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ARTIGOS O MERCADO DE SOFTWARE CORPORATIVO NO BRASIL EM 2005 Silvia T. F. de Frick * ([email protected]) 1. Introdução As grandes empresas instaladas no Brasil iniciaram a automatização de seus processos focando as atividades financeiras (contábeis) e de folha de pagamento. A demanda por estes produtos fez surgir uma série de fornecedores locais que, nos anos 80, se debruçaram na tarefa de incorporar a seus sistemas a complexa e dinâmica legislação brasileira (tributária, financeira, contábil e trabalhista). A capacidade dos fornecedores brasileiros de acompanhar as mudanças na legislação abriu espaço dentro das corporações, inclusive das filiais de multinacionais instaladas no Brasil, para o crescimento do software nacional. Nos anos 90, a evolução da automação dos processos e o posicionamento que já haviam conquistado as empresas brasileiras de software no mercado corporativo permitiram que elas disputassem espaço no mercado de sistemas de gestão, dominado, no final daquela década, pelos sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning). 1 No início do novo século, a gestão corporativa integrada passou a ser uma necessidade e, à medida que os ERPs passavam a formar parte do dia-a-dia das empresas, novas exigências de automação surgiam em todos seus departamentos, desde a alta gerência até a produção. Nos últimos anos, vêm se expandindo as fronteiras do mercado para sistemas de CRM (Customer Relationship Management), BI (Business Intelligence), Supply Chain (gerenciamento da cadeia logística ou de suprimento), Demand Chain (gerenciamento da cadeia de demanda), RH (recursos humanos), EDI (Electronic Data Interchange), canais de comunicação (call center) e CMMS (Computerized Maintenance Management System) / EAM (Enterprise Asset Management), como um novo ciclo de crescimento dos próprios sistemas de ERP, que se tornaram mais completos para atender não somente a gestão integrada, mas as atividades específicas de cada setor da corporação. Em uma ‘terceira onda’ de crescimento, os sistemas de ERP estão procurando se posicionar em mercados verticais, modificando o quadro da concorrência no mercado corporativo. Os fornecedores de sistemas de ERP têm-se tornado concorrentes de * Sócia-Diretora da Stratplan Consultoria em Negócios. Doutora em Comunicação pela USP e mestre em Economia pela Unicamp. 1 Estes sistemas tiveram sua origem nos departamentos de compra e de produção, com os MRP (Materials Requirements Planning) e MRP II (Manufacturing Resource Planning), que posteriormente se integraram, numa base de dados única, aos sistemas administrativos. No final da década, o bug do milênio fez surgir a oportunidade de trocar sistemas antigos dando uma nova força ao mercado de ERP.

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ARTIGOS O MERCADO DE SOFTWARE CORPORATIVO NO BRASIL EM 2005

Silvia T. F. de Frick* ([email protected])

1. Introdução

As grandes empresas instaladas no Brasil iniciaram a automatização de seus processos focando as atividades financeiras (contábeis) e de folha de pagamento. A demanda por estes produtos fez surgir uma série de fornecedores locais que, nos anos 80, se debruçaram na tarefa de incorporar a seus sistemas a complexa e dinâmica legislação brasileira (tributária, financeira, contábil e trabalhista). A capacidade dos fornecedores brasileiros de acompanhar as mudanças na legislação abriu espaço dentro das corporações, inclusive das filiais de multinacionais instaladas no Brasil, para o crescimento do software nacional.

Nos anos 90, a evolução da automação dos processos e o posicionamento que já haviam conquistado as empresas brasileiras de software no mercado corporativo permitiram que elas disputassem espaço no mercado de sistemas de gestão, dominado, no final daquela década, pelos sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning).1

No início do novo século, a gestão corporativa integrada passou a ser uma necessidade e, à medida que os ERPs passavam a formar parte do dia-a-dia das empresas, novas exigências de automação surgiam em todos seus departamentos, desde a alta gerência até a produção. Nos últimos anos, vêm se expandindo as fronteiras do mercado para sistemas de CRM (Customer Relationship Management), BI (Business Intelligence), Supply Chain (gerenciamento da cadeia logística ou de suprimento), Demand Chain (gerenciamento da cadeia de demanda), RH (recursos humanos), EDI (Electronic Data Interchange), canais de comunicação (call center) e CMMS (Computerized Maintenance Management System) / EAM (Enterprise Asset Management), como um novo ciclo de crescimento dos próprios sistemas de ERP, que se tornaram mais completos para atender não somente a gestão integrada, mas as atividades específicas de cada setor da corporação.

Em uma ‘terceira onda’ de crescimento, os sistemas de ERP estão procurando se posicionar em mercados verticais, modificando o quadro da concorrência no mercado corporativo. Os fornecedores de sistemas de ERP têm-se tornado concorrentes de

* Sócia-Diretora da Stratplan Consultoria em Negócios. Doutora em Comunicação pela USP e mestre em Economia pela Unicamp. 1 Estes sistemas tiveram sua origem nos departamentos de compra e de produção, com os MRP (Materials Requirements Planning) e MRP II (Manufacturing Resource Planning), que posteriormente se integraram, numa base de dados única, aos sistemas administrativos. No final da década, o bug do milênio fez surgir a oportunidade de trocar sistemas antigos dando uma nova força ao mercado de ERP.

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empresas que se especializam em produtos específicos, ganhando destas pela possibilidade de oferecer soluções completas, mas perdendo pelo preço e pela falta de especialização. O crescimento também está ocorrendo devido ao movimento de fusão no mercado corporativo (o que leva à necessidade de padronização entre as diversas unidades ou filiais) e aos planos de governança, que asseguram boas práticas administrativas e transparência.

No Quadro 1 estão listadas as principais soluções que atendem o mercado corporativo.2

QUADRO 1

PRODUTOS DE SOFTWARE PARA O MERCADO CORPORATIVO Produto Descrição

Business Intelligence Sistema que envolve ferramentas como EIS,3 DSS,4 OLAP5 e data mining6 que permitem visualizar de forma simples e analisar informações reunidas em um banco de dados.

Call center / help desk Canal de contato com o cliente, fundamental para que a estratégia de CRM seja bem-sucedida.

Controle patrimonial Sistema para o controle dos bens patrimoniais.

CMMS / EAM

Sistemas de gerenciamento das atividades de manutenção de ativos (elétrica, mecânica, hidráulica, etc.), envolvendo atividades de planejamento, programação e controle da manutenção (preditiva, corretiva ou preventiva) de equipamentos móveis ou estacionários, de veículos e de instalações prediais.

CRM

Sistema utilizado para avaliar a eficácia das atividades comerciais e de marketing. A estratégia na que se baseia o sistema comporta os seguintes passos: identificar os clientes, diferenciar os que trazem maior valor para a empresa e definir ações para abordar esses clientes. Cada mercado demandará ações específicas a serem realizadas, havendo necessidade de desenvolver sistemas especializados para cada vertical de mercado.

Demand Chain Cadeia formada pelos parceiros de negócio (distribuidores, revendas, etc.), que auxiliam na comercialização de produtos e serviços.

EDI A troca eletrônica de documentos, principalmente na Web, permite tornar mais eficientes os processos de compra, venda e pagamentos.

ERP Solução global composta por vários módulos integrados que atendem as diversas áreas de uma empresa, desde a administrativa até a de produção.

Fiscal / Tributário Sistema para o controle de tributos e contribuições. Gestão de projetos Sistema que permite o acompanhamento e coordenação de projetos.

RH Sistema para agilizar a gestão dos recursos humanos das empresas, atendendo à legislação trabalhista e impositiva, segurando talentos e estimulando o aumento da produtividade.

Supply Chain

Tem como objetivo unir todas as fases da cadeia de suprimento, otimizando “os métodos e etapas de produção, compras e suprimentos, inventário, administração, previsões, armazenagem, transporte e entrega de produtos” (Conhecimento Empresarial, 2005), com base na relação entre as empresas pertencentes aos diferentes elos da cadeia de produção, como fornecedores, indústria, armazéns, varejistas, distribuidores, empresas de logística, etc.

Fonte: Elaboração própria.

A competência do software brasileiro para gestão empresarial e inteligência dos negócios é uma característica que faz o Brasil ter um lugar de destaque no mercado mundial. Os fornecedores locais lutam por ampliar seu market share enfrentando as multinacionais 2 Alguns dos conceitos utilizados nas explicações sobre cada uma das soluções foram extraídos do site Conhecimento Empresarial (2005). 3 O EIS (Executive Information System), também denominado Sistema de Informação Gerencial, permite obter informações gerenciais, de forma simples e amigável, a partir de uma base de dados. 4 O DSS (Decision Support System) auxilia no processo de tomada de decisão a partir de modelos para solucionar problemas não estruturados. 5 O OLAP (On Line Analytical Processing) é um conjunto de aplicações utilizadas por gerentes, executivos e analistas para extrair dados para a geração de relatórios gerenciais. 6 Permite a ‘mineração’ dos dados, ou seja, combiná-los e explorá-los de forma a levar à descoberta de novas oportunidades de negócio.

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que chegaram ao país na segunda parte da década de 1990 buscando conquistar um mercado de tamanho expressivo e em constante expansão (com crescimento de mais de 20% ao ano).

No presente artigo é analisado, primeiro, o comportamento atual da demanda e da oferta de software para o setor corporativo. Em segundo lugar, são discutidas as tendências para o curto e médio prazo. Finalmente, analisa-se o conjunto das empresas brasileiras que desenvolvem produtos de software para o setor corporativo, considerando aspectos como localização e tamanho das empresas e características dos produtos que oferecem (tipo, ano de lançamento, tecnologia e canais de comercialização).

2. O Mercado de Software Corporativo

O mercado de software corporativo é formado por sistemas de gestão e de inteligência dos negócios, assim como por outros sistemas específicos, que automatizam cada um dos departamentos da corporação e facilitam ou tornam mais eficiente sua integração em rede.

Em 2004, as grandes empresas continuaram a investir em sistemas de gestão, estimuladas pelo atendimento aos planos de governança e pela necessidade de melhorar os resultados financeiros e o relacionamento com seus clientes.7 O que as empresas procuram agora é otimizar o investimento que fizeram, em alguns casos adquirindo novos módulos, padronizando sistemas ou fazendo atualizações de sistemas já em uso.

Rachel Rubin (“Por que ainda ERP?”, Informationweek, 26-28/4/2005, www.informationweek.com.br, acesso em 26/5/2005) apresenta diversos exemplos de aquisições e atualizações.Um exemplo é o da Conexel, que possui o software da Datasul desde 1991, e adquiriu diversos módulos e atualizações ao longo dos anos, sendo a última aquisição realizada em 2004. A construtora Odebrecht desenvolveu o sistema internamente em 1994, mas vem realizando atualizações, tendo sido pioneira na migração para ambiente Web. As fusões de empresas também têm impulsionado os investimentos em ERP, como no caso do Grupo Vicunha que unificou os sistemas em uso com a Datasul (em parceria com a IDS Scheer). A Rhodia também padronizou os diferentes modelos de SAP que coexistiam nas várias filiais mundiais da empresa. O Grupo Votorantim que iniciou a implementação do SAP em 2004, até 2007 estará incluindo no sistema todas as empresas do grupo, contando com a ajuda da Deloitte para fazer a mudança cultural.

Alguns fornecedores, como a Mega Sistemas, procuram aproveitar as novas oportunidades que surgem com a necessidade das empresas de otimizar os investimentos realizados em ERP, oferecendo produtos específicos. A empresa desenvolveu o Mega Manufatura, para atender a segmentos industriais como o metalúrgico, têxtil, de bens de 7 Na definição de Cláudio Terrazan (“As bandeiras da governança”, Agência Estado Setorial, Telecom e TI, 16/7/2004, http://www.aesetorial.com.br, acesso em 27/5/2005), governança é o “conjunto de práticas de operação, gestão e relacionamento, cuja finalidade é otimizar o desempenho das empresas protegendo os investidores, acionistas, conselho de administração, diretoria, conselho fiscal, funcionários e credores, facilitando o acesso ao capital”.

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capital e químico. Para Rodolfo Nascimento, da Mega Sistemas (“ERP para indústria garante a gestão de recursos e custos com eficiência”, informação fornecida ao Instituto de Estudos Econômicos em Software – IEES – em 9/5/2005), o item que mais preocupa os empresários da indústria é a otimização do volume de estoque de materiais, o que faz aumentar a demanda por sistemas que possuam essa funcionalidade.

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) adotou o Corpore RM, da empresa mineira RM Sistemas, com o objetivo de integrar informações numa base de dados única. De acordo com Claudia Marques (“FIEMG adota Corpore RM e ganha agilidade”, Gazeta Mercantil, 17/8/2004), a instituição investiu cerca de R$ 1 milhão num projeto de gestão empresarial amplo. Os módulos adquiridos, que serão utilizados por 250 usuários são: controladoria, financeiro, suprimentos, patrimônio, fiscal, orçamento e custos.

Os sistemas de gestão têm chegado também ao segmento de educação e entretenimento. A TVE Brasil, que desenvolve programas educacionais para rádio e televisão implementou, em 2004, o sistema de gestão da Datasul que integra as diversas unidades da rede (a matriz; uma emissora no Maranhão; um escritório em Brasília; e as rádios MEC AM e FM do Rio de Janeiro). De acordo com a Computerworld (“TVE Brasil adota sistema de gestão da Datasul”, 18/8/2004), “o objetivo é agilizar processos, obter maior integração entre áreas, alcançar maior eficiência operacional, diminuir o retrabalho e adequar melhor os controles internos do fluxo de informações”. Para controlar os processos internos, a empresa adquiriu os módulos: controladoria, compras, financeiro, RH e diretoria.

Em serviços públicos, a Companhia de Águas da Paraíba (Cagepa), na busca por agilizar o controle financeiro com o fechamento de balancetes no prazo de dez dias após a virada do mês, adquiriu dois produtos da software house pernambucana Procenge: o Pirâmide e o Sistema Comercial. De acordo com Ângelo Castelo Branco (“Cagepa investe em novo sistema de gestão”, Gazeta Mercantil, 22/11/2004), o Sistema Comercial “atua no controle do faturamento, arrecadação, atendimento aos clientes, manutenção da rede de água e saneamento”, enquanto o Pirâmide focaliza a área administrativa (contabilidade, controladoria, finanças, compras, materiais e controle do patrimônio).

