conforme Diamond (2005, p.18), “as sociedades escolhem o fracasso ou o

    sucesso”. Segundo o autor, conforme descobertas em décadas recentes, feitas por

    arqueólogos, climatologistas, historiadores, paleontólogos e palinologistas, foram oito

    os processos através dos quais as sociedades do passado minaram a si mesmas,

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    danificando o meio ambiente: 1) desmatamento; 2) destruição do hábitat; 3) problemas

    com o solo (erosão, salinização e perda de fertilidade); 4) problemas com o controle da

    água; 5) sobrecaça; 6) sobrepesca; 7) efeitos da introdução de novas espécies sobre as

    espécies nativas; e 8) aumento  per capita  do impacto do crescimento demográfico.

    Prossegue, ainda, chamando a atenção para o cenário de fascínio e mistério que envolve

    as ruínas nas cidades das antigas civilizações, questionando: “será que, algum dia, os

    turistas olharão fascinados para as torres enferrujadas dos arranha-céus de Nova York

    do mesmo modo que hoje olhamos para as ruínas das cidades maias cobertas pela

    vegetação?”.

    É importante compreender a razão pela qual algumas sociedades do passado

    entraram em colapso e outras não, pois tais colapsos podem repetir cursos similares nofuturo, verdadeiras variações sobre o mesmo tema, conforme pode-se verificar nos oito

    processos citados anteriormente. Práticas não sustentáveis levam a um ou mais dos oito

    tipos de danos ambientais listados, resultando em destruição do meio ambiente. Tais

    constatações justificam a importância de conciliar os aspectos de desenvolvimento dos

    povos e a perspectiva ambiental.

    Sob esse prisma, as fontes renováveis de combustíveis são mais do que uma

    necessidade ambiental, elas são estratégicas para a segurança, o abastecimento e odesenvolvimento dos países. Nesse enfoque, é necessário encontrar soluções inovadoras

    que envolvam tecnologias de produção, distribuição e consumo, que perpassem por toda

    a cadeia produtiva. Esses objetivos estratégicos devem basear-se em medidas

    coordenadas que passam pela participação das instituições científicas e tecnológicas,

    universidades, empresas, além de medidas governamentais, tais como: incentivos

    fiscais, normas regulatórias e concessão de crédito para potencializar o crescimento de

    exploração de fontes renováveis.A questão é complexa e impõe às sociedades tanto ações globais como locais,

    para que sejam amenizados os efeitos negativos no ritmo de crescimento econômico, do

    uso de recursos naturais não renováveis e da queima de combustíveis fósseis.

    Questiona-se, entretanto, se há alternativas viáveis para o Brasil sob o enfoque

    econômico, social e ambiental, no que se refere aos combustíveis renováveis?

    Assim, o presente artigo tem como intuito responder esta questão e, para tal,

    apresenta uma revisão teórica acerca de questões de desenvolvimento regional

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    sustentável (DRS) como forma de prover o desenvolvimento econômico, social e ao

    mesmo tempo de garantir a preservação do meio ambiente. Sendo a questão energética

    bastante discutida em âmbito mundial e um dos fatores determinantes no

    desenvolvimento econômico dos países, buscou-se uma revisão teórica sobre a escassez

    dos combustíveis fósseis e sua substituição pelos biocombustíveis renováveis. Como

    complemento e, para melhor entendimento dessas questões, foi abordado o caso de uma

    empresa de biocombustível, através do estudo do seu projeto de implantação e foram

    analisadas a viabilidade econômica e os impactos sociais e ambientais da sua

    operacionalização.

    2. 

    REFERENCIAL TEÓRICO

    As discussões sobre sustentabilidade tiveram início se na década de 70, com a

    ameaça de uma crise de energia, com a percepção das limitações naturais na exploração

    do petróleo e com a constatação de que os recursos naturais do planeta são finitos. Em

    1972, tais discussões estiveram na pauta da Conferência das Nações Unidas sobre o

    Ambiente Humano em Estocolmo, onde foram evidenciadas questões relativas às

    limitações da exploração dos recursos naturais do planeta e a necessidade de pensar

    sobre os limites do crescimento econômico (ONU, 2006).

    O desenvolvimento sustentável entrou definitivamente na agenda internacional a

    partir de 1987, quando a United Nations World Commission on Environment and

     Development (WCED) publicou o relatório Nosso futuro comum (Our common future),

    que propunha ao mundo a adoção de um “desenvolvimento que atenda às necessidades

    do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender a suas

    próprias necessidades” (WCED, 1987, p. 65).

    Inserida nesse contexto, a busca de novos paradigmas para o desenvolvimentoregional sustentável envolve discussões sobre mecanismos capazes de associar

    crescimento econômico, participação política, inclusão social e preservação ambiental.

    A idéia básica desses novos paradigmas é encontrar alternativas sustentáveis para que o

    sistema produtivo dos países cresça e se transforme, utilizando o potencial de

    desenvolvimento dos territórios, por meio dos investimentos das empresas e dos agentes

    governamentais.

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    2.1 Desenvolvimento Regional Sustentável

    Na definição de Sachs (2004), o conceito Desenvolvimento Regional

    Sustentável (DRS) se refere à capacidade humana de realizar um desenvolvimento,

    capaz de responder à problemática de harmonização dos objetivos sociais e econômicos

    com uma gestão ecologicamente prudente entre os recursos e o ambiente. A base da

    nova proposta situa-se na proposição ética de que o desenvolvimento deveria estar

    voltado para as necessidades sociais mais abrangentes, para a melhoria da qualidade de

    vida, e para o cuidado com o ambiente como atos de responsabilidade com as gerações

    futuras.

    Conforme Zapata e Parente (1998), o DRS visa o fortalecimento da comunidade

    contemplando valores como autonomia, democracia, dignidade da pessoa humana,

    solidariedade, eqüidade e respeito ao meio-ambiente. A sustentabilidade local se apóia

    na idéia de que as localidades e territórios dispõem de recursos econômicos, humanos,

    institucionais, ambientais e culturais, além de economias de escala não exploradas, que

    constituem seu potencial de desenvolvimento.

