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A ECONOMIA DE CORRIDA E O TREINO DE FORÇA EM CORREDORES DE MEIO FUNDO E FUNDO Artigo publicado na Revista Mundo da Corrida (Atletismo - PORTUGAL) - Miguel, P.P. (2008) A Economia de Corrida e o Treino de Força em corredores de Meio Fundo e Fundo. Mundo da Corrida suplemento nº 320 da Revista Atletismo Jul/08 pp34-37 Paulo Paixão Miguel [email protected] Treinador de Atletismo Docente na Escola Superior de Desporto de Rio Maior Mestre em Alto Rendimento Desportivo Doutorando em Rendimento Desportivo Corredor Popular

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A ECONOMIA DE CORRIDA E O TREINO DE FORÇA EM CORREDORES

DE MEIO FUNDO E FUNDO

Artigo publicado na Revista Mundo da Corrida (Atletismo - PORTUGAL)

- Miguel, P.P. (2008) A Economia de Corrida e o Treino de Força em

corredores de Meio Fundo e Fundo. Mundo da Corrida – suplemento nº 320 da

Revista Atletismo Jul/08 pp34-37

Paulo Paixão Miguel

[email protected]

Treinador de Atletismo

Docente na Escola Superior de Desporto de Rio Maior

Mestre em Alto Rendimento Desportivo

Doutorando em Rendimento Desportivo

Corredor Popular

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Introdução

Todos os que estamos envolvidos na prática desportiva competitiva

ambicionamos sempre ir um pouco mais além. No caso das corridas, pretendemos que

os atletas consigam correr mais rápido um determinado percurso. Esta afirmação que

parece ridiculamente simples, apresenta-se-nos a todos (atletas, treinadores,

investigadores e outros agentes, para além do público em geral) de forma constante,

manifestamente complicada de alcançar.

Até à data, a evolução da performance tem sido conseguida, fundamentalmente,

muito à custa das experiências acumuladas de treinadores e atletas, da contribuição que

o conhecimento científico de diversas áreas tem proporcionado, bem como de melhores

recurso colocados à disposição.

Entre muitos aspectos determinantes de um bom resultado nas corridas de meio

fundo e fundo, o consumo máximo de oxigénio (VO2max) e a capacidade que os atletas

tenham de metabolizar energia de forma aeróbia num nível tão próximo quanto possível

daquele valor (limiar anaeróbio), têm sido os mais considerados.

Não obstante a importância dos referidos aspectos fisiológicos, alguns

investigadores têm-se dedicado ao estudo das características que diferenciam os

melhores atletas mundiais, nomeadamente a distinção entre os melhores africanos e

europeus, dado que especialmente na última década temos vindo a apreciar um grande

fosso ao nível da performance obtida por esses atletas.

À parte alguns aspectos sociológicos referenciados, as diferenças principais

encontradas foram, ao nível do biótipo dos atletas (geralmente mais longilineos e com

diferente distribuição de massa muscular nos membros inferiores – maior quantidade

nos glúteos e menor nos quadricipedes) e especialmente no que se refere a uma

economia de corrida muito superior.

A economia de corrida é influenciada por diversos factores, entre eles o biótipo

dos atletas. Daí que atletas mais pesados sejam geralmente menos eficientes e também

por essa razão os africanos são geralmente mais eficientes devido a uma vantagem

biomecânica (acima referida). Outro aspecto que influencia muito a economia de corrida

é o nível de força do atleta.

Neste sentido, no presente artigo pretendemos apresentar aos leitores da revista

atletismo uma revisão muito breve sobre, a Influência da Força na Corrida, alguns

Estudos de Treino de Força efectuados com corredores e ainda um tópico sobre a

própria Economia de corrida.

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Devemos referir que este trabalho surge na sequência das investigações que

temos desenvolvido no tema e que pretendemos continuar a desenvolver. Pelo que,

lançamos o desafio aos atletas de meio fundo e fundo portugueses que queiram tomar

parte num estudo acerca da influência do treino de força na economia de corrida, o favor

de nos contactarem1. O estudo está a ser desenvolvido no âmbito do Doutoramento em

Rendimento Desportivo na Universidade Castilha la Mancha (Toledo-Espanha) e com a

colaboração da Escola Superior de Desporto de Rio Maior.