Apesar de a maioria das corporações já possuir algum ERP, na opinião de Gutierrez e Alexandre (2005, p. 129) ainda há espaço para a conquista de segmentos, como o bancário, com baixa penetração deste tipo de produto devido à cultura de desenvolvimento interno e à falta de especialização dos produtos atualmente disponíveis. Mas também há mercado para sistemas que agregam valor aos ERPs, como CRM, BI, supply chain, entre outros.

No que diz respeito a soluções de CRM, a demanda do mercado corporativo nasceu da necessidade de entender melhor e estreitar o vínculo com o cliente. Atualmente, o mercado está se estendendo para as empresas de tamanho médio que buscam direcionar suas atividades de marketing e vendas. Mas o retorno do investimento em sistemas de CRM é demorado, o que está freando o crescimento do mercado e diminuindo as

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expectativas de ‘boom’ geradas no início do ciclo de vendas.8

A adoção de sistemas de CRM estimula o mercado de produtos para call center, que aumentam a velocidade de atendimento, tornando a atividade menos custosa e mais eficiente. Como resultado, o faturamento das empresas de call center atingiu, em 2004, R$ 3 bilhões, de acordo com números divulgados por Nina Soares (“TMKT cria software para gerenciar operações”, Gazeta Mercantil, 28/3/2005). O setor emprega mais de 500 mil pessoas no país e a estimativa é de que, em 2005, sejam criados 60 mil novos postos.

Na área de inteligência dos negócios (BI), o instituto de pesquisa IDC prevê que este mercado mantenha o crescimento pelo menos até fins de 2006.9 Em 2004, apenas 45% das 80 maiores empresas brasileiras utilizavam ferramentas independentes de BI. O fato de empresas terem implementado sistemas de gestão levanta a necessidade de usar de forma produtiva o grande volume de dados gerado. Assim, as corporações procuram nos sistemas de BI subsídios para analisar os negócios e tomar decisões.

A adoção de sistemas de BI não é uniforme. Alguns segmentos, como bancos e montadoras, foram os primeiros a implementar sistemas deste tipo. Outros, como o de transportes, foram mais conservadores e estão começando agora a engrossar a demanda.

Na área financeira, o elevado número de documentos e a criticidade dos dados processados levaram a empresa Proservvi, especializada em outsourcing e produtos para back office a adotar uma ferramenta de BI (“BI: Inteligência caseira”, ITWeb, 1/2/2005). Os sistemas da empresa processam todos os pagamentos em cheque e compensação de bancos como o Unibanco, BankBoston, ABN Amro Real e Bradesco, somando um volume total de aproximadamente dois milhões de documentos. O sistema foi desenvolvido com a ajuda da Brasoftware (distribuidora de software), que fez a personalização das ferramentas caseiras utilizadas pela Proservvi (planilhas Excel e base de dados em SQL Server).

Na área de transportes de passageiros, o Grupo Áurea encontra-se na segunda fase do projeto de integração das 17 empresas que compõem a holding. Rosana Hessel (“Grupo Áurea investe em BI”, Gazeta Mercantil, 26/1/2005) conta que o sistema de vendas de passagens do grupo, que atualmente transporta mais de um milhão de pessoas por dia, foi desenvolvido internamente. Em 2000, a empresa implantou um sistema de ERP, o Globus (da BMG-Rodotec), específico para a área de transportes. Para 2005, a empresa está ampliando o relacionamento com o fornecedor e implementando o sistema de BI da empresa norte-americana ProClarity (distribuído de forma exclusiva pela BMG). Com isso, pretende diminuir o tempo de elaboração de relatórios estratégicos das atuais duas semanas para alguns minutos.

Em determinados segmentos, além da demanda por sistemas que atendam a inteligência dos negócios e a integração dos diferentes departamentos internos, a necessidade de 8 Após a compra da ferramenta e a frustração pelos magros resultados, as empresas compreenderam que o CRM não é apenas tecnologia, mas uma solução que envolve tanto a ferramenta quanto os processos e a cultura da empresa. 9 As informações foram extraídas de Eduardo Dutra, “TI para conduzir as empresas” e Eduardo Dutra, “Solução da VerUP Gerencia mundo da moda”, ambos artigos publicados na Gazeta Mercantil em 4/10/2004.

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comunicar a empresa com outros agentes da cadeia produtiva é fundamental, elevando a demanda por sistemas de Supply Chain. Um desses segmentos é o de agronegócio, onde os instrumentos de gestão estão mudando o conceito da logística tradicional para incluir toda a cadeia de suprimento, com o auxílio de uma série de ferramentas, como código de barras, MRP (Material Requerimento Planning) e WMS (Warehouse Management System), além de sistemas de rastreamento de cargas por GPS (IDG Seminários, 30/09/2004).

Nas soluções para logística como conceito de toda a cadeia produtiva, há sistemas que atendem às atividades de abastecimento, produção, manutenção e distribuição. Os de manutenção adquirem relevância significativa, não tanto pelo ‘permitir fazer’, mas pelo ‘evitar acontecer’. Uma falha na manutenção pode levar à paralisação do processo produtivo ou do andamento do negócio. Depois de as empresas aumentarem a produtividade e reduzirem os custos, o foco foi buscar a maior eficiência nos equipamentos disponíveis. Assim, a análise do impacto causado por eventuais paradas na produção, aliada ao planejamento da manutenção tornou-se uma atividade necessária e indispensável. As ações deixaram de ser ‘corretivas’ para ser ‘preditivas’.

A manutenção também está adquirindo importância na administração geral e predial. No segmento de entretenimento, a TV Globo Rio – Projac utiliza o software SIM – Sistema Informatizado de Manutenção, da empresa paulista Astrein Engenharia de Manutenção. O produto permite o controle da infra-estrutura, fazendo manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos e instalações.10 No segmento hoteleiro, o Sheraton Rio & Towers adquiriu o Maximo Facilities, da MRO Software.11

Em pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos Econômicos em Software (IEES)12 obteve-se um perfil da demanda por sistemas de facilities (manutenção predial). De acordo com a pesquisa, a quase totalidade das empresas contatadas (97,5%) possui um setor de manutenção informatizado. A grande maioria delas (87,1%) possui planos de manutenção sistemática (limpeza e conservação, inspeção preventiva, preditiva, etc.). Uma porcentagem menor (66,7%) mantém indicadores de desempenho e qualidade. Com respeito ao uso de sistemas especializados para manutenção predial, 74,4% afirmaram que utilizam este tipo de sistema. Delas, 41,0% o adquiriram de fornecedor externo; 30,8% o desenvolveram internamente; e 2,7% utilizam sistemas mistos (em parte adquirido de terceiros, em parte desenvolvido internamente).

Para a manutenção ser eficiente é necessário um setor de compras também eficiente. E nada melhor que a Internet para tornar possível esse objetivo. A modalidade de leilão reverso (e-procurement) não pára de crescer desde fins da década passada, quando a empresa Mercado Eletrônico S/A desenvolveu o primeiro marketplace brasileiro e conquistou os primeiros clientes corporativos. Por esta modalidade, ganha o fornecedor que oferece um lote de peças ou de material de escritório pelo menor preço. Um exemplo é o portal de compras Usemol.com, onde está cadastrada grande quantidade de 10 Informações extraídas do site da Astrein (http://www.astrein.com.br, acesso em 25/5/2005). 11 Informações extraídas do site da empresa MRO (http://www.mrosoftware.com.br/mro/news, acesso em 19/5/2005). 12 Pesquisa realizada entre os meses de março e maio de 2005 junto a 39 empresas brasileiras de grande e médio porte que atuam em diferentes segmentos.

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fornecedores de materiais e serviços para manutenção, reparo e operações, que realiza todo o processo de suprimentos desde a requisição de compras até a recepção dos dados da nota fiscal do fornecedor, integrando-se com os sistemas corporativos. Portais como o Mercado Eletrônico e o Usemol tornam o departamento de compras das corporações muito mais ágil e menos dependente de pessoas.

2.1 Players

As software houses brasileiras têm conquistado lugar de destaque no mercado de sistemas de gestão, especialmente junto a empresas de porte médio. As principais vantagens competitivas das firmas brasileiras em relação às estrangeiras, mencionadas por Gutierrez e Alexandre (2005, p. 132), são: oferta de produtos mais aderentes ao negócio do cliente; custos menores; extensa rede de distribuição (sistema de franquias); penetração em mercados verticais.

De acordo com Ana Carolina Saito (“Software nacional supera múltis no mercado interno”, Gazeta Mercantil, 5/10/2004), em 2003 o mercado brasileiro de software de gestão movimentou US$ 175 milhões. A empresa alemã SAP ficou em primeiro lugar no ranking, com 36,3% do total. A catarinense Datasul ficou em segundo, com 11,1%.13 Em terceiro lugar ficou a RM Sistemas, com 9,8% do market share.

Na luta pelo market share, os fornecedores nacionais buscam fazer inovações nos produtos. A Solver Soluções Empresariais, de Pernambuco, trabalhou durante dois anos (investindo R$ 1,5 milhão) “para desenvolver um software capaz de transformar o gabinete de um executivo num autêntico cockpit de comando de avião com indicações precisas em tempo real do desempenho de todas as áreas de uma corporação” (Castelo Branco, Ângelo, “Gestão empresarial comandada do cockpit”, Gazeta Mercantil, 8/10/2004). Considerando resultados de pesquisas que mostram que somente 10% das empresas obtêm os resultados previstos no planejamento, o software pode tornar mais efetiva a ação de conselhos administrativos e de executivos. O objetivo é atender a três necessidades primordiais dos dirigentes: saber onde se quer chegar, saber onde a empresa está e saber que ações devem ser implantadas para cumprir as metas.

Os players brasileiros do setor corporativo também inovam nas ações comerciais. Nesse sentido, a Software Design, empresa de Campinas, com o objetivo de ampliar sua atuação nos setores de finanças e varejo, fusionou-se com a Tools Software, que atua no mercado de crédito e financiamento, dando origem à Matera Systems.

A Datasul, por sua vez, está fundando uma nova empresa para prestar serviços de ASP (Application Service Provider) como forma de comercialização de seu ERP, estimulada pelo crescimento, em 2004, de 66% dessa modalidade. Assim, os clientes podem acessar remotamente (via Internet) o sistema que fica hospedado na Datasul. Os resultados da 13 É importante destacar que a participação da SAP caiu em relação ao ano anterior enquanto a da Datasul subiu.

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estratégia comercial da empresa (que também envolve franquias e venda direta) são traduzidos em números por Rosana Hessel (“Datasul cria uma empresa independente para Serviços”, Gazeta Mercantil, 16/2/2005):

R$ 145 milhões de faturamento em 2004;

EBIT (lucro antes dos impostos e juros) de R$ 30 milhões;

1.700 clientes em todo o país;

27 franqueados no Brasil;

R$ 287 milhões de faturamento global (franqueador e franqueados);

crescimento das vendas de 20% em 2004;

42 clientes de ASP (500 usuários simultâneos), totalizando receita de R$ 2,5 milhões.

Para o bom desempenho da empresa catarinense, além da sua linha principal atuação (ERP), contribuiu também a linha de inteligência dos negócios (BI), tendo dobrado a base de clientes nessa área (hoje são 120 empresas). Outra linha de negócios que influiu positivamente nos resultados da empresa foi a de RH, cujo faturamento aumentou 19% em 2004.14

Do Sul para o Nordeste, a Datasul também investiu na abertura de uma unidade no Ceará, buscando conquistar oportunidades abertas pelo crescimento industrial e agrícola da região, atendendo também aos estados do Maranhão e Piauí (“Datasul no Ceará, Microsiga em Goiás”, Computerworld, 26/11/04).

Na conquista do Nordeste, a empresa estrangeira de ERP IFS Industrial & Financial Systems fez parceria com a Lebre Informática, integradora nacional localizada em Salvador (BA) que atua em empresas públicas. O foco é oferecer soluções na área de manutenção, conforme informa Álvaro Figueiredo (“IFS reforça atuação no Nordeste em parceria com a baiana Lebre”, Gazeta Mercantil, 10/1/2005).

As empresas de TI nordestinas estão reagindo, com a realização de parcerias, ao avanço das concorrentes que chegam do sul e do exterior. Como noticiado no site do Grupo Secrel (http://www.gruposecrel.com.br), a pernambucana 100porcento Conult & Audit, empresa de auditoria e consultoria, juntou-se ao grupo cearense Secrel, principal produtor de software de seu estado, com o objetivo de dobrar o número de clientes no Nordeste, e chegar à casa dos R$ 3 milhões de faturamento. Com a parceria, vão se fortalecer as vendas de serviços contábeis e de gestão de suprimentos e recursos humanos.

Na conquista de novos mercados, a Microsiga, empresa de ERP paulista, abriu uma nova filial em Goiânia (GO) que será responsável pelo atendimento dos clientes na região Centro-Oeste, além dos estados de Rondônia e Triângulo Mineiro. Com a nova filial, já são quatro os canais de atendimento na região, onde a empresa possui uma carteira de 450 clientes ativos. O investimento para a instalação do novo canal foi da ordem de R$

14 Com a aquisição do principal concorrente nesse mercado, a Peoplesoft, pela Oracle, a Datasul espera que o caminho fique livre para um crescimento maior nos próximos anos.

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600 mil.

A estratégia da Microsiga para crescer também envolveu a aquisição de outro player nacional do mercado de ERP, a catarinense Logocenter. Em uma controversa operação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes),15 que financiou a operação, a nova organização passou a contar com 3.000 funcionários e 8.000 clientes corporativos no Brasil, além de 300 na América Latina, somando um faturamento de R$ 380 milhões (“Com foco em desenvolvimento, Microsiga e Logocenter anunciam fusão”, Folha On-line, 10/2/2005). A fusão das duas empresas é apenas na parte administrativa e societária, sendo que a parte operacional continuará separada. Os produtos de cada empresa permanecerão com novas versões.

