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    METODOLOGIA DE TRABALHOS ACADMICOS

    Wilson Roberto Quintino - RAT945ED4

    Hlice Contnua

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    e n g e n h a r i a

    F U N D A E S

    ENGENHARIA/2003 88556

    A

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    F U N D A E S

    Estacas hlice

    contnua e mega:aspectos executivosINTRODUO

    engenharia de fundaesvem evoluindo constante-mente em busca de novos

    elementos de fundao, quepossuam alta produtivida-

    nha, de onde se espalhou para o restoda Europa e Japo (Penna et. al., 1999).

    As estacas hlice contnua tiveramum grande desenvolvimento a partir da

    dcada de 1980 nos Estados Unidos,Japo e Europa, inicialmente com equi-de, ausncia de vibraes e rudos naexecuo, elevada capacidade de cargae controle de qualidade durante a exe-cuo da estaca, entre outros aspectos.

    Dentro deste propsito surgiram nomercado de trabalho recentemente e ti-veram um grande desenvolvimento nosltimos anos, as estacas hlice cont-nua, sendo hoje uma estaca de enormeinteresse comercial nos grandes cen-

    tros urbanos do pas. Mais recentemen-te, ainda com pouco uso, comparando-se com a hlice contnua, surgiram asestacas mega, que podem tambm setransformar em estacas de uso to in-tenso quanto prpria hlice contnua.

    HISTRICO

    Estacas hlice contnuaO emprego de estacas executadas

    com trado hlice contnua, surgiu nadcada de 1950 nos Estados Unidos. Osequipamentos eram constitudos porguindastes de torre acoplada, dotadosde mesa perfuradora que executavamestacas com dimetros de 27,5 cm, 30cm e 40 cm. No incio da dcada de 1970,esse sistema, foi introduzido na Alema-

    JOS ALBUQUERQUE DE ALMEIDA NETOMESTRE EM ENGENHARIA CIVIL PELA ESCOLA POLI-TCNICA DA USP. E-mail: [email protected] KOCHENPROFESSOR DOUTOR, ESCOLAPOLITCNICADAUSP,DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DECONSTRUES CIVIS DO INSTITUTO DE ENGENHA-RIA E DIRETOR-TCNICO DA GEOCOMPANY TECNO-LOGIA, ENGENHARIA & MEIO AMBIENTE. E-mail:[email protected]

    pamentos adaptados para a sua exe-cuo e, posteriormente, com equipa-mentos apropriados e especficos paraa execuo destas estacas.

    No Brasil, as estacas hlice cont-nua foram introduzidas por volta de1987. S a partir de 1993, houve umgrande progresso e desenvolvimentodo uso destas estacas no Brasil. Istocomeou com a importao de equipa-

    mentos especficos para executar esta-cas hlice contnua. A partir de ento,com equipamentos importados commaior fora de arranque e com torquesde at 85 KN.m, possibilitou-se a exe-cuo de estacas de at 800 mm de di-metro e comprimento mximo de 24metros. Hoje em dia, possvel execu-tar estacas com 1.200 mm de dimetroe 32 metros de comprimento. E com aevoluo crescente dos equipamentos,a gama de opes de dimetros e pro-fundidades tende a aumentar.

    Estacas megaAs estacas mega so recentes no

    mercado, sendo consideradas estacas deltima gerao. Assim como a mega,as estacas Atlas, De Waal e Spire soconsideradas screw piles (estacas apara-fusadas) de nova gerao (Bustamante& Gianeselli, 1998). As screw piles soestacas em que a perfurao feita porum trado de forma cnica, que perfura osolo como um parafuso, com desloca-mento lateral de solo.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    No fim do ano de 1993, o pro-fessor Van Impe desenvolveu pes-quisas em estacas Atlas, com o in-tuito de otimizar a taxa de penetra-bilidade, a energia utilizada e ummelhor controle do deslocamento

    de solo durante a execuo das es-tacas Atlas. Para atingir seus obje-tivos, Van Impe alterou o formatoda ponta (cabea) da estaca Atlas(figura 1), criando aberturas de pou-cos centmetros na flange da hliceAtlas. Partindo dos resultados des-ta pesquisa e do formato desta es-taca Atlas alterado (figura 1), sur-giram os princpios tecnolgicos eo formato hlice parafuso da pontada estaca mega.

