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FACULDADE DE TEOLOGIA BATISTA BETEL DOCENTE: RUY CAVALCANTE DE OLIVEIRA SOBRINHO BLOG PESSOAL: WWW.INTERVALOCRISTAO.COM ARTIGOS PUBLICADOS

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FACULDADE DE TEOLOGIA BATISTA BETEL

DOCENTE: RUY CAVALCANTE DE OLIVEIRA SOBRINHO

BLOG PESSOAL: WWW.INTERVALOCRISTAO.COM

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Page 2: Artigos publicados

POR QUE JULGAR TAMBÉM É IMITAR JESUS?

Não é novidade alguma que a turma do “não julgueis” cresce cada dia mais dentro

da comunidade evangélica, mesmo com toda a deturpação da essência do

Evangelho que esta expressão acompanha. Como ela cresce, cresce também a

necessidade de se continuar falando a respeito, a fim principalmente de acalmar

aqueles irmãos que estão amedrontados com a possibilidade de serem

amaldiçoados, caso repreendam os falsos profetas e erros doutrinários pelos quais

são bombardeados todos os dias. 

O interessante dessa turma é que condenam apenas aqueles que julgam os erros

cometidos pela própria igreja, mas nada falam quando o julgamento é contra os de

fora da igreja evangélica (como os políticos, por exemplo) ou contra os adeptos de

outras religiões. Mais irônico ainda é que na medida em que condenam o julgamento

contra os da Igreja, eles mesmos estão praticando um julgamento, e neste caso um

julgamento absolutamente hipócrita, este sim condenado por Jesus (Mt 7:5). 

Por certo, existem várias justificativas para este tipo de comportamento, donde uma

das principais é se utilizar de algumas passagens referentes a Jesus, no que tange

seu tratamento com pecadores com os quais Ele se relacionava. 

Quanto a isto, gostaria de esclarecer algo. Notem que não se pode fundamentar,

nas atitudes de compaixão e solidariedade de Jesus para com os pecadores do

povo, a ideia de que não podemos agir de outra maneira diante daqueles que,

dentro da igreja, deturpam o Evangelho. 

Nos evangelhos há uma clara distinção entre o tratamento dispensado por Jesus

aos pecadores comuns, e o tratamento que o mesmo Jesus dispensava aos falsos

mestres, falsos profetas, fariseus, saduceus e aqueles que faziam comércio das (e

nas) coisas de Deus. 

Para os pecadores comuns Ele dizia coisas como: "Eu também não te condeno, vá e

não peques mais" (Jo 8:11). Atitudes semelhantes encontramos aos montes, e Ele

de fato tinha um tratamento bem especial diante de pecadores como a mulher

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adúltera, publicanos, dentre outros, atitudes das quais temos grande necessidade de

imitar. 

Porém para os pecados cometidos contra a verdade das sagradas Escrituras, Ele

mudava totalmente o discurso, dizendo coisas como: “Hipócritas! Raça de víboras!

Sepulcros caiados! Bandidos! Salteadores!” (Mt 21:12-13; Mt 23). 

Notam a diferença? 

Ele nunca tratou como "raça de víbora" um pecador do povo, uma pessoa comum

que, pela sua natureza caída, pecou, mas tratou assim todos aqueles que,

conhecendo a verdade, não se submetiam a ela, antes a deturpavam de todas as

formas possíveis! 

Ora, se é pra se fundamentar nas atitudes de Cristo, façamos então isso, e

ensinemos isso, mas de forma completa, não apenas na parte que nos interessa de

forma a justificar nossa omissão, nossa covardia e, por vezes, nossa aprovação aos

falsos mestres que vomitam dia e noite na sã doutrina. Observe o que o Apóstolo

João fala a respeito destas coisas: 

“Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece

nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto

ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz este

ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque

quem o saúda participa de suas más obras”. (II Jo 1:9-11 – JFA-RA) 

Esse texto é auto explicativo, portanto não há necessidade de comentar a respeito

dele. 

Em tempo, quando me refiro a “julgar”, falo sempre na perspectiva bíblica, que toma

por fundamento e diretriz a inerrante Palavra de Deus, não nossos “achismos”,

dogmas, tradições e preconceitos. Devemos julgar sim, mas com fundamento nas

Escrituras, quer seja para aprovação, quer seja para a reprovação de ensinos e

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atitudes, tendo por motivação primária o amor pelo perdido, para que ele não se

perca ainda mais, achando que se encontrou. 

“Vocês não sabem que haveremos de julgar os anjos? Quanto mais

as coisas desta vida!” (I Co 6:3 – NVI) 

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Publicado em:

Blog ‘Pr. Sérgio Pereira’ (em 22/05/2014)

http://prsergiopereira.blogspot.com.br/2014/05/por-que-julgar-tambem-e-imitar-

jesus.html

Portal ‘Itapetinga Gospel’ (em 26/04/2014)

http://www.itapetingagospel.com.br/site/?sessao=noticia_ver&id=28574

Portal ‘Só a nata reportagens’ (em 26/04/2014)

http://soanatareportagens.blogspot.com.br/2014/04/por-que-julgar-tambem-e-imitar-

jesus.html

Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 25/04/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/04/por-que-julgar-tambem-e-imitar-jesus.html

Page 5: Artigos publicados

MINHA IGREJA NÃO VIVE O EVANGELHO, O QUE FAÇO?

Muitas pessoas têm me perguntado como agir quando se está descobrindo (ou

redescobrindo) as verdades do Evangelho, e percebendo o quanto sua igreja está fora

destes princípios. Acredito que esta seja uma indagação de muitos, por isso resolvi

escrever este texto como uma resposta, ou um conselho a eles, consciente de que o que

falarei a seguir não se trata de uma regra, tampouco um padrão de conduta, mas

simplesmente o que a minha (pouca) experiência tem me evidenciado.

Para iniciar de forma bem direta, meu conselho é que não saia da Igreja! Pelo menos por

enquanto.

Explico.

Como sabemos Deus ama a todos sem distinção, tanto justos quanto injustos. Sabemos

também que os ministérios e dons, conforme Efésios 4 e Coríntios 12, são levantados

para edificação do corpo, para que um dia todos nós cheguemos à “estatura de Cristo”,

ou seja, para que os indivíduos da igreja se tornem cada dia mais parecidos com Jesus,

até que Ele volte. Além disso, esta obra de libertação através do Evangelho é realizada

exclusivamente por Deus, para fins proveitosos, conforme o mesmo texto de Coríntios.

Por esse e outros motivos, eu tenho convicção de que Deus executa esse

esclarecimento de suas verdades, nos confronta com ela, para que, além de sermos por

Ele aperfeiçoados, possamos ser instrumentos dEle no local onde estamos, seja

instrumento para transformação, ou para juízo (no sentindo de que, uma vez mostrando

a verdade e ela não sendo aceita, tornam-se ainda mais indesculpáveis).

Infelizmente, na maioria das vezes os irmãos que passam por este processo de

restauração, ou não tem autoridade suficiente na igreja para conseguir uma luta justa, ou

se tem, perdem-na assim que iniciam sua batalha em favor do Verdadeiro Evangelho.

Uma possível solução, também por convicção, é a seguinte: Testemunho pessoal.

Ora, uma vez confrontados individualmente por estas verdades, cabe a cada um de nós

sermos o exemplo daquilo que pregamos. Se falarmos sobre amor, devemos ser os

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primeiros a amar, se ensinarmos sobre perdão e cobramos os outros a isso, devemos

ser os primeiros a perdoar, se combatermos o apego a coisas materiais, devemos ser os

primeiros a nos desapegar, se questionarmos doutrinas extra bíblicas devemos ser os

primeiros a agir em conformidade com a Palavra, e assim por diante.

Não é nada fácil, mas a possibilidade que estas pessoas têm de ajudar suas respectivas

congregações começa justamente em ser o exemplo pra elas, pois embora talvez não

consigam “influenciar” a congregação inteira, um testemunho genuinamente cristão, de

forma a se tornarem irrepreensíveis, possui efeitos incríveis dentro de uma comunidade

cristã.

Claro, não há garantias de que isso "funcionará" sempre, uma vez que, como disse

acima, este processo de restauração é obra exclusiva de Deus, mas entendo que seja o

único caminho possível, até que se conquiste uma voz dentro da congregação e ai sim,

a coisa fica um pouco mais fácil.

Haverá casos em que “não suportarão a sã doutrina”, nestes casos o único caminho

será sair, ou ser expulso, como já vem acontecendo em muitos lugares, inclusive com

amigos meus, alguns destes fatos já narrados neste mesmo blog. Mas quando isso

acontece, em geral Deus já tem preparado um lugar para eles, deixando claro que o

caminho que eles trilharam foi o correto. Quanto a essa questão de abandonar a

congregação, creio que Deus esclarecerá o momento de tal coisa acontecer, caso

procedam em conformidade com sua Palavra.

Entenda o que tento falar: Compreender a verdade do Evangelho e simplesmente

abandonar a congregação sem sequer tentar fazer algo para que seus irmãos também a

compreendam, é semelhante a estar numa canoa furada com seus amigos, em alto mar,

receber uma grande boia, se agarrar sozinho a ela e abandonar a canoa, deixando seus

amigos naufragarem sem sequer esboçar ajuda-los.

No mais, não existe uma regra, um segredo, um pulo do gato... TODOS VOCÊS

PASSARÃO POR DECEPÇÕES, resta saber se estão dispostos a isso por conta da

fidelidade à Palavra de Deus, pois como ensinou Paulo ao seu discípulo Timóteo: “E na

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verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições”.

(2 Tm 3:12 – JFA-RA)

Conheço casos e mais casos onde estas coisas ocorreram. Alguns conseguiram uma

voz e puderam ajudar a congregação, outros tiveram êxito apenas com parte da igreja,

outros estão no meio da batalha e outros foram expulsos ou tiveram de bater a poeira

dos pés e encontrar um novo lugar para congregar. Eu mesmo já passei por esse

processo, duas vezes. Na primeira precisei sair, noutra estou até hoje, sem grandes

problemas, pois agora são de fato minha família.

Então é isso, no mais estarei orando por você que estão passando por situação

semelhante e no que precisarem estarei sempre à disposição.

Deus abençoe a todos nós. Paz.

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Publicado em:

Revista Virtual ‘Veja Gospel” (em 28/10/2014)

http://vejadetudo.com.br/editoria-gospel/9-destaques/8875-minha-igreja-nao-vive-o-

evangelho-o-que-faco

Page 8: Artigos publicados

SER CRENTE SEM SER CRISTÃO

Tenho andado muito preocupado nos últimos anos, na verdade desde que iniciei

minha graduação em teologia, 7 anos atrás. Sinceramente imaginei que encontraria

por lá pessoas que, como eu, estavam preocupadas com a ortodoxia da Palavra de

Deus, como o Evangelho salvífico de Cristo e com a sua simplicidade.

Mas não foi o que aconteceu. Com as devidas exceções (no mais amplo sentido

desta palavra), o que encontrei foram pessoas interessadas nas mesmas fórmulas

de crescimento explosivo de igrejas que tanto questiono (a foto é uma confissão de

que eu já me embriaguei desta fonte um dia). Pessoas dispostas a continuar

anunciando um evangelho genérico, pautado em riquezas corruptíveis, simbologias

místicas, lideranças papais e carismáticas e expressões de adoração externas em

detrimento de um coração transformado.

Todas as justificativas possíveis são utilizadas para que este evangelho seja

anunciado pelos líderes antigos e iniciantes na “carreira”. Mesmo com bases bíblicas

insustentáveis eles apelam para uma espiritualidade desligada da verdade, a fim de

levar adiante esta semente “transgênica”.

O fato é que no decorrer dos anos e com a grande difusão deste falso evangelho, o

povo cristão aos poucos está perdendo a essência de uma vida realmente cristã,

esta conduzida pelos frutos e não pelos dons do Espírito. Aos poucos a avareza e a

ganância têm tomado conta de nossos arraiais e os que antes eram servos agora

desejam serem servidos. Continuamente a pureza e a santidade têm sido trocados

pelo consumismo e imoralidade, pois o que determina a liderança de alguém não é

mais o chamado de Deus, confirmado pela Igreja, mas as ofertas do indivíduo, seu

poder de persuasão e, quando muito, a demonstração de uma super espiritualidade,

que em geral, não ultrapassa o teto da mais humilde congregação.