Como mostra da independência operacional, a Logocenter foi uma das primeiras empresas a conseguir a homologação na linha de financiamento Prosoft Comercialização, do Bndes, que financia a aquisição de sistemas de gestão, facilitando a colocação desses produtos no mercado. Os clientes da empresa estão distribuídos nos segmentos de saúde, varejo, agroindústria e construção.

Outra empresa de ERP que atua em mercados verticais é a Mega Sistemas, que além de seu ERP genérico desenvolveu um outro produto, com 12 módulos, específico para a área de construção, o Mega Construção Civil, e já conquistou clientes como a Carvalho Hosken, uma das construtoras mais antigas do Rio de Janeiro.

Na linha de mercados verticais, a RM Sistemas especializou-se em sistemas de gestão para as áreas de RH, educação, produção (indústria) e saúde. A RM é uma das empresas fornecedoras de ERP que mais vem crescendo no Brasil. Em 2004 a empresa chegou aos R$ 110 milhões de faturamento e pretende chegar a R$ 137 milhões em 2005. Parte deste bom resultado deve-se a sua rede de canais de distribuição que se espalha por todo o Brasil e aos investimentos que a empresa realiza em P&D. Conforme dados apresentados por Guilherme Arruda (“RM Sistemas cresce 18% com soluções de gestão”, Gazeta Mercantil, 24/3/2005), a empresa investiu, em 2004, R$ 6 milhões em tecnologia e no desenvolvimento de soluções e pretende investir R$ 9 milhões até o final de 2005. A carteira de clientes chegou a 19 mil empresas no final do ano passado, e a empresa já registra liderança em alguns mercados verticais, como educação, e está buscando se fortalecer em outros, como construção, com o desenvolvimento de soluções específicas.

A RM também procura expandir seus negócios com a inauguração de filiais. No ano passado abriu três filiais, nas cidades de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo. O mercado do Estado de São Paulo representava 40% do faturamento da empresa, de acordo com a ITWeb (“RM Sistemas inaugura filial em São Paulo”, 27/9/2004).

Outro projeto da RM é a ampliação de suas atividades no mercado externo, especificamente em Portugal, onde já atua desde 2002. Segundo publicado pela ITWeb

15 De acordo com a publicação Valor Econômico (“Empréstimo oficial para a Microsiga gera polêmica”, 15/3/2005), o empréstimo de R$ 40 milhões que seria destinado a viabilizar o negócio de aquisição da Logocenter foi, na verdade, utilizado quase integralmente para pagar o fundo Advent International, que fazia parte, desde 1999, da composição acionária da empresa. De acordo com a mesma fonte, essa informação foi negada, tanto pelo banco quanto pela Microsiga, mas admitida, em parte, pela Logocenter.

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(“RM amplia atuação em Portugal e planeja conquistar Espanha”, 5/4/2005), até o final de 2004 a empresa tinha conquistado 17 clientes em Portugal, onde o mercado apresenta grande potencial especialmente nos segmentos de recursos humanos e projetos. Nesses dois segmentos, concentram-se 14% do PIB do país. A estratégia da RM é formar parcerias com as grandes consultorias que atuam no local. A próxima investida será na Espanha, e a meta é chegar no ano 2010 com 5% do faturamento total provindo do mercado externo.

O mercado espanhol também é estratégico para a integradora brasileira Medidata, que decidiu fazer parte de uma subsidiária do Grupo Amper, a Amper Medidata, com foco nos segmentos de governo e finanças (Tatiana Americano, “Medidata passa a operar como integradora na Espanha”, ITWeb, 2/12/2004). A empresa vai oferecer, para o mundo corporativo, tecnologia IP, mobilidade, armazenamento de dados e segurança de rede.

Na área de redes, a gaúcha Ivirtua também procura crescer no mercado externo. A empresa em apenas três anos partiu para o exterior, chegando ao México, via Grupo Scanda, e a Portugal (Grupo Sonae), conforme conta Marco Ribeiro (“Ivirtua cresce e conquista clientes no México e Portugal”, Gazeta Mercantil, 23/9/2004). A pequena empresa é uma das que mais cresce em gerenciamento de redes no Brasil, chegando a disputar o mercado com grandes multinacionais, como a IBM (Tívoli), Computer Associates, Unicenter e Microsoft (SMS).

A Datasul também está ampliando sua participação no exterior com a abertura de uma franquia no Chile. As vendas externas alcançavam, em 2003, 2,5% do faturamento, de acordo com estimativas do IEES. Segundo Rosana Hessel (“Datasul dobra suas vendas no exterior” e “Datasul amplia presença no mercado internacional”, notícias publicadas pela Gazeta Mercantil, em 26/1/2005) essa participação teria crescido para 5% em 2004.

As fornecedoras de ERP também estão realizando inovações financeiras, como forma de obter recursos para a conquista do mercado por meio da aquisição de outras empresas. É o caso da RM Sistemas. De acordo com notícias veiculadas na mídia,16 a RM pretende recorrer à Bovespa para realizar a operação de abertura de capital IPO (Initial Public Offering) no prazo de três anos. Dessa forma, a empresa quer captar recursos para adquirir outras empresas da mesma área de atuação ou de áreas complementares, como varejo, hotelaria e transportes.

Na contramão, a Datasul recomprou a parte acionária que estava em mãos do fundo de capital de risco South América Private Equity, desde 1998 (“Datasul recompra participação de investidores”, Computerworld, 9/8/2004). Os recursos aportados pelo fundo foram utilizados para viabilizar o modelo comercial de franquias, o que lhe permitiu mais do que triplicar o faturamento num período de seis anos.

16 Ana Carolina Saito. “RM planeja abrir capital para projeto de expansão”, Gazeta Mercantil, 16/12/2004; Rosana Hessel. “RM Sistemas pretende comprar até 5 empresas”, Gazeta Mercantil, 14/2/2005; e “RM faz apresentação a investidores”, IDG Now!, 23/11/2004.

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De modo diferente do que acontece no mercado de ERP, os principais players na área de CRM são empresas estrangeiras: SAP (líder, com 14,6% do mercado em 2003), Siebel (14,2%) e Peoplesoft (3,6%), conforme afirma Vicente Vilardaga (“CRM entra em produção e chega nas médias empresas”, Gazeta Mercantil, 27/9/2004). A posição das empresas no ranking muda se o critério não é a venda de licenças, mas o número de usuários, nesse caso, a Siebel passa para o primeiro lugar, com 2,17 milhões, a Peoplesoft ocupa o segundo, com 360 mil, depois vem a Oracle (180 mil) e a SAP (165 mil).

As empresas nacionais ou menores apostam no CRM em plataforma aberta (open source). É o caso da Plusoft Consulting & Solutions, Altitude Software, Cobra Tecnologia, empresa de TI controlada pelo Banco do Brasil, e Procwork. O objetivo é que o cliente possa escolher livremente o ambiente operacional, uma vez que o aplicativo precisa se integrar com uma quantidade grande de sistemas. Algumas dessas empresas são parceiras, oferecendo soluções completas. Assim, a Plusoft fornece a solução e o front end; a Cobra, a suíte de aplicativos Freedows; e a Procwork faz a integração de todos os componentes (ITWeb, “Empresas oferecem CRM livre”, 27/9/2004).

O mercado de CRM também oferece oportunidades para empresas brasileiras em nichos como serviços, para corrigir a deficiência na operação dos produtos mais sofisticados (principalmente na coleta de dados). Foi assim que a empresa paulista System Marketing conseguiu faturar R$ 2 milhões em 2003 e estimava chegar a R$ 5,5 milhões em 2004 (Hessel, Rosana, “Consertando CRM, System Marketing dobra receita”, Gazeta Mercantil, 21/12/2004). A empresa percebeu que não bastava ter uma boa ferramenta de CRM, era preciso também fazê-la funcionar adequadamente para não ter problemas na análise dos dados. Com essa iniciativa, a empresa já conquistou clientes do porte da Microsoft, Bradesco, Toyota, Volkswagen, Banco Real, Pernambucanas e Telefônica. O software consegue unificar, corrigir e padronizar os dados.

A brasileira TMKT, preocupada em melhorar o gerenciamento de suas operações de contact center, investiu R$ 700 mil no desenvolvimento de uma ferramenta com as funcionalidades de CRM e BI, denominada Marketing Intelligence System (MAIS). O sistema permite otimizar as ações do call center, de acordo com informações fornecidas por Nina Hão Soares (“TMKT cria software para gerenciar operações”, Gazeta Mercantil, 28/3/2005).

O mercado de soluções de BI também é liderado por empresas estrangeiras, como a canadense Cognos, que pretende expandir-se 40% em 2005, segundo informa Ana Carolina Saito (“Cognos espera atingir crescimento de 40% no mercado brasileiro”, Gazeta Mercantil, 23/9/2004). A estratégia da empresa envolve a aquisição de outras firmas, a integração de ferramentas e o fortalecimento de parcerias. A carteira de clientes no Brasil é composta por nomes como a Comgás, Agfa, Elma Chips, Banco Itaú e CSN – Companhia Siderúrgica Nacional (informações extraídas do site, acesso em 18/5/2005).

Um outro grande player do mercado de software que está investindo em BI é a Microsoft que anunciou recentemente seu novo software Maestro (“Microsoft lança software para BI”, http://www.itforum.com.br, 10/5/2005, acesso em 18/5/2005). O software tem como pré-requisito o uso de outros produtos da empresa, como banco de dados SQL Server e SharePoint e ferramentas de compartilhamento de dados.

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Se os mercados de CRM e BI estão dominados por fornecedores estrangeiros, as empresas brasileiras ocupam espaço de destaque em outros segmentos de gestão, como supply chain e manutenção. A empresa brasileira XPlan Tecnologia, que tem planos para dar um salto para o mercado externo, deixou de cara nova seus produtos voltados para a área de supply chain, com a incorporação de recursos de BPM (Business Process Management), segundo noticiado pela ITWeb (“XPlan inclui recursos em seus softwares”, 25/8/2004). A novidade vai aumentar a agilidade e dar maior controle aos processos de negócios, uma vez que permite acompanhar o desempenho de cada um dos profissionais envolvidos.

A paulistana Astrein Engenharia de Manutenção buscou no Bndes uma forma de vender seus produtos da área de manutenção com financiamento, através da modalidade Cartão Bndes. As principais vantagens de ser um fornecedor do Cartão Bndes (http://www.cartaobndes.gov.br/cartaobndes, acesso em 18/5/2005) são: capacidade de realizar transações comerciais com financiamento automático ao cliente

em 12, 18 ou 24 meses;

a garantia do recebimento em 30 dias;

disposição gratuita de um espaço no Portal de Operações Bndes – Cartão Bndes para exposição do catálogo de produtos;

dispensa de análise de crédito do cliente a cada venda (limite pré-aprovado); e

velocidade e agilidade no processo de venda.

Com a finalidade de ampliar sua penetração na indústria e no segmento de administração predial, a Astrein fez aliança com a empresa brasileira Elipse Software e integrou seu produto de manutenção SIM ao E3 da Elipse, sistema de supervisão e controle de processos presente em mais de 6.000 instalações industriais e prediais no país e no exterior. Com a integração, o departamento de manutenção pode receber em tempo real um aviso sobre qualquer problema de funcionamento de um equipamento, além de permitir o registro de todas as falhas e paradas, facilitando a análise estatística de confiabilidade e agilizando o atendimento (http://www.astrein.com.br, acesso em 18/5/2005). Dentre os numerosos clientes da Astrein, encontram-se a Schering, Corn Products, Ache, Mahle Metal Leve, Bunge, LG Philips, Johnson, Procter & Gamble, Texaco e Siemens.

A norte-americana MRO, líder mundial em sistemas de manutenção, compartilha com a Astrein a liderança no mercado brasileiro, onde já conquistou um número expressivo de clientes. Da carteira fazem parte empresas como GM, Oxiteno, Votorantim Cimentos, Duke Energy, ABB, Eli Lilly e Sabesp.

A chegada dos principais players multinacionais ao Brasil trouxe dinamismo ao mercado e revelou a existência de empresas nacionais preparadas para enfrentar a concorrência em pé de igualdade. Com o aumento da competitividade no mercado interno, as empresas brasileiras estão começando a buscar a saída para o mercado externo. Entretanto, esta ação demanda outras condições além da competitividade interna. É necessário que as políticas setoriais facilitem as condições de saída das empresas ao exterior e mantenham

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linhas de financiamento específicas para este tipo de operação. O governo parece que está indo nessa direção, de acordo com as últimas medidas divulgadas para apoio à indústria brasileira de software.

3. Tendências

Dentre as principais tendências para o curto e médio prazo no mercado corporativo destacam-se o uso crescente de outsourcing, as fusões e aquisições entre fornecedores de sistemas para o setor corporativo como estratégia para ampliar mercados; a verticalização dos sistemas de gestão; a adoção da Arquitetura Orientada a Serviços; e a utilização de software livre.

3.1 Outsourcing

A terceirização (outsourcing) das atividades de TI encontra-se em expansão no mercado corporativo, impulsionada pela necessidade das empresas de reduzir custos e aumentar lucros.

A principal resistência do mercado para adotar a terceirização como modelo de gestão de TI, o acesso de terceiros a informações confidenciais, está diminuindo à medida que os fornecedores conseguem mostrar seriedade e segurança nos serviços oferecidos.

Os problemas de segurança variam de setor para setor e de país para país, assim como de atividade para atividade. O nível de segurança necessário para operações bancárias não é o mesmo que o necessário para serviços contábeis. Da mesma forma, a legislação de um país pode determinar critérios mais rígidos de segurança do que a de outro. Assim também, a segurança requerida para manter a confidencialidade de documentos não é a mesma demandada para proteger o desenvolvimento de produtos.

Embora o Brasil seja um país de ‘alto risco’ em matéria de segurança, ele ainda se destaca na região da América Latina (AL) no que diz respeito a investimentos em outsourcing. Resultados de pesquisa elaborada para conhecer o desempenho de outsourcing na AL e publicados pela ITWeb (“Estudo traça perfil da terceirização na América Latina”, 4/3/2005)17 revelam que, no Brasil, de 40% a 70% das atividades de TI das corporações são terceirizadas, enquanto em outros lugares da AL esse percentual varia de 15% a 70%, dependendo do país e do ramo de atividade dos clientes.

