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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Marcelo de Melo AS BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO NO MANEJO DE SUÍNOS CURITIBA 2010

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Marcelo de Melo

AS BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO NO MANEJO DE SUÍNOS

CURITIBA

2010

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AS BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO NO MANEJO DE SUÍNOS

Curitiba

2010

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Marcelo de Melo

AS BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO NO MANEJO DE SUÍNOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de

Ciências Biológicas e da saúde da Universidade

Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para

obtenção do título de Médico Veterinário.

Orientador acadêmico: Sebastião Aparecido

Borges

Orientador profissional: José Antonio Borba

Afonso

CURITIBA

2010

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TERMO DE APROVAÇÃO

Marcelo de Melo

AS BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO NO MANEJO DE SUÍNOS

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médico

Veterinário por uma banca examinadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do

Paraná.

Curitiba, 10 de dezembro de 2010.

___________________________________

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Prof. Dr. Sebastião A. Borges

Universidade Tuiuti do Paraná

Profa. Dra. Anderlise Borsoi

Universidade Tuiuti do Paraná

Profa. Dra. Ana Laura Angeli

Universidade Tuiuti do Paraná

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Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró Reitor Administrativo

Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitor Acadêmica

Prof.ª Carmem Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento

Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão

Sr. Roberval Eloy Pereira

Secretário Geral

Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz

Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Prof. João Henrique Faryniuk

Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária

Prof.ª Ana Laura Angeli

Metodologia Cientifica

Prof. Jair Mendes Marques

CAMPUS PROF. SIDNEY LIMA SANTOS

Rua Sidney A. Rangel Santos, 238, Santo Inácio

CEP 82.010-330 – Curitiba – PR

Fone (41) 3331-7700

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AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos serão primeiramente dedicados a Deus, em todos os

anos de minha vida se fez presente sempre estando ao meu lado e me dando forças

para transpor as barreiras por mais difíceis que fossem. Exemplo de perseverança e

bondade se faz caminho na busca da felicidade e dos objetivos que você almejar.

À minha mãe Carmem que me apoiou incondicionalmente em todos estes anos

para que fosse possível a chegada a este dia.

À meu querido filho Leonardo, amigo e companheiro à quem muitas vezes nos

momentos de cansaço me apoiei para não desistir dos objetivos. É com muito amor

que o levo em meu coração nas distâncias que percorro.

Agradeço e reitero meu respeito a todos os meus professores que durante estes

anos nos transmitiram incansavelmente seus conhecimentos profissionais e pessoais,

como exemplos para o futuro que a todos nós espera.

Quero agradecer a todos da Brasil Foods S.A. pela oportunidade que me foi

dada em fazer parte desta equipe na busca do aprendizado, pelo respeito com o qual fui

recebido e pelos amigos que lá fiz.

Aos meus amigos de graduação, foram cinco anos, rimos e choramos juntos e

finalmente completamos o primeiro passo da jornada, que este agradecimento não seja

uma despedida e sim um brinde a amizade eterna.

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo explanar as técnicas de manejo aplicadas à

produção de suínos. Aborda aspectos teóricos e práticos de acordo com a experiência

obtida. Foram vivenciadas atividades de extensão rural, acompanhamentos em visitas

técnicas, orientações de manejo e monitorias, buscando sempre melhorar os índices de

eficiência produtiva. Os profissionais da Empresa BRF-Brasil Foods S.A

proporcionaram aprendizado referente ao bem estar animal, preocupando-se sempre

com a ambiência, programas de biosseguridade na suinocultura industrial moderna,

Programa 5 Sensos, Normas de Segurança Saúde e Meio Ambiente e Programas de

Qualidade por meio da troca de conhecimentos entre técnicos e produtores foi possível

concluir de forma satisfatória o estágio curricular obrigatório para a obtenção do título

de Médico Veterinário.

Palavras-Chave: ambiência, manejo, sistema vertical de terminação, suínos.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABIPECS: Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína

APPCC: Análise de Perigo de Pontos Críticos de Controle

BPPs: Boas Práticas de Produção de Suínos

CDG: Centro de Difusão de Genética

EP: Enteropatia Proliferativa

EPI’s: Equipamentos de Proteção Individuais

FAL: Ficha de Alojamento de Lote

HACCP: Hazard Analysis Critical Control Points - Análise de Perigo de Pontos

Críticos de Controle

GRSC: Granjas Reprodutores Suideos Certificada

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPP: Índice de Prevalência de Pneumonia

Km: Quilômetro

m: Metro

MTE: Ministério do Trabalho e Emprego

QTP: Qualidade Total Perdigão

QTPr: Qualidade Total Perdigão Rural

SSMA: Segurança Saúde e Meio Ambiente

SPL: Sistema Produtor de Leitões

SVT: Sistema Vertical Terminador

5S: 5 Sensos

ºC: Grau Celcius

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – ÁRVORES DE PROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES ........................ 25

FIGURA 2 – INSTALAÇÃO COM CORTINAS E TELAS ANTI-PÁSSAROS .. 29

FIGURA 3 – ENTRADA DA PROPRIEDADE ISOLADA ................................... 36

FIGURA 4 – COMPOSTEIRA E ESTERQUEIRA COBERTA ............................ 38

FIGURA 5 – COMPOSTEIRA AUTOMATIZADA .............................................. 39

FIGURA 6 – COMPOSTEIRA ................................................................................ 40

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO ........................................................................... 14

2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO ........................................................................ 14

2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL ..................................................................... 14

2.3 CARGA HORÁRIA DO ESTÁGIO .................................................................. 14

2.4 DADOS SOBRE O LOCAL DE ESTÁGIO ...................................................... 14

2.4.1 Unidade Herval D`Oeste ................................................................................. 14

2.4.2 Empresa BRF-BRASIL FOODS S.A. ............................................................. 15

2.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO ......................................... 19

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 21

3.1 BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS .......................................... 21

3.2 REGRAS GERAIS DAS BPPS.......................................................................... 22

3.3 REGRAS ESPECÍFICAS ................................................................................... 22

3.4 MANUTENÇÃO DAS BPPS ............................................................................ 23

4 ANÁLISE DAS BPPS NA EMPRESA BRF-BRASIL FOODS S/A ............... 24

4.1 INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ............................................................. 24

4.2 CARACTERÍSTICAS DAS GRANJAS ............................................................ 24

4.3 EQUIPAMENTOS ............................................................................................. 26

4.3.1 Bebedouros ...................................................................................................... 26

4.3.2 Comedouros ..................................................................................................... 27

4.3.3 Cortinas de Forração ........................................................................................ 28

5 MANEJO DOS SUÍNOS ..................................................................................... 30

5.1 CARACTERÍSTICAS DOS SUÍNOS ............................................................... 30

5.2 ALIMENTAÇÃO DOS SUÍNOS ...................................................................... 30

5.2.1 Água ................................................................................................................. 30

