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Carta enviada à Diretora do Público
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Tiragem: 46555
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 44
Cores: Cor
Área: 21,97 x 11,84 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43401322 23-08-2012
CARTAS À DIRECTORA
A mesa do Pontal
O rigor das notícias ou a
imaginação nelas contidas
constituem algo de curioso.
Três jornais conhecidos: o
Expresso, o Sol e o PÚBLICO
dissertaram sobre a minha
presença na Festa do Pontal, sobre
a hora a que cheguei, a hora em
que parti e sobre o lugar onde
me sentei e ainda sobre as várias
conjeturas, intenções e cenários
que daí resultam tal como escrito.
Fico lisonjeado pela importância
do assunto.
Nenhum dos autores me
perguntou nada, nem se jantei, o
que fi z antes ou depois, com quem
falei e o que disse a cada qual dos
interlocutores.
No dia do jantar, às 19h50,
quando me preparava para
sair, recebi um telefonema da
jornalista Sofi a Silva da Lusa para
me solicitar comentários acerca
de um relatório dos incêndios do
Algarve.
Como eu não conhecia esse
relatório, solicitei o seu envio, o
qual me chegou pelas 20h03, tive
de o ler e fazer os comentários
que são públicos.
Por isso cheguei a Quarteira
depois da hora que tinha previsto.
Não quis deixar uma jornalista
sem a atenção que merece, bem
como o assunto em si.
Na entrada para o jantar
disseram-me para ir para a mesa
4, onde tinha lugar reservado.
Todavia, percebi que alguém
não previsto, e contra o esquema
da organização, se havia
instalado nessa cadeira, pelo que
obviamente se procurou outra.
De resto, na boa companhia de
deputados e dirigentes regionais
e nacionais do PSD e que fi zeram
boa mesa.
Na mesma linha de mesas
encontrei membros do Governo,
com quem falei também, além de
ter falado ainda com membros
da mesa do presidente do PSD,
próxima da minha.
De repente, ao verifi car no
telemóvel que era necessário
antes das 24h proceder a
um despacho na plataforma
eletrónica da câmara municipal
para adjudicar, sem atrasos,
o fornecimento de refeições
escolares, saí do local e fui para
os Paços do Concelho tratar disso.
Ainda tinha que comemorar os 38
anos dos Jograis António Aleixo
em Estoi por volta da meia-noite.
Esta saída urgente imprevista,
por uma razão profi ssional de
interesse público, fez com que
não ingerisse mais do que a sopa
e a salada, para o resto não tive
tempo, nem para cumprimentar
outras personalidades presentes,
o que contava fazer no fi nal da
refeição, por boa educação.
Eis o que se passou.
Os que tanto escreveram e
com tantos cenários sobre o
caso bastava que me tivessem
perguntado e teriam sido ainda
mais rigorosos nos escritos
publicados.
Seria um gesto recomendado
pela deontologia da profi ssão.
José Macário Correia
presidente da Câmara Municipal
de Faro