    O DRS busca avaliar as potencialidades regionais e incentivar os projetos que

    visem o desenvolvimento econômico e a preservação do ambiente, a existência de um

    sistema produtivo capaz de gerar rendimentos crescentes, mediante a utilização dos

    recursos disponíveis e a introdução de inovações que podem garantir a criação de

    riqueza e a melhoria do bem-estar da população local. Além do aspecto meramente

    econômico, esse novo paradigma de desenvolvimento articula três grandes questões: o

    conceito de desenvolvimento, os mecanismos que favorecem os processos de

    desenvolvimento e as formas eficazes de atuação dos atores econômicos, sociais,

    políticos e ambientais (SACHS, 2004).Sob esse enfoque, o DRS requer práticas inovadoras, espírito empreendedor,

    adoção de parcerias para mobilizar os recursos e as energias, integrando o crescimento

    econômico ao social. Esse processo busca contribuir para uma nova forma de gestão

    pública, a partir dos municípios, exigindo, portanto, uma atuação proativa das instâncias

    públicas. A descentralização não pode limitar-se unicamente a melhorar a capacidade da

    gestão dos recursos transferidos para os governos locais e dos programas de

    modernização da gestão municipal. Essas tarefas são fundamentais, porém, a

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    modernização das administrações locais deve incorporar também a capacitação em seu

    novo papel, como animadores e promotores do desenvolvimento econômico local, a fim

    de construir com os empresários e a sociedade civil local um entorno territorial inovador

    para o fomento produtivo e o desenvolvimento das empresas (ZAPATA E PARENTE,

    1998).

    Nesse processo, o papel do Estado se dá através da instrumentalização das

    estratégias de desenvolvimento regional, através do apoio às micro e pequenas empresas

    locais, à melhoria da qualidade de vida da população, da maior participação nas

    estruturas de poder, da ação política com autonomia e independência, compreensão do

    meio ambiente como um ativo de desenvolvimento e da construção de novos

    paradigmas éticos que podem apontar para novos modelos de desenvolvimento maissustentáveis.

    2.2 Emissão Zero para o desenvolvimento sustentável

    Gunter Pauli, fundador e principal disseminador da metodologia de Emissão

    Zero ou ZERI ( Zero Emission Research Iniciative), assinala que, no futuro, as empresas,

    além de sustentáveis financeiramente, terão que ser sustentáveis socialmente. Esta

    metodologia  propõe a revisão de processos e tecnologias, estimula empresários e

    centros de pesquisa a conceberem tecnologias que busquem o aproveitamento máximo

    dos resíduos industriais. O conceito está inserido no entendimento de que todo e

    qualquer resíduo de um processo deverá constituir-se em insumo de um outro,

    objetivando agregar valor a todas a etapas do processo produtivo, ou seja, a utilização

    total das matérias primas, que, acompanhadas do uso de fontes renováveis, buscam a

    utilização dos recursos terrestres em níveis de sustentabilidade (PAULI, 2006).

    Segundo Pauli (1998), o objetivo dos negócios com Emissão Zero é a partir dautilização máxima das matérias-primas, aumentar a lucratividade das organizações, que,

    ao invés da redução de custos com demissões e exploração da mão-de-obra, pela busca

    incessante da maior produtividade, criarão novos postos de empregos em razão do

    desenvolvimento de cadeias produtivas que aproveitarão os resíduos de produção das

    organizações que formarão novos conglomerados industriais. Assim, a missão de uma

    organização com Emissão Zero não é somente produzir bens físicos e recursos

    econômicos, mas contribuir para a educação e o crescimento da sociedade, viabilizando

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    concretamente o conceito de desenvolvimento sustentável e de gestão ambiental,

    visando a eliminação dos resíduos como solução final para os problemas de poluição,

    que preocupam a humanidade.

    De uma forma geral, a metodologia  ZERI   vislumbra uma mudança de

    paradigma no conjunto das atividades econômicas, em particular dos processos de

    produção industrial, integrando os princípios e estratégias da qualidade total com os

    requisitos da qualidade ambiental, objetivando promover um novo tipo de

    desenvolvimento que seja sustentável. O conceito  ZERI  ainda está em evolução e sua

    aplicabilidade para a gestão do desenvolvimento sustentável vem sendo demonstrada

    por empresas que adotam as estratégias que essa metodologia propõe (BELLO, 1998).

    Nesse contexto, é necessária a reflexão das vantagens estratégicas que asorganizações e os Estados poderão obter ao utilizarem o conceito de Emissão Zero

    como metodologia orientadora das áreas de negócios e desenvolvimento. A Emissão

    Zero representa uma grande oportunidade para o aumento da produtividade nas

    organizações, pelo aproveitamento total das matérias primas, e um compromisso com a

    sociedade, com a proteção do meio ambiente, pois visa a produção sem a geração de

    resíduos (PAULI, 1996).

    Vários são os exemplos de utilização da metodologia  ZERI   no mundo, comouma pequena empresa Belga chamada Ecover, que conseguiu 6% do mercado de

    detergentes em menos de dois anos, sem gastos expressivos em propaganda, isto

    porque ofereceu um produto totalmente biodegradável à base de açúcar, fabricado em

    uma planta industrial inovada e baseada na Emissão Zero, sendo que isto fortaleceu a

    marca e obteve um diferencial competitivo.

    Além dessa, pode-se citar o exemplo de outras grandes empresas, como a Volvo

    da Suécia e a Dupont, que, entre muitas outras, estão participando do esforço depesquisa e de inovação, visando a Emissão Zero. Destaca-se a Dupont pelo projeto que

    vislumbra em menos de duas décadas adaptar suas plantas aos objetivos da Emissão

    Zero, sendo sua meta corporativa definida por: The Goal is Zeri (PAULI, 2006).

    Leripio (2006) afirma que a metodologia  ZERI   tem enorme potencial de

    aplicabilidade no Brasil, isto porque existe um grande volume de biomassa, de recursos

    minerais, de florestas e de água no país. Uma destas aplicações é o novo combustível,

    chamado de biodiesel, fabricado a partir de oleaginosas tais como a mamona, o dendê, o

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    girassol e a soja. Nesse contexto, a produção do biodiesel no Brasil poderá tornar-se um

    apoio às políticas governamentais na área social e ambiental, pois representa uma

    possibilidade de desenvolvimento econômico do país. A produção do biodiesel

    apresenta diversas vantagens sociais, ambientais, econômicas e políticas destacadas pelo

    MCT (2005, p.4), como segue:

     

    criação de emprego e geração de renda no campo;

     

    redução dos índices de emissões de gases causadores do efeito

    estufa;

      redução da emissão de poluentes locais com melhorias na qualidade

    de vida e da saúde pública;

     

    possibilidade da utilização de créditos de carbono vinculados ao

    mecanismo de desenvolvimento limpo decorrentes do Protocolo deKyoto;

     

    uso de terras inadequadas para a produção de alimentos;

     

    diversificação da matriz energética.

