Artigo Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Bandas Trios Salvador

Embed Size (px)

Citation preview

Perda Auditiva Induzida pelo Rudo em Trabalhadores de Bandas e Trios Eltricos de Salvador/BADescrio: Estudo realizado a partir de dados audiomtricos em 18 Bandas e Trios Eltricos de Salvador, Bahia. Categoria: Acstica :: Tipo: Artigo Data: Sb 02 Set 06 17:36 :: Visitas 6577 Palavras-chave: Perda Auditiva, Trabalhadores em Bandas e em Trios Eltricos, Perda Auditiva Induzida pelo Rudo (PAIR), Surdez Ocupacional

Carlos Roberto Miranda * Carlos Roberto Dias **(*) Mdico do Trabalho. Mestre em Sade Comunitria (UFBA). Auditor Fiscal do Trabalho. (**) Mdico do Trabalho. Ps-graduado em Higiene Ocupacional. Auditor Fiscal do Trabalho. Delegacia Regional do Trabalho na Bahia / MTE

PERDA AUDITIVA INDUZIDA PELO RUDO EM TRABALHADORES DE BANDAS E TRIOS ELTRICOS DE SALVADOR/BA

O presente trabalho constitui-se em um estudo de prevalncia, realizado a partir de dados audiomtricos referentes a 187 trabalhadores em 18 Bandas e Trios Eltricos de Salvador, Bahia. A prevalncia de perda auditiva induzida pelo rudo (PAIR) foi de 40,6% na populao estudada. Em relao funo, observou-se uma prevalncia de PAIR de 44,4% entre os contra-regras, 41,2% entre os trabalhadores ligados produo, 40,4% entre os msicos, 37,5% entre os motoristas e 33,3% entre os operadores de som. Comparando-se os msicos entre si, observou-se uma prevalncia de PAIR de 57,1% entre os baixistas, 46,2% entre os bateristas, 43,3% entre os percussionistas, 40,0% entre os guitarristas, 38,5% entre os tecladistas, 37,5% entre os instrumentistas de sopro e 23,8% entre os vocalistas. O presente estudo permitiu delinear um quadro extremamente alarmante dada a magnitude da prevalncia de perda auditiva do tipo induzida pelo rudo entre trabalhadores em bandas e em trios eltricos, apontando a importncia da implementao de Programas de Conservao Auditiva.

PALAVRAS-CHAVE: Perda Auditiva, Trabalhadores em Bandas e em Trios Eltricos, Perda Auditiva Induzida pelo Rudo (PAIR), Surdez Ocupacional. THE NOISE OF LIVE POP MUSIC BANDS ON LOUD SPEAKERS

The audiometric evaluation was conducted in 187 workers of 18 Bands and Trios Eltricos of Salvador, Bahia. The Noise-Induced Hearing Loss(NIHL) prevalence was 40,6%. For each function, the prevalence was: 44,4% in the prompters, 41,2% in the production workers, 40,4% in the musicians, 37,5% in the drivers and 33,3% in the sound operator.The comparison between musicians reveal NIHL prevalence of 57,1% in the bass players, 46,2% in the drummer, 43,3% in the percussionists, 40,0% in the guitarists, 37,5% in the wind instrumentalists, 38,5% in the keyboard players and 23,8% in the vocalists. These results reveal a serious situation and the authors recommend to implement Hearing Conservation Programs.

KEYWORDS: Hearing Loss, Bands and Trios Eltricos Workers, Noise-Induced Hearing Loss (NIHL), Occupational Deafness.

INTRODUO

1

O rudo constitui-se, na atualidade, num dos agentes nocivos sade mais presente nos ambientes urbanos e sociais, principalmente nos locais de trabalho e nas atividades de lazer. O fenmeno acstico denominado "rudo" foi definido por CHAWDICK (1973) como qualquer som dissonante, discordante ou anrquico (1). A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (1987) conceitua o rudo como "a mistura de tons cujas freqncias diferem entre si por valor inferior discriminao (em freqncia) do ouvido" (2). Para COSTA & KITAMURA (1995), rudo (ou barulho) todo som intil e indesejvel, englobando neste conceito "um aspecto subjetivo de indesejabilidade, por ser o som assim definido desagradvel ou por ser ele prejudicial aos diversos aspectos da atividade humana ou mesmo sade" (3).

RUDO E PERDA AUDITIVAOs efeitos da exposio ao rudo no aparelho auditivo humano so bem conhecidos e decorrem de leses das clulas sensoriais do rgo de Corti do ouvido interno (4, 5). Essa leso , em geral, bilateral e tem evoluo insidiosa, com perdas auditivas progressivas e irreversveis, diretamente relacionadas com o tempo de exposio e com os nveis de presso sonora (em geral entre 90 e 140 dB). Alm da perda auditiva podem ocorrer zumbidos, plenitude auricular, tontura, dor de cabea, distrbios gstricos (gastrite e lcera gastroduodenal), alteraes transitrias na presso arterial, estresse e, distrbios da viso, da ateno, da memria, do sono e do humor, entre outros (3, 6, 7, 8, 9). Convm destacar que picos de rudo intenso que excedam 140 dB podem causar trauma mecnico com ruptura da membrana timpnica, hemorragia e, perda auditiva imediata e geralmente permanente ("trauma acstico"). Alm dos nveis de presso sonora e do tempo de exposio, a ocorrncia de perda auditiva depende tambm de fatores ligados ao ser humano como a suscetibilidade individual (caractersticas hereditrias, idade, sexo), o uso de certos medicamentos, outras doenas do aparelho auditivo, entre outros (10, 11, 12).