5.2.2 Ração ............................................................................................................... 33

6 BIOSSEGURIDADE ........................................................................................... 34

6.1 VISITAS TÉCNICAS AOS LOTES .................................................................. 36

6.2 INTERVALO ENTRE LOTES .......................................................................... 37

6.3 DEJETOS DE SUÍNOS ..................................................................................... 37

6.4 DESTINO DOS ANIMAIS MORTOS .............................................................. 39

6.5 CONTROLE DE PRAGAS ................................................................................ 40

6.5.1 Controle de roedores ........................................................................................ 40

6.5.2 Controle de insetos .......................................................................................... 41

6.6 RASTREABILIDADE ....................................................................................... 42

7 MONITORIAS SANITÁRIAS ........................................................................... 43

8 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 46

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1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos no Brasil a melhora contínua aplicada na produção de suínos

fez com que o país imprimisse sua participação no mercado internacional como

exportador de 4% para 11%, ocupando atualmente o 4º lugar como produtor e

exportador. A carne suína é a fonte de proteína animal mais importante no mundo,

com a produção de 115 milhões de toneladas, ao contrário do restante do mundo, no

Brasil, o consumo de carne suína é menor que, mostrando dessa forma o potencial para

crescimento. Em 2009 foram abatidas sob, o regime de inspeção no Brasil, 33,8

milhões de cabeças, sendo que destes o SIF inspecionou 28,1 milhões, fato este que

tem permitido ao Brasil ampliar no comércio internacional o número de países

importadores. Há ainda uma estimativa de abate para consumo próprio sem inspeção

de 5,6 milhões. Atualmente os maiores consumidores mundiais de carne suína são

China, União Européia, Estados Unidos e Rússia e, os importadores de carne suína

brasileira são Rússia, Hong Kong e Ucrânia (ABIPECS, 2010).

Hoje a qualidade e a segurança dos alimentos tornaram-se parte fundamental

nos processos de produção, sendo que os consumidores preocupam-se com a

sustentabilidade e com aspectos de produção, assim como bem-estar animal e proteção

ambiental (DUARTE, 2010).

Dentre as regiões do Brasil a suinocultura tem como principal produtor o Sul.

Esta característica deve-se principalmente a questão cultural, já que nesta região

ocorreu a predominância da colonização por povos de origem européia. A região

responde por 60% da produção nacional de carne suína, sendo que o Rio Grande do

Sul é o maior exportador (ABIPECS, 2010).

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A produção de suínos caracteriza-se pelo sistema de integração no Sul do País,

mas devido à necessidade de reduzir custos, está ocorrendo por parte das empresas a

expansão para o Sudeste e Centro-oeste. Em tais regiões a produção de grãos é

elevada, e estes são matérias primas básicas para a produção de ração animal

(ABIPECS, 2010). Segundo projeções do agronegócio do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2010), o Brasil terá um crescimento na produção

de carne suína de 2% ao ano até 2020.

Tendo em vista o aumento da produção para atender às necessidades do

mercado mundial, as indústrias brasileiras têm investido na melhoria constante de seus

padrões de qualidade, produtividade e bem-estar animal. As empresas através dos

setores de agropecuária vêm, dessa forma, contribuindo de maneira decisiva,

pesquisando, incentivando e orientando os produtores na busca de resultados cada vez

mais expressivos.

O presente trabalho tem por objetivo, diante do exposto, explanar sobre a

importância do manejo e das boas práticas de produção na suinocultura vivenciadas

durante o estágio curricular obrigatório.

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2. DADOS SOBRE O ESTÁGIO

O estágio obrigatório foi realizado na área de suinocultura, sistema vertical de

terminação, direcionado ao fomento (setor da empresa que presta assessoria aos

integrados sobre manejo, sanidade e nutrição), onde foram realizados

acompanhamentos de visitas técnicas aos integrados.

2.1. ORIENTADOR ACADÊMICO

O estágio foi coordenado pelo Professor Dr. Médico Veterinário Sebastião

Aparecido Borges, responsável pela disciplina de Suinocultura do curso de Medicina

Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

2.2. ORIENTADOR PROFISSIONAL

Médico Veterinário José Antonio Borba Afonso, Supervisor do Sistema

Produtor de Leitões e do Sistema Vertical Terminador.

2.3. CARGA HORÁRIA DE ESTÁGIO

A carga horária totalizou 656 horas, realizadas no período de 05/08/2010 à

03/12/2010.

2.4. DADOS SOBRE O LOCAL DE ESTÁGIO

2.4.1UNIDADE HERVAL D`OESTE

O estágio foi realizado na unidade de Herval D`Oeste/ SC, distante 400 km de

Curitiba, na área de fomento para assistência técnica aos produtores. A unidade possui

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no Sistema Vertical Terminador (SVT), 212 propriedades integradas com capacidade

total de alojamento de 173.713 animais, no Sistema Produtor de Leitões (SPL), 23

integrados com capacidade alojada de 8.000 matrizes suínas e 1 (uma) unidade que

visa produzir fêmeas matrizes para as unidades SPL. As propriedades estão

distribuídas nas cidades de Água Doce, Campos Novos, Capinzal, Catanduvas, Herval

D’oeste, Herval Velho, Ibicaré, Ipira, Irani, Jaborá, Joaçaba, Lacerdópolis, Luzerna,

Ouro, Piratuba e Piritiba, Treze Tílias e Vargem Bonita, no estado de Santa Catarina.

Durante o período de estágio foi observado todas as fases de produção dos

suínos. Os extensionistas rurais (Médicos Veterinários e técnicos agrícolas) têm como

objetivo orientar os integrados quanto as instruções para a limpeza, desinfecção,

manejo sanitário e manejo nutricional, no intuito de melhorar os índices de

produtividade.

2.4.2 EMPRESA BRF-BRASIL FOODS S.A.

Em 1930, no meio oeste de Santa Catarina, duas famílias, Ponzoni e

Brandalise ambos descendentes de imigrantes italianos, estabeleceram um pequeno

negócio e com seu crescimento deu origem a um dos maiores complexos

agroindustrial do mundo.

Já em 1934, foi inaugurado em Vila Perdizes, um armazém de secos e

molhados com nome de Ponzoni, Brandalise & Cia, levando à origem da Empresa. Em

1939 a empresa inicia suas atividades industriais com abatedouro de suínos.

No ano de 1941 a empresa cria um logotipo, um casal de perdizes, naquela

época era muito comum essas aves na região. Um ano após o início do abate de suínos,

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chega a uma marca de 100 suínos/dia, que passou a exigir melhorias tecnológicas dos

equipamentos do abatedouro. E em 1943, a Ponzoni, Brandalise & Cia., adquiria a

Sociedade Curtume Catarinense, para expandir os negócios através do processamento

das peles de suínos próprias e de terceiros, mais tarde passando a ser o Curtume

Perdigão. Os negócios em 1945 como comércio, indústria e curtume são agrupados

chamando-se Ponzoni, Brandalise S.A. Comércio e Indústria.