    Além disso, a glicerina, principal sub-produto da produção do biodiesel, pode

    ser utilizada como matéria-prima na produção de outros produtos têxteis, farmacêuticos,

    tintas, etc. Desta maneira, em decorrência das vantagens apontadas e da utilização

    integral dos produtos e subprodutos da fabricação do biodiesel, sua produção pode ser

    enquadrada no contexto da metodologia ZERI. 

    Bello (1998, p. 89) acrescenta “o caminho a ser percorrido agora exige que se

    leve em conta o crescimento econômico, a qualidade ambiental e o desenvolvimento

    social, que se resumem no conceito do desenvolvimento sustentável”, sendo que o

    desafio que se coloca para as gerações futuras é conseguir um desenvolvimento

    econômico sem destruir o meio ambiente.

    2.3 Biomassa e Bioenergia

    No cenário internacional existem diversos problemas referentes à energia,

    porém, destacam-se, neste momento, os dois seguintes: a escassez do petróleo, que se

    agrava na medida do consumo no decorrer do tempo, e a queima dos combustíveis

    fósseis que pode levar às mudanças climáticas. Estes problemas, somados às

    características da economia mundial, podem ajudar a pressionar o forte aumento da

    produção de energia a partir da biomassa neste início do século XXI (MORET,

    RODRIGUES, ORTIZ, 2006).

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    A biomassa pode ser conceituada como a vida vegetal do nosso planeta,

    armazenadora da energia solar e de substâncias químicas. Assim, todos os organismos

    biológicos que podem ser aproveitados como fontes de energia são chamados de

    biomassa. Inserida nesse conceito está a bioenergia, que é a energia que provém de

    elementos naturais, tais como o álcool combustível e o biodiesel. A bioenergia, a partir

    do uso de óleos vegetais, é importante, pois em torno dela convergem interesses não só

    de quem defende o uso da biomassa com fins energéticos, como dos que buscam a

    valorização econômica para a biodiversidade, capaz de garantir a sobrevivência de

    espécies vegetais úteis às comunidades. Registra-se que a maioria dos óleos vegetais são

    produzidos a partir do processamento dos frutos, ou seja, sem a necessidade de

    derrubada das árvores (COLEMAN; STANTURF, 2006).Para Bautista Vidal (2006) a solução para a crise energética é a bioenergia,

    extraída da biomassa terrestre, cabendo porém aos órgãos governamentais a criação de

    políticas específicas para o setor energético. A utilização de biomassa para geração de

    energia se insere num contexto de descentralização do desenvolvimento sustentável, de

    ocupação estratégica do território, de valorização dos recursos disponíveis no Brasil, de

    incentivo às iniciativas locais, de abertura de novas perspectivas econômicas para o

    desenvolvimento sustentável, de promoção social, de redução de dependências externas,de democratização e de preservação da soberania.

    2.4 Combustíveis renováveis e a sustentabilidade

    Os combustíveis renováveis são aqueles que usam como matéria-prima

    elementos renováveis para a natureza, como a cana-de-açúcar, utilizada para a

    fabricação do álcool e também de vegetais, como a mamona, utilizada para a fabricação

    do biodiesel. Os combustíveis fósseis incluem os derivados do petróleo, o óleo diesel, ogás natural e o carvão mineral. Estes últimos, quando queimados, liberam energia, mas

    também provocam a emissão de gases poluentes. Cerca de 30 bilhões de toneladas de

    dióxido de carbono (CO2) são injetados por ano na atmosfera pela queima de

    combustíveis fósseis, sendo a emissão de CO2  apontada como a principal causa do

    efeito estufa, avaliando-se sua contribuição na poluição atmosférica na ordem de 55%.

    Neste sentido, diante da necessidade de controlar as emissões atmosféricas de gases que

    provocam o efeito estufa e a possibilidade de escassez dos combustíveis fósseis, busca-

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    se cada vez mais a eficiência, a produção e a distribuição de combustíveis limpos e

    renováveis (WIKIPEDIA, 2006).

    O vínculo entre sustentabilidade e a emissão de CO2  se estabeleceu a partir de

    1997, com discussão e negociação do Protocolo de Kyoto, onde os países que assinaram

    o acordo se comprometeram em reduzir a emissão total dos gases-estufa, para níveis

    pelo menos 5,2% inferiores do que das emissões percebidas em 1990. Para os países em

    desenvolvimento, o Protocolo cria o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL),

    que constitui um grande mercado mundial de carbono, portanto, de CO2. Os projetos de

    MDL podem ser baseados em fontes renováveis e alternativas de eficiência e

    conservação de energia (ROHDE; PHILOMENA, 2006).

    Conforme Costa (2006, p. 72), “o MDL tem como objetivos: diminuir o custoglobal de redução de emissão de gases lançados na atmosfera e que produzem o efeito

    estufa e, concomitantemente, apoiar iniciativas que promovam o desenvolvimento

    sustentável”.

    De acordo com Rohde e Philomena (2006) a Comunidade Européia vêm

    estimulando a substituição do petróleo por combustíveis de fontes renováveis, incluindo

    principalmente o biodiesel, diante de sua expressiva capacidade de redução da emissão

    de diversos gases causadores do efeito estufa, a exemplo do gás carbônico e do enxofre.Neste contexto, a produção e a utilização de combustíveis renováveis tornaram-se um

    dos desafios do novo século. Muitas pesquisas são desenvolvidas nesta área, pois sabe-

    se que os ganhos ambientais, sociais e econômicos provenientes da utilização de

    recursos renováveis para geração de energia são muito grandes. Paralelo a esses fatores,

    os autores apontam, ainda, estudos que explicam que o petróleo, sendo utilizado como é

    na atualidade pelas nações, tem seu fim estimado em cinqüenta anos.