Desta forma, a última parte deste artigo apresenta a justificação e pertinência do

estudo, seguidos do protocolo de treinos que pretendemos levar a efeito a fim de

confirmar as hipóteses de influencia positiva na economia de corrida, no nível de força,

e em última análise do rendimento.

Para os atletas que pretendam tomar parte do estudo, apresentamos como

vantagens imediatas a possibilidade de avaliação de parâmetros de força e cardio-

respiratórios, a troca de experiências e aumento de conhecimentos sobre o tema. A

médio/ longo prazo, a possibilidade de efeitos positivos na performance.

Influencia da força na Corrida

Como sabemos, a Força é uma capacidade física essencial no rendimento de

qualquer actividade desportiva. No caso das corridas, especialmente nas corridas de

velocidade curta tem sido estudada e demonstrada por vários autores a sua importância

no rendimento (Hennessy & Kilty, 2001; Vittori 1996; Locatelli e Lacour, 2004).

Também nas corridas de velocidade prolongada alguns estudos demonstraram

como esta capacidade pode ser determinante (Numella et all, 1994; Costa, 1996; Miguel

e Reis, 2004). Na corrida de 400m, bem como nas corridas de meio-fundo curto

especialmente nos 800m, parece que apresenta maior importância a capacidade de

manter e produzir elevados níveis de força durante muito tempo.

Como sugerem Harre e Leopold (1987), nas provas de velocidade prolongada e

de meio-fundo curto, a Resistência de força é a base de manutenção da força rápida do

movimento cíclico, sendo portanto um aspecto determinante para o resultado

competitivo. Para os referidos autores, o conceito de Resistência de força define um

pressuposto condicional da prestação determinado pela associação entre a força

(máxima ou rápida) e a resistência. A primeira distinção que efectuam, diz respeito à

1 Pretendem-se 30 a 40 voluntários seniores (20 a 35anos) com marcas aos 3000 entre 8.15 e 9.45

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separação entre a Resistência Absoluta e a Resistência Relativa da Força. A primeira diz

respeito ao valor médio absoluto do desenvolvimento repetido da força realizada,

enquanto a segunda pode definir-se como a capacidade do atleta se opor à fadiga,

referindo-se á diferença entre o máximo rendimento possível de força (sem diminuição

devida à fadiga) e o valor médio de força desenvolvido durante o esforço.

A fim de perceber as condições particulares de cada disciplina desportiva, estes

autores apresentam uma estruturação da Resistência de força que pode ser consultada no

esquema da figura 1.

Forma de

Movimento

Empenho

da força

Tipo de trabalho

muscular

máxima ou inferior à máxima máxima inferior à máxima média a próxima da máxima

Resistência estática à força máxima

(ou inferior à máxima)

Constante - Intermitente - Repetitivo

Estático

Resistência à

Força Máxima

Resistência à

Força Rápida

Aciclico

Resistência à

Força Rápida

Ciclico

Dinâmico

Resistência de Força

Figura 1 – Esquema de Classificação da Resistência de Força (Harre & Leopold, 1987)

Também Siff & Verkhoshansky (2000), sugerem que a Força-resistência

proporciona um nível alto de capacidade de trabalho especial, que é sobretudo típico dos

desportos cíclicos nos quais se executam acções de grande potência. Dando claramente

a entender que estamos a referirmo-nos a provas de velocidade resistente ou de meio-

fundo curto, ou seja os 400m e 800m.

Contudo esta combinação entre a força e a resistência parece não ser tarefa fácil,

especialmente quando nos referimos ao treino destas duas capacidades conjugadas,

conhecido por Treino Concorrente (Docherty & Sporer, 2000; Leveritt, Abernethy,

Barry, & Logan, 1999; Tanaka & Swensen, 1998). Quando nos referimos ao tipo de

treino que habitualmente é realizado por corredores de fundo e meio-fundo já sabemos

que é maioritariamente composto por trabalho relacionado com a capacidade

resistência. Não obstante, os benefícios do treino de força nestes corredores têm vindo a

ser estudados e parecem não comprometer e inclusive contribuem para a melhoria do

rendimento nas corridas de meio-fundo e fundo (Jung, 2003).