A atividade comercial e de processamento de suínos é consolidada em 1954, e

a empresa se direciona para atividade agropecuária com a construção da Granja Santa

Gema, em Videira SC. Em 1958, a empresa recebe a denominação de Perdigão S.A.

Comércio e Indústria.

Em 1962, o abate de aves chega a 500 aves/dia, e a produção começa a ser

comercializada resfriada em São Paulo. No ano de 1963 são instalados laboratórios

para o controle microbiológico e físico-químico dos produtos nas unidades industriais.

Sendo que em 1968, com automação no abate de aves, há um aumento no número de

animais abatidos para 1.500 aves/dia.

Na década de 70, no ano de 1974, foi construída a Perdigão Rações S.A, que

mais tarde passou a se chamar, Perdigão Alimentos S.A. Após, entre os anos 1975 e

1976, foi construído o primeiro abatedouro exclusivo para aves, em Videira SC, sendo

uma das pioneiras na exportação de carne de frango do Brasil. Por sua vez, no ano de

1979, a Perdigão Alimentos incorpora as rações Pagnocelli S.A., à fábrica localizada

em Catanduvas, SC. Ainda neste ano a Perdigão importa dos Estados Unidos, as

primeiras matrizes Gallus gallus com um programa de melhoramento genético,

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objetivando desenvolver aves com 70% de sua carne concentrada no peito e coxas,

nascendo assim a marca Chester®.

Em 1980, foram incorporadas a Agropecuária Confiança LTDA e a Comércio

e Indústria Saulle Pagnocelli S.A., em Herval D’Oeste, compreendendo uma unidade

de abate e industrialização de suínos. Também no mesmo ano foi incorporada a

Indústria Reunidas Ouro S.A., em Capinzal, composta por abatedouro de aves e

industrialização de suínos. Em 1984, fez aquisição do frigorífico Borella e de sua

marca, em Marau RS.

Posteriormente no ano de 1986, teve início a atividade de abate de bovinos,

com aquisição do frigorífico Frigoplan LTDA, em Lages SC. Em 1987, adquire uma

fabrica de ração em Gaurama, RS. No ano de 1988, adquiriu a Sulina Alimentos S.A.,

localizada em Serafina Corrêa RS. Ainda é construída a Perdigão da Amazônia S.A.,

voltada para o processamento de soja e seus derivados, em Cuiabá MT. Além disto,

nesse mesmo ano, foi construída a Perdigão Avícola Rio Claro LTDA., em Rio Claro,

estado de São Paulo.

Na década de 90 a empresa começa a investir em um programa de tecnologia

ambiental, para o aperfeiçoamento dos sistemas de proteção do meio ambiente em suas

unidades industriais. Os abatedouros de aves de Capinzal e de Marau, são aprovados

para exportação para União Européia nesta época. Em 1998, foi a pioneira na

implantação da inseminação artificial em suínos, investindo em dois novos Centros de

Difusão Genética, em Videira e Rio Verde.

Em 2000, a Perdigão compra 51 % do controle acionário do frigorífico

Batávia e o mantém como empresa independente. No ano seguinte, adquire os 49 %

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restantes mantendo a marca Batavo no mercado. A Perdigão é a primeira empresa

brasileira de alimentos a ter suas ações listadas na bolsa de valores de Nova York.

Já em 2005, a Perdigão no estado do Mato Grosso, faz aquisição do

abatedouro Mary Loise Indústria e Alimentos, dona da marca Dunaturalis e da Mary

Loise Indústria e Comércio de Rações.

No ano de 2007, a empresa Perdigão adquire o frigorífico de bovinos, em

Mirassol D’Oeste no estado do Mato grosso. E também compra da Unilever, a marca

de margarina Doriana, Delicata e Claybom. Além da marca, a Perdigão adquiriu,

máquinas e equipamentos para a fabricação das margarinas em Valinhos SP. Em

agosto deste mesmo ano a Perdigão compra a empresa Paraíso Agroindustrial S.A.,

sendo um frigorífico de aves e uma fábrica de ração no município de Jataí GO. Ainda

inaugura a ampliação da unidade de Nova Mutum MT, de 40 mil cabeças diária para

280 mil cabeças diária de aves abatidas.

Em 2008, adquiriu a Eleva antiga Avipal, dona da marca Elegê, possibilitando

assim forte atuação na exportação de carnes e lácteos.

No ano 2009, em que a empresa completa 75 anos, a Perdigão e Sadia

informam o início do processo de unificação das operações das duas companhias,

resultando na BRF – Brasil Foods S.A. A mudança de denominação de Perdigão S.A.

para BRF – Brasil Foods S.A. foi aprovada em assembléia extraordinária no dia 8 de

julho de 2009.

Na sua estrutura nacional possui seu escritório Corporativo em SP, o centro de

serviços Compartilhados Brasil Foods em SC, 22 Unidades Industriais de Carnes

distribuídas no RS, SC, PR, MT, MS, GO, BA, e nove Unidades Industriais de Lácteos

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19

nos estados do RS, SC, PR, SP, MG e GO, uma Unidade Processadora de Margarinas

em SP. Também conta com 27 Centros de Distribuição, e 26 Incubatórios (BRF,

2009).

Em sua estrutura internacional, possui quatro Unidades Industriais no Exterior,

nos seguintes países; Argentina, Inglaterra, Holanda e Romênia. Também conta com

treze escritórios no exterior (BRF, 2009).

Possui filiais de vendas em quase todos os estados do Brasil, tem o sistema de

integração e parceria com produtores rurais, transportadores e prestadores de serviços.

Hoje a BRF – Brasil Foods S.A. é uma das maiores empresas de alimentos da

América Latina. Ocupando terceiro lugar em abate de aves e está entre as dez maiores

em abates de suínos no mundo, sendo também uma das principais companhias

brasileiras na captação de leite. Seus produtos chegam para mais de 110 países (BRF,

2009).

A Brasil Foods S.A. busca a melhoria constante através de programas internos

de desenvolvimento pessoal, qualidade (QTP e QTPr), Segurança Saúde e Meio

Ambiente (SSMA).

2.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO

As atividades desenvolvidas durante o estágio curricular concentraram-se na

área de fomento, nos atendimentos aos integrados para as orientações técnicas de

manejo sanitário, limpeza, desinfecção e nutricional dos suínos, desde o alojamento

inicial até a saída para o abate (Tabela 1).