Conceito de PAIRA perda auditiva induzida pelo rudo (PAIR) foi assim definida e caracterizada, em 1994, pelo Comit Nacional de Rudo e Conservao Auditiva (13):

diminuio gradual da acuidade auditiva, decorrente da exposio continuada a nveis elevados de rudo;

a PAIR sempre neuro-sensorial, em razo do dano causado s clulas do rgo de Corti; uma vez instalada, a PAIR irreversvel e quase sempre similar bilateralmente; raramente leva perda auditiva profunda pois, geralmente, no ultrapassa os 40 decibis nas baixas freqncias (500, 1000 e 2000 Hertz) e os 75 decibis nas freqncias altas (8000, 6000 e 4000 Hertz);

manifesta-se, primeira e predominantemente, nas freqncias de 6000, 4000 e 3000 Hertz e, com o agravamento da leso, estende-se s freqncias de 8000, 2000, 1000, 500 e 250

2

Hertz, as quais levam mais tempo para serem comprometidas;

tratando-se de uma patologia coclear, o portador de PAIR pode apresentar intolerncia a sons intensos, zumbidos, alm de ter comprometida a inteligibilidade da fala, em prejuzo do processo de comunicao;

no dever haver progresso da PAIR uma vez cessada a exposio ao rudo intenso; a instalao da PAIR influenciada, principalmente, pelos seguintes fatores: caractersticas fsicas do rudo (tipo, espectro e nvel de presso sonora), tempo de exposio e suscetibilidade individual;

a PAIR no torna o ouvido mais sensvel futuras exposies a rudos intensos. medida que os limiares auditivos aumentam, a progresso da perda torna-se mais lenta;

a PAIR geralmente atinge o seu nvel mximo para as freqncias de 3000, 4000 e 6000 Hertz nos primeiros 10 a 15 anos de exposio sob condies estveis de rudo.

Controle Mdico A audiometria tonal limiar o instrumento mais utilizado para avaliar a acuidade auditiva dos indivduos e auxiliar no diagnstico diferencial de perdas auditivas ou outros problemas que afetam o sistema auditivo, sendo tambm de grande utilidade como mtodo de triagem e de monitoramento de exposio ocupacional a rudo. Os limiares auditivos so considerados normais at 25 decibis (dB). Esse limite resultaria de dois componentes: o primeiro, de 10 dB, que corresponderia a variao do erro aleatrio do teste; e o segundo, de 15 dB, que representaria a variao atribuvel idade e outros fatores extraocupacionais. Situao Atual nos Locais de Trabalho Na realidade, a disseminao quase universal do rudo nos ambientes de trabalho tem provocado o acometimento de perda auditiva em milhares de trabalhadores das mais variadas atividades produtivas. No entanto, a maior exposio ocupacional ocorre nos setores metalrgico, mecnico, grfico, txtil, qumico/petroqumico, transportes, e na produo de alimentos e bebidas. Estudo realizado pela Delegacia Regional do Trabalho da Bahia (1992/94) revelou altas prevalncias de perda auditiva entre trabalhadores industriais da Regio Metropolitana de Salvador, permitindo delinear um quadro extremamente alarmante dada a magnitude da prevalncia de perda auditiva do tipo induzida por rudo - 35,7% do total de 7.925 trabalhadores examinados, ou seja, um em cada trs trabalhadores industriais j haviam desenvolvido algum grau de perda em pelo menos um dos ouvidos (14). Essas prevalncias, entre os trabalhadores de cada ramo econmico, foram as seguintes: 58,7% no editorial/grfico, 51,7% no mecnico, 45,9% no de bebidas, 42,3% no qumico/petroqumico, 35,8% no metalrgico, 33,5% no siderrgico, 29,3% no de transportes, 28,0% no de alimentos, e 23,4% no txtil.

3

Esses resultados corroboram estimativas de outros estudos anteriores (PEREIRA, 1978; MENDES, 1988; BUSCHINELLI, 1993) que demonstram ser a exposio ao rudo e, conseqentemente, a perda auditiva, o problema de sade ocupacional mais prevalente nos ambientes industriais (15, 16, 17).

MSICA E PERDA AUDITIVAMsica, segundo o Dicionrio Aurlio Bsico da Lngua Portuguesa, a "arte e cincia de combinar os sons de modo agradvel ao ouvido", enquanto Msica Eletrnica "a que utiliza sons de origem eletromagntica que o compositor seleciona e ordena a fim de obter um resultado artstico". Contudo, a msica, em geral harmnica e agradvel, pode em alguns momentos ser indesejvel ou causar agravos sade. Com a evoluo da eletrnica, a potncia dos equipamentos de som aumentou consideravelmente e a grande preocupao dos especialistas passou a ser, a partir da dcada de 60, os rudos produzidos por atividades de lazer, marcadamente a exposio msica eletronicamente amplificada (18, 19, 20). Inmeros estudos foram desenvolvidos com o objetivo de investigar os efeitos nocivos audio nas mais diversas situaes de exposio, como ocorre nos concertos de rock (21), em discotecas (22), com o uso de equipamento com fones de ouvido conhecidos como "walkman" (23), e nos equipamentos de som instalados no interior de automveis (24). A influncia da msica eletronicamente amplificada como fator causal de perda auditiva induzida por rudo uma questo polmica em todo o mundo. Os estudos que avaliaram as presses sonoras nos ambientes e nos equipamentos revelaram nveis altssimos que ultrapassavam os limites de riscos, inclusive os impostos pelos rgos pblicos regulamentadores. Foram observados nveis de presso sonora que vo de 99 a 130 decibis em ambientes de discotecas, de 100 a 115 decibis nos concertos de rock, e de 70 a 113 decibis em equipamentos com fones de ouvido. Em todos os estudos foi possvel constatar a ocorrncia de mudana temporria nos limiares auditivos aps exposio msica amplificada, sendo que as altas freqncias (de 4000 a 8000 Hertz) foram as mais afetadas. O fato dos limiares audiomtricos voltarem ao normal aps cessada a exposio no significa, contudo, que no tenha havido leso coclear como j demonstrado em animais. Discute-se a ocorrncia de uma mudana permanente dos limiares auditivos mas, entretanto, todos os autores reconhecem que h um potencial risco em indivduos expostos msica excessivamente amplificada. A suscetibilidade individual parece ser o fator mais importante na gnese da perda auditiva induzida pela msica, pois indivduos com mesmas caractersticas de exposio s fontes sonoras podem apresentar ou no leso auditiva permanente. Em concluso, pode se afirmar que existe consenso entre os diversos autores que a exposio msica eletronicamente amplificada hoje um problema de sade pblica. Na realidade, a evoluo da eletrnica e o conseqente aumento da potncia dos amplificadores acoplados aos instrumentos musicais modernos levaram a um aumento da intensidade da msica, que por sua vez tem provocado efeitos nocivos audio, especialmente dos msicos. Neste sentido, alguns msicos famosos, como Pete Townshend (The Who), Rod Stewart, James Hetfield (Metallica), Alex Van Halen, Lulu Santos, todos com exposio de vrios anos, recentemente admitiram que desenvolveram perdas auditivas acompanhadas de zumbidos, que acreditam terem sido causadas pelos nveis sonoros excessivos a que estavam expostos em suas apresentaes. Tendo em vista os elevados nveis sonoros registrados em eventos musicais, inmeros estudos tem sido realizados nos ltimos anos com o objetivo de avaliar seus efeitos nocivos audio e