O povo, por falta de exemplos a seguir, acaba disseminando estes conceitos,

criando um círculo vicioso maligno, mas que é defendido como se fosse a última

instância da revelação bíblica.

Page 9: Artigos publicados

A principal característica dos líderes e igrejas que vivem esse evangelho falso é a

falta de doutrinação bíblica em suas comunidades. Quando se ensina a bíblia nestes

locais os estudos são temáticos, fundamentados nos interesses da liderança,

geralmente baseados na teologia do medo. São exaustivos estudos sobre maldição,

dízimos e ofertas, castigos divinos, respeito cego aos profetas, dentre outros. Não se

estuda sobre o amor e a Graça de Deus, sobre a obra de Cristo na vida do cristão,

sobre os frutos do Espírito e a conduta cristã, sobre a necessidade de

arrependimento, sobre humildade, serviço e, principalmente, sobre a Soberania

divina.

Isso não é cristianismo. Isso não é ser cristão.

Ser cristão é andar irrepreensivelmente e amar a justiça, é falar a verdade mesmo

que isso te cause algum dano, é ser humilde e considerar os outros superiores a si

mesmo, é produzir frutos dignos, que demonstrem arrependimento. Ser cristão é

andar com Deus, viver por Ele, amá-lo acima de todas as coisas. É adorá-lo com

sua vida e testemunho e não somente com seus lábios. Ser cristão é servir e não

buscar ser servido.

O verdadeiro cristão é nascido de novo e, mesmo pecando, odeia o pecado. Ele tem

o coração transformado, inclinado para as coisas de Deus. O cristão genuíno ama

aos outros da forma como Cristo amou, sem o requisito do merecimento. Este

indivíduo restaurado sofre perseguição por amor de Cristo, e enfrenta a espada se

for preciso. Ele sofre angustia, dor, ele perde, é enganado, fica doente, mas sabe

que no fim será glorificado.

Ser cristão é negar a si mesmo em favor dos outros.

Como bem disse Paul Washer, isso não é poesia, isso é o evangelho genuíno de

Jesus Cristo. Não há vitória maior que a vida eterna, e muitos estão abandonando

esta por uma vida de sucesso, de riquezas, de prosperidade material e não

espiritual, e o que é pior, por uma vida de promiscuidade, acreditando que por um

dia haverem levantado as mãos e declarado “eu te aceito Jesus” estão com a marca

da promessa de vida eterna.

Page 10: Artigos publicados

Por favor, não se enganem nem se deixem enganar meus queridos irmãos. Não há

vida eterna sem santidade, sem renúncia, sem amor e sem perdão. Aceitar a Cristo

não é declarar isto publicamente, pois nem todo que diz “senhor, senhor” será salvo.

Nós é que somos aceitos por Ele, e se o seu coração ainda não foi transformado,

peça que Ele o faça, pois sem isso você jamais o verá, mesmo que seu celeiro

esteja abarrotado de bens.

Que Deus tenha misericórdia de nós.

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Publicado em:

Blog ‘Jornalista Cefas Cesar’ (em 29/05/2014)

http://jornalistacefascesar.blogspot.com.br/2014/05/acontecimentos-gospel-

29052014.html

Portal ‘Itapetinga Gospel’ (em 30/05/2014)

http://www.itapetingagospel.com.br/site/?sessao=noticia_ver&id=28865

Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 29/05/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/05/ser-crente-sem-ser-cristao.html

Page 11: Artigos publicados

A SUBVERSÃO TEM QUE COMEÇAR POR MIM

Nos últimos anos tem sido notório o crescimento do seguimento de Blogs

Apologéticos e Subversivos na grande rede. Influenciado por eles (de certa forma)

eu mesmo reativei um antigo Blog no ano passado, com uma nova cara, um novo

nome e uma nova perspectiva. Logicamente que me refiro ao Blog Intervalo Cristão.

Eu acho super válido escrevermos, ensinarmos e combatermos conceitos e

doutrinas contrárias ao Evangelho, assim como indicarmos soluções do Reino de

Deus para o reino do homem. Mas espera um pouco ai, será que cabe a nós apenas

escrevermos textos inspirativos sem que sejamos os maiores exemplos de

subversão prática no dia-a-dia?

O que eu tenho percebido ultimamente é que às vezes nos perdemos no humor e

esquecemos da seriedade do tema e da missão apologética, acabando por muitas

vezes em não sermos a grande diferença que exigimos nos outros.

Eu pretendo continuar a subversão, acredito que trata-se de uma obra divina, mas

espero que todos nós entendamos que o conflito criado por nossa agitação deve ser

antes de tudo interno, gerado em nós. Assim como pensamos ser os remanescentes

na pregação e no ensino do Evangelho Genuíno, sem barganhas, devemos ser

também aqueles que vivem de acordo com esse Evangelho.

Ora, ser subversivo não é simplesmente escrever textos bonitos em nossos blogs ou

frases impactantes no twitter, ser subversivo vai além, é ser aquele que ama de fato

e em atitudes, amor este que, ao vir do Espírito de Deus, chega inundado de perdão

e arrependimento e que nos faz sermos praticantes desse perdão num mundo onde

essa prática é irrelevante.

Ser subversivo e apologeta é levar desaforo para casa, dando respostas bíblicas às

questões da fé e do cotidiano, sem apelar para ofensas baratas, carregadas (ou

escondidas com esta máscara) muitas vezes de humor, mas sem proveito prático

para a vida das pessoas. O servo subversivo deve enfrentar primeiramente em si

mesmo as questões que deseja tratar no reino da igreja institucionalizada, e vencer.

Page 12: Artigos publicados

Não são nossas palavras que influenciarão uma mudança contínua e saudável, mas

a nossa postura cristã diante das questões que têm influenciado o corpo de Cristo a

levar uma vida destoante do Evangelho de Cristo.

Seremos sábios de verdade quando conseguirmos transformar o conhecimento

doutrinário que alegamos ter, numa conduta semelhante à de Cristo, com

julgamentos justos, amor irrestrito, serviço, perdão e paz com os homens. Nenhuma

destas coisas se revela em palavras...

E que Deus nos ajude a sermos a diferença que desejamos ver...

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Publicado em:

Blog ‘Hermes C. Fernandes’ (em 17/12/2010)

http://www.hermesfernandes.com/2010/12/subversao-tem-que-comecar-por-

mim.html

Blog ‘Exemplo Bereano” (em 28/11/2010)

http://exemplobereano.blogspot.com.br/2010/11/subversao-sim-mas-que-ela-

aconteca-em.html (Com o título: Subversão sim, mas que ela aconteça em mim)

Page 13: Artigos publicados

O CRISTÃO E A IMORALIDADE DO MUNDO

Recentemente fiquei absolutamente chocado, de verdade, ao ser confrontado com

os resultados de recente pesquisa sobre o cristão e o sexo. Me assombrei também

ao perceber que o resultado desta pesquisa, antes de fazer refletir, causou apenas

uma enxurrada de piadas entre vários blogs cristãos.  

Como pode ser engraçado (por exemplo) saber que uma porcentagem tão grande

de evangélicos (24,68% homens e 11,96% mulheres) traem seus cônjuges?  

O que está acontecendo conosco? Em que ponto tornamos o Evangelho de Jesus

Cristo tão relativo assim em questões sobre o pecado?  

Todos os dias vejo nas mais diversas redes sociais jovens brincando de pecar.

Citações imorais, desejos carnais expostos sem o menor pudor e com o único intuito

de satisfazê-los ou de revelar “como foi bom”. Os jovens cristãos indicam músicas

com conteúdo lascivo, apenas para parecerem “atualizados” com as novidades,

filmes impróprios, textos e citações contrárias à Palavra de Deus simplesmente para

parecerem inteligentes e cultos.  

Ora, sabedoria é a que vem do alto, do mundo chama-se engano.   “Porque o

Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o

entendimento”. (Pv 2:6 – JFA-RA)  

Não obstante a bíblia afirmar que a sabedoria verdadeira vem do Senhor, nós muitas

vezes ensinamos com nossas atitudes o contrário. “Sábio é o mundo que me aceita

como eu sou” poderiam dizer muitos crentes moderninhos.  

Mas eu preciso alertá-los, leiam atentamente: O Evangelho de Jesus Cristo não é

relativo e mesmo com a mais perfeita argumentação racional Ele permanece

imutável! O mundo não é capaz de nos ensinar nada que nos leve para mais perto

de Deus, cuidado...  

Page 14: Artigos publicados

Cuidado com as falácias irmãos, cuidado com os argumentos filosóficos que vocês

têm aprendido com seus autores preferidos, pois o amor de Deus é provado na

crucificação de Seu Filho, não pense que Ele vai te provar fechando os olhos para o

seu pecado, isso é mentira! Não se engane, se estamos em Cristo já não somos

mais escravos do pecado, não andamos mais segundo os nossos próprios desejos...

cuidado irmão.  

Ou você acha mesmo que Cristo morreu só para ser reconhecido na história e não

para remissão de pecados? E se Ele fez isso por causa do nosso pecado, então o

pecado é algo sério, mesmo que todos em sua volta digam que não...  

Transar antes do casamento e ser imoral continuam sendo pecados, mesmo em

tempos modernos como o nosso.

A cobiça continua conduzindo pessoas à condenação, a falta de amor, a fofoca e a

falsidade continuam nos afastando de Deus assim como a dois mil anos atrás,

cuidado jovem.

O fato de todos fazerem não te torna justificável. Jesus Cristo é a justiça de Deus

aplicada em nós, sem Ele somos indesculpáveis e com Ele somos apartados de

tudo isso, se de fato estivermos nEle!

“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por

Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”. (I Co 1:30 –

JFA-RA)

“Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando

estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus. Pois

Cristo é o fim da lei para justificar a todo aquele que crê”. (Rm 10:3-4

– JFA-RA)  

Não se enganem irmãos, não há outra justiça que não aquela propiciada por Jesus

Cristo. O que é divertido hoje pode ser trágico amanhã...

Page 15: Artigos publicados

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Publicado em:

Portal ‘Comunidade Cristã Pirassununga – Só em Cristo há vida’ (em 22/10/2011)

http://www.soemcristohavida.com.br/news/%22%20alerta%20vermelho%20para

%20os%20crist%C3%A3os%20de%20hoje%20%22/

Blog ‘Me dê Jesus’ (em 18/08/2011)

http://medejesus.blogspot.com.br/2011/08/cristaos-em-perigo.html (Com o título:

Cristãos em perigo)

Page 16: Artigos publicados

A CULPA É SUA!

O tema “falso evangelho” é recorrente aqui no Púlpito Cristão. São centenas de

artigos apologéticos e teológicos que tratam de expor e denunciar tal ensinamento,

bem como seus divulgadores. Porém, hoje me sinto compelido a expor outra face

desta verdade: A responsabilidade continua sendo pessoal e ninguém pode se

justificar de não levar uma vida espiritual saudável por culpa exclusiva de

pregadores doentes.

Voltando um pouco no tempo, uma das principais conquistas da reforma foi a

abertura da Palavra de Deus para o povo leigo e, a partir daí, o livre acesso à

mesma. Livre no sentido de que esta não estaria mais sob domínio da Igreja

Católica, mas à disposição de qualquer um que desejasse ler e analisá-la. Não

tratarei aqui da questão da livre interpretação.

Apesar disso, hoje em dia o que mais vejo são homens e mulheres que, não

obstante haverem decidido servir a Deus anos atrás, continuam acomodados ao

ponto de aceitarem qualquer palavra proferida por um líder religioso, muitas vezes

sem qualquer preparo teológico ou respaldo moral, simplesmente por ser mais fácil e

rápido receber alimento instantâneo. É o que chamaria de “Nissin Miojo espiritual”.