    Figura 1 Ponta da estaca hlice Atlas normal (a)e a ponta alterada para pesquisas por Van Impe (b)(Van Impe, 1994)

    0,56. O abatimento (slump) do concreto situa-se entre 200 e 240 mm

    Assim como a perfurao, a concretagem deve ocorrer de formcontnua e ininterrupta, mantendas paredes onde se formar a esta

    ca, sempre suportadas (acima dponta do trado, pelo solo encontrado entre as ps da hlice, e abaxo, pelo concreto que injetado).

    Durante a extrao da hlice, limpeza do solo contido entre aps, feita manualmente ou com umlimpador de acionamento hidrulico ou mecnico acoplado ao equpamento, que remove este materiasendo este, removido para fora dregio do estaqueamento com o us

    Comercialmente, as estacas megaforam introduzidas no mercado euro-peu no ano de 1995, primeiramente naBlgica pela empresa Socofonda. Em1996, foram introduzidas na Frana pelaSols & Foundation. No Brasil, estas es-tacas, surgiram em 1997. Devido s suascaractersticas, provavelmente seu usose disseminar pelo pas e se tornarbem mais popular do que hoje em dia.

    PROCESSO EXECUTIVO

    Estacas hlice contnuaA execuo das estacas hlice con-tnua pode ser dividida em trs etapas:perfurao, concretagem simultnea aextrao da hlice do terreno, e coloca-o da armadura.Perfurao - A perfurao executadapor cravao da hlice no terreno porrotao, com um torque apropriadopara que a hlice vena a resistnciado solo, alcanando a profundidadedeterminada em projeto. A perfurao executada sem que em nenhum mo-mento a hlice seja retirada do furo. Otorque aplicado por meio de uma mesarotativa situada no topo da hlice.

    A haste de perfurao constitudada hlice espiral, responsvel pela reti-rada de solo, e um tubo central solida-rizado a esta hlice. A hlice dotadade dentes em sua extremidade inferiorque auxiliam a sua penetrao no solo.Em terrenos mais resistentes, essesdentes podem ser substitudos porpontas de vdia. Para que no haja,durante a fase de perfurao, entrada

    de solo ou gua na haste tubular, existena face inferior da hlice uma tampametlica provisria que expulsa naconcretagem. Esta tampa geralmente recupervel.Concretagem - Atingida a profundida-de desejada, inicia-se a concretagemda estaca, por bombeamento do con-creto pelo interior da haste tubular.Devido a presso do concreto, a tam-pa provisria expulsa. A hlice pas-sa a ser extrada pelo equipamento,

    sem girar ou, no caso de terrenos are-nosos, girando muito lentamente nosentido da perfurao.

    O concreto injetado sob pressopositiva. A presso positiva visa garan-tir a continuidade e a integridade dofuste da estaca, e, para isto, necess-rio que se observe dois aspectos execu-tivos. O primeiro garantir que a pontado trado, durante a perfurao, tenhaatingido um solo que permita a forma-o da bucha, para que o concreto inje-tado se mantenha abaixo da ponta daestaca, evitando que o mesmo suba pelainterface solo-trado. O segundo aspec-to o controle da velocidade de retira-da do trado, de forma que sempre hajaum sobreconsumo de concreto.