4

qualidade de vida dos msicos profissionais, especialmente dos msicos de bandas de rock (25), de orquestra sinfnica (26), de clubes noturnos (27), e cantores de msica popular (28 ). Nestes estudos foram observadas percentagens de perdas auditivas induzidas por rudo que variaram de 6 a 45% dos msicos avaliados. As freqncias mais atingidas foram as de 3000, 4000 e 6000 Hertz. Observou-se, ainda, a ocorrncia de perdas auditivas assimtricas entre certos msicos: perdas piores em ouvido esquerdo nos violonistas e em ouvido direito nos flautistas. Contudo, os casos mais graves de perdas auditivas induzidas pelo rudo foram encontrados entre os msicos que utilizavam instrumentos de sopro. Buscando conhecer a realidade do msico brasileiro, foram realizados em So Paulo, em 1994, dois estudos que investigaram os efeitos da msica em profissionais de dois diferentes tipos de conjuntos musicais: bandas de rock e orquestra sinfnica (29, 30). Nestes dois estudos foram observados nveis de presso sonora superiores a 100 dB, no havendo grande diferena entre eles. Foram encontrados uma variao entre 100 e 116 dB para as orquestras sinfnicas, e entre 102 e 116 dB para as bandas de rock. No estudo comparativo sobre os efeitos da msica de rock e de orquestra sinfnica foi evidenciado a ocorrncia de zumbidos em 35% dos msicos de rock e em 18% dos msicos de orquestra sinfnica. Quanto ao sintoma plenitude auricular, 10% dos msicos de rock e de orquestra sinfnica o apresentaram. A presena de dor de cabea foi relatada por 13% dos msicos de rock e por 10% dos da orquestra. A tontura esteve presente em 12% dos msicos de rock enquanto apenas 7% apresentavam-na entre os msicos de orquestra sinfnica.

TRIO ELTRICO E PERDA AUDITIVAO sucesso da atual msica baiana tem uma estreita ligao com o Trio Eltrico inventado em 1950 por Dod & Osmar. Na opinio do designer carnavalesco Pedrinho da Rocha e do engenheiro de som Carlos Correia: "Foi o trio eltrico que alavancou a nova msica baiana. Com essa maravilhosa engenhoca as bandas e cantores baianos puderam levar seu som para praticamente todos os cantos do Pas; se fazer ouvir, independentemente da programao musical das rdios". At os anos 70, os trios eram mais veculos alegricos e utilizavam apenas as conhecidas bocas sedan de alto-falantes e os amplificadores com vlvula. Somente a partir da dcada de 80 iniciaram-se as montagens de trios com equipamentos totalmente transistorizados e dotados de um sistema de ar condicionado, sendo que as bocas de alto-falantes foram substitudas por modernas caixas de som. Atualmente, os trios eltricos so montados sobre carretas em substituio aos caminhes, sendo que essa opo leva em considerao a ampliao das reas internas e tambm a questo da segurana, seja nas ruas durante o desfile como nas rodovias durante as viagens. No interior do trio eltrico ficam, alm do camarim e das instalaes sanitrias, a sala de som onde esto os amplificadores (entre 30 e 60 aparelhos), o gerador, uma sala de mquinas para o fornecimento de energia para todo o veculo, e um sistema de ar condicionado para refrigerar e manter os equipamentos numa temperatura suportvel. Na parte de cima, alm dos equipamentos perifricos (como microfones, baterias e pedais de instrumentos musicais ), fica ainda todo o sistema de iluminao. Em sntese, a evoluo da eletrnica e o conseqente aumento da potncia dos amplificadores possibilitaram um importante aumento da intensidade da msica, especialmente daquela gerada nos trios eltricos. Esse fato tem cada vez mais preocupado as autoridades competentes e os especialistas, em razo dos potenciais efeitos nocivos audio e qualidade de vida tanto dos que

5

executam

como

daqueles

que

apreciam

a

msica

eletronicamente

amplificada.

