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ARTRITE ENCEFALITE CAPRINA (CAEV) O que é A CAE é uma doença infecciosa específica dos caprinos. Geralmente apresenta-se de forma crônica, caracterizando- se por um longo período de incubação e uma evolução clínica lenta e progressiva. Os animais infectados passam a ser portadores permanentes do vírus. O vírus pode estar presente em todos os líquidos biológicos do corpo. A transmissão do vírus entre os caprinos ocorre, com maior freqüência, através da ingestão do colostro e do leite de animais infectados. O contato direto entre os animais, bem como toda a forma de contato indireto com os líquidos corporais (principalmente o sangue), também são importantes meios de transmissão do vírus. Formas de transmissão do vírus da CAE: Transmissão direta Ingestão de colostro e leite da própria mãe ou do leite misturado de várias cabras; Contato direto entre os animais através dos líquidos corporais (aerossóis, saliva, etc.) Transmissão indireta Através de objetos contaminados e pelo homem: agulhas e seringas; instrumentos cirúrgicos (na castração etc.); tatuador; ferramentas em geral; ordenhadeira mecânica; tratador. Como reconhecer A CAE pode manifestar-se através de cinco quadros clínicos principais: artrite, encefalite, mamite, pneumonia e emagrecimento crônico. Ocorre queda acentuada na produção de leite das cabras infectadas (10-15%). Como tratar Nenhuma das formas clínicas da CAE é curável. O emprego de medicamentos, na tentativa de um tratamento sintomático dos animais infectados, contribui apenas para uma melhora clínica temporária, uma vez que não existe medicamento ou

Artrite Encefalite Caprina

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ARTRITE ENCEFALITE CAPRINA (CAEV)

O que éA CAE é uma doença infecciosa específica dos caprinos. Geralmente apresenta-se de forma crônica, caracterizando-se por um longo período de incubação e uma evolução clínica lenta e progressiva. Os animais infectados passam a ser portadores permanentes do vírus. O vírus pode estar presente em todos os líquidos biológicos do corpo.

A transmissão do vírus entre os caprinos ocorre, com maior freqüência, através da ingestão do colostro e do leite de animais infectados. O contato direto entre os animais, bem como toda a forma de contato indireto com os líquidos corporais (principalmente o sangue), também são importantes meios de transmissão do vírus.

Formas de transmissão do vírus da CAE:

Transmissão direta

Ingestão de colostro e leite da própria mãe ou do leite misturado de várias cabras;

Contato direto entre os animais através dos líquidos corporais (aerossóis, saliva, etc.)

Transmissão indireta

Através de objetos contaminados e pelo homem: agulhas e seringas; instrumentos cirúrgicos (na castração etc.); tatuador; ferramentas em geral; ordenhadeira mecânica; tratador.

Como reconhecerA CAE pode manifestar-se através de cinco quadros clínicos principais: artrite, encefalite, mamite, pneumonia e emagrecimento crônico. Ocorre queda acentuada na produção de leite das cabras infectadas (10-15%).

Como tratarNenhuma das formas clínicas da CAE é curável. O emprego de medicamentos, na tentativa de um tratamento sintomático dos animais infectados, contribui apenas para uma melhora clínica temporária, uma vez que não existe medicamento ou vacina que combata a doença de forma eficaz. A utilização de antibióticos para a prevenção ou combate de processos infecciosos secundários não é recomendada, tanto por razões econômicas quanto pelo fato de promover o surgimento de cepas bacterianas resistentes a estes medicamentos, em decorrência da sua utilização contínua e indiscriminada.

Como evitarA imunização ativa dos animais através de uma vacina específica contra o vírus ainda se encontra em fase de pesquisa.

A alternativa para combater a CAE nos rebanhos consiste basicamente em evitar a transmissão do vírus. Para alcançar este objetivo, diversos países vêm adotando um conjunto de medidas preventivas para controlar a disseminação da CAE. Este conjunto de medidas é chamado de Plano de Saneamento da CAE e tem como meta a formação

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de rebanhos livres da doença. Esse Plano é baseado em exames sorológicos de todos os caprinos da propriedade e é acompanhado por um médico veterinário.ECTIMA CONTAGIOSO

O que éÉ uma doença infecciosa contagiosa causada por vírus, que acomete ovinos e caprinos e ocorre com mais freqüência nos animais jovens podendo, entretanto, atingir também os adultos. é caracterizada pelo aparecimento de crostas na boca, podendo estender-se ao focinho, orelhas, pálpebras e raramente ao aparelho genital e coroa dos cascos. é conhecida também por Dermatite Pustular Contagiosa ou Boqueira.