Outra conclusão do estudo é que a tendência é ter vários fornecedores, mudando o perfil tradicional de outsourcing que envolvia apenas um fornecedor para as diversas atividades de TI. Assim, também, a preferência da quase totalidade das empresas consultadas é pelos fornecedores com presença local forte.

As atividades que mais sofrem terceirização na AL são apresentadas na Tabela 1.

17 A publicação refere-se à pesquisa "Fazendo os resultados de outsourcing de TI dar certo", elaborada pelo Instituto de Análises de Mercado Frost & Sullivan, a pedido da Unisys.

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TABELA 1 ATIVIDADES TERCEIRIZADAS NA AMÉRICA LATINA

Atividade % de Terceirização

Manutenção de hardware 81,0 Suporte de software 81,0 Desenvolv. / gerenciam. de aplicações 81,0 Serviços profissionais e de consultoria 71,0 Gerenciamento de redes 52,0 Gerenciam./consult. em segurança da informação 39,0 Suporte para infra-estrutura distribuída 55,0

Fonte: “Estudo traça perfil da terceirização na América Latina”, ITWeb, 4/3/2005.

A previsão dos executores da pesquisa, e comentada na Computerworld (“Terceirização dever crescer 30% até 2008”, 10/5/2004), é que o mercado de outsourcing se consolide na região da AL, gerando um aumento superior a 30% no faturamento dos fornecedores até 2008. Os serviços que mais deverão crescer são os de hospedagem gerenciada (hosting), recuperação de dados (disaster recovery) e armazenamento de dados (storage).

Um outro perigo que ainda preocupa muito os clientes é que a implementação de projetos-chave de TI feita por terceiros não esteja totalmente alinhada com a visão estratégica da empresa. Por isso, o sucesso de um projeto de outsourcing depende do entendimento prévio entre cliente e fornecedor e das condições fixadas em contrato.

O setor mais avançado na realização de terceirizações bem-sucedidas é o bancário. Em debate sobre o assunto, promovido em dezembro de 2004 pela publicação Banco Hoje,18 foram citadas as seguintes vantagens obtidas pelos bancos com a implementação de outsourcing: melhor utilização das vantagens competitivas dos realizadores de cada parcela do

trabalho; redução de custos; e tendência à melhoria crescente da qualidade do serviço, desde que haja um contrato

prevendo acompanhamento em cada etapa, e o terceirizado tenha escala operacional.

No evento, foi identificado como principal risco o contrato básico que não prevê o controle da qualidade do serviço a ser feito.19 Para diminuir esse risco, é importante que o cliente tenha conhecimento amplo do serviço que é encomendado e seja capaz de efetuar as críticas necessárias em cada fase do projeto. No início da negociação as métricas de qualidade, as penalidades e as bonificações precisam estar completamente definidas, assim como os indicadores de atualização tecnológica e as formas de auditoria. Se houver muitas dificuldades nessa fase inicial é necessário tomar cuidado porque a tendência é que as dificuldades aumentem no momento de aprofundar o SLA (Service Level Agreement).

Estudo realizado recentemente sobre outsourcing no Brasil e na Argentina (Miozzo e Grimshaw, 2005) mostra que contratar serviços de multinacionais pode ser um caminho

18 Os resultados do evento foram divulgados na edição de janeiro de 2005 da publicação Banco Hoje, no artigo intitulado “Outsourcing, o caminho da produtividade”. 19 Foi citado um caso de fracasso, o do Unibanco, que acabou em destrato.

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interessante para que os clientes aprendam a lidar com a terceirização. O motivo alegado é que essas empresas já possuem modelos de contratos bem especificados. A Tabela 2 mostra a participação na elaboração de contratos de uma amostra de dez clientes, no Brasil e na Argentina, de multinacionais de outsourcing.

TABELA 2

PARTICIPAÇÃO DO CLIENTE NO DESENHO DE CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO NO BRASIL E ARGENTINA

Participação Empresa de Outsourcing

Nº. de Clientes

IBM 2 (Brasil) 1 (Argentina) Fraca

EDS 1 (Brasil) 1 (Argentina)

IBM 1 (Argentina) EDS 1 (Brasil) Estratégia de multifornecedores

Accenture 1 (Argentina) Bodyshopping, para evitar dependência EDS 1 (Argentina) Controle grande da terceirização Accenture 1 (Argentina) Total 10

Fonte: Miozzo e Grimshaw, 2005.

A indústria automobilística não é menos exigente. De acordo com um executivo da General Motors (citado em “Indústria automobilística: Usuário exigente”, ITWeb, 1/2/2005), “o modelo de outsourcing de próxima geração da fabricante de automóveis terá uma estrutura de contrato mais modular”. O serviço deverá ser realizado com base em requisitos de TI com evolução rápida, conforme aumente a inserção de software nos veículos. Por isso, a ênfase deverá ser cada vez maior em “qualidade de software, práticas de licenciamento e conformidade com padrões de processos de negócio globais”.

Os serviços de outsourcing estão fazendo crescer empresas brasileiras como a paulista Cadmus, a Holomática e o Grupo Resource, de acordo com informações veiculadas pela imprensa.20 A Cadmus aposta na diversificação para alcançar suas metas de faturamento (em 2004 faturou R$ 23 milhões). Hoje atende clientes como a Sony do Brasil e a HP. O Grupo Resource ampliou em 40% o número de funcionários em 2004, graças a contratos de terceirização de desenvolvimento de software, com faturamento chegando aos R$ 46 milhões. O sucesso da empresa reside nas parcerias efetuadas com multinacionais, como a Oracle e a EMC. Por sua vez, a Holomática encerrou 2004 com faturamento de R$ 13 milhões com a terceirização de processos de recursos humanos. A empresa conquistou clientes como Filtros Mann, Sebrae e Grupo Assa.

A terceirização está se transformando em parceria. A Promon fechou contrato de terceirização com a Telemar “para a oferta de serviços gerenciados de telefonia IP (Internet Protocol) ao mercado corporativo” (Ana Carolina Saito, “Promon fecha contrato de terceirização com a Telemar”, Gazeta Mercantil, 9/3/2005). O primeiro cliente é a própria Promon que prevê que toda a estrutura de voz e dados de seus escritórios no Rio e

20 Gazeta Mercantil (Ana Carolina Saito, “Cadmus avança com diversificação”, 22/3/2005 e Vicente Vilardaga, “Grupo Resource cresce com terceirização e emprega mais”, 23/12/2004) e ITWeb (“Holomática cresce 30% em 2004”, 7/1/2005).

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em São Paulo seja gerenciada pela Telemar. O alvo da parceria com esse serviço são as mil maiores corporações do Brasil.

As empresas brasileiras entenderam o conceito da terceirização. Além das vantagens nos custos e na infra-estrutura, a possibilidade de adquirir serviços de qualidade que atendam aos objetivos estratégicos está ampliando o mercado e dando oportunidades para muitos fornecedores que, mesmo atuando de forma pulverizada no mercado, estão conseguindo manter crescimento constante.

3.2 Fusões e Aquisições

Na luta pelo mercado, não apenas a parceria com o cliente é utilizada como estratégia comercial pelas empresas de software que atuam no mercado corporativo. As parcerias entre empresas de tecnologia, as fusões e as aquisições também estão virando moda. A compra da Logocenter pela Microsiga é um exemplo, mas é apenas uma de uma série de aquisições que continuará em 2005.

Os incentivos dados pelo governo para aumentar a exportação de software estão fazendo com que as empresas se preparem para conquistar o mercado externo, e um dos caminhos é se fortalecer via parcerias, fusões e aquisições de companhias, como anunciado pela imprensa local.21 Essa linha está sendo adotada pela empresa paulista Stefanini IT Solutions que, através de parceria com a Mysis realizada no ano passado, conseguiu aumentar seus negócios no exterior. Outra parceria importante aconteceu entre a Itautec e o grupo argentino Assa, com o objetivo de buscar novas oportunidades na AL. No âmbito das multinacionais, o movimento contou com a adesão da Oracle, que comprou a PeopleSoft, e da People, que adquiriu a J.D. Edwards.

No mercado interno, as empresas que atendem o setor corporativo também se prepararam para concorrer com suas congêneres multinacionais. Um passo importante está sendo dado pela empresa de investimentos Votorantim Novos Negócios (VNN), que comprou o controle acionário da Proceda, especializada em serviços de TI, como estratégia para se firmar no mercado corporativo. O próximo passo é realizar a fusão da Proceda com a paulista Optiglobe, que desenvolve serviços complementares aos da Proceda e foi adquirida pela VNN em 2002. A idéia é fundar uma nova empresa com faturamento de R$ 210 milhões (correspondente ao obtido pelas empresas em 2004) e 370 clientes corporativos. Com essa nova aquisição, a VNN se posiciona para enfrentar concorrentes estrangeiras, do porte da IBM e da EDS, e brasileiras, como CPM, Cobra e Stefanini.

Para fortalecer a presença em outras regiões que prometem crescimento elevado nos próximos anos, a paulista Web Contábil fez parceria com a pernambucana Fortes Informática para comercialização e fornecimento de suporte do software da primeira. Dessa forma, a Web Contábil consegue ampliar sua carteira de clientes fora de seu mercado tradicional com baixos custos de venda e atendimento.

21Rosana Hessel, “2005 um ano de fusões e aquisições”, Gazeta Mercantil, Caderno de TI, 15/2/2005, p. 1; Vicente Vilardaga, “Itautec e Assa fazem parceria para vender soluções de TI”, Gazeta Mercanitl, 27/8/2004; Adriana Thomasi, “Fortes Informática fecha parceria para negócios com a Web Contábil”, Gazeta Mercantil, 19/11/2004.

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As aquisições também são feitas como estratégia para entrar em novos mercados, como no caso da RM Sistemas e do grupo paulista Procwork, integrador de soluções de TI. A Procwork, que já vinha atuando na vertical de frigoríficos após a aquisição de uma empresa da área, comprou no ano passado a fluminense Lega Consulting, especializada em sistemas de gerenciamento para engenharia e construção. Com as aquisições, que deverão continuar ao longo do ano, a Procwork pretende atuar em cinco verticais.

3.3 Verticalização

A verticalização dos negócios em sistemas gerenciais (a também denominada Terceira Onda dos ERPs) está cada vez mais sendo utilizada para aumentar a receita dos fornecedores e possibilitar a definição de planos de crescimento para o longo prazo. Nos últimos tempos aderiram a esta modalidade de negócio empresas como a Mega Sistemas, a RM Sistemas e a Matera Systems. Por sua vez, firmas estrangeiras, como a italiana Sorma, chegaram ao Brasil com o foco voltado para um segmento específico, a indústria automobilística. Outras empresas, como a Gemco (Tecnologia de Gerência Comercial S/A), já nasceram com especialização em determinada vertical, evoluindo seus produtos para transformá-los em verdadeiros ERPs.

A verticalização é uma forma de diminuir os custos de comercialização, centralizar os esforços de marketing e alcançar a liderança do mercado. A partir de uma vertical é natural partir para outra vertical com características similares à primeira. Em alguns casos, as funções específicas incorporadas a um sistema de gestão para atender às necessidades de um segmento podem ser utilizadas, com leves modificações, em outros segmentos.

3.4 Arquitetura Orientada a Serviços (AOS)

A AOS é uma nova metodologia que procura maximizar o reuso de serviços, sendo estes entendidos como o conjunto de funcionalidades que fazem parte de um componente de software. Gutierrez e Alexandre (2005) explicam essa metodologia da seguinte forma:

Todos os serviços publicam sua interface em um diretório. Na interface estão definidos o comportamento do serviço e as mensagens de entrada e saída. Um consumidor busca o serviço requerido no diretório e encontra ali um provedor. Envia a ele uma mensagem solicitando o serviço, segundo a definição da interface e recebe do provedor a mensagem de resposta também de acordo com essa definição.

A AOS cria uma camada de software – de serviços – com a qual todos os aplicativos se relacionam, ficando no aplicativo apenas o que lhe é específico. Todos os serviços que possam ser solicitados por outrem são disponibilizados na nova camada, o middleware (p. 126).

Com a AOS os serviços podem ser atualizados a qualquer momento, facilitando a manutenção, assim como podem ser adicionados novos serviços de forma incremental. Todos os processos de uma corporação conseguem ser modelados via AOS, sendo disponibilizados na forma de serviços. De acordo com os autores, a grande vantagem com relação aos sistemas tradicionais é que não se misturam no código do aplicativo as

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regras do sistema, de negócios e de contexto. A SAP já se encontra reescrevendo seus produtos para convertê-los para AOS até 2007 e se espera que outros fornecedores de sistemas de gestão venham a aderir à nova modalidade. A competitividade das empresas brasileiras no mercado corporativo de gestão dos negócios vai depender da capacidade que tenham de modificar seus produtos para adequá-los à nova arquitetura.

3.5 Open Source

O mercado corporativo está aderindo definitivamente ao software livre, que já conseguiu penetração em boa parte da indústria brasileira, como mostra uma pesquisa conduzida pela Universidade de Campinas (Unicamp) e pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), com o apoio do Ministério de Ciência e Tencologia (MCT).22 De acordo com o estudo, 53% dos fornecedores de serviços em open source atuam no mercado privado; 13% em órgãos públicos; e 10% em universidades. É muito comum que os desenvolvedores de software também atuem com software proprietário baseado em software livre.

O software livre está promovendo os negócios no mercado de software; aumentando o foco em serviços; e produzindo uma mudança no modelo de negócio. No novo modelo, o denominado Serviço Integral, pacote de suporte ao software, e a Oferta Online, que prevê o desenvolvimento de software mediante pagamento de taxa, são duas alternativas de negócio (ITWeb, “Software livre acelera transição da indústria”, 27/4/2005). Este esquema está ameaçando os modelos tradicionais, baseados na venda de código proprietário e pacotes.

Para atender ao crescimento no uso de software livre no mercado corporativo, a próxima versão do Linux Desktop da Novell “caminhará lado a lado com o Windows” (“Linux Desktop desafia Windows, diz Novell”, IDGNow, 24/3/2005), com funções específicas para esse mercado. O interessante é que a Novell conseguiu desenvolver o Linux Desktop em tempo menor do que o Windows e, na opinião da fabricante, com tecnologia superior.

