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A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO NA TOMADA DE DECISÃO NA MICROEMPRESA: O Caso TOK BOLSAS Gilbert Angerami [email protected] Resumo Vivemos no mundo do consumismo, dos sonhos, da necessidade de satisfação de desejos e ansiedades. Um mundo, segundo Cristóvão Buarque, com um “sistema econômico globalizado e perverso, onde o capital e o lucro ainda têm preferência sobre as pessoas e a natureza”. Veremos nesta investigação como desenvolveu-se o processo inovador para a tomada de decisão na TOK BOLSAS, uma micro empresa brasileira utilizando a criatividade e a invenção como ferramentas competitivas na inovação empresarial. Além de descrever o ambiente retratado pelos dados apresentados nos formulários do levantamento durante minha pesquisa de pós doutoramento, o trabalho buscou compor e arranjar os dados para obter algumas considerações que possam servir de referência para estudos ou análises mais elaboradas. INTRODUÇÃO A constante invenção de soluções pode ser percebida não somente como obra do homem, mas também como uma fórmula da natureza. O estudo da história mostra que de maneira geral, estar em transformação é uma das poucas coisas constantes nos sistemas. Percebe-se que sistemas que nunca se reinventam, transformam e se adaptam, tendem ao desaparecimento no curso do tempo. Este processo descrito por Darwin nos seres vivos é perceptível também com as organizações. Analogamente, nota-se que empresas sem inovação ou renovação estão fadadas à obsolescência e ao desaparecimento. Como a história ilustra tais fatos e o século XX nos mostrou uma aceleração deste processo, com a criação e destruição de inúmeras técnicas, empresas, novos processos e sistemas, surgem assim, seres mudados. Portanto, entender de que forma acontece a inovação e a adaptação, se possível também seu controle, torna-se uma clara vantagem para os sistemas que procuram se perpetuar como é o caso das organizações humanas, tal qual as empresas. Desta forma, ao estudo da administração cabe compreender como gerir a inovação e construir vantagens competitivas a partir dos processos transformadores. O presente trabalho está focalizado na necessidade das microempresas buscarem constantemente na inovação o seu diferencial competitivo para o enfrentamento das

Artigo Gilbert a Lopes (Revisado)

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A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO NA TOMADA DE DECISÃO NA MICROEMPRESA:

O Caso TOK BOLSAS Gilbert Angerami

[email protected]

Resumo Vivemos no mundo do consumismo, dos sonhos, da necessidade de satisfação de

desejos e ansiedades. Um mundo, segundo Cristóvão Buarque, com um “sistema econômico

globalizado e perverso, onde o capital e o lucro ainda têm preferência sobre as pessoas e a

natureza”. Veremos nesta investigação como desenvolveu-se o processo inovador para a

tomada de decisão na TOK BOLSAS, uma micro empresa brasileira utilizando a criatividade e

a invenção como ferramentas competitivas na inovação empresarial. Além de descrever o

ambiente retratado pelos dados apresentados nos formulários do levantamento durante

minha pesquisa de pós doutoramento, o trabalho buscou compor e arranjar os dados para

obter algumas considerações que possam servir de referência para estudos ou análises mais

elaboradas.

INTRODUÇÃO A constante invenção de soluções pode ser percebida não somente como obra do

homem, mas também como uma fórmula da natureza. O estudo da história mostra que de

maneira geral, estar em transformação é uma das poucas coisas constantes nos sistemas.

Percebe-se que sistemas que nunca se reinventam, transformam e se adaptam, tendem

ao desaparecimento no curso do tempo. Este processo descrito por Darwin nos seres vivos

é perceptível também com as organizações. Analogamente, nota-se que empresas sem

inovação ou renovação estão fadadas à obsolescência e ao desaparecimento. Como a

história ilustra tais fatos e o século XX nos mostrou uma aceleração deste processo, com a

criação e destruição de inúmeras técnicas, empresas, novos processos e sistemas, surgem

assim, seres mudados.

Portanto, entender de que forma acontece a inovação e a adaptação, se possível

também seu controle, torna-se uma clara vantagem para os sistemas que procuram se

perpetuar como é o caso das organizações humanas, tal qual as empresas. Desta forma, ao

estudo da administração cabe compreender como gerir a inovação e construir vantagens

competitivas a partir dos processos transformadores.