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20

TABELA 1 – PROPORÇÃO DE HORAS DEDICADAS AO

ACOMPANHAMENTO DAS DIFERENTES ATIVIDADES DA EMPRESA BRF-

BRASIL FOODS S.A., DURANTE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO,

REALIZADO EM HERVAL D’OESTE/SC 2010.

Atividades

Carga horária

(horas)

Percentual

(%)

Atendimento a integrados e correlacionadas:

Visitas técnicas no SVT 468 71,3

Visitas técnicas no SPL 144 21,9

Atividades administrativas 24 3,6

Atividades na indústria:

Abate 12 1,8

Avaliação de IPP no abate 8 1,2

Total 656 100

Durante as visitas aos integrados de SVT foram conferidas as FAL (Fichas de

Alojamento de Lote) onde constam informações quanto à origem dos animais, peso

médio dos animais na data de alojamento, mortalidade, consumo de ração, controle

dos níveis de cloro na água de bebida e temperatura interna das instalações. Também

são conferidos os preenchimentos das planilhas do HACCP, dentre os quais o controle

de visitantes, controle de roedores e insetos. Nas inspeções das instalações são

verificados o estado geral das cortinas, telhados, composteira, esterqueira, ventilação,

volume de água nas saídas dos bebedouros, iscas de insetos e roedores, isolamento da

área (cerca), presença de animais próximos (cães, gatos, bovinos e outros).

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21

A avaliação do desempenho do lote consiste no cálculo da quantidade de ração

consumida e peso dos animais no abate, índices de mortalidade, sendo para título de

pagamento dos produtores a conversão alimentar a referência.

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS (BPPS)

Para atender as exigências do mercado consumidor e da própria sociedade que

defende uma produção totalmente sustentável, torna-se necessário buscar uma

produção de carnes com elevado e constante padrão de qualidade, que seja seguro do

ponto de vista alimentar e que permita a rastreabilidade. Com base nestes objetivos as

diretrizes de boas práticas descritas dão ênfase à busca de uma produtividade de suínos

economicamente viável e com responsabilidade social e ambiental. As BPPs

melhoram a execução das práticas preconizadas nos sistemas de produção, são bases

para outros programas de fomento à melhoria de qualidade do produto descrito

mundialmente, como as Análises de Perigo de Pontos Críticos de Controle (APPCC)

ou (HACCP), ou implantação de certificação agropecuária. As BPPs devem obedecer

as legislações vigentes sejam elas trabalhistas ou ambientais e também os acordos

internacionais (AMARAL, 2006).

As BPPs compreendem regras que regem sobre a conduta dos profissionais e

pessoas que atuam de uma forma ou outra na suinocultura. Seus preceitos falam

basicamente de planejamento da atividade, projeto, ambiental, financeiro e

biossegurança.

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Conforme Amaral (2006), é definido um roteiro detalhado para a auditoria nas

granjas onde devem ser preenchidos e pontuados itens referentes a questões

ambientais, trabalhistas, biossegurança, bem-estar animal e produtividade. Nas

planilhas de auditorias devem ser feitas as recomendações necessárias para que as

granjas atinjam os índices desejados. As auditorias deverão ser realizadas a cada 6

meses e os check-list arquivados. As BPPs são empregadas na busca de melhorias de

resultados e ter garantias de uniformidade do processo.

3.2 REGRAS GERAIS DAS BPPS

As regras serão das BPPs são aplicadas a todos os níveis e sistemas de

produção de suínos bem como a todos os visitantes, funcionários das granjas e ou

profissionais que por ventura tenham contato com os animais. Visam a segurança do

produto, da preservação do ambiente, do bem-estar animal e dos princípios da

responsabilidade social e trabalhistas vinculados aos fatores de produção (EMBRAPA,

2006). Todos os funcionários devem ser treinados e os registros desses treinamentos

arquivados. Como vemos, o sucesso do programa BPPs depende da responsabilidade

de todos aqueles que atuam na suinocultura de forma direta ou indireta.

3.3 REGRAS ESPECÍFICAS

De acordo com Amaral (2006), as seguintes regras devem ser

seguidas: controlar a entrada de pessoas na granja através de sistema documentado,

preenchendo e assinando a planilha de controle; possuir as licenças ambientais

pertinentes; alojar o número de animais para o qual está dimensionado em cada fase;

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possuir bebedouros e comedouros em número suficiente para atender todos os animais;

possuir veterinário para inspecionar a granja. No caso de ocorrência de um surto de

doença de notificação obrigatória, comunicar imediatamente à Agência Oficial de

Defesa Sanitária; promover a arborização no entorno das instalações, prover a unidade

de cerca no intuito de impedir a entrada de animais e pessoas não autorizadas;

promover o banho e troca de roupa de pessoas antes que estas adentrem as instalações;

manter distâncias mínimas de outras propriedades de no mínimo 1 km; controlar e

destinar resíduos gerados pelo sistema conforme as normas ambientais vigentes;

desinfetar qualquer produto suspeito de contaminação antes de introduzi-lo no sistema;

efetuar o controle de roedores e insetos, controlar a qualidade dos alimentos fornecidos

aos animais; garantir a entrada de animais na granja oriundos de GRSC; orientar sobre

o manejos dos reprodutores, porcas e leitoas; registrar e usar somente medicamentos

e/ou desinfetantes permitidos respeitando os prazos de carências destes para o

consumo humano afim de garantir a não presença de resíduos nos alimentos; promover

práticas que privilegiem o bem-estar animal; realizar vazio sanitário entre lotes;

fornecer água e alimento em quantidade adequada e qualidade aos animais; limpar e

desinfectar as instalações e os equipamentos nas saídas de lotes; promover ao

trabalhador segurança para o cumprimento das atividades fornecendo os EPI’s

necessários.

3.4 MANUTENÇÃO DAS BPPs

A verificação de implantação e manutenção do programa deverá ser realizada

a cada seis meses, através de auditorias com check-list previamente definido conforme

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a (MAPA, 2004), definindo-se pontuações e caso necessário prioridade e prazos para a

adequação do sistema produtor às normas vigentes no País.

4 ANÁLISE DAS BPPS NA EMPRESA BRF-BRASIL FOODS S.A.

4.1 INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

As instalações e equipamentos da integração são escolhidos seguindo as

legislações pertinentes ao bem-estar animal, ambiental, trabalhistas e quais outras se

fizerem necessárias e verificando a relação custo benefício. Sendo necessário antes da

implantação de um novo projeto realizar a análise das características da região quantos

aos fatores econômicos e ambientais para o funcionamento da unidade. (AMARAL,

2006).

