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Página 1 de 6 As 10 estratégias de manipulação de Noam Chomsky Avram Noam Chomsky (Filadélfia, 07-12-1928) - linguista, filósofo e ativista político norte- americano. É professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Chomsky tem dedicado parte do seu tempo à análise dos meios de comunicação de massa e em A Manipulação do Público, livro escrito em conjunto por Edward S. Herman, explorou este tema em profundidade. Elaborou então a lista das dez estratégias de manipulação usadas através dos meios de comunicação social, abaixo apresentadas: Ficha de Trabalho Domínio de Formação: Viver em Português UFCD: Os media hoje

As 10 estratégias de manipulação de Noam Chomsky

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As 10 estratégias de manipulação de Noam Chomsky

Avram Noam Chomsky (Filadélfia, 07-12-1928) - linguista, filósofo e ativista político norte-

americano. É professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Chomsky tem dedicado parte do seu tempo à análise dos meios de comunicação de massa e

em A Manipulação do Público, livro escrito em conjunto por Edward S. Herman, explorou este

tema em profundidade. Elaborou então a lista das dez estratégias de manipulação usadas

através dos meios de comunicação social, abaixo apresentadas:

Ficha de Trabalho

Domínio de Formação: Viver em Português UFCD: Os media hoje

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A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a

atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas

e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de

informações insignificantes.

Manter o público distraído, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem

importância real.

CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES

Este método também é chamado "problema-reação-solução". Cria-se um problema, uma

"situação" prevista para causar certa reação no público, a fim de que este tenha a perceção

que participou nas medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva

ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o

público exija novas leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade.

A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-

gotas, durante anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconómicas

radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990:

Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários

baixíssimos, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicados

de uma só vez.

A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo

"dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.

É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o

esforço não é aplicado imediatamente. Segundo, porque o público - a massa - tem sempre a

tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã".

DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO SE DE CRIANÇAS SE TRATASSEM

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens

e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos da debilidade mental, como se

cada espetador fosse uma criança de idade reduzida ou um deficiente mental. Porquê? "Se

você se dirigir a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, então ela tenderá, com

certa probabilidade, a dar uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico

como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.

UTILIZAR MUITO MAIS O ASPETO EMOCIONAL DO QUE A REFLEXÃO

Fazer uso do discurso emocional é uma técnica clássica para causar um curto-circuito na

análise racional e pôr fim ao sentido crítico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do

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Página 3 de 6 registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para incutir ideias, desejos,

medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...

MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados

para o seu controle e escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores

deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira

entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de

eliminar.

ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE

Promover no público a ideia de que é moda o facto de se ser estúpido, vulgar e inculto...

REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTO CULPABILIDADE

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa

da insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades, ou do seu esforço. Assim, ao invés

de revoltar-se contra o sistema económico, o indivíduo autocritica-se e culpabiliza-se, o que

gera um estado depressivo, do qual um dos seus efeitos mais comuns, é a inibição da ação. E,

sem ação, não há revolução!

CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM

No decorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado um crescente

afastamento entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites

dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem

desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como

psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele

mesmo conhece a si mesmo.

http://temposvontades.blogspot.pt/2010/11/avram-noam-chomsky-10-estrategias-de.html

Exercício de Reflexão:

Todos nós acabamos por ser vítimas destas manipulações, direta ou indiretamente. Reflita

sobre os seguintes exemplos de comunicação e tente associar cada um deles a uma das

estratégias apresentadas por Chomsky.

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CARLOS MOEDAS

Governo quer reformas irreversíveis no futuro

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Bispo de Beja suspeita que Governo aproveitou visita do Papa para subir impostos

O bispo de Beja, D. António Vitalino, suspeita que a “euforia” vivida “pelo povo e pelo Santo

Padre” durante a sua visita a Portugal foi aproveitada para o anúncio de medidas de

austeridade.

“Até parece que o governo aproveitou este ambiente para aprovar novas medidas do plano de

estabilidade e crescimento, que implicam subida de impostos e restrições nos investimentos

públicos”, referiu o prelado na nota semanal difundida aos microfones da Rádio Pax.

http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=79704

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Obama chora ao falar com voluntários Campanha de Barack Obama revelou um vídeo de uma visita do Presidente

americano à sede de campanha em Chicago, um dia depois da vitória

eleitoral. O político da terra não se aguentou e chorou nos agradecimentos aos

jovens voluntários.

Ricardo Lourenço, correspondente nos EUA (www.expresso.pt) 5:22 Sexta feira, 9 de novembro de 2012

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Formadora: Madalena Barbosa

CARDEAL PATRIARCA

"Os portugueses são em parte responsáveis pelo que se está a passar. Pedem tudo ao Estado" 03 Outubro 2012, 08:20 por Jornal de Negócios Online | [email protected]