A transmissão pode ocorrer por contato direto ou indireto. O vírus pode persistir por vários anos nas pastagens ou instalações.

Como reconhecerO primeiro sinal é o aparecimento de manchas vermelhas que se transformam em vesículas e depois de 2 a 3 dias em pústulas que se rompem e secam formando uma crosta escura semelhante a verruga. Depois de 10 dias estas crostas caem deixando a pele sujeita a infecções secundárias.

Além dos lábios, pode haver formação de pústulas na gengiva, narinas, úbere e em outras partes do corpo. Os lábios ficam engrossados, sensíveis e os cabritos têm dificuldade de se alimentar, emagrecendo rapidamente.

Como tratarA infecção é em geral autolimitante. Nas vesículas deve-se passar glicerina iodada e pomadas cicatrizantes diariamente até que elas sequem. é muito importante isolar os animais. O tratador deve se precaver utilizando luvas no momento de cuidar dos animais.

Como evitarÉ prevenida pela manutenção do rebanho isento do vírus, mediante a não introdução de animais infectados.

A vacinação deverá ser feita em todo rebanho, e em todos os cordeiros nascidos após dois meses de vida, e deve ser aplicada por via cutânea, fazendo-se uma pequena escarificação na parte interna da coxa.FOOT ROT DOS OVINOS

O que éÉ uma doença infecciosa crônica com ferimento entre as unhas e deslocamento do casco, causada por duas bactérias chamadas de Dichelobacter nodosus e Fusobacterium necrophorum, exalando odor fétido, que ocorre, principalmente, em ambientes úmidos e de pouca ou nenhuma condição higiênica.

Como reconhecerLesão no casco, animal com dificuldade de locomover (manqueira), apático, perda de peso, queda na produção de lã e dificuldades reprodutivas em carneiros, além de deslocamento total do casco nos casos agudos.

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Casos graves com lesões nos cascos anteriores fazem com que os animais pastem ajoelhados.

Como tratar

Colocar o animal em local seco e limpo; Limpar e lavar o casco, retirando todos os tecidos necrosados e fazendo a apara

do casco; Fazer curativos diários com pomada antibiótica ou solução de sulfato de zinco

ou cobre 5% a 10 %; Deve ser realizado, também, o tratamento parenteral através da aplicação

intramuscular de penicilina G Procaína na dose de 50.000-70.000 UI/Kg de peso e Diidroestreptomicina ou Estreptomicina na dose de 50-75 mg/kg de peso.

Como evitarEvitar o acesso e permanência dos animais em pastos encharcados e em pisos úmidos. Observar o crescimento dos cascos e apará-los duas vezes ao ano.

Passar os animais em pedilúvio, preenchido com solução de sulfato de cobre ou zinco 5 % ou 10 %, formol a 5 % ou cal virgem, uma vez por semana.

Descartar animais com doença crônica nos cascos e evitar a compra de animais com lesões nos cascos.

Vacinar os animais, estrategicamente, fazendo a vacinação nos períodos mais favoráveis ao aparecimento da doença. Fazer uma dose de reforço em ovelhas no terço final da gestação.

Selecionar os animais resistentes à doença.

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LISTERIOSE

O que éListeriose é uma doença causada pela bactéria Listeria monocytogenes, e que pode ser veiculada pelos alimentos. Acomete diversas espécies animais, inclusive o homem, porém ruminantes parecem ser mais suscetíveis. Os principais reservatórios da L. monocytogenes são o solo e a água, que podem contaminar os alimentos, porém esta bactéria também pode ser encontrada nas plantas, silagem e outros alimentos, parede e pisos de instalações e fezes.

Dois quadros distintos são típicos da infecção pela bactéria Listeria monocytogenes: um com características neurológicas (meningoencefalite) e outro em que ocorrem aborto, metrite, presença de abscessos no fígado, baço e outras vísceras.