O presente trabalho está focalizado na necessidade das microempresas buscarem

constantemente na inovação o seu diferencial competitivo para o enfrentamento das

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turbulências existentes no dia-a-dia do mercado. Para salientar essa importância analisamos

a empresa TOK BOLSAS, do segmento do varejo localizada na cidade de Imperatriz, Estado

do Maranhão - Brasil.

Pretendemos aqui apontar e compreender de que forma as microempresas devem

direcionar suas ações para a manutenção de sua evidência no mercado consumidor, bem

como ajudar na tomada de decisão empresarial. A abordagem feita foi desenvolvida com

foco na simplificação e na redução da subjetividade para negócios realizados na área do

varejo, ou seja, foram mensurados níveis de aceitação nas áreas de: inovação do processo,

inovação organizacional e inovação em marketing. O estudo foi centrado em pesquisas com

os colaboradores da empresa TOK BOLSAS, pois se existe um estímulo à inovação que

busque o potencial intra-empreendedor, este deve ser fornecido a todos os membros da

organização e percebido também por todos os seus clientes externos.

TOK BOLSAS – Uma Micro Empresa Brasileira

Nascido em Morrinhos interior cearense no dia 30 de setembro de 1970, o mais velho

dos seis filhos do casal Maria Lucimar Marques e Manoel Edmilson Marques, Manoel

Marcone Marques teve uma infância pobre e migrou para Imperatriz cidade do interior

maranhense junto com a família. Desenvolveu-se e inicio sua vida profissional ainda criança.

Casou-se e teve duas filhas.

Após várias tentativas frustantes no âmbito profissional, resolveu apostar “tudo numa

última cartada”. Juntamente com a esposa, compraram algumas malas, bolsas, carteiras,

cintos e foram às vendas nas feiras livres que aconteciam nas região. Passado alguns meses,

conseguiram comprar o primeiro carro do casal já que o volume dos negócios prosperava

gradativamente. No decorrer do tempo tiveram a certeza de que o caminho estava traçado:

ir a São Paulo comprar mercadorias e montar uma loja de bolsas.

Na literatura encontram-se várias justificativas para a utilização de nomes curtos,

vibrantes e fortes para atingir ao que chamamos de share of mind. Sua esposa Ioneide

então, para sofisticar mais, sugeriu que ao invés de ser Toque Bolsas fosse Tok Bolsas, e

assim ficou decidido. Por ela já ter experiência em desenhar letras, pois ganhou um bom

dinheiro quando era solteira fazendo convites e cartões, ficou a seu cargo criar a tipologia e

a logomarca da nova empresa – TOK BOLSAS.

Mesmo sem ter feito uma faculdade, concluído o ensino médio e muito menos cursado

o ensino fundamental todo, Manuel Marcone Marques sempre pensou muito antes de agir.

Sempre teve em mente a necessidade do planejamento antes da execução.

A Tok Bolsas teve sua porta aberta oficialmente no dia 26/04/2004. No 1º dia a loja

vendeu R$ 51,00 e ambos ficaram muito contentes, pois era final de mês e as pessoas não

conheciam a loja, consideraram já uma grande vitória. No 2º dia venderam R$ 137,00 e no

3º R$ 185,00.

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As coisas caminhavam bem e começou a comprar 02 vezes mais do que a sua

capacidade de estoque suportava. Surgiu um novo problema: falta de espaço. Conversou

com a proprietária da loja e alugou o restante da mesma, não sendo também suficiente.

Reduziu ainda mais sua moradia (a esta altura mora nos fundos da loja para conter as

despesas) para que a loja pudesse ter um pouco mais de conforto, aumentaram os números

das vendas e de funcionários. Com um espaço maior, o fluxo de clientes também cresceu e

havia triplicado o volume de vendas. Na efervescência do negócio percebeu que para se

ganhar dinheiro era necessário comprar bem, pois a venda acaba virando uma grande

consequência.

Para ganhar dinheiro precisaria vender barato. Passou a ir com mais frequência a São

Paulo onde seu poder de barganha aumentou junto a seus fornecedores. Os acordos para

pagamento das mercadorias em 30, 60 e 90 dias foram fundamentais para o crescimento

dos negócios.