    2.5 O Biodiesel como combustível renovável

    O biodiesel é um combustível renovável e biodegradável derivado de óleos

    vegetais, como girassol, mamona, canola (colza), soja, babaçu, dendê e demais

    oleaginosas, ou de gorduras animais e é usado em motores a diesel, em qualquer

    concentração de mistura com o diesel. Este é um combustível alternativo de queima

    limpa, que não contém petróleo, mas pode ser adicionado a este formando uma mistura,

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    podendo ser usado em um motor de ignição a compressão (diesel) sem necessidade de

    modificação (MME, 2006).

    Sob o aspecto químico, o biodiesel é um produto obtido da reação da

    transesterificação de qualquer triglicerídeo (óleo e gorduras vegetais ou animais) com o

    álcool (metanol ou etanol) na presença de um catalizador, formando um éster que

    chamamos de biodiesel. Este processo de transesterificação consiste basicamente na

    separação da glicerina do óleo vegetal para a obtenção do biodiesel, processo durante o

    qual a glicerina é removida, deixando o óleo mais fino (MEIRELES, 2003).

    Mundialmente passou-se a adotar uma nomenclatura específica para identificar a

    concentração do Biodiesel na mistura. De acordo com Holanda (2004), a percentagem

    de biodiesel adicionada ao diesel é descrita como B2, B5, B20 e B100. Estaespecificação indica o percentual de concentração respectivamente de 2%, 5%, 20% e

    100% de biodiesel. Assim, a experiência de utilização do biodiesel no mercado de

    combustíveis tem se dado em quatro níveis de concentração: puro (B100); misturas

    (B20 - B30); aditivo (B5) e aditivo de lubricidade (B2). As misturas em proporções

    volumétricas entre 5% e 20% são as mais usuais, sendo que para a mistura até a

    concentração B5 não é necessário nenhuma adaptação dos motores.

    Segundo Campos (2003), esse combustível é uma evolução na tentativa desubstituição do óleo diesel por biomassa, iniciada pelo aproveitamento de óleos

    vegetais. Por ser biodegradável, não-tóxico é praticamente livre de enxofre e

    aromáticos, podendo ser considerado um combustível ecológico. Trata-se de uma

    energia limpa, não poluente, o seu uso em um motor diesel convencional resulta,

    quando comparado com a queima do diesel mineral, numa redução substancial de

    monóxido de carbono e de hidrocarbonetos não queimados.

    Para Alves (2004, p.2), “as vantagens do biodiesel são: ambientais, econômicase sociais ao se privilegiar a diversidade de culturas e poder beneficiar a agricultura

    familiar”. As vantagens ambientais mais expressivas pela utilização do biodiesel

    referem-se a redução da emissão de gases poluentes, pois reduz em 78% as emissões de

    dióxido de carbono (CO2), além de ser uma fonte renovável de combustível e

    possibilitar a diversidade de culturas na sua produção.

    Em 2005, “a matriz energética brasileira é o petróleo com 43% e o óleo diesel é

    a matriz dos combustíveis com 57,9%, havendo destes, 10% de dependência externa”

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    (PIASSI, 2005, p.1). Desta forma, sob o aspecto econômico a possibilidade da

    substituição de importações e até mesmo a possibilidade das exportações de biodiesel

    pode ser visualizada. Outro aspecto a ser considerado no campo econômico é que gastos

    dos governos e cidadãos no combate aos males da poluição podem ser evitados pela

    melhora das condições ambientais, sobretudo nos grandes centros metropolitanos. Além

    disso, a produção de biodiesel possibilita pleitear financiamentos internacionais nos

    mercado de créditos de carbono, sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL),

    previsto no Protocolo de Kyoto (PIASSI, 2005).

    Acrescentam-se, ainda, às vantagens ambientais e econômicas, as vantagens

    sociais, de fundamental importância, sobretudo em se considerando a possibilidade de

    conciliar sinergicamente todas essas potencialidades. O cultivo de matérias-primas e aprodução industrial de biodiesel, ou seja, a cadeia produtiva do biodiesel, tem grande

    potencial de geração de empregos, podendo promover, dessa forma, a inclusão social,

    especialmente quando se considera o amplo potencial produtivo da agricultura familiar.

    Conforme dados apresentados por Scheidt (2005, p. 4),

    a Alemanha é a maior produtora de biodiesel do mundo, com capacidade de 1milhão de toneladas anuais. O país é ainda responsável por mais da metadeda produção européia de combustíveis e conta com centenas de postos que

    vendem o biodiesel puro (B100), com plena garantia dos fabricantes deveículos. O produto também é mais barato do que o óleo diesel, já que hácompleta isenção dos tributos em toda a cadeia produtiva dessebiocombustível. A França é o segundo maior produtor, com capacidade de460 mil toneladas anuais. O principal motivo para optar por este combustívelé melhorar as emissões dos motores, em especial através da eliminação dasmercaptanas, substâncias ricas em enxofre, extremamente danosas à saúdedos animais e das plantas.

    No Brasil, o projeto bioenergético começou a partir da crise do petróleo dos anos

    70, quando então o Brasil buscou formas alternativas de produzir combustível. Assim,

    em novembro de 1975 implantou-se o Próalcool, e, em dezembro de 2004, para

    incentivar a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira, o governo federal

    lançou o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB).

    Desde janeiro de 2005, as refinarias e distribuidoras estão autorizadas a

    adicionar 2% de biodiesel ao óleo diesel. A partir de 2008, esse percentual passa a ser

    obrigatório, o que exigirá uma produção de mais de 800 milhões de litros ao ano de

    biodiesel. Esse percentual subirá para 5% até 2013, equivalendo a 2,5 bilhões de litros

    anuais (MME, 2006).

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    Cabe ressaltar, porém, que, conforme dados divulgados na sua  homepage, é

    intenção da PETROBRAS conquistar a liderança no processamento de biodiesel no país

    nos próximos dois anos, ampliando sua produção atual de 50 milhões de litros anuais

    para 800 milhões de litros (PETROBRAS, 2006). Pode-se verificar, portanto, que

    somente a produção da PETROBRAS seria suficiente para atender o mercado brasileiro

    até o ano de 2013.