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A doença na forma nervosa é observada esporadicamente em bovinos, ovinos e bubalinos a campo e, em alguns casos, quando animais estão recebendo silagem.

Como reconhecerA forma nervosa em ruminantes caracteriza-se por andar em circulo, incoordenação e quedas freqüentes; desvio lateral da cabeça e do corpo; orelhas, lábios e pálpebras superiores caídas; salivação; dificuldade de apreensão, mastigação e deglutição dos alimentos; depressão e morte.

O diagnóstico é feito pelos sinais e sintomas clínicos, dados epidemiológicos e exames laboratoriais com isolamento da bactéria.

Como tratarPodem ser usados de maneira eficaz os antibióticos de amplo espectro, como as tetraciclinas e penicilinas. A administração de água e soro é necessária em animais que apresentam dificuldade para comer e beber. Os animais em tratamento devem ser mantidos isolados em lugares frescos e devem ser evitados os manejos.

Como evitarNão administrar dietas compostas exclusivamente de silagem aos animais. Para os animais de campo que serão alimentados com silagem durante a seca deve-se realizar uma adaptação através do aumento gradual da quantidade fornecida.

Evitar a administração de silagens de baixa qualidade, separando as partes pouco fermentadas ou que entraram em contato com o ar e apresentam-se deterioradas.

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PARAPLEXIA ENZOÓTICA DOS OVINOS (SCRAPIE)

O que éA Paraplexia Enzoótica dos Ovinos (Scrapie) é uma doença degenerativa do sistema nervoso dos ovinos e raramente dos caprinos, que pertence ao grupo das Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis (EET’s), causada por uma partícula protéica infectante denominada PRíON. Afeta animais adultos e na faixa de 2- 4 anos de idade e raramente ocorre em animais de menor idade.

Um dos mecanismos de transmissão desta doença é por hereditariedade e o outro é através da ingestão de placenta e cérebro de animais subclinicamente afetados.

Como reconhecerÉ uma doença crônica não facilmente reconhecível nas fases iniciais. O prurido (coceira) é o principal sinal quando a doença já está instalada. O animal coça-se contra objetos causando perda de lã, ulcerações na pele ou morde a própria pele ou os pés.

Quando o animal se coça parece que ele responde com satisfação, apresentando um lamber dos lábios com a língua de forma bastante característica. Esse sinal é um auxiliar importante no diagnóstico da doença. Ocorre, também, ranger de dentes ou ataxia e incoordenação com andar cambaleante.

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Como tratarNão existe tratamento para essa doença.

Como evitarNão fazer o uso de rações contendo proteínas animais para ruminantes, as quais são proibidas no Brasil. é fundamental, também, não importar ovinos de países que apresentam a doença.

Deve-se eliminar todos os animais infectados e, se possível, extinguir todos os rebanhos que tiveram contato com animais doentes. Outra medida é selecionar animais com baixa suscetibilidade genética a desenvolver a Scrapie.POLIOENCEFALOMALÁCIA (PEM)

O que éA Polioencefalomalácia ou Necrose Cérebrocortical (NCC) é uma desordem metabólica aguda, de causa não infecciosa que acomete ruminantes de todas as idades, sendo que no Brasil os animais adultos a campo são os mais afetados. São várias as causas dessa doença e muitas ainda são desconhecidas. Antigamente, a deficiência de tiamina (vitamina B1) era atribuída como causa. Hoje outras causas são apontadas, como alto consumo de enxofre, ingestão de carcaças, mudanças bruscas na alimentação, principalmente quando animais mantidos em pastagens ruins são introduzidos em pastos de excelente qualidade e intoxicação por cloreto de sódio. é caracterizada clinicamente pelo aparecimento súbito de cegueira, decúbito e sintomatologia nervosa.

Como reconhecerOs sinais clínicos caracterizam-se por andar cambaleante e em círculos, incoordenação, tremores musculares, cegueira total ou parcial, opistótono, nistagmo e estrabismo. Os animais afastam-se do rebanho e muitos são encontrados em decúbito lateral ou esternal. Nas fases iniciais o animal pode apresentar certa agressividade e excitação. Se os animais não forem tratados com tiamina a morte ocorre geralmente 2 a 3 dias após o aparecimento dos sinais clínicos, entretanto, alguns animais morrem poucas horas após e outros permanecem até 10 dias em decúbito.