Em Salvador, Bahia, a Legislao Municipal estabelece um limite mximo de 110 dB para os trios eltricos, 100 dB para os palcos fixos e 85 dB nas barracas. Contudo, durante o Carnaval de 1996, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente realizou 354 medies, sendo que 40% delas ultrapassaram os limites permitidos. J durante o Carnaval de 1997, foram realizados 530 medies entre as 89 entidades carnavalescas, tendo sido registrado nveis de presso sonora de at 130 decibis. No total, 38 entidades foram autuadas por terem ultrapassado o limite mximo de 110 decibis durante suas apresentaes no circuito do carnaval baiano (31). Preocupados com a realidade dos msicos de trio eltrico, RUSSO e colaboradores estudaram, em 1994, em Fortaleza (CE), 21 msicos de trio eltrico, aproveitando suas apresentaes na avenida beira mar durante a ltima copa mundial de futebol(32). Todos os msicos estudados foram entrevistados e submetidos exames audiomtricos, antes e logo aps o trmino do ensaio e da apresentao do trio eltrico. Os autores evidenciaram que todos os 21 msicos estudados (100%) apresentaram uma variao transitria do limiar auditivo para pior, variando de 10 a 35 dB, principalmente nas freqncias de 3000, 4000 e 6000 Hz. O zumbido esteve presente em 16 (76%) deles; a sensao de plenitude auricular foi manifestada por 6 (28%); a dor de cabea por 3 (14%) e, finalmente, a tontura foi relatada por 3 (14%) dos msicos avaliados. Uma anlise comparativa permite concluir que esses resultados fornecem indcios de que os msicos de trio eltrico so mais atingidos pelo rudo do que os msicos de rock e orquestra sinfnica, pois apresentaram com maior freqncia a variao de limiar auditivo e a ocorrncia de zumbidos, assim como dos demais sintomas. Alm da avaliao dos msicos, em seu estudo pioneiro RUSSO e colaboradores realizaram tambm a medio dos nveis sonoros obtidos no veculo do trio eltrico durante a apresentao, sendo determinados os valores de nvel de presso sonora em diferentes locais do veculo, isto , nas partes externa/inferior, superior, lateral, frontal, e interna/inferior, de acordo com o tipo de instrumento musical executado. Os valores de nvel de presso sonora obtidos nas diferentes partes do veculo do trio eltrico variaram de 104 dB(A) para o teclado a 114 dB(A) para a percusso, tendo sido obtido valor mdio de 109,4 dB(A). Foram observados ainda valores de 110 dB(A) nas partes frontal e superior/central, 109 dB(A) nas laterais, e 106 dB(A) na parte interior/inferior (32). Esses dados so corroborados pelos resultados das avaliaes realizadas pelos autores deste trabalho que, em Salvador, em de 1997, durante apresentao de um dos grupos musicais aqui estudados, observaram nveis sonoros que variaram de 92 a 116dB(A). Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo principal estudar a ocorrncia de perdas auditivas induzidas pelo rudo (PAIR) em trabalhadores em bandas e em trios eltricos, incluindo tanto os msicos como os demais profissionais de apoio.

MATERIAL E MTODOO presente trabalho constitui-se em um estudo de prevalncia, realizado no perodo de maio a dezembro de 1997 a partir da anlise de dados audiomtricos referentes a 187 trabalhadores em bandas e em trios eltricos em atividade em Salvador, Bahia.

Definio da Amostra: Entre julho e outubro de 1997, dois Agentes da Inspeo do Trabalho (Mdicos do Trabalho) da

6

Delegacia Regional do Trabalho no Estado da Bahia inspecionaram e notificaram 18 entidades denominadas "Banda" ou "Trio Eltrico" para providenciar a realizao dos exames audiomtricos de todos os trabalhadores expostos msica excessivamente amplificada durante suas apresentaes. As Bandas e Trios Eltricos foram selecionados e definidos pela Delegacia Regional doTrabalho (DRT/Bahia) a partir da indicao, solicitada Associao dos Blocos de Trio, Associao Baiana de Trios Independentes (ABTI), ao Sindicato dos Msicos Profissionais e ao Sindicato de Artistas e Tcnicos em Espetculos de Diverso do Estado da Bahia. Coleta e Processamento de Dados As Bandas e os Trios Eltricos selecionados foram notificados a apresentar, num prazo de trinta dias, cpia do resultado de pelo menos um exame audiomtrico, realizado nos ltimos 3 meses, por cada um dos trabalhadores que esto expostos msica excessivamente amplificada. Os exames audiomtricos foram realizados em Servios Mdicos contratados pelos empregadores, obedecendo s especificaes da legislao trabalhista em vigor, a Norma Regulamentadora n 7 da Portaria n 3214 de 08 de junho de 1978. Na audiometria tonal por via area foram testadas as freqncias de 500, 1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hertz, sendo que os exames foram realizados por profissionais habilitados (fonoaudilogo ou mdico) aps repouso acstico de mais de 14 horas e foram precedidos de otoscopia no momento do exame. A partir dessas informaes, foi constitudo um banco de dados, utilizando o programa Epi Info Verso 6.03(33), com as seguintes variveis: nome da banda ou do trio eltrico, nmero de identificao do trabalhador, idade, sexo, funo, data e servio onde foi realizada a audiometria, limiares auditivos (em decibis) para as freqncias de 500, 1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hertz em ouvido direito e em ouvido esquerdo, e classificao da perda auditiva segundo o tipo e o grau de perda. Definio da Varivel Dependente: a Perda Auditiva As perda auditivas foram classificadas segundo critrios diagnsticos de diferenciao entre perdas do tipo neurossensorial, condutiva e mista, amplamente estabelecidos pela clnica audiolgica, e a perda auditiva induzida pelo rudo (PAIR) segundo critrios definidos pelo Comit Nacional de Rudo e Conservao Auditiva, em 1994 (13). Neste sentido, os limiares auditivos foram considerados normais at 25 decibis (dB). Alm do tipo de perda, os traados audiomtricos foram classificados em relao ao grau de perda e, para isso, adotou-se a classificao proposta por Merluzzi e colaboradores, em 1989 (34). Para fins deste estudo, na classificao do grau de perda, foi decidido considerar o pior ouvido, independentemente do tipo ou grau de perda no outro ouvido, discriminando as perdas bilaterais das unilaterais. Definio das Variveis Independentes A varivel funo foi classificada a fim de permitir termos de comparao, utilizando como critrio a posio de cada trabalhador em relao ao processo produtivo (a apresentao da banda ou do trio eltrico) e sua exposio msica amplificada. Dessa forma, foram classificadas as seguintes funes: atividades ligadas produo, motorista, operador de som, contra-regra e msico. Os msicos foram classificados em vocalista, guitarrista, baixista, tecladista, baterista, percussionista e instrumentista de sopro (saxofonista, trompetista e trombonista).