    O concreto normalmente utilizadoapresenta resistncia caracterstica(fck) de 20 MPa, bombevel, e com-posto de areia e pedrisco. O consumode cimento elevado, entre 400 a 450Kg / m3. O uso de aditivos plastificantestem sido muito usado. O fator gua-ci-mento geralmente em torno de 0,53 a

    de p carregadeira de pequeno porte.Colocao da armadura - As estacas hlice contnua tm suas armaduras instaladas somente aps a concretagemisto pode ser um fator limitante do comprimento da armadura e, tambm, podimpossibilitar o uso destas estacas quando sujeitas a esforos de trao ou quando utilizadas como elemento de conteno. As armaduras podem ser instaladas por gravidade, por compresso dum pilo ou por vibrao sendo est

    ltima a recomendada na literatura internacional. No Brasil, entretanto, a colocao da armadura por golpes de umpilo tem sido a mais utilizada na prtica. A utilizao de pilo permitiu executar estacas com armadura de 19 metrode comprimento, na garagem subterrnea do Hospital das Clnicas em SoPaulo, e de mais de 17 metros na Estao da Luz, CPTM (valas da Rua Maue Pinacoteca do Estado).

    Estacas megaA ponta parafuso mega- A ponta da hlice mega consiste de um longo parafuso de ao de dimetro incrementaddescontinuamente no topo, com variadograus de inclinao, para cada dimetrdiferente (Bottiau & Cortvrindt, 1994). Nfigura 2 apresenta-se um detalhamentda ponta do parafuso hlice mega.

    A forma do parafuso foi desenvovida de tal maneira que o volume dsolo transportado entre as ps da hlce mega pode ser armazenado em cadnvel para as diferentes sees da hl

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    ce parafuso. Por exemplo, o volu-me entre as ps da seo VI - VIda figura 3 igual ao volume en-tre as ps da seo V - V. Este solo deslocado at atingir o nvel dodimetro nominal, sendo ento

    compactado lateral do furo.Acima do dimetro nominal,h mais quatro ps, cada uma seestendendo por aproximadamen-te 225 graus em torno do eixo dahlice mega, sobrepondo-se por,aproximadamente, 45 uma so-bre a outra (detalhe 3 da figura 2).Todo material que, eventualmente,desmorona do furo da estaca so-bre a parte superior do parafuso, transportado pelas ps superi-

    cesso de aparafusamentoda hlice mega no solo,podendo ser empregada amesma mquina utilizadapara as estacas hlice con-tnua,comumtorqueapro-

    priado, para que o parafu-so vena a resistncia dosolo, alcanando a pro-fundidade determinadaem projeto. O torque apli-cado por meio de umamesa rotativa, situada notopo da hlice parafuso.

    Assim como para ahlice contnua, a ponta recuperada com soldadura apropriada aps

    Figura 2 - Detalhes da ponta hlice mega (Fundesp, 2002)

    ores em sentido ponta, sendoposteriormente, compactado late-ralmente at atingir o nvel do di-

    metro nominal.Para a figura 2 a seguinte le-

    genda se aplica: 1) seo vazadado tubo por onde desce o concreto;2) tubo de ao; 3) p da hlice su-perior (no total a parte superior composta de 4 ps); 4) abas oualetas metlica; 5) seccionamentodo dimetro; 6) dimetro nominal;

    7) p da hlice mega; 8) ngulode transio (marca a mudanade dimetro); 9) tampa metlicaprovisria.

    Van Impe (1994) afirma que acombinao do passo e dime-tro crescente na ponta do pa-rafuso, associados forma daparte superior do parafuso, ga-rante melhor deslocamento la-teral de solo e maior penetra-bilidade hlice parafuso damega, sem qualquer parcela

    de solo transportado.

    Metodologia ExecutivaA metodologia executiva da

    estaca mega similar da hli-ce contnua. Ambas so executa-das em trs etapas (perfurao,

    concretagem e armao), diferenci-ando-se basicamente na etapa deperfurao.Perfurao - A perfurao executa-da por cravao do parafuso da megano terreno por rotao, como um pro-

    desgaste e existe na face inferior da h-lice, uma tampa metlica provisria re-cupervel, que expulsa na fase de con-cretagem.Concretagem - O processo de concre-tagem muito similar ao da hlicecontnua. Na extrao do trado, o giro mantido lento e no mesmo sentidoda perfurao, garantindo o desloca-mento do solo.