Outra empresa que se dispôs a concorrer diretamente com a Microsoft é a Cobra, que pretende oferecer a seu cliente corporativo uma solução em código-aberto, o Freedows, inclusive com versão em mandarim, para ser comercializada na China. O pacote, com preço que não supera um décimo do preço do Office, inclui sistema operacional baseado em Linux, processador de texto, planilha e navegador (Ana Carolina Saito, “Cobra lança pacote para competir com Microsoft”, Gazeta Mercantil, 4/6/2004). O desenvolvimento do Freedows resultou de uma joint venture entre a Cobra e a Associação Brasileira de Empresas de Software Livre (Abrasol). O modelo de negócio envolve contrato anual para suporte em tempo real, atualizações e novas versões.

4. Oferta de Software Brasileiro para o Setor Corporativo

22 Ver José Ramos, “Aumenta a utilização de software livre em grandes empresas”, O Estado de São Paulo, 27/4/2005).

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Nesta seção, são apresentadas as principais características das empresas e dos produtos de software brasileiros que atendem o setor corporativo, com base em informações obtidas nos bancos de dados do Instituto de Estudos Econômicos em Software (IEES).

4.1 Empresas

Nos bancos de dados do IEES estão cadastradas 142 empresas que desenvolvem software para o setor corporativo. Nesta seção são apresentadas informações sobre localização, número de colaboradores e faturamento dessas empresas.

4.1.1 Localização

Quase a metade (44,4%) das empresas brasileiras de software para o setor corporativo (tabela 3) encontra-se localizada no Estado de São Paulo. Surpreende o fato de que o segundo estado com maior número de empresas seja Santa Catarina (16,2%), superando Rio de Janeiro e Minas Gerais.

TABELA 3 LOCALIZAÇÃO DAS EMPRESAS DE SOFTWARE PARA O SETOR CORPORATIVO

POR ESTADO

Estado Nº. de Empresas %

São Paulo 63 44,4 Santa Catarina 23 16,2 Rio Grande do Sul 17 12,0 Minas Gerais 12 8,5 Rio de Janeiro 9 6,3 Paraná 5 3,5 Goiás 4 2,8 Ceará 3 2,1 Bahia 2 1,4 Pernambuco 2 1,4 Mato Grosso 1 0,7 Paraíba 1 0,7 Total 142 100,0

Fonte: Bancos de dados do IEES. 4.1.2 Número de Colaboradores

São Paulo é a cidade que gera mais emprego relacionado ao desenvolvimento de sistemas para o setor corporativo. Seguem Blumenau e Belo Horizonte que, juntas, aglutinam mais de 70% do total de postos de trabalho.

GRÁFICO 1 NÚMERO DE COLABORADORES DAS EMPRESAS DE SOFTWARE PARA O SETOR

CORPORATIVO EM 2003

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3.572

1.055899

256 235 218 211 160 155 120 118 100

678

São Paulo Blumenau BeloHorizonte

Rio deJaneiro

Canoas Curitiba Joinv ille A parecidade

Goiânia

Campinas São Josédo RioPreto

Salvador SãoLeopoldo

Outras

Fonte: Bancos de dados do IEES.

4.1.3 Faturamento

A faixa de faturamento que mais aglutina empresas que fornecem sistemas para o setor corporativo é a de R$ 2 milhões a R$ 16 milhões, classificadas como de pequeno porte (Tabela 4). Entretanto, observa-se uma porcentagem significativa (28%) de empresas de portes médio e grande.

TABELA 4 FATURAMENTO DAS EMPRESAS DE SOFTWARE PARA O SETOR CORPORATIVO

EM 2004

Faixa de Faturamento* Nº. de Empresas* %

Até R$ 2 milhões 16 32,0 Acima de R$ 2 milhões até R$ 16 milhões 20 40,0 Acima de R$ 16 milhões até R$ 60 milhões 10 20,0 Acima de R$ 60 milhões 4 8,0 Total 50 100,0

*As faixas seguem aquelas determinadas nos Indicadores Financeiros do Setor de Software (IFSS), do IEES, para classificar empresas segundo o porte (micro, pequeno, médio e grande). Fonte: Bancos de dados do IEES.

4.2 Produtos

Nos bancos de dados do IEES estão cadastrados 265 produtos de software corporativo. Os produtos foram classificados em 10 categorias: Administração de RH, ERP / BI, Administração, Fiscal / Tributário, Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED), Help Desk / Call Center, CRM, Controle Patrimonial, Compras, Controle da Manutenção, Gerência e Controle de Projetos (Tabela 5).

TABELA 5 CATEGORIAS DE SOFTWARE PARA O SETOR CORPORATIVO

Categoria Nº. de Produtos* %**

Administração de RH 72 25,9 ERP / BI 58 20,9 Administração 29 10,4

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Fiscal / Tributário 29 10,4 GED 23 8,3 Help Desk / Call center 22 7,9 Controle patrimonial 17 6,1 Compras 13 4,7 Controle de manutenção 11 4,7 Gerência e controle de projetos 4 1,4

Fonte: Bancos de dados do IEES. * Incluem-se respostas múltiplas. ** Sobre o total de produtos= 278.

Nos quadros 2 a 11 é feita uma breve descrição dos produtos brasileiros para o setor corporativo que constam dos bancos de dados do IEES, identificando as empresas produtoras.

QUADRO 2 PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE RH

Empresa Produto

ABACO TECNOLOGIA DA INFORMACAO LTDA.

TURMALINA – SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRACAO DE PESSOAL. Software para Administração de RH.

ACAO SISTEMAS DE INFORMÁTICA LTDA. UNIVERSAL RH. Software para Administração de RH.

AUDIDATA INFOR. LTDA. A FOLHA – FOLHA DE PAGAMENTO. Folha de pagamento multiempresas

BENNER SISTEMAS S/A. BENNER RECURSOS HUMANOS. Software para Administração de RH.

HOMOLOGAÇÕES DE RESCISÕES. Acompanha a homologação das rescisões efetuadas pelo sindicato

BISA – BANCO DE IDEIAS, SISTEM. E AUTOM. LTDA. FOLHA DE PAGAMENTO. Processamento de folhas mensais.

BMA SISTEMAS LTDA. W.GEP – GESTAO DE PESSOAL. Solução de Gestão de Pessoal que abrange desde o processo admissional até a rescisão de contrato.

W.PE PONTO ELETRÔNICO. Software destinado a apuração de horas trabalhadas.

BRASIL INFORMÁTICA S/C LTDA. FOLHA DE PAGAMENTO. Processamento de folhas mensais.

CETIL SISTEMAS DE INFORMÁTICA S/A GPcetil – GESTÃO DE PESSOAL. Software para Administração de RH.

CINCO SISTEMAS LTDA. PESSOAL 5. Sistema de folha de pagamento integrado com o sofware Contábil 5.

CONSULTORIA GAUCHA DE

ADMRH-GESTAO DE RECURSOS HUMANOS. Desenvolvido totalmente com tecnologia Smart Object, orientada a objeto.

INFORMÁTICA LTDA. PGS-COM-GESTAO DE COMISSOES. Software para gerenciamento das comissões.

DATASUL S/A DATASUL – HR. Solução para gestão de recursos humanos, desde a folha de pagamento até o processo de obtenção de certificação de qualidade total (ISO).

DP-COMP INFORMÁTICA S/C

DP-PONTO – PONTO ELETRÔNICO. Software para otimizar as atividades nos departamentos de recursos humanos visando a segurança das informações de freqüência dos funcionários e/ou de visitantes da empresa.

LTDA. DP-FOLHA – FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de folha de pagamento.

FACIL INFORMÁTICA LTDA. FÁCIL FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de folha de pagamento.

Continua

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Quadro 2. Continuação

QUADRO 2

PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE RH

Empresa Produto

HEXA SOLUTION SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA.

CONTABILEASY. Sistema de folha de pagamento que roda em ASP.

IDEIA INFORM. LTDA. IDEPAG – FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de folha de pagamento.

JULIANA VARELA FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de folha de pagamento. GUARAREMA – ME RECURSOS HUMANOS. Software para administração dos recursos humanos.

LG INFORMÁTICA

FPWRH. Gestão de RH totalmente integrada ao FPw – Folha de Pagamento. Outros produtos: FPW – CUSTO DO TRABALHO E ORÇAMENTO, FPW – FOLHA DE PAGAMENTO, FPW – BENEFÍCIOS.

LTDA. FPW – PONTO, PORTAL RH, FPW – CONTENCIOSO TRABALHISTA, FPW – RECRUTAMENTO E SELEÇAO, FPW TREINAMENTO, FPW – MEDICINA DO TRABALHO, FPW – SEGURANÇA DO TRABALHO.

MEGA SISTEMAS MEGA RH. Software para Recursos Humanos. Integrado aos demais módulos do sistema Mega 2000.

CORPORATIVOS LTDA. OMNIUM – MÓDULO RECURSOS HUMANOS. Gerencia o setor de RH de uma empresa.

PONTO CERTO. Software para controle eletrônico de ponto. MICROMEGA COMPUTADORES E SISTEMAS LTDA.

FOLHA FÁCIL. Software de folha de pagamento com possibilidade de definição de fórmulas específicas de cálculos criadas pelo usuário.

MPS INFORMÁTICA LTDA. FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de folha de pagamento.

MTA INFORMÁTICA LTDA. MTA PONTO. Sistema para controle total do Ponto Eletrônico de Funcionários.

NASAJON SISTEMAS COMÉRCIO LTDA. PERSONA GOLD – FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de folha de pagamento.

NASSIF SYSTEMS INFORMÁTICA S/C LTDA. CONTMASTER – FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de folha de pagamento.

NETWORK INFORMÁTICA LTDA SGRH – GESTAO DE RECURSOS HUMANOS. Suíte integrada para RH.

NETWORK INFORMÁTICA LTDA.

MEDOC MEDICINA E SEGURANÇA DO TRABALHO. Ferramenta para a Gestão de Vida do Trabalhador

NORBER ENGENHARIA LTDA. NEWPONTO. Software para controle de freqüência.

NSP TECNOLOGIA SIST. E MÁQUINAS LTDA.

APAWIN – ADMINISTRACAO DE PONTO AUTOMATIZADO (ADMINISTRACAO RH). Software para controle de freqüência.

PERSOFT SOFT. APLIC. FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de folha de pagamento.

PRATICO SOLUCÕES INFORMÁTICA LTDA. PRÁTICO PONTO. Software para controle de freqüência.

FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de folha de pagamento.

PROFORM COMÉRCIO E INFORMÁTICA LTDA.

AUTONOMOS / PRO-LABORE. Controle de Recibos de Pagamento de RPA, Pro-labore com Resumo Mensal da Folha.

SIP INTEGRADO. Sistema de Folha de Pagamento multiempresa e multiusuário.

PRO-LÓGOS S/C LTDA. PONTO ELETRÔNICO. Software para controle de freqüência. SERV. DE PROCES. DE DADOS FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de Folha de Pagamento.

Continua

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Quadro 2. Continuação

QUADRO 2 PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE RH

Empresa Produto

QUARTA RH PPP PERFIL PROFISSIOGRAFICO PREVIDENCIARIO. Software para elaboração do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP).

QUARTARH PONTO ELETRONICO. Software para controle de freqüência.

QUARTA INFORMÁTICA S/C LTDA.

QUARTARH REGISTRO ELETRONICO. Sistema de Registro Eletrônico que possibilita a substituição da ficha e/ou livro de registro de empregado.

QUARTARH BANCO DE HORAS. Controla as horas lançadas a débito ou crédito dos funcionários.

QUARTARH FOLHA DE PAGAMENTOS. Sistema de Folha de Pagamento. QIF3. Sistema de Folha de Pagamento para DOS.

RM SISTEMAS LTDA. CORPORE RM – RECURSOS HUMANOS. Sistema para gestão de RH.

RX INFORMÁTICA LTDA. PERITUS – CÁLCULO TRABALHISTA. Software para auxiliar nos cálculos trabalhistas.

SANDATA IND. COM. CONS. E SERV. LTDA. SISTEMA SANFOLHA DE FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de Folha de Pagamento.

SENIOR SISTEMAS LTDA.

VETORH – SISTEMA DE RECURSOS HUMANOS. Sistema que socializa as informações para toda a estrutura organizacional

SERTA REC. HUM. LTDA. HUMANUS. Software para a administração do setor de RH.

SIGSA SISTEMAS TALENT ANALYZER. Sistema de gestão do talento. LTDA. TALENT DEVELOPMENT. Sistema de gestão do desempenho e desenvolvimento dos

recursos humanos.

SISPRO – S/A SISTEMAS E PROCES. DE DADOS SISPRO PESSOAL. Software para gestão dos recursos humanos.

SOFT TRADE ENG. DE SISTEMAS LTDA.

SOFT TRADE ENGENHARIA DE SISTEMAS LTDA. FatoR H/Web é uma solução completa para gestão de pessoas e administração de pessoal que facilita a descentralização de processos através do uso da Web.

SOFTWARE WARRANTY INFORMÁTICA LTDA.

APOSENTA – SISTEMA DE CÁLCULO DE APOSENTADORI. Efetua cálculo, com base nos salários cadastrados e tempo de serviço, para aposentadoria.

SOLUSOFTWARE SOLUCÃO EM SOFT. E GESTÃO DE PESS. LTDA.

SOLUGESPE. Sistema integrado de Recursos Humanos.

TASK SISTEMAS DE COMPUTACÃO LTDA. FORPONTO. Software para Controle de Ponto de Funcionários.

VIASOFT INFORM. LTDA. FOLHA DE PAGAMENTO. Sistema de Folha de Pagamento.

WK WK SISTEMAS DE RADAR FOLHA. Sistema de Folha de Pagamento. COMPUTACÃO LTDA. RADAR PONTO. Software para Controle de Ponto de Funcionários.

QUADRO 3 PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA ERP / CRM / BI

Empresa Produto

ABYZ INFORM. LTDA. CIGAM – SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL. Sistema integrado de gestão empresarial.