7

RESULTADOS E DISCUSSOCom relao s caractersticas dos 187 trabalhadores avaliados pode-se dizer que, em seu conjunto, esta populao constituiu um grupo de trabalhadores jovens e do sexo masculino. A distribuio segundo o sexo mostrou que 91,4% dos trabalhadores avaliados eram do sexo masculino e apenas 8,6% do sexo feminino. A idade, no grupo avaliado, variou de 17 a 48 anos, sendo que a mdia de idade foi 30 anos (Tabela 01). Em relao distribuio por funo, conforme mostra a Tabela 02, dos 187 trabalhadores avaliados, 114 eram msicos, 36 contra-regras, 17 ligados produo, 12 operadores de som e 8 motoristas. Quanto ao tipo de instrumento musical executado, dos 114 msicos avaliados, 30 eram percussionistas, 21 vocalistas, 15 guitarristas, 14 baixistas, 13 bateristas, 13 tecladistas e 8 instrumentistas de sopro. Entre os trabalhadores avaliados, a prevalncia de perda auditiva induzida por rudo (PAIR) foi 40,6%, o que significa que 76 trabalhadores apresentaram tal alterao, conforme mostra a Tabela 03. Em relao funo, observou-se uma prevalncia de PAIR de 44,4% entre os contra-regras, 41,2% entre os trabalhadores ligados produo, 40,4% entre os msicos, 37,5% entre os motoristas, e 33,3% entre os operadores de som. Comparando-se os msicos entre si, segundo o instrumento executado, observou-se uma prevalncia de PAIR de 57,1% entre os baixistas, 46,2% entre os bateristas, 43,3% entre os percussionistas, 40,0% entre os guitarristas, 38,5% entre os tecladistas 37,5% entre os instrumentistas de sopro e 23,8% entre os vocalistas, conforme mostra a Tabela 04. Em sntese, dos 187 trabalhadores avaliados, 76 apresentaram PAIR, sendo que 46 eram msicos, 16 contra-regras, 7 ligados produo, 4 operadores de som e 3 motoristas. Dos 114 msicos avaliados, 46 deles apresentaram PAIR, sendo 13 percussionistas, 8 baixistas, 6 bateristas, 6 guitarristas, 5 vocalistas, 5 tecladistas e 3 instrumentistas de sopro. importante ressaltar que apenas 42,1% dos casos de PAIR foram classificados como 1 Grau da Classificao de Merluzzi, que corresponde fase inicial da doena, quando as perdas auditivas limitam-se s freqncias altas(4000 a 8000 Hertz). Em mais da metade dos casos diagnosticados de PAIR, com a evoluo das leses, aps o aprofundamento nas freqncias altas, as perdas estenderam-se progressivamente para as freqncias intermedirias (3000 Hertz) e para as baixas freqncias (2000 a 250 Hertz). Considerando o total de trabalhadores com PAIR, observou-se que 31,6% apresentaram perdas de 2 Grau, 22,4% perdas de 3 Grau, 1,3% perdas de 4 Grau, e 2,6% perdas de 5 Grau, como pode ser observado nas Tabelas 05 e 06. Em suma, dos 76 casos diagnosticados de PAIR, 32 deles foram classificados como 1 Grau, 24 de 2 Grau, 17 de 3 Grau, 1 de 4 Grau e 2 de 5 Grau. As freqncias mais atingidas foram as de 3000, 4000 e 6000Hertz (Tabelas 05 e 06). Em relao funo, as leses mais graves e profundas foram evidenciadas entre os baixistas, percussionistas, bateristas, vocalistas e trabalhadores ligados produo, como pode ser observado na Tabela 07. A respeito da ocorrncia de outros tipos de perdas auditivas, convm ressaltar as baixas prevalncias

8

(0,5%) das perdas dos tipos condutiva e mista (Tabela 03). Outro aspecto importante do desgaste sade detectado neste estudo diz respeito distribuio das perdas auditivas entre as funes. As prevalncias de perdas auditivas em trabalhadores ligados produo, em motoristas, em operadores de som e em contra-regras indicam que h uma populao maior de trabalhadores expostos alm dos prprios msicos, inclusive com maior ocorrncia de PAIR, em alguns casos (Tabela 07).

CONCLUSESA influncia da msica eletronicamente amplificada como fator causal de uma perda auditiva induzida pelo rudo (PAIR) motivo de polmica na literatura internacional. Entre os 187 trabalhadores em bandas e em trios eltricos avaliados neste trabalho, a prevalncia de perda auditiva induzida por rudo(PAIR) foi de 40,6%, o que significa que 76 trabalhadores apresentaram tal alterao. Em mais da metade dos casos diagnosticados de PAIR as leses eram graves e avanadas, especialmente entre os baixistas, percussionistas, bateristas e vocalistas. As prevalncias de perdas auditivas em trabalhadores ligados produo, motoristas, operadores de som e contra-regras indicam que h uma populao maior de trabalhadores expostos msica excessivamente amplificada alm dos prprios msicos. Esse fato, associado aos elevados nveis sonoros registrados atualmente em eventos musicais, torna evidente a necessidade do desenvolvimento de estudos com o objetivo de avaliar os efeitos nocivos audio e qualidade de vida daqueles que apreciam a msica eletronicamente amplificada. As concluses do presente trabalho apontam a importncia da implementao, por parte dos empregadores, de Programas de Conservao Auditiva com o objetivo de prevenir a instalao ou evoluo de perdas auditivas em trabalhadores em bandas e em trios eltricos, devendo ser contemplados pelo menos os seguintes aspectos bsicos:

1. PROGRAMA DE CONTROLE MDICOMonitoramento dos trabalhadores expostos msica excessivamente amplificada (msicos e pessoal de apoio) atravs de exames audiomtricos realizados por ocasio do exame admissional, seis meses aps a admisso e, posteriormente, a cada ano.Do ponto de vista preventivo, de suma importncia a deteco precoce dos indivduos suscetveis. Convm recordar, ainda, da obrigatoriedade de notificar Previdncia Social todos os casos diagnosticados de perda auditiva induzida pelo rudo, atravs da emisso da Comunicao de Acidentes de Trabalho CAT.