    O concreto utilizado possui as mes-mas caractersticas e propriedades do

    utilizado para a hlice contnua e jabordado aqui. Como no possui hlicecom ps, e no retira solo durante a suaexecuo, esta estaca dispensa o limpa-dor mecnico para as ps da hlice. No necessria a retirada e disposio fi-

    Figura 3 - Seqncia executiva de estacas mega(Bottiau et. al., 1998)

    nal do material de descarte. Assim sen-do, tambm no haver o problema desubida de concreto pelas ps.Colocao da armadura - A colocaoda armadura nestas estacas pode serfeita aps a concretagem, como para ahlice contnua, ou concomitante con-cretagem. No Brasil, usualmente, a ar-madura est sendo instalada posteri-ormente a concretagem.

    MONITORAMENTO

    E CONTROLE DE EXECUOAs estacas hlice contnua e esta-

    cas mega so monitoradas na execu-o por meio de um sistema computa-dorizado especfico. O equipamentoutilizado para a monitorao destas

    estacas o mesmo. O equipamentomais comum usado no Brasil o apa-relho chamado Taracord, lembran-do-se que existem outros. Estes equi-pamentos permitem a obteno dosseguintes dados: profundidade, tem-po, inclinao da torre, velocidadede penetrao do trado, velocidadede rotao do trado, torque, veloci-dade de retirada (extrao) da hli-ce, volume de concreto lanado, epresso do concreto.

    Aps executada a estaca, o equi-pamento produz uma folha de con-trole com os referidos dados. Estafolha de controle pode ser impressano local, com o uso de uma impres-sora de campo ligada ao equipamen-to por meio de interface paralela ouarmazenada em carto de memria

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    Hlice mega preparada para iniciar a

    perfurao na estao Vila das Belezas

    e depois transferido os dados para umcomputador no escritrio.

    Apesar da monitorao nos fornecero valor do sobreconsumo de concreto ea variao da seo ao longo da profun-didade, a preciso e a confiabilidadedestes pode ser discutida. Imprecises eerros nos dados fornecidos pela moni-torao podem ocorrer, por diversosmotivos. Entre eles, citamos: sistema de

    monitorao no calibrado de formacorreta ou apresentando algum dano,danos nos sensores, bombas com muitouso ou sem manuteno (o que causamenor eficincia, conduzindo fatalmen-te a erros de medida de volume de con-creto e por conseqncia de presso deinjeo), medidores mal ou no calibra-dos e defeito nos cabos de transmissode dados, entre outros.

    A preciso no valor de sobreconsu-mo ou subconsumo de concreto depen-

    de da preciso do volume medido. Ovolume de concreto fornecido por umtransdutor de presso que informa ovolume de concreto por bombeada, ouseja, a cada pico de presso. A medidacorreta do volume de concreto muitoimportante, pois a partir dela, por meiode correlaes, determina-se se o fusteda estaca esta ntegro, ou se esta ha-vendo seccionamento do mesmo.

    ASPECTOSRELEVANTES DA EXECUO

    Entre outros diversos aspectos queinfluem na correta execuo das esta-cas hlice contnua e estacas mega,pode-se destacar, os que seguem:Procedimentos prvios execuo dasestacas - Previamente ao incio da exe-cuo das estacas existem alguns pro-cedimentos importantes que cabe aquirelatar. Em funo do tamanho e portedos maquinrios necessrios para aexecuo destas estacas, h necessida-de de avaliao de possveis trajetos eitinerrios para acesso ao local da obra

    e instalaes. Tambm, de acessibilida-de e deslocamentos da perfuratriz den-tro das instalaes da prpria obra, ede capacidade de suporte do terrenomediante o equipamento.