Por esta razão vivem como crianças, atraídos por qualquer apito (lê-se

grito). Charles Spurgeon faz uma consideração interessante sobre este tema quando

diz:

 

“Crianças correm atrás de qualquer brinquedo novo; em

qualquer pequena apresentação de rua os garotos ficam todos

excitados, boquiabertos; mas os seus pais têm trabalho por

fazer, e suas mães têm outros assuntos em casa;

aquele tambor e aquele apito não vão atraí-los“.

Homens e mulheres maduras sabem diferenciar coisas importantes de coisas

inúteis. Eles não obedecem à primeira corneta como se fossem parte de uma tropa

de recrutas inexperientes. Antes eles entendem a necessidade de alimento sólido,

Page 17: Artigos publicados

bem preparado, sem condimentos, saudável, e sabem que somente na bíblia podem

encontrar tais nutrientes para sua alma.

Ora, é responsabilidade de cada um de nós verificarmos se o que é pregado em

nossas igrejas se confirma na Palavra de Deus. Não podemos nos esconder atrás

de outras pessoas que, por possuírem cargos importantes dentro da estrutura

eclesiástica, reivindicam para si o monopólio da revelação divina, tampouco

devemos nos admirar com o primeiro que sopra um chofar ou que dá gritos tentando

nos impactar.

 

Você não acha que poderá chegar diante de Deus no grande dia e dizer “A culpa

não foi minha, foi dele, ele quem me ensinou assim”, acha?

 

Amados irmãos e irmãs, não existe ninguém mais habilitado para lhe revelar as

verdades do Evangelho do que o próprio Evangelho, com a indissolúvel contribuição

do Espírito Santo, aquele mesmo que faz habitação DENTRO DE VOCÊ. Bom, pelo

menos eu espero que Ele habite.

Portanto leia, medite, estude, analise a Palavra de Deus, considere todas as coisas,

mas retenha o que for bom conforme consta nela e somente nela. Costumamos

chamar a Palavra de Deus de nosso manual da fé cristã, e isso significa dizer que é

nela que encontramos o que devemos fazer e no que devemos crer.

 

Enfim, seja ortodoxo quanto a Palavra, mas tome o devido cuidado para desvinculá-

la de todo tradicionalismo exagerado tanto quanto do liberalismo libertino. Você é

responsável por sua carreira e no final de tudo você prestará conta de sua vida, não

seu pregador favorito. Pense nisso.

-----------

Publicado em:

Blog ‘Servos de Deus’ (em 25/06/2014)

http://servosdedeus.com/artigos/a-culpa-e-sua/

Page 18: Artigos publicados

Portal ‘Itapetinga Gospel’ (em 24/06/2014)

http://www.itapetingagospel.com.br/site/?sessao=noticia_ver&id=28961

Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 22/06/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/06/a-culpa-e-sua.html

Page 19: Artigos publicados

ESSE EVANGELHO MARGINAL

“Se não somos odiados por ninguém, ou não conhecemos pessoas o

suficiente ou não falamos a verdade o suficiente”. (John Piper)

 

Esta frase de John Piper me chamou bastante a atenção algum tempo atrás.

Obviamente ele está se referindo à nossa relação com as pessoas descrentes,

conforme o texto bíblico (Jo 15:18-19). Porém me chamou a atenção não somente

por, no meu ponto de vista, ser uma verdade, mas também por esta verdade (do

ódio) hoje em dia refletir a reação contra os que, dentro da própria igreja, pregam o

verdadeiro evangelho.

 

Os que costumam visitar o Púlpito Cristão sabem de que evangelho estou falando. O

evangelho de Cristo, o evangelho da renúncia, do perdão, do amor, da servidão, do

diminuir a si mesmo. Infelizmente este evangelho é marginal dentro de boa parte de

nossas congregações, e os que ousam anunciá-lo invariavelmente sofrem

perseguição, afinal de contas ele não é muito popular no círculo “gospel”, ele não

enche igrejas, somente o céu, e o dízimo é necessário aqui, não lá.

 

Eu reconheço que nem sempre a questão é financeira. Há também a busca por

poder, por reconhecimento e, para esse fim, o evangelho das bençãos, dos

milagres, da prosperidade, ou mesmo da “macumba” gospel é bem mais popular e

chamativo, além de possibilitar o surgimento de potências “cristãs”.

 

Quem não quer ser o próximo Edir Macedo ou Rene Terranova? Por que ter uma

igrejinha perseguida pelo mundo por causa do Evangelho se podemos ter grandes

instituições eclesiásticas, amadas pelo mundo, disputadas pelos políticos e

endeusada pelos banqueiros?

 

Infelizmente parece faltar muito para entendermos que não é possível servir a Deus

e as riquezas ao mesmo tempo (Mt 6:24).

 

Não, entre nós o Evangelho não precisa ser marginal. Todos nós experimentaremos

riquezas se servirmos a Cristo, mas não uma riqueza que se corrói ou que se pode

Page 20: Artigos publicados

furtar, antes uma que permanecerá para sempre. Esta é a esperança do Evangelho

genuíno: Cristo voltará e nos levará para reinar com Ele.

 

Por que então insistimos em trocar um Reino Eterno por um terreno e

corruptível?

 

Parece que os olhos maus (Mt 6:23) estão por toda parte, especialmente dentro das

igrejas. Isto não deveria ser assim!

 

Aos que percebem esta realidade, um conselho: Não adianta fugir ou criar

doutrinas que tentem justificar o abandono da congregação ou da ideia de

congregar, antes devemos ser agentes transformadores e, a partir de nós mesmos,

reformar a aplicação do Evangelho, tornando-nos antes de todos praticantes deste

“Evangelho marginal”, pois se assim não for, não faz sentido servir àquele que

transformou a história, Jesus Cristo. Se assim não for, juntemo-nos então aqueles

que preferem mamon…

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Publicado em:

Blog ‘Servos de Deus’ (em 10/05/2014)

http://servosdedeus.com/artigos/esse-evangelho-marginal/

Portal ‘Itapetinga Gospel’ (em 07/05/2014)

http://www.itapetingagospel.com.br/site/?sessao=noticia_ver&id=28645

Blog ‘Juarez Volotão’ (em 09/05/2014)

http://jvolotao.blogspot.com.br/2014/05/esse-evangelho-marginal.html

Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 04/05/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/05/esse-evangelho-marginal.html

Page 21: Artigos publicados

PROVIDÊNCIA DIVINA

Não é novidade a minha antipatia, e de todos do Púlpito Cristão, contra os

movimentos neopentecostais, pois são óbvios os vários pontos preocupantes em

suas doutrinas e liturgias. Há muito ainda o que falar sobre esse assunto, porém

neste momento gostaria de tratar, mesmo que em forma de esboço, a questão

da providência e manifestação divina dentro e fora desses movimentos.

Pessoalmente entendo como característica destacada desse movimento o

misticismo e conseqüentemente a ênfase à sobrenaturalidade da revelação e da

providência de Deus. Desconfio que seus líderes sequer conhecem a forma como os

reformistas trataram esse assunto.

 

Com o retorno às escrituras (Sola Scriptura) conquistado pelo cristianismo histórico

através dos reformadores, este e outros temas teológicos voltaram a fincar suas

bases na Palavra de Deus, subjugando as experiências pessoais para fins de

interpretação bíblica. A partir deste novo (e velho) contexto, a doutrina da

providencia de Deus voltou a considerar que a ação divina na vida das pessoas é

manifesta primariamente na forma “natural”, deixando como regime de exceção as

manifestações sobrenaturais desta interação de Deus com o ser humano.

 

Em outras palavras, a providência de Deus acontece todos os dias, sem a

necessidade de manifestações extraordinárias ou, como afirma o Pastor Augustus

Nicodemus em seu artigo sobre Batalha Espiritual, “acontece através de pessoas e

circunstâncias da vida para atingir seus propósitos”. Isso vale até mesmo para a

questão da conversão. A maioria das pessoas são alcançadas pelo evangelho de

Cristo através de uma pregação, de um amigo, de uma leitura bíblica ou mesmo do

testemunho de alguém. Eu mesmo fui alcançado a partir de conversas com amigos.

 

Infelizmente esta é mais uma das deturpações do evangelho criadas,

principalmente, pelo movimento neopentecostal. No mundo particular

neopentecostal, que as vezes chamo de “Gospelândia”, a providência e toda

atuação divina encontra-se subordinada às coisas sobrenaturais, ao inexplicável.

Espiritual é o homem ou a mulher que recebe constantes revelações, que lança

Page 22: Artigos publicados

“palavras proféticas”, que é alcançado pelo evangelho de forma extraordinária, a

exemplo da conversão de Paulo. Note que a conversão de Paulo é explicitamente

uma exceção às demais descritas no livro de Atos dos apóstolos. O próprio Pedro foi

usado por Deus de forma natural para a conversão de milhares, a partir de uma

simples (mas viva) pregação.

Não tento com isso negar a atuação sobrenatural ou extraordinária de Deus, pois ela

é real. Mas sim afirmo que as manifestações sobrenaturais não são nem de longe a

principal maneira como Deus se relaciona com seu povo, pois afirmar isso é

considerar os milhares de cristãos que não viveram experiências afins como

inferiores espiritualmente aos demais que, por propósito divino, experimentaram

coisas inexplicáveis.

 

A coisa chegou a tal nível que hoje em dia ninguém (ou quase ninguém) te

considera um homem de Deus por seus frutos. Pouco importa se você tem andando

em fidelidade a sua esposa, se tem sido honesto e justo, se tem socorrido o

necessitado, amado e perdoado, anunciado o Cristo da bíblia e caminhado nos

passos de Jesus, você só será considerado homem de Deus, ungido do Senhor, se

falar em línguas, experimentar unções extravagantes, for adepto de gritarias e

coisas afins, mesmo que esteja na terceira esposa, em virtude de ter traído as duas

anteriores, se é que você me entende.

 

Outro problema deste delírio gospel é o poder que ele possui de converter pessoas

simples em comerciantes de milagres. As pessoas abandonam Cristo para buscar

seus prodígios, deixam o amor em segundo plano para valorizar somente as coisas

sobrenaturais, enfim, deixam o verdadeiro em simples evangelho de Jesus para

viver o misticismo evangelical que trata a salvação como a abertura de um contrato

em nós e o céu.

 

Não quero me alongar demais. Esse assunto me entristece, aliás tudo o que envolve

o neopentecostalismo me deixa triste a apreensivo. Temos urgentemente de

encontrar um sentido verdadeiro para nossas pregações, um sentido para nossos

cultos, um sentido para nossos ministérios.

 

Page 23: Artigos publicados

Se a manifestação de Cristo em nós não estiver refletida primeiramente em nossa

conduta diária, em nossa convivência com o próximo ou em nosso papel como

agentes sociais creio eu que é vã nossa pregação e pura vaidade nossa vida cristã,

por mais profecias que eu seja capaz de proferir ou curas que eu possa realizar.

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Publicado em:

Blog ‘Servos de Deus’ (em 25/04/2014)

http://servosdedeus.com/artigos/providencia-divina/

Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 20/04/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/04/nao-e-novidade-minha-antipatia-e-de.html

Page 24: Artigos publicados

IRMÃ QUE USA BATOM SERÁ NOIVA DO CAPETA

A provocação feita no título deste artigo traz à tona um problema antigo na igreja

evangélica, que é a tentativa de se construir cristãos genuínos fundamentados em

ordenanças humanas. Leia este artigo como uma espécie de continuação do

anterior, de autoria de Maurício Zágari, sob o título “Usos e costumes, tradições e a

Cruz de Cristo“.

 

Portanto, continuando neste tema, vejamos o que dizem as Sagradas Escrituras:

 

“Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares

deste mundo, por que é que vocês, então, como se ainda

pertencessem a ele, se submetem a regras: “Não manuseie!” “Não

prove!” “Não toque! “? Todas essas coisas estão destinadas a

perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos

humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com

sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o

corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da

carne.” (Cl 2:20-23)

A tentativa de se alcançar a purificação do cristão a partir de regras estabelecidas

por homens é antiga, remonta ao início da igreja. Afinal de contas, sempre foi mais

fácil simplesmente proibir do que ensinar, pois este último exige dedicação, esforço

e zelo.