2. PROGRAMA DE AVALIAO AMBIENTALMedio peridica dos nveis de presso sonora durante as apresentaes das bandas e dos trios eltricos, utilizando decibelmetros. Os nveis de presso sonora no podem exceder o limite de 110 dB(A) estabelecido pela legislao municipal. Os tempos de exposio aos nveis de presso sonora no devem exceder os limites de tolerncia fixados no Anexo 1 da NR-15 da Portaria n 3214/78. Alm disso, recomendvel o monitoramento da exposio individual, buscando definir a dose de rudo recebida por cada um dos trabalhadores (dosimetria).

3. MEDIDAS DE PROTEO COLETIVAa. Medidas Organizativas - Exemplos: introduo de pausas durante as apresentaes ( recomendvel uma pausa

9

de 1 minuto para cada 6 minutos de msica);

b.

reorganizao da seqncia do repertrio musical a ser executado; reduo do nmero e/ou da durao das apresentaes.

Medidas de Controle Ambiental - Exemplos reduo do volume dos alto-falantes conectados em microfones e instrumentos musicais ( recomendvel no ultrapassar o limite de 100 dB(A));

reorganizao do "layout" da banda de msicos; implantao e/ou otimizao do programa de manuteno preventiva e corretiva em mquinas e equipamentos;

isolamento e/ou enclausuramento de mquinas e equipamentos ruidosos (como geradores, casa de mquinas, sistema de refrigerao, entre outros);

4.

tratamento acstico na cabine e no interior do veculo do trio eltrico. MEDIDAS DE PROTEO INDIVIDUAL

a.

Protetor Auricular Uso constante e obrigatrio de protetores auriculares de insero ("plugs"), que devem ser fornecidos gratuitamente pelo empregador. Os trabalhadores devem ser treinados quanto a correta utilizao e manuteno dos protetores auriculares, devendo ser orientados sobreas limitaes de proteo que eles oferecem. Estudos diversos tem evidenciado que os protetores auriculares podem abafar de 15 a 20 decibis (35,36).

b.

Magnsio Oral Estudos tem apontado que a suscetibilidade individual parece ser o fator mais importante na gnese da perda auditiva induzida pelo rudo (37), e que essa suscetibilidade pode ser afetada por mecanismos bioqumicos relacionados com os nveis sricos de magnsio (5, 38 ). A associao de aumento da perda auditiva com baixos nveis de magnsio srico tem sido demonstrada em experincia com animais, sendo que dietas ricas em magnsio reduzem as perdas auditivas em animais expostos nveis excessivos de rudo (11, 39). Em humanos, um estudo retrospectivo revelou que as alteraes dos limiares auditivos nas freqncias de 3000 a 5000 Hertz esto correlacionadas negativamente com o nvel de magnsio srico (40). Finalmente, em 1994, estudo de ATTIAS e colaboradores demonstrou que a administrao de magnsio oral (167 mg por dia de aspartato de magnsio) pode ser til como um agente profiltico natural para prevenir a perda auditiva em indivduos expostos ao rudo (41).

5.

PROGRAMA EDUCATIVO Um programa educativo deve ser desenvolvido com o objetivo de levar ao conhecimento, tanto de trabalhadores como de empregadores, os riscos exposio msica

10

excessivamente amplificada e as medidas de proteo que podem ser adotadas, buscando seu envolvimento na implantao e execuo do programa de conservao auditiva. Tabela 01 - Distribuio dos trabalhadores avaliados segundo sexo e idade. Salvador, Bahia, 1997 CARACTERSTICAS - TOTAL DE TRABALHADORES - N - % -------------------------------SEXO FEMININO MASCULINO - 16 - 8,6 - 171 - 91,4

FAIXA ETRIA * 17 26 31 36 41 a a a a a 25 30 35 40 48 43 65 51 17 11 23 34,8 27,2 9,1 5,9

TOTAL

- 187 - 100

* Mdia de idade: 30 anos

Tabela 02 - Distribuio dos trabalhadores avaliados segundo a funo. Salvador, Bahia, 1997 FUNO - TOTAL DE TRABALHADORES - N - % ---------------------------------CONTRA-REGRA - 36 - 19,3 PRODUO - 17 - 9,1 OPERADOR DE SOM - 12 - 6,4 MOTORISTA - 8 - 4,3 MSICO (TOTAL) - 114 - 60,9 PERCUSSIONISTA - 30 - 16 VOCALISTA - 21 - 11,2 GUITARRISTA - 15 - 8 BAIXISTA - 14 - 7,5 BATERISTA - 13 - 7 TECLADISTA - 13 - 7 INSTRUM. SOPRO - 8 - 4,2 TOTAL - 187 - 100

Tabela 03 - Distribuio dos trabalhadores avaliados segundo tipo de perda auditiva. Salvador, Bahia, 1997 TIPO DE PERDA AUDITIVA - TOTAL DE TRABALHADORES - N - % -----------------------------------------

11

NEUROSSENSORIAL CONDUTIVA - 1 MISTA - 1 NORMAL - 109 TOTAL

76 - 40,6 - 0,5 0,5 - 58,4

- 187 - 100

Tabela 04 - Distribuio dos trabalhadores avaliados por funo segundo tipo de perda auditiva. Salvador, Bahia, 1997 FUNO - TIPO DE PERDA AUDITIVA - Total

- Neurossensorial - Condutiva - Mista - Normal ------------------------------------------------------------------------------CONTRA-REGRA - 16 (44,4%) PRODUO - 7 (41,2%) MOTORISTA - 3 (37,5%) OPERADOR DE SOM - 4 (33,3%) MSICO (TOTAL) - 46 (40,4%) BAIXISTA - 8 (57,1%) BATERISTA - 6 (46,2%) PERCUSSIONISTA - 13 (43,3%) GUITARRISTA - 6 (40,0%) TECLADISTA - 5 (38,5%) INSTRUM. SOPRO - 3 (37,5%) VOCALISTA - 5 (23,8%) TOTAL - 76 (40,6%) -