4.2 CARACTERÍSTICAS DAS GRANJAS

As edificações são um dos fatores mais importantes no planejamento dos

sistemas de produção de suínos, porque depois de construídas, torna-se difícil e

onerosa qualquer mudança estrutural. As características exigidas das instalações

devem antes de tudo atender: as exigências de bem-estar animal, quanto à temperatura,

ventilação, espaço mínimo por animal (Tabela 2), este item é definido pelo peso final

desejado do lote e as legislações ambientais. Os sistemas de produção implantados

podem ser altamente impactantes, causando problemas ambientais e comprometimento

da qualidade das águas superficiais e subterrâneas nas regiões produtoras. Para evitar a

incidência solar direta nos animais, a granja deverá ser construída no sentido leste

oeste.

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A edificação não possui um tamanho padrão, porém para facilitar o manejo

deverá possuir de largura x comprimento no máximo 12 m x 100 m, no entanto o pé

direito mínimo deverá atender a legislação vigente no município (MTE, 2001).

Para garantir o conforto térmico e diminuir a incidência de ventos fortes nas

instalações, orienta-se o plantio de árvores em seu entorno, tendo o cuidado de manter

uma poda frequente para garantir a ventilação (Figura 1) (EMBRAPA, 2003).

FIGURA 1- ÁRVORES DE PROTEÇÃO DAS INTALAÇÕES

Fonte: BRF-Brasil Foods S.A.

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TABELA – 2 ESPAÇO MÍNIMO POR ANIMAL EM GRANJA DE SUÍNO DE

ACORDO COM O PESO MÉDIO

m2/suíno Peso médio

0,30 ≤30 kg

1,00 >110 kg

Fonte: Adaptada do Manual do bem estar animal da suinocultura, (PERDIGÃO

AGROINDUSTRIAL, 2005).

4.3 EQUIPAMENTOS

Ítens de grande importância na suinocultura, os equipamentos, como

bebedouro, comedouro, cortinas e aquecedores podem definir a qualidade final do lote

frente aos desafios que este terá durante sua permanência na propriedade. As

principais necessidades subsequentes ao alojamento são: temperatura de conforto, água

em volume e temperaturas adequadas, comedouros em metragem linear adequada ao

final do lote.

4.3.1 Bebedouros

Item muitas vezes não observado com a devida importância, os bebedouros

devem ser do tipo ecológico, que nada mais é que um bico nipple em um cocho para

captar o excesso de água de bebida que por ventura os suínos venham a derrubar e a

água não seja direcionada para a esterqueira, fato que poderia comprometer o volume

para a qual foi projetada, com isso a redução no volume de dejetos pode chegar a

53,2% (OLIVEIRA, 2006). Boa vazão de água (Tabela 3), altura adequada e número

suficientes para o total de animais na baia no período final da terminação, sendo 1:10

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no caso de ração controlada e 1:15 no caso de ração à vontade (PERDIGÃO, 2005) são

requisitados.

TABELA – 3 VAZÃO MÍNIMA RECOMENDADA EM FUNÇÃO DA FASE

PRODUTIVA DO SUÍNO.

Fase Produtiva Vazão L/min

Leitões recém desmamados 0,3

< 20 kg 0,5 – 1

20 a 40 kg 1 – 1,5

Terminação < 100 kg 1 – 1,5

Fonte: Adaptado do Manual do bem estar animal da suinocultura, (PERDIGÃO

AGROINDUSTRIAL, 2005).

4.3.2 Comedouros

No sistema de alimentação com restrição, os nutrientes são fornecidos na

quantidade ou proporção suficiente para permitir o máximo ganho de peso. As

quantidades são restritas a níveis abaixo do máximo consumo voluntário e podem ser

fornecidas em uma só vez, ou ser divididas em várias porções iguais durante o dia. O

objetivo da restrição alimentar para suínos em terminação é a redução da quantidade

de gordura e o aumento de tecido músculo (FÁVERO et al, 2003). Para a alimentação

dos suínos a metragem linear de cocho é definida conforme o peso desejado (Tabela

4). Quando ocorrer alojamento acima da capacidade de cocho, ocorrerá a ingestão

desigual de ração pelos suínos, sendo que os suínos maiores prevalecerão e

consumirão mais, deixando o lote desuniforme.

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Atualmente, o comedouro mais utilizado no SVT é o de cocho de alvenaria,

duram mais e tem menor custo.

O fato da alimentação ser fornecida manualmente, faz com que o integrado

necessite ir até as instalações, este reflete de maneira positiva na qualidade do lote

devido a observação constante dos animais.

TABELA 4 – ESPAÇO LINEAR (CM) MÍNIMO DE COMEDOURO POR SUÍNO

SOB ALIMENTAÇÃO RESTRITA E À VONTADE EM FUNÇÃO DO PESO

VIVO.

Peso vivo (kg) Alimentação restrita

Alimentação à vontade

10 14.0 3.5 40 22.0 5.5 50 23.5 5.9 60 25.0 6.3 70 26.5 6.6 80 27.5 6.9 90 28.5 7.1 100 29.5 7.4

Fonte: Sistema de Produção de Suínos (EMBRAPA, 2003)

4.3.3 Cortinas de Forração

A região citada neste trabalho possui na época de inverno temperaturas muito

baixas, por esse motivo é de suma importância a preservação da temperatura ambiente

dentro dos níveis desejados conforme a idade dos suínos (Tabela 5). O sistema de

controle de temperatura nas instalações consistia na utilização de cortinas laterais com

reforços e bandôs, que são acabamentos nas extremidades laterais e superiores das

cortinas e tem a finalidade de diminuir as frestas entre as cortinas e as paredes e

reduzir as correntes de ar (Figura 2). O manejo das cortinas era realizado diversas

vezes ao dia, dependendo das mudanças climáticas que ocorriam. A utilização de

cortinas permite a renovação constante do ar. Para evitar a entrada de aves nas

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instalações são utilizadas telas antipássaros. Alguns integrados possuíam sistemas de

aquecimento que são utilizados no momento do alojamento do lote em dias frios.

No início do alojamento ainda são utilizadas cortinas internas dispostas

transversalmente ao comprimento da instalação para diminuir a área aquecimento.

FIGURA 2 – INSTALAÇÃO COM CORTINAS E TELAS ANTI-PÁSSAROS.

Fonte: BRF-Brasil Foods S.A

TABELA 5 – TEMPERATURA AMBIENTE IDEAL POR CATEGORIA.

Categoria Temperatura °C

Porca 15 a 20

Leitões na maternidade 25 a 30

Leitões na creche (3 a 4 sem.) 27 a 32

Leitões na creche (>5 sem.) 22 a 27

Recria 15 a 21

Terminação 13 a 18

Fonte: Manual do bem estar animal da suinocultura (PERDIGÃO

AGROINDUSTRIAL, 2005).