Ocorre melhora do quadro clínico quando o tratamento com tiamina (vitamina B1) é realizado no início da doença.

Como tratarO tratamento consiste na aplicação de 10-20 mg de Vitamina B1/ kg de peso vivo e 0,2 mg de Dexametasona/ kg de peso vivo por via intramuscular, repetido de 12 em 12 horas durante 3 dias.

Trata-se de uma emergência em medicina veterinária, pois quanto mais o tempo passa, maiores são as lesões do sistema nervoso. A cura pode ocorrer quando o tratamento com tiamina é realizado no início dos sintomas clínicos, sendo as lesões reversíveis até certo ponto.

Como evitarComo não estão definidos, ainda, os fatores que desencadeiam a PEM, não é possível recomendar medidas de controle ou preventivas.

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LINFADENITE CASEOSA (LC)

O que éA Linfadenite Caseosa é uma doença infecto-contagiosa conhecida também como “Mal do Caroço” ou “Falsa Tuberculose”. é causada pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis, que acomete caprinos e ovinos e caracteriza-se pela formação de abscessos contendo pus de cor amarelo-esverdeado e consistência tipo queijo coalho. A doença apresenta-se em duas formas: a superficial e a visceral. Os abscessos localizam-se, inicialmente, nos gânglios (linfonodos) superficiais, podendo ser na região da mandíbula, abaixo da orelha, na escápula, no crural, e na região mamária. Apresenta-se, também, nos gânglios internos (mediastínicos, torácicos) e órgãos como os pulmões, o fígado e, em menor escala, o baço, a medula e o sistema reprodutivo. Além dos caprinos e ovinos, esta enfermidade causa linfangite ulcerativa em eqüídeos e abscessos superficiais em bovinos, suínos, cervos e animais de laboratório.

A principal fonte de infecção é o conteúdo dos abscessos que supuram e contaminam o ambiente. O conteúdo dos abscessos é rico em C. pseudotuberculosis podendo infectar diretamente outros animais ou ainda contaminar a água, o solo e os alimentos. O Corynebacterium pseudotuberculosis pode permanecer no meio ambiente por períodos de 4 a 8 meses, principalmente quando protegido do sol direto, e morre quando exposto a 70°C, aos desinfetantes comuns, bem como ao sol direto.

A porta de entrada são as feridas superficiais na pele, mucosas, além dos linfonodos e/ou vasos linfáticos.

Como reconhecerOs sinais clínicos caracterizam-se pela presença de linfonodos periféricos aumentados de tamanho. Ocasionalmente, os abscessos se rompem drenando pus espesso e esverdeado. Os abscessos medem normalmente 4-5 cm, entretanto, podem chegar a 15 cm. A maioria dos animais com lesões nos linfonodos não apresentam outros sinais clínicos, porém, alguns com abscessos localizados nas vísceras das cavidades torácica ou abdominal, podem apresentar emagrecimento progressivo, às vezes, denominado como “doença da ovelha magra”.

Como tratarO tratamento pode ser realizado com o uso de antibióticos como a tetraciclina, a penicilina, e cefalosporina, porém, a distribuição dos mesmos nos abscessos é pequena dificultando o processo de cura pela pouca habilidade de passar pela cápsula do abscesso e porque a bactéria possui localização intracelular. Portanto, não se recomenda o tratamento com antibióticos para os casos de Linfadenite Caseosa.

Como evitarEm ovinos as medidas de controle da doença consistem em eliminar os animais doentes e evitar novas infecções, através de medidas higiênicas e de desinfecção dos instrumentos de tosquia, castração e assinalação. Essas técnicas devem ser realizadas em locais limpos e onde seja possível a desinfecção. Os ovinos jovens devem ser tosquiados antes dos adultos. Em rebanhos infectados deve evitar-se banhar imediatamente após a tosquia. Vacinas contendo células bacterianas e/ou toxóides empregadas em ovinos são parcialmente eficientes, diminuindo significativamente o número de animais com abscessos.CERATOCONJUNTIVITE EM OVINOS E CAPRINOS

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O que éCeratoconjuntivite infecciosa ovina é uma doença infecciosa e contagiosa caracterizada por inflamação aguda da conjuntiva e córnea, acometendo animais de todas as idades e sexo.