ADM MARCA CONSUL. E REPRESENT. LTDA. ADSGF. Sistema integrado de gestão empresarial para distribuidora de alimentos.

ARECO CHAVES & CONSULTORES

FUTURO – SISTEMA DE GESTAO INTEGRADA. É um ERP multiempresa, multimoeda, multiusuário e multiplataforma.

ASSOCIADOS S/C LTDA. VSAT. Sistema integrado de gestão empresarial.

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Continua Quadro 3. Continuação

QUADRO 3

PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA ERP / CRM / BI

Empresa Produto

ARGOS TECNOLOGIA EM INFORMÁTICA LTDA.

SE – INDÚSTRIA / SE – COMÉRCIO. Sistema integrado de gestão empresarial.

AUDACTER INF. LTDA. NAVEG. Sistema integrado de gestão empresarial.

BENNER SISTEMAS BENNER ERP. Sistema integrado de gestão empresarial. S/A BENNER BI. Software de Business Intelligence.

CI&T SOFTWARE S/A INQUIRER. Solução Web que permite a criação e aplicação de questionários de avaliação.

COMPASSO INFORM. S/A E3B CRM. Atua nos processos de integração entre a empresa e seus clientes.

CONSULTORIA GAUCHA DE INFORMÁTICA LTDA.

CONSULTOR'S. Sistema integrado de gestão empresarial.

CONSUMER VOICE CVCRM. Ajuda no relacionamento com os clientes. LTDA. CVRESPONSE. Sistema de relacionamento,

CSI – CONSU. E SIST. DE INFORMACAO LTDA.

SABBIT. – PLANEJAMENTO, ADMINISTRACAO E CONTROLE CORPORATIVO. Sistema integrado de gestão empresarial.

DARLA ASSESSORIA INFORMÁTICA LTDA. HOT SOLUTIONS. Sistema integrado de gestão empresarial.

DATASUL S/A DATASUL CRM. Permite que empresas de qualquer tamanho possam aumentar a rentabilidade e a fidelização dos seus clientes (internos, externos ou parceiros).

DATASUL – SEM. Sistema integrado de gestão empresarial.

DEAK SIST. E PROD. DE INFORMÁTICA LTDA.

DEAK ERP. Software de CRM e ERP.

DECISAO SOLUCOES INTELIGENTES LTDA

DATASUL BI. Ferramenta que realiza a análise dos dados das áreas de logística, finanças, manufatura, materiais e RH.

DIACON INFORM. LTDA. PLENNET. Sistema integrado de gestão empresarial.

ENTERPRISING CONSULTORIA LTDA.

ENTERPRISING – SISTEMA DE GESTAO EMPRESARIAL E ERP. Sistema integrado de gestão empresarial.

HDS SISTEMAS LTDA. HDS SYSTEAM 2001. Sistema integrado de gestão empresarial.

INTERSYS INF. LTDA. SYSTEXTIL – ERP. Sistema integrado de gestão empresarial.

LEADS S/A. LOGIX CRM – GESTAO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES

MATERA SYSTEMS FINPAC. Sistema integrado de gestão empresarial, com módulo de BI.

MEGA SISTEMAS CORPORATIVOS LTDA.

MEGA 2000. Sistema integrado de gestão empresarial. A empresa possui também os produtos: MEGA COMBUSTÍVEIS, MEGA ABROBUSINESS, OMNIUM ADMINISTRATIVO e OMNIUM – MÓDULO BI.

MICRO UNIVERSO INFORMÁTICA S/A. ENTERPRISE. Sistema integrado de gestão empresarial.

MICROMEGA COMPUT. E SISTEMAS LTDA. FOREVISION. Software de Business Intelligence.

MICROSIGA SOFT. S/A AP7. Sistema integrado de gestão empresarial.

N&L INFORMÁTICA LTDA. N&L GESTAO. Sistema integrado de gestão empresarial.

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Continua Quadro 3. Continuação

QUADRO 3 PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA ERP / CRM / BI

Empresa Produto

NETWORK INF. LTDA VENDOR – GESTAO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE. Software integrado tendo como foco o cliente.

VENDOR UNIVERSITY – CRM PARA UNIVERSIDADES. Gestão do relacionamento com os alunos.

NOVA GESTAO SERV. E SIST. DE INF. LTDA. TECNOMAX. Sistema integrado de gestão empresarial.

PEOPLE CONSULTING SERV. E INF. S/C LTDA. FINPAC. Sistema integrado de gestão empresarial.

PRO-LÓGOS S/C LTDA. SERV. DE PROCES. DE DADOS

PIGAF. Sistema integrado de gestão empresarial.

PROMATICA SISTEMAS E CONSULTORIA LTDA. CROCUS FOR Windows. Sistema integrado de gestão empresarial.

PROSYST DESENV. DE SISTEMAS LTDA.

SISTEMA DE GESTÃO EMPRESARIAL PROSYST. Sistema integrado de gestão empresarial.

PSM COMERCIAL LTDA. GLOBAL ERP. Sistema integrado de gestão empresarial. CORPORE RM PROJETOS. O produto permite alto nível de parametrização, a fim de

atender à maior variedade possível de processos gerenciais em diferentes empresas. RM SISTEMAS LTDA. CORPORE RM. Sistema integrado de gestão empresarial. RM AGILIS – SOLUCAO CRM. Software para gerência de relacionamento com clientes. SANKHYA TECNOLOGIA EM MITRA. Sistema integrado de gestão empresarial.

SISTEMAS LTDA. MGE – SISTEMA DE GESTAO EMPREARIAL. Sistema integrado de gestão empresarial.

SENIOR SISTEMAS LTDA. SAPIENS SISTEMAS CORPORATIVOS. Sistema integrado de gestão empresarial.

SETTING INFORM. LTDA.

PROSPECTS. Software que registra a identificação do cliente em potencial, seu perfil, suas impressões sobre os produtos e serviços avaliados, bem como caracteriza suas necessidades.

SHN SIST. DE INFORM. E SERVIÇOS LTDA. MAXIPRO. Sistema integrado de gestão empresarial.

SIL SISTEMAS E INFORMÁTICA LTDA. PRIMUS. Sistema integrado de gestão empresarial.

SISTEMA PRODALY DE SOFTWARE LTDA

CIGAM – SOFTWARE DE GESTÃO EMPRESARIAL. Sistema integrado de gestão empresarial.

SOFTDATA SOLUÇ. LTDA. SGE-SOFTDATA. Sistema integrado de gestão empresarial.

SOFTIUM INFORM. LTDA. TACTIUM. Software para CRM e call center.

CPLAN CONSULTORIA E PLANEJAMENTO LTDA. SOLOMON. Software de ERP aplicado a Gerenciamento de Projetos.

STR COMPUTAD. LTDA. GESTÃO INTEGRADA. Sistema integrado de gestão empresarial.

TECNISA TECNOLOGIA RELATIONE. Controla as diversas formas de relacionamento corporativo. EM INFORMÁTICA LTDA. AGENT2B. Sistema integrado de gestão empresarial.

TELE DESIGN SERV. E COM. DE TELECO. LTDA.

SIGMA PLENUS. Soluções de software para OSS, Customer Care, Marketing e Vendas, Work Management e Billing.

UNISIS ADM. PATRIM. E INFORMÁTICA LTDA. UNISCOM. Sistema integrado de gestão empresarial.

VISUELLES INF. LTDA. COMPIEREBR. Sistema integrado de gestão empresarial.

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WK WK SISTEMAS DE COMPUTACAO LTDA.

RADAR EMPRESARIAL – GESTÃO EMPRESARIAL. Sistema integrado de gestão empresarial.

Fonte: Bancos de dados do IEES.

QUADRO 4 PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA ADMINISTRAÇÃO

Empresa Produto

ADM MARCA CONSULTORES E REPRESENT. LTDA.

ADFIN. O software permite o controle da rotina de uma pequena empresa através do acompanhamento de clientes, contas a receber, pagar, caixa, fornecedores e estoque de forma integrada.

BMA SISTEMAS LTDA. W.TOOLS GERENCIAMENTO DE FERRAMENTAS. Solução para controle das Ordens de Serviços em empresas do segmento de Ferramentarias.

SIS-DM ADMINISTRAÇÃO INTEGRADA. Solução Administrativa Integrada voltada à Empresas de micro, pequeno e médio Porte.

CIA BRAS. DE SOFT. E SERVICOS LTDA. APOLO. Solução Administrativa.

CONSULT. GAUCHA DE INFORM. LTDA. PGS-CTB-GESTAO CONTÁBIL. Solução Administrativa.

DAPE SOFT. LTDA. PEGASUS. Software flexível de administração de empresas. DATAWIN INFORMÁTICA LTDA.

SANET – SISTEMAS DE GESTAO DE NEGÓCIOS. Sistema para gestão de negócios multiempresa e multiusuário.

FGC SERV. E CONS. EM INFORM. LTDA. SAGE. Solução Administrativa.

FORPRINT INF. LTDA. CORPORATOR. Sistema de Gestão Empresarial para pequenas e médias empresas.

HBSIS INFORM. LTDA. PROMA. Atende de forma integrada ao departamento de compras, pedidos, estoque, faturamento, financeiro, produção.

MEGA SISTEMAS CORPORAT. LTDA. OMNIUM – MÓDULO VENDAS E MATERIAIS. Software para vendas e materiais.

MICROMEGA COMP. E SISTEMAS LTDA.

GESCORP – SOFTWARE DE GESTAO CORPORATIVA. Software para Gestão Corporativa.

MULT SISTEM. LTDA. MÁXIMO GESTÃO EMPRESARIAL. Software que integra informações dos níveis operacional, tático e estratégico.

N&L INFORM. LTDA. N&L GESTÃO. Sistema para Gestão Corporativa. NETWORK INF. LTDA SADI – CORPORATIVO INTEGRADO. Sistema para Gestão Corporativa. NOVUS ASSESSORIA E SISTEMAS LTDA. NOVUS – MODULARES INTEGRADOS. Sistema para Gestão Corporativa.

BUSINESS STANDARD. Sistema para Gestão Corporativa.

PAIVA PIOVESAN ENGENHARIA & INFORMÁTICA LTDA.

COCKPIT. Software que funciona como um painel de controle do negócio, onde o administrador obtém uma visão macro da empresa através de gráficos, indicadores e multimídia.

COMPANY. É um pacote que oferece diversos produtos da empresa e está disponível nas versões Standart, Professional e Enterprise.

PC AUXILIAR INFORMÁTICA LTDA. DECISOR. Sisitema para Gestão Corporativa.

PERSOFT SOFTWARE APLICATIVOS SIPERSOFT. Sistema para Gestão Corporativa para até 50 usuários.

POWERLOGIC CONS. E SISTEMAS LTDA.

ECOMPANY. Solução voltada para estratégias de gestão de conhecimento e integração corporativa.

R36 SOFT. S/C LTDA. R36 SOFTWARE – MÓDULOS INTEGRADOS DE GESTÃO. Conjunto de ferramentas para controle administrativo-financeiro de empresas.

RESOLVE INF. LTDA. RESOFT CADUCEU. Pacote composto de oito módulos administrativos integrados. SANKHYA TECNOL. EM SISTEMAS LTDA. MITRA. Sistema integrado de Gestão Corporativa.

SOFTEC SAN – SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DE NEGÓCIOS. Sistema integrado de Gestão

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INFORMÁTICA LTDA. Corporativa.

UTILSOFT ADMINISTRACAO EMPRESARIAL. Sistema integrado de Gestão Corporativa. INFORMÁTICA LTDA. EMPRESAUTIL. Sistema integrado de Gestão Corporativa. WK WK SISTEMAS DE COMPUTACÃO LTDA.

RADAR EMPRESARIAL – GESTÃO EMPRESARIAL. Sistema integrado de Gestão Corporativa.

Fonte: Bancos de dados do IEES.

QUADRO 5 PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA A ÁREA FISCAL / TRIBUTÁRIA

Empresa Produto

AUDIDATA INFORMÁTICA LTDA.

CIAP – CONTROLE DO ICMS DO ATIVO PERMANENTE. Controla o ICMS das aquisições e baixas do Ativo Permanente de acordo com a Lei Complementar 87/96, arts. 20/21 RCTE-GO, arts. 350/356 e Ajuste SINIEF 8 de 12/12/97.

ESCRITA FISCAL. Emite os Livros de Entrada, Saída e Apuração do IPI e ICMS, Livro de Registro de ISS, observando a legislação de Goiânia (GO).

CINCO SISTEMAS LTDA.

FISCAL 5. Sistema de escrituração fiscal integrado com o software Contábil 5 e outros sistemas.

CONSULT. GAUCHA DE INFORM. LTDA.

PGS-LIF – GESTAO LIVROS FISCAIS. Controla todas as compatibilizações de alíquotas previstas na legislação do ICMS.

DP-COMP

DP-SAI – SISTEMA ATUALIZADOR DE IMPOSTOS. Sistema atualizador de impostos em atraso que calcula: DARFs, GARE (PF/PJ), INSS (GRPS e Carnê), GRE (em formulário ou em meio magnético), DARM (ISS, IVV, TLIF e TFA) somente para SP.

INFORMÁTICA S/C DP-INSS – EMISSOR DE CARNÊS DO INSS. Sistema emissor de carnês do INSS. LTDA. DP-FISC – ESCRITÓRIO FISCAL. Sistema de escrita fiscal que gerencia

automaticamente o SIMPLES. HELP SOFTWARE HOUSE INFORMÁTICA LTDA.

IMPOSTO DE RENDA E ATIVIDADE RURAL. Verifica se o Carnê Leão foi pago corretamente. Não permite lançamentos com valores superiores ao permitido pela legislação.

H-SOFT INF. S/C LTDA. ESCRITA FISCAL. Alerta de vencimento de impostos (no dia e programável).

MATERA SYSTEMS FINPAC – MÓDULO LIVROS FISCAIS. Sistema responsável pela escrituração fiscal da empresa.

MEGA SISTEMAS CORPORAT. LTDA.