 

A maioria de nós, cristãos evangélicos, já se deparou com algumas proibições sem

qualquer vínculo com o Evangelho onde, em sua maioria, são uma tentativa sincera

de nos afastar do pecado. Digo maioria, pois tenho consciência de que há casos em

que a tentativa na verdade é de dominar a vida das pessoas, mas não entrarei

nesse mérito.

 

Entretanto sinceridade não garante justiça, essa se alcança com a verdade, e a

verdade está descrita na Palavra de Deus.

 

Page 25: Artigos publicados

Quando não ensinamos com afinco a Palavra de Deus, a única que verdadeiramente

liberta (Sl 119:9), só nos resta criar inúmeras regras para tentar impedir que o povo

peque. Dai no lugar de ensinar a guardar a Palavra de Deus, proibimos as mais

variadas práticas. Proibimos o namoro, proibimos a amizade de crentes com

descrentes, proibimos que se use calça jeans, proibimos a televisão, o batom ou até

mesmo que se leiam livros não cristãos.

 

Mas sinto informar que, conforme foi dito por Paulo aos Colossenses, essas regras

não tem poder algum contra o pecado. Só quem pode converter o coração do ser

humano é Deus, e Ele escolheu fazer isso através da pregação do Evangelho.

 

Quando Jesus nos mandou fazer discípulos ele foi taxativo ao afirmar que

deveríamos ensina-los a guardar tudo o que Ele havia dito, em momento algum ele

descreveu alguma lista de regras e leis a serem cumpridas por aqueles a quem

anunciaríamos o Evangelho, pois obviamente Ele sabia que essa função, a de

determinar o que deveria e o que não deveria ser praticado por nós, cabia ao

Espírito Santo, conforme afirma: “E quando ele vier, convencerá o mundo do

pecado, da justiça e do juízo.” (Jo 16:8)

Como sabemos, o Espírito Santo faz habitação na vida daqueles que creram em

Jesus, que foram alcançados pelo Evangelho de Cristo. A estes, conforme

profetizado por Jeremias, as leis de Deus estariam escritas em seus corações, no

seu interior, não havendo necessidade que se ensine o que se deve e o que não se

deve fazer (Jr 31:33-34). Esse papel cabe ao Espírito Santo, e Ele o cumpre na vida

dos regenerados, sem exceção.

Usemos a prática sexual como exemplo. Sexo fora do casamento é pecado? A

resposta é sim, e duvido que qualquer cristão discorde dessa afirmação.

Porém, se abster de transar fora do casamento não é algo que se ensine proibindo o

namoro (por exemplo), e sim ensinando o Evangelho. Sem Evangelho não há

coração puro, e sem coração puro até a castidade é impureza. É justamente essa a

ideia defendida por Tito, quando afirma:

 

Page 26: Artigos publicados

“Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e

incrédulos nada é puro; antes tanto a sua mente como a sua

consciência estão contaminadas.” (Tt 1:15)

A pureza no coração humano é obra do Espírito Santo de Deus e ele a executará

até o fim (Fp 1:6). Não há nada que possamos fazer para nossa própria purificação.

Qualquer tentativa humana de se lavar pode ter aparência sincera e de sabedoria,

mas será ineficaz.

Repito, sem a pureza genuína executada por Deus em nós, até mesmo a

abstinência radical de tudo o que possua aparência maléfica será considerada

impureza, pois a contaminação vem de dentro, não de fora do ser humano (Mc

7:20).

Portanto, cabe a cada um de nós ensinarmos nossos irmãos tudo aquilo que a

Palavra de Deus ensina, a começar do Evangelho, das Boas Novas da Salvação em

Cristo. Este é o caminho para que o pecado seja odiado por eles, esta é a porta que

Deus escolheu para operar transformação em nossos corações, nos tornando puros

e santos.

Não negligencie isso por coisas inúteis, cumpra seu papel de evangelista e deixe

que o Espírito Santo cumpra o dEle, pois Ele jamais falhará. Deus abençoe a todos.

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Publicado em:

Blog ‘Servos de Deus’ (em 20/04/2014)

http://servosdedeus.com/artigos/irma-que-usa-batom-sera-noiva-do-capeta/

Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 18/04/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/04/irma-que-usa-batom-sera-noiva-do-

capeta.html

Page 27: Artigos publicados

SERÁ O ECLIPSE LUNAR UM PRENÚNCIO VERDADEIRO DA VOLTA DE CRISTO?

O vídeo a seguir refere-se ao eclipse lunar ocorrido na última madrugada

(15/04/2014).

(https://www.youtube.com/watch?v=N35pJ-floQ4)

Como já era de se imaginar, o assunto do dia, inclusive um dos mais comentados no

Twitter, foi a denominada “lua sangrenta”. Isso era esperado dada a grande

quantidade de cristãos que tem anunciado este evento como um cumprimento da

profecia de Joel. Gostaria então de deixar algumas considerações. Vejamos o que

disse o profeta:

 

“Mostrarei maravilhas no céu e na terra, sangue, fogo e nuvens de

fumaça. O sol se tornará em trevas, e a lua em sangue; antes que

venha o grande e terrível dia do Senhor. E todo aquele que invocar o

nome do Senhor será salvo, pois, conforme prometeu o Senhor, no

monte Sião e em Jerusalém haverá livramento para os

sobreviventes, para aqueles a quem o Senhor chamar”.(Joel 2:30-32

– grifo meu – ver também At 2:20; Ap 6:12)

 

Não pretendo me aprofundar teologicamente nesta profecia, portanto vamos direto

aos pontos.

 

Em primeiro lugar, a profecia de Joel claramente se refere a um evento bem mais

espetacular, sem contar o fato de os “profetas” modernos e demais evangélicos mais

admirados ignorarem completamente o que acontecerá com o sol. Como falei, não

entrarei pela seara escatológica nem buscarei respostas a respeito da literalidade ou

não da profecia, mas é fato que nada ocorreu com o sol, e esse eclipse lunar não é

tão parecido assim com uma lua transformada em sangue, ora bolas. Além disso o

eclipse não pode ser visto na maioria dos lugares, como então Jesus nos mandaria

observar os sinais, se eles sequer poderiam ser vistos por todos nós?

 

Page 28: Artigos publicados

Em segundo lugar, eventos como esse são comuns, mais do que podemos imaginar.

De acordo com os cientistas, a tétrade (maneira como é conhecida uma sequencia

de 4 eclipses lunares) “é um fenômeno perfeitamente explicado e previsível: só

neste século serão oito, sendo a que se inicia no dia 15 a segunda delas” (Fonte:

Revista Veja online, do dia 14-04-14).

 

Em terceiro lugar, como tem sido anunciado por muitos “profetas”, esta atual tétrade

ocorrerá em datas que coincidem com algumas festas judaicas, o que confirmaria

ser este um genuíno sinal da volta de Cristo. Entretanto, como acredito ser do

conhecimento da maioria daqueles que acompanham o Púlpito Cristão, o calendário

judaico é baseado nas fases da lua (para ser mais exato ele é lunissolar), sendo,

portanto comum que suas festas aconteçam em períodos de lua cheia, justamente o

período em que estes eclipses ocorrerão.

 

Posto isso, apesar de desejar apaixonadamente a volta de nosso Senhor Jesus

Cristo, não vejo como a sequencia de 4 eclipses lunares, iniciadas na madrugada

deste dia 15 de abril de 2014, possa ser um genuíno sinal de sua volta. Na verdade,

todas as vezes que fenômenos fora do comum acontecem (guerras, terremotos,

novos papas, meteoros, etc.), “pipocam” inúmeras profecias, seminários, alertas e

discursos apaixonados de pessoas que avocam um conhecimento espiritual

privilegiado a respeito da segunda vinda de Cristo, porém sempre se esquecem do

principal. Com a palavra o Mestre Jesus:

 

“Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu

Senhor.Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora

da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua

casa fosse arrombada.Assim, também vocês precisam estar

preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês

menos esperam.”Quem é, pois, o servo fiel e sensato, a quem seu

senhor encarrega dos de sua casa para lhes dar alimento no tempo

devido?Feliz o servo a quem seu senhor encontrar fazendo assim

quando voltar.Garanto-lhes que ele o encarregará de todos os seus

bens.Mas suponham que esse servo seja mau e diga a si mesmo:

‘Meu senhor se demora’,e então comece a bater em seus conservos

e a comer e a beber com os beberrões.O senhor daquele servo virá

Page 29: Artigos publicados

num dia em que ele não o espera e numa hora que não sabe.Ele o

punirá severamente e lhe dará lugar com os hipócritas, onde haverá

choro e ranger de dentes”. (Mateus 24:42-51)

 

Vou resumir o que ele disse: Mais importante do que perceber os sinais, é que cada

um esteja preparado, vivendo em santidade, caminhando com Cristo, servindo a

Deus. É assim que devemos ser encontrados quando Ele retornar para buscar sua

noiva imaculada.

 

Portanto, mesmo que a lua seja de sangue, que o sinal seja da besta ou dos bestas,

andemos cada um de nós como Cristo andou, dessa forma podemos gritar sem

medo: Maranata! Ora vem Senhor Jesus!

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Publicado em:

Blog ‘Servos de Deus’ (em 19/04/2014)

http://servosdedeus.com/artigos/sera-o-eclipse-lunar-um-prenuncio-verdadeiro-da-

volta-de-cristo/

Blog ‘Silas’ (em 16/04/2014)

http://blogdosilas.com/?p=16771

Blog Púlpito Cristão (em 15/04/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/04/sera-o-eclipse-lunar-um-prenuncio.html

Page 30: Artigos publicados

UMA MENSAGEM A ALGUNS IRMÃOS REFORMADOS

Quem me conhece pessoalmente sabe que sou de origem batista, arminiano, mas

no decorrer dos anos mudei muito minha visão do Reino de Deus, influenciado que

fui e sou por pensamentos, teólogos, livros e irmãos reformados. Não posso dizer

que sou calvinista, mas com certeza sou monergista.

 

Creio sim que a salvação emana ela toda de Deus, sem qualquer participação

humana. Creio na soberania absoluta de Deus, compreendendo que nada,

absolutamente nada, está alheio ao seu controle e a sua vontade, ainda que

permissiva. Creio e sou entusiasta das cinco solas, a ponto de ter desenvolvido o

costume de afixar cartazes com um texto contendo elas, adicionadas de alguns

comentários meus, na porta de muitas igrejas durante a madrugada do dia 31 de

outubro, onde comemoramos o dia da Reforma Protestante. Também creio no amor

de Deus, na graça comum, na Sua misericórdia e, em absoluto, na bíblia (o que

torna as outras coisas uma consequência desta). Enfim, eu me considero um cristão

reformado.

 

Posto isso, exponho agora minha decepção com muitos irmãos, alguns dos quais

foram fonte de influencia para minha caminhada cristã.

 

Após as eleições, muitos destes irmãos reformados se mostraram absolutamente

arminianos, talvez de uma forma tão esdrúxula que até Arminio se espantaria.

Manifestações de revolta nas redes sociais, whatsapp e nas igrejas que extrapolam

o bom senso e se constituem numa clara e manifesta negação do que até então

defendiam com afinco, donde destaco a Soberania de Deus, mas não somente.

 

Ver irmãos condenando ao inferno outros irmãos, que até outrora eram

considerados verdadeiros crentes em Cristo, simplesmente por estes haverem

votado na Dilma é, para mim, um absurdo. Vejam bem, eu também acho que ela

representa o que há de pior na política brasileira, que a ideologia de seu partido é de

fato contrária ao cristianismo, e tudo o mais que vemos, ouvimos e sabemos. Além

disso, também estou cheio de convicção de que foi uma péssima decisão votar nela,

me pego inclusive pensando que foi um pecado essa atitude tomada por vários

Page 31: Artigos publicados

irmãos (a de votar no PT), por isso não votei. Mas em que momento a salvação

passou a estar vinculada a este voto? Se a Dilma não representa a paz, justiça,

amor e a santidade de Deus, por acaso Aécio representa? Se votar na Dilma é ir

contra Deus, nessa mesma perspectiva votar no Aécio também não seria?