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5 MANEJO DOS SUÍNOS

5.1 CARACTERÍSTICAS DOS SUÍNOS

A BRF tem optado pelas genéticas Danbred e Pic Agroceres devido aos

índices de produtividade observados no SPL. No alojamento inicial dos suínos no SVT

procura-se a homogeinização do lote com animais oriundos do menor número possível

de SPLs, esta decisão tem a finalidade de diminuir o aparecimento de doenças

decorrente da mistura de lotes de produtores com desafios sanitários diferentes.

No SVT os leitões são alojados nas baias conforme o tamanho individual e

sexo, buscando uma padronização de animais nas baias e consequentemente, o

consumo semelhante de ração por todos os animais. Imediatamente na chegada os

animais recebem junto na água um acidificante que estimula através do paladar o

consumo de água e diminuir os problemas entéricos, diarréias que surjam no lote. Nas

baias que estiverem alojados os animais de menor tamanho receberão ainda

suplementação energética alimentar para que os mesmos expressem suas qualidades

genéticas para o ganho de peso.

5.2 ALIMENTAÇÃO DOS SUÍNOS

5.2.1 Água

Os exames laboratoriais para avaliação da qualidade da água são realizados

semestralmente.

Macari et al.,( 2004) afirma que a água de má qualidade pode causar prejuízos

econômicos pois interfere nos índices zootécnicos, podendo atuar como disseminadora

de enfermidades.

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As caixas d’água eram construídas em local alto e sombreadas, isso garante o

fornecimento de água sempre em temperatura agradável aos animais. Nas propriedades

que não possuíam poço artesiano, periodicamente ocorria a inspeção da fonte pelo

técnico no intuito de verificar se a mesma estava protegida contra fatores

contaminantes.

Palhares, (2005) cita que excessos de alguns elementos na água podem

provocar alterações, por exemplo, sólidos dissolvidos totais provocam diarréia,

redução do consumo de água, da produtividade e morte; o ferro quando em excesso

promove gosto ruim a água, apresenta efeitos sobre o consumo da água e a

produtividade.

Como padrão de qualidade da água deve-se observar a Resolução do Conama

número 357, de 17 de março de 2005 (CONAMA, 2005) que descrevam as

características físico químicas que as águas destinadas ao consumo de animais devem

ter (Tabela 6).

TABELA 6 - PARÂMETROS DE QUALIDADE PARA ÁGUA DE CONSUMO

DOS SUÍNOS

Parâmetros Valores máximos

Cloreto total 250 mg/L de Cl

Cobre dissolvido 0,013 mg/L de Cu

Coliformes termotolerantes1 Para animais confinados, não exceder

1.000/100mL.Para os demais usos, não

exceder 4.000/100mL

DBO2 Até 10,0 mg/L

Ferro dissolvido 5,0 mg/L de Fe

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Fósforo total3 0,15 mg/L

Manganês total 0,5 mg/L de Mg

Nitrato 10,0 mg/L de N

Nitrito 1,0 mg/L de N

Oxigênio dissolvido Não inferior a 4,0 mg/L de O2

Ph 6,0 a 9,0

Sulfato total 250 mg/L de SO4

Sólidos dissolvidos totais 500 mg/L

Turbidez Até 100 UNT

Zinco total 5,0 mg/L de Zn

Fonte: Adaptado da RESOLUÇÃO CONAMA Nº 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005

(CONAMA, 2005).

Gama et al. (2008) descrevem que caso da alteração da cor, é indicativo de

presença de substâncias orgânicas, plâncton e dos processos de decomposição dos

dejetos industriais e domiciliares e de íons metálicos como ferro, manganês. A

turbidez, no entanto, diz respeito à alteração da intensidade da penetração da luz nas

partículas em suspensão na água.

As águas com pH alcalino podem ainda, afetar o consumo pelos animais,

interferir na ação do cloro e agentes antibióticos. O pH ácido, por outro lado, pode

reduzir a ação de desinfetantes e a causar corrosão das tubulações (GAMA et al.,

2008).

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5.2.2. Ração

Com complexos de produção distribuídos nas cidades de Carambeí, PR,

Catanduvas, Campos Novos e Videira, SC a regional BRF/SC conta com amplas

possibilidades de formulações de rações definidas por nutricionistas conforme as

necessidades dos lotes alojados. No SPL, alguns integrados ainda preparam suas

rações, mas devido às mudanças nos sistemas de integração que estão ocorrendo e com

a necessidade de aumentar as garantias de qualidade e rastreabilidade. A BRF está

passando às unidades SPL para o sistema comodato, onde as fêmeas pertencem à

integradora e toda a ração consumida será produzida pela empresa dentro dos mais

rigorosos controles de qualidade. Atualmente para evitar o risco de contaminação

cruzada por medicamentos, as rações de frango e suínos são produzidas em linhas de

produção diferentes e/ou unidades diferentes.

As rações dentro do SVT eram divididas em oito formulações diferentes,

definidas conforme a idade do lote. A composição das rações no SVT não é divulgada,

sendo de conhecimento apenas dos sanitaristas e nutricionistas. O fornecimento de

ração aos animais segue uma tabela previamente definida de acordo com a origem dos

animais, havendo para isso três tabelas diferentes: uma para leitões com peso médio de

doze kg; outra para leitões com médio entre doze e 21 kg e uma para aqueles que eram

entregues ao integrado com peso médio de 21 kg. Essas tabelas seguiam um aumento

gradativo semanal no volume de ração fornecida ao lote.

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6 BIOSSEGURIDADE

Refere-se ao conjunto de normas e procedimentos destinados a evitar a entrada

de agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos e parasitas) no rebanho, bem como

controlar sua disseminação entre os diferentes setores ou grupos de animais dentro do

sistema de produção (EMBRAPA, 2003). Já diz Sesti, (1994), biosseguridade é a

segurança dos seres vivos, por intermédio da diminuição do risco de ocorrência de

enfermidades agudas e/ou crônicas em um população específica. É indispensável que o

sistema de produção esteja o mais isolado possível, principalmente de outros criatórios

ou aglomerados de suínos, de maneira a evitar ao máximo a propagação de doenças,

em um local que esteja distante em pelo menos, 500m, de qualquer outra criação ou

abatedouro de suínos e pelo menos 100m, de estradas por onde transitam caminhões

com suínos, a fim de prevenir a transmissão de agentes infecciosos por via aérea e

através de vetores como roedores, moscas, cães, gatos, aves e animais selvagens.

Não permitir o trânsito de pessoas e/ou veículos no local sem prévia

autorização. Colocar placa indicativa da existência da granja no caminho de acesso e

no portão a indicação "Entrada Proibida". A granja deve ser cercada e a entrada de

veículos deve ser proibida (Figura 3).

O banheiro deve possuir uma área suja, chuveiro e uma área limpa, onde

devem ficar as roupas e botas da granja para que o fluxo entre as áreas seja possível

apenas pelo chuveiro (EMBRAPA, 2003).