    Conforme especificado no PNPB, este  é um programa interministerial do

    governo federal que objetiva a implementação de forma sustentável, tanto técnica, como

    economicamente, da produção e do uso do biodiesel, com enfoque na inclusão social e

    no desenvolvimento regional, via geração de emprego e renda. Tem ainda, principais

    diretrizes, implantar um programa sustentável, promover a inclusão social; garantirpreços competitivos, qualidade e suprimento; produzir o biodiesel a partir de diferentes

    fontes oleaginosas e em regiões diversas.

    Para estimular a implantação do PNPB atendendo as diretrizes especificadas, o

    governo federal lançou o selo combustível social. Este selo é um componente de

    identificação concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) aos

    produtores de biodiesel que promovam a inclusão social e o desenvolvimento regional

    por meio de geração de emprego e renda para os agricultores familiares enquadradosnos critérios do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

    (PRONAF). Os benefícios tributários, em função do fornecedor de matéria-prima, serão

    concedidos aos produtores industriais de biodiesel que tiverem o Selo Combustível

    Social. Para receber o Selo, o produtor industrial compromete-se a adquirir matéria-

    prima de agricultores familiares, além de estabelecer contrato com especificação de

    renda e prazo e de garantir assistência e capacitação técnica (MME, 2006).

    O Programa de Apoio Financeiro a Investimentos em Biodiesel prevêfinanciamento de até 90% dos itens passíveis de apoio para projetos com o Selo

    Combustível Social e de até 80% para os demais projetos. Os financiamentos são

    destinados a todas as fases de produção do biodiesel, entre elas a agrícola, a de

    produção de óleo bruto, a de armazenamento, a de logística, a de beneficiamento de

    subprodutos e a de aquisição de máquinas e equipamentos homologados para o uso

    desse combustível.

    Observa-se que o programa brasileiro insere-se no contexto da metodologia

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      13

    ZERI, pois tem como principais diretrizes os seguintes pontos, destacados por Benedetti

    et al (2006, p. 90):

      sustentabilidade da matriz energética: desenvolver tecnologias

    ambientalmente corretas;

     

    sustentabilidade e autonomia energética comunitária (comunidadeslocais, agricultores e assentamentos);

     

    conquista e manutenção da liderança do Brasil como biotradei.

    Assim, o PNPB contribui com desenvolvimento sustentável podendo inclusive

    tornar o país com um nível maior de importância no cenário mundial no processo

    produtivo de combustíveis renováveis. O Brasil possui vantagens em relação a outros

    países, tais como: disponibilidade de terras para expansão da agricultura, água e

    exposição solar suficientes para praticar agricultura competitiva na geração de energia.

    É necessário realizar análises aprofundadas da viabilidade econômica do biodiesel para

    uso comercial e também realizar a mensuração das vantagens indiretas com a utilização

    do mesmo, tais como: a utilização de um combustível renovável e a maior utilização da

    mão-de-obra na cadeia produtiva, gerando inclusão social (BENEDETTI ET AL, 2006).

    Em contrapartida, “alguns especialistas temem que o PNPB, possa agravar o

    desmatamento da amazônia, principalmente no Mato Grosso, com a utilização da soja

    na produção do combustível”. Um projeto com grande repercussão como é o do

    biodiesel necessita de análises detalhadas das condições necessárias para sua

    implantação, relacionadas com as garantias de oferta regular e qualidade do produto e

    suas conseqüências para os usuários, também do processo logístico de produção e

    distribuição. Na pesquisa da viabilidade econômica e financeira do PNPB, chegou-se a

    conclusão de que existe dependência entre a variação da taxa de câmbio e o preço do

    barril de petróleo, que, conforme a situação, tornam o biodiesel competitivo ou não,

    salientando-se que se faz necessária à análise do cenário e dos demais elementos

    anteriormente citados. O sucesso deste projeto depende da coordenação das ações por

    parte dos agentes públicos e privados e da cooperação de especialistas das diversas

    áreas que envolvem o programa do biodiesel para a solução dos problemas hoje

    existentes, relacionados à logística, aos fornecimentos de insumos e a formação do

    preço (AMBIENTEBRASIL, 2005, p.1).

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      14

    3 MÉTODO

    Para esta pesquisa foi adotada uma abordagem qualitativa, de duas formas

    complementares. Primeiramente desenvolveu-se uma revisão bibliográfica na busca de

    conceitos e de um referencial teórico que fornecesse suporte ao caso, e a partir disto, foi

    feita uma investigação empírica utilizando-se o método estudo de caso.

    O estudo de caso, segundo Gil (2002), consiste no estudo profundo de um ou

    poucos objetos, de forma que permita seu conhecimento detalhado sendo encarado

    como o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno

    contemporâneo dentro de seu contexto real. Atendendo a essa classificação, realizou-se

    um estudo do projeto de implantação de apenas uma empresa de biodiesel, objetivando

    a avaliação do combustível renovável como alternativa de substituição dos combustíveis

    fósseis sob os aspectos econômicos, sociais e ambientais.

    A coleta de dados foi feita mediante entrevista com os gestores da empresa e

    com terceiros, entrevistas concedidas em canais públicos, notícias publicadas em

     jornais, revistas e internet, bem como consulta ao projeto protocolado na prefeitura

    municipal da cidade sede. Para a entrevista, foi utilizado um questionário semi-

    estruturado com questões abertas com o intuito de buscar o maior número de

    informações possíveis.

    As questões tiveram ênfase nos três aspectos pesquisados: econômico, social e

    ambiental. Para isso, foram elaboradas questões relacionadas a operacionalidade da

    empresa como: produção, logística e capacidade instalada. Na seqüência, buscou-se

    identificar a viabilidade econômica com perguntas sobre concorrência, custo, preço e

    incentivos governamentais. Também foram desenvolvidas questões sobre os aspectos de

    responsabilidade social com os agricultores familiares da região (fornecedores),

    finalizando-se com questões relacionadas a responsabilidade ambiental.

    4 ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

    4.1 Características organizacionais

    A empresa em questão possui em sua composição societária empresários de

    vários setores da economia do Rio Grande do Sul (comércio, indústria, distribuição,

    indústria metal-mecânica, etc.), sendo esta a primeira indústria de biodiesel do País a ter

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    financiamento aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

    (BNDES), no âmbito do Programa de Apoio Financeiro a Investimentos em Biodiesel.