 

Penso que essa política partidária não é de Deus, nem do diabo, é nossa, e reflete

bem quem somos: Seres caídos, carentes da Graça de Deus. Não é diferente com a

Dilma, com o Aécio, comigo ou com vocês. Quem pode rogar para si a capacidade e

as qualidades de representar bem a Deus diante dos homens?

 

Por outro lado, onde ficam afirmações de Jesus como a que diz a respeito das boas

árvores? Pode uma árvore má dar bons frutos? Ora, se muitos irmãos vinham dando

bons frutos, frutos que permanecem, durante toda sua jornada cristã, eles se

tornaram árvores más agora simplesmente por terem votado na candidata do PT?

Ora meus amados irmãos reformados, vocês esqueceram que somente a Graça de

Deus pode nos fazer tomar direções que estão de acordo com a vontade de Deus?

 

Por acaso esqueceram que no final das contas, é a vontade de Deus que prevalece?

Esqueceram que a razão pela qual a murmuração se constitui pecado, é justamente

porque qualquer murmuração é contra Deus? Por que uma eleição humana fez com

que vocês negassem essa Soberania divina e demonizassem quem divergiu com o

pensamento de vocês? Por que razão bastou que as coisas saíssem de seus

controles para vocês agirem como quem é descrente em tudo que a teologia

reformada defende? Por acaso vocês acham que os planos de Deus foram

frustrados?

 

Eu entendo a revolta, a frustração, o sentimento de perda, mas isso não justifica o

que estão fazendo. Afirmar categoricamente que aqueles irmãos que votaram na

Dilma não tem parte no Reino de Deus? Baseados em quê? Vi irmãos dizerem que

jamais orariam pelo governo eleito e me pergunto: A vitória do PT justifica

nossa desobediência a claros mandamentos bíblicos? A atitude de muitos de vocês

é lamentável. Se o cristianismo que vocês vivem não é capaz se suportar algo

mínimo, que dirá se um dia tudo que mais tememos de fato ocorrer. Deus nos livre

disso.

Page 32: Artigos publicados

 

De uma hora pra outra parece que não creem mais na doutrina da salvação

reformada, deixaram de ser monergistas e nem à bíblia dão mais crédito. Tudo

depende apenas de em quem nossos irmãos votaram nas eleições brasileiras.

Aparentemente a confiança que vocês diziam ter em Deus, virou pavor, e não é mais

Deus quem pode proteger a igreja, mas um político qualquer.

 

Repito, vocês não percebem que, por pior que seja (e eu acho realmente péssimo),

votar na Dilma não torna alguém uma árvore má? Que essa atitude não invalida a

eleição divina? Que não apaga os bons frutos de alguém? Vocês nãos percebem

que pecado por pecado, maldade por maldade, erro por erro, todos nós somos

culpados e carecidos somos da Glória de Deus? Não fosse a graça de Deus não

somente quem votou na Dilma estaria condenado, mas você que mente, que fofoca,

que age por impulso, que não nega a si mesmo, que não ama, que não tem

misericórdia.

 

Ora, As coisas de Deus se firmam em fundamentos absolutamente superiores a

nossa vã filosofia, e não é nestas coisas que a salvação está vinculada. Vocês

sabem disso, mas por terem sidos contrariados parece que esqueceram. Que fracos

vocês são!

 

Enfim, encerrada a eleição brasileira, oro para que tudo se tranquilize, e para que

vocês voltem a ensinar e praticar as doutrinas reformadas, mas oro principalmente

para que Deus os torne fortes, coerentes e mansos, pois mais eleições virão, e o

povo de Deus, e nós, precisamos de vocês como suporte, não como cegos

desesperados, sem saber para onde ir.

 

 

Deus abençoe a todos.

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Publicado em:

Portal ‘Itapetinga Gospel’ (em 29/10/2014)

Page 33: Artigos publicados

http://www.itapetingagospel.com.br/site/?sessao=noticia_ver&id=29774

Blog ‘Púlpito Cristão’ (em 29/10/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/10/uma-mensagens-alguns-irmaos-

reformados.html

Page 34: Artigos publicados

NÃO É CHORANDO QUE SE DEMONSTRA AMOR POR DEUS

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que

me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o

amarei, e me manifestarei a ele”. (João 14:21)

Gostaria de desconstruir neste post um pensamento comum que ronda nossas

igrejas, especialmente entre aqueles que nunca decidiram se envolver demais com o

serviço cristão ou que não acham tão relevante a necessidade de se santificar.

Como o assunto é muito claro na bíblia, em poucas linhas será possível concluir esta

“empreitada”.

Me refiro a forma com o qual nosso amor por Deus se manifesta.

Aparentemente, muitos irmãos acreditam que por frequentarem cultos, levantarem

as mãos durante o período de louvor, orarem fervorosamente durante as

ministrações, participarem de eventos e shows gospels e coisas afins estão, com

isso, revelando a Deus e aos homens que amam ao Senhor de verdade. Se por

acaso aparecerem lágrimas, então o amor é quase perfeito.

Mas não foi assim que Cristo ensinou.

As nossas práticas devocionais, a nossa frequência nos cultos, as nossas lágrimas e

a nossa aptidão para entoar cânticos com “ousadia” não demonstram amor, antes

devem ser realizadas em consequência dele e não o contrário.

Quantas pessoas conhecemos capazes de choramingar por oras durante shows

evangélicos, vigílias e cultos, mas que no dia seguinte retornam às suas práticas

carnais?

Jesus afirma sem deixar dúvidas: o que comprova o nosso amor por Deus é a

obediência à Sua Palavra. A mesma Palavra que nos manda negar a nós mesmos,

ajudar o necessitado, buscar a santidade, servir a Deus, não viver em busca de

benefícios pessoais e sim o benefício comum a todos, ser puros, constantes,

Page 35: Artigos publicados

perdoadores, honestos, verdadeiros, servos uns dos outros e tantas outras coisas

que, semelhantes a estas, formam o caráter de um verdadeiro cristão.

“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”. (Jo 14:15)

Ninguém jamais pode dizer que ama a Jesus sem que seja submisso à sua Palavra,

obediente e praticante dela. Quem não obedece é um mentiroso quando diz que o

ama,lembre-se disso.

Cuidado irmãos, fujam do engano de que amar a Deus significa apenas chorar. Mais

cuidado ainda com aqueles que colocam o amor por Deus relacionado ao dinheiro.

Deus não busca dinheiro, o que Ele busca são corações quebrantados dispostos a

adorá-lo continuamente com suas vidas, pois é isso que significa adorá-lo em

espírito e em verdade (Sl 34:18; Sl 51:17; Jo 4:23-24).

Obedecer a Deus é obedecer à Palavra de Deus e não às palavras de seu pastor,

apóstolo, líder, cantor gospel, professor da EBD ou blogueiro preferido, salvo se

seus conselhos forem compatíveis com ela (At 5:29). Mas como saber se de fato

são?

Lendo a bíblia, meditando nela dia e noite.

“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos

ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta

na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor,

e na sua lei medita de dia e noite”. (Sl 1:1)

Portanto irmãos, vocês podem morrer assim se quiserem, mas se depender de mim

não será por engano, mas conscientes, porque só ama Jesus quem O obedece!

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Publicado em:

Blog ‘Ministério Batista Bereia’ (em 25/11/2011)

Page 37: Artigos publicados

NÃO SOMOS NOBRES

Estou cada dia mais triste com a situação em que se encontra a igreja cristã,

especialmente no Brasil. Vivemos um momento onde a exortação passou a ser

considerada obra da carne, onde a simples consulta ao texto bíblico, para fins de

confirmação de uma pregação ou de algum ensino, é considerada uma afronta

contra o Reino de Deus.

Não se pode questionar quem está sobre o púlpito, pois o simples fato de estar lá

significa que se trata de um "homem ou de uma mulher de Deus", e assim, como

políticos brasileiros, gozam de imunidade. Me espanta como não percebem que agir

dessa forma (conferindo na bíblia se é verdadeiro o que foi dito) não é ser carnal,

mas nobre, assim como foram chamados os irmãos que consultaram a bíblia para

confirmar se as palavras de Paulo e Silas (isso mesmo, o apóstolo Paulo!) eram de

fato verdadeiras (At 17:11).

Com certeza este é o discurso mais usado (e mais hipócrita) do povo que não aceita

ter suas falsas doutrinas (ou de seus "guias") contestadas se relaciona aos conflitos

que a verdade gera.

Sempre afirmam algo do tipo: "Você não pode falar isso, pois se está gerando

conflitos não é de Deus, você precisa fazer como Jesus, pois Ele sempre falava com

amor, carinho e todos gostavam de ouvi-lo, pois jamais criticou ninguém, nem

confrontou a ponto de gerar conflitos, antes suas pregações só geravam amor..."

Sinceramente, não sei que bíblia esse povo anda lendo, mas com certeza não é a

mesma que disse isso: 

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes

aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos,

mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia”. (Mt

23:27). “Serpentes, raça de víboras! como escapareis da

condenação do inferno?” (Mt 23:33)

Page 38: Artigos publicados

“Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás,

que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas

que são de Deus, mas sim nas que são dos homens”. (Mt 16:23)

Um dos “amores” que sua pregação gerou foi esse: 

“Eles, porém, bradavam, dizendo: Crucifica-o! crucifica-o!” (Lc

23:21). “Depois de o terem assim escarnecido, despiram-lhe a

púrpura, e lhe puseram as vestes. Então o levaram para fora, a fim

de o crucificarem". (Mc 15:20)

E Jesus certa vez chegou a dizer: 

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas

espada. Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a

filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra e assim os inimigos

do homem serão os da sua própria casa”. (Mt 10:34-36)

E, para completar, ainda fez isso: 

“Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e

compravam, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos

que vendiam pombas e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será

chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores”.

(Mt 21:12)

Discurso levinho o de Jesus né? Imagina se eu fizesse metade disso, do que não

me chamariam? Por muito menos cansei de ouvir irmãos me chamarem de filho do

diabo, desgraçado, enviado de satanás, cobra, víbora, fora outros adjetivos

impublicáveis...

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Publicado em:

Page 39: Artigos publicados

Blog ‘PCAmaral’ (em 11/04/2012)

http://blogdopcamaral.blogspot.com.br/2012/04/nao-somos-nobres.html

Page 40: Artigos publicados

PROSELITISMO INTEGRAL

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e

a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais

duas vezes mais filho do inferno do que vós”. (Mt 23:15)

Segundo o dicionário Vine, prosélito (do grego προσήλυτος/proselytos) significa

“estranho”. Há várias definições para esse termo, porém todas elas indicam,

resumidamente, alguém que, apesar de ser estranho, desconhecido, sem

identificação, se torna adepto de outra visão (ideologia, religião), abandonando as

suas convicções. Esse termo indica muitas vezes os peregrinos que aderiam à

religião judaica nos tempos bíblicos, por força das circunstancias.

Na perspectiva indicada por Cristo no texto acima, eu faço um prosélito quando

convenço alguém a ser meu discípulo, através dos mais variados argumentos,

contrariamente ao que a bíblia determina: fazer discípulos de Cristo, atraídos pela

Graça de Deus, onde esta, por sua vez, é ministrada a eles pelo Evangelho de

Jesus.

Há poucos dias atrás debatíamos eu e meus colegas, do curso de Ciências Sociais,

sobre sociedade e religião. Como é comum nesse tipo de ambiente acadêmico,

especialmente em cursos de ciências humanas, a maioria dos argumentos são

contrários a influencia da igreja nas questões sociais (a maioria não entende a

diferença entre Igreja santa, imaculada, e igreja instituição, conjunto de crentes que

professam ser cristãos).