As instalações da granja devem ser cercadas em seu entorno. Orienta-se uso de

tela com pelo menos 1,5m de altura para evitar o livre acesso de pessoas, veículos e

animais.

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A arborização perfazendo um cinturão verde permite reduzir a incidência de

ventos fortes sobre as instalações. A entrada de produtos ou equipamentos na granja

devem ser feitas somente após a desinfecção destes; essa atitude reduz a possibilidade

da contaminação da unidade por fatores externos.

Segundo EMBRAPA, (2003), a entrada dos funcionários deverá ocorrer

somente após estes tomarem banho. Tal ação ocorre no SPL sendo que as visitas

técnicas no SVT apresentam riscos menores, por esse motivo a rota diária executada

preconiza uma sequência do lote mais novo para o mais antigo. Sendo ainda que no

CDG só é realizada com o visitante após estar com vazio sanitário de 48 horas. Para

evitar a entrada de veículos para transporte de dejetos, o sistema de tratamento e

armazenamento dos dejetos deve ser construído externamente à cerca de isolamento.

O programa de biosseguridade é realizado com base em planilhas de HACCP

que permanecem nas granjas, para isto, são realizadas inspeções visuais nos pontos

críticos de controle de roedores onde há iscas para ratos e insetos e anotadas nas

planilhas de controles com intervalo de 15 dias. O controle de fluxo de visitantes,

limpeza e desinfecção, compostagem também fazem parte das medidas de

biossegurança. Todo integrado possui anexado a planilha de HACCP as informações

para os controles.

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FIGURA 3 – ENTRADA DA PROPRIEDADE ISOLADA

Fonte: BRASIL FOODS S.A.

6.1 VISITAS TÉCNICAS AOS LOTES

As visitas técnicas aos lotes eram realizadas por técnico agropecuário e/ou

médicos veterinários, sempre preconizando no roteiro diário: visitar primeiramente os

lotes mais novos. Em casos de chamado por problemas sanitários, a propriedade é

visitada somente ao final do dia.

Durante as visitas eram observados o estado corporal dos animais, peso,

lesões, a vivacidade dos mesmos, temperatura do ambiente, quantidade e qualidade da

água, volume de ração consumida; era observado também o estado geral das

instalações, cortinas, portas, cercas, cinturão verde, composteiras e esterqueira. Todas

essas medidas buscam garantir a boa condição sanitária e o desenvolvimento do lote.

Ainda nas visitas, são observadas o preenchimento das planilhas de HACCP.

Os integrados recebem orientações quanto ao manejo e para a correção de falhas que

por ventura estejam ocorrendo, estando fora dos padrões de conformidade adotados

pela empresa.

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6.2 INTERVALO ENTRE LOTES

O intervalo entre lotes é o período em que as instalações permanecem vazias

após ser realizada a limpeza seguida de desinfecção (SOBESTIANSKY, 1998).

Subsequente à saída dos animais, é realiza a limpeza e desinfecção das instalações e

equipamentos, devendo esta permanecer fechada até a chegado do novo lote. O tempo

médio entre lotes é variável conforme a época do ano; o tempo médio era de

aproximadamente 20 dias, permitindo dessa forma ao integrado tempo para reparos e

melhorias nas instalações.

Guedes (2007) afirma que para a eliminação de agentes patogênicos do

ambiente é necessário a elaboração de um programa de desinfecção que se adapte a

granja. A eliminação de conteúdo fecal é de extrema importância.

Para a realização dos procedimentos de limpeza são fornecidos pela empresa

desinfetante e detergente, os quais eram aplicados de tal forma e inclusive usando

inclusive os nebulizadores caso a granja possuísse. Á limpeza atingia toda a instalação;

cortinas, pisos, paredes e tetos. As caixas de águas e tubulações eram limpas com a

adição dos produtos e eram posteriormente enxaguadas. Ocorria também a limpeza

externa das granjas buscando atender as normas 5S’s da empresa.

6.3 DEJETOS SUÍNOS

É conhecido o potencial poluidor dos dejetos suínos e por esse motivo deverá

a granja possuir um projeto de coleta, armazenagem, tratamento, transporte e

disposição dos dejetos de acordo com as características da propriedade (DARTORA et

al, 2003). Quando houver área suficiente para o uso dos dejetos como fertilizante

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orgânico deve-se construir esterqueiras para armazenamento do dejeto, com tempo de

retenção mínima de 120 dias, recomendado pelos Órgãos de Fiscalização Ambiental

(EMBRAPA, 2003). Utilizar tecnologias de tratamento dos resíduos, tanto da fase

líquida (esterqueira), através de sistema de lagoas para remoção dos nutrientes e do

odor, (Figura 4) quanto da fase sólida, através do processo de compostagem (Figura 5)

ou geração de biogás.

FIGURA 4 – COMPOSTEIRA E ESTERQUEIRA COBERTA

Fonte: BRASIL FOODS S.A.

O esterco misturado à maravalha, usado na maternidade ou em outras baias de

animais, deve ser destinado à compostagem em leiras cobertas com lona plástica ou

em composteiras construídas em alvenaria.

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FIGURA 5 – COMPOSTEIRA AUTOMATIZADA

Fonte: BRASIL FOODS S.A.

6.4 DESTINOS DOS ANIMAIS MORTOS

Dai Pra e Maronez (2005) afirmam que existem outras preocupações, como

encontrar local adequado dentro da propriedade para fazer escavação para fossa, não

podendo ser próximo de fontes de água, ou mesmo em locais de trânsito de outros

animais.

A empresa adota o uso de composteira como melhoria nos programas de

biossegurança, tendo em vista que não deve ocorrer a saída de animais mortos da

propriedade os quais podem disseminar eventuais patógenos. Compostagem é o

processo natural de fermentação que ocorre na presença de ar e umidade, fazendo com

que as carcaças e os restos de animais sejam decompostos pela ação de organismos

microscópicos como as bactérias e os fungos (EMBRAPA, 2006).

A compostagem será realizada em camadas intercalada de substrato e animais

mortos. Os animais mortos deverãos ser cortados em pedaços, depositados sobre a

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maravalha, umidecidos e cobertos com uma camada de 20cm de maravalha, não

deverá ocorrer o contato dos animais mortos diretamente com o piso, paredes ou o

portão da composteira, caso isso ocorra haverá a formação de chorume, odores fétidos

e o aparecimento de moscas e ratos (PAIVA, 2006). Quando completa, a composteira

deverá permaner fechada por até 120 dias após a colocação do último animal o

conforme o peso dos animais ali depositados.

Como substrato poderá ser usado, resíduo agrícola moído, como palha e

sabugo de milho, casca de arroz, palhadas, cama de aviário, etc, sendo o melhor deles

a maravalha (EMBRAPA, 2001). O material oriundo da compostagem é utilizado

posteriormente como adubo.