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Estudos sobre Treino da Força com corredores de meio fundo e fundo

Verkhoshansky (1999) num estudo com meio-fundistas da selecção nacional

russa, verificou que a aplicação de um programa específico concebido para o

desenvolvimento da capacidade de manifestar força explosiva e capacidade reactiva em

condições de esgotamento, levou a que os atletas do grupo experimental melhorassem

as referidas capacidades, o que por sua vez levou a que conseguissem também obter

melhores resultados competitivos do que o grupo de controlo, não obstante o menor

volume de corrida realizado em treino. Este estudo parece sugerir que os atletas possam

ter melhorado o rendimento à custa dum incremento de origem neuromuscular.

Outros estudos também verificaram a melhoria da performance em corridas de

meio-fundo graças à aplicação de um programa de treino pliometrico e respectiva

influencia na função neuro-muscular com uma melhor economia de corrida (Spurrs,

Murphy, & Watsford, 2003; Turner, Owings, & Schwane, 2003). Outros ainda,

utilizaram programas de treino de força com cargas elevadas, tendo verificado que sem

alteração do VO2máx se conseguiu uma melhoria do rendimento graças a um

incremento da economia de corrida (Johnston, Quinn, Kertzer, & Vroman, 1997; Millet,

Jaouen, Borrani, & Candau, 2002).

A economia de corrida

A economia de corrida (EC) é habitualmente definida pela exigência energética

que uma determinada velocidade de corrida submáxima apresenta (Saunders, Pyne,

Telford, & Hawley, 2004). Quanto menor for o VO2 de um atleta a determinada

velocidade, mais eficiente este será e consequentemente melhores as suas possibilidades

de rendimento em eventos de resistência. A determinação da EC tem sido efectuada em

laboratório e mais recentemente também em testes de terreno (Lucia et al., 2006;

Nummela et al., 2006; Paavolainen, Hakkinen, Hamalainen, Nummela, & Rusko, 1999).

Segundo Foster y Lucia (2007), a metodologia utilizada para a referida determinação

consiste em realizar corridas progressivas com patamares de duração de 4 a 10 minutos

(sendo estes suficientes para atingir um estado de equilíbrio fisiológico) e com uma

intensidade inferior ao limiar ventilatório. A expressão da economia de corrida pode ser

apresentada de diversas formas, sendo a mais habitual a interpolação ou extrapolação do

VO2 consumido à velocidade de 4,47m/s a qual corresponde a 3,44min/km (Foster &

Lucia, 2007).

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Justificação do estudo a realizar com corredores Portugueses

A economia de corrida (EC) é um aspecto determinante na performance em

eventos de meio fundo e fundo. Embora o consumo máximo de oxigénio (VO2max) e a

capacidade de manter uma elevada percentagem de VO2max por um longo período de

tempo sejam também aspectos determinantes (Foster y Lúcia, 2007), a EC parece ser

um melhor predictor da performance (Saunders et all, 2004a).

Como vimos anteriormente, o treino de força com corredores desde que bem

conjugado com treino de resistência pode favorecer a melhoria da EC e

consequentemente da performance dos atletas. Estas melhorias podem ocorrer inclusive

sem alteração dos parâmetros habitualmente associados ao treino de resistência

nomeadamente o VO2máx.

Ainda que alguns estudos se tenham debruçado sobre os aspectos acima

referidos (Jung, 2003; Nummela et al., 2006; Paavolainen, Hakkinen, Hamalainen,

Nummela, & Rusko, 1999; Spurrs et al., 2003; Turner et al., 2003), nestes trabalhos

tem-se dado particular importância aos efeitos do treino pliométrico ou do treino de

pesos mais clássico, pelo que julgamos pertinente conhecer outras formas alternativas

de combinação do treino de força conjugado com o trabalho habitual que os corredores

de meio-fundo e fundo realizam. Estamos a referirmo-nos nomeadamente ao treino de

rampas, muito utilizado e pouco estudado e ainda aos exercícios com cargas baixas

movidas à máxima velocidade, incluindo saltos e que se chamam balísticos (Kawamori

& Haff, 2004; Stone et al., 2003). A combinação destes exercícios com o gesto da

especialidade desportiva, neste caso a corrida a uma velocidade média ou elevada, tem

sido proposta por diversos autores (Cometti, 2001; Donati, 1996; Miguel & Reis, 2004).