Infelizmente tudo o que o professor e alguns alunos falavam sobre a igreja, de forma

negativa, era verdade. É fato que boa parte dos nossos representantes,

especialmente os que enveredam pelos campos da política partidária, são corruptos

ou corruptíveis. É fato que a igreja evangélica não tem conseguido dar um bom

testemunho para os de fora, pelos motivos já expostos aqui no blog. Mas me

chamou a atenção os argumentos de uma colega, que embora não fosse cristã

evangélica, defendia a igreja.

Page 41: Artigos publicados

Ela dizia que apesar do que se diz, a igreja tem sim atuado de forma muito positiva,

pois ela mesma é testemunha de diversos eventos sociais promovidos por igrejas,

nos mais variados bairros de Rio Branco aqui no estado do Acre, coisa que também

deve acontecer noutras cidades Brasil afora.

Bom, apesar de eu mesmo ser cristão evangélico, pessoalmente concordo com ela

apenas em partes. Poucas partes. 

Realmente muitas igrejas têm atuado em questões sociais. Por vezes promovem

distribuição de “sacolão” e roupas para famílias carentes, sopas para desabrigados,

e em alguns casos até cursos gratuitos para pessoas carentes. Porém, numa análise

um pouco menos superficial, podemos perceber facilmente que, na maioria das

vezes, a intenção é fazer prosélitos.

Muitos dos casos que vivenciei, quase todos para ser mais sincero, são de crentes

que estavam mais preocupados em levar pessoas para suas igrejas, para o

crescimento de seus respectivos ministérios, e pouquíssimos estavam realmente

preocupados em mudar a realidade social daquelas famílias. E o que é pior, estes

que tentam “ganhar para a igreja”, não anunciam o Evangelho. 

Creio que a igreja deve sim realizar uma missão integral, cuidando de anunciar o

Evangelho enquanto busca de todas as formas ajudar na solução dos outros

problemas que assolam o indivíduo, das questões sociais, do socorro ao

necessitado (Tg 2:15-16). Mas o fundamento para tudo isso deve ser o amor e o

desejo genuíno de que Deus possa salvá-los, ainda que jamais pisem em nossos

templos.

Mas não é isso que tem acontecido, pois até mesmo quando fazemos o bem, temos

outras intenções, queremos ser beneficiados com isso. Em última instancia o

objetivo é sempre que nossa igreja cresça em números, seja destaque entre as

outras, pois já esquecemos há muito tempo a quem a Igreja de fato pertence.

O que fazemos é proselitismo e não evangelismo. Convencemos as pessoas a

Page 42: Artigos publicados

aderirem a nossa visão, a nossa denominação, seja através de uma ajuda com

segundas e terceiras intenções (a exemplo dos projetos sociais do PT, como a bolsa

família, puramente eleitoreira), seja através de promessas enganosas. Dessa forma

fazemos discípulos de nós mesmos, com a nossa visão e identificados com a nossa

denominação, mas com nenhuma identificação com Cristo. O destino delas será o

mesmo que o nosso, caso não haja arrependimento por essa prática maligna, pois

serão estranhos, desconhecidos por Cristo (Mt 25:12).

Graças a Deus que há sim exceções! Na verdade sempre haverá aqueles que não

se dobram a baal, que agem por amor a Deus e a sua Palavra, que continuam

desejando ser sal e luz do lado de fora de seus templos, e que não buscam apenas

o proveito próprio (I Co 10:24). 

Essa é a verdadeira Igreja de Cristo, que cumpre seu papel social por entender que

foi chamada para as boas obras (Ef 2:10), sem esperar nada em troca, pois sabe

que o que existe de maior valor já lhe foi entregue na cruz, de graça, pela Graça,

restando agora tão somente servir a Deus e ao próximo. Esse é o verdadeiro corpo

de Cristo, que não abre mão da verdade, que anuncia o Evangelho verdadeiro,

ainda que isso não tenha como consequência o reconhecimento dos homens.

É dessa Igreja que quero ser parte, reconhecida pelo amor (Jo 13:35), que tem a

marca da cruz e que faz tudo por Jesus, pois sabe que para o cristão até a morte é

lucrativa.

“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”. (Fp 1:21)

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Publicado em:

Blog ‘PCAmaral’ (em 20/09/2013)

http://blogdopcamaral.blogspot.com.br/2013/09/proselitismo-integral.html

Page 43: Artigos publicados

GUERRA SANTA CONTRA MIM MESMO

Olá, meu nome é Igreja e gostaria de me falar algo...

Tenho me observado nos últimos dias e percebi que meu discurso anda meio

estranho. Estranho porque não parece que estou conseguindo usá-lo para anunciar

que ainda existe uma solução para o mal, pelo contrário, meu discurso está gerando

ainda mais ódio e não foi assim que aprendi com Cristo.

Como exemplo mais recente, posso citar a forma como tenho conduzido a discussão

sobre o homossexualismo e a PL 122. Não consegui gerar debate, mas embate. As

pessoas não estão meditando no que Cristo ensina através desta minha guerrinha,

antes estão construindo a cada dia um muro maior de frustração entre elas e eu.

Mas sinceramente, eu não entendo porque apontei todas as minhas armas para o

homossexualismo, se dentro de mim existem órgãos tão doentes.

A verdade é que eu estou cada dia mais hipócrita.

Quantas vezes eu não me pego em flagrante prostituindo-me? Quantas vezes

abandono as necessidades de meus membros que considero menos honrados, para

buscar a satisfação de membros superiores, especialmente minhas mãos, olhos e

língua? Isso também não seria pecado? E quantas vezes tenho traído meu noivo,

trocado seu amor por bajulação, riqueza, unção, poder e vitória?

Eu sei que minha convicção contra a prática homossexual é bíblica, mas é tão

bíblica quanto a aversão que Deus sente pela falta de perdão que eu cometo todos

os dias.

Não sei, eu só acho que se eu amasse mais, até mesmo os homossexuais seriam

contra a tal PL, pois eles não abririam mão de um amor verdadeiro por uma prática

não tão boa assim ou, pelo menos, pensariam melhor a respeito.

Poxa, será que eu não enxergo que eles, os homossexuais, estão me odiando cada

vez mais? De que maneira eles irão desejar o nosso Deus se, em nome dEle,

Page 44: Artigos publicados

criamos uma guerra de acusações? Na verdade eu acho que tenho muito que

acusar a mim mesmo antes de começar a acusar os outros.

Se for para entrar numa guerra, espero que eu escolha uma guerra contra mim

mesmo, contra meus próprios erros antes que todos virem-me as costas.

Melhor seria eu passar fome, nudez e não ter nenhuma porta aberta nem promessa

sobre minha vida do que me faltar amor para dar ao pecador, pois eu sou o maior

deles.

Todo dia eu busco honra e poder, desejo unção, determino vitória, mas não busco

ser cristão.

Eu tenho pena de mim se eu continuar assim...

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Publicado em:

Blog ‘Para falar de Deus’

http://camposesantos.blogspot.com.br/2011/06/guerra-santa-contra-mim-

mesmo.html

Page 45: Artigos publicados

ADORAR NÃO É SIMPLESMENTE CANTAR UMA CANÇÃO

Uma das coisas que eu desejei que ocorressem em 2012 era que diminuísse nossa

mania de sacralizar músicas cristãs (ou gospel, se preferir). Infelizmente isso não

aconteceu. Na verdade piorou.

Cada dia mais, damos às canções um status que deveria pertencer apenas à

Palavra de Deus. Canonizamos músicas pelo simples fato de haverem sido

compostas por crentes evangélicos, e blindamo-las de toda forma de critica, ainda

que o próprio evangelho ensine o contrário do que sua letra afirma.

De certa forma, parece que a maioria de nós resumiu toda a adoração a Deus, na

simples atitude de cantar uma música de mãos levantas, por isso não admitimos que

ela tenha um papel secundário dentro do processo de adoração cristã. Em muitos

casos ela se tornou o carro chefe, o personagem principal de nossos cultos, como

se Deus fosse apenas um expectador de nossas apresentações musicais.

Não poderia deixar que o ano terminasse sem dizer algo a vocês, meus irmãos

amados:

“A música é apenas uma das formas do ser humano EXPRESSAR sua adoração a

Deus, não é sagrada, não é adoração em si mesma, não tem vida”.

Vida temos nós, dada por Deus, portanto, somos nós quem adoramos, e isso se faz,

principalmente, sendo fiel a Deus. Deus pode suscitar pedras para adorá-lo, mas

não é seu desejo ser adorado por coisas inanimadas, e sim por seres humanos.

É urgente a nossa necessidade de aprender mais sobre adoração, e eu queria

deixar uma pequena contribuição.

Adoração é muito mais do que cantar. A adoração verdadeira, na maioria das vezes,

sequer faz uso de palavras, pois não é algo externo, palpável, audível, mas interna,

pessoal, espiritual, que flui do interior do ser humano. Vejamos um exemplo do que

eu estou tentando dizer:

Page 46: Artigos publicados

“Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor vestidos de trajes

santos”. (Sl 29:2)

Note que interessante a afirmação do salmista, a respeito da adoração. Ele diz:

“adorai o Senhor vestidos de trajes santos” (JFA-RA, grafia brasileira). Outra

tradução diz: “adorai o SENHOR na beleza da sua santidade” (JFA-RC).

Sua afirmação e imperatividade são tão claras, que dispensam maiores

preocupações exegéticas. Ele não tutela a adoração a um entoar de voz, nem

tampouco ao levantar de mãos e derramar de lágrimas, mas a uma vida de

santidade. Precisamos adorar a Deus revestidos de santidade, essa é a verdadeira

adoração.

Seja sincero, que sentido há numa adoração desprovida de obediência a Deus e

fidelidade a sua Palavra? De que adianta cantar, chorar e levantar as mãos no culto,

se fora dele eu não vivo uma vida digna de aceitação da parte de Deus. Chorar no

culto e fazer chorar fora dele não tem o menor valor.

O próprio Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino

dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7:21,

ver também o contexto). Isso também significa que de nada adianta cantar lindas

canções de adoração, pois se eu não sou fiel a Ele, seremos apenas como o sino

que ressoa, muito barulho, mas que sua função não perdura mais que alguns

segundos. Seremos adoradores apenas de lábios, mas com o coração distante de

Deus, e como diriam os antigos, nossa adoração não passa do teto.

Por falar em adorador, chega a ser cômico quando ouço alguém se apresentar como

adorador do Senhor, pois sempre significa que ele é apenas um cantor gospel ou,

quando muito, um ministro de louvor na igreja. Admira-me tanto equivoco.

Outro engano absurdo é quando o ministro diz à congregação: “Dê o seu melhor

para Deus!”. Sempre entendem como: “Pule, grite, cante!”.

Page 47: Artigos publicados

Se o nosso melhor para Deus for apenas um punhado de palmas e gritos, temo pelo

nosso futuro na glória.

Bom, 2013 vem ai, logo mais a maioria de nós estará junto dos seus, comemorando

mais uma passagem de ano. Vou ficando por aqui, embora tenha a devida noção de

que há muito mais que se dizer a respeito deste assunto.

Ainda assim, meu desejo para você, no ano que chega, é que possa caminhar cada

dia mais nos trilhos fundamentados pelos apóstolos (os verdadeiros),

aproximadamente dois mil anos atrás, e que possamos ser uma verdadeira geração

de adoradores, reconhecidos não pelas canções que entoamos, mas pela beleza da

santidade em que caminhamos.

Deus abençoe a todos nós.

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Publicado em:

Blog ‘Leleke visita’ (em 31/12/2012)

http://lelekevisita.blogspot.com.br/2012/12/adorar-nao-e-simplesmente-cantar-

uma.html

Page 48: Artigos publicados

REALMENTE, A LETRA MATA... A IGNORÂNCIA

Como prometido, abordarei brevemente outro tema comumente mal interpretado nas

escrituras, embora eu acredite que não se trata realmente de um erro de

interpretação, mas de dissimulação por uma parte da liderança cristã.