OMNIUM – MÓDULO TRIBUTOS. Software para gerenciar a área tributária de uma empresa. Software para Emissão de Cupom fiscal, controle de retaguarda, registros de entrada e saída de documentos fiscais, emissão de Notas Fiscais, Apuracão de ICMS, Controle de Contas a Pagar e Receber.

MEGASOFT INFORMÁTICA LTDA.

FRONT CASH PRO. Software que possibilita a escrituração de livros fiscais exigidos por legislação.

MICROMEGA COMP. E SISTEMAS LTDA.

AUDITOR FISCAL. Software para escrituração de livros fiscais de entrada e saída de mercadorias.

NASAJON SISTEMAS COMÉRCIO LTDA. SCRITTA – ESCRITA FISCAL. Software para cálculo de impostos atrasados.

CONTMASTER – CÁLCULO DE IMPOSTOS ATRASADOS. Software para a área Fiscal / Tributária. NASSIF SYSTEMS

INFORM. S/C LTDA. CONTMASTER – ESCRITA FISCAL.

PRO-DATA SYS. LTDA. MT FISCAL. Sistema de Escrita Fiscal. ESCRITA FISCAL. Livros fiscais do IPI, ICMS, ISS, apurações, guias de recolhimento, declarações, atende toda legislação – integra com Contábil. PROFORM COMÉRCIO

E INFORMÁTICA LTDA. IRPJ – ME/EPP – PRESUMIDO. Imposto de renda para micro-empresa.

QUANTA – GESTÃO FISCAL. Gerenciamento das operações fiscais de ICMS /IPI/ ISS.

QUANTA SOFTWARE QMAG. Dados em meio magnético. S/C LTDA QIRRF. Software para Controle de Imposto de Renda na Fonte e Inss sobre Pagamentos

a Terceiros. RJP AUTOM. COM., REPR. E SERV. LTDA. SCOA FISCAL. Software para administração do estoque fiscal de armazéns gerais.

SOFT CONS. LTDA. DIPJ SOFT. Sistema gerencial para facilitar o planejamento tributário das empresas, SYNCHRO SISTEMAS DE INFORM. LTDA.

SOLUCAO FISCAL SYNCHRO. Possui inteligência fiscal centralizada capaz de calcular impostos, fazer crítica de dados, enquadramento fiscal, entre outras funcionalidades.

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SYSIN SIST. E SERV. DE INFORM. LTDA.

SYSSERV. Controla toda rotina de pagamento a terceiros, calculando corretamente INSS, IRRF, ISS.

SYSTEMAKERS INFORMÁTICA LTDA. SMK-LIVROS FISCAIS. Realiza a classificação e registro dos tributos ICMS e IPI.

VIASOFT INF. LTDA. FISCAL 4. Software para área Fiscal. WK WK SISTEMAS DE COMPUTACAO LTDA. MT FISCAL. Software para área Fiscal / Tributária.

Fonte: Bancos de dados do IEES.

QUADRO 6 PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA GED

Empresa Produto

BENNER SISTEM. S/A BENNER GESTAO DE CONTRATOS. Módulo / aplicativo de controle de contratos, aditivos e minutas.

BISA – BANCO DE IDEIAS, SIST. E AUTOMAÇÃO LTDA.

PROTOCOLO 2000. Software voltado para controlar os documentos que são entregues na empresa / entidade.

BKM SISTEMAS LTDA. DOCMAN. Produto que atende à necessidade de armazenamento organizado em meio digital e recuperação rápida e confiável de informações não estruturadas.

CI&T SOFTWARE S/A CI&T DIGITALASSETS MANAGER. Ferramenta para centralização de informações e gerenciamento do portfolio de componentes corporativos de software.

DATASUL S/A DATASUL WEBDESK. Solução integrada totalmente WEB para gerenciamento eletrônico de documentos (GED), workflow e gestão de qualidade (suporte a certificação ISO 9000, série 2000).

FORPRINT INF. LTDA. FORPRINT FOR Windows. Gerador de relatórios.

FRAGATA SOFTWARE LTDA.

FRAGATA SABE-TUDO. Registro, manutenção e pesquisa de suas informações pessoais e comerciais.

HEXA SOLUTION SERV. DE INF. LTDA.

HEXA VISION. Software de documentação automática a partir dos códigos fontes de sistemas aplicativos residentes em mainframes ou na plataforma distribuída.

HORUS INFOR. LTDA. PME – GESTAO DE PROCESSOS DE NEGOCIOS. Permite que os processos da empresa sejam documentados, sua execução e desempenho registrados, garantindo a identificação de desvios.

IMPACTOTECN. LTDA. DOCSPIDER – GED. Gerencia documentos e informações.

ITCOMPANY CONS. EM INFORM. LTDA.

WORKCONTROL. Sistema corporativo que gerencia a agenda de pessoas e recursos de equipes de trabalho.

LIGHT INFOCON GOLDENDOC. Solução voltada para Gestão da Informação. TECNOLOGIA S/A GOLDENTRACK. Sistema de WorkFlow.

NEOGRID S/A

NEOGRID E-COLLABORATION SUITE. Cria a malha de integração segura entre as corporações e abrange uma série de processos, funções e atividades que estão estruturadas em três produtos: NeoGrid Communicator, NeoGrid Collaborator e NeoGrid Connector.

PARCERIA INFORMÁTICA LTDA.

CLIPPING VIEWER. As informações de sua organização, da concorrência e demais assuntos que são veiculados diariamente pela mídia, podem servir de subsídios na sua estratégia de tomada de decisões.

PROSOFT TEC. LTDA. PROSCANDOC. Software para o gerenciamento de documentos por imagem.

SIPROSER SIST. SERV. E REPR. LTDA. O ARQUIVISTA. Sistema gerenciador de arquivos de documentos.

SML CONS. E TECN. EM INFORM. LTDA. CONVERGE. Solução de gerenciamento eletrônico de documentos.

SOFTEXPERT INF. E AUTOMAÇÃO LTDA. ISOSYSTEM DOCUMENTOS. Gerenciador Corporativo de Documentos.

VISUELLES INFORMÁTICA LTDA.

OPENGROUPWARE.ORG. Conjunto de ferramentas que provê uma interface comum para um grupo de pessoas que trabalham em uma atividade colaborativa.

WA SISTEMAS CONS. ACTIVE – MÓDULO CADASTRO. Cadastros de clientes, fornecedores, funcionários,

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EM INFORM. LTDA. vendedores, transportadoras.

ZCR ENGENHARIA TREINAMENTO E

SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DE PROCESSOS JURÍDICOS. Software desenvolvido utilizando as técnicas de GED e de workflow para automatizar todos os fluxos de documentos jurídicos de uma empresa.

INFORMÁTICA LTDA. SISTEMA DE PROTOCOLO. Software desenvolvido utilizando as técnicas de GED e de workflow para automatizar todos os fluxos de documentação de uma empresa.

Fonte: Bancos de dados do IEES. QUADRO 7

PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA HELP DESK / CALL CENTER Empresa Produto AUTOMIDIA INF. LTDA. AUTOMIDIA SERVICE DESK. Sistema para automação e gerenciamento de helpdesk. CINQ TECHNOL. LTDA. CINQ HELPDESK. Ferramenta para acompanhamento de chamados.

CONSUMER VOICE CVASK. Sistema de pesquisa de satisfação. S/C LTDA. CVRESPONSE. Sistema de relacionamento. DP-COMP INFORM. S/C LTDA.

WIN-CALL – CALL CENTER. Software para manter registrados os contatos mantidos entre empresa / cliente. TGCO FOR Windows. Software gráfico de configuração e operação do Active. É indicado preferencialmente para a telefonista e também para usuários que necessitam um maior nível de supervisão do sistema.

LEUCOTRON EQUIPAMENTOS LTDA.

CALL CENTER. Software para controlar PABX de call center.

NETWORK $PHONE – TARIFADOR TELEFONICO. Software de tarifação telefônica. INFORMÁTICA LTDA CITEL – INTEGRACAO TELEFONE E COMPUTADOR. Software de Integração do

ambiente de telefonia com o computador. PAIVA PIOVESAN ENG. & INF. LTDA. HELP DESK. Suporte que integra o business ao atendimento a clientes.

SOFTAPLIC S/C LTDA. TARIFA – SISTEMA DE TARIFACAO TELEFONICA. Sistema para controle de telefonia de centrais de PABX.

SOFTIUM INF. LTDA. TACTIUM. Software para CRM e call center. VOXTLOG. Sistema de gravação de conversas telefônicas e rádio. TANTECH INFORMÁTICA LTDA.

RIGHTNOW WEB CENTER. Sistema para atendimento de consultas de clientes via e-mail, chat e FAQ.

NUANCE. Plataforma para reconhecimento de fala quase natural (speech recognition) e para identificação de locutor (speaker recognition).

DIRECTORY ASSISTANCE – AXL. Software para automação do serviço de auxílio à lista telefônica.

CALL CENTER MEASUREMENT. Software que interage com PABX/ACD.

TECLAN ENGENHARIA CT AGENT. Software que opera como um sistema de integração entre os demais softwares ou sistemas de atendimento.

DE SOFTWARE LTDA. CALL RECORDER AND LOGGER. Software que fornece informações para gerenciamento da qualidade dos atendimentos em call centers e auxilia o treinamento de agentes

DIALER. Software que agiliza e automatiza o processo de discagem.

WORKFORCE MANAGEMENT. Software para controlar a alocação de recursos humanos em um centro de atendimento telefônico.

ZCR ENG. TREINAM. E INFORMÁTICA LTDA.

SÃO BERNARDO. Software que controla qualquer chamado técnico, assim como o seu fluxo.

Fonte: Bancos de dados do IEES.

QUADRO 8 PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA O CONTROLE PATRIMONIAL

Empresa Produto AUDIDATA INF. LTDA. CONTROLE PATRIMONIAL. Software para o controle patrimonial. BISA – BANCO DE IDEIAS, SISTEMAS E AUTOMAÇÃO LTDA.

ATIVO FIXO. Software para o controle patrimonial.

CONS. GAUCHA DE PGS-CPA-GESTAO PATRIMONIAL. Permite o processamento com diversos períodos em

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INFORMÁTICA LTDA. aberto, com cálculo e recálculo individual ou geral de todos os bens. DSC TECN. LTDA. SGE. Gerenciamento do parque de equipamentos da empresa. GOLDBYTE INFORMÁTICA S/C LTDA.

GBPAT – SISTEMA DE CONTROLE DO PATRIMONIO. Software para controle patrimonial.

MEGA SISTEMAS CORPORATIVOS LTDA. OMNIUM – MÓDULO PATRIMONIO. Software para controle patrimonial.

Continua Quadro 8. Continuação

QUADRO 8 PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA O CONTROLE PATRIMONIAL

Empresa Produto MICROMEGA COMPUTADORES E SISTEMAS LTDA.

ATIVO CERTO. Software para controle patrimonial.

NETWORK INFORMÁTICA LTDA ATIVO – CONTROLE PATRIMONIAL. Software para controle patrimonial.

PRO-DATA SYSTEM LTDA. MT PATRIMONIAL. Controla a correção e depreciação dos bens e valores patrimoniais.

REGISTRO DE INVENTARIO (LIVRO MOD. 7). Emissão do livro Reg. de inventário – Mod 7, lista de preços – Planilha para inventário. PROFORM COMÉRCIO

E INFORMÁTICA LTDA. ATIVO FIXO. Controle patrimonial de bens do ativo e contas patrimoniais.

SISPRO – S/A SISTEMAS E PROCESSAMENTO DE DADOS

SISPRO PATRIMÔNIO. Software para gestão do patrimônio com integração aos ERPs do mercado.

SYSTEMAKERS INFORMÁTICA LTDA.

SMK-PATRIMONIO. Controles fiscais e gerenciais do ativo permanente e do patrimônio líquido.

UNISIS ADM. PATRIM. E INFORMÁTICA LTDA. UNISPAT. Software para controle patrimonial.

VIASOFT INF. LTDA. CONTROLE PATRIMONIAL. Software para controle patrimonial. WA SISTEMAS CONS. EM INFORM. LTDA.

ACTIVE – MÓDULO ATIVO FIXO. Controla todo o ativo fixo da empresa desde sua aquisição.

WK WK SISTEMAS DE COMPUTACAO LTDA. MT PATRIMONIAL. Software para controle patrimonial.

Fonte: Bancos de dados do IEES.

QUADRO 9 PRODUTOS BRASILEIROS PARA COMPRAS

Empresa Produto ASTREIN ENGENHARIA DE MANUTENÇÂO S/A

ENGMAT – ENGENHARIA DE MATERIAIS. Software para dar suporte a projetos de saneamento e unificação de listas de materiais, eliminando itens iguais com descrições similares e códigos diferentes.

BRASIL INF. S/C LTDA. ESTOQUE. Software para o controle do processo de compra.

CETIL SISTEMAS DE INFORMÁTICA S/A

CMCETIL – COMPRAS E MATERIAIS. Administra o cadastro de fornecedores, a compra, o almoxarifado e a distribuição dos materiais, atendendo rapidamente às necessidades dos departamentos e avaliando seus gastos.

MATERA SYSTEMS FINPAC – MÓDULO COMPRAS E RECEBIMENTO. Software para o controle do processo de compra.

MEGA SIST. CORP. LTDA.

MEGA EMPRESARIAL – MÓDULO MATERIAIS. Software para o controle do processo de compra.

MPS INFORMÁTICA LTDA.

SISTEMA DE GESTAO COMERCIAL INTEGRADA. Automatiza o processamento de pedidos e compras.

QUALIT INF. LTDA. QUALIT CONTROLE DE COMPRAS. Software para o controle do processo de compra. SCOPUS TECN. LTDA. REQNET SCOPUS. Software para o controle do processo de compra utilizando Web. SOFT CONSUL. LTDA. SISTEMA DE COMPRAS. Software para o controle do processo de compra.

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TECMICRO INF. LTDA. GESTOR XXI. Software para o controle do processo de compra. TRON INFORM. LTDA. TRON-COMPRAS. Software para o controle do processo de compra. WA SISTEMAS CONS. EM INFORM. LTDA. ACTIVE – MÓDULO COMPRAS. Software para o controle do processo de compra.

WK WK SISTEMAS DE COMPUTACAO LTDA. RADAR COMPRAS. Software para o controle do processo de compra.