    O financiamento contou com condições especiais, pelo fato de o projeto ter obtido o

    Selo Combustível Social, do MDA (PRESTES, 2006). O Selo de Combustível Social

    garante que, em troca das condições especiais, o investidor se obrigue a comprar a

    matéria-prima para o biodiesel de agricultores familiares, garantindo mercado para esse

    segmento de produtores rurais.

    O investimento inicial previsto no projeto foi de R$ 35.000.000,00, sendo R$

    30.000.000,00 fixos e R$ 5.000.000,00 para capital de giro, destes, R$ 28.000.000,00

    serão financiados pelo BNDES, em contrapartida, a previsão é que a usina tenha um

    faturamento de R$ 180 milhões por ano.

    4.2 Descrição do projeto

    Objetivando a instalação na indústria, o município efetuou em dezembro de

    2005, doação de um terreno com 300.000 m2 à empresa lhe concedendo, ainda, isenção

    do IPTU por 7 anos, comprometendo-se a efetuar a terraplanagem e asfaltamento da

    área, além da instalação de energia elétrica e água pluvial e potável. A empresa, em

    contrapartida, comprometeu-se, inicialmente, a gerar, no mínimo, 120 empregos e a

    tomar medidas acautelatórias necessárias para preservação do meio ambiente.

    Para aprovação do projeto foram apresentadas as seguintes justificativas:

    •  ganhos para economia nacional a partir da redução das importações brasileiras

    de óleo diesel derivado do petróleo;

    •  preservação do meio ambiente;

     

    inclusão social através da geração de emprego e renda no campo e na indústriade bens e serviços;

    •  escolha feita pelo Estado do Rio Grande do Sul é devida a este ser o 3º maior

    produtor de oleaginosas;

    •  produção de 1,4 toneladas de óleo vegetal;

    •  criação do Programa Probiodiesel – RS coordenado pela Fundação de Ciência e

    Tecnologia (Cientec) e Secretaria da Ciência e Tecnologia em parceria com

    UFRGS.

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    Para o município, a importância da implantação da empresa se dará pelas

    seguintes razões:

    • 

    impacto econômico do empreendimento será verificado na região;

    •  impacto energético atingirá os três estados da região sul do país;

    •  aumento da arrecadação de tributos do município e do estado do RS;

    •  capacidade industrial de 90.000 toneladas que serão transformadas em 88.200

    toneladas de biodiesel, representando 100.000 milhões litros/ano;

    4.3  Análise e interpretação

    O cultivo de matérias-primas e a produção industrial de distribuição do biodiesel

    (Figura 1), ou seja, a cadeia produtiva do biodiesel, tem grande potencial de geração de

    empregos, promovendo dessa forma, a inclusão social, especialmente quando se

    considera o amplo potencial produtivo da agricultura familiar.

    Figura 1: Cadeia produtiva do biodieselFonte: Adaptado de Accarini (2006, p.4)

    A cadeia agrícola relativa ao cultivo de oleaginosas, como verificado na Figura

    1, é a base de sustentação de toda a cadeia produtiva, correspondendo a 80% do custo

    final do produto. Segundo Holanda  (2004), é nesse ramo da cadeia que surgem os

    Cadeia Agrícola Cadeia Industrial e de Distribuição

    Mistura ao diesel

    Cultivo Distribuição

    de Consumo

    oleaginosas

    Cerca de 80% docusto final

    Co-produtosfarelo, lecitina e

    glicerinaNovos usos   P

      o   d  u  ç   ã  o   I  n   d  u  s   t  r   i  a   l

       (   T  r  a  n  s  e  s   t  e  r   i   f   i  c  a  ç   ã  o   )

    BIODIESEL

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      17

    maiores questionamentos quanto a viabilidade da produção do biodiesel no Brasil, pois

    haveria a necessidade de disponibilidade de oleaginosas para a obtenção do bioediesel.

    Em cada Estado e região do País podem ser verificados os desenvolvimentos das

    cadeias agrícolas dos diferentes óleos vegetais. Para a região Norte: dendê, babaçu, soja

    e gordura animal; para o Nordeste: babaçu, soja, mamona, dendê, algodão, coco,

    gordura animal e óleo de peixe; para o Centro-Oeste: soja, mamona, algodão, girassol,

    dendê, gordura animal; para o Sul: soja, colza, girassol, algodão, gordura animal e óleos

    de peixes; e, para o Sudeste: soja, mamona, algodão, girassol, gordura animal e óleos de

    peixes (CAMPOS, 2003).

    Dados do IBGE (2006) indicam que a produção de soja no Rio Grande do Sul

    (RS) é de 1.036.640 toneladas/ano, sendo suficiente para atender a produção dobiodiesel do Estado. Porém, cabe destacar que a produção de grãos no Brasil é sensível

    às variações dos preços internacionais, o que poderia levar os produtores a direcionar a

    produção para o mercado externo. Em vista disso, observa-se a necessidade de

    incentivos governamentais, que poderá se dar através de subsídios à produção de

    matéria-prima destinada para a produção do biodiesel, visando a manutenção da

    disponibilidade do produto para esse fim.

    Quanto a cadeia industrial e de distribuição, essas são reguladas pela AgênciaNacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que não permite a

    comercialização direta do biodiesel ao consumidor. Desta forma, a ANP promove

    leilões, com participantes de todo o Brasil, tendo como compradores a PETROBRAS

    (93%) e a REFAP (7%) na proporção de sua participação média no mercado. Poderão

    participar como ofertantes de biodiesel os produtores autorizados pela ANP, detentores

    do Selo de Combustível Social e de projetos de produção de biodiesel enquadrados nos

    requisitos necessários para obtenção do referido selo (MME, 2006).De novembro de 2005 a julho de 2006, foram quatro os leilões promovidos pela

    ANP, porém, a região sul arrematou o produto apenas no 4º leilão, conforme ilustra a

    Figura 2:

    Dados 1º leilão 2º leilão 3º leilão 4º leilão

    25/11/2005 30/3/2006 11 e 12/07/06 11 e 12/07/06

    Nordeste 54,3% 12,8% 80,0% 39,7%

    Sul 0,0% 0,0% 0,0% 29,1%

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    Sudeste 38,6% 64,7% 15,6% 0,5%

    Centro-oeste 0,0% 22,5% 0,0% 14,4%

    Norte 7,1% 0,0% 4,4% 16,3%

    Ofertado (volume m3

    ) 92.500 315.520 125.400 1.141.335Arrematado (volume m3) 70.000 170.000 50.000 550.000