Quantos já não ouviram, após um debate apologético, após uma crítica a um falso

ensino, ou mesmo quando um irmão decide cursar teologia, a “celebre” frase: Irmão,

cuidado, pois a letra mata!

Obviamente baseiam-se no seguinte texto bíblico:

“Porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Co 3:6b)

Analisemos então esta passagem bíblica para identificarmos o verdadeiro sentido

desta afirmação do apóstolo Paulo. Vale ressaltar que (quase) sempre minhas

análises são feitas de forma bem simples, lógicas e diretas, justamente numa

tentativa de demonstrar que a interpretação bíblica não é algo tão complexo quanto

muitos tentam impor, basta atenção, compromisso com a verdade e novo

nascimento, se é que me entendes.

Pois bem, observando todo o contexto dos capítulos 2 e 3 da segunda carta aos

coríntios, podemos facilmente chegar a uma conclusão clara e simples, senão

vejamos:

“Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em

triunfo, e por meio de nós difunde em todo lugar o cheiro do seu

conhecimento” (2 Co 2:14)

“Porque nós não somos falsificadores da palavra de Deus, como

tantos outros; mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na

presença do próprio Deus que, em Cristo, falamos” (2 Co 2:17)

Page 49: Artigos publicados

Observe que no final do capitulo 2, Paulo cita, como um dos objetivo de suas

viagens, o conhecimento da palavra, ou o anúncio desse conhecimento. Defende-se

ainda, afirmando não falsificar a palavra de Deus, pelo contrário, fala a verdade, com

sinceridade.

Isso nos dá pistas de que o conhecimento teológico, talvez, não seja o foco de sua

afirmação do verso 6, no capitulo seguinte. Continuemos.

“Sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós,

e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não

em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração” (2 Co

3:3)

Aqui vemos uma afirmação interessante e, pelo menos para mim, bem clara. Paulo

está tratando de uma grande diferença entre a antiga e a nova aliança. A antiga,

escrita com tinta ou talhada em pedras, sem vida, diferente da nova, da qual Paulo é

ministro, escrita no coração do ser humano, referencia a nova habitação de Deus, ao

novo templo da nova aliança, eu e você, conforme já havia sido anunciado por Deus

a Jeremias.

“Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo

com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto

que fiz com seus pais, (...) Mas este é o pacto que farei com a casa

de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no

seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e

eles serão o meu povo” (Jr 31:31-33) / Ver também Hb 8:10.

Por fim, no versículo 6, onde encontramos a tão repetida (e batida) frase “a letra

mata”, temos uma definição:

“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos

capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos;

mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também nos capacitou

para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas

do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Co 3:4-6)

Page 50: Artigos publicados

Claro como a neve não?

A letra a que Paulo se refere é exatamente a Lei, a antiga aliança feita com o povo

de Israel, por meio de Moisés, aliança esta que, em conseqüência da condição do

pecado humano, não tinha vida, mas gerava morte. Em contrapartida, a nova aliança

com Deus, escrita nos corações não com tinta, mas com sangue, não com letras,

mas com o Espírito Santo de Deus, essa gera vida.

“Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou, e desta sorte é introduzida

uma melhor esperança, pela qual nos aproximamos de Deus” (Hb

7:19)

“Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem

exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que

continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se

chegam a Deus” (Hb 10:1)

Porém, existe algo que o estudo teológico e a busca por conhecimento mata: A

ignorância, o engano e a chance de ser conduzido para qualquer um dos lados que

os falsificadores do evangelho desejarem (2 Co 2.17).

A escolha é sua, continuar sob o jugo de homens, ou ser liberto pela palavra. Para

lhe incentivar, deixo o exemplo de Cristo, na esperança de ser este um assunto

onde haja unanimidade entre nós cristãos: Jesus é nosso grande exemplo, imitando-

o estaremos bem.

“Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de

sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler” (Lc 4:16)

Só para lembrar, o costume era ir à sinagoga para estudar a palavra de Deus.

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Publicado em:

Page 51: Artigos publicados

Blog ‘Por um cristianismo decente e investigativo’ (em 22/10/1012)

http://respostadabiblia.blogspot.com.br/2012/10/realmente-letra-mata-ignorancia.html

CAIA NA REAL!

Page 52: Artigos publicados

Como de costume, estava aproveitando um tempinho vago em meu trabalho para

navegar entre diversos blogs e sites cristãos, buscando crescimento, conhecimento

e, principalmente, Graça. Aproveitei para me atualizar com as “novidades” do mundo

“gospel”, algumas como fruto de novas “interpretações” bíblicas, novos (maus)

costumes e infelizmente poucas de raízes puramente bíblicas.

E foi assim, lendo e aprendendo sobre “novas unções” que algo estalou em minha

pequenina cabeça (talvez não tão pequena diriam alguns). Algo que está longe de

ser novidade, mas que se renova a cada dia em nosso meio, principalmente na parte

gospel do meio cristão (!?). Isso aconteceu quando me deparei com o seguinte texto

bíblico:

“quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia,

ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?

Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia

todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Mas em

todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos

amou.” (Romanos 8:35-37)

Um texto tão conhecido e tão pouco compreendido, especialmente na gospelândia.

Esse texto me fez meditar muito sobre o triunfalismo que vivemos há algum tempo

em nossas igrejas, em nossas vidas. Canso de ouvir que “somos mais que

vencedores”, como se esse texto afirmasse que venceremos em tudo neste mundo,

que “reinaremos em vida” como diz um grande “sucesso gospel”, ou que “onde pisar

a planta de nosso pé o Senhor nos dará como herança”, como se fossemos o povo

de Israel buscando o lar prometido, a fim de deixarmos de perambular por ai por

causa do pecado.

Ao escrever estas linhas lembro-me de quando aconselhei cautela a um amigo, pois

o mesmo iria fazer uma visita à residência de uma família recém convertida, num

bairro perigoso de Rio Branco, no Estado do Acre. Ele me respondeu:

Page 53: Artigos publicados

- Que é isso irmão, eu vou fazer a vontade de Deus! Como você pode imaginar que

algo ruim poderia acontecer estando eu fazendo a obra dEle?

Tentei explicar o que Paulo estava fazendo ao ser, por várias vezes, preso, açoitado

e mesmo morto; tentei mostrar o que fazia Estevão ao ser apedrejado; tentei

esclarecer quem nos conta a história ter sido queimado nas fogueiras da inquisição.

Não surtiu muito efeito, o triunfo estava impregnado e, como graças a Deus nada de

mal aconteceu, temo que tenha ficado ainda mais cauterizado.

Eu, porém, percebo claramente que Paulo não estava pregando o sucesso absoluto

do crente neste mundo. O que ele afirma abertamente é que, independentemente do

que aconteça, mesmo que eu seja morto, no fim eu receberei a coroa da vida, pois

mesmo que eu morra, viverei, e que minha vitória é certa em Cristo. Paulo sabia que

Ele já havia nos preparado um lugar, nós realmente já vencemos a morte, o céu já

espera por nós.

Essa sim é nossa vitória incontestável! Esta é a vitória que deveríamos apregoar,

mas não parece ser o que gostamos de ouvir, talvez por isso não mudamos o

discurso, afinal, quem ficaria numa igreja que não prega o sucesso já?

Possivelmente as igrejas ficariam vazias de crentes (embora cheias de Cristo) e não

é isso que a visão da “vitória” gostaria. Não é isso que nossos líderes sonham, pois

seus nomes não serão jamais lembrados por haverem pastoreado igrejinhas de

poucos membros, mesmo que estes fossem parte da verdadeira Igreja invisível de

Cristo, e não somente adeptos da igreja gospel.

Obviamente exemplos de vitórias e triunfos nesta terra são encontrados aos montes

na Santa Palavra de Deus, que o diga Isaías. Mas esta não é a regra. Aliás, no

Reino de Deus a única regra que há encontra-se restrita a Sua soberana Vontade:

“Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter

misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão

(...). Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer

endurece.” (Romanos 9:15, 18)

Page 54: Artigos publicados

Portanto, precisamos cair na real e buscar sabedoria continuamente em Deus,

voltando assim  a pregar exclusivamente o que Cristo ensinou. Só assim teremos

igrejas cheias, não de crentes, mas de pecadores restaurados.

No amor Daquele que jamais perdeu...

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Publicado em:

Blog Púlpito Cristão (em 12/05/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/05/caia-na-real.html

Page 55: Artigos publicados

PAZ SEM VERDADE NÃO SERVE!

No meio evangélico atual, existe certa ideologia de qual deve ser a postura do

cristão, frente a erros cometidos por homens e mulheres de Deus (se é que de fato o

são). Falo de erros doutrinários e não da vida pessoal destas pessoas.

Em resumo, em boa parte dos arraiais evangélicos é ensinado e defendido que não

devemos criticar doutrinas equivocadas, pois temos a obrigação de amar quem

assim procede e, uma vez criticando falsos ensinos, estaríamos causando conflitos e

dissensões que não podem ocorrer entre irmãos. Ou seja, devemos amar e, em

nome do amor, evitar gerar tais conflitos. Quem procede de outra maneira é tido

como falso irmão, carnal e julgador.

A verdade é que temos uma visão deturpada sobre o amor e, por isso, achamos que

Jesus Cristo é uma espécie de príncipe encantado dos filmes de Hollywood.

Não irmão! O amor de Deus é perfeito, mas o amor dos cinemas não é!

Um príncipe de Hollywood esconde conspirações, faz acordos suspeitos, engana

reinos inteiros, tudo para que sua amada não sofra, seja ela princesa ou plebeia.

Todas as suas atitudes estão voltadas para um único fim: terminar o filme feliz para

sempre com seu par.

Sinto informar que este amor não é bíblico e Jesus jamais se dispôs a abandonar a

verdade e a justiça para agradar quem esperava ser agradado.

Jesus jamais, sob o argumento do amor e da comunhão, deixou de fazer o que era

certo fazer. Mesmo sabendo dos perigos que isso podia lhe causar, Ele continuou

confrontando e denunciando os pecados e as más atitudes dos fariseus, saduceus e

outros líderes de sua época. E, independente de profecias anteriores, isso causou

sua morte.

Ele disse:

Page 56: Artigos publicados

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas

espada. Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a

filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra, e assim os inimigos

do homem serão os da sua própria casa”. (Mt 10.34-36)

Jesus nunca omitiu a verdade, por mais doloroso que isso fosse para si mesmo ou

para os que andavam com ele. Mesmo amando Ele não hesitou em confrontar Pedro

asperamente (Mt 16:23), acusou escribas e fariseus de hipocrisia e falsidade (Mt

23:13), de raça de víboras (Mt 23:33). E o que falar de João Batista que, por não

omitir a verdade (Mt 14:1-12), foi decapitado? Temos ainda Paulo que, mesmo

considerando-se um apóstolo fora de tempo e inferior ao outros (1Co 15:8-9),

confrontou o erro de Pedro publicamente (Gl 2:11-14).

Preste atenção meu irmão e minha irmã: O Evangelho Verdadeiro gera

conflitos! Não podemos omitir a verdade sob a batuta de que isso irá gerar

desavenças, pois esse é justamente um dos papeis das boas novas, o de confrontar

a velhas!

Nós, como seres humanos pecadores, não podemos julgar corações, pois não

temos poder para sondá-los, mas somos obrigados a confrontar o engano que se

instala em nosso meio. Temos a responsabilidade de zelar pelo Evangelho genuíno

e denunciar os falsos ensinos, mesmo que isso possa gerar perseguições e

contendas.

O evangelho é mais importante que o nosso bem estar! A verdade é mais importante

que a mentira. Somente a verdade tem poder contra o pecado, a verdade do

Evangelho. Somente ela pode sarar os males de nossa sociedade que está doente,

em grande parte, por causa do erro que tem se instalado no coração dos nossos

irmãos. Erros como o de achar que Jesus aguarda ofertas para poder nos abençoar,

ou que Ele está de olho no tipo de carro que você dirige e não na forma como você

tem reagido aos desejos do teu coração.

Não se omita irmão. No que depender de você, ande em paz com todos, mas tome o

cuidado de que, para isso, você não precise abandonar o Evangelho.