Chegando a Imperatriz, Marcone estipulava como meta vender todo o lote dos

produtos em apenas 30 dias, e conseguia. Começou a perceber o grande filão e aumentou

gradativamente seu volume de negócios, descobrindo desta maneira a estratégia ideal para

que seu empreendimento se torna-se mais eficaz, além de perceber a sua eficiência.

No mercado de varejo, um dos grandes problemas enfrentados pelas organizações,

relaciona-se com a sua força de vendas. Para minimizar tais ocorrências Marcone acredita

que a remuneração precisa ser boa, salário justo, além de reconhecer os seus funcionários

como seus colaboradores, motivá-los através de incentivos e treinamentos e mostrá-los a

importância de se ter responsabilidade no ambiente de trabalho. Deve-se tentar fazer com

que ele se sinta “um sócio da empresa”.

Numa das reuniões acompanhadas por mim na sede da empresa deparei-me com uma

situação bastante curiosa e que corrobora o fato mencionado acima. Num dado momento,

Marcone pergunta para uma de suas funcionárias mais antigas: Régila, de quem é o mérito

do sucesso de nossa empresa? É do senhor, respondeu prontamente. Imediatamente ele a

retruca: Não senhora, eu apenas sou uma peça dessa máquina! Percebe-se que Manuel

valoriza sempre sua equipe, sendo esse hoje, um dos grandes diferenciais das empresas

inovadoras. Atitudes como essa é que fazem com que a empresa TOK BOLSAS esteja no

patamar que está.

Além da força de seus colaboradores, Marcone destaca a credibilidade dada por um dos

representantes comerciais que o atende, Sr. Renato. Considera-o como um grande

diamante encontrado no deserto por ter acreditado no seu potencial já que ele conhecia o

mercado de Imperatriz há mais de 10 anos. Aos poucos foi conhecendo a empresa e

percebeu a sua ousadia comercial. Eis aí mais um empirismo de sua parte, Marcone

trabalhara o trade de Marketing.

Não cansa de afirmar que as pessoas precisam gostar do que faz, ter “tesão” nos seus

afazeres pessoais e profissionais. Necessita-se de dedicação e amor à profissão. “Eu não sei

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fingir, o relacionamento interpessoal é fundamental para o sucesso de qualquer

empreendimento”, profetisa.

Em função de toda essa dedicação, Marcone tem plena consciência do preço que está

pagando por isso: não tem tempo para a família. Para tentar minimizar tal situação, acaba

enfatizando o lado material, deixando de lado o amor necessário a ser oferecido à sua

família. Apesar do descontentamento, persiste em manter esse comportamento, “sou eu

que “faço” essa loja”, complementa. Com isso a “marca Marcone” acabou transformando-

se em sinônimo de desconto e ele tem plena consciência disso: “eu fiz o marketing pra

isso”.

Os termos “eu sou o dono”, “eu posso”, “eu faço”, não fazem parte do seu dicionário. É

enfático em afirmar que isso não funciona, é preciso trabalhar para que as pessoas possam

procurá-lo e assim darem importância na necessidade do “dono” estar sempre em contato

com seus clientes. “Essa proximidade é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. É

como diz o velho ditado: O olho do dono é que engorda o gado.” – finaliza.

A Inovação como Ferramenta Competitiva na TOK BOLSAS.

O sonho que virou realidade A perseverança sempre foi uma das virtudes de Manoel Marcone. Pensando no futuro e

percebendo que o crescimento dos negócios não havia mais para onde crescer, precisava

inovar e não viu outra alternativa senão procurar um espaço maior para a expansão física e

gerencial da empresa. Despretensiosamente começou a pesquisar possibilidades até que

surgiu uma boa oportunidade e adquiriu dois imóveis vizinhos no mesmo quarteirão onde

funcionava a matriz. Daí começou a vislumbrar o sonho de uma nova loja, maior, mais

estruturada e com espaço suficiente para fazer um bom depósito, até então um aspecto

negativo na sua gestão.