FIGURA 6 – COMPOSTEIRA

Fonte: BRASIL FOODS S.A.

6.5 CONTROLE DE PRAGAS

6.5.1 Controle de roedores

Sendo grande vetor de doenças e provocando prejuízos também devido a

destruição das cortinas e equipamentos dos aviários, a BRF inclui na planilhas de

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HACCP ao integrado para um controle de roedores, este deverá ser conferido a cada

15 dias. O integrado realiza a monitoria dos pontos de veneno nas instalações e deverá

anotar na planilha se o animal tocou na isca, se comeu a isca, se não mexeu na isca e

ainda se o integrado encontrou animais mortos. Os pontos de veneno para roedores

devem abranger toda a propriedade, composteira, locais próximos aos silos e

vestiários.

As três espécies espécies de ratos que mais causam problemas são: a ratazana

comum (Rattus norvegicus), o rato preto (Rattus ratus) e o camundongo (Mus

musculus). Além do prejuízo econômico, os ratos são responsáveis, ainda, pela

transmissão de várias doenças, como leptospirose, salmoneloses, febre da mordedura e

triquinelose (GRINGS, 2006).

Os integrados eram orientados a manter os arredores das instalações limpos e

organizados, evitando o acúmulo de entulhos. Os ratos tem o hábito de viver em

forros, sótãos e silos, locais estes que os mesmos encontram excelente abrigo. Segundo

Grings (2006), o camundongo habita o interior dos móveis, despensas e armários, é

hábil escalador, podendo escavar tocas. É onívoro, preferindo grãos e sementes. Por

esse motivo os integrados estão sendo orientados a adquirirem silos metálicos, pois

estes impedem a entrada de roedores e aves.

6.5.2 Controle de moscas

Conforme Paiva (2006) a capacidade de multiplicação, ou seja, o número de

ovos postos por uma fêmea de mosca doméstica durante sua vida, que pode chegar a

1.200 ovos, em posturas de 100 a 200 ovos, os ovos podem eclodir em 12 a 24 horas;

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as larvas se desenvolvem em 5 dias, passando por 3 estágios ou tamanhos; a pupa ou

casulo é a fase que demora 4 a 5 dias; na fase adulta a mosca vive de 25 a 45 dias.

Com 5 dias de vida a mosca adulta acasala e já pode pôr ovos.

Tendo em vista que a criação de suínos é um excelente meio de crescimento

de moscas é adotado o controle destes vetores por meio da aplicação de mosquicida.

Nas instalações e ao redor são distribuídas bandejas contendo o produto.

Periodicamente o integrado deve limpar essas bandejas e repor o mosquicida. As

canaletas de esterco devem ter sempre uma lâmina de água sobre o esterco para que

não permita a reprodução das moscas (PAIVA, 2006).

6.6 RASTREABILIDADE

A rastreabilidade é realizada através da marcação nas orelhas dos suínos para

identificar qual seu SPL de origem. Na FAL que o SVT recebe há a indicação do SPL

de origem dos animais, número de animais, peso médio e da idade dos animais

recebidos. Este processo permite identificar rapidamente os dados dos animais quando

estes chegam ao abatedouro e as FAL são recebidas pelo Serviço de Inspeção Federal.

Atualmente está em estudo modificação no processo de rastreabilidade, onde foi

realizado teste prático com a colocação de brincos numerados nos leitões já na

maternidade. A numeração anotada nos brincos tem origem na identificação da

propriedade pelo IBGE, onde os dois primeiros dígitos indicarão o estado da federação

da propriedade e os subsequentes indicam o registro da propriedade no IBGE.

Posteriormente a identificação poderá ser alterada da brincagem para a tatuagem.

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7 MONITORIAS SANITÁRIAS

É a fonte para se obter informações da situação da saúde dos suínos

(SOBESTIANSKY, et al, 2007). Devido ao alto custo de um animal independente de

sua idade ou peso, as monitorias sanitárias ocorrem normalmente de forma passiva, ou

seja, quando há o aparecimento de enfermidades é que se realizam coletas de swab,

testes laboratoriais e necrópsias.

Na produção de suínos o uso mais frequente é monitorar alguns parâmetros

relacionados com a saúde dos rebanhos. Somente se justifica monitorar ou realizar

exames cujos resultados gerem informações úteis para corrigir ou evitar anomalias. O

fato de solicitar exames que gerem informações sem utilidade ou de difícil

aplicabilidade se traduz em custos desnecessários (SONCINI, 2008).

Quando ocorre o aparecimento de enfermidades o médico veterinário deverá

anotar informações referentes a origem do animal doente ou morto, idade, peso, sinais

clínicos e qual o tratamento indicado.

Com base nessas informações os sanitaristas podem avaliar os desafios a que

os lotes estão sendo expostos bem como acompanhar a eficácia dos tratamentos

utilizados com relação ao princípio ativo e fabricante. Ainda assim caso necessário, o

sanitarista poderá solicitar alterações diretamente na formulação das rações que os

integrados receberão.

Quando da necropsia de animais eram observados todos os órgãos e o grau de

alterações que estes haviam sofridos, devesse atentar para os efeitos do intervalo de

tempo entre o horário da morte e a necropsia, fato este que pode prejudicar a

observação das lesões.

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Segundo Soncini (2008), na busca de populações cada vez mais livres de

doenças para poder expressar todo seu potencial produtivo, a identificação precoce de

agentes transmissíveis e a prevenção de sua difusão dentro dos lotes é uma estratégia

essencial para o sanitarista.

8 CONCLUSÃO

As atividades desenvolvidas proporcionaram a aplicação prática do

conhecimento adquirido no período acadêmico e o desenvolvimento da capacidade de

observação estimulada pelo compartilhamento de idéias com os profissionais da BRF e

a experiência do contato com o integrado no intuito da transferência de informações

para o bom desenvolvimento da suinocultura, descobrir as dificuldades que o homem

do campo tem para realizar suas atividades estimulam a busca de soluções e

aplicabilidades.

Sendo a BRF-Brasil Foods S.A. uma empresa de referência no mercado

mundial foi possível participar de ações que visaram a ampliação e a abertura de novas

fronteiras comerciais frente a globalização. O respeito que a BRF demonstra para com

os consumidores mundiais em relação a qualidade e a forma que se produz fortalece

ainda mais a posição do Brasil como uma potência mundial do agronegócio.

Na busca da melhoria contínua de resultados de qualidade e produtividade

percebemos a necessidade de métodos eficientes na aplicação das boas práticas de

produção, bem como na comunicação com o integrado. Identificamos a importância do

Médico Veterinário como difusor das constantes melhorias dos sistemas de produção,

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que buscam levar aos consumidores produtos de qualidades comprovadas e mantendo

uma política constante de bem-estar animal.

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