Atualmente considera-se que é causada, principalmente pela bactéria Mycoplasma conjuncitivae, mas diversos outros microrganismos têm sido responsabilizados como agentes da doença. As moscas e outros insetos são os agentes transportadores da bactéria para os animais, sendo a transmissão favorecida pela poeira e pela concentração de animais.

Como reconhecerAnimais apresentam-se com conjuntivite, lacrimejamento excessivo, fotofobia, descargas oculares purulentas, opacidade e ulceração da córnea, em casos avançados. A gravidade varia de um indivíduo para outro, podendo, inclusive, ambos os olhos quando afetados, apresentarem quadros diversos.

As perdas econômicas causadas por essa doença estão associadas à perda ou menores ganhos de peso, diminuição da produção de lã e gastos com medicamentos e manejo do rebanho.

Como tratarPara o tratamento utilizam-se pomadas oftálmicas ou colírios à base de antibiótico como tetraciclinas e tylosina. Entretanto, A cura espontânea ocorre na maioria dos animais.

Como evitarIsolar os animais doentes e evitar ferimentos nos olhos dos animais.DERMATOFILOSE

O que éÉ um processo infeccioso da pele que acomete bovinos, ovinos, caprinos, eqüídeos, cães e até o homem, causado por uma bactéria denominada Dermatophilus congolensis que se caracteriza por uma dermatite exsudativa, com erupções cutâneas crostosas e escamosas. Também é conhecida por estreptotricose cutânea, “mela” ou “chorona”.

A doença se manifesta quando ocorre uma redução ou alteração das barreiras naturais existentes na pele. Estas alterações estão relacionadas a fatores ambientais (chuva, umidade e altas temperaturas) que influenciam o desenvolvimento, prevalência, incidência sazonal e transmissão da dermatofilose.

Fatores estressantes como desmama, carência alimentar ou traumatismos por manejo inadequado, associados com períodos chuvosos e quentes, podem desencadear a doença por quebrarem a integridade da pele. A forma de surtos ocorre principalmente na época chuvosa e geralmente está associada a pastagens de Brachiaria decumbens ou Brachiaria brizantha, as quais através de suas folhas ásperas, provocam microlesões na pele dos animais.

Acomete bovinos de todas as idades, mas os mais jovens são mais propensos.

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Os reservatórios são os próprios animais enfermos e a transmissão pode ocorrer por contatos direto, indireto e através de vetores mecânicos e biológicos.

Como reconhecerAparecimento de lesões em qualquer parte do corpo, mais particularmente na cabeça, pescoço, dorso e laterais do animal e, também, na porção posterior do úbere. Em bezerros, as lesões geralmente começam no focinho e espalham-se pela cabeça e pescoço. A doença normalmente é descoberta pela presença de elevações abaixo do pêlo. As lesões características são pequenas crostas que se formam na base do pêlo e o envolvem, com presença de tecido granuloso, exsudato e material purulento. Sinais sistêmicos da infecção estão ausentes ou limitados a uma resposta febril nos casos moderados. Em estágios mais avançados a dermatite cicatriza-se e as crostas separam-se da pele, ficando presas pelos pêlos, sendo facilmente removidas na forma de crostas com tufos de pêlos. Nos estágios finais, há perda intensa de pêlos, com formação de casca acentuada e pregueamento. Alguns animais com lesões generalizadas aparentam estar embarrados, pois as crostas se assemelham com barro seco, sendo estes animais mais propensos a infecções e perda de peso. A reinfecção pode ocorrer principalmente em animais jovens.

Como tratar Os antibióticos injetáveis constituem-se no tratamento mais eficaz para controle da dermatofilose. A penicilina ou a estreptomicina são recomendadas em dois tipos de tratamento, ou em uma única aplicação em altas doses (70.000 UI/kg PV de penicilina ou 70 mg/kg PV de estreptomicina), ou em doses diárias (5.000 UI/kg PV ou 5 mg/kg PV, respectivamente) durante cinco dias. A oxitetraciclina também pode ser usada no controle de surtos da doença na dose de 20 mg/kg PV.