Para tanto, utilizando-se mais uma vez de sua visão estratégica, decidiu fazer em

parceria com o autor deste trabalho, um levantamento mercadológico objetivando medir o

grau de inovação necessário para a nova empreitada onde pudesse avaliar o acerto das

medidas tomadas ao longo do tempo, visando tornar sua empresa mais competitiva por

meio de processos e produtos inovadores.

Além de descrever o ambiente retratado pelos dados apresentados nos formulários do

levantamento, a investigação buscou compor e arranjar os dados para obter algumas

conclusões que pudessem servir de referência para estudos ou análises mais elaborados.

As variações nos resultados obtidos mostram que a metodologia adotada para a

mensuração do Grau de Inovação tem sensibilidade às diferentes situações e é, portanto,

adequada ao propósito de avaliar o progresso conseguido com o projeto. “O pior inimigo da

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inovação é a mesmice e para derrotá-la é preciso mostrar como a diferença e a

originalidade podem trazer bons resultados”, já afirmava Nancy Tennant1.

Análise de Dados, Conclusões e Providências Verificando as resultantes referentes aos 54 questionários tabulados provenientes da

investigação junto aos colaboradores da TOK BOLSAS, incluindo seu sócio-proprietário,

percebeu-se que a empresa necessitaria fazer algo com uma certa urgência, visto que seu

grau de inovação estava muito abaixo do considerado ideal para o atual posicionamento da

empresa no mercado. O questionário foi dividido em 03 partes, a saber: Inovação do

Processo, Inovação Organizacional e Inovação em Marketing.

Após analisar todos os resultados e estudar suas viabilidades e possibilidades, Manuel

Marcone providenciou um novo projeto de reestruturação para a empresa e planejou uma

nova loja com dois andares e mais de 1.000 m2 de área construída. “Precisamos de mais

espaço. Em minhas conversas com os clientes, percebi que eles não estavam tão a vontade

e não estávamos mais conseguindo expor nosso mix de produtos para uma melhor

visualização desse nosso público consumidor”, enfatizou.

Teve consciência de que estaria dando mais um grande passo em sua empreitada como

gestor. Sabia da necessidade de ser fazer um novo marketing para a empresa, um novo

reposicionamento tanto da marca como dos produtos no mercado. Seria necessário criar

um novo conceito, fazer um “barulho diferente”, vender a nova imagem que a marca TOK

BOLSAS naturalmente passaria a ocupar no mercado, pois passaria a atingir a classe média-

alta e necessitaria manter as classes média e baixa como seus principais mercados

consumidores, não permitindo que o novo reposicionamento interferisse no nicho de

mercado já ocupado.

Inevitavelmente o investimento seria maior. Necessitaria de mais treinamento para

seus colaboradores, assim como um novo gerenciamento de suas atividades empresariais.

Preocupar-se-ia principalmente com a não elitização do seu mercado consumidor bem

como a necessidade de se trabalhar com uma ênfase maior seu endomarketing, fazer um

marketing mais forte de dentro para fora da loja. “Hoje o sucesso da TOK BOLSAS está no

poder de compra do pobre”, afirma Marcone.

A nova matriz foi construída atendendo aos requisitos da demanda e avalizada pelos

resultados da investigação realizada neste trabalho relacionada à necessidade de

modernização das suas ações e instalações, bem como aumentar o seu grau de inovação no

mercado. A inauguração ocorreu no último dia 04 de novembro de 2011.

1 Disponível em http:// www.sebraepr.com.br – Perfil do Grau de Inovação das MPES do Paraná / 2009

(Consultado em 08 de Julho de 2011).

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CONCLUSÃO Após a análise dos dados, o presente artigo nos permite fazer algumas reflexões e

levantar um grupo de questões para serem aprofundadas em estudos futuros.

Primeiramente, o trabalho serve como indício: inovação é um processo, que por sua

natureza passa por um estágio de criação seguido por um momento de conflito e

dificuldade para a implementação, conforme sugeriu Schumpeter, e que pode ser

estimulado, ou ao menos, as empresas podem tomar medidas que facilitem estes estágios

(Schumpeter, 1982: 11).

Nossa hipótese inicial justificou-se a partir da tabulação e análise dos dados. Realmente

a inovação não aparece tanto na empresa que a não incentiva. Notamos que realmente

existe um vínculo entre capacidade inovadora e administração voltada à inovação, apesar

de nossa pesquisa não permitir uma posição conclusiva sobre o assunto.