Page 57: Artigos publicados

Não seja covarde nem tente persuadir os corajosos a abandonar a verdade em

nome de um amor deficiente. O amor verdadeiro é o amor de Deus, o mesmo Deus

que confrontou e ensinou a confrontar o engano. Ora, o Pai repreende (ou açoita) ao

filho que ama (Hb 12:6), ao filho que odeia ele despreza, se omite. Estejamos pois

atentos à causa do Evangelho.

<< Por um evangelho verdadeiro e por uma apologética prática, anuncie a verdade,

mesmo que ela seja dolorosa! >>

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Publicado em:

Blog Púlpito Cristão (em 30/04/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/04/paz-sem-verdade-nao-serve.html

Page 58: Artigos publicados

LEVANTEI A MÃO NO CULTO, TÔ SALVO!

Gostaria de tecer alguns breves comentários buscando esclarecer um grave engano

praticado pela maioria de nós, cristãos evangélicos. Eu mesmo já pratiquei o engodo

que questionarei a seguir e espero conseguir ser claro o suficiente. 

O assunto é o ponto inicial da conversão, o que muitos chamam de “aceitar Jesus”,

o que por si só é um tremendo engano, pois a verdade é que recebemos (e não

aceitamos) Cristo gratuitamente quando alcançados pela Graça de Deus, mas este é

um assunto para outro artigo.

Vejamos o que Paulo diz:

“Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em

teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será

salvo”. (Rm 10:9 - ARA)

Muitos interpretam este texto como se Paulo estivesse ensinando que a conversão

do ser humano (e sua consequente salvação) se dá através de um simples processo

de declaração afirmativa de que Jesus é Senhor, acreditando em sua ressurreição.

Ou seja, ensinam que basta que repitamos uma oração que declare isso, ou mesmo

que levantemos as mãos afirmativamente quando nos é indagado se recebemos

Jesus como Senhor e salvador de nossas vidas.

Bom, é fato que Paulo diz isso, entretanto é preciso entender que a bíblia é um livro

coeso, que se completa a partir de todos os seus ensinamentos, numa única e

suficiente verdade. Essa questão traz consigo várias implicações, das quais destaco

uma: uma verdade doutrinária não pode ser extraída de um único versículo isolado.

Dessa forma, o entendimento desse único versículo, de forma isolada do restante

dos ensinamentos relacionados ao mesmo tema, é exatamente que, para ser salvo,

basta que eu afirme que creio em Jesus e o reconheço como Senhor.

Page 59: Artigos publicados

Acontece que esta afirmação de Paulo se refere a um segundo momento do

processo de conversão, não ao ponto inicial. Ele está se referindo a atitude natural

de quem passou pela primeira etapa da conversão (a qual explicarei a seguir) para

enfim confessar o que pra ele se torna uma verdade suprema e inegável: Jesus é o

Senhor da minha vida, eu creio em sua obra!

Antes de falar sobre este ponto inicial da conversão do indivíduo (falo de coisas

internas), lembre-se que tudo começa com a pregação do evangelho genuíno de

Jesus Cristo (externa). É a partir desse Evangelho que tudo se torna possível, e para

isso é preciso que ele seja pregado e compreendido pelo ser humano.

Vejamos o que Jesus diz:

“E lhes disse: Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar

dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o

arrependimento para perdão de pecados a todas as nações,

começando por Jerusalém”. (Lc 24:46-47 - NVI)

Ora, Jesus não trata o processo de conversão como uma simples declaração de fé.

Antes ele afirma que seu evangelho deve ser pregado para que seja gerado

arrependimento. Não é possível se arrepender de algo que sequer sabemos que

temos culpa, logo a pregação do evangelho envolve o esclarecimento de nossa

própria calamidade, nossa completa depravação, nosso estado de rebeldia diante de

Deus, de forma que seja gerado um arrependimento genuíno, e um desejo de ser

aceito por Deus através de seu perdão.

Tiago se aprofunda um pouco nisso, afirmando que:

“Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores,

limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o

coração. Entristeçam-se, lamentem e chorem. Troquem o riso por

lamento e a alegria por tristeza. Humilhem-se diante do Senhor, e ele

os exaltará”. (Tg 4:8-10 - NVI)

Page 60: Artigos publicados

Claramente Tiago afirma que o arrependimento verdadeiro causa tristeza. O homem

quando reconhece sua calamidade diante de Deus se entristece, abandona o sorriso

e este só retorna quando recebe o perdão de Deus através da obra redentora de

Cristo. Porém não é o que vemos hoje em dia. 

A todo instante centenas de pessoas, especialmente jovens, repetem uma oração

sem sequer saber o que ela significa, levantam as mãos no culto após um apelo do

pregador, sem entender, sem que se reconheçam como impuros, sem nenhum

resquício de tristeza. Em geral realizam tal procedimento após pregações que

exaltam suas vidas, que lhes prometem incontáveis bênçãos, de forma que a única

coisa que se vê é muita alegria e nenhum choro, nenhum quebrantamento, como se

fosse possível receber essa obra salvífica sem que nos reconheçamos como

autênticos pecadores imperdoáveis, perdidos e miseráveis!

Veja outra afirmação, desta vez do apóstolo Paulo:

“Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram entristecidos,

mas porque a tristeza os levou ao arrependimento. Pois vocês se

entristeceram como Deus desejava, e de forma alguma foram

prejudicados por nossa causa. A tristeza segundo Deus produz um

arrependimento que leva à salvação e não remorso, mas a tristeza

segundo o mundo produz morte”. (2Co 7:9-10 - NVI)

Mais uma vez é feita a relação entre o arrependimento genuíno, que nos conduz a

salvação conquistada na cruz, com a tristeza, o quebrantamento, a destruição de

nossos sentimentos altivos. Essa tristeza, que vem de Deus, do esclarecimento que

Sua Graça redentora nos dá, é que produz o verdadeiro arrependimento!

Só então podemos, sem nenhum engano, sem resquícios de falsidade ou

fingimento, declarar que: Jesus Cristo é o Senhor, eu creio nEle, Ele me salva!

Aleluia!

Page 61: Artigos publicados

Ou seja, este segundo momento declarado por Paulo aos romanos, só é verdadeiro

após o ponto inicial que é o arrependimento genuíno gerado pela compreensão do

Evangelho poderoso de Jesus Cristo.

Não se engane irmão, nem deixe que outros permaneçam enganados, a verdadeira

conversão se inicia na compreensão do Evangelho, o que gera arrependimento

genuíno. É preciso entender a cruz, é preciso arrependimento, não há acasos, ou é

assim, ou é falso.

“Porque lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas não

com entendimento”. (Rm 10:2 - ARA)

Deus abençoe a todos.

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Publicado em:

Blog Púlpito Cristão (em 15/04/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/04/levantei-mao-no-culto-to-salvo.html

Page 62: Artigos publicados

A VINGANÇA NÃO NOS PERTENCE!

O salmo 23 é um dos textos mais lidos de toda a bíblia. Há irmãos que nunca leram

um único livro completo, mas já leram o salmo 23. Há outros que sequer abriram a

bíblia noutra página, pois ela permanece na estante, aberta no salmo 23.

É muito fácil explicar a razão por este salmo ser tão lido e querido: Ele nos coloca

pra cima, nos dá garantia de conforto em Deus, fala de socorro e prosperidade.

Há também algo bem interessante expresso nesse salmo, algo que inspira canções

e influencia boa parte da atual geração de crentes. Ele diz assim:

“Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me

honras, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o

meu cálice”. (Sl 23:5 – NVI)

Obviamente a bíblia não se contradiz e esse texto está perfeitamente em sintonia

com seu contexto. Em tempos da Lei, como bem sabemos, imperava a justiça, pois

a Lei é justa.

Dessa forma, ao ser ferido, era justo que meu agressor sofresse o mesmo dano. Ele

que se exilasse caso desejasse livrar-se da minha justa vingança. Olho por olho,

dente por dente.

Além disso, os inimigos de Israel, à medida que esta nação permanecia fiel, eram

derrotados pelas mãos de Deus, humilhados e despojados. Nisso tudo a Soberania

de Deus era revelada, e era justo.

É disso que fala o salmista. Seus inimigos seriam ridicularizados enquanto ele seria

abençoado com um banquete e prosperidade. Nesse contexto, seus inimigos

estavam em estado de afronta contra Deus, por se levantarem contra seu povo, e

por isso recebiam a justa punição.

Page 63: Artigos publicados

Esta questão de “amigos” e “inimigos” de Deus, no AT, é mais complexa que isso,

mas tento aqui apenas tornar mais claro o que começo a dizer a partir de agora.

Enfim, com Cristo algo acontece. A misericórdia de Deus que sempre foi perfeita, se

apresenta encarnada em Cristo. O justo morrendo pelo pecador. Deus perdoando

aqueles que não mereciam perdão, pela sua Graça, de graça, por amor

incondicional. 

Diz a bíblia que:

“Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com

que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda

estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são

salvos”. (Ef 2:4-5 – NVI)

Entenda bem o que isso significa: Nós, que éramos inimigos de Deus, rebeldes,

impuros, amantes de tudo que era contrário a Deus, fomos por Ele perdoados sem

que déssemos a mínima para isso! Ele não poupou seu Único Filho para que nós,

sendo ainda pecadores, pudéssemos ser perdoados e salvos!

E o que Jesus fala a respeito de nossos inimigos? Ele por acaso ensina que

reivindiquemos vingança? Ou que oremos a Deus pedindo juízo? Quem sabe um

súplica para que Deus os ridicularize em nossa presença, como vemos ensinado em

algumas canções? Bem, para tirar a dúvida, Cristo está com a palavra:

"Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu

inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por

aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de

seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus

e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem

aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os

publicanos fazem isso! E se vocês saudarem apenas os seus irmãos,

o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto,

sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês". (Mt 5:43-48

- NVI, grifo meu)

Page 64: Artigos publicados

“Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus

inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os

amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam. Se alguém lhe

bater numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém lhe tirar a

capa, não o impeça de tirar-lhe a túnica”. (Lc 6:27-29 - NVI, grifo

meu)

Paulo acrescenta:

“Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns

contra os outros.Perdoem como o Senhor lhes perdoou”. (Cl 3:13 -

NVI, grifo meu)

E como foi que o Senhor nos perdoou? Sem merecimento. Nós não merecíamos o

perdão de Deus!

Como pode então agora, em plena Graça, tendo recebido tão grande amor,

misericórdia e perdão, nós venhamos desejar a ruína de nossos inimigos? Como

podemos agora pedir a Deus que faça vingança, que os ridicularize ou que traga

juízo sobre suas cabeças?

Não! Esse não é o espírito do verdadeiro cristão! O cristão perdoa! O cristão

suplicada a Deus que tenha misericórdia de quem o ofende!

Que parada é essa de eu estar no palco sendo aplaudido pelos meus inimigos? Que

história é essa de Deus preparando uma mesa para mim perante meus inimigos?

Estamos loucos? Esquecemos como fomos perdoados?

O mínimo que se espera de qualquer cristão é que ele também perdoe seus

ofensores. Foi esta a oração que Jesus nos ensinou, que Deus nos perdoe “Assim

como perdoamos nossos inimigos”.

Já imaginou se Deus resolvesse nos perdoar conforme nós perdoamos as outras

pessoas? Seriamos fulminados!

Page 65: Artigos publicados

Irmão, fuja dessa sede de vingança, isso não condiz com o espírito cristão, pois no

final de tudo, considerando todas as coisas, o que nos fará sermos reconhecidos

como discípulos de Cristo é o amor que temos pelas outras pessoas (Jo 13:35).

Lembre sempre que nossos inimigos não são as pessoas e peça misericórdia, não

juízo, e deseje o bem, não o mal, e busque comunhão, não a afronta.

Que Deus continue tendo misericórdia de todos nós.

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Publicado em:

Blog Púlpito Cristão (em 13/04/2014)

http://www.pulpitocristao.com/2014/04/a-vinganca-nao-nos-pertence.html