    A programao de fornecimento do

    concreto deve ser previamente estuda-da, definida e concretizada de forma aevitar-se quaisquer atrasos e conse-qentes interrupes ou impedimentos conduo otimizada dos trabalhos.Controle da concretagem - Este talvezseja o item mais importante para a ga-rantia de qualidade da estaca. Ao mes-mo tempo o fator que tem causado osmaiores problemas em estacas hlice naprtica, no s por dificuldades de seobter um concreto de qualidade devido

    ao processo executivo, mas tambm, emrazo do concreto no ser de responsa-bilidade da empresa executora da esta-ca, e sim da concreteira (fornecedora deconcreto), que normalmente contrata-da pela construtora da obra, e no pelaempresa executora das fundaes.

    A substituio do pedrisco por p depedra, por exemplo, pode causar perdade resistncia da estaca e efeito buchano concreto durante a concretagem ouat mesmo entupimento da mangueira.

    Um outro aspecto que pode causarperda de desempenho em estacas hlicecontnua e estacas mega na etapa de

    Pilo utilizado para execuo de estacas

    hlice contnua na estao da Luz, prxi-ma aos prdios da rua Mau.

    incio ou reincio da concretagem, ao trmino do concreto de um caminho e incio do bombeamento de concreto de umnovo caminho. Pode haver uma subiddemasiadamente rpida da perfuratrizPresso de injeo - A presso de inje

    o do concreto influi na homogenedade e integridade da estaca. A presso normalmente utilizada de 1 a bar, sendo zero para os casos de execuo em camadas de argilas moles osolos muito fracos.

    Face o seu processo executivo, aestacas mega normalmente necesstam de uma maior presso na injedo concreto. Albuquerque (2001), obteve uma presso de injeo do concretde 74% a 134% maior para a estac

    mega, em comparao com a hliccontnua. Isto pode ser um fator limtante ao processo em solos resistentes rochas brandas

    A presso de injeo do concretopode influir na capacidade de cargdas estacas. Possivelmente, maior presso de injeo leva a um maior confinamento lateral no fuste da estaca e um maior atrito lateral na mesma. VaImpe et. al. (1998) realizaram estudodo comportamento de estacas mega

    instrumentando-as com tell-tales e modificando os parmetros de execuoo que refletiu na forma da curva cargx recalque e na capacidade de cargaAs estacas executadas com maior presso de injeo e que tiveram fuste e basalargadas obtiveram melhor comportamento quanto capacidade de carga

    A presso de concreto tratada ataqui abordados referia-se a presso ntopo da hlice dada por picos de presso, dada por um transdutor de presso. A presso real aplicada no contatponta da hlice-solo, no este valoexato e ser influenciada pela pressdo solo nos arredores da ponta da perfuratriz.

    Segundo Brons & Kool (1988), parestacas hlice contnua, h uma frgcorrelao entre a presso medida ntopo e a presso aplicada na ponta dhlice. Estes valores podem apresentauma grande disperso, tanto para estacas hlice contnua como para estacamega, pois esta disperso de valorese dar em razo da diferena n

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    plasticidade do concreto ao longodo tubo de concretagem, rugosi-dade do tubo, dimetro da estaca,velocidade de extrao da perfu-

    ratriz, propriedades do concreto,fator gua-cimento e outros. Estes

    fatores somados sero respons-veis pela presso na ponta da h-lice contnua ou parafuso mega.

    Em muitos casos, a presso na

    Figura 4 - Presso medida no topo da hlice em comparao com a pres-so abaixo da ponta (Brons & Kool, 1988)

    ponta da perfuratriz no ser asoma da presso aplicada notopo mais a coluna de concretodentro do tubo de concretagem.