    Preço de referência R$/m3  1.920,00 1.908,00 1.904,84 1.904,21

    Preço médio R$/m3  1.904,84 1.859,65 1.753,79 1.746,66

    Deságio 0,79% 2,53% 7,93% 8,29%

    Prazo de entrega Jan a Dez/06 Jul/06 a Jun/07 Jan a Dez/07 Jan a Dez/07

    Figura 2: Leilões de Biodiesel promovidos pela ANP (Nov/05 a Jul/06)Fonte: ANP (2006)

    Na Figura 2 pode ser observado o crescimento da oferta do produto e do volume

    arrematado, observa-se, porém, um crescente deságio no preço do produto, que pode ter

    sido provocado pelo aumento da oferta. A participação percentual da região sul pode ser

    observada somente no último leilão, com 29,1% do volume total arrematado.Nesse

    contexto, o projeto será avaliado sob o contexto econômico, social e ambiental.

    4.3.1  Aspectos econômicos

    No que concerne às vantagens econômicas da utilização do biodiesel, destaca-se

    que o agronegócio vinculado a sua produção poderá gerar efeitos multiplicadores sobre

    a renda, emprego e base de arrecadação tributária, além de alavancar o processo de

    DRS.

    Guilhoto et a.l (2006) apresentam dados relativos a 2003 que demonstram a

    importância do agronegócio familiar no Produto Interno Bruto (PIB) no contexto

    econômico do Brasil e no estado do Rio Grande do Sul, representando 30,6% e 50,1%

    do PIB, respectivamente. Esses autores salientam que a evolução dos percentuais de

    cultivo de soja familiar é a principal responsável pelo crescimento do PIB no setor

    agrícola gaúcho e concluem salientando que o agronegócio familiar responde por

    parcela significativa da economia do Rio Grande do Sul.

    Na região norte do estado, onde situa-se a cidade de Passo Fundo, o agronegócio

    é a principal atividade e, portanto, todas as outras atividades tendem a depender

    fundamentalmente dos seus resultados. Após a safra recorde da soja de 2002/2003, que

    trouxe uma alavancagem financeira para essa região, ocorreu a seca de 2004 e a

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    desvalorização do preço da soja em 2005, que, somados, prejudicaram a economia

    regional, causando a desmotivação dos agricultores, fechamento de várias empresas,

    redução de atividades por outras e o desemprego elevado na região.

    Neste contexto, a instalação da empresa apresenta vantagens que vão além da

    receita que será gerada pela empresa relativa aos impostos, em decorrência da venda do

    biodiesel, como também significa uma expectativa para o reaquecimento do plantio de

    soja e de outras oleaginosas que fortalecerão a agricultura familiar e o agronegócio da

    região e do Estado.

    4.3.2 Aspectos sociais

    No contexto socioeconômico atual, faz se necessária a preocupação com a

    população rural, bem como é fundamental a busca de alternativas para o êxodo rural e a

    desigualdade social entre o campo e as cidades. Uma das soluções passa pelo

    desenvolvimento tecnológico utilizado no setor agropecuário e também nos demais

    setores produtivos da economia. O biodiesel contribui na solução dessa problemática,

    pois desenvolverá o campo, por meio da produção das oleaginosas, gerando empregos e

    renda. E também com a criação de industrias que utilizarão novas tecnologias que visem

    à preservação do meio ambiente e que empregarão um maior número de pessoas, com a

    utilização de todos os subprodutos do biodiesel.

    A previsão é que a indústria em questão consuma 90.000 toneladas/ano de soja,

    tendo a disponibilidade de grãos atendida pela produção de oleaginosas de pequenos

    produtores da região como forma de garantir o processamento do biodiesel, consumo

    que representa 8,7% da produção de soja do RS. Este fato implica a geração de emprego

    e renda na cadeia agrícola regional, porém, para que esse desenvolvimento seja

    permanente, é necessária que seja promovida e mantida a produção de formadescentralizada e não-excludente em termos das matérias-primas. Desta maneira, o

    referido projeto vem ao encontro do que especifica o PNPB quanto ao objetivo de

    oferecer uma alternativa de renda para o pequeno produtor rural, evidenciando sua

    participação no desenvolvimento regional, que se dá pela expansão da produção

    agrícola; oportunidades de emprego e renda para a população rural; aproveitamento

    interno dos óleos vegetais permitindo contornar os baixos preços que predominam no

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    mercado; a inserção da região na cadeia produtiva do biodiesel representa uma inovação

    produtiva a nível local.

    4.3.3 Aspectos ambientais

    Os problemas como efeito estufa, mudanças climáticas e emissão de carbono são

    preocupações presentes em todo mundo, envolvendo o meio ambiente. Desta forma, as

    nações devem buscar soluções adequadas para as questões ambientais e ainda realizar

    uma leitura do MDL na busca do desenvolvimento sustentável. Neste contexto, a

    utilização do biodiesel vem ao encontro desta necessidade, pois reduz a produção de

    gases e ainda proporciona a utilização de seus subprodutos em outras cadeias

    produtivas.

    Comparativamente ao diesel mineral, o biodiesel é capaz de reduzir

    significativamente as emissões líquidas de CO2. Em um estudo realizado por Kozerski e

    Hess (2005) com empresas de transporte coletivo de Campo Grande – MG, foi realizada

    uma estimativa dos poluentes emitidos por ônibus e microônibus da atual frota da

    cidade, considerando como combustíveis o diesel, o biodiesel e o gás natural. Após o

    estudo, os autores inferem que o biodiesel seria a melhor alternativa, tendo em vista a

    diminuição das emissões de poluentes em relação ao diesel e a substituição de um

    combustível fóssil por um renovável, diminuindo o efeito estufa e gerando créditos de

    carbono.

    Desta forma, o Brasil tem condições de enquadrar o biodiesel nos acordos

    estabelecidos no Protocolo de Kyoto e nas diretrizes dos Mecanismos de

    Desenvolvimento Limpo - MDL, onde industriais do Brasil podem beneficiar-se dos

    certificados de carbono, que são pagamentos efetuados por indústrias dos países

    desenvolvidos, pelo “direito de poluir”, aumentando o uso de energia renovável.Segundo Rezende e Merlin (2003, p. 85), os cientistas consideram três grandes

    estratégias no manejo de carbono social, como segue:

    1. 