Chamou-nos a atenção o fato de que a empresa pesquisada, limita os estímulos à

inovação à “tradicional” parceria com outras empresas. Esse método, considerado pouco

eficiente e também chamado de benchmarking, ao menos serve de indício para as

empresas que mantém as portas abertas à sugestão, isto sim, um ponto reconhecido pelos

entrevistados como fortalecedor do processo de inovação na empresa. Caberia a outro

trabalho consolidar este indício como um fato e buscar alternativas para apresentar as

empresas que buscam dominar os processos de transformação junto a seriedade.

Aparentemente a empresa sabe do valor da inovação, mas ignora a necessidade de se

fazê-la, ou ao menos, não consegue cooptá-la. Conforme havíamos dito anteriormente, um

dos pontos mais intrigantes do trabalho está no fato que apesar de um grande grupo de

pessoas se considerar inovador, os respondentes de modo geral e subliminarmente não

acreditam que a empresa recompense adequadamente essa atitude, e aparentemente

resumem a atitude inovadora em “ter criatividade”, esquecendo a parte principal do

processo que passa por enfrentar as dificuldades coorporativas para conseguir implementar

as mudanças que gostariam de fazer. Esse cenário se apresenta nos diferentes tipos de

empresas existentes: nacionais, multinacionais, pequenas, médias entre outras.

Implicitamente percebemos também que a informalidade na busca e implementação da

mudança é menor nas microempresas. Aparentemente nas empresas menores, exatamente

por não terem muitas formalidades, podem se implementar as mudanças de maneira mais

rápida, mas com menos certeza (unidade) da direção a ser seguida. As inovações

tecnológicas, e não apenas de processos, podem surgir em ambos os tipos de empresa

(micro e macro), mas parece-nos que quando ocorrem dentro da estrutura formal das

empresas maiores (laboratórios de pesquisa e desenvolvimento), são levadas ao mercado

consumidor com mais eficiência.

Num universo em que são muitas as dificuldades e boa parte dos empreendedores

desistem no meio do caminho, vimos o empresário Manoel Marcone Marques quebrar

paradigmas e consolidar um grande projeto, mantendo-se firme no propósito de atingir sua

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meta desde o dia em que abriu as portas da sua primeira loja. Assim, ao chegar aos sete

anos de fundação com a energia de quem está apenas "engatinhando", a TOK BOLSAS

orgulha-se de ser uma iniciativa essencialmente imperatrizense. Conectado com o que há

de mais moderno, e utilizando os resultados da investigação deste projeto que mostrou a

necessidade das micro empresas buscarem constantemente na inovação o seu diferencial

competitivo para a competitividade no mercado, percebemos e constatamos como as micro

empresas devem direcionar suas ações para a manutenção de sua evidência no nicho

pretendido. A abordagem feita foi desenvolvida com foco na simplificação e na redução da

subjetividade para negócios realizados na área do varejo, tais como: inovação do processo,

inovação organizacional e inovação em marketing. E a quem deseja montar o próprio

negócio, Marcone deixa uma mensagem: "Em primeiro lugar, é preciso acreditar, confiar

em si mesmo, no seu potencial, na sua determinação, enfim, na sua força".

A história de sucesso da Tok Bolsas não se restringe mais aos limites da cidade de

Imperatriz, do Estado do Maranhão nem do Brasil. Mesmo tendo pouco tempo de

existência, virou até uma tese de doutoramento na Europa, mais precisamente em

Portugal; onde a simples visão de um homem oriundo lá da pacata Morrinhos, no interior

do Ceará, despertou a atenção de um pesquisador que foi buscar conhecimento noutras

plagas.

A nova loja, moderna e climatizada já foi entregue à comunidade regional e

diferentemente da maioria das empresas, a TOK BOLSAS continua a não comunicar suas

ações sociais, pois acredita na ajuda sem interesse comercial, não faz parte da filosofia da

empresa promover-se com esses atos. Assim, podemos finalizar este artigo entendendo que

inovação e tomada de decisão vão muito além dos meros conceitos descritos no decorrer

deste trabalho. Inovar é, acima de qualquer coisa, buscar constantemente a satisfação

social integrada às ações profissionais.

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