    Verifica-se isto, atravs da figura 4,donde constatamos que a maioriados pontos se situam direita dareta a 450 que parte da origem, o

    que representa que a presso logoabaixo da ponta da hlice cont-nua, maior que a presso apli-cada no topo e fornecida pela mo-nitorao. No entanto, est lon-ge de ser a soma da presso apli-

    cada no topo mais a coluna de con-creto, que neste caso est represen-tada pela segunda linha que saido ponto 4,0 bar para presso

    logo abaixo da ponta da estaca e 0bar de presso no topo da hlice, e

    no desenho est indicada pela ex-presso no friction.Sistema de injeo do concreto -

    Para que a estaca seja corretamenteexecutada, e atinja requisitos dequalidade e desempenho, para aqual foi projetada, importanteque o sistema de injeo de con-

    Proximidade do equipamento e da ar-madura na sua colocao com os prdi-os antigos da rua Mau, estacas hlicecontnua executadas na estao da Luz

    creto (bomba, mangueira etc.), esteja emperfeito estado de funcionamento. Lem-bramos que, todos estes aspectos trata-dos aqui com relao ao sistema de in-jeo de concreto, so vlidos para am-bas as estacas, j que o sistema utiliza-do o mesmo para estes dois tipos deestacas.

    Quanto ao sistema de injeo, outroaspecto que merece considerao achamada limpeza de rede (limpeza dosistema de injeo de concreto). Comodescrito por Velloso & Alonso (2000), aofinal de um dia de trabalho, o cocho limpo com aplicao de leo. Antes dese comear a primeira estaca do dia se-guinte a rede precisa ser lubrificada parapermitir uma fluncia do concreto. Paraesta lubrificao costuma-se misturardois sacos de cimento (de 50 Kg) em cer-

    ca de 200 litros de gua (calda de lubri-ficao) dentro do cocho. Ento, a calda lanada por meio de bombeamento doconcreto, como se a estaca estivesse sen-do concretada. Quando toda a calda ti-ver sido lanada fora e se estiver garan-tido de que toda a rede j est com con-creto, interrompe-se o lanamento domesmo, tampa-se o trado e inicia-se aperfurao da estaca.

    O no cumprimento de tal medidapode comprometer o desempenho daestaca. Velloso & Alonso (2000), namesma publicao, mostram o compor-tamento de duas estacas hlice cont-nua de pequeno dimetro (25cm e 12mde comprimento), distantes entre si de1,40 m e executadas, uma sem limpezae a outra com limpeza de rede. A estacaexecutada com limpeza de rede teve,durante a prova de carga esttica, umcomportamento normal, enquanto quea executada sem limpeza, sofreu umrecalque brusco ao atingir 350 KN, sretomando a carga aps um recalquede 36,15 mm.

    ASPECTOS GEOTCNICOSSolos muito resistentes - A execuoneste tipo de terreno merece do execu-tor de estacas hlice contnua, um cui-dado especial, pois com o intuito de segarantir o comprimento mnimo daestaca, necessrio algumas vezes,aliviara perfurao, ou seja, girar o

    trado parado para quebrar o atrito epossibilitar o avano. Tal procedimen-to, na medida em que transporta osolo, provoca desconfinamento do ter-reno e, assim, reduo da capacidadede carga. Este alvio, tambm pode sernecessrio, em algumas vezes na ex-trao da hlice.

    No caso de estacas mega, a maiordificuldade que este tipo de terrenoapresenta sua execuo a fora ne-cessria para a perfurao, j que esta

    estaca necessita de mais torque que ahlice, e em solos resistentes isto difi-culta em muito a sua execuo. Almde que para a mega, no h o recursode aliviar o solo para auxiliar naperfurao, como feito para a hlicecontnua.Camada de argila mole confinada - Aexecuo em camadas de argilas molesconfinadas problemtica em relaoa um elevado sobreconsumo de concre-to e ruptura do solo em razo da pres-so do concreto.

    Na concretagem, tem que haverum controle rigoroso da subida dotrado, para garantir o sobreconsumo,e assim, a integridade da estaca.Como o solo frgil e o concreto injetado sob presso, o sobreconsu-mo dever ser grande, por rupturado solo desta camada. Normalmen-te por estes motivos, concreta-se sobpresso nula nesta camada. H re-gistros, com sucesso, de obras em quea camada mole tinha 6,00 metros deespessura.