    Seqüestro de Carbono: reflorestamento; silvicultura; fruticultura;

    sistemas agro-florestais; recuperação de áreas degradadas.

    2. 

    Substituição de Carbono: plantio de florestas energéticas; utilização de

    biodiesel, biomassa em substituição a materiais energéticos intensivos;

    utilização de restos agrícolas e florestais.

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    3. 

    Conservação de Carbono: criação de reservas privadas de patrimônio

    natural; utilização de práticas de manejo florestal contrapondo atividades

    de manejo tradicional; proteção contra incêndios em áreas florestais.

    Aplica-se, portanto, aos projetos de produção do biodiesel, as estratégias demanejo de carbono social, no que se refere ao item substituição de carbono,

    enquadrando-se nesse âmbito o presente projeto. Desta maneira, a empresa poderá obter

    ganhos, eis que o biodiesel, como fonte de energia limpa, se insere nessas estratégias,

    existindo, assim, a possibilidade de venda de cotas de carbono por meio do Fundo

    Protótipo de Carbono (PCF) pela redução das emissões de gases poluentes e, também,

    de créditos de seqüestro de carbono por meio do Fundo Bio de Carbono (CBF),

    administrado pelo Banco Mundial (HOLANDA, 2004).

    Ressalta-se, também, que a cadeia produtiva do biodiesel gera alguns

    subprodutos que são fatores determinantes da viabilidade econômica da produção desse

    combustível. Entre os principais subprodutos pode-se citar: a glicerina, a lecitina e o

    farelo. Existem poucos estudos acerca do aproveitamento de subprodutos do biodiesel

    como elementos de viabilização da cadeia produtiva. Um estudo de Ferres (2003)

    aponta um custo da produção do biodiesel de US$ 394,78 por tonelada, e salienta que

    como transesterificação gera 15% de glicerina, esse autor estima que a sua

    comercialização reduziria em US$ 77,79 o custo total por tonelada.

    O projeto aponta que a glicerina possui uma grande demanda no mercado

    brasileiro, na indústria de tintas, alimentos, bebidas, cosméticos, farmacêutica e outras,

    citando 27 grandes indústrias que compram este subproduto. Assim, o aproveitamento

    integral dos subprodutos do biodiesel poderia também ser analisado sob o enfoque da

    metodologia ZERI, pois, sob esse enfoque, as matérias-primas originadas pela produção

    do biodiesel poderão ser convertidas em produtos de valor agregado para outras

    indústrias ou processos.

    De acordo com a metodologia da Emissão Zero, a formação de parcerias

    empresariais é a base dos complexos agro-industriais sistêmicos. Desta maneira, os

    processos produtivos se reorganizarão em grupos, de tal forma que os resíduos e os

    subprodutos de um processo sejam utilizadas como matéria-prima para o outro, criando

    uma força de demanda que permite a utilização total das matérias-primas com uma

    integração tão ampla que não concebe qualquer classe de resíduo. Assim, a empresa

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      22

    poderá comercializar os subprodutos do biodiesel através do estabelecimento de

    parcerias com empresas que efetuam tal comercialização.

    5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

    A busca por novos paradigmas para o DRS tem sido objeto de debates cada vez

    mais freqüentes. Discute-se, entre outros aspectos, a criação de mecanismos eficazes

    para se associar o crescimento econômico à inclusão social e ao respeito ao meio

    ambiente. Nessa esfera, a preservação ambiental é um fator que deve estar associado à

    utilização dos insumos e ao impacto ambiental produzido pelo produto final; enfim,

    deve-se compatibilizar o crescimento e de uso dos recursos com a reposição desses

    recursos, bem como a minimização ou eliminação da produção de poluição.

    Uma proposta inovadora para se alcançar a sustentabilidade é conhecida como

    metodologia ZERI. Esta metodologia visa o aproveitamento integral da matéria-prima,

    baseando-se em arranjos produtivos de atividades industriais sem valor agregado para

    um negócio. A matéria prima que sobra em uma indústria é convertida em inputs  de

    valor agregado a outros, possibilitando, assim, um aumento de produtividade, uma

    transformação global do capital, da mão-de-obra e das matérias-primas, bem como

    reduz os efeitos adversos ao meio ambiente.

    Observa-se que o DRS e os combustíveis renováveis estão fortemente ligados à

    preocupação com a escassez dos recursos naturais não renováveis e seus efeitos para as

    sociedades. Nessa temática, a gestão sustentável dos combustíveis renováveis emerge e

    possibilita a integração da sociedade nas discussões a respeito das necessidades, das

    debilidades e das especificidades da biomassa e, conseqüentemente, do biodiesel.

    O Brasil tem todas as condições para se impor como um grande produtor e, com

    o tempo, exportador de biodiesel, reduzindo as emissões de gases de estufa e gerandooportunidades numerosas de trabalho para os agricultores. A substituição dos derivados

    do petróleo por biocombustíveis é apenas parte de uma estratégia energética na qual a

    eficiência e a conservação ambiental devem desempenhar um papel preponderante. Por

    outro lado, a produção de biocombustíveis deve ser colocada no âmbito mais amplo da

    construção de uma civilização moderna de biomassa para a qual os países tropicais têm

    condições privilegiadas e que constituiria uma contribuição essencial ao

    desenvolvimento includente e sustentável.

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      23

    Assim, o papel do governo federal no incentivo à produção ao uso do biodiesel

    passa por incentivos à pesquisa, por financiamentos dos projetos e por subsídios

    tributários à implantação de empresas especializadas em biodiesel. Isto demonstra que o

    Brasil esteja engajado na busca pela sustentabilidade e por menor dependência externa

    da matriz dos combustíveis, bem como possibilita a geração de expectativas em torno da

    exportação do biodiesel.

    Neste sentido, o presente estudo, amparado por uma revisão teórica, explicita

    vantagens sob os aspectos econômicos, sociais e ambientais, bem como apresenta uma

    alternativa de substituição dos combustíveis fósseis por opções renováveis (biodiesel)

    que permitam, além de suprir as necessidades energéticas de forma a buscar a auto-

    suficiência, promover o desenvolvimento econômico-social e garantir a preservação domeio ambiente. 

    REFERÊNCIAS

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