As aplicações tópicas geralmente são pouco recomendadas por conta das dificuldades do produto em atingir as camadas mais profundas da pele. Alguns produtos podem ser utilizados, sendo recomendada a remoção das crostas antes da aplicação. Contudo, não se deve esperar por uma boa resposta ao tratamento tópico, principalmente se as condições do meio ambiente são adequadas para a disseminação da doença. Em termos gerais, os melhores resultados são obtidos durante o tempo quente e seco.

Quando um grande número de animais é afetado podem ser recomendados banhos de imersão ou aspersão com sulfato de zinco ou de cobre na concentração de 0,2%-0,5%.

Como evitarRealizar o isolamento e tratamento imediato dos animais afetados assim que forem observadas as primeiras lesões, juntamente com a desinfecção do local e dos utensílios utilizados no manejo destes animais. Manter os animais em bom estado corporal auxilia na resistência imunológica e na prevenção das doenças.RETICULOPERITONITE TRAUMÁTICA

O que éA reticuloperitonite traumática é uma doença de bovinos causada pela perfuração do retículo ou do rúmen por objetos pontiagudos que são ingeridos pelos animais em conseqüência dos seus hábitos indiscriminados ou não seletivos de alimentos. Devido a esse hábito o bovino pode ingerir junto com os alimentos pedaços de arame, pregos,

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farpas de madeira ou qualquer outro objeto pontiagudo. Quando esse corpo estranho avança e perfura o diafragma e o saco pericárdico resulta em uma Pericardite Traumática. Poderá ocorrer morte súbita do animal devido a hemorragias severas em casos de perfuração das artérias regionais principais ou ruptura da artéria coronariana.

Como reconhecerA doença na forma aguda manifesta-se nos animais acometidos com perda súbita e total de apetite; dor abdominal; diminuição ou parada total dos movimentos ruminais, levando a um timpanismo e constipação (fezes ressecadas); parada repentina da produção de leite; relutância em se movimentar e quando o fazem é vagarosamente; gemidos ao andar em locais de descidas; permanência em estação na maioria do tempo e quando deitam o fazem com dificuldade; arqueamento acentuado de dorso e aparência de encolhimento por conta da rigidez dos músculos abdominais; defecação e micção dolorosas, realizadas poucas vezes ao dia e com gemidos; aumentos de temperatura, do pulso e da respiração.

No caso da pericardite traumática ocorre dificuldade de auscultação dos batimentos cardíacos pela presença de outros sons como fricção do pericárdio, ruídos gasosos ou líquidos. Ocorre ingurgitamento da jugular, com pulso venoso positivo, insuficiência cardíaca congestiva e edema (inchaço) de peito e barbela. Complicações como pleurite e peritonite difusa podem ocorrer.

No caso crônico o animal continua com o apetite diminuído e a produção de leite não volta ao normal, a ruminação ainda está dificultada podendo haver timpanismo moderado.

Como tratarComo primeiro tratamento se faz a administração de antimicrobianos de amplo espectro diariamente por 5 dias consecutivos e de um laxante como hidróxido de magnésio, diminuição do alimento fornecido ao animal e, se possível, imobilização do animal afetado por alguns dias, mantendo-o em um plano inclinado em aclive para limitar a progressão anterior do corpo estranho.

A introdução de imãs via oral para remoção dos corpos estranhos em caso de objetos metálicos é também empregada.

Geralmente o tratamento mais eficaz é a rumenotomia, ou seja, a remoção cirúrgica do corpo estranho, realizada por um veterinário.

Como evitarEvita-se a enfermidade através de um manejo adequado dos suprimentos alimentares fornecidos aos animais, estando os mesmos livres das fontes de corpos estranhos. é preciso ter muito cuidado nas construções ou reformas de cercas para não deixar pedaços de arames, objetos pontiagudos e pregos espalhados nos locais de acesso aos animais.

DOENÇASCAPRINOS

1. ARTICULAÇÃO

o BOCA

o CASCO

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o CÉREBRO

o FÍGADO

o FOCINHO

o GENITAIS

o INTESTINO

o LINFONODOS

o OLHOS

o PELE

o PULMÃO

o RETÍCULO

o RIM

o RÚMEN

o SANGUE

o ÚBERE (GLÂNDULA MAMÁRIA)

o ÚTERO

o DOENÇAS