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    Camada de argila mole superficial -Nes-te caso, o maior problema pode ser o pesodo equipamento que pode ser excessivopara a capacidade de suporte do terre-no, como descrito no item procedimen-tos prvios a execuo das estacas. Em

    alguns casos, pode ser necessria a es-cavao da camada superficial at seatingir uma camada de maior capaci-dade de carga para suporte do equipa-mento de execuo da estaca. Com rela-o execuo da estaca, a concretagemdeve ser feita at se atingir a cota do ter-reno, pois, caso contrrio, pode haverdesmoronamento de solo que pode con-taminar o concreto da cabea da estaca.

    Por falta de capacidade de suportedo solo, a concretagem no pode ser

    feita tambm com presso, normalmen-te a presso de concretagem para estetipo de solo zero. Por isso, recomen-da-se armar a estaca ao longo de todacamada mole.

    Cita-se ainda a possibilidade, dotrado hlice contnuo, puxar o equipa-mento de execuo para baixo, com ahlice ficando instvel ou at mesmotombar antes da perfurao.

    E, finalmente, deve-se tomar cuida-do, para garantir que o topo do trado

    sempre esteja acima da cota superiorda argila mole, evitando-se que a pro-longa (regio sem trado) atinja esta ca-mada, e devido a ausncia de trado semsolo, crie um alvio.Camadas de areias puras na regio da

    ponta - Em estacas hlice contnua, nes-te tipo de terreno, deve-se ter cuidadopara garantir a resistncia de ponta.Para isto, deve-se iniciar a concretagemcom giro lento do trado, no sentido daintroduo do trado, de modo a criarum componente ascendente e evitar aqueda de gros de areia. Esse giro deveser lento para minimizar o efeito detransporte, evitando, assim, o descon-finamento do solo.

    Em areias, pode ocorrer grande mo-bilizao de tenses, o que implicarem elevado torque necessrio para aexecuo de estacas hlice contnua(Van Impe, 1994). Neste tipo de terreno,para estaca mega, no foi verificadoat o momento comportamento anma-lo ou dificuldades extras sua execu-o que sejam relacionadas ao terreno.

    cas hlice contnua atirantadas j esca-vada e estroncada na estao da Luz

    CONSIDERAES FINAISO desempenho destas estacas, pri-

    mordialmente da hlice contnua, serseveramente influenciado pela percia

    e experincia do operador do equipa-mento de execuo da estaca. Na prti-ca tm-se verificado maiores problemasem relao ao controle e garantia de umconcreto de caractersticas tais, que per-mita a colocao da armadura, e alcan-ce o desempenho previsto para a esta-ca. O problema de exsudao freqen-te nestes tipos de estacas.

    A monitorao uma ferramentavaliosa de controle do processo de exe-cuo, porm no perfeita, e est su-

    jeita a imprecises de medidas, devi-do a correlaes utilizadas para me-dies de presso de injeo, porexemplo, e a erros devidos a danos nosistema de monitorao, calibraono adequada do sistema, danos nossensores, bombas com muito uso ousem manuteno, defeitos nos cabosde transmisso de dados, entre outros.Portanto, no deve ser desprezado umcontrole rigoroso da execuo, porparte de um engenheiro de fundaes

    que conhea muito bem os aspectosrelacionados ao processo executivodestas estacas.

    A folha de controle obtida na moni-torao eletrnica destas estacas podetornar-se uma importante ferramentade controle dos parmetros de projeto,desde que, pesquisas futuras permitamcorrelacionar estes com os dados for-necidos pela monitorao. Maiores de-talhes executivos e outros aspectos queinfluenciaro no desempenho destasestacas podem ser obtidos no trabalhode Almeida Neto (2002).

    REFERNCIAS

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