Fonte: Bancos de dados do IEES. QUADRO 10

PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA CONTROLE DE MANUTENÇÃO Empresa Produto

ASTREIN SIM – SISTEMA INFORMATIZADO DE MANUTENÇÃO. Software para gerenciamento de manutenção.

ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO S/A

MCC – MANUTENÇÃO CENTRADA NA CONFIABILIDADE. O software controla simultaneamente vários projetos de RCM – Reliability Centered Maintenance, compartilhando estudos entre vários grupos ou entre diversas unidades industriais.

DSC TECNOL. LTDA. SGE. Gerenciamento do parque de equipamentos da empresa.

ESTRO INF. LTDA. G.A.M. (GERENCIAMENTO AUTONOMO DE MANUTENÇÃO). Software que viabiliza o gerenciamento corporativo (multiempresa) da manutenção preventiva e preditiva dos equipamentos.

INFORWORKS COM. SERV. INF. LTDA. AMPLA-MANUTENÇÃO. Software para gerenciamento de manutenção.

LOGICAL SOFT INFORMÁTICA LTDA. LS – MAESTRO. Software para gerenciamento de manutenção.

MICROSIGA SOFTWARE S/A

AP7 – MANUTENÇÃO DE ATIVOS. Software que gerencia as atividades de manutenção preventiva e corretiva de máquinas, ferramentas, dispositivos, etc.

PAIVA PIOVESAN ENG. & INF. LTDA. CONTROL. Software de controle e manutenção de equipamentos.

SPES ENGENHARIA

SMI SISTEMA DE MANUTENÇÃO INDÚSTRIAL. Especializado no gerenciamento das ações operacionais e gerenciais do departamento de manutenção de equipamentos para os setores Indústria, Frotas, Predial, etc.

DE SISTEMAS LTDA. RCM2WEB. Suporta a elaboração e documentação de estudos frisando a produção de planos de manutenção e operação utilizando a metodologia RCM2, da empresa inglesa ALADON-UK.

TECNISA TECN. EM INFORMÁTICA LTDA. PHARMAX. Sistema direcionado a manufatura laboratorial.

Fonte: Bancos de dados do IEES.

QUADRO 11 PRODUTOS BRASILEIROS VOLTADOS PARA GERÊNCIA E CONTROLE DE

PROJETOS Empresa Produto

CPLAN CONS. E SOLOMON. Software de ERP aplicado a Gerenciamento de Projetos. PLANEJAM. LTDA. PRIMAVERA. Software para Gerenciamento de Projetos. MEDIA SYSTEM INFORMÁTICA LTDA. BPLUS. Software de Monitoramento em tempo real da empresa.

ZCR ENG. TREINAM. E INFORMÁTICA LTDA.

WHAT'S UP. Permite o acompanhamento e coordenação de ações e projetos entre colaboradores, empresas, filiais, universidades, etc., através da Internet.

Fonte: Bancos de dados do IEES.

4.2.1 Ano de Lançamento

Alguns produtos que estão hoje no mercado foram lançados há 15 anos ou mais (Tabela 6). Mas o número de produtos novos não deixa de crescer, mostrando que se trata de um mercado dinâmico, que oferece oportunidades para as empresas brasileiras de software.

TABELA 6

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ANO DE LANÇAMENTO DO SOFTWARE PARA O SETOR CORPORATIVO

Ano Nº. de Produtos % %

Acumulada Até 1990 18 6,8 6,8 De 1990 a 1994 52 19,6 26,4 De 1995 a 1999 100 37,7 64,2 De 2000 a 2003 95 35,8 100,0 Total 265 100,0

Fonte: Bancos de dados do IEES.

4.2.2 Tecnologia

A principal linguagem utilizada no desenvolvimento de software para o setor corporativo é Delphi (36,8%), da Borland (Tabela 7). É interessante notar que a linguagem Visual Basic (da Microsoft), apesar de ocupar o segundo lugar com 21,7% dos produtos, encontra-se bem longe da posição ocupada pela Delphi.

TABELA 7

PRINCIPAIS LINGUAGENS UTILIZADAS NO DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA O SETOR CORPORATIVO

Linguagem Nº. de Indicações* %**

Delphi 102 36,8 Visual Basic 60 21,7 C++ / Visual C++ / C++ Builder 50 18,1 SQL 49 17,7 HTML / DHTML 44 15,9 XML 39 14,1 Java 38 13,7 Java Script 33 11,9 Clipper 31 11,2 ASP 26 9,4 WebServices / .Net 20 7,2 FoxPro / Visual FoxPro 15 5,4 Progress 15 5,4 C / Visual C 14 5,1 Pascal 12 4,3 Cobol 11 4,0 PHP 10 3,6 JSP / Servlet 10 3,6

*Incluem-se respostas múltiplas. ** Sobre o total de produtos: 277 Fonte: Banco de Dados do IEES

Nas plataformas de rede, o domínio é da plataforma Windows (69,3% dos produtos), mas é difundido também o uso de internet / intranet / extranet (TCP / IP), com 51,3% (Tabela 8).

TABELA 8

PRINCIPAIS PLATAFORMAS DE REDE UTILIZADAS PELO SOFTWARE PARA O SETOR CORPORATIVO

Plataforma Nº. de Indicações* %**

Windows (NetBios) 192 69,3

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Internet / intranet / extranet (TCP / IP) 142 51,3 Netware/Novell 126 45,5 Ethernet 89 32,1 Unix 64 23,1 Multiplataforma 47 17,0 Lantastic 46 16,6 Rede de terminais 33 11,9 EDI 27 9,7 OS / 400 19 6,9 VM/386 14 5,1 OS / 2 13 4,7

*Incluem-se respostas múltiplas. ** Sobre o total de produtos: 277 Fonte: Banco de Dados do IEES

O microcomputador é a plataforma de hardware mais utilizada pelo software para o setor corporativo, com quase a totalidade dos produtos rodando nesta plataforma (Tabela 9). O notebook e a estação de trabalho ocupam a segunda e terceira posição, com 51,4% e 40,6%, respectivamente.

TABELA 9

PRINCIPAIS PLATAFORMAS DE HARDWARE UTILIZADAS PELO SOFTWARE PARA O SETOR CORPORATIVO

Plataforma Nº. de Indicações* %**

Microcomputador padrão IBM-PC 261 93,9 Notebook 143 51,4 Estação de trabalho 113 40,6 Minicomputador 46 16,5 Servidor RISC 44 15,8 Computador de grande porte 39 14,0 PDA / HPC / Palmtop / Similares 38 13,7 AS/400 37 13,3 PDV / POS / ATM / Similares 16 5,8 Hardware proprietário 15 5,4

*Incluem-se respostas múltiplas. ** Sobre o total de produtos: 278 Fonte: Banco de Dados do IEES

O Windows ainda é o ambiente operacional mais utilizado pelos produtos para o setor corporativo, mas o Linux já ocupa um lugar de destaque, com 28,1% (Tabela 10), indicando que o uso de software livre está se disseminando.

TABELA 10

PRINCIPAIS AMBIENTES OPERACIONAIS UTILIZADOS PELO SOFTWARE PARA O SETOR CORPORATIVO

Ambiente Nº. de Indicações* %**

Windows NT / 2000 229 82,4 Windows 95 / 98 / ME 202 72,7 Windows XP 156 56,1 Linux 78 28,1 UNIX 68 24,5 Windows CE 68 24,5 Windows (versões anteriores) 62 22,3 MS-DOS e compatíveis 61 21,9

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AIX 48 17,3 OS / 400 23 8,3 HP – UX 22 7,9 Palm OS 20 7,2 Lan Manager 18 6,5 Solaris 16 5,8 OS / 2 12 4,3 VM / 386 10 3,6

*Incluem-se respostas múltiplas. ** Sobre o total de produtos: 278 Fonte: Banco de Dados do IEES

Oracle e SQL ocupam as primeiras posições no ranking dos bancos de dados (com 51,5% e 49,7% de utilização, respectivamente), conforme mostra a Tabela 11.

TABELA 11 PRINCIPAIS BANCOS DE DADOS UTILIZADOS PELO SOFTWARE PARA O SETOR

CORPORATIVO

Banco de Dados Nº. de Indicações* %**

Oracle 85 51,5 SQL Server 82 49,7 Sybase 29 17,6 Interbase 23 13,9 DB2 20 12,1 Progress 19 11,5 MySQL 18 10,9 Access 17 10,3 Informix 16 9,7

*Incluem-se respostas múltiplas. ** Sobre o total de produtos: 165 Fonte: Banco de Dados do IEES

4.2.3 Canais de Comercialização

A forma mais comum de comercialização de software para o setor corporativo é a venda direta ao cliente, como mostra a Tabela 12. Quase todos os produtos são vendidos pela própria empresa. Por sua vez, mas da metade (58,5%) também são vendidos por Distribuidor / Revenda / VAR. A Parceria, que é um canal cuja utilização é relativamente recente, ocupa o terceiro lugar (50,2%). Outros canais de uso recente, como a Locação e a Internet, estão também se popularizando.

TABELA 12

CANAIS DE COMERCIALIZAÇÃO DO SOFTWARE PARA O SETOR CORPORATIVO

Canal Nº. de Indicações* %**

Diretamente ao cliente 251 91,3 Distribuidor / Revenda / VAR 161 58,5 Parceria 138 50,2 Consultoria / Serviço de terceiros 129 46,9 Locação 100 36,4 Internet 61 22,2 Varejo especializado 19 6,9 Varejo em geral (lojas Dpto., supermerc., etc.) 15 5,5 OEM 14 5,1 Código fonte aberto (open source) 5 1,8 Outro 2 0,7

*Incluem-se respostas múltiplas. ** Sobre o total de produtos: 275

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Fonte: Banco de Dados do IEES

5. Conclusões

As empresas brasileiras de software vêm conquistando lugar de destaque no mercado corporativo, aproveitando as vantagens de possuir produtos em alguns casos mais aderentes ao negócio, com custos menores, além da proximidade com o cliente.

Ainda há espaço para que as empresas de software cresçam no mercado de ERP, apesar de a maioria das corporações já possuir sistemas integrados de gestão. Existem algumas áreas retardatárias na incorporação de ERPs, como a bancária, e áreas onde se pode avançar a partir da incorporação, nos sistemas, de conhecimentos específicos. Mas as principais oportunidades estão nas aquisições de novos módulos pelos clientes atuais; na necessidade de padronização que surge após as fusões e aquisições que acontecem no mercado corporativo; e na demanda por informações que surge da implementação de planos de governança.

Em CRM e BI, as oportunidades para empresas brasileiras são menores porque é um mercado dominado por fornecedores estrangeiros, mas há alguns nichos em serviços associados aos produtos desses fornecedores. Assim, também, existem oportunidades no mercado para empresas menores, que buscam direcionar suas atividades de marketing e vendas e melhorar a gestão de seus negócios.

Para se manterem competitivos na área de sistemas de gestão, os fornecedores brasileiros utilizam diversas estratégias: inovam nos produtos e nas tecnologias (como por exemplo, utilizando software livre); estruturam os canais de comercialização (redes de distribuição, ASP, etc.); buscam recursos financeiros; e ampliam seus mercados geográficos, inclusive com ações no mercado externo.

As principais tendências para o curto e médio prazo são: terceirização, fusões e aquisições, verticalização dos produtos, Arquitetura Orientada a Serviços e uso de software livre.

A terceirização encontra-se em alta no mercado corporativo, impulsionada pela necessidade das empresas de reduzir custos e aumentar lucros. A principal resistência em deixar as atividades de TI nas mãos de terceiros tem sido provocada por alguns fracassos gerados pela incapacidade do cliente de realizar o controle do projeto. Um recurso para medir o desempenho do fornecedor é o SLA, mas a montagem do contrato pode ser muito complexa no caso de envolver aspectos que extrapolam o ambiente de TI e dizem respeito aos objetivos estratégicos. Em alguns casos bem-sucedidos, a terceirização acaba se transformando em parceria.

Também é uma tendência a parceria entre empresas de tecnologia, assim como as fusões e aquisições, como forma de se fortalecer e conquistar novos mercados.

A verticalização dos negócios está cada vez mais sendo utilizada para aumentar a receita dos fornecedores e definir planos de crescimento em longo prazo. Com essa estratégia, é possível diminuir os custos de comercialização, centralizar os esforços de marketing e

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obter liderança.

Uma outra estratégia que estará sendo utilizada pelas empresas é a metodologia AOS. A competitividade das empresas brasileiras no mercado corporativo de gestão vai depender da capacidade que tenham de modificar seus produtos utilizando a nova arquitetura.

O uso de software livre é cada vez maior nas corporações, gerando um novo modelo de negócios que focaliza a oferta de serviços e ameaça o esquema tradicional de venda de código proprietário e pacotes.

No Brasil, há cerca de 150 empresas e 300 produtos desenvolvidos por empresas brasileiras para a área corporativa. No desenvolvimento dos produtos nota-se o avanço de tecnologias open source. A Microsoft, que até pouco tempo atrás detinha liderança incontestável no mercado de tecnologia para produtos de software corporativo, hoje se encontra ameaçada, deixando de ser opção quase obrigatória e passando a ser apenas mais uma opção no mercado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONHECIMENTO EMPRESARIAL, 2005. “Recursos Tecnológicos de Apóio”.

http://www.conhecimentoempresarial.com.br/FTA_CTAI.htm, acesso em 14/2/2005. GUTIERREZ, REGINA MARIA VINHAIS e ALEXANDRE, PATRÍCIA VIEIRA MACHADO. 2005. “Complexo

Eletrônico: Sistemas Integrados de Gestão”. Bndes Setorial, n. 21, pp. 105-139, março. MIOZZO, MARCELA e GRIMSHAW, DAMIAN. 2005. “IT Outsourcing in Argentina and Brazil: the

developmental and employment effects of multinational computer services firms”. Relatório de pesquisa. Manchester Business School, maio.

Sites Consultados:

http://www.aesetorial.com.br http://www.astrein.com.br http://www.cartaobndes.gov.br http://www.gruposecrel.com.br http://www.informationweek.com.br http://www.itforuml.com.br