- 20 (55,6%) - 36 - 10 (58,8%) - 17 - 1 (12,5%) - 4 (50,0%) - 8 - 8 (66,7%) - 12 - 1 (0,9%) - 67 (58,7%) - 114 - 6 (42,9%) - 14 - 7 (53,8%) - 13 - 1 (3,3%) - 16 (53,4%) - 30 - 9 (60,0%) - 15 - 8 (61,5%) - 13 - 5 (62,5%) - 8 - 16 (76,2%) - 21

- 1 (0,5%) - 1 (0,5%) - 109 (58,4%) - 187

Tabela 05 - Distribuio dos trabalhadores avaliados por grau de perda auditiva, segundo classificao de Merluzzi. Salvador, Bahia, 1997 GRAU DE PERDA - TOTAL DE AUDITIVA TRABALHADORES - N - % -----------------------------NORMAL 1 2 3 4 5 6 7 GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU - 109 - 58,4 - 32 - 17,1 - 24 - 12,8 - 17 - 9,1 - 1 - 0,5 - 2 - 1,1 - 1 - 0,5 - 1 - 0,5 - 187 - 100

TOTAL

Tabela 06 - Distribuio dos trabalhadores com PAIR segundo grau de perda auditiva (classificao de merluzzi). Salvador, Bahia, 1997 GRAU DE PERDA - TRABALHADORES AUDITIVA COM PAIR - N - %

12

-----------------------------1 2 3 4 5 GRAU GRAU GRAU GRAU GRAU 32 24 17 01 02 42,1 31,6 22,4 1,3 2,6

TOTAL

- 76

- 100,0

Tabela 07 - Distribuio dos trabalhadores com PAIR por funo segundo grau de perda auditiva (classificao de Merluzzi). Salvador, Bahia, 1997 FUNO GRAU DE PERDA AUDITIVA - 1 GRAU - 2 GRAU - 3 GRAU - 4 GRAU - 5 GRAU - TOTAL - N (%) - N (%) - N (%) - N (%) - N (%) -

---------------------------------------------------------------------------------------CONTRA-REGRA - 11 (68,2%) - 5 (31,2%) - 16 PRODUO - 3 (42,9%) - 3 (42,9%) - 1 (14,2%) - 7 MOTORISTA - 2 (66,7%) - 1 (33,3%) - 3 OPERADOR DE SOM - 3 (75,0%) - 1 (25,0%) - 4 MSICO (TOTAL) - 13 (28,3%) - 2 (66,7%) - 15 (32,6%) - 1 (2,2%) - 2 (4,3%) - 46 BAIXISTA - 2 (25,0%) - 3 (37,5%) - 3 (37,5%) - 8 BATERISTA - 2 (33,3%) - 4 (66,7%) - 6 PERCUSSIONISTA - 4 (30,8%) - 3 (23,1%) - 4 (30,8%) - 2 (15,3%) - 13 GUITARRISTA - 3 (50,0%) - 2 (33,3%) - 1 (16,7%) - 6 TECLADISTA - 3 (60,0%) - 2 (40,0%) - 5 INSTRUM. SOPRO - 1 (33,3%) -2 (66,7%) - 3 VOCALISTA - 1 (20,0%) -2 (40,0%) -1 (20,0%) -1 (20,0%) - 5 TOTAL - 32 (42,1%) - 24 (31,6%) - 17 (22,4%) - 01 (1,3%) - 02 (2,6%) 76 -

REFERNCIA BIBLIOGRFICA

1.2.

CHAWDWICK, D. L. - Music and Hearing. Proc. R. Soc. Med., v. 66, p. 1078-82, 1973. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. Nveis de Rudo para Conforto Acstico, NBR-95, Rio de Janeiro, 1987. COSTA,E.A . & KITAMURA, S. Patologia do Trabalho Segundo Aparelho ou Sistema: rgos dos sentidos: audio. In: MENDES, R. (Org). Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro : Editora Atheneu, 1995. LIM, D.J. & DUNN, D.E. Anatomic Correlates of Noise Induced Hearing Loss.Otolaryngol Clin North Am, 12(3) : 493-513, 1979. HUDSPETH, A . J. The Cellular Basis of Hearing: The Biophysics of Hair Cells. Science, 230 : 745-752, 1985.

3.

4.

5.6.

MERLUZZI, F. "Occupational Deafness". In: ILO - International Labour Office. Encyclopaedia of Occupational Health and Safety. Geneva, 1983. 3rd edition. Vol. 1:593-6.

13

7. 8. 9.

CONSENSUS CONFERENCE. Noise and Hearing Loss. JAMA, 263(23):3185- 3190, June, 1990. TOUMA, J.B. Controversies in Noise-Induced Hearing Loss ( NIHL): review. Ann. Occup. Hyg., 36(2) : 199-209, 1992. STANSFELD, S. A . Noise, noise sensitivity and psychiatric disorder: epidemiological and psychophysiological studies. Psychol. Med.(Supl 22):1-44,1992

10. OYSTER,

L,H, & THOMAS, W.G. Age effects Hearing Levels for a White Nonindustrial Noise

Exposed Population (NINEP) and Their Use in Evaluating Industrial Hearing Conservation Programs. Am Ind Hyg. Assoc. J. 40:504-511, 1979.

11. JOACHIMS, Z.; BABISCH, W.; ISING, H.; GNTHER, T.; HANDROCK, M.Dependence of noiseinduced hearing loss upon perilymph magnesium concentration. J. Acoust. Soc. Am., 74 : 104-108, 1983.

12. SAEED, S. R. Hearing Loss. Practitioner, 238(1539):454-60, Jun. 1994.13. COMIT NACIONAL DE RUDO E CONSERVAO AUDITIVA.Perda Auditiva Induzida pelo Rudo Relacionada ao Trabalho.Acta Awho,13(3):126-7, set.-dez1994.

14. BRASIL.

Ministrio doTrabalho.Delegacia Regional do Trabalho no Estado da Bahia. Surdez

Ocupacional na Regio Metropolitana de Salvador, Bahia - Uma Proposta de Ao Fiscalizadora. Salvador, dezembro de 1994. (mimeo)

15. PEREIRA, C.A. Surdez Profissional em trabalhadores metalrgicos : estudo epidemiolgico emuma indstria da Grande So Paulo. Dissertao Mestrado Fac. Sade Pblica - USP. So Paulo, 1978.