Desta forma, no estudo a levar a cabo, pretendemos saber se:

- O treino de força em corredores de meio-fundo e fundo, através da realização de

Rampas durante 4 semanas, beneficia a EC?

- O treino de força em corredores de meio-fundo e fundo, através da realização de

uma sequência de exercícios de força associados (combinação de saltos com e sem

pesos livres com corrida rápida) durante 4 semanas, beneficia a EC?

- Qual dos tipos de trabalho acima descritos é mais eficaz para a EC?

- Qual o efeito dos dois tipos de treino na Força explosiva e Resistência de força

explosiva?

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Protocolo a realizar

1. Treino de Força – Rampas (Grupo Experimental 1)

As Rampas serão realizadas numa extensão de 120m, inclinação de 5%;

2ª3x/ semana (ver tabela 1)

8 a 12 reps/ sessão

Tabela 1 – Evolução do nº de Rampas ao longo das sessões de treino

total (m.)

Semana sessão Rampas corrida

1 1 8x 960

2 8x 960

2 3 10x 1200

4 10x 1200

5 8x 960

3 6 10x 1200

7 12x 1440

8 8x 960

4 9 12x 1440

10 8x 1200

2. Treino de Força – Sequencia de Força Velocidade (Grupo experimental 2)

Baseada nas sugestões de (Cometti, 2001; Donati, 1996; Miguel & Reis, 2004):

Sequencia 1:

5CMJ (saltos com contramovimento sem ajuda de braços)

10 Step-up salto (saltos alternados com barra 20kg e apoio numa caixa de 25cm)

60m (corrida rápida)

5CMJ

Figura 2 – Step – up com salto alternado e barra

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Scuencia 2:

7 Saltos Reactivos (con ajuda de braços e sem flexão de joelhos)

15 Saltitares no lugar c/pernas destacadas (5+5+5; 20kg)

150m (corrida rápida)

7 Saltos Reactivos

CMJ

Figura 3 – Saltitares com barra (no lugar – com e sem troca de apoio)

A evolução da carga de trabalho será progressiva conforme a tabela número 2:

Tabela 2 – Evolução do nº de sequencias e de saltos ou contactos com e sem peso ao longo das

sessões de treino

total total total (m.)

Semana sessão Seq.1 Seq.2 contactos cont.Peso corrida

1 1 2x 2x 50 50 420

2 2x 2x 50 50 420

2 3 2x 2x 50 50 420

4 2x 2x 50 50 420

5 3x 2x 60 60 480

3 6 2x 3x 65 65 570

7 2x 2x 50 50 420

8 3x 2x 60 60 480

4 9 3x 3x 75 75 630

10 2x 2x 50 50 420

3. Avaliação da Força com o Ergojump

- CMJ (figura 4), com 3 ensaios intercalados por una pausa de 2 minutos, sendo

escolhido o melhor resultado alcançado;

- 15” CMJ.

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Figura 4 – Sequência fotográfica do Teste CMJ

4. Avaliação do VO2max e da EC

Será realizada em pista sintética com o aparelho Cosmed K4b2.

Calendarização Prevista

Os atletas serão avaliados no início da época de 2008/09, nos meses de Outubro

e Novembro da seguinte forma:

3ª e/ou 4ª Semana de treinos – Avaliação Inicial;

5ª a 9ª Semanas – Aplicação do Treino experimental;

10ª Semana – Avaliação Final

Gr.Exp.1 Av. Ini. Trat.1- Rampas Av. Final

4semanas

Gr.Exp.2 Av. Ini. Trat.2- Seq.Fça-Vel Av. Final

4semanas

Gr.Cont. Av. Ini. Av. Final

Nota: Restantes Treinos (corrida contínua e outros) dos atletas e sua conjugação com os

treinos de força – a acordar com os treinadores.

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