16. MENDES,

R. Impacto dos efeitos da ocupao sobre a sade dos trabalhadores. Rev. de

Sade Pblica , So Paulo, 22(5):441-457, 1988.

17. BUSCHINELLI, J.T.P. Epidemiologia das Doenas Profissionais Registradas no Brasil na Dcadade 80. Dissertao de Mestrado em Sade Pblica. Faculdade de Sade Pblica USP. So Paulo, 1993. 18. CLARK, W. W. Noise Exposure from Leisure Activities : A Rewiew. Acoust. Soc. Am., 90(1) : 175-181, 1991.

19. JORGE,

J.J. Avaliao dos Limiares Auditivos de Jovens e sua Relao com Hbitos de

Exposio Msica Eletronicamente Amplificada. Tese de Doutorado Universidade de So Paulo. So Paulo, 1993.

20. MEYER-BISCH, C. Epidemiological Evaluation of Hearing Damage Related to Strongly AmpliedMusic (Personal Cassete Players, Discotheques, Rock Concerts) High-definition Audiometric Survey on 1364 Subjects. Audiology,35(3):121-42, 1996.

21. YASSI,

A.; POLLOCK, N.; TRAN, N.; CHEANG, M. Risks to Hearing from a Rock Concert. Can.

Fam. Physician, 39 : 1045-1050, 1993.

22. WHITTLE,

L.S. & ROBINSON, D.W. Discothechs and Pop Music as a Source of Noise Induced

Hearing Loss - A Rewiew and Bibliography. National Physical Lab Acoustic Report. v. 66,

14

1974.

23. ISING,

H.; HANEL, J.; PILGRAMM, M.; BABISCH, W.; LINDTHAMMER, A .Risk of hearing loss

caused by listening to music via headphones. HNO(1994), 42 : 764-8, 1994.

24. RAMSEY, 25. OKADA,

K. L. & SIMMONS, F. B. High-powered automobile stereos. Otolaryngol Head Neck

Sur, 109(1) : 108-110, 1993. H.; YAMANNE, H.; NAKAI, Y. Morphological Changes of the Spiral Vessel after Rock

Music Exposure. Acta Otolaryngol. (Stockh) Suppl. 486: 61-65, 1991.

26. PALIN, S. L. Does classical music damage the hearing of musicians? A review of the literature.Occup. Med(Oxf), 44(3) : 130-136, 1994.

27. GUNDERSEN, E.; MOLINE, J.; CATALANO, P. Risks of Developing Noise -Induced Hearing Lossin Employees of Urban Music Clubs. Am. J. Ind. Med., 31(1) : 75-9, 1997. 28. BARRIA, R. R. Las alteraciones de la voz en el cantante debidas a perdidas auditivas profesionales. Folha Med., 95(5/6) : 355-7, nov. - dez. 1987.

29. FERNANDES,

A .P.; MARQUES, R.M.; MARQUES, S.R. Um Estudo sobre os Efeitos da

Exposio Msica em Msicos de Orquestra Sinfnica. Monografia de Iniciao Cientfica. Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo. So Paulo, 1994.

30. MORDINI,

C.A .; BRANCO, F.C.A .; RODRIGUES, P.F. Um Estudo sobre os Efeitos da

Exposio Msica em Msicos de Rock and Roll. Monografia de Iniciao Cientfica. Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo. So Paulo,1994.

31. PREFEITURA

MUNICIPAL DE SALVADOR(BA). Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Avaliao do Rudo Ambiental: Relatrio de desempenho geral das entidades no circuito do carnaval de 1997. Salvador, maro de 1997. (mimeo)

32. RUSSO,

I.C.P.; SANTOS, T.M.M.; BUSGAIB, B.B.; OSTERNE, F.J.V. Um Estudo Comparativo

Sobre os Efeitos da Exposio Msica em Msicos de Trio Eltrico. Rev. Bras. Otorrinolaringol, 61(6) : 477-84, Nov. - Dez., 1995.

33. DEAN,

A.G.;DEAN, J.A.;BURTON, A.H.;DICKER, R.C. Epi Info, Version 6.03. A Word

Processing, Database, and Statistics Program for Public Health. Center for Disease Control & Prevention(CDC),USA. World Health Organization, Geneva,1996.

34. MERLUZZI,

F. Programa di Prevenzione dei Danni Auditivi da Rumore. Instituto di Medicina

del Lavoro, Universit di Milano, 1989.

35. BERGER, E. H. Methods of measuring the attenuation of hearing protection devices.Soc. Am., 79 : 1655-1687, 1986.

J. Acoust.

36. SUTER, 37. ATTIAS,

A . H.; LEMPERT, B. L.; FRANKS, J.R. Real-ear attenuation of earmuffs in normal-

hearing and hearing-impaired individuals. J. Acoust. Soc. Am., 87(5) : 2114-2117, 1990. J. & PRATT, H. Auditory-evoked potentials correlates of susceptibility to noise

induced hearing loss. Audiology, 24 : 149-156, 1985.

15

38. GUENTHER, 39. JOACHIM, 40. EBEL,

T.; ISING, H.; JOACHIM, Z. Biochemical mechanisms affecting susceptibility to

noise-induced hearing loss. Am. J. Otol, 10 : 36-41, 1989. Z.; ISING, H.; GUENTHER, T. Noise-induced hearing loss in humans as a function

of serum Mg concentration. Magnes Bull, 9 : 130-131, 1987. H. & GUENTHER, T. Magnesium metabolism: A review. J. Clin. Chem. Clin. Biochem.,

18 : 257-270, 1980.

41. ATTIAS,

J.; WEISZ, G.; ALMOG, S.; SHAHAR, A .;WIENER, M.; JOACHIMS, Z.; NETZER, A .;

ISING, H.; REBENTISCH, E.; GUENTHER, T. Oral Magnesium Intake Reduces Permanent Hearing Loss Induced by Noise Exposure. Am. J. Otolaryngol, 15(1) : 